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Universidade Federal do Amapá


Pró-Reitoria de Ensino de Graduação
Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia
Disciplina: Filosofia da Educação I
Educador: João Nascimento Borges Filho

O Legado Cultural Grego

A herança cultural deixada pelos gregos fora riquíssima e influenciara


toda a civilização ocidental. Suas concepções de beleza, retratadas nas obras
de pinturas, escultura e arquitetura, são tidas como clássicas, por seu equilíbrio
e harmonia. Igualmente suas produções filosóficas, científicas e teatrais foram
fecundas e delinearam o pensamento universal até a Idade Moderna.
Em se tratando de História, os gregos foram os primeiros a tratar a
História com espírito científico, separando as lendas ou mitos dos fatos
concretos, reais. Heródoto de Halicarnasso, tido como o “Pai da História”, foi o
primeiro prosador das Guerras Médicas, buscando, assim, suas causas e seu
fim, na busca de viabilizar uma análise equilibrada dos fatos. Outros
destacados historiadores foram: Xenofonte e Tucídides, este último autor de
Guerra do Peloponeso.
No que concerne à filosofia, os gregos, buscando respostas as questões
mais diversas, com espírito crítico destruíram crenças, mitos e construíram
teorias. Suas linhas de pensamento influenciaram correntes filosóficas dos
séculos seguintes.
Tem-se que os primeiros filósofos gregos surgiram no século VI a.C., na
Escola de Mileto, destacando-se Tales de Mileto, Anaxímenes e Anaximandro.
Eles defendiam que tudo na natureza derivava de um elemento básico gerador
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de todas as coisas. Para Tales, esse elemento era a água, para Anaxímenes, o
ar, e para Anaximandro, a matéria.
Com o aprofundamento do conhecimento sobre a natureza e sobre o
universo, no final do século VI a.C., surgiu a Escola Pitagórica, fundada por
Pitágoras. Os pitagóricos defendiam o número, elemento abstrato, como a
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essência de tudo, concebendo um universo imutável, fundamentado na ordem


e na harmonia.
No início do século V a.C., entretanto, Heráclito, contrariando os
pitagóricos, provou que tudo no universo se transformava, passando por
constantes mudanças. Nessa época, que correspondeu à da democracia
ateniense, surgiu a Escola Sofista, que negava a existência de uma verdade
absoluta e buscava conhecimentos úteis para a vida, enfatizando a retórica e o
uso da palavra. Entre os sofistas destacou-se Protágoras, o autor da frase: “o
homem é a medida de todas as coisas”.
Durante todo o século V a.C., a filosofia ocupou-se com o homem,
especialmente com a ética. Surgiu então, a Escola Socrática, fundada por
Sócrates e contrária aos sofistas. Sócrates defendia que a reflexão e a virtude
eram fundamentais à vida. Foi ele o autor da frase “conhece-te a ti mesmo” e
“só sei que nada sei”. Por criticar o Estado ateniense e por ser acusado de
perverter a juventude, no decorrer da Guerra do Peloponeso, foi condenado à
morte, tendo sido executado com cicuta (veneno letal) no ano de 399 a.C.
A Escola Socrática continuou com Platão, defensor da virtude, cultivada
com ideais de bondade, beleza e justiça. No entender de Platão, cada
fenômeno terrestre era como um pálido reflexo do mundo das ideias. Foi
considerado por assim dizer, o filósofo do ideal, tendo fundado a Academia de
Atenas e escrito: A República, Apologia de Sócrates, O Banquete, dentre
outras obras.
Outro expoente da Escola Socrática foi Aristóteles, considerado o “Pai
da lógica” e autor de A Política. Ao contrário de Platão - de quem foi discípulo,
antes do rompimento com o mestre. Aristóteles se concentrava no estudo das
mutações do mundo material: nascimento, transformação e destruição. Para
ele, o real existia independentemente das ideias e para conhecê-lo era
necessário desenvolver a lógica.
No que diz respeito às ciências, berço de grandes pensadores, a Grécia
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gerou também cientistas teóricos, especialmente nas áreas de matemática, da


medicina e das ciências naturais. Assim, Tales de Mileto e Pitágoras deixaram
como herança grandes trabalhos de cálculos matemáticos e leis geométricas.
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Na medicina, o estudioso Hipócrates de Cós deu os primeiros passos


para a compreensão das doenças através dos sintomas, abandonando os
tratamentos baseados em crenças e superstições.
No campo das ciências naturais, destacaram-se Anaximandro e
Aristóteles, este último considerado o maior pensador grego.
Outro grande legado da civilização grega, diz respeito ao teatro. O teatro
grego, basicamente dividido em tragédia (dramaturgia) e comédia, era
acessível a toda a população, sendo, pois, de grande importância para a
educação dos jovens. Sua estrutura dramática, seus temas profundos,
abordando a natureza humana, são tidos até hoje como o ponto alto da arte
teatral.
Nas tragédias, os gregos discutiam os problemas eternos do homem,
como a questão do destino, as paixões e a justiça. Já a comédia satirizava os
costumes, o comportamento humano e a própria sociedade.
As encenações realizavam-se ao ar livre, os atores usavam máscaras
que expressavam a característica do personagem, e todos eram desenvolvidos
por homens. Havia festivais de teatros. Bastante populares e concorridos, os
concursos teatrais davam grande projeção aos vencedores. Os mais
destacados teatrólogos foram: Ésquilo, Sófocles, Aristófanes e Eurípedes.
Nas artes, os gregos alcançaram notável desempenho, especialmente
na arquitetura e na escultura. Desenvolveram, ainda, a pintura, a música e a
cerâmica. As artes gregas, em geral, caracterizavam-se pelo humanismo
através da glorificação do ser humano; do nacionalismo, que simbolizava o
orgulho do povo pela sua cidade; da simplicidade, do equilíbrio, da harmonia e
da ordem.
Os gregos deram os maiores exemplos de sua arte na construção dos
templos erigidos em homenagem a seus deuses. A harmonia e o equilíbrio da
escultura grega valorizavam o antropocentrismo de suas obras.
Notou-se que a mais famosa obra poética grega - além de ser sua mais
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antiga obra literária - são os poemas atribuídos a Homero, que são: a Ilíada e a
Odisseia, que permitiram a reconstrução da história grega anterior ao século
VIII a.C. Além dele, destacam-se os poetas Píndaro, que enalteceu os jogos
olímpicos; Hesíodo, que escreveu O Trabalho e os Dias; e a poetisa Safo.
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No campo da religião, pode-se afirmar que a religião grega era politeísta


e antropomórfica, sendo composta de vários deuses que se assemelhavam aos
homens, já que possuíam as fraquezas, paixões e virtudes humanas. As
principais divindades eram: Zeus, Hera, Atena, Apolo, Artêmis, Hermes,
Dionísio, Poseidon e Afrodite. Haviam, também, heróis divinizados, ou
semideuses, dentre os quais destacaram-se: Hércules, Teseu, Perseu e Édipo.

P.S.: Escrito para servir como elemento reflexivo para os acadêmicos do


Curso de Pedagogia da UNIFAP, na matéria Filosofia da Educação, ministrada
pelo Sociólogo e Psicopedagogo João Nascimento Borges Filho, Docente
efetivo desta IFES.

Prof. Borges
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