A Filosofia Antiga refere-se ao período de surgimento da filosofia grega no

século VII a.C. Ela surge como uma necessidade de explicar o mundo de uma nova
maneira, buscando respostas racionais para a origem das coisas, os fenômenos
naturais, a existência e a racionalidade humana. O termo "filosofia" vem do
grego e significa "amor ao saber", ou seja, a busca pela sabedoria.
Inicialmente, a filosofia estava intimamente relacionada à religião, com
inspiração nos mitos e crenças. Gradualmente, o pensamento mítico deu lugar ao
pensamento racional, conhecido como "logos".

O surgimento da filosofia antiga está relacionado à organização das cidades-

estados gregas, conhecidas como polis. Essa nova estrutura social foi
fundamental para a valorização da razão e o desenvolvimento do pensamento
filosófico. As discussões que ocorriam nas praças públicas, aliadas ao poder da
palavra e da razão (logos), contribuíram para o surgimento da democracia.

A filosofia grega antiga é dividida em três períodos principais:

1. Período Pré-socrático (séculos VII a V a.C.): corresponde aos primeiros

filósofos gregos que viveram antes de Sócrates. Nesse período, os temas centrais
estavam relacionados à natureza, destacando-se filósofos como Tales de Mileto,
Anaximandro e Anaxímenes.

2. Período Socrático (séculos V a IV a.C.): também conhecido como período

clássico, marca o surgimento da democracia na Grécia Antiga. Seu principal
representante foi Sócrates, que se dedicou a refletir sobre o ser humano. Além
de Sócrates, merecem destaque Aristóteles e Platão.

3. Período Helenístico (séculos IV a.C. a VI d.C.): nessa fase, além dos temas
relacionados à natureza e ao ser humano, os estudos estão voltados para a
realização humana por meio das virtudes e da busca da felicidade.

Durante a filosofia antiga, surgiram diversas escolas de pensamento, sendo duas

delas as mais importantes:

1. Escola Jônica: reuniu os primeiros filósofos na cidade de Mileto, localizada

na região da Jônia (atual Turquia). Destacam-se filósofos como Tales de Mileto,
Anaximandro e Anaxímenes.

2. Escola Itálica: desenvolvida no sul da Itália e na Sicília, destacaram-se

filósofos como Parmênides, Zenão, Empédocles e Górgias.

Além dessas escolas, diversos filósofos deixaram contribuições significativas

para a filosofia antiga. Alguns dos principais são:

- Tales de Mileto: considerado o "Pai da Filosofia", propôs que a água era a

substância primordial de todas as coisas.
- Anaximandro: discípulo de Tales, buscou o elemento fundamental de todas as
coisas, chamado de "ápeiron".
- Anaxímenes

: discípulo de Anaximandro, considerou o ar como a substância primordial que

origina todas as coisas.
- Pitágoras: relacionou a origem de todas as coisas aos números, sendo suas
ideias essenciais para a filosofia e a matemática.
- Heráclito: afirmou que tudo está em constante mudança, com o fogo como
elemento essencial da natureza.
- Parmênides: refletiu sobre o ser, a razão e a lógica, defendendo que "o ser é
e o não ser não é".
- Zenão de Eleia: discípulo de Parmênides, propôs paradoxos que questionavam a
noção de movimento.
- Empédocles: defendeu a existência dos quatro elementos naturais (ar, água,
fogo e terra) e os princípios do amor e ódio.
- Demócrito: criador do conceito de Atomismo, afirmou que a realidade era
composta por partículas indivisíveis chamadas átomos.
- Protágoras: sofista conhecido por sua célebre frase "O homem é a medida de
todas as coisas", contribuiu para ideias associadas ao subjetivismo.
- Górgias: um dos maiores oradores da Grécia antiga, seguiu o subjetivismo de
Protágoras e defendeu um ceticismo absoluto.
- Sócrates: um dos maiores filósofos da Grécia antiga, concentrou-se no
autoconhecimento e desenvolveu diálogos críticos.
- Platão: discípulo de Sócrates, escreveu sobre as ideias de seu mestre e
desenvolveu a "Teoria das Ideias".

Esses filósofos e muitos outros contribuíram para a formação do pensamento

filosófico na Antiguidade, deixando um legado que continua a influenciar a
filosofia contemporânea. [1]