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UNIP – HPF – Professora Carolina Freire de C.

de Carvalho [NOTAS DE AULA]

Nascimento da Filosofia

• Por que os homens morrem?


• Por que os semelhantes dão origem aos semelhantes?
• Por que os diferentes parecem fazer surgir o diferente? Dia- noite.....
• Por que tudo muda?
• Por que adoecemos?

A religião, as tradições e os mitos explicavam todas essas coisas, mas suas explicações
já não satisfaziam aos que interrogavam sobre:

• As causas da mudança;
• Da permanência;
• Da repetição;
• Da desaparição;
• Do ressurgimento dos seres

HAVIAM PERDIDO SUA FORÇA EXPLICATIVA, NÃO CONVENCIAM NEM SATISFAZIAM A


QUEM DESEJAVA CONHECER A VERDADE SOBRE O MUNDO!

Final do século VII a.C. e início do século VI a.C., nas colônias Gregas da Ásia Menor (Mileto) –
Tales de Mileto.

• COSMOLOGIA: CONHECIMENTO TACIONAL DA ORDEM DO MUNDO OU DA NATUREZA.

? a FILOSOFIA é um fato especificamente grego ou dependeu de contribuições da sabedoria


oriental (egípcio, assírios, persas, caldeus, babilônios) e da sabedoria de civilizações que
antecederam à grega, na região, (Creta, Minos, Tirento e Micenas) ?

Referência: CHAUÍ, Convite à filosofia. Unidade I, Capítulo 2 “O Nascimento da Filosofia”.


(p.30-38) ARANHA, Filosofando. Capitulo 3 “Nascimento da Filosofia” (p.36-43)
UNIP – HPF – Professora Carolina Freire de C. de Carvalho [NOTAS DE AULA]

Durante Muito tempo considerou-se que a Filosofia nascera por transformações que os
gregos operaram na sabedoria oriental (egípcia, persa, caldéia, fenícia e babilônica).
Assim, filósofos como Platão e Aristóteles afirmavam a origem oriental da Filosofia.

- Os gregos, povo navegante e comerciante, descobriram em suas viagens a


agrimensura, a astrologia, as genealogias, os mistérios de purificação religiosos orientais
referentes aos rituais de purificação da alma, etc.....

- A Filosofia teria nascido pelas transformações que os gregos impuseram a esses


conhecimentos:

da ARIIMENSURA surgiram 2 ciências: ARITMÉTICA E GEOMETRIA;

Da ASTROLOGIA surgiram 2 ciências: ASTRONOMIA e METEROLOGIA;

Da GENEALOGIA: a HISTÓRIA;

Dos mistérios religiosos da purificação: a PSICOLOGIA;

TODOS ESSES CONHECIMENTOS, PROPRIAMENTE GREGOS, TERIAM PROPICIADO O


APAREIMENTO DA FILOSOFIA, E ESTA SÓ PODERIA NASCER GRAÇAS AO SABER ORIENTAL!!!

A idéia de um filiação oriental da Filosofia foi muito defendida 8 séculos depois de seu
nascimento (durante os séculos II e III d.C.), no período do Império Romano.

Quem defendia? Pensadores judaicos (Filo de Alexandria) e pensadores cristãos ou os primeiros


padres cristãos.

Pq? A Filosofia Grega tornara-se, em toda a antiguidade clássica, e para os romanos, a forma
superior ou mais elevada do pensamento moral.

Judeus: para valorizar seu pensamento, desejam que a Filosofia tivesse uma origem oriental,
dizendo que Platão tinha surgido no Egito, onde também se originara Moíses – ligação da Bíblia
com a Filosofia Grega;

Cristãos: queriam mostrar ensinamentos de Jesus eram elevados e perfeitos, que não eram
supersticiosos nem primitivos. Gregos filiados a correntes de pensamento mítico e oriental.
Cristianismo uma religião oriental.

Referência: CHAUÍ, Convite à filosofia. Unidade I, Capítulo 2 “O Nascimento da Filosofia”.


(p.30-38) ARANHA, Filosofando. Capitulo 3 “Nascimento da Filosofia” (p.36-43)
UNIP – HPF – Professora Carolina Freire de C. de Carvalho [NOTAS DE AULA]

Nem todos aceitaram a tese chamada “orientalista” da Filosofia, e muitos no século


XIX, passaram a falar da Filosofia como ‘Milagre Grego”:

MILAGRE:

• Que a Filosofia surgiu inesperada e espantosamente na Grécia, sem que nada


anterior a preparasse;
• Que a Filosofia grega foi um acontecimento espontâneo, único e sem par;
• Que os gregos foram um povo excepcional, sem nenhum outros semelhante
a eles, nem antes, nem depois deles e, por isso, somente eles poderiam ter
sido capazes de criar a Filosofia, como foram os únicos a criar as ciências e
dar às artes uma elevação que nenhum outro povo conseguiu.

Nem Oriental, nem Milagre........

Desde o final do século XIX e durante o Sec. XX diversos estudos corrigiram os exageros das 2
teses: Oriental e Milagre.....

Retirados os exageros do orientalismo, percebe-se, de fato, que a Filosofia tem dívidas com a
sabedoria dos orientais (não só pelas viagens, mas também porque 2 maiores formadores de
cultura Homero (Odisséia) e Hesíodo encontraram nos mitos e nas religiões dos povos orientais,
elementos para formar a mitologia grega, que depois seria TRANSFORMADA RACIONALMENTE
pelos filósofos.

Hoje: mitos, cultos, organização social, instrumentos musicais, dança, poesia, utensílios
domésticos, formas de habitação dos gregos foram resultados de contatos profundos com as
culturas mais avançadas no Oriente e com a herança deixada pelas culturas que antecederam a
grega nas regiões onde ela se implantou!

Tirando os exageros da idéia de “milagre grego”, podemos ver o que havia de verdadeiro nesta
tese. Os gregos imprimiram grandes mudanças de qualidade muito profundas no que receberam
do Oriente e das culturas preexistentes.

4 grandes mudanças que nos darão idéia de ORIGINALIDADE:

1) Com relação aos mitos: retiraram aspectos apavorantes e monstruosos dos deuses e do
início do mundo, humanizaram os deuses, divinizaram os homens, deram racionalidade
a narrativas sobre as origens das coisas, dos homens, das instituições humanas
(trabalho, leis, moral);

2) Com relação aos conhecimentos: os gregos transformaram em ciência (conhecimento


abstrato, racional e universal) aquilo que eram elementos de uma sabedoria prática e
para uso direto da vida;

Referência: CHAUÍ, Convite à filosofia. Unidade I, Capítulo 2 “O Nascimento da Filosofia”.


(p.30-38) ARANHA, Filosofando. Capitulo 3 “Nascimento da Filosofia” (p.36-43)
UNIP – HPF – Professora Carolina Freire de C. de Carvalho [NOTAS DE AULA]

3) Com relação à organização social e política: os gregos não inventaram apenas a ciência
e a filosofia, mas inventaram a política. Antes era autoridade e governo. Separaram
poder público de poder privado, poder público e poder religioso.

4) Com relação ao pensamento: inventaram a razão como um pensamento sistemático que


segue necessariamente regras, normas, leis universais.

Referência: CHAUÍ, Convite à filosofia. Unidade I, Capítulo 2 “O Nascimento da Filosofia”.


(p.30-38) ARANHA, Filosofando. Capitulo 3 “Nascimento da Filosofia” (p.36-43)

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