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– 1º. Ano
BIBLIOGRAFIA:
CHAUI, Marilena. Introdução à Filosofia. São Paulo: Ática, 2010.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia. São Paulo: Saraiva
ARANHA, MARIA L. A. Filosofando – introdução à filosofia. São Paulo: Moderna.
GALLO, Silvio; KOHAN, Walter (org.). Filosofia no ensino médio. Petrópolis/RJ: Vozes, 2000.
A duas
palavra “filosofia”, de origem grega, é composta de
outras: Philo e Sophia. Philo quer dizer “aquele
ou aquela que tem um sentimento amigável”, deriva
de philia que significa “amizade e amor
fraterno”. Sophia quer dizer “sabedoria” e dela vem a
palavra sophós, sábio.
Filosofia significa, portanto, “amizade pela sabedoria”
ou “amor e respeito pelo saber”. Filósofo: o que ama ser
sábio, que é amigo do sábio ou tem amizade pelo saber,
deseja ser sábio. Assim, filosofia indica a disposição
interior de quem estima o saber, ou o estado de espírito
da pessoa que deseja o conhecimento, o procura e o
respeita.
Atribui-se ao filósofo grego Pitágoras
de Samos a invenção da palavra filosofia.
Pitágoras teria afirmado que a sabedoria
plena e completa pertence aos deuses,
mas que os homens podem desejá-lo ou
amá-la, tornando-se filósofos.
Dizia Pitágoras que três tipos de
pessoas compareciam aos jogos
olímpicos (a festa pública mais importante
da Grécia): 1) As que iam para comerciar durante os
jogos, ali estando apenas para satisfazer a própria cobiça,
sem se interessar pelos torneios; 2) As que iam
para competir e brilhar, isto é, os atletas e artistas (pois
durante os jogos também havia competições artísticas de
dança, poesia, música e teatro); e 3) As que iam
para assistir aos jogos e torneios, para avaliar o
desempenho e julgar o valor dos que ali se apresentavam.
Esse terceiro tipo de pessoa, dizia Pitágoras, é como o
filósofo.
Com isso, Pitágoras queria dizer que o filósofo não é
movido por interesses comerciais ou financeiros – não
coloca o saber como propriedade sua, como uma coisa
para ser comprada e vendida no mercado; também não é
movido pelo desejo de competir -, não é um “atleta
intelectual”, não faz das ideias e dos conhecimentos uma
habilidade para vencer competidores; e, sim, é movido
pelo desejo de observar, comtemplar, julgar e avaliar as
coisas, as ações, as pessoas, os acontecimentos, a vida;
em resumo, é movido pelo desejo de saber. A verdade
não pertence a ninguém (para ser comerciada) nem é um
premio conquistado por competição. Ela está diante de
todos nós como algo a ser procurado e é encontrada por
todos aqueles que a desejarem, que tiverem olhos para
vê-la e coragem para buscá-la.
A filosofia surgiu quando alguns gregos, admirados
e espantados com a realidade, insatisfeitos com as
explicações que a tradição lhes dera, começaram a fazer
perguntas e buscar respostas para elas, demonstrando
que o mundo e os seres humanos, os acontecimentos
naturais e as coisas da natureza, os acontecimentos
humanos e as ações dos seres humanos podem ser
conhecidos pela razão humana, e que a própria razão é
capaz de conhecer-se a si mesma.
Em suma, a filosofia surgiu quando alguns
pensadores gregos se deram conta de que a verdade do
mundo e dos humanos não era algo secreto e misterioso
que precisasse ser revelado por divindades a alguns
escolhidos, mas que, ao contrário, podia ser conhecida
por todos por meio das operações mentais de raciocínio,
que são as mesmas em todos os seres humanos. Esses
pensadores descobriram também que a linguagem
respeita as exigências do pensamento e que, por esse
motivo, os conhecimentos verdadeiros podem ser
transmitidos e ensinados a todos.
Deus Deus
Função ou Característica
Grego Romano
Pai dos deuses e dos homens, principal
Zeus Júpiter
deus do Olimpo.
Deus do tempo, pai de Zeus. Pertencia à
Cronos Saturno
raça dos titãs.
Hera Juno Rainha dos deuses, esposa de Zeus.
Artista do Olimpo, fazia os raios que Zeus
Hefesto Vulcano lançava sobre os mortais. Filho de Zeus e
Hera.
Poseidon Netuno Senhor do oceano, irmão de Zeus.
Senhor do reino dos mortos, irmão de
Hades Plutão
Zeus.
Ares Marte Deus da guerra, filho de Zeus e Hera.
Deus do sol, da arte de atirar com o arco,
Apolo Febo da música e da profecia. Filho de Zeus e
Latona.
Artemis Diana Deusa da caça e da lua, irmã de Apolo.
Deus da beleza e do amor, nasceu das
Afrodite Vênus
espumas do mar.
Eros Cupido Deus do amor, filho de Vênus.
Deusa da sabedoria, nasceu da cabeça de
Atena Minerva
Zeus.
Deus da destreza e da habilidade, cultuado
Hermes Mercúrio pelos comerciantes. Filho e mensageiro de
Zeus.
Deméter Ceres Deusa da agricultura, filha de Cronos e
Ops.
QUESTÕES:
Relembrando...
A nossa sociedade construiu ao longo de séculos um
conjunto de regras e valores que determinaram o
comportamento dos indivíduos, para que haja condições
de convivência comum.
Segundo Aranha; Martins, 1986, p. 303, “exterior e
anterior ao indivíduo, há uma moral constituída, que
orienta seu comportamento por meio de normas. Em
função da adequação ou não à norma estabelecida, o ato
será considerado moral ou imoral.” Desta forma, podemos
considerar que a organização social depende deste
conjunto de normas para se estabelecer. Segundo as
autoras o ser humano é capaz de produzir interdições.
Com a passagem da natureza à cultura, os usos e
costumes são produzidos passam a ser regulamentados
pelas leis, desta forma, surge à moral para garantir a boa
convivência entre os indivíduos.
Fazendo um contraponto com a imagem apresentada
acima, sobre a evolução do homem, podemos dizer que
sempre existiram relações de poder entre os homens
desde o início da humanidade.
Vamos recordar as questões levantadas na
problematização:
1.Que tipo de valores você percebe no mundo que o
cerca? Você concorda com eles?
2.O que é caráter histórico-social da moral e o caráter
pessoal? O que é moral?
3.Quais as relações entre a filosofia, a moral e a ética?
4.Como situa o mundo político na atualidade em relação
aos conceitos de moral e ética?
Atividade 2:
Observando os costumes, percebemos que estamos
sempre olhando as pessoas e as coisas avaliando,
emitindo juízos de valor sobre cada situação. Professor!
Passe no quadro de giz as seguintes questões para a
discussão, de preferências em grupos:
1.Com base em que valores julgam o que acontece ao
seu lado?
2.Quais são os valores que predominam em sua
comunidade? Você concorda com eles, discorda, por
quê?
3.Pelas discussões anteriores percebemos que os
valores morais variam de uma sociedade para outra e
de uma época para outra. O que é moral para você?
4.Existem ou não valores morais válidos para todos os
homens?
5.Como justificar a classificação das ações em
moralmente corretas ou incorretas, justas ou injustas,
boas ou más?
A partir destes questionamentos, solicite que se
organizem em grupos de até 5 alunos para discutirem as
questões, anotarem a síntese e apresentar para a turma
após 20 minutos de discussão. Vamos ouvir a fala dos
estudantes e ao final organizar uma sintese integradora
das atividades até o presente.
SUGESTÃO: Outra atividade interessante é a organização
de um glossário de termos que os estudantes irão se
apropriar ao longo das aulas de Filosofia. Para esta
atividade, sugerimos a visita a sites que disponibilizam
glossários on-line, onde os estudantes poderão conhecer
a sua organização para que se organizem. Este glossário
pode ser realizado no caderno do aluno, no final das
páginas. Em um edital na sala, onde vão se
acrescentando palavras a medida que descobrem o seu
significado filosófico, ou mesmo on-line, usando
servidores de escrita colaborativa (maiores informações
em http://portaldoprofessor.mec.gov.br/links_interacao.htm
l?categoria=204)
DICIONÁRIO ESCOLAR DE FILOSOFIA. Disponível
em: http://www.defnarede.com/ acessado em 11/04/2010.
Passe no quadro de giz a citação abaixo para discussão:
O aumento do grau de consciência e de liberdade, e,
portanto de responsabilidade pessoal no comportamento
moral, introduz um elemento contraditório que irá o tempo
todo, angustiar o homem: a moral, ao mesmo tempo em
que é um conjunto de regras que determina como deve
ser o comportamento dos indivíduos de um grupo, é
também a livre e consciente aceitação das normas.
(ARANHA; MARTINS, 1986, p. 304)
Percebemos que uma atitude somente será moral se
estiver de acordo com nossa opinião, nossas idéias,
nossa aceitação pessoal da norma. Somente livres
poderemos agir de acordo com nossa consciência, com
responsabilidade nas decisões tomadas. Este é o caráter
pessoal da moral. Quando nos referimos ao caráter social
e pessoal da moral, poderemos agir de acordo com o
dogmatismo ou legalismo (ARANHA; MARTINS, 1986, p.
304), fortalecendo a lei, mas ao mesmo tempo, incutindo
nas pessoas o medo a não-observância da lei. Se
aceitarmos o individualismo, corremos o risco em não
haver mais a moral, uma vez cada ser humano poderá
impor seus desejos e vontades, ou seja, na ausência de
princípios.
A partir do momento que o homem passa a viver no
mundo moralmente estruturado, este deve se apropriar de
uma consciência moral, orientando suas escolhas e seu
discernimento. O agir humano é caracterizado pela
capacidade de antecipar-se ao resultado a ser alcançado,
tornando o ato moral propriamente voluntário. Neste
sentido o ser humano possui o desejo e a vontade. Sendo
o desejo algo natural do ser humano, mas deve ser
controlado, para que não seja negada a moral.
A complexidade do ato moral reside no fato que ele
provoca efeitos não só na vontade, mas naqueles que a
cercam e na própria sociedade como um todo [...] para
que um ato seja considerado moral, ele deve ser livre,
consciente, intencional, mas também é preciso que não
seja um ato solitário. (ARANHA; MARTINS, 1986, p. 307)
Para ilustrar o texto apresentado, vamos ouvir este
áudio do Portal do Professor:
1.Recurso: Temas recorrentes na literatura: corrupção e
ética: parte 1 [Categorias Literárias] ·
2.Objetivo do recurso: Abordar o descompasso da
evolução técnica e científica em relação à evolução
moral e ética. Propor reflexão crítica sobre a temática.
Relacionar literatura, aspectos gramaticais e processo
histórico.
3.Link: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/
fichaTecnica.html?id=9970
Reproduzimos o texto “O novo manifestado” publicada em
Vida Urbana de Lima Barreto:
Eu também sou candidato a deputado. Nada mais justo.
Primeiro: eu não pretendo fazer coisa alguma pela pátria,
pela família, pela humanidade. Um deputado que quisesse
fazer qualquer coisa dessas, ver-se-ia bambo, pois teria,
certamente, os duzentos e tantos espíritos dos seus
colegas contra ele. Contra as suas idéias levantar-se-iam
duas centenas de pessoas do mais profundo bom senso.
Assim, para poder fazer alguma coisa útil, não fará coisa
alguma, a não ser receber o subsídio. Eis aí em que vai
consistir o máximo da minha ação parlamentar, caso o
preclaro eleitorado sufrague o meu nome nas urnas.
Recebendo os três contos mensais, darei mais conforto à
mulher e aos filhos, ficando mais generoso nas facadas
aos amigos. Desde que minha mulher e os meus filhos
passem melhor de cama, mesa e roupas, a humanidade
ganha. Ganha, porque, sendo eles parcelas da
humanidade, a sua situação melhorando, essa melhoria
reflete sobre o todo de que fazem parte. Concordarão os
nossos leitores e prováveis eleitores, que o meu propósito
é lógico e as razões apontadas para justificar a minha
candidatura são bastante ponderosas. De resto, acresce
que nada sei da história social, política e intelectual do
país; que nada sei da sua geografia; que nada entendo de
ciências sociais e próximas, para que o nobre eleitorado
veja bem que vou dar um excelente deputado. Há ainda
um poderoso motivo, que, na minha consciência, pesa
para dar este cansado passo de vir solicitar dos meus
compatriotas atenção para o meu obscuro nome. Ando
mal vestido e tenho uma grande vocação para elegâncias.
O subsídio, meus senhores, viria dar-me elementos para
realizar essa minha velha aspiração de emparelhar-me
com a deschanelesca elegância do senhor Carlos Peixoto.
Confesso também que, quando passo pela Rua do
Passeio e outras do Catete, alta noite, a minha modesta
vagabundagem é atraída para certas casas cheias de
luzes, com carros e automóveis à porta, janelas com
cortinas ricas, de onde jorram gargalhadas femininas,
mais ou menos falsas. Um tal espetáculo é por demais
tentador, para a minha imaginação; e, eu desejo ser
deputado para gozar esse paraíso de Maomé sem passar
pela algidez da sepultura. Razões tão ponderosas e
justas, creio, até agora, nenhum candidato apresentou, e
espero da clarividência dos homens livres e orientados o
sufrágio do meu humilde nome, para ocupar uma cadeira
de deputado, por qualquer Estado, província, ou emirado,
porque, nesse ponto, não faço questão alguma. Às urnas.
Correio da Noite, Rio, 16-1-1915.
FONTE: WIKISOURCE. O novo manifesto. Disponível
em: http://pt.wikisource.org/wiki/O_novo_manifesto acessa
do em 27/03/2010
Atividade 3:
ROTEIRO DE DISCUSSÃO:
1.Qual o tema apresentado no áudio?
2.Através da literatura o autor apresenta situações
práticas de ética e moral. Quais as conclusões que
podemos tirar deste recurso?
3.Por que há um descompasso entre a evolução técnica
e científica em relação à evolução moral e ética?
A partir das discussões levem os estudantes perceberem
que a consciência moral é a faculdade de observar a
própria conduta e formular juízos sobre os atos passados,
presentes e as intenções futuras. Na filosofia prática, a
ética busca aplicar o conhecimento sobre o ser para
construir aquilo que deve ser.
CATARSE:
Atividade 4:
Momento em que o aluno se aproxima da solução do
problema. É quando o conteúdo empírico se torna
científico. Elaboração teórica da síntese, da nova postura
mental. Para que o estudante expresse o pensamento
elaborado, deverá produzir um texto dissertativo sobre o
tema proposto na aula, onde deverá constar:
1.O conceito de moral, de ética, a característica do ato
voluntário. A organização das sociedades em função
da moral e da ética. A moral no tempo e no
espaço.
2.Na evolução da sociedade humana o homem vem
construindo diferentes pontos de vista sobre a moral e
a ética: como o estudante percebe isto no modo de
viver das pessoas, no conceito de liberdade, nas
relações de poder.
PRÁTICA SOCIAL FINAL DO CONTEÚDO:
Atividade 5:
1.Após as discussões sugerimos que os estudantes
passem a observar a comunidade em que vivem,
analisando as concepções de moral e ética. Se
possível, entrevistem diferentes pessoas, inclusive da
comunidade escolar para saber o que pensam ser a
moral e a ética.
2.Propomos a construção de um glossário on-line ou em
um painel (cartazes) na sala de aula, de termos
utilizados nesta série de aulas sobre ética. Estes
termos podem ser ilustrados com desenhos, charges,
histórias em quadrinhos, casos pitorescos... Desta
forma todos podem ter acesso a este material e
compreender as idéias apresentadas.
REFERÊNCIAS:
ARANHA, M. L. de A; MARTINS, M. H.
P. Filosofando: introdução à Filosofia. São Paulo:
Moderna, 1986.
COTRIN, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: ser, saber
e fazer. São Paulo: Saraiva, 1999.
DREHER, Edmundo H. Saber pensar. São Paulo: Ed.
Champagnat, 1992
LAW, Stephen. Guia Ilustrado Zahar: Filosofia. Rio de
Janeiro: Zahar, 2009.
Recursos Complementares
“Como Sócrates é o fundador da ciência em geral,
mediante a doutrina do conceito, assim é o fundador, em
particular da ciência moral, mediante a doutrina de que
eticidade significa racionalidade, ação racional. Virtude é
inteligência, razão, ciência, não sentimento, rotina,
costume, tradição, lei positiva, opinião comum. Tudo isto
tem que ser criticado, superado, subindo até à razão, não
descendo até à animalidade - como ensinavam os
sofistas. É sabido que Sócrates levava a importância da
razão para a ação moral até àquele intelectualismo que,
identificando conhecimento e virtude - bem como
ignorância e vício - tornava impossível o livre arbítrio.”
Fonte: MUNDO DOS FILÓSOFOS. Sócrates. Disponível
em: http://www.mundodosfilosofos.com.br/socrates.htm ac
essado em 28/03/2010.
Avaliação
A avaliação será realizada durante as aulas, através da
participação dos estudantes, mediante suas produções,
onde deverão expressar o seu entendimento sobre os
seguintes critérios:
1.Compreender o caráter histórico-social da moral e o
caráter pessoal, se posicionando filosoficamente, com
argumentos convincentes. ·
2.Estabelecer relações da moral com a ética,
compreendendo os conceitos à luz da filosofia.
Refletir, com base no texto "O novo manifesto", de
Lima Barreto, do início do século XX, sobre a
realidade do mundo político de hoje