Você está na página 1de 3

1º ANO FILOSOFIA

TEXTO 01.

A ORIGEM DA FILOSOFIA

A PALAVRA FILOSOFIA

- A palavra “filosofia”, de origem grega, é composta de duas outras: Philo e Sophia. Philo quer dizer “aquele ou aquela que tem
um sentimento amigável”, deriva de philia que significa “amizade e amor fraterno”. Sophia quer dizer “sabedoria” e dela vem a
palavra sophós, sábio. Filosofia significa, portanto, “amizade pela sabedoria” ou “amor e respeito pelo saber”.

Filósofo: o que ama ser sábio, que é amigo do sábio ou tem amizade pelo saber, deseja ser sábio.

Pitágoras: Atribui-se ao filósofo grego Pitágoras de Samos a invenção da palavra filosofia. Pitágoras teria afirmado que a
sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas que os homens podem desejá-lo ou amá-la, tornando-se filósofos.

Surgimento da Filosofia:

A filosofia surgiu quando alguns gregos, admirados e espantados com a realidade, insatisfeitos com as explicações que a tradição
lhes dera, começaram a fazer perguntas e buscar respostas para elas, demonstrando que o mundo pode ser conhecido pela
razão humana, e que a própria razão é capaz de conhecer-se a si mesma.

- Em suma, a filosofia surgiu quando alguns pensadores gregos se deram conta de que a verdade do mundo e dos humanos não
era algo secreto e misterioso que precisasse ser revelado por divindades a alguns escolhidos, mas que, ao contrário, podia ser
conhecida por todos por meio das operações mentais de raciocínio, que são as mesmas em todos os seres humanos.

O NASCIMENTO DA FILOSOFIA

Os historiadores da filosofia dizem que ela possui data e local de nascimento: final do século VII a.C e inicio do século VI a.C , nas
colônias gregas da Ásia menor, na cidade de Mileto. E o primeiro filósofo foi Tales de Mileto.

Além de possuir data e local de nascimento e de possuir o seu primeiro autor, a filosofia também possui um conteúdo preciso ao
nascer: é uma cosmologia: conhecimento racional da ordem do mundo ou da natureza.

CONDIÇÕES HISTÓRICAS PARA O SURGIMENTO DA FILOSOFIA

PODEMOS APONTAR COMO PRINCIPAIS CONDIÇÕES HISTÓRICAS PARA O SURGIMENTO DA FILOSOFIA NA GRÉCIA:

1) As viagens marítimas: que permitiram aos gregos descobrir que os locais que os mitos diziam habitados por deuses, titãs e
heróis eram, na verdade, habitados por outros seres humanos; e que as regiões dos mares que os mitos diziam habitados por
monstros e seres fabulosos não possuíam nem monstros nem seres fabulosos. As viagens produziram o desencantamento ou a
desmitificação do mundo, que passou, assim, a exigir uma explicação sobre a origem, explicação que o mito já não poderia
oferecer;

2) A invenção do calendário: que é uma forma de calcular o tempo segundo as estações do ano, as horas do dia, os fatos
importantes que se repetem, revelando, com isso, uma capacidade de abstração nova ou uma percepção do tempo como algo
natural e não como uma força divina incompreensível.

3) A invenção da moeda: que permitiu uma forma de troca que não se realiza como escambo ou em espécie (isto é, coisas
trocadas por outras coisas) e sim uma troca abstrata, uma troca feita pelo cálculo do valor semelhante das coisas diferentes,
revelando, portanto, uma nova capacidade de abstração e de generalização;

4) O surgimento da vida urbana: com predomínio do comércio e do artesanato, dando desenvolvimento a técnicas de fabricação e
de troca, e diminuindo o prestígio das famílias aristocráticas proprietárias de terras, por quem e para quem os mitos foram criados;
além disso, o surgimento de uma classe de comerciantes ricos, que precisava encontrar pontos de poder e de prestígio para
suplantar o velho poderio da aristocracia de terras e de sangue (as linhagens constituídas pelas famílias), fez com que essa nova
classe social procurasse o prestígio pelo patrocínio e estímulo às artes, às técnicas e aos conhecimentos, favorecendo uma
ambiente onde a filosofia poderia surgir;
5) A invenção da escrita alfabética: que, com a do calendário e da moeda, revela o crescimento da capacidade de abstração e de
generalização, uma vez que a escrita alfabética ou fonética, diferentemente de outras escritas – como, por exemplo, os hieróglifos
dos egípcios ou os ideogramas dos chineses - supõe que não se represente uma imagem da coisa que está sendo dita, e sim se
ofereça um sinal ou signo abstrato (uma palavra) dela. Além disso, enquanto nas outras escritas, para cada sinal corresponde
uma coisa ou ideia, na escrita alfabética ou fonética as letras são independentes e podem ser combinadas de formas variadas em
palavras e estas podem ser distribuídas de formas variadas para exprimir ideias. Ou seja, nas outras escritas, o signo representa
a coisa assinalada, enquanto na escrita alfabética a palavra designa uma coisa e exprime uma ideia. Nas outras escritas, há a
tendência a sacralizar os sinais e os signos, ou a lhes dar um caráter mágico, enquanto a escrita alfabética é inteiramente leiga
abstrata, racional e usada por todos;

6. O surgimento de um espaço político, que faz aparecer um novo tipo de palavra ou de discurso, diferente daquele que era
proferido pelo mito. Neste, um poeta-vidente, que recebia das deusas ligadas à memória ( a deusa Mnemosyne, mãe das Musas
que guiavam o poeta) uma iluminação misteriosa ou uma revelação sobrenatural, dizia aos homens quais eram as decisões dos
deuses a quem eles deveriam obedecer. Agora, com a pólis, isto é, a cidade política, surge a palavra como direito de cada
cidadão de emitir em público sua opinião, discuti-la com os outros, persuadi-los a tomar uma decisão proposta por ele, de tal
modo que surge o discurso político como palavra humana compartilhada, como diálogo, discussão e deliberação humana, isto é,
como decisão racional e exposição dos motivos ou das razoes para fazer ou não fazer alguma coisa. A política, ao valorizar o
humano, o pensamento, a discussão, a persuasão e a decisão racional, valorizou o pensamento racional e criou condições para
que surgisse o discurso ou a palavra filosófica.

ATITUDE FILOSÓFICA

- A filosofia é uma forma de pensar acerca de certas questões. A sua característica fundamental é o uso de argumentos lógicos.
A reflexão é a origem da Filosofia, porque filosofar é, na verdade, refletir (pensar, raciocinar) sobre os assuntos que desejamos
conhecer e entender.

TEXTO 2
O MITO

É natural do homem questionar tudo e todos. Alguns chegam mesmo a serem chatos de tanto que questionam as coisas. A
reflexão, porém, sempre esteve presente na trajetória humana. Até o final do século VIII a.C., a mitologia era a principal
explicação para a realidade existente sobre a terra.

A partir do momento em que o homem começou a meditar sobre o funcionamento do universo, da vida e a buscar explicações
racionais para o mundo, damos os primeiros passos para o surgimento da filosofia.
O mito era considerado uma história sagrada, narrada pelo rapsodo - que supostamente era a pessoa escolhida pelos deuses
para transmitir oralmente as narrativas.

Cosmogonia e Teogonia

Os mitos narram à origem das coisas (origem do fogo, do vento, da água, das plantas, dos animais do homem, etc.), por meio de
eventos sobrenaturais. Podem retratar combates, uniões e matrimônios entre seres fabulosos, que tem o domínio das forças da
natureza e governam o mundo e o destino de tudo que a nele. Os mitos sobre a origem do mundo são denominados como
Cosmogonia e Teogonia.

O termo gonia vem do grego e quer dizer nascimento, geração ou descendência. Cosmos quer dizer ordem, organização, beleza
ou harmonia. Sendo assim a Cosmogonia é uma narrativa que relata o nascimento e a evolução do mundo a partir de forças
geradoras. Teogonia também vem do grego, em que Theos significa deus ou deuses. Sendo assim a Teogonia é a narração da
origem dos deuses a partir das forças geradoras.

Você também pode gostar