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O MITO
A COSMOGONIA
A MITOLOGIA
Quem narra é a deusa, a musa, e isso está bem claro na passagem. É isso que faz
com que o mito seja tão respeitado, à semelhança da Bíblia, escrita por homens e
inspirada por Deus, e é esse o motivo pelo qual somente a confluência de uma série
de fatores históricos, no seu conjunto, permitiu que essa forma de explicação de
mundo fosse questionada com eficácia no imaginário grego. A guerra de Tróia, por
exemplo, ocorre por causa de intrigas entre os deuses e deusas do Olimpo, e seu
desfecho, a queda das muralhas, foi decidido pelo príncipe troiano Páris, antes sequer
dos conflitos terem início. A idéia de um destino imutável e controlado pelos deuses é
uma das estruturas lógicas presentes nas explicações míticas. O processo de
ordenamento do mundo também é explicado, lembrando que para o grego não existe
criação, pois tudo que existe sempre existiu. O surgimento ou domínio de alguns
instrumentos ou técnicas, como o uso do fogo, também estaria explicado nas
narrativas míticas.
Por um longo período, que vai aproximadamente do século VIII ao V a.C, diversas
condições foram amadurecendo e favorecendo o aparecimento e a consolidação de
uma forma mais racional de compreensão da realidade e dos próprios seres humanos.
É sempre importante lembrar que não há uma ruptura entre o mito e o pensamento
filosófico, visto que os mitos continuam presentes na vida de grande parte da
população, ao passo que a filosofia, no começo, era prática de poucos, extremamente
elitizada que era. Dentre os principais fatores históricos que, na sua confluência,
resultaram em um maior espaço para a aparição de explicações racionais, seguem-se
os mais relevantes.
- A INVENÇÃO DA MOEDA, que permitiu uma forma de troca que não se realizava
através das coisas concretas ou dos objetos concretos trocados por semelhantes, mas
uma troca abstrata, uma troca feita pelo cálculo do valor semelhante das coisas
diferentes, revelando, portanto, uma nova capacidade de abstração e de
generalização;
A COSMOLOGIA
Exercícios propostos:
I - Uma corrente de pensamento afirma que houve ruptura completa entre mito e
filosofia, tal corrente é a que defende a tese do milagre grego.
II - Outra corrente de pensamento afirma que não houve ruptura completa entre mito e
filosofia, mas certa continuidade, é a que defende a tese do mito noético.
A) I é falsa e II verdadeira.
B) I é verdadeira e II falsa.
C) I e II são verdadeiras.
D) I e II são falsas.
Questões Enem:
QUESTÃO 01:
“Entre os ‘físicos’ da Jônia, o caráter positivo invadiu de chofre a totalidade
do ser. Nada existe que não seja natureza, physis. Os homens, a
divindade, o mundo formam um universo unificado, homogêneo, todo ele
no mesmo plano: são as partes ou os aspectos de uma só e mesma physis
que põem em jogo, por toda parte, as mesmas forças, manifestam a
mesma potência de vida. As vias pelas quais essa physis nasceu,
diversificou-se e organizou-se são perfeitamente acessíveis à inteligência
humana: a natureza não operou ‘no começo’ de maneira diferente de como
o faz ainda, cada dia, quando o fogo seca uma vestimenta molhada ou
quando, num crivo agitado pela mão, as partes mais grossas se isolam e
se reúnem.”
VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego.
Trad. de Ísis Borges B. da Fonseca. 12.ed.
Rio de Janeiro: Difel, 2002. p.110.
O fragmento trará do contexto de surgimento da filosofia. Sobre tal temática, a partir
do fragmento, é possível inferir que
QUESTÃO 02:
“Há, porém, algo de fundamentalmente novo na maneira como os Gregos
puseram a serviço do seu problema último – da origem e essência das
coisas – as observações empíricas que receberam do Oriente e
enriqueceram com as suas próprias, bem como no modo de submeter ao
pensamento teórico e causal o reino dos mitos, fundado na observação das
realidades aparentes do mundo sensível: os mitos sobre o nascimento do
mundo.”
Fonte: JAEGER. W. Paidéia. Tradução de Artur M. Parreira.
3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1995, p. 197.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a relação entre mito e filosofia na Grécia,
é possível inferir que a filosofia
A) em que pese ser considerada como criação dos gregos, se origina no Oriente sob o
influxo da religião e apenas posteriormente chega à Grécia.
B) apresenta uma ruptura radical em relação aos mitos, representando uma nova forma
de pensamento plenamente racional desde as suas origens.
C) apesar de ser pensamento racional, se desvincula dos mitos de forma gradual, sem
rupturas.
D) e mito sempre mantiveram uma relação de interdependência, uma vez que o
pensamento filosófico necessita do mito para se expressar.
E) já estava no mito, uma vez que este buscava respostas para problemas que até hoje
são objeto da pesquisa filosófica.
Exercícios de fixação:
Com efeito, foi pela admiração que os homens começaram a filosofar tanto no
princípio como agora; perplexos, de início, ante as dificuldades mais óbvias,
avançaram pouco a pouco e enunciaram problemas a respeito das maiores,
como os fenômenos da Lua, do Sol e das estrelas, assim como a gênese do
universo. E o homem que é tomado de perplexidade e admiração julga-se
ignorante (por isso o amigo dos mitos é, em certo sentido, um filósofo, pois
também o mito é tecido de maravilhas); portanto, como filosofavam para fugir à
ignorância, é evidente que buscavam a ciência a fim de saber, e não com uma
finalidade utilitária. (ARISTÓTELES. Metafísica. Livro I. Tradução Leonel
Vallandro. Porto Alegre: Globo, 1969. p. 40.)
Com base nos textos acima e nos conhecimentos sobre a origem da filosofia, é correto
afirmar:
01) O mito, como as lendas, é pura fantasia, pois não possui nenhuma coerência
lógica e, por ser dissociado da realidade, não expressa nenhuma forma de verdade.
02) O mistério é um dos componentes do mito: apresenta um enigma a ser decifrado e
expressa o espanto do homem diante do mundo.
04) Uma das funções do mito é fixar os modelos exemplares de todos os ritos e de
todas as atividades humanas significativas. Portanto, o mito é um meio de orientação
das sociedades humanas.
08) O mito é uma intuição compreensiva da realidade, cujas raízes se fundam na
emoção e na afetividade. O mito expressa o que desejamos ou tememos, como somos
atraídos pelas coisas ou como delas nos afastamos.
16) O mito é uma forma predominante de narrativa nas culturas que não conhecem a
escrita. Um de seus objetivos é contar a origem de um grupo humano.
01) A filosofia surgiu na Grécia durante o séc. VI a.C.. Apesar de seu nascimento ser
considerado o “milagre grego”, é conhecida a frequentação de Atenas por outros
sábios que viveram no século VI a.C., como Confúcio e Lao Tse (provenientes da
China), Buda (proveniente da Índia) e Zaratustra (proveniente da Pérsia), fazendo da
filosofia grega uma espécie de comunhão dos saberes da antiguidade.
02) O surgimento da filosofia é coetâneo ao advento da pólis (cidade). Novas
estruturas sociais e políticas permitiram o desenvolvimento de formas de
racionalidade, modificadoras da prática do mito.
04) Por serem os únicos filósofos a praticar a retórica, os sofistas representam,
indiscutivelmente, o ponto mais alto da filosofia clássica grega (séculos V e IV a.C.),
ultrapassando Sócrates, Platão e Aristóteles.
08) Filósofo é aquele que busca certezas sem garantias de possuí-las efetivamente.
Por essa razão, o filósofo deseja o conhecimento do mundo e das práticas humanas
por meio de critérios aproximativos e compartilhados (de aceitação comum), através
do debate.
16) A atividade filosófica pode ser definida, entre outras habilidades, pela capacidade
de generalização e produção de conceitos, encontrando, sob a multiplicidade de
objetos do mundo, relações de semelhança e de identidade.
01) A filosofia é uma atividade que segue a via pedagógica de uma prática escolar, já
que não pode ser apreendida fora da escola.
02) O enunciado relaciona a filosofia com o ato de pensar.
04) O enunciado contradiz a motivação filosófica contida na seguinte afirmativa de
Aristóteles: “Todos os homens têm, por natureza, desejo de conhecer”.
08) Para André Compte-Sponville, quanto antes e com mais intensidade nos
dedicarmos à filosofia, mais cedo estaremos livres dela, pois todo assunto se esgota.
16) A citação do texto afirma que sempre é tarde para começar a filosofar, razão pela
qual a filosofia é uma prática da maturidade científica e o coroamento das ciências.
QUESTÃO 07:
“Mais que saber identificar a natureza das contribuições substantivas dos
primeiros filósofos é fundamental perceber a guinada de atitude que
representam. A proliferação de óticas que deixam de ser endossadas
acriticamente, por força da tradição ou da ‘imposição religiosa’, é o que
mais merece ser destacado entre as propriedades que definem a
filosoficidade.”
OLIVA, Alberto; GUERREIRO, Mario. Pré-socráticos: a invenção da
filosofia.
Campinas: Papirus, 2000. p. 24.
O texto trata de uma “guinada de atitude” presente no início da filosofia, que podemos
sintetizar como sendo
A) a aceitação acrítica das explicações tradicionais relativas aos acontecimentos
naturais.
B) a discussão crítica das idéias e posições, que podem ser modificadas ou
reformuladas.
C) a busca por uma verdade única e inquestionável, que pudesse substituir a verdade
imposta pela religião.
D) a confiança na tradição e na “imposição religiosa” como fundamentos para o
conhecimento.
E) a desconfiança na capacidade da razão em virtude da “proliferação de óticas”
conflitantes entre si.
QUESTÃO 08:
“Há, porém, algo de fundamentalmente novo na maneira como os Gregos
puseram a serviço do seu problema último – da origem e essência das
coisas – as observações empíricas que receberam do Oriente e
enriqueceram com as suas próprias, bem como no modo de submeter ao
pensamento teórico e causal o reino dos mitos, fundado na observação das
realidades aparentes do mundo sensível: os mitos sobre o nascimento do
mundo.”
Fonte: JAEGER. W. Paidéia. Tradução de Artur M. Parreira.
3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1995, p. 197.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a relação entre mito e filosofia,
estabeleça a relação existente entre a filosofia e as viagens empreendidas pelos gregos,
sobretudo em função do comércio e expansão territorial.
QUESTÃO 09:
Leia atentamente o texto e assinale (V) para cada afirmação verdadeira e (F) para
cada afirmação falsa.
“De fato, é no plano político que a Razão, na Grécia, primeiramente se
exprimiu, constituiu-se e formou-se. A experiência social pôde tornar-se
entre os gregos o objeto de reflexão positiva, na cidade, a um debate
público de argumentos. O declínio do mito data do dia em que os primeiros
Sábios puseram em discussão a ordem humana, procurando defini-la em
si mesma, traduzi-la em fórmulas acessíveis à sua inteligência, aplicar-lhe
a norma do número e da medida. Assim se destacou e se definiu um
pensamento propriamente político, exterior à religião, com seu vocabulário,
seus conceitos, seus princípios, suas vistas teóricas. Este pensamento
marcou profundamente a mentalidade do homem antigo; caracteriza uma
civilização que não deixou, enquanto permaneceu viva, de considerar a
vida pública como o coroamento da atividade humana. Para o grego, o
homem não se separa do cidadão; a phrónesis, a reflexão, é o privilégio
dos homens livres que exercem correlatamente sua razão e seus direitos
cívicos. Assim, ao fornecer aos cidadãos o quadro no qual concebiam suas
relações recíprocas, o pensamento político orientou e estabeleceu
simultaneamente os processos de seu espírito nos outros domínios.”
VERNANT, J.-P. As Origens do Pensamento Grego.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1994, p.94-95.
A partir da leitura do fragmento acima, esclareça a relação existente entre a atividade
política que amadureceu na Grécia do período arcaico para o clássico e o surgimento
do pensamento filosófico.
QUESTÃO 10:
“Há, porém, algo de fundamentalmente novo na maneira como os Gregos
puseram a serviço do seu problema último – da origem e essência das
coisas – as observações empíricas que receberam do Oriente e
enriqueceram com as suas próprias, bem como no modo de submeter ao
pensamento teórico e causal o reino dos mitos, fundado na observação das
realidades aparentes do mundo sensível: os mitos sobre o nascimento do
mundo.”
Fonte: JAEGER. W. Paidéia. Tradução de Artur M. Parreira.
3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1995, p. 197.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a relação entre mito e filosofia, o que
podemos afirmar que há de novidade na filosofia, quando comparada com as
explicações míticas?
Modulo 2: Pré-socráticos
PERÍODO COSMOLÓGICO
“Princípio” (arché) não é um termo de Tales (talvez tenha sido introduzido por seu
discípulo Anaximandro, mas alguns pensam numa origem mais tardia), mas é
certamente o termo que indica melhor do que qualquer outro o conceito daquele
quid do qual derivam todas as coisas. Como nota Aristóteles em sua exposição
sobre o pensamento de Tales e dos primeiros físicos, o “princípio” é “aquele do
qual derivam originalmente e no qual se ultimam todos os seres”, é “uma realidade
que permanece idêntica no transmutar-se de suas alterações, ou seja, uma
realidade “que continua a existir imutada, mesmo através do processo gerador de
todas as coisas”. [...] Em suma, o “princípio” pode ser definido como aquilo do qual
provêm, aquilo no qual se concluem e aquilo pelo qual existem e subsistem todas
as coisas. (REALE, G.; ANTISERI, D. 1990, p. 29-30).
“Este cosmos (sentenciou Heráclito), igual para todos, nenhum dos deuses e
nenhum dos homens o fez; sempre foi, e sempre será...”. Ninguém o fez porque
ele é eterno, e, por conseqüência, incriado e imperecível: desprovido de uma
vontade criadora anterior (ou externa) à sua destinação de se reproduzir sempre.
Por isso, este mundo, é indicado como dado, posto aí, diante dos nossos olhos e
dos nossos sentidos, e o que temos a fazer, é buscar compreendê-lo por aquilo
que se mostra. [...] O mundo de fenômenos ao mesmo tempo em que se mostra,
oculta as suas razões. É de sua índole, tanto o se ocultar como também o se
assumir, mediante um aparência ou maquiagem comunicativa, pela qual a
Natureza provoca em nós o desejo de a conhecer.[...] Conhecemos a Natureza
não tanto por aquilo que se mostra, mas principalmente por aquilo que inferimos
sobre ela.. (SPINELLI, M., 1998, p. 193)
Para Heráclito o que comanda a ordem do mundo é a luta, ou melhor, harmonia dos
contrários, a perenidade das coisas que fazem parte da Natureza, seja homem, planta,
animal, mineral ou qualquer outra coisa. O mundo é eterno, assim como a sua ordem,
porém suas partes, aquilo de que ele se constitui está em constante renovo, em um
eterno devir. Em outras palavras, se não existir guerra não há paz, se não existir morte
não há vida nem nascimento, sem a perenidade das coisas tudo seria eterno e posto,
condição que, para Heráclito, é perceptivelmente incoerente com a realidade. A teoria
heraclitiana consiste, então, no estabelecimento de uma lei que rege o cosmos, a de
que tudo é um eterno devir, um vir a ser constante, pois tudo nasce, cresce e morre. O
jovem envelhece, o verde apodrece, tudo está sujeito ao tempo e, assim, a harmonia
dos contrários, já que é por existir os contrários que se tem uma perfeita ordenação da
existência do mundo.
NOTA: Pela maneira como percebia o desenvolvimento natural das coisas, Heráclito
foi considerado o pai da dialética, isto é, via a realidade como um eterno embate entre
opostos, um momento superando o outro.
1 Logos é logos no alfabeto grego e significa pensamento racional, sendo que na filosofia de Heráclito é o
que vai determinar a lei que rege a ordem do mundo.
2 Nomós em grego significa lei, deliberação, governo, princípio regulativo.
Mas ela é detentora (e isso é muito importante de salientado na filosofia de
Heráclito), de uma ciência específica e própria, ou seja, de um saber que, de certo
modo, se esconde por detrás de uma aparência observável, e que cabe ao logos
humano desocultá-la, pela via da observação e da inferência. Esse seu saber é a
sua lei (nomos), e também o seu logos, aquele que “tudo governa”: o pensamento
que governa tudo através de tudo.[...] O logos, em referência ao cosmos,é
expressão dessa articulação, pela qual o cosmos ou o ser pode ser entendido
como uma unidade de contrapostos. (SPINELLI, M., 1998, p. 193 e 195)
Dado que a sua Filosofia da Natureza é uma filosofia das relações, o fogo
(coextensivo do logos) nela se apresenta com elemento constituinte do cosmos e
também como a metáfora mais significativa do seu filosofar.[...] Mas o que
Heráclito observou (talvez diante da lareira), é que o fogo não existe isoladamente
na Natureza, a não ser em Relação: se há fogo, há algo que queima. (SPINELLI,
M., 1998, p. 199 e 200)
Para Heráclito o fogo é algo que, mais que simplesmente constituir, exprime
exatamente a “natureza” do cosmos, pois ele vive da constante mudança, da harmonia
entre contrário, pois a sua vida consiste em destruir algo – o combustível – que se
transforma em fumaça. O fogo retrata bem o que Heráclito quer dizer com guerra e
paz, pois a primeira seria o fogo queimando, destruindo o combustível e o
transformando; já a segunda seria o fogo se apagando, isto é, deixando de queimar, e
por isso deixando de existir. A guerra é a luta entre os contrários que faz com que
exista uma ordem no mundo, a qual o mantém existindo, a paz seria o fim, ou a não
existência, desta luta, uma perpetuidade que acabaria com a ordem e,
conseqüentemente, o mundo.
A IMUTABILIDADE DO SER
Parmênides nasceu em Eléia, hoje Vélia, na Itália por volta de 540 a.C. Foi iniciado
na filosofia pelo pitagórico Ananias e tem-se que foi político ativo e formador de boas
leis para a cidade. Escreveu um poema intitulado Sobre a Natureza, o qual se divide
em três partes: uma primeira que denominaríamos de prólogo, ou seja, uma
introdução, a segunda (da qual teve-se acesso à vários fragmentos) que trata dos
caminhos da verdade; e a terceira (da qual conservam-se apenas fragmentos) que
aborda os caminhos da opinião. Tem-se que a filosofia parmenidiana levanta-se contra
o dualismo pitagórico (ser e não-ser, cheio e vazio,...) e, de acordo com alguns
intérpretes, contra o mobilismo de Heráclito.
Vejamos uma passagem de um poema de Parmênides na qual podemos encontrar
os principais elementos de seu pensamento.
Só nos resta neste momento, uma única via da qual se possa falar: que é. Sobre
ela há um grande número de sinais: que sendo não-gerado é imperecível um todo
inteiro inabalável e sem fim. Jamais foi nem será, porque é todo presente, um e
contínuo. Que origem poder-se-ia atribuir-lhe? Como e de onde cresceria? Não te
permitirei dizer nem pensar que ele possa ter crescido do não-ser; pois não se
pode dizer nem pensar o que não é. Se viesse do nada qual a necessidade o teria
impelido a nascer mais cedo ou mais tarde? Assim, pois, é necessário que ele
seja absolutamente ou não seja. Também a força da convicção jamais concederá
que do não-ente possa nascer algo dele. A justiça não permite por um
afrouxamento de suas amarras, que nasça ou pereça, mas o mantém. Esta
decisão recai sobre a seguinte afirmativa: Ou é ou não é [...]. Como poderia
perecer o ente? Como poderia ser gerado? Pois se nasceu, não é, e também não
é se um dia devesse ser. [...]. Também não é divisível, pois é completamente
idêntico a si mesmo. Nada poderia ser-lhe acrescido o que impediria de conter-se,
nem retirado, pois o ente é todo pleno. Por isso é todo contínuo [...] Idêntico a si
mesmo, em si mesmo repousa, imóvel em seu lugar; pois a poderosa
Necessidade o mantém nos limites de um liame que de todos os lados o encerra,
de tal modo que ao ente está estabelecido como norma não ser inacabado.
Exercícios propostos:
A) naturalistas ou fisicistas.
B) existencialistas.
C) empiristas.
D) espiritualistas.
A) Segundo Heráclito, a realidade do Ser é a imobilidade, uma vez que a luta entre os
opostos neutraliza qualquer possibilidade de movimento.
B) Heráclito concebe o mundo como um eterno devir, isto é, em estado de perene
movimento. Nesse sentido, a imobilidade apresenta-se como uma ilusão.
C) Para Heráclito, a guerra (pólemos) é o princípio regulador da harmonia do mundo.
D) Segundo Heráclito, o um é múltiplo e o múltiplo é um.
Questões Enem:
QUESTÃO 01:
QUESTÃO 02:
Exercícios de Fixação:
Sócrates nasceu em Atenas por volta de 470/469 a.C. e morreu em 399 a.C.
devido a uma condenação, a qual se fundamentou nas acusações de ser corruptor da
juventude e de não acreditar nos deuses da cidade. Era filho de um escultor e de uma
parteira. Nunca escreveu nada, e a maioria do que conhecemos de sua filosofia
chegou-nos por intermédio dos diálogos de Platão, o que acabou por gerar uma
dúvida sobre se Sócrates realmente havia existido ou se seria simples personagem
das obras de Platão. A maioria dos comentadores sérios, no entanto, têm optado pela
primeira possibilidade.
O que se pode perguntar, no entanto, é o seguinte: o que o tornou tão importante
para os estudiosos da filosofia? Por que se tornou um marco, a ponto de
classificarmos todos os que vieram antes dele como Pré-socráticos? A resposta não
envolve, como deve parecer óbvio, somente elementos cronológicos. O período
socrático foi também denominado de antropológico. Analisando a palavra, vemos que
esta é formada por dois radicais gregos: antropo, que vem de anthropos, que se refere
à idéia de homem, e lógico, que deriva de Logos, que significa estudo, razão. Dessa
maneira podemos afirmar que antropologia é o estudo do homem em seus mais
variados aspectos, principalmente cultural e social.
Essa divisão existe na história da Filosofia porque Sócrates mudou o enfoque da
investigação filosófica, não se preocupando em compreender o mundo natural, como
os filósofos que o antecederam, mas procurando conhecer o homem e seu aspecto
social e político, como percebemos na seguinte citação abaixo:
Os naturalistas procuraram responder à seguinte questão: “O que é a natureza ou
a realidade última das coisas?” Sócrates, porém, procura responder à questão: “O
que é a natureza ou realidade última do homem?”, ou seja, o que é a essência do
homem?”. (REALE, G.; ANTISERI, D. 1990, p. 87).
Um dos raciocínios fundamentais feitos por Sócrates para provar essa tese é a
seguinte: uma coisa é o “instrumento” que se usa e outra é o “sujeito” que usa o
instrumento. Ora, o homem usa seu próprio corpo como instrumento, o que
significa que o sujeito, que é o homem, e o instrumento, que é o corpo, são coisas
distintas. Assim, à pergunta “o que é o homem”, não se pode responder que é o
seu corpo, mas sim que é “aquilo que se serve do corpo”. Mas “o que se serve do
corpo é a psyché, a alma (= inteligência) [...] (REALE, G.; ANTISERI, D. 1990, p.
88).
O MÉTODO SOCRÁTICO
NOTA: Todos que se dispunham a dialogar com Sócrates o faziam por vontade
própria, não havia nenhum tipo de insistência ou coação.
Exercícios Propostos:
Com efeito, senhores, temer a morte é o mesmo que se supor sábio quem
não o é, porque é supor que sabe o que não sabe. Ninguém sabe o que é a
morte, nem se, porventura, será para o homem o maior dos bens; todos a
temem, como se soubessem ser ela o maior dos males. A ignorância mais
condenável não é essa de supor saber o que não se sabe?
Platão, A Apologia de Sócrates, 29 a-b, In. HADOT, P. O que é a Filosofia
Antiga? São Paulo: Ed. Loyola, 1999, p. 61.
Com base no trecho acima e na filosofia de Sócrates, assinale a alternativa
INCORRETA.
A) Sócrates prefere a morte a ter que renunciar a sua missão, qual seja: buscar, por
meio da filosofia, a verdade, para além da mera aparência do saber.
B) Sócrates leva o seu interlocutor a examinar-se, fazendo-o tomar consciência das
contradições que traz consigo.
C) Para Sócrates, pior do que a morte é admitir aos outros que nada se sabe. Deve-se
evitar a ignorância a todo custo, ainda que defendendo uma opinião não devidamente
examinada.
D) Para Sócrates, o verdadeiro sábio é aquele que, colocado diante da própria
ignorância, admite que nada sabe. Admitir o não-saber, quando não se sabe, define o
sábio, segundo a concepção socrática.
Questões Enem:
QUESTÃO 01:
A) Sócrates define a virtude a partir de um conjunto de ações que são ensinadas aos
discípulos por meio de exemplos. Somente a ciência constitui o saber, pois não se
pode conhecer a essência da virtude. O aperfeiçoamento da alma só acontece
através do saber técnico, que permite ao homem voltar-se para a prática do bem.
B) O exame da alma constitui, para Sócrates, simultaneamente uma investigação
acerca da verdade e a escolha de um modo de vida virtuoso. Na investigação sobre a
essência das virtudes são empregadas a refutação e a ironia, que expurgam as falsas
opiniões acerca do bem e conduzem a razão para os verdadeiros valores.
C) O objetivo da investigação filosófica é o exame da natureza e da cosmologia, pelo
qual são delimitados os critérios racionais que permitem o abandono dos falsos
valores e que conduzem ao aperfeiçoamento da alma pela ciência. A investigação
socrática não se ocupa das questões éticas e políticas.
D) O aperfeiçoamento da alma só ocorre pelo abandono das preocupações éticas e
pela investigação racional do discurso lógico. O exame filosófico é propiciado pela
refutação e pela ironia, que permitem a defesa de argumentos contrários e
configuram as regras do discurso político persuasivo.
QUESTÃO 02: (Unimontes)
A originalidade da cidade grega é que ela está centrada na ágora (praça pública),
espaço onde se debatem os problemas de interesse comum. A polis se faz pela
autonomia da palavra, não mais a palavra mágica dos mitos, palavra dada pelos
deuses e, portanto, comum a todos, mas a palavra humana do conflito, da discussão,
da argumentação. O saber deixa de ser sagrado e passa a ser objeto de discussão.
Toma lugar um movimento importante liderado por pensadores que estimulavam e
detinham o domínio da palavra. Os pensadores que estimulavam a arte da palavra e
da discussão foram alvo de críticas de Sócrates.
QUESTÃO 07:
Leia atentamente o trecho abaixo da Apologia de Sócrates.
“- Continuo até hoje a andar por toda a parte, obediente à intimação
divina, a examinar e questionar o estrangeiro ou concidadão que se me
afigura sábio. E quando não me parece que o seja, sempre que ponho em
relevo sua ignorância é para bem servir a divindade.”
PLATÃO. Apologia de Sócrates, (23b). Belém: EDUFPA, p. 121.
Considerando o trecho citado e tendo em vista o procedimento de Sócrates e sua
filosofia, marque para as afirmativas abaixo (V) verdadeira ou (F) falsa.
1( ) A investigação socrática é exercida somente no domínio da política. A sua
missão divina consiste em mostrar aos homens sua ignorância na matéria política e
na constituição das leis.
2( ) Na refutação (élenkhos), por meio de perguntas e respostas breves,
Sócrates leva o interlocutor a se comprometer com uma definição P da qual deriva
uma crença Q. A crença Q implica, por sua vez, a consequência não-P, ou seja, uma
afirmação contraditória.
3( ) O exame socrático consiste em interrogar estrangeiros e concidadãos
acerca das questões que dizem respeito somente à imortalidade da alma. Se o
interlocutor revela uma falsa piedade, Sócrates usa a refutação para revelar sua
ignorância em relação à moral religiosa.
4( ) A intimação divina exige um “exame da alma” que visa despojar os homens
da pior ignorância, que é a falsa pretensão de saber. Para Sócrates, não se pode
investigar as ações virtuosas sem que, antes, se conheça o que é a virtude “em si”.
O MÉTODO PLATÔNICO
SOBRE O CONHECIMENTO
ALMA E REMINISCÊNCIA
Como o homem – ser concreto que existe no tempo e no espaço – pode conhecer
as essências incorpóreas e intemporais? Essa possibilidade depende de outra
hipótese: é preciso supor que ele possua algo incorpóreo e indestrutível, algo de
natureza semelhante à das idéias. É necessário supor que ele abriga em seu corpo
uma alma, também pura forma imortal. Essa alma já teria contemplado as essências
antes de se prender ao corpo ao qual provisoriamente vinculada. Unida ao corpo,
alojada a ele como em uma prisão ela esquece daquele conhecimento anterior. Mas
os sentidos apreendem objetos que são cópias imperfeitas daquelas essências que a
alma contemplara, e isso permite que ela vá lembrando das idéias. Assim, o
conhecimento é, na verdade, reconhecimento, reminiscência, retorno.
A IDÉIA DE BEM
Para Platão o modelo político presente em sua cidade naquele momento não
representava as melhores possibilidades para um governo em nome da Justiça e do
Bem. É importante, neste momento, que entendamos o que o faz pensar assim. A
base para tal crítica nós já construímos: o ser humano é composto de corpo e alma, e
esta última, antes de ser aprisionada para a experiência sensível, esteve no plano
inteligível, e contemplou diretamente as formas perfeitas. A questão é que as almas
tiveram, ao longo das suas existências, experiências muito distintas, o que fez com
que escolhessem, para a vida que na qual se encontram, projetos também muito
diferentes. Foi isso que fez com que umas optassem por uma vida mergulhada na
satisfação pelos bens materiais, enquanto outras escolheram uma existência mais
contemplativa, de reflexão, dedicada à filosofia.
Em seu famoso dialogo “O Banquete” Platão nos apresenta uma alma que seria
dividida em três partes: racional, emocional e apetitiva, sendo que esta última é
justamente aquela que mais se compraz com a satisfação das necessidades do corpo.
Para ele, uma alma equilibrada possui uma parte racional que reina absoluta sobre as
outras duas, controlando-as de perto. A cidade ideal também seria assim. Nela,
aqueles que possuem a parte racional da alma mais proeminente (almas de ouro) e
que, por isso mesmo, optaram por uma vida menos afeita ao material e mais dedicada
à contemplação, deveriam ser os governantes da polis, os filósofos. Representando as
emoções, porque lutam por amor à cidade, e porque tem na coragem a característica
fundamental, estariam os militares, comandados pela elite de magistrados. No lugar da
parte apetitiva, exatamente porque a têm mais acentuada em sua alma, estariam os
grupos que se dedicariam a cuidar da manutenção material da cidade, os agricultores,
pastores, artesãos, comerciantes. Em tal formação os mais capazes estariam na
posição de comando, e ordenariam a cidade sempre na direção do Bem. Em uma
democracia, como a que existia, os filósofos, sendo minoria, seriam sempre vencidos
nas votações pelos demagogos e pelos insensatos, e as decisões ficariam sempre nas
mãos dos menos capacitados, o que representaria prejuízo para o coletivo.
A ALEGORIA DA CAVERNA
Exercícios propostos:
Para esclarecer o que seja a imitação, na relação entre poesia e o Ser, no Livro
X de A República, Platão parte da hipótese das ideias, as quais designam a
unidade na pluralidade, operada pelo pensamento. Ele toma como exemplo o
carpinteiro que, por sua arte, cria uma mesa, tendo presente a ideia de mesa,
como modelo. Entretanto, o que ele produz é a mesa e não a sua ideia. O
poeta pertence à mesma categoria: cria um mundo de mera aparência.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria das ideias de Platão, é correto
afirmar:
A) Deus é o criador último da ideia, e o artífice, enquanto coparticipante da criação
divina, alcança a verdadeira causa das coisas a partir do reflexo da ideia ou do
simulacro que produz.
B) A participação das coisas às ideias permite admitir as realidades sensíveis como as
causas verdadeiras acessíveis à razão.
C) Os poetas são imitadores de simulacros e por intermédio da imitação não alcançam
o conhecimento das ideias como verdadeiras causas de todas as coisas.
D) As coisas belas se explicam por seus elementos físicos, como a cor e a figura, e na
materialidade deles encontram sua verdade: a beleza em si e por si.
E) A alma humana possui a mesma natureza das coisas sensíveis, razão pela qual se
torna capaz de conhecê-las como tais na percepção de sua aparência.
Texto I
– Considera pois – continuei – o que aconteceria se eles fossem soltos das
cadeias e curados da sua ignorância, a ver se, regressados à sua natureza, as
coisas se passavam deste modo. Logo que alguém soltasse um deles, e o
forçasse a endireitar-se de repente, a voltar o pescoço, a andar e a olhar para a
luz, a fazer tudo isso, sentiria dor, e o deslumbramento impedi-lo-ia de fixar os
objetos cujas sombras via outrora. Que julgas tu que ele diria, se alguém lhe
afirmasse que até então ele só vira coisas vãs, ao passo que agora estava
mais perto da realidade e via de verdade, voltado para objetos mais reais? E se
ainda, mostrando-lhe cada um desses objetos que passavam, o forçassem com
perguntas a dizer o que era? Não te parece que ele se veria em dificuldade e
suporia que os objetos vistos outrora eram mais reais do que os que agora lhe
mostravam? (PLATÃO. A República. 7. ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993.
p. 318-319.)
O texto é parte do livro VII da República, obra na qual Platão desenvolve o célebre
Mito da Caverna.
Sobre o Mito da Caverna, é correto afirmar.
I. A caverna iluminada pelo Sol, cuja luz se projeta dentro dela, corresponde ao mundo
inteligível, o do conhecimento do verdadeiro ser.
II. Explicita como Platão concebe e estrutura o conhecimento.
III. Manifesta a forma como Platão pensa a política, na medida em que, ao voltar à
caverna, aquele que contemplou o bem quer libertar da contemplação das sombras os
antigos companheiros.
IV. Apresenta uma concepção de conhecimento estruturada unicamente em fatores
circunstanciais e relativistas.
A) dualismo psicofísico.
B) psicomaterialismo.
C) monofisismo.
D) somatismo.
Questões Enem:
QUESTÃO 01:
“Sócrates: Tomemos como princípio que todos os poetas, a começar por
Homero, são simples imitadores das aparências da virtude e dos outros
assuntos de que tratam, mas que não atingem a verdade. São
semelhantes nisso ao pintor de que falávamos há instantes, que
desenhará uma aparência de sapateiro, sem nada entender de sapataria,
para pessoas que, não percebendo mais do que ele, julgam as coisas
segundo a aparência?”
Glauco – “Sim”.
Fonte: PLATÃO. A República. Tradução de Enrico Corvisieri.
São Paulo: Nova Cultural, 1997. p.328.
Muito da filosofia de Platão pode ser vinculado ao conceito de mímesis, que significa
cópia ou imitação. Sobre este conceito percebe-se que tal filósofo
A) critica a pintura e a poesia porque ambas são apenas imitações diretas da
realidade.
B) entende que os poetas e pintores têm um conhecimento válido dos objetos que
representam.
C) compreende que tanto os poetas quanto os pintores estão afastados dois graus da
verdade.
D) critica os poetas e pintores porque estes, à medida que conhecem apenas as
aparências, não têm nenhum conhecimento válido do que imitam ou representam.
E) defendia que a poesia e a pintura são cópias imperfeitas do mundo das ideias ou
inteligível.
QUESTÃO 02:
“Você está acompanhando, Sofia? E agora vem Platão. Ele se interessava
tanto pelo que é eterno e imutável na natureza quanto pelo que é eterno e
imutável na moral e na sociedade. Sim... para Platão tratava-se, em ambos
os casos, de uma mesma coisa. Ele tentava entender uma ‘realidade’ que
fosse eterna e imutável. E, para ser franco, é para isto que os filósofos
existem. Eles não estão preocupados em eleger a mulher mais bonita do
ano, ou os tomates mais baratos da feira. (E exatamente por isso nem
sempre são vistos com bons olhos). Os filósofos não se interessam muito
por essas coisas efêmeras e cotidianas. Eles tentam mostrar o que é
‘eternamente verdadeiro’, ‘eternamente belo’ e ’eternamente bom’.”
GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. Trad. de João Azenha Jr.
São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 98.
Exercícios de Fixação:
QUESTÃO 01: (Unimontes)
No livro VII de A República, Platão ilustra o seu pensamento com o famoso mito da
caverna. A análise do mito pode ser feita sob dois pontos de vista: o epistemológico e
o político. Pensando na dimensão política, marque a alternativa INCOMPATÍVEL com
o ponto de vista de Platão.
A) Platão distingue o mundo sensível ou das aparências, onde tudo o que se capta por
meio dos sentidos pode ser motivo de engano, e o mundo inteligível, onde se
encontram as ideias a partir das quais surgem os elementos do mundo sensível.
B) Platão tinha como principal objetivo o conhecimento das ideias: realidades
existentes por si mesmas, essências a partir das quais podem ser geradas suas
cópias imperfeitas.
C) O pensamento de Platão deu origem aos fundamentos da ciência moderna graças
ao seu método de observação e experimentação para o conhecimento dos fenômenos
naturais.
D) A obra de Platão está fundamentada em um método de investigação conhecido
como dialética cujo objetivo é superar a simples opinião (doxa) e atingir o
conhecimento verdadeiro ou ciência (episteme).
01) É com a teoria da reminiscência que Platão explica como é possível ultrapassar o
mundo das aparências; essa teoria permite explicar como os sentidos servem apenas
para despertar na alma as lembranças adormecidas do mundo das ideias.
02) Para Platão, um homem só é um homem enquanto participa da ideia de homem.
04) A epistemologia e a filosofia política são, para Platão, duas áreas de conhecimento
dissociadas, pois a política deve se submeter à realidade dos acontecimentos e não
pode ser orientada por um mundo ideal.
08) Platão distingue quatro graus de conhecimentos: crença, opinião, raciocínio e
intuição intelectual. O raciocínio, que se realiza de maneira perfeita na matemática,
purifica o pensamento das crenças e opiniões e o conduz à intuição intelectual, ao
verdadeiro conhecimento, isto é, às essências das coisas – às ideias.
16) A teoria cosmológica do primeiro motor imóvel e a teoria estética da mímesis, de
Aristóteles, fundamentam-se na teoria platônica da participação entre o mundo
fenomênico e o mundo das ideias.
01) As imagens produzidas na caverna são sombras que não devem ser confundidas
com a realidade.
02) A todo aquele que sai da caverna é vetada a possibilidade de retorno.
04) A imagem da fogueira substitui, fora da caverna, a presença do sol, responsável
pela verdadeira luz.
08) Tal qual o mito da Esfinge, decifrado por Odisseu, Platão descreve três estados da
humanidade: infância, juventude e maturidade.
16) Tal qual o mundo sensível, ilusório e efêmero, as imagens da caverna possuem
um grau ontológico deficitário ou duvidoso.
A METAFÍSICA.
O primeiro campo que estudaremos de Aristóteles é a Metafísica, que foi
denominada pelo filósofo de filosofia primeira, e consistiria basicamente no
estudo do ser e das suas causas. Ao estudar tais temas, no entanto, nosso
pensador se afasta do idealismo platônico, adotando uma posição que
denominaremos de empirista, ou realista. O realismo aristotélico representa, na
Grécia antiga, ao lado das filosofias de Sócrates e Platão, outra tentativa de
superação da oposição dos pensamentos de Parmênides e Heráclito. O
primeiro negava a realidade do movimento e da mudança, enquanto o segundo
via o Ser, sobretudo, como o vir-a-ser, afirmando que toda permanência e
estabilidade resultam do equilíbrio entre os pólos opostos.
Defendendo a possibilidade de uma ciência sobre o real e concreto,
Aristóteles afirma que é possível conhecer o que é o real concreto e mutável
por meio de definições e conceitos que permanecem inalterados. Basta que,
para isso, seja estabelecido previamente o que importa ser conhecido acerca
do Ser, distinguindo-o daquilo que pode ser deixado de lado por ser meramente
ocasional, factual ou acidental. Considera o universo como um todo ordenado
segundo leis constantes e imutáveis. Essa ordem imutável e eterna rege não
só os fenômenos da natureza como também os de ordem política, moral ou
estética. Antecedendo, como fundamento, as diversas ciências que se
interessam por determinados aspectos do ser, existe uma ciência “primeira”, a
Sabedoria (depois designada como Metafísica),que estuda o Ser e procura
enunciar essa ordem subjacente que torna inatingíveis todos os fenômenos.
Dessa forma a Filosofia de Aristóteles representa um grande esforço para
solucionar o problema do Ser e da ciência. Em face disto ele tem que dar a
tríplice resposta: a Parmênides, a Heráclito e a Platão.
Com relação ao primeiro, Aristóteles rompe a realidade compacta, estática,
imóvel e indiferenciada do Ser parmenídeo, mediante as noções de per se e
per accidens assim como as de ato e potência. Desse modo, afirmamos todo
ser como composto de uma essência, conjunto de atributos imutáveis, que
definem o que o ser é, e de acidentes, características mutáveis do ser, sem
que essa modificação interfira na essência. Podemos, por exemplo, afirmar que
a essência do ser humano é composta de sua mortalidade, de sua animalidade
e de sua racionalidade, enquanto o fato de ser mais alto ou mais baixo, mais
gordo ou mais magro, ter olhos claros ou escuros, seriam atributos acidentais.
Assim sendo, não existe um ser único, mas muitos seres. Cada Ser é uma
substância individual concreta que pode ser afetada de muitos modos por
múltiplas modificações acidentais. O Ser uno não passa de um conceito
abstrato da mente. Ao conceito unívoco de Parmênides opõe o seu conceito
analógico: “O ente e o uno dizem-se de muitos modos.”
Com a teoria do ato e da potência Aristóteles salva o movimento dos seres.
Não é o Ser que se move, mas os seres concretos e particulares. Todos os
seres, exceto o Primeiro Motor Imóvel, movem-se.
Em resposta a Heráclito nosso autor recorda que os seres particulares
movem-se, mas as essências são imóveis e permanecem através de todas as
mudanças e mutações.
Por fim, em contraposição a Platão, Aristóteles considera que não existem
dois mundos ontologicamente distintos, mas sim um só. Os universais
(substâncias segundas) não têm realidade ontológica, mas lógica. São
conceitos formados pela mente mediante abstração. A verdadeira realidade
ontológica é constituída pelas substâncias individuais (substâncias primeiras)
em suas três grandes definições: terrestres, celestes e divina.
Aristóteles não usa a palavra Metafísica, mas sim Filosofia Primeira. Ele
pensa em uma ciência cujo objeto não é nenhuma parte determinada do Ser,
como, por exemplo, a medicina ou a matemática, mas o Ser em geral, isto é, o
Ser como tal, com o que dele depende: “Há uma ciência que considera o Ser
como tal e com tudo o que essencialmente lhe concerne.” A esta ciência, ou
seja, a Filosofia Primeira cabe o estudo dos primeiros princípios das primeiras
causas de todas as coisas e investiga o “Ser enquanto Ser”.
Ao definir a ontologia ou Metafísica como o estudo do “Ser enquanto Ser”,
Aristóteles está dizendo que a Filosofia Primeira estuda as essências sem
diferenciar essência física, matemática, astronômica, humana, etc., pois cabe
às diferentes ciências estudá-las enquanto diferentes entre si. Quanto à
Metafísica cabem três estudos:
O SER É:
MATÉRIA E FORMA
MATÉRIA
FORMA
ATO E POTÊNCIA
O ATO
O ato é a atualidade de uma matéria, ou seja, sua forma num dado instante
no tempo; ato é a forma que atualizou uma potência contida na matéria. Ex.: a
árvore é o ato da semente; o adulto é o ato da criança.
A POTÊNCIA
A potência é o que está contido em uma matéria e pode vir a existir, se for
atualizado por alguma causa. Ex.: a criança é um adulto em potência ou em
potencial; a semente é a árvore em potência ou em potencial.
ESSÊNCIA E ACIDENTE
ESSÊNCIA
ACIDENTE
Por diversas vezes, em sua Metafísica, Aristóteles afirma que o Ser pode
ser dito em diferentes sentidos: é, portanto, um conceito analógico. O primeiro
desses sentidos, que é o mais fundamental, é o que corresponde mais de perto
àquilo que o Ser é em si mesmo, isto é, a substância, ousia. A substância
pode, por sua vez, ser simples (Deus) ou composta (os demais seres). A
ciência do Ser é, portanto, a ciência do Ser imóvel, substância absolutamente
simples (Deus) e, ao mesmo tempo, ciência dos entes compostos, os entes da
Natureza, que estão em constante movimento. Enquanto ciência do Ser, a
Filosofia é uma ciência da substância. A substância é um indivíduo uno em si
mesmo e separado dos demais.
A substância significa o que algo é em seu sentido mais completo e forte,
ela é a primeira categoria do Ser, o substrato ou o sujeito que permanece
através de todas as mutações acidentais, locais, qualitativas e quantitativas. É
próprio da substância ser ela mesma o Ser mesmo. Ela é o primeiro tanto na
ordem lógica (como conceito) como na ontológica (como coisa). Existem duas
classes de substâncias:
a) Este homem, esta árvore, esta pedra, são substâncias primeiras.
b) O homem, a árvore, a pedra, são substâncias segundas.
PLATÃO ARISTÓTELES
LÓGICA
O TERMO
A ideia, conhecida como noção ou conceito, é a simples representação
intelectual de um objeto. Não deve ser confundida com a imagem, que é uma
representação sensível do objeto. O termo é a expressão verbal da ideia e, do
ponto de vista lógico, não pode ser confundido com a palavra.
No que diz respeito à ideia podemos fazer algumas considerações sobre
dois de seus elementos mais importantes, a saber: a compreensão, que é o
seu conteúdo, ou seja, o conjunto de elementos de que uma ideia se compõe;
e a extensão que corresponde a um conjunto de sujeitos de que uma ideia
convém.
Uma proposição é constituída por elementos que são seus termos.
Aristóteles define os termos ou categorias como “aquilo que serve para
designar uma coisa”. São palavras não combinadas com outras e que
aparecem em tudo quanto pensamos e dizemos. Há dez categorias ou termos:
POR EXEMPLO: Uso a palavra homem para designar Pedro, Paulo, Sócrates,
e uso a palavra metal para designar ouro, ferro, prata.
A PROPOSIÇÃO
Como todo pensamento e todo juízo, a proposição está submetida aos três
princípios lógicos e fundamentais, condições de toda verdade, quais sejam:
I. PRINCÍPIO DE IDENTIDADE: um Ser é sempre idêntico a si mesmo. A é A.
II. PRINCÍPIO DA NÃO-CONTRADIÇÃO: é impossível que um Ser seja e não
seja idêntico a si mesmo ao mesmo tempo e na mesma relação. É impossível
A é A e não-A ao mesmo tempo.
III. PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: dadas duas proposições com o
mesmo sujeito e o mesmo predicado, uma afirmativa e outra negativa, uma
delas é necessariamente verdadeira e outra falsa. A é B ou não-B, não
havendo terceira possibilidade.
O SILOGISMO
Aristóteles dizia que a verdade e a falsidade são propriedades das coisas e
não do pensamento; que a realidade ou a irrealidade também são propriedades
das coisas e não do pensamento, mas que um pensamento verdadeiro deveria
exprimir a realidade da coisa pensada, enquanto que um pensamento falso
nada poderia exprimir.
Ele elaborou uma teoria do raciocínio como inferência. Inferir é tirar um
proposição como conclusão de uma outra ou de várias proposições que a
antecedem, as quais são a sua explicação ou a sua causa. O raciocínio é uma
operação do pensamento realizada por meio de juízos, anunciada
linguisticamente e logicamente pelas proposições encadeadas formando,
assim, um silogismo. O raciocínio e o silogismo são operações mediatas de
conhecimento, pois a inferência significa que só conhecemos alguma coisa (a
conclusão) por meio ou mediação de outras coisas.
O silogismo possui três características principais, a saber:
Exercícios propostos:
QUESTÃO 01 (UFU)
Leia atentamente o texto abaixo.
QUESTÃO 02 (UFU)
Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C), apesar de ter sido discípulo de Platão, criou
sua própria filosofia. Uma das diferenças marcantes entre os dois é a
importância dada aos fenômenos naturais do chamado mundo sensível. No
mundo sensível, a mudança é constante, característica que Aristóteles procura
explicar a partir das concepções de matéria, forma, potência e ato.
Com base nos seus conhecimentos e no texto acima, assinale a alternativa que
define corretamente a concepção aristotélica de ato e potência.
QUESTÃO 02
Exercícios de Fixação:
QUESTÃO 01 (UFU)
Em primeiro lugar, é claro que, com a expressão “ser segundo a
potência e o ato”, indicam-se dois modos de ser muito diferentes e,
em certo sentido, opostos. Aristóteles, de fato, chama o ser da
potência até mesmo de não-ser, no sentido de que, com relação ao
ser-em-ato, o ser-em-potência é não-ser-em-ato.
REALE, Giovanni. História da Filosofia Antiga. Vol. II. Trad. de
Henrique Cláudio de
Lima Vaz e Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 1994, p. 349.
QUESTÃO 02 (UFU)
[...] após ter distinguido em quantos sentidos se diz cada um [destes
objetos], deve-se mostrar, em relação ao primeiro, como em cada
predicação [o objeto] se diz em relação àquele.
Aristóteles, Metafísica. Tradução de Marcelo Perine. São Paulo: Edições
Loyola, 2002.
De acordo com a ontologia aristotélica,
A) a metafísica é ―filosofia primeira‖ porque é ciência do particular, do que não é nem
princípio, nem causa de nada.
B) o primeiro entre os modos de ser, ontologicamente, é o ―por acidente‖, isto é, diz
respeito ao que não é essencial.
C) a substância é princípio e causa de todas as categorias, ou seja, do ser enquanto
ser.
D) a substância é princípio metafísico, tal como exposto por Platão em sua doutrina.
QUESTÃO 03
Na Metafísica, Aristóteles afirma: “O ser se diz de muitos modos, mas se diz
em relação a um termo único e única natureza e não de modo equívoco. [...]
uns são ditos ser porque são substâncias, outros porque são afecções de
substâncias, outros porque são um caminho para a substância, ou destruições,
privações, qualidades, causas produtivas ou geradoras para a substância ou do
que é dito relativamente da substância, ou são negações de uma delas ou da
substância; por esta razão dizemos inclusive que o não ser é não ser”
(ARISTÓTELES, Metafísica,livro IV, cap. 2. In: FIGUEIREDO, V. Filósofos na
sala de aula. Volume 3. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2008, p. 33-34).
QUESTÃO 04 (UEM)
A lógica é o estudo que visa à formalização de regras com o fim de orientar o
bom funcionamento e a validade dos raciocínios e argumentos. Sobre as
considerações da lógica na história da Filosofia, assinale o que for correto.
QUESTÃO 05 (UEM)
Segundo a lógica clássica ou aristotélica, temos uma teoria do raciocínio como
inferência (do latim inferre,“levar para”). “Inferir é obter uma proposição como
conclusão de uma outra ou de várias outras proposições que a antecedem e
são sua explicação ou sua causa. O raciocínio realiza inferências. [Ele] é uma
operação do pensamento realizada por meio de juízos e enunciada por meio de
proposições encadeadas, formando um silogismo. Raciocínio e silogismo são
operações mediatas de conhecimento, pois a inferência significa que só
conhecemos alguma coisa (a conclusão) por meio de outras coisas.” (CHAUÍ,
M. Convite à filosofia. 14.ª ed. São Paulo: Ática, 2011, p. 141).
06
QUESTÃO 06 (UEM)
Considere os silogismos seguintes e depois assinale o que for correto.
a) Todo brasileiro é sul-americano.
Ora, todo paranaense é brasileiro.
Logo, todo paranaense é sul-americano.
QUESTÃO 07 (UEM)
A lógica formal aristotélica estuda a relação entre as premissas e a conclusão
de inferências válidas e inválidas (segundo a forma), a partir de proposições
falsas e verdadeiras (segundo o conteúdo). Chamamos de falácias ou sofismas
as formas incorretas de inferência. Levando em conta a forma da inferência,
assinale o que for correto.
01) A inferência “Fulano será um bom prefeito porque é um bom empresário.” é
uma falácia.
02) A inferência “Todos os homens são mortais. Sócrates é homem, logo
Sócrates é mortal.” é válida.
04) A inferência “Ou fulano dorme, ou trabalha. Fulano dorme, logo não
trabalha.” é uma falácia.
08) A inferência “Nenhum gato é pardo. Algum gato é branco, logo todos os
gatos são brancos.” é uma falácia.
16) A inferência “Todos que estudam grego aprendem a língua grega. Estudo
grego, logo aprendo a língua grega.” é válida.
QUESTÃO 08 (UFU)
A) O que é um silogismo?
B) Explique por que o silogismo do exemplo é um silogismo válido, mesmo
considerando que a premissa maior desse argumento é falsa (o que nos prova
a experiência).
C) Qual é o termo médio desse silogismo e qual o seu papel no argumento?
Módulo 06: A questão da felicidade: ética aristotélica e
helenismo.
Aristóteles: Ética.
Marilena Chauí, em sua obra Filosofia: ensino médio (São Paulo: Ática, 2005,
p. 183), apresenta um quadro com as principais virtudes e os principais vícios,
baseado na obra aristotélica. A título de exemplo reproduzimos abaixo o
quadro, visando a uma melhor compreensão por parte do estudante:
Helenismo:
Geralmente se divide a antiguidade grega em quatro períodos: homérico, com a
incidência das explicações míticas; arcaico, marcado pela presença da filosofia da
natureza; clássico, que consiste no auge da democracia ateniense, a guerra do
Peloponeso, e a presença de Sócrates, Platão e Aristóteles; e helenístico, que consiste na
difusão da cultura helênica ou grega para o oriente, chegando até a Índia, com a
campanha do líder macedônio Alexandre Magno. É sobre este último período que
trataremos a partir de agora.
É importante lembrar, primeiramente, que a cultura grega vai ao oriente, e influencia,
sem sombra de dúvida. No entanto, é importante ressaltar também, que o mundo grego
sofre influências das culturas orientais. O primeiro aspecto que precisa ficar claro, assim,
é o que as filosofias que surgem no período resultam do processo da miscigenação. Outro
ponto importante a ser lembrado é o fato de que as póleis gregas, antes se organizando
autonomamente como Estados legítimos, passam a partir deste momento a se verem
inseridas em um império maior. Atenas, por exemplo, após a Guerra do Peloponeso, sofre
com a hegemonia tebana, depois com a macedônia, e após um período turbulento de
dissenções políticas, surgirá um outro império, o Romano. Trata-se de um período,
portanto, em que o antigo ideal de felicidade necessariamente vinculada à polis entra em
colapso, e passa a não fazer mais sentido. Em função disso, as escolas que aparecem no
período representam uma busca pela melhor forma de vida com vistas a se atingir a
felicidade, em grego, eudaimonia, nesse momento muito vinculada a uma forma de viver
mais personalizada. Bom, feita esta pequena contextualização histórica, vamos às
correntes:
O CINISMO
O CETICISMO.
Escola fundada por Pirro de Élis, ainda no século IV a.C. Segundo Diógenes Laércio
ele teria acompanhado Alexandre na sua campanha até a Índia, e lá haveria deparado
com os chamados gimnosofistas (sábios nus), que seriam faquires ou mestres iogues, em
uma busca de paz espiritual marcada pelo distanciamento do mundo e sobretudo das
sensações. Ao retornar à Grécia inicia a sua caminha pessoal nessa busca e a orientação
de discípulos. As escolas helenistas, majoritariamente, nos apresentam uma concepção
física, ou seja, nos dizem como as cosias são e, a partir disso, nos orientam sobre como
nos comportarmos com relação a elas. O ceticismo funciona basicamente assim.
Portanto, Pirro, que não havia deixado nada escrito, teria nos chegado por meio de seus
seguidores pensando da seguinte maneira:
1) as coisas seriam, segundo Pirro, indiferentes, instáveis e indecisas. Como elas
nos aparecem assim, nossas sensações não nos apresentam algo seguro com relação ao
mundo pois, principalmente em razão da instabilidade, o que me parece ser agora, pode
parecer não ser no futuro. Isso inviabiliza minhas opiniões, que não merecem confiança,
já que se baseiam em algo tão inseguro.
2) em função de tal concepção sobre como as coisas são, só nos resta agir de uma
maneira, que consiste na abstenção total de juízos, a aphasia (ausência de discurso) e a
apraxia (inação). Com o tempo, e provavelmente não com Pirro, virá o termo époche, que
significa suspensão de juízos sobre as coisas.
3) o resultado de tal comportamento diante do mundo, o que não impede o indivíduo
de continuar refletindo, em contato com o real – o termo cético vem de uma radical grego
que significa busca, meditação, reflexão – é a tranquilidade da alma ou ataraxia, que
conduz o indivíduo à felicidade. A história da filosofia demonstra que hipóteses opostas
sobre o real por vezes são apresentadas, e o critério de verdade destas se encontram
nelas mesmas. Desse modo, na ausência de possibilidade de se decidir por uma ou por
outra posição dogmática, o cético, se abstém de emitir um sim ou um não, e isso lhe
garante a imperturbabilidade. O grande sistematizador do ceticismo foi Sexto Empírico.
O EPICURISMO.
Escola fundada em 306 a.C, na cidade de Atenas, em um jardim, por Epicuro. Ele
entendia que a filosofia deveria ser um remédio para os grandes males que afligem o ser
humano, dentre os quais alguns medos, como o da vida, da morte, do além-túmulo e dos
deuses. Assim como o ceticismo, a chave para a ataraxia, entendida aqui como ponto a
ser atingido para se chegar à eudaimonia, envolve uma concepção física, ou seja sobre
como as coisas funcionam. Tal concepção Epicuro retoma de Demócrito e Leucipo, que
eram atomistas. Parte-se, portanto, do pressuposto de que tudo quanto existe resulta da
combinação aleatória dos átomos, inclusive nossas almas e o mundo dos deuses, que
existe paralelamente ao nosso, sem que eles estabeleçam interação conosco. Os
resultados de tal pressuposição são os seguintes: a vida se resume às sensações, que
podem ser boas ou ruins; a morte nada mais é do que o fim das sensações, ela não existe
enquanto existirmos, e quando ela for, não seremos mais; como nossa alma se
desagrega, da mesma forma que nosso corpo, em uma concepção totalmente
materialista, não existe absolutamente nada além túmulo, e não devemos nos ocupar
disso também; os deuses, apesar de existirem, não interagem conosco, pois vivem em
uma condição de felicidade plena, o que exclui qualquer perturbação com o nosso plano.
Resta saber, portanto, como devemos lidar com as sensações durante a vida. Para
os epicuristas, o prazer (hedoné) em si não é algo ruim, mas é necessária uma
inteligência prática (phronesis) para que o indivíduo saiba lidar com ele. Decorre disso
uma divisão das sensações boas em três grupos e, a partir disso, a orientação de como
nos vincularmos ou não a cada um.
Prazeres naturais e
necessários: são aqueles vinculados à existência do indivíduo e, portanto,
devem ser satisfeitos, como a alimentação, a hidratação, o abrigo, a
vestimenta.
Prazeres naturais e
desnecessários: são aqueles que, apesar de vinculados à existência do
sujeito, extrapolam o campo da necessidade, como degustar um prato
refinado ou tomar um vinho de determinada safra. O vínculo equivocado com
o supérfluo, tornando-o necessário, pode conduzir o indivíduo à perturbação
e, consequentemente, à perda da felicidade.
Prazeres não naturais e
desnecessários: são aqueles que, além de não serem necessários,
extrapolam as necessidades naturais, tais como o poder, a honra, o
reconhecimento. A dependência do indivíduo com relação a outras pessoas e
suas ações, para atingir tais prazeres, potencializa os níveis de perturbação
aos quais ele está exposto. Tais prazeres, portanto, não devem ser o foco de
busca do homem prudente.
O ESTOICISMO.
Escola fundada em Atenas no ano 300 a.C, por Zenão de Cítio, pensador de origem
fenícia. O nome estoicismo deriva do termo grego stoa poikilé, “pórtico pintado”, local
onde os seus integrantes se reuniam. O desenvolvimento da doutrina, no entanto, se
deveu a discípulos e sucessores, como Cleantes e Crisipo. No seu período latino,
encontraremos provavelmente os nomes mais ilustres da escola, como Epicteto, Sêneca
e Marco Aurélio, já na era cristã. Nesta escola, novamente, encontraremos uma
concepção física, ou seja, sobre como as coisas são, embasando uma lógica, que não
comentaremos aqui, e uma ética, nosso objeto de estudo. Dessa forma, a conduta
humana adequada está intimamente ligada a como o mundo funciona, e talvez nestes
filósofos mais do que nas outras escolas.
Para os estoicos o cosmos seria o resultado da interação de dois princípios: um
passivo, a matéria, e um ativo, o Logos (razão). Tal Logos teria alguma materialidade,
sendo entendido por alguns dos membros da escola como o fogo, por outros como o éter.
Ele irradia sua força sobre a matéria, formando, como resultado, tudo quanto existe. O
homem, como parte integrante do cosmos, tem também uma parte do Logos, a alma, e
uma parte de matéria, corpo. Tudo que nos ocorre, portanto, resulta do controle desta
razão imanente sobre o real, e é exatamente o que nos deveria acontecer. Alguns
estoicos denominam tal ordenamento de Providência. Na filosofia, concepções como esta
costumam ser denominadas de pan-logismo, e encontraremos em Spinoza ou em Hegel
percepções equivalentes, guardadas as devidas ressalvas.
A implicação necessária do que acompanhamos na física do estoicismo só pode nos
encaminhar para uma ética: é livre o individuo que conforma as suas ações com os rumos
para os quais a Providência o conduz. Mas isso significa que tal escola acredita que
existe um destino que deverá se cumprir? Que as coisas deverão acontecer de uma
determinada maneira? Majoritariamente sim. Mas isso não retira completamente a minha
liberdade? Por incrível que pareça, não. A questão aqui consiste em distinguir, no fluxo
das nossas vidas, as coisas que são necessárias daquelas que são livres. São
necessários os elementos da nossa vida que não dependem de nós, como diversas
condições do nosso próprio corpo e o que nos é externo. São livres, ou seja, dependem
de nós, os nossos estados de ânimo.
Um grande problema para os indivíduos consiste em acreditar que podem alterar
aquilo que não podem, isto é, os eventos que nos são indiferentes. Ao buscarem mudar o
necessário, e não conseguirem exatamente por este motivo, evidentemente se perturbam
e, como vimos, perturbação é sinônimo de infelicidade. Ao entendermos os eventos como
necessários, e nos conformarmos a eles, justamente porque os entendemos assim,
lidamos melhor com tudo o que nos ocorre, e optamos bem sobre a única coisa sobre a
qual nos compete escolher: os nossos estados de ânimo.
A percepção de que as relações são desencadeadas de maneira necessária deve
conduzir o homem sábio à indiferença com relação ao que ele não pode controlar, que é a
grande maioria dos elementos da sua vida. Tal posição diante das coisas, denominada de
apatheia, conduz o ser humano à tranquilidade da alma (ataraxia), e esta à eudaimonia.
De tal percepção, presente no estoicismo, surge a expressão amor fati, que significa amor
aos fatos, ou amor a tudo que nos ocorre na vida, seja o que consideramos agradável,
seja o que achamos ruim. Mesmo porque, o que cada indivíduo é, em qualquer momento
de sua vida, é o resultado de todos os eventos que ele já vivenciou e que, portanto, se
bons ou ruins, foram necessários para que ele fosse o que é. O homem não deve buscar
o poder ou status, mas não deve se furtar a eles se o destino o colocar em algum lugar
mais nobre, como ocorreu com Marco Aurélio, pensador importante da escola, que
ocupou o maior cargo político de Roma no período: Imperador. Trata-se de uma corrente,
como se percebe, que teve bastante longevidade, já que vamos do século III a.C. a, pelo
menos, 180 d.C., com Marco Aurélio, sem contar a possível influência que ainda se
manteve durante longo período, e sobre o próprio cristianismo nascente, do que nos dão
conta alguns historiadores. O tema da felicidade, como foi visto, e de como atingi-la a
partir de uma vida adequada, foi amplamente tratado no período, com uma rica produção
textual. Grande parte do que foi escrito, no entanto, acabou por se perder ao longo do
tempo. As influências sobre nossa cultura e os filósofos posteriores, no entanto, é
inegável.
Exercícios Propostos:
QUESTÃO 01 (UEL)
Leia o texto a seguir.
A) reside no meio termo, que consiste numa escolha situada entre o excesso e
a falta.
B) implica na escolha do que é conveniente no excesso e do que é prazeroso
na falta.
C) consiste na eleição de um dos extremos como o mais adequado, isto é, ou o
excesso ou a falta.
D) pauta-se na escolha do que é mais satisfatório em razão de preferências
pragmáticas.
E) baseia-se no que é mais prazeroso em sintonia com o fato de que a
natureza é que nos torna mais perfeitos.
QUESTÃO 02 (UEM)
Afirma o filósofo Epicuro (séc. III a.C.), conhecido pela defesa de uma filosofia
hedonista: “(...) o prazer é o começo e o fim da vida feliz. É ele que
reconhecemos como o bem primitivo e natural e é a partir dele que se
determinam toda escolha e toda recusa e é a ele que retornamos sempre,
medindo todos os bens pelo cânon do sentimento. Exatamente porque o prazer
é o bem primitivo e natural, não escolhemos todo e qualquer prazer; podemos
mesmo deixar de lado muitos prazeres quando é maior o incômodo que os
segue.” (EPICURO, A vida feliz. In: ARANHA, M. L.; MARTINS, M. P. Temas
de filosofia. 3.ª ed. rev. São Paulo: Moderna, 2005, p. 228.)
01) estudar todo dia não é bom porque a falta de prazer anula todo
conhecimento adquirido.
02) todas as escolhas são prazerosas porque naturalmente os seres humanos
rejeitam toda dor.
04) comer uma refeição nutritiva e saborosa em demasia é ruim porque as
consequências são danosas ao bem estar do corpo.
08) a beleza corporal é uma finalidade da vida humana porque o prazer de ser
admirado é a maior felicidade para o ser humano.
16) o prazer não é necessariamente felicidade porque ele pode gerar o seu
contrário, a dor.
QUESTÃO 03 (UEM)
“Acostuma-te à ideia de que a morte para nós não é nada, visto que todo bem
e todo mal residem nas sensações, e a morte é justamente a privação das
sensações. A consciência clara de que a morte não significa nada para nós
proporciona a fruição da vida efêmera, sem querer acrescentar-lhe tempo
infinito e eliminando o desejo de imortalidade. Não existe nada de terrível na
vida para quem está perfeitamente convencido de que não há nada de terrível
em deixar de viver. É tolo, portanto, quem diz ter medo da morte, não porque a
chegada desta lhe trará sofrimento, mas porque o aflige a própria espera.”
(Epicuro, Carta sobre a felicidade [a Meneceu]. São Paulo: ed. Unesp, 2002, p.
27. In: COTRIM, G. Fundamentos da Filosofia. SP: Saraiva, 2006, p. 97).
01) a morte, por ser um estado de ausência de sensação, não é nem boa, nem
má.
02) a vida deve ser considerada em função da morte certa.
04) o tolo não espera a morte, mas vive apoiado nas suas sensações e nos
seus prazeres.
08) a certeza da morte torna a vida terrível.
16) a espera da morte é um sofrimento tolo para aquele que a espera.
Questões Enem:
QUESTÃO 01
Na Ética a Nicômaco, Aristóteles afirma: “Então, quando a amizade é por
prazer ou por interesse mesmo, duas pessoas más podem ser amigas, ou
então uma pessoa boa e outra má, ou uma pessoa que não é nem boa nem má
pode ser amiga de outra qualquer espécie; mas pelo que são em si mesmas é
óbvio que somente pessoas boas podem ser amigas. Na verdade, pessoas
más não gostam uma da outra a não ser que obtenham algum proveito
recíproco” (ARISTÓTELES, Ética a Nicômaco. In: Filosofia. Vários autores.
Curitiba: SEED-PR, 2006, p. 123).
QUESTÃO 02
Habitua-te a pensar que a morte nada é para nós, visto que todo o mal e
todo o bem se encontram na sensibilidade: e a morte é a privação da
sensibilidade. (EPICURO. Antologia de textos. Coleção Os Pensadores.
São Paulo: Victor Civita. 1973. p. 22.)
Para Epicuro (341 – 270 a.C), a morte nada significa porque ela não existe
para os vivos, e os mortos não estão mais aqui para explicá-la. De fato, quando
pensamos em nossa própria morte, podemos nos imaginar mortos, mas não
sabemos o que é a experiência do morrer. Epicuro lamenta que
QUESTÃO 01 (UFU)
Em sua obra Ética a Nicômaco, Aristóteles propôs a ideia de que a virtude é a
disposição para buscar o meio termo ou a justa medida entre o excesso e a
falta em determinada conduta.
Com base nessa afirmação e em seus conhecimentos sobre a obra de
Aristóteles, assinale a alternativa correta.
QUESTÃO 02 (UFPB)
O filme Alexandre representou a vida do famoso imperador da Macedônia que
constituiu um grande império, incluindo a Grécia, o Egito, a Síria, a Pérsia, indo
até as fronteiras com a Índia. Alexandre foi educado pelo filósofo Aristóteles e o
seu registro memorável na História deve-se, além de seus feitos militares, à
difusão da cultura grega nas regiões do Oriente por ele conquistadas. Esse
processo histórico-cultural, conhecido como helenismo, caracterizou-se pelo(a):
QUESTÃO 03 (UENP)
Apesar de sua diversidade e suas diferenças teóricas, todas as escolas do
helenismo colocam a ética como a parte mais importante da filosofia. Analise
as afirmativas sobre as concepções éticas dessas escolas:
a) I – A, II – B, III – C, IV – D
b) I – A, II – B, III – D, IV – C
c) I – A, II – D, III – C, IV – B
d) I – A, II – D, III – B, IV – C
e) I – D, II – A, III – B, IV – C
Considerando o texto acima, assinale a opção correta nos itens 06 e 07, que são do
tipo C.
A) O Epicurismo foi uma escola filosófica que se caracterizou pela adoção de uma
ética afeita aos prazeres materiais.
B) O Estoicismo foi uma escola filosófica que se caracterizou pela adoção de uma
ética negadora dos prazeres imateriais.
C) A religião, que constitui a verdade, pode ser considerada a continuação da
filosofia, que se orienta pela busca da verdade.
D) O Epicurismo e o Estoicismo orientavam regras de viver, por isso constituíam
seitas filosóficas entre os antigos da civilização helênica.
QUESTÃO 08
Em que consiste a époche na concepção filosófica do ceticismo? O que justifica tal
postura?
QUESTÃO 09
Como a física atomista nos auxilia a nos livrar dos nossos medos de acordo
com o epicurismo?
QUESTÃO 10
Qual é a liberdade existente para o homem, de acordo com a filosofia estoica?
A FILOSOFIA PATRÍSTICA
Exercícios Propostos:
QUESTÃO 01 (UFU)
Leia o texto a seguir.
QUESTÃO 02 (UFU)
A filosofia grega se expandiu para além das fronteiras do mundo helênico e
influenciou outros povos e culturas. Com o cristianismo não foi diferente e, aos
poucos, a filosofia foi absorvida. Conforme Chalita, um dos motivos dessa
absorção foi: [...] a necessidade de organizar os ensinamentos cristãos, de
reunir os fatos e conceitos do cristianismo sob a forma de uma doutrina e
elaborar uma teologia rigorosa. (CHALITA, G. Vivendo a Filosofia. São Paulo:
Ática, 2006, p. 94.)
Uma das características da patrística é a busca da conciliação entre a fé e a
filosofia, e Agostinho de Hipona, ou Santo Agostinho (354 d.C. – 430 d.C.),
influenciado pelo neoplatonismo, tornou-se uma referência para a filosofia
cristã.
Em relação ao desenvolvimento das ciências naturais, porém, o pensamento
de Agostinho não deu grande impulso uma vez que sua filosofia – tal como a
do mestre Platão – não adotava os fenômenos naturais como objeto de
reflexão.
QUESTÃO 03 (UFU)
Leia o trecho extraído da obra Confissões.
Questões Enem
QUESTÃO 01 (ENEM 2011)
- Quer dizer que a Idade Média durou dez horas? – Perguntou Sofia.
- Se cada hora valer cem anos, então sua conta está certa. Podemos imaginar
que Jesus nasceu à meia-noite, que Paulo saiu em peregrinação missionária
pouco antes da meia noite e meia e morreu quinze minutos depois, em Roma.
Até as três da manhã a fé cristã foi mais ou menos proibida. (...) Até as dez
horas as escolas dos mosteiros detiveram o monopólio da educação. Entre dez
e onze horas são fundadas as primeiras universidades.
Adaptado de GAARDER, Jostein. O Mundo de Sofia, Romance da História
da Filosofia. São Paulo: Cia das Letras, 1997.
O ano de 476 d.C., época da queda do Império Romano do Ocidente, tem sido
usado como marco para o início da Idade Média. De acordo com a escala de
tempo apresentada no texto, que considera como ponto de partida o início da
Era Cristã, pode-se afirmar que
QUESTÃO 02
Para Agostinho, as Verdades Eternas e imutáveis (que Platão coloca no mundo
das Ideias) têm sua sede em Deus, que é a Verdade. Não as conhecemos por
meio de uma recordação ou reminiscência de uma existência anterior à atual,
como pensava Platão, mas mediante um ato consciente de interiorização, no qual
a razão toma consciência da presença de Deus. A presença divina é a Luz que
nos faz ver essas Verdades Eternas
BOEHNER, P. e GILSON, E. História da Filosofia Cristã. Petrópolis: Vozes,
1988. p. 164.
Exercícios de Fixação:
QUESTÃO 01
A casa de Deus, que cremos ser uma, está, pois, dividida em três:
uns oram, outros combatem, e outros, enfim, trabalham. (Bispo
Adalberon de Laon, século XI, apud LE GOFF, Jacques. A
civilização do ocidente medieval. Lisboa: Editorial Estampa, 1984. P.
45-46)
QUESTÃO 02 (Uncisal)
Uma das preocupações de certa escola filosófica consistiu em provar que as
ideias platônicas ou gêneros e espécies aristotélicos são substâncias reais,
criadas pelo intelecto e vontade de Deus, existindo na mente divina. Reflexões
dessa natureza foram realizadas, majoritariamente, no período da história da
filosofia
A) pré-socrática
B) antiga
C) medieval
D)moderna
E) contemporânea
QUESTÃO 03 (Uncisal)
A filosofia de Santo Agostinho é essencialmente uma fusão das concepções
cristãs com o pensamento platônico. Subordinando a razão à fé. Agostinho de
Hipona afirma existirem verdades superiores e inferiores, sendo as primeiras
compreendidas a partir da ação de Deus. Como se chama a teoria agostiniana
que afirma ser a a ação de Deus que leva o homem a atingir verdades
superiores?
A) Teoria da Predestinação
B) Teoria da Providência
C) Teoria Dualista
D) Teoria da Emanação
E) Teoria da Iluminação
QUESTÃO 04
“Agostinho afirmava que as verdades da fé não são atingíveis pela razão, mas
acreditava ser possível demonstrar o acerto de nelas se crer. Fé e razão
guardariam, portanto, estreita relação, daí a sua máxima, inspirada num versículo
de Isaías: “Compreende para crer, crê para compreender”.”
INÁCIO, Inês & LUCA, Tânia R. de. O pensamento
medieval. São Paulo: Ática, 1988, p. 25.
QUESTÃO 05 (UFU)
Apesar de ter sido influenciado pela filosofia de Platão, por meio dos escritos
de Plotino, o pensamento de Agostinho apresenta muitas diferenças se
comparado ao pensamento de Platão. Assinale a alternativa que apresenta,
corretamente, uma dessas diferenças.
QUESTÃO 06 (UEM)
Um texto de um filósofo anônimo da Idade Média apresenta de modo claro um
problema central para a filosofia e a ciência do seu tempo. Ele afirma: “Boécio
divide em três as partes da ciência especulativa: natural, matemática e
teológica. Da mesma forma, o Filósofo [isto é, Aristóteles] divide-a em natural,
matemática e metafísica. Assim, isto que Boécio chama teologia, o Filósofo
chama metafísica. Elas são, portanto, idênticas. Mas a metafísica não é acerca
de Cristo. Logo, a teologia também não o é” (Quaestio de divina scientia. In:
FIGUEIREDO, V. Filósofos na sala de aula. Vol. 3. São Paulo: Berlendis &
Vertecchia, 2008, p. 68).
QUESTÃO 07
Deus cria as coisas a partir de modelos imutáveis e eternos, que são as ideias
divinas. Essas ideias ou razões não existem em um mundo à parte, como afirmava
Platão, mas na própria mente ou sabedoria divina, conforme o testemunho da
Bíblia.
“Que a mesma sabedoria divina, por quem foram criadas todas as coisas,
conhecia aquelas primeiras, divinas, imutáveis e eternas razões de todas as
coisas antes de serem criadas, a Sagrada Escritura dá este testemunho: ‘No
princípio era o Verbo e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Todas
as coisas foram feitas pelo Verbo e sem Ele nada foi feito’. Quem seria tão néscio
a ponto de afirmar que Deus criou as coisas sem conhecê-las? E se as conheceu,
onde as conheceu senão em si mesmo, junto a quem estava o Verbo pelo qual
tudo foi feito?” (Santo Agostinho, Sobre o Gênese, V, 29)
A Patrística, filosofia cristã dos primeiros séculos, poderia ser definida como
QUESTÃO 08 (UFU)
"Creio tudo o que entendo, mas nem tudo que creio também entendo. Tudo o que
compreendo conheço, mas nem tudo que creio conheço."
Agostinho. De Magistro. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 319. (Coleção "Os
Pensadores").
QUESTÃO 09 (UFU)
Leia os textos abaixo.
“Está gravada dentro de nós a luz da tua face, Senhor. De fato, não somos nós a
luz que ilumina todo homem, mas somos iluminados por ti, para que sejamos luz
em ti, nós que fomos trevas um dia.”
SANTO AGOSTINHO. Confissões. São Paulo:
Abril Cultural, 1973. Col. Os Pensadores.
QUESTÃO 10 (UFU)
Leia com atenção o texto abaixo em que o autor comenta e cita Santo
Agostinho, e, em seguida, responda as questões apresentadas.
Deus cria as coisas a partir de modelos imutáveis e eternos, que são as ideias
divinas. Essas ideias ou razões não existem em um mundo à parte, como afirmava
Platão, mas na própria mente ou sabedoria divina, conforme o testemunho da
Bíblia.
“Que a mesma sabedoria divina, por quem foram criadas todas as coisas,
conhecia aquelas primeiras, divinas, imutáveis e eternas razões de todas as
coisas antes de serem criadas, a Sagrada Escritura dá este testemunho: ‘No
princípio era o Verbo e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Todas
as coisas foram feitas pelo Verbo e sem Ele nada foi feito’. Quem seria tão néscio
a ponto de afirmar que Deus criou as coisas sem conhecê-las? E se as conheceu,
onde as conheceu senão em si mesmo, junto a quem estava o Verbo pelo qual
tudo foi feito?” (Santo Agostinho, Sobre o Gênese, V, 29)
COSTA, José Silveira da. A Filosofia Cristã. In: RESENDE, Antônio.
Curso de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar/SEAF, 1986, p. 78, Capítulo 4.
A) Explique a relação, sugerida neste texto, entre a teoria das Ideias de Platão
e o pensamento de Agostinho.
A POSIÇÃO NOMINALISTA
A POSIÇÃO REALISTA
OS PRINCÍPIOS DO CONHECIMENTO
- Princípio de contradição: o ser é ou não é. Não existe nada que possa ser
e não ser ao mesmo tempo e sob o mesmo ponto de vista.
- Princípio da substância: na existência dos seres podemos distinguir a
substância (a essência, propriamente dita, de uma coisa, sem a qual ela não
seria aquilo que é) e o acidente (a qualidade não-essencial, acessória do ser).
- Princípio da causa eficiente: todos os seres que captamos pelos sentidos
são seres contingentes, isto é, não possuem, em si próprios, a causa eficiente
de suas existências. Portanto, para existir, o Ser contingente depende de um
outro Ser que representa a sua causa eficiente: este outro Ser é chamado de
Ser necessário.
- Princípio da finalidade: todo ser contingente existe em função de uma
finalidade, de um objetivo, de uma “razão de ser”. Enfim, todo Ser contingente
possui uma causa final.
- Princípio do ato e da potência: todo Ser contingente possui duas
dimensões: o ato e a potência. O ato representa a existência atual do Ser,
aquilo que está realizado e determinado. A potência representa a capacidade
real do ser, aquilo que não se realizou mas pode realizar-se. É a passagem da
potência para o ato que explica toda e qualquer mudança.
1ª) O PRIMEIRO MOTOR: Tudo aquilo que se move é movido por outro Ser.
Por sua vez, este outro Ser, para que se mova, necessita também que seja
movido por outro Ser. E, assim, sucessivamente. Se não houvesse um primeiro
Ser movente, cairíamos num processo indefinido. Logo, conclui Tomás de
Aquino, é necessário chegar a um primeiro Ser movente que não seja movido
por nenhum outro. Esse ser é Deus.
2ª) A CAUSA EFICIENTE: Todas as coisas existentes no mundo não possuem
em si próprias a causa eficiente de suas existências. Devem ser consideradas
efeitos de alguma causa. Tomás de Aquino afirma ser impossível remontar
indefinidamente à procura das causas eficientes. Logo, é necessário admitir a
existência de uma primeira causa eficiente, responsável pela sucessão de
efeitos. Essa causa primeira é Deus.
3ª) SER NECESSÁRIO E SER CONTINGENTE: Este argumento é uma
variante do segundo. Afirma que todo Ser contingente, do mesmo modo que
existe, pode deixar de existir. Ora, se todas as coisas que existem podem
deixar de Ser, então, alguma vez, nada existiu. Mas, se assim fosse, também
agora nada existiria, pois aquilo que não existe somente começa a existir em
função de algo que já existia. É preciso admitir, então, que há um ser que
sempre existiu, um ser absolutamente necessário, que não tenha fora de si a
causa da sua existência, mas, ao contrário, que seja a causa da necessidade
de todos os seres contingentes. Esse ser necessário é Deus.
4ª) OS GRAUS DE PERFEIÇÃO: Em relação à qualidade de todas as coisas
existentes, pode-se afirmar a existência de graus diversos de perfeição. Assim,
afirmamos que tal coisa é melhor que outra, ou mais bela, ou mais poderosa,
ou mais verdadeira etc. Ora, se uma coisa possui “mais” ou “menos”
determinada qualidade positiva, isto supõe que deve existir um Ser com o
máximo dessa qualidade, ao nível da perfeição. Devemos admitir, então, que
existe um Ser com o máximo de bondade, de beleza, de poder, de verdade,
sendo, portanto, um Ser máximo e pleno. Esse ser é Deus.
5ª) A FINALIDADE DO SER: Todas as coisas brutas, que não possuem
inteligência própria, existem na natureza cumprindo uma função, um objetivo,
uma finalidade, semelhante a flecha dirigida pelo arqueiro. Devemos admitir,
então, que existe algum Ser inteligente que dirige todas as coisas da natureza
para que cumpram seu objetivo. Esse ser é Deus.
Assim, Tomás de Aquino reviveu em grande parte o pensamento aristotélico
com a finalidade de nele buscar os elementos racionais que explicassem os
principais aspectos da fé cristã. Enfim, fez da filosofia de Aristóteles um
instrumento a serviço da religião católica, ao mesmo tempo que transformou
essa filosofia numa síntese original.
Enfim, a idéia principal que anima as cinco vias acima descritas é Deus,
invisível e infinito, demonstrável por seus efeitos visíveis e finitos. Visto que
sabe-se que Deus é, porém não se sabe o que é. Mas pode saber-se algo a
respeito de Deus, através da visão das criaturas, que pode se dar pela via da
causalidade, da excelência e da negação. De todos esses modos, há duas
possibilidades de ver: uma conforme a simples razão natural, alguns vêem a
luz mas não estão na luz; a outra através da revelação que é superior a razão,
porque está na luz vista pela razão.
Portanto, o mundo é criado por Deus por um ato livre e voluntário, e a
criação é a posição do mundo na existência que pela revelação se realiza no
tempo, mesmo que não possa ser demonstrado racionalmente. Deus é a causa
exemplar e também a causa final, visto que todos os fins se dirigem para ele.
Sobre a questão dos Universais, Aquino toma uma posição que poderíamos
entender como resultante de seu contato com as três grandes escolas
apresentadas anteriormente. O autor termina por assumir um posicionamento
realista, entendendo a existência do universal em três instâncias: ante rem, isto
é, antes dos seres, na mente de Deus; in re, ou seja, nas coisas, enquanto
essências dos próprios seres individuais; e post rem, posterior às coisas, na
nossa mente, a partir da sua assimilação por meio da abstração, à moda
aristotélica.
Exercícios propostos:
QUESTÃO 01 (UFU)
Com efeito, existem a respeito de Deus verdades que ultrapassam totalmente as
capacidades da razão humana. Uma delas é, por exemplo, que Deus é trino e uno. Ao
contrário, existem verdades que podem ser atingidas pela razão: por exemplo, que
Deus existe, que há um só Deus etc.
AQUINO, Tomás de. Súmula contra os Gentios. Capítulo Terceiro: A possibilidade de
descobrir a verdade divina. Tradução de Luiz João Baraúna. São Paulo: Abril Cultural,
1979, p. 61.
QUESTÃO 02 (UFU)
Leia o texto a seguir sobre o problema dos universais.
QUESTÃO 03 (UFU)
Santo Tomás de Aquino, nascido em 1224 e falecido em 1274, propôs as cinco
vias para o conhecimento de Deus. Estas vias estão fundamentadas nas
evidências sensíveis e racionais. A primeira via afirma que os corpos
inanimados podem ter movimento por si mesmos. Assim, para que estes
corpos tenham movimento é necessário que algo os mova. Esta concepção
leva à necessidade de um primeiro motor imóvel, isto é, algo que mesmo não
sendo movido por nada pode mover todas as coisas.
Questões Enem:
QUESTÃO 01
QUESTÃO 02
Exercícios de Fixação:
QUESTÃO 01 (UFU)
A teologia natural, segundo Tomás de Aquino (1225-1274), é uma parte da
filosofia, é a parte que ele elaborou mais profundamente em sua obra e na qual
ele se manifesta como um gênio verdadeiramente original. Se se trata de física,
de fisiologia ou dos meteoros, Tomás é simplesmente aluno de Aristóteles, mas
se se trata de Deus, da origem das coisas e de seu retorno ao Criador, Tomás
é ele mesmo. Ele sabe, pela fé, para que limite se dirige, contudo, só progride
graças aos recursos da razão.
GILSON, Etienne. A Filosofia na Idade Média, São Paulo: Martins Fontes,
1995, p. 657.
De acordo com o texto acima, é correto afirmar que
QUESTÃO 02 (UEM)
“Os artigos de fé não são princípios de demonstrações nem conclusões, não
sendo nem mesmo prováveis, já que parecem falsos para todos, para a maioria
ou para os sábios, entendendo por sábios aqueles que se entregam à razão
natural, já que só de tal modo se entende o sábio na ciência e na filosofia.”
(OCKHAM, G. [1280-1349]. In: COTRIM, G. Fundamentos de Filosofia, São
Paulo: Saraiva, 2006, p. 120).
QUESTÃO 03 (UFU)
Para responder a questão, leia o seguinte texto.
QUESTÃO 04 (UFU)
A respeito da questão dos universais na Idade Média, leia o texto abaixo.
QUESTÃO 05 (UFU)
O texto que segue refere-se às vias da prova da existência de Deus.
QUESTÃO 06 (UFU)
Leia com atenção o texto abaixo:
QUESTÃO 07
QUESTÃO 08 (UFU)
Leia o texto a seguir e responda às questões propostas.
Para os filósofos, durante a Idade Média, que faziam da ideia geral uma realidade,
a própria espécie constituía necessariamente uma realidade, ao passo que se a
ideia geral for apenas um nome, a verdadeira realidade se encontra nos indivíduos
que constituem a espécie. Em outras palavras, para um realista, a humanidade é
uma realidade, existe realmente como algo separado dos homens singulares; para
um nominalista a única coisa real são os indivíduos humanos, “humanidade” não
passa de um conceito, ou nome. Roscelino adota abertamente a segunda solução
do problema. Para ele, o termo “homem” ou “humanidade” não designa nenhuma
realidade que seja, em qualquer grau, a da espécie humana.
GILSON, ETIENNE.A filosofia na Idade Média.
São Paulo: Martins fontes, 1998, p. 189
QUESTÃO 09 (UFU)
"A criação das coisas por parte de Deus é a melhor, pois é próprio de quem é o
melhor fazer tudo da melhor maneira. Ora, é melhor fazer uma coisa em vista de
um fim do que fazê-la sem visar a uma finalidade. Por conseguinte, Deus fez as
coisas com vistas a uma meta".
Tomás de Aquino - Compêndio de Teologia - Col. Os Pensadores
QUESTÃO 10 (UFU)
"Para que, pois, a salvação dos homens seja alcançada de maneira mais
conveniente e segura foi necessário que fossem instruídos a respeito das coisas
divinas, pela divina revelação. Donde a necessidade de uma ciência sagrada,
obtida pela revelação, além das disciplinas filosóficas que são investigadas pela
razão. Por isso, nada impede que as mesmas coisas de que tratam as disciplinas
filosóficas, na medida em que são cognoscíveis pela luz da razão natural, sejam
tratadas por outra ciência, na medida em que são conhecidas pela luz da
revelação divina".
Tomás de Aquino - Suma Teológica, I Q.I, art.1., Porto Alegre, Ed. Sulina
Aplicação do método:
1º Passo: Dúvida metódica para chegar à evidência (1ª regra do método). Para
chegar a um princípio indubitável Descartes utiliza a dúvida metódica, sendo
que duvida primeiramente dos sentidos (pois eles nos enganam); depois se
questiona sobre a vigília (como sei que estou acordado e não dormindo); em
seguida duvida da própria natureza corpórea. O filósofo francês começa a
duvidar de tudo o que possa gerar o mínimo de questionamento (dúvida
hiperbólica – exagerada). Contudo chega um ponto em que não pode duvidar
de uma coisa: de que duvida, sendo que esta é um pensamento. Desse modo,
formulou-se o primeiro princípio indubitável: Penso, logo existo. Que é a
EVIDÊNCIA.
AS IDÉIAS
EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
QUESTÃO 02 (UFU)
Leia o texto e as assertivas abaixo.
René Descartes (1596 – 1650) é considerado por muitos “o pai da filosofia
moderna”, pois em obras como O discurso sobre o método e Meditações
metafísicas colocou em xeque conhecimentos considerados indubitáveis. Em
especial, suas reflexões o levam a questionar o valor epistemológico dos
conhecimentos do senso comum, dos argumentos de autoridade e do
testemunho dos sentidos.
QUESTÃO 03 (UFU)
David Hume (1711-1776) é um dos representantes do empirismo. Sua teoria
sobre as ideias parte do princípio de que não há nada em nossa mente que
não tenha passado antes pelos sentidos, portanto, as ideias vão se formando
ao longo da vida. Dessa forma, Hume afasta-se do princípio da corrente
racionalista ou inatista segundo a qual afirma que há ideias inatas em nossa
mente.
QUESTÕES ENEM
QUESTÃO 01
“Mas logo em seguida, adverti que, enquanto eu queria assim
pensar que tudo era falso, cumpria necessariamente que eu, que
pensava, fosse alguma coisa. E, notando que esta verdade eu
penso, logo existo era tão firme e tão certa que todas as mais
extravagantes suposições dos céticos não seriam capazes de a
abalar, julguei que poderia aceitá-la, sem escrúpulo, como o primeiro
princípio da Filosofia que procurava.”
DESCARTES, René. Discurso do método. Trad. de J. Guinsburg e
Bento Prado Júnior.
São Paulo: Nova Cultural, 1996. p. 92. Coleção Os Pensadores.
René Descartes é um dos principais filósofos da modernidade. Para este autor,
A) não podemos conhecer nada com certeza, pois tudo quanto pensamos está
sujeito à falsidade.
B) o “eu penso, logo existo” expressa uma verdade instável e incerta, o que fez
Descartes ser vencido pelos céticos.
C) a expressão “eu penso, logo existo” representa a verdade firme e certa com
a qual Descartes fundamenta o conhecimento e a ciência.
D) as “extravagantes suposições dos céticos” foram impedimento para
encontrar uma verdade que servisse como princípio para a filosofia.
E) ao acreditar que tudo era falso, era possível colocar em dúvida sua própria
existência.
QUESTÃO 02
“Embora nosso pensamento pareça possuir esta liberdade ilimitada,
verificaremos, através de um exame mais minucioso, que ele está
realmente confinado dentro de limites muito reduzidos e que todo
poder criador do espírito não ultrapassa a faculdade de combinar, de
transpor, aumentar ou de diminuir os materiais que nos foram
fornecidos pelos sentidos e pela experiência.”
HUME, David. Investigação acerca do entendimento humano.
Trad. de Anoar Aiex.
São Paulo: Nova Cultural, 1996. p. 36. Coleção Os Pensadores.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO:
QUESTÃO 01 (UFU)
No escrito publicado postumamente, Regras para a orientação do espírito,
Descartes fez o seguinte comentário:
“Mas, toda vez que dois homens formulam sobre a mesma coisa
juízos contrários, é certo que um ou outro, pelo menos, esteja
enganado. Nenhum dos dois parece mesmo ter ciência, pois, se as
razões de um homem fossem certas e evidentes, ele as poderia
expor ao outro de maneira que acabasse por lhe convencer o
entendimento.”
DESCARTES, René. Regras para a orientação do espírito. Trad.
de Maria
Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 6-7.
QUESTÃO 02 (UFU)
Sobre a filosofia de Descartes, pode-se afirmar, com certeza, que as suas mais
importantes consequências foram:
A) II e III
B) III
C) I e III
D) I e II
A) I, II e III
B) I, III e IV
C) II e IV
D) II e III
"E, tendo notado que nada há no eu penso, logo existo, que me assegure
de que digo a verdade, exceto que vejo muito claramente que, para
pensar, é preciso existir, julguei poder tomar por regra geral que as coisas
que concebemos mui clara e mui distintamente são todas verdadeiras,
havendo apenas alguma dificuldade em notar bem quais são as que
concebemos distintamente."
DESCARTES, Discurso do Método. São Paulo:
Abril Cultural, 1973. p. 55. Coleção "Os Pensadores"
I- Este "eu" cartesiano é a alma e, portanto, algo mais difícil de ser conhecido
do que o corpo.
II- O "eu penso, logo existo" é a certeza que funda o primeiro princípio da
Filosofia de Descartes.
III- O "eu", tal como está no Discurso do Método, é inteiramente distinto da
natureza corporal.
IV- Ao concluir com o "logo existo", fica evidente que o "eu penso" depende das
coisas materiais.
A) Apenas II e IV.
B) I, II, IV.
C) Apenas III e IV.
D) Apenas II e III.
QUESTÃO 05 (UFU)
Segundo David Hume, é correto afirmar que o princípio de causalidade é
QUESTÃO 06 (UFU)
O texto abaixo comenta a correlação entre ideias e impressões em David
Hume.
Assinale
A aplicação desta primeira regra evita dois graves defeitos. Responda: quais
são e como se caracterizam os dois defeitos a que se refere Descartes?
Teoria do conhecimento
ÉTICA
I. Age como se a máxima de tua ação devesse ser erigida por tua vontade em
lei universal da Natureza;
II. Age de tal maneira que trates a humanidade, tanto na tua pessoa quanto na
de outrem, sempre como um fim e nunca como um meio;
III. Age como se a máxima de tua ação devesse servir de lei universal para
todos os seres racionais.
A primeira máxima afirma a universalidade da conduta ética. A segunda vem
lembrar a dignidade da pessoa humana, não devendo esta jamais ser tratada
como simples meio para se atingir a um fim. A terceira afirma que a
universalidade da conduta ética deve-se à racionalidade dos seres humanos,
sendo os princípios éticos da razão plausíveis para qualquer ser racional.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
QUESTÃO 01 (UFU)
Considere as questões que Immanuel Kant lança ao seu leitor nas primeiras
páginas da Estética Transcendental.
Que são então o espaço e o tempo? São entes reais? Serão apenas
determinações ou mesmo relações de coisas, embora relações de espécie tal
que não deixariam de subsistir entre as coisas, mesmo que não fossem
intuídas? Ou serão unicamente dependentes da forma da intuição e, por
conseguinte, da constituição subjetiva do nosso espírito, sem a qual esses
predicados não poderiam ser atribuídos a coisa alguma?
KANT. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1994, p. 64.
QUESTÃO 02 (UFU)
Immanuel Kant (1724 – 1804) reconheceu a importância dos avanços das
ciências naturais, em especial da física, que passou de um conhecimento
meramente especulativo para se constituir em ciência. A metafísica, por sua
vez, não obteve o mesmo sucesso, pois, continuando a ser especulativa, por
mais que os sistemas fossem muito bem elaborados, suas verdades não eram
indiscutíveis. Assim, Kant procura dar à metafísica a mesma consistência que
possuíam outros campos do saber, fundamentados em juízos sintéticos a priori.
QUESTÕES ENEM:
QUESTÃO 01
“Até agora se supôs que todo nosso conhecimento tinha que se regular pelos
objetos; porém, todas as tentativas de mediante conceitos estabelecer algo a
priori sobre os mesmos, através do que nosso conhecimento seria ampliado,
fracassaram sob esta pressuposição. Por isso, tente-se ver uma vez se não
progredimos melhor nas tarefas da Metafísica admitindo que os objetos têm que
se regular pelo nosso conhecimento, o que assim já concorda melhor com a
requerida possibilidade de um conhecimento a priori dos mesmos que deve
estabelecer algo sobre os objetos antes de nos serem dados. O mesmo
aconteceu com os pensamentos de Copérnico que, depois das coisas não
quererem andar muito bem com a explicação dos movimentos celestes
admitindo-se que todo exército de astros girava em torno do espectador, tentou
ver se não seria mais bem-sucedido se deixasse o espectador mover-se e, em
contrapartida, os astros em repouso.”
KANT, I. Crítica da razão pura. Prefácio à segunda edição. Trad. de Valério
Rohden e
Udo Baldur Moosburger. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p. 14. (Os Pensadores)
QUESTÃO 02
“Até agora se supôs que todo nosso conhecimento tinha que se regular pelos
objetos; porém, todas as tentativas de mediante conceitos estabelecer algo a
priori sobre os mesmos, através do que nosso conhecimento seria ampliado,
fracassaram sob esta pressuposição. Por isso, tente-se ver uma vez se não
progredimos melhor nas tarefas da Metafísica admitindo que os objetos têm que
se regular pelo nosso conhecimento, o que assim já concorda melhor com a
requerida possibilidade de um conhecimento a priori dos mesmos que deve
estabelecer algo sobre os objetos antes de nos serem dados. O mesmo
aconteceu com os pensamentos de Copérnico que, depois das coisas não
quererem andar muito bem com a explicação dos movimentos celestes
admitindo-se que todo exército de astros girava em torno do espectador, tentou
ver se não seria mais bem-sucedido se deixasse o espectador mover-se e, em
contrapartida, os astros em repouso.”
KANT, I. Crítica da razão pura. Prefácio à segunda edição. Trad. de Valério
Rohden e
Udo Baldur Moosburger. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p. 14. (Os Pensador es)
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO:
QUESTÃO 01 (UFU)
Na sua obra "Crítica da Razão Pura", Kant formulou uma síntese entre sujeito e
objeto, mostrando que, ao conhecermos a realidade do mundo, participamos
da sua construção mental. Segundo Kant, esta valorização do sujeito
(possuidor de categorias apriorísticas) no ato de conhecimento, representou,
na Filosofia, algo comparável à
QUESTÃO 02 (UFU)
Na obra Crítica da Razão Pura, Immanuel Kant, examinando o problema do
conhecimento humano, distinguiu duas formas básicas do ato de conhecer.
Assinale a alternativa CORRETA.
QUESTÃO 03 (UFU)
Em relação ao conceito de fenômeno, conforme foi apresentado por I. Kant,
assinale a alternativa INCORRETA.
A) Este conceito refere-se ao que não pode ser dado numa experiência, e,
nesse sentido, designa também o que pode ser conhecido como coisa em si.
B) Este conceito designa todos os objetos que podem ser intuídos no espaço
e no tempo
C) Este conceito refere-se a todos os objetos acerca dos quais pode ser
produzido conhecimento objetivo e verdadeiro pelas ciências empíricas.
D) Este é um conceito fundante da crítica kantiana, pois permite separar os
objetos da experiência dos que não podem estar contidos em qualquer
experiência possível.
QUESTÃO 04 (UEL)
QUESTÃO 05 (UFU)
Autonomia da vontade é aquela sua propriedade graças à qual ela é para si mesma a
sua lei (independentemente da natureza dos objetos do querer). O princípio da
autonomia é portanto: não escolher senão de modo a que as máximas da escolha
estejam incluídas simultaneamente, no querer mesmo, como lei universal.
KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Tradução de Paulo
Quintela. Lisboa: Edições 70, 1986, p. 85.
A) O Imperativo Categórico não se relaciona com a matéria da ação e com o que deve
resultar dela, mas com a forma e o princípio de que ela mesma deriva.
B) O Imperativo Categórico é um cânone que nos leva a agir por inclinação, vale dizer,
tendo por objetivo a satisfação de paixões subjetivas.
C) Inclinação é a independência da faculdade de apetição das sensações, que
representa aspectos objetivos baseados em um julgamento universal.
D) A boa vontade deve ser utilizada para satisfazer os desejos pessoais do homem.
Trata-se de fundamento determinante do agir, para a satisfação das inclinações.
QUESTÃO 06 (UFU)
Os princípios práticos se dividem em dois grandes grupos, que Kant chama,
respectivamente, de ‘máximas’ e ‘imperativos’. [...] Os imperativos são os
princípios práticos objetivos, isto é, válidos para todos. Os imperativos são
“mandamentos” ou “deveres”, ou seja, regras que expressam uma necessidade
objetiva da ação, o que significa que, “se a razão determinasse completamente
a vontade, a ação ocorreria segundo tal regra” ao passo que a intervenção de
fatores emocionais e empíricos podem desviar esta vontade.
REALE,G., DARIO, A. História da Filosofia, vol. II. São Paulo: Paulus, 1990, p.
903 (adaptado)
QUESTÃO 07 (UEL)
Na segunda seção da Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Kant nos
oferece quatro exemplos de deveres. Em relação ao segundo exemplo, que diz
respeito à falsa promessa, Kant afirma que uma:
I- Para Kant, o princípio de ação da falsa promessa não pode valer como lei
universal.
II- Kant considera a falsa promessa moralmente permissível porque ela será
praticada apenas para sair de uma situação momentânea de apuros.
III- A falsa promessa é moralmente reprovável porque a universalização de sua
máxima torna impossível a própria promessa.
IV- A falsa promessa é moralmente reprovável porque vai de encontro às
inclinações sociais do ser humano.
A) I e II
B) I e III
C) II e IV
D) I, II e III
E) I, II e IV
QUESTÃO 08 (UFU)
QUESTÃO 09 (UFU)
O comentário abaixo foi feito por Kant (1724-1804) para justificar o início do
novo estágio da filosofia moderna, almejado com a sua obra Crítica da Razão
Pura.
QUESTÃO 10 (UFU)
Uma certa mãe, tendo preparado o almoço para seus dois filhos que estavam
na escola, deixou duas bombas de chocolate sobre a mesa e partiu para o
trabalho. O primeiro filho a chegar almoçou rapidamente, com os olhos presos
à sobremesa. Ao terminar, três pensamentos ocuparam, um após o outro, sua
reflexão:
Maquiavel
“Assim, deve o príncipe tornar-se temido, de sorte que, se não for amado,
ao menos evite o ódio, pois é fácil ser, a um só tempo, temido e não
odiado, o que ocorrerá uma vez que se prive da posse dos bens e das
mulheres dos cidadãos e dos súditos, e, mesmo quando forçado a
derramar o sangue de alguém, poderá fazê-lo apenas se houver
justificativa apropriada e causa manifesta”. MAQUIAVEL, N. O Príncipe. In.
Maquiavel. Tradução de Olívia Bauduh. São Paulo: Nova Cultural, 2004,
p. 106-107)
HOBBES
EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
QUESTÃO 01 (UFU)
Em seus estudos sobre o Estado, Maquiavel busca decifrar o que diz ser uma verità
effettuale, a ―verdade efetiva‖ das coisas que permeiam os movimentos da
multifacetada história humana/política através dos tempos. Segundo ele, há certos
traços humanos comuns e imutáveis no decorrer daquela história. Afirma, por
exemplo, que os homens são ―ingratos, volúveis, simuladores, covardes ante os
perigos, ávidos de lucro‖. (O Príncipe, cap. XVII)
Para Maquiavel:
QUESTÃO 02 (UFU)
O desenvolvimento das ciências naturais na era moderna influenciou a corrente
filosófica denominada empirismo que tem por característica fundamental a
ênfase do papel da experiência sensível no conhecimento. Dentre os
representantes do empirismo inglês podemos destacar, entre outros nomes,
Thomas Hobbes, John Locke e David Hume. Hobbes, apesar de receber
também outras influências filosóficas como o nominalismo, é influenciado pelas
ideias empiristas, tanto que a primeira parte de seu livro O Leviatã ou Forma e
matéria do Estado é composta por uma teoria do conhecimento baseada nas
ideias desta corrente. Um dos resultados desta influência é a concepção de
pacto social: para Hobbes, observando o comportamento dos homens
podemos conhecer sua natureza, assim, conclui: os pactos sem a espada não
passam de palavras.
QUESTÃO 03 (UFU)
[...] a condição dos homens fora da sociedade civil (condição esta que
podemos adequadamente chamar de estado de natureza) nada mais é do que
uma simples guerra de todos contra todos na qual todos os homens têm igual
direito a todas as coisas; [...].
HOBBES, Thomas. Do Cidadão. Campinas: Martins Fontes, 1992.
QUESTÃO 01:
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, para Maquiavel o poder
político é
QUESTÃO 02:
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO:
A) I, II, e III
B) II e III
C) II e IV
D) II, III e IV
QUESTÃO 02 (UFU/PAIES)
Antônio Gramsci fez o seguinte comentário ao pensamento de Maquiavel.
QUESTÃO 03 (UFU)
Porque as leis de natureza (como a justiça, a equidade, a modéstia, a piedade, ou, em
resumo, fazer aos outros o que queremos que nos façam) por si mesmas, na ausência
do temor de algum poder capaz de levá-las a ser respeitadas, são contrárias a nossas
paixões naturais, as quais nos fazem tender para a parcialidade, o orgulho, a vingança
e coisas semelhantes.
HOBBES, Thomas. Leviatã. Cap. XVII. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria
Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 103.
Em relação ao papel do Estado, Hobbes considera que:
A) O seu poder deve ser parcial. O soberano que nasce com o advento do contrato
social deve assiná-lo, para submeter-se aos compromissos ali firmados.
B) A condição natural do homem é de guerra de todos contra todos. Resolver tal
condição é possível apenas com um poder estatal pleno.
C) Os homens são, por natureza, desiguais. Por isso, a criação do Estado deve servir
como instrumento de realização da isonomia entre tais homens.
D) A guerra de todos contra todos surge com o Estado repressor. O homem não deve
se submeter de bom grado à violência estatal.
QUESTÃO 04 (UFU)
Para Hobbes (1588-1679), o homem reconhece a necessidade de renunciar ao seu
direito sobre todas as coisas em favor de um "contrato". Isso implica também na
abdicação de sua vontade em favor de "um homem ou assembleia de homens, como
representantes" da sua pessoa. Assim para Hobbes o contrato social se justifica
porque:
QUESTÃO 05 (UFU)
Leia o enunciado abaixo. Para completá-lo marque a alternativa correta.
Segundo Hobbes (séc. XVII), para cessar o estado de vida em que os
indivíduos vivem isolados e em luta permanente, onde “homem é o lobo do
homem”,
QUESTÃO 06 (UFU)
Segundo Hobbes (1588-1679), podemos definir estado de natureza como
sendo o lugar onde
QUESTÃO 07 (UFU)
Thomas Hobbes escreveu que:
QUESTÃO 08 (UFU)
Sobre os conceitos de fortuna e virtù na filosofia política de Maquiavel,
considere o trecho abaixo.
Responda:
A) Em que condições a ação bem sucedida de quem quer conquistar não deve
ser censurada?
B) Em que consiste o erro crucial de quem fracassa na conquista de um
Estado?
QUESTÃO 09 (UFU)
"Entendo por leis civis aquelas que os homens são obrigados a
respeitar, não por serem membros deste ou daquele Estado em
particular, mas por serem membros de um Estado".
Hobbes. Leviatã. Col. Os Pensadores, Abril Cultural, 1978
QUESTÃO 10 (UFU)
Leia o texto abaixo com atenção e responda as questões a seguir.
A) Comente pelo menos duas etapas exigidas para que haja a geração do
Estado.
B) Por que o contrato elimina a condição de guerra de todos contra todos?
Rousseau
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) nasceu em
Genebra, na Suíça, transferindo-se para a França em 1742,
onde escreveu suas grandes obras. Além de escritos de
Filosofia, o autor escreveu romances, e mesmo uma obra
sobre pedagogia, chamada Emílio. Vejamos, entretanto, o
que pensou o autor sobre o surgimento da Sociedade Civil.
QUADRO COMPARATIVO
EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
QUESTÃO 01 (UFU)
Para bem compreender o poder político e derivá-lo de sua origem, devemos
considerar em que estado todos os homens se acham naturalmente, sendo
este um estado de perfeita liberdade para ordenar-lhes as ações e regular-lhes
as posses e as pessoas conforme acharem conveniente, dentro dos limites da
lei de natureza, sem pedir permissão ou depender da vontade de qualquer
outro homem.
LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo. São Paulo: Abril Cultural,
1978.
QUESTÃO 02 (UFU)
Para Locke, os homens em estado de natureza são, cada um, juiz em causa
própria; assim é necessário constituir a sociedade civil mediante contrato social
para organizar a vida em sociedade. Isto se daria através do pacto, tornando
legítimo o poder do Estado. Para ele, o poder
QUESTÃO 03 (UFU)
Jean-Jacques Rousseau analisou a concepção de “estado de natureza
humana” e chegou a conclusão bem diferente de seus antecessores, conforme
se observa no trecho abaixo.
QUESTÕES ENEM:
QUESTÃO 01:
“[...] é preciso que examinemos a condição natural dos homens, ou seja, um
estado em que eles sejam absolutamente livres para decidir suas ações, dispor de
seus bens e de suas pessoas como bem entenderem, dentro dos limites do direito
natural, sem pedir autorização de nenhum outro homem nem depender de sua
vontade.”
LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o governo civil.
Trad. Magda Lopes e Marisa Lobo da Costa. 2. ed. Petrópolis:
Vozes, 1994. p. 83.
O filósofo inglês do século XVII, John Locke, foi um dos grandes teóricos do liberalismo,
apresentando a propriedade como um direito natural. Partindo do texto, conclui-se que na
condição natural, para o autor,
QUESTÃO 04:
“Não sendo o Estado ou a Cidade mais que uma pessoa moral, cuja
vida consiste na união de seus membros, e se o mais importante de
seus cuidados é o de sua própria conservação, torna-se-lhe
necessária uma força universal e compulsiva para mover e dispor
cada parte da maneira mais conveniente a todos. Assim como a
natureza dá a cada homem poder absoluto sobre todos os seus
membros, o pacto social dá ao corpo político um poder absoluto
sobre todos os seus, e é esse mesmo poder que, dirigido pela
vontade geral, ganha, como já disse, o nome de soberania.”
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social. Trad. de Lourdes
Santos Machado. 3.ed.
São Paulo: Nova Cultural, 1994. p. 48.
QUESTÃO 01 (UFU)
Para John Locke, filósofo político inglês, os direitos naturais do homem eram
QUESTÃO 02 (UFU)
John Locke (1632-1704) é considerado, na História da Filosofia, como o
fundador do liberalismo político. Segundo este filósofo inglês, o Estado surge
através de um contrato entre os indivíduos e deve ter como função básica
A) Poder Legislativo.
B) Poder Executivo.
C) Poder Federativo.
D) Povo.
A) I, III e IV
B) II, III e IV
C) I, II e IV
D) I, II e III
QUESTÃO 06 (UFU)
Para Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), o contrato social que seja
verdadeiro e legítimo é aquele que:
QUESTÃO 07 (UFU)
As assertivas abaixo referem-se ao pensamento político de Jean-Jacques Rousseau
(1712-1778).
A) Apenas I e II.
B) Apenas I e III.
C) Apenas II e III.
D) I, II e III.
QUESTÃO 08 (UFU)
Leia o trecho seguir.
QUESTÃO 09 (UFU)
Interprete o fragmento abaixo.
Responda:
Karl Marx fez uma crítica do idealismo hegeliano na qual afirma que Hegel
inverte a r elação entre o que é determinante – a realidade material – e o que é
determinado – as representações e conceitos acerca dessa realidade. A
filosofia idealista seria, assim, uma grande mistificação que pretende entender
o mundo real, concreto, como manifestação de uma Razão absoluta.
Contraponto sua filosofia ao idealismo de Hegel Marx afirma:
O capitalismo.
Para encerrar nosso estudo sobre Karl Marx, é necessário trabalhar com as
questões que são, muito provavelmente, o maior motivo do sucesso da
disseminação da sua doutrina, e, no entanto, parecem extremamente mal
delimitadas. Trata-se de suas teorias sobre a transição para o socialismo e o
comunismo. Como já foi dito acima, revolução em Marx é um conceito bastante
técnico, e diz respeito a um período em que as forças produtivas materiais
entram em contradição com as relações sociais de produção existentes. É
necessário, portanto, que compreendamos, em nosso autor, o que levaria o
capitalismo a vivenciar contradição dessa ordem. Mesmo que se admita o
argumento marxiano sobre esse tema, há que se analisar como nele se
apresentam as justificativas para que após o capitalismo surja o socialismo, e
não qualquer outro modo de produção.
Nossa análise anterior sobre o capitalismo mostrou-nos uma característica
essencial do sistema, que consiste no fato de que a única lógica por ele
conhecida é a da acumulação e, por conseguinte, no fato de que tudo que é
realizado nos diversos âmbitos da vida social visa consolidar, direta ou
indiretamente, esse fim. A principal forma de satisfazer a lógica capitalista, no
entanto, é a geração constante de fluxo de consumo, ou seja, é a renovação
cotidiana das necessidades ou mesmo a criação de carências que reforcem a
tendência dos indivíduos a consumir. Nesse sentido, o capitalismo conduz a si
mesmo à destruição. Vejamos isso em uma parte do Manifesto Comunista:
Como ficou claro, Marx preconiza o fim do capitalismo por conta das crises
econômicas, justamente causadas pelo ímpeto cego da burguesia de
acumular. O autor afirma, assim, que chegará um dia em que o mercado de
consumo, por mais que sofra uma mundialização, – ou uma globalização,
termo mais contemporâneo – não será mais capaz de assimilar aquilo que é
produzido dentro do sistema. Essa é a contradição que acarretará o fim da era
do capital e o início de um novo período para a humanidade. Como foi dito em
aula anterior, num primeiro momento são tratadas as modificações na
infraestrutura, pois só posteriormente se realizam as mudanças no âmbito da
superestrutura.
A questão, no entanto, é um pouco mais complicada, e pode ser colocada
nos seguintes termos: se o fim do capitalismo se dará por causa de suas
próprias contradições, qual a necessidade da conscientização de uma classe
que levará a cabo a revolução? Por que falar em uma práxis, ou seja, de uma
prática amparada por uma compreensão de mundo coerente? É o próprio Marx
que afirma, na Ideologia Alemã, que os “filósofos só interpretaram o mundo de
diferentes maneiras; do que se trata é de transformá-lo”. Essa transformação,
que muda de fato a própria lógica da história, que sempre favoreceu a uma
minoria que foi beneficiada pela exploração de uma minoria, depende assim de
uma classe que a leve à frente, e essa classe é o proletariado moderno, com a
formação de uma consciência de classe.
De acordo com a teoria marxiana, existiria uma tendência de que a classe
operária aproveitasse o momento em que a contradição no capitalismo
conduzisse o mesmo à destruição para instaurar o que é denominado de
ditadura do proletariado, tomando posse dos meios de produção e implantando
o socialismo. Vejamos por que isso se dá:
TEXTO COMPLEMENTAR
Prefácio à “Contribuição à Crítica da Economia Política”
QUESTÃO 01 (Unimontes)
Segundo a concepção dialética, a passagem do ser ao não ser não é
aniquilamento, destruição ou morte pura e simples, mas movimento para outra
realidade. A dialética guarda três momentos que podem ser denominados de
QUESTÃO 02 (UFU)
O botão desaparece no desabrochar da flor, e poderia dizer-se que a
flor o refuta; do mesmo modo que o fruto faz a flor parecer um falso
ser-aí da planta, pondo-se como sua verdade em lugar da flor: essas
formas não só se distinguem, mas também se repelem como
incompatíveis entre si [...].
HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do Espírito. Petrópolis: Vozes,
1988.
QUESTÃO 03 (UFU)
O desenvolvimento das ciências naturais trouxe impactos sobre a
produção tecnológica e chegou até os processos de trabalho,
modificando antigos sistemas por máquinas a vapor. Essas
mudanças trouxeram resultados também para as relações sociais,
como observa Karl Marx (1818-1883) em sua obra: Miséria da
filosofia:
As relações sociais estão intimamente ligadas às forças produtivas.
Apoderando-se de novas forças produtivas, os homens mudam seu
modo de produção e, mudando o modo de produção, a maneira de
ganhar a vida, mudam todas as suas relações sociais. O moinho
braçal vos dará a sociedade com o senhor feudal, e o moinho a
vapor a sociedade com o capitalista industrial.
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da filosofia: do
romantismo ao empiriocriticismo. São Paulo: Paulus, 2005, p. 195, v.
5. (Coleção Filosofia).
Com base no texto acima e no pensamento de Karl Marx, assinale a alternativa
correta.
Questões Enem:
QUESTÃO 04
Karl Marx foi um dos mais importantes analistas do capitalismo até o século
XIX. Em seus estudos, temas como a utilização da tecnologia e a condição do
trabalhador foram alguns dos que estiveram presentes. Sobre o tema da
alienação, a partir do texto, pode-se compreender
Exercícios de Fixação:
QUESTÃO 01 (Unimontes)
Hegel foi o primeiro a contrapor a lógica dialética à lógica tradicional. Para ele,
compreender a natureza é representá-la como processo. Baseado nas ideias
hegelianas, é CORRETO afirmar:
QUESTÃO 02 (UFU)
A dialética de Hegel
A) envolve duas etapas, formadas por opostos encontrados na natureza (dia-
noite, claro-escuro, frio-calor).
B) é incapaz de explicar o movimento e a mudança verificados tanto no mundo
quanto no pensamento.
C) é interna nas coisas objetivas, que só podem crescer e perecer em virtude
de contradições presentes nelas.
D) é um método (procedimento) a ser aplicado ao objeto de estudo do
pesquisador.
QUESTÃO 03 (UEM)
“A restrição que Marx faz ao Estado de Direito burguês, enquanto
abstração da condição básica da sociabilidade humana atrelada à
imediatidade do viver-junto dos homens, é que este Estado acaba,
por força da sua estrutura burocratizante e da redução do político
aos aspectos jurídicos, representando os interesses de uma parcela
da sociedade e, nessa medida, é impotente para garantir os fins
maiores e universais da coletividade”
(Filosofia – Ensino Médio. Curitiba: SEED-PR, 2006, p.224).
01) É nas ideias do liberalismo clássico de John Locke que Karl Marx procura
subsídios teóricos para a concepção de uma sociedade socialista, segundo a
qual a liberdade de cada indivíduo seria garantida pela emancipação política de
toda a coletividade.
02) Para Karl Marx, o fim da luta entre as classes sociais tornar-se-á possível
quando o trabalho e o capital chegarem a um acordo jurídico sobre uma forma
democrática de distribuição igualitária da renda entre todos os indivíduos de
todas as classes sociais.
04) Para Karl Marx, a lei deve garantir uma justiça social fundamentada no
princípio de que o trabalho deve ser remunerado conforme os méritos e a
capacidade produtiva de cada indivíduo.
08) O materialismo histórico de Karl Marx preconiza que a estrutura jurídico-
política instaurada com o modo de produção capitalista precisa ser mantido, de
forma que a transição para uma economia socialista possa ser efetivada sem
conturbações.
16) Para Karl Marx, o direito burguês não passa de uma ficção da lei e
expressão de uma ideologia cuja compreensão e desvelamento só pode
realizar-se a partir de uma análise da infraestrutura econômica do modo de
produção capitalista.
QUESTÃO 04 (UFU)
Em Marx, o conceito de ideologia designa uma forma de consciência invertida,
que distorce e encobre as formas de dominação existentes nas relações
sociais.
Tomando isso em consideração, marque a alternativa que apresenta
corretamente a relação entre os conceitos de estrutura e superestrutura no
pensamento de Marx.
QUESTÃO 05 (UNICENTRO)
O conceito de ideologia tem vários significados. Dentre eles, “conjunto de
representações e ideias e normas de conduta, por meio das quais o homem é
levado a pensar, sentir e agir”.
A interpretação de Karl Marx sobre ideologia, que foi incorporada ao
pensamento político, está indicada na alternativa
QUESTÃO 06 (UEM)
“Marx e Hegel têm em comum a crítica à exacerbação do
individualismo egoísta moderno, bem como das suas
consequências, porém discordam quanto às possibilidades de
solução da questão. Um dos elementos fundamentais desse debate
é a questão da soberania política” (MARÇAL, Jairo (org.). Antologia
de textos filosóficos. Curitiba: SEED – PR, 2009, p.466.).
QUESTÃO 07 (UEM)
O filósofo alemão Karl Marx (1818-1883) afirma que “A totalidade
das relações de produção forma a estrutura econômica da
sociedade, a base real sobre a qual se levanta uma superestrutura
jurídica e política, e à qual correspondem formas sociais
determinadas de consciência. O modo de produção da vida material
condiciona o processo da vida social, política e espiritual em geral.
Não é a consciência dos homens que determina o seu ser, mas, ao
contrário, é o seu ser social que determina sua consciência” (MARX,
K. Prefácio. In: Para a crítica da Economia Política. SP: Abril
Cultural, 1982, p. 23, apud FIGUEIREDO, V. Filósofos na sala de
aula. volume 2. SP: Berlendis & Vertecchia Editores, 2008, p. 121-
122).
01) A economia determina o que acontece nas outras partes da vida social —
tudo tem que ser explicado pela economia.
02) Essa teoria marxiana é reducionista, pois tudo se reduz a um princípio
explicativo único, o fundamento material.
04) Antes de serem elementos contraditórios, a superestrutura jurídico-política
se articula com a estrutura econômica da sociedade.
08) A consciência humana não tem o mesmo poder que as relações de
produção sobre a determinação do ser social dos homens.
16) Para a teoria marxiana, somente pode existir entre os homens relações de
produção econômica, que são determinadas materialmente.
Responda:
O que significa, segundo Marx, afirmar que não são as ideias humanas que
movem a História?
Agora podemos tentar definir com mais clareza o que estudaremos nesse
módulo: Filosofia da Ciência é um dos vários campos filosóficos, e ele se
dedica de maneira específica ao estudo das condições dentro das quais é
produzido o conhecimento que se denomina científico, em contraposição ao
conhecimento que utilizamos em nosso cotidiano, e que será chamado aqui de
senso comum. O alcance do que é produzido pelo meio científico será
questionado, para que tenhamos uma clareza maior a respeito de “verdades”
que nos chegaram por meio das afirmações de alguns cientistas famosos.
Assim, nossos avós ou bisavós construíam muitas vezes uma relação com
o mundo baseada na repetição dos eventos, o que lhes dava, a partir de certo
momento, uma ideia de que algo era verdadeiro. Vejamos um exemplo: minha
avó, quando eu começava a espirrar, fazia um chá caseiro contendo várias
plantas, que geralmente eram encontradas no quintal. Por incrível que pareça,
esse procedimento aparentemente fazia algum efeito, possivelmente um pouco
psicológico, e eu melhorava com o uso mais ou menos constante do
“medicamento”. Se perguntássemos à minha avó porque eu tinha melhorado,
ela afirmaria que o chá “é bom” para o tratamento de gripe. Se perguntássemos
a ela por que exatamente ele realiza tal efeito, muito provavelmente ela não
saberia responder.
1. A gasolina acabou.
2. A bateria acabou.
3. As duas coisas aconteceram.
Para que as possibilidades acima sejam formuladas, é necessário um
modelo de motor que temos em nossa mente, e esse modelo, por mais simples
que seja, é um caixote que só funciona se lhe forem fornecidos combustível e
eletricidade. Geralmente se abre o capo em busca de uma mangueira solta ou
de um fio dependurado, ou se balança o carro ouvindo o tanque de gasolina,
para testar a possibilidade. Muitas vezes dá certo. Vamos enumerar os
procedimentos realizados?
É por isso que afirmamos acima que há aqui certa psicologia da prática
científica. Pensemos em um exemplo prático: Plutão não é um planeta. Será
que é fácil para os astrônomos que anteriormente ensinaram nas universidades
que Plutão era um planeta admitirem seu engano, ou seja, admitirem que toda
uma geração de cientistas defendeu uma tese equivocada? E os manuais que
afirmavam a versão anterior, terão que corrigir o equívoco? Lançar uma edição
atualizada? Essas são algumas das implicações da aceitação de uma nova
concepção da realidade. Desse modo, a tendência de um período normal é de
realizar testes que confirmem a teoria amplamente aceita, e não que a
coloquem em questão. Mas essa hegemonia de uma teoria é, por vezes,
apenas aparente. Kuhn lembra que
Desse modo, para nosso autor, os cientistas não devem ter medo de que
suas teorias sejam refutadas, pois só a descoberta das falhas das teorias
conduz ao desenvolvimento da ciência. Reforçar uma concepção científica já
aceita contribui muito pouco ou em nada para o progresso do conhecimento.
Muitas teorias, ao fugirem de qualquer possibilidade de refutação, se tornam
não científicas. Se afirmo, por exemplo, que todo cisne é branco, a primeira
busca que devo realizar deve ser para encontrar um cisne que não o seja. Mais
cisnes brancos encontrados não melhoram a minha teoria, mas somente
reforçam uma sensação de verdade que, como já dito acima, não deve existir
no conhecimento indutivo. No entanto tenho que ter coragem para, quando
encontrar um cisne negro, admitir a falha da minha concepção, e não buscar
saídas alternativas como afirmar que, como todo cisne é branco e esse
pássaro não é dessa cor, ele não pode ser um cisne, deve ser um "fisne".
Exercícios Propostos:
QUESTÃO 01 (Upe)
A validade de nossos conhecimentos é garantida pela correção do raciocínio.
São dois os modos de raciocínio: o indutivo e o dedutivo.
QUESTÃO 02 (Ufsj)
O Círculo de Viena foi um importante marco para a filosofia e, exemplarmente,
propôs que,
A) antes de ser classificado de percepção extrema ou subjetividade, todo e
qualquer dado deve ser sistematicamente analisado.
B) em qualquer evento, existe algo de subjetivo e isso é disfarçado pelas
extraordinárias extensões no mundo metafísico.
C) para ser aceita como verdadeira, uma teoria científica deveria passar pelo
crivo da verificação empírica.
D) no limite do que o sujeito pode perceber e do que é exatamente o objeto há
um abismo de possibilidades e é nisso que consiste a importância da
metafísica.
QUESTÃO 03 (UEM)
“O filósofo Thomas Kuhn afirma que uma teoria se torna um modelo
de conhecimento ou um paradigma científico. O paradigma se torna
o campo no qual uma ciência trabalha normalmente, sem crises. Em
tempos normais, um cientista, diante de um fato ou de um fenômeno
ainda não estudado, o explica usando o modelo ou o paradigma
científico existente. Em contraposição à ciência normal, ocorre a
revolução científica. Uma revolução científica acontece quando o
cientista descobre que o paradigma disponível não consegue
explicar um fenômeno ou um fato novo, sendo necessário produzir
um outro paradigma.”
(CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. 14.ª ed. São Paulo: Ática, 2011, p.
281).
Questões Enem:
QUESTÃO 04
QUESTÃO 05
“(...) a ciência tem mais que um simples valor de sobrevivência
biológica. Ela não é apenas um instrumento útil. Embora não possa
atingir a verdade nem a probabilidade, o esforço pelo conhecimento
e a procura pela verdade ainda são os motivos mais fortes da
descoberta científica. Não sabemos, podemos apenas conjecturar. E
nossas conjecturas são guiadas pela fé não científica, metafísica
(embora explicável biologicamente), nas leis ou regularidades que
podemos desvendar – descobrir”
(POPPER, Karl. A Lógica da pesquisa científica, in CHAUÍ (org.),
Primeira Filosofia. São Paulo: Brasiliense, 1987 – p. 213-214).
Exercícios de Fixação:
QUESTÃO 01 (UEM)
Para o filósofo Karl Popper (1902-1994), “Um cientista, seja teórico
ou experimental, formula enunciados ou sistemas de enunciados e
verifica-os um a um. No campo das ciências empíricas, para
particularizar, ele formula hipótese ou sistemas de teorias e
submete-os a teste, confrontando-os com a experiência, através de
recursos de observação e experimentação. A tarefa da lógica da
pesquisa científica, ou da lógica do conhecimento, é, segundo
penso, proporcionar uma análise lógica desse procedimento, ou
seja, analisar o método das ciências empíricas” (POPPER, K. A
lógica da pesquisa científica. São Paulo: Ed. Cultrix, 1972, p. 27).
QUESTÃO 02 (UEM)
A filosofia da ciência contemporânea, ao contrário da tradição clássica e
moderna, que acreditava no acúmulo linear do conhecimento, questionou a
ideia de progresso e de neutralidade científica. Conceitos como crise,
anomalia, descontinuidade, ruptura e incomensurabilidade (entre paradigmas
científicos), inauguram uma nova orientação epistemológica, voltada para a
ideia de ciência construída, mais do que verdadeira ou fiel à natureza do
mundo. Sobre a filosofia da ciência contemporânea, assinale o que for correto.
01) As teorias científicas não podem ser verificadas de ponta a ponta,
possuindo elementos arbitrários na composição da teoria.
02) Segundo Paul Fayerabend, os cientistas utilizam persuasão, retórica e
propaganda para convencer a comunidade científica.
04) A validade de uma teoria científica está na maneira como explica um
conjunto ilimitado de fenômenos.
08) As teorias científicas se completam mutuamente, aproximando-se cada vez
mais da ciência divina.
16) A prática científica é igual à do senso comum, pois não se ocupa com a
verdade dos fatos.
QUESTÃO 03 (Unioeste)
“A ideia de conduzir os negócios da ciência com o auxílio de um
método que encerre princípios firmes, imutáveis e
incondicionalmente obrigatórios, vê-se diante de considerável
dificuldade, quando posta em confronto com os resultados da
pesquisa histórica. Verificamos, fazendo um confronto, que não há
uma só regra, embora plausível e bem fundada na epistemologia,
que deixe de ser violada em algum momento. Torna-se claro que
tais violações não são eventos acidentais, não são o resultado de
conhecimento insuficiente ou de desatenção que poderia ter sido
evitada. Percebemos, ao contrário, que as violações são
necessárias para o progresso. Com efeito, um dos notáveis traços
dos recentes debates travados em torno da história e da filosofia da
ciência é a compreensão de que acontecimentos e
desenvolvimentos tais como a invenção do atomismo na
Antiguidade, a revolução copernicana, o surgimento do moderno
atomismo (teoria cinética; teoria da dispersão; estereoquímica; teoria
quântica), o aparecimento gradual da teoria ondulatória da luz só
ocorreram porque alguns pensadores decidiram não se deixar limitar
por certas regras metodológicas ‘óbvias’ ou porque
involuntariamente as violaram.” Paul Feyerabend.
QUESTÃO 04 (Unioeste)
“Kuhn sustenta que a ciência progride quando os cientistas são
treinados numa tradição intelectual comum e usam essa tradição
para resolver os problemas que ela suscita. Kuhn vê a história de
uma ciência ‘madura’ como sendo, essencialmente, uma sucessão
de tradições, cada uma das quais com sua própria teoria e seus
próprios métodos de pesquisa, cada um guiando uma comunidade
de cientistas durante um certo período de tempo e sendo finalmente
abandonada. Kuhn começou por chamar às ideias de uma tradição
científica um ‘paradigma’ [...] O paradigma, como um todo, determina
que problemas são investigados, que dados são considerados
pertinentes, que técnicas de investigação são usadas e que tipos de
solução se admitem. [...] Revoluções, como as de Copérnico,
Newton, Darwin e Einstein não são frequentes, diz Kuhn, e são
deflagradas por crises. Uma crise ocorre quando os cientistas são
incapazes de resolver muitos problemas de longa data com que o
paradigma se defronta”. Kneller
QUESTÃO 05 (Uel)
Leia o texto a seguir.
QUESTÃO 06 (Unioeste)
“Acredito que a função do cientista e do filósofo é solucionar
problemas científicos ou filosóficos e não falar sobre o que ele e
outros filósofos estão fazendo ou deveriam fazer (...) Quando disse
que a indagação sobre o caráter dos problemas filosóficos é mais
apropriada do que a pergunta ‘Que é a filosofia?’ quis insinuar uma
das razões da futilidade da atual controvérsia a respeito da natureza
da filosofia: a crença ingênua de que existe de fato uma entidade
que podemos chamar de ‘filosofia’ ou de ‘atividade filosófica’, com
uma ‘natureza’, essência ou caráter determinado (...) Na verdade
não é possível distinguir disciplinas em função da matéria de que
tratam (...) Estudamos problemas, não matérias: problemas que
podem ultrapassar as fronteiras de qualquer matéria ou disciplina”.
Karl Popper.
QUESTÃO 07 (Unicentro)
Consideremos o campo da epistemologia contemporânea; sob esse aspecto,
podemos afirmar que a posição de Thomas Kuhn (1922-1996), em relação à
ciência, se contrapôs à concepção científica de Karl Popper (1902-1994)?
Assinale a alternativa correta.
A) Sim, Kuhn se contrapôs à teoria de Popper ao negar que o desenvolvimento
da ciência se dê mediante o ideal de refutação. Ao contrário, Kuhn afirma
que a ciência progride pela tradição intelectual representada pelo paradigma
que é a visão de mundo expressa numa teoria.
B) Não, Kuhn absorve a teoria da refutabilidade de Popper ao desenvolver sua
concepção de paradigma científico. Para ambos, o que garante a verdade de
um discurso científico é sua condição de justificação, ou seja, quando uma
teoria é justificada ela é corroborada.
C) Não, Kuhn argumentou que uma teoria, como paradigma, deve ser
desenvolvida em vez de criticada, motivo pelo qual ele não poderia opor-se
ao pensamento de Popper. Sua tentativa será outra: tentar harmonizar
aqueles pontos de vista que divergem do seu.
D) Sim, Kuhn cedo abandonou o empirismo, classificando-se como anarquista
epistemológico. Dessa forma, opôs-se não apenas à concepção
metodológica de Popper como também de outros contemporâneos seus,
como Lakatos, por exemplo. Diferentemente de Popper, Kuhn anuncia que
as teorias não são nem verdadeiras, nem falsas, mas úteis.
E) Sim, diferentemente de Popper, para quem a física newtoniana era
considerada a imagem verdadeira do mundo, tendo como pressupostos o
mecanicismo e o determinismo, Kuhn estabelece como paradigma de sua
concepção de ciência o irracionalismo de Heisenberg e seu princípio da
incerteza.
QUESTÃO 08 (Unioeste)
“Um cientista, seja teórico seja experimental, propõe enunciados, ou
sistemas de enunciados, e testa-os passo a passo. No campo das
ciências empíricas, mais particularmente, constrói hipóteses ou
sistemas de teorias e testa-as com a experiência por meio da
observação e do experimento. Sugiro que é tarefa da lógica da
investigação científica ou lógica do conhecimento apresentar uma
análise desse procedimento; isto é, analisar o método das ciências
empíricas […]. A etapa inicial, o ato de conceber ou inventar uma
teoria, não me parece exigir uma análise nem ser suscetível dela. A
questão de saber como acontece que uma nova ideia ocorre a um
homem – seja essa ideia um tema musical, seja um conflito
dramático, seja uma teoria científica – pode ser de grande interesse
para a psicologia empírica; mas ela é irrelevante para a análise
lógica do conhecimento científico.” (Popper)
QUESTÃO 09
Defina paradigma na concepção de ciência de Thomas Kuhn.
QUESTÃO 10
Qual é o critério de demarcação estabelecido por Karl Popper para estabelecer
o que seja ou não ciência? Em que ele consiste?
A arte seria, assim, algo perigoso, pois tenderia a enganar os incautos, que
mergulhando no mundo da imitação, tenderiam a se afastar ainda mais da
verdade. Em outro trecho Platão afirma :
Desse modo, na cidade ideal, defendida pelo autor, a poesia imitativa não
deveria existir. Sendo a arte algo que tende a afastar o ser humano do caminho
da verdade e do bem, ela deve ser considerada no mínimo perigosa. No
entanto Platão defende sua utilização enquanto forma de expressão, desde
que seja utilizada com fins educacionais. Percebe-se aí que o filósofo se
preocupa com as possibilidades de utilização da arte para finalidades variadas,
questão que se mostra presente e importante até a atualidade, basta lembrar
os estudos da Escola de Frankfurt.
Segundo o que foi dito se apreende que o poeta conta, em sua obra,
não o que aconteceu e sim as coisas quais como poderiam vir a
acontecer, e que sejam possíveis tanto da perspectiva da
verossimilhança como da necessidade.
Lembre-se que para Hegel, no século XIX, a arte é uma das etapas
galgadas pelo Espírito absoluto rumo ao encontro de si mesmo, assim como a
religião e a filosofia. No jogo dialético da realidade que se desmembra em tese,
antítese e síntese, sabemos que a história é a manifestação da razão no
tempo. Desse modo a arte de um período, da mesma forma, também expressa
um nível de consciência o qual atingiu aquele estágio da humanidade. A
beleza, desse modo, seria, como todos os demais conceitos, mutável ao longo
do tempo, seguindo esse processo de desenvolvimento do Espírito rumo à sua
autoconsciência absoluta, realizando a liberdade humana. Não é demais
ressaltar que, da mesma forma que a consciência individual é a subjetivação
do Absoluto, e as instituições sociais, como o Estado, são sua objetivação, a
religião, a arte e a filosofia são suas manifestações mais sublimes, que tendem
a levar o homem ao mais alto nível de elevação.
Exercícios Propostos:
QUESTÃO 01
O problema da mímesis em Platão e Aristóteles até hoje tem ressonância no
mundo contemporâneo. Grande parte do público recusa a arte produzida na
contemporaneidade por conta da estética platônica. Aristóteles liberta a arte
dos limites determinados por Platão e afirma que
QUESTÃO 02 (Ueg)
Aristóteles é considerado por muitos estudiosos como o primeiro crítico literário. Sua vasta
produção, além de abordar Política, Biologia, Metafísica e Ética, também trata de Poética.
Acreditava que um grande poeta, como Homero, deveria ser considerado também um filósofo.
Nesse sentido, Aristóteles defendia que a Poesia é superior à História porque
A) a beleza formal dos versos poéticos não poderia ser igualada ao texto
informativo dos historiadores.
B) a poesia lida com conceitos universais, enquanto a narrativa histórica
precisa focar um tema específico.
C) a poesia poderia ser transformada em peças dramáticas, enquanto textos de
história só poderiam ser lidos.
D) o número de leitores de poesia era muito superior ao de leitores de textos
sobre história, na Grécia Antiga.
QUESTÃO 03 (Unesp)
Uma obra de arte pode denominar-se revolucionária se, em virtude da
transformação estética, representar, no destino exemplar dos indivíduos, a
predominante ausência de liberdade, rompendo assim com a realidade social
mistificada e petrificada e abrindo os horizontes da libertação. Esta tese implica
que a literatura não é revolucionária por ser escrita para a classe trabalhadora
ou para a “revolução”. O potencial político da arte baseia-se apenas na sua
própria dimensão estética. A sua relação com a práxis (ação política) é
inexoravelmente indireta e frustrante. Quanto mais imediatamente política for a
obra de arte, mais reduzidos são seus objetivos de transcendência e mudança.
Nesse sentido, pode haver mais potencial subversivo na poesia de Baudelaire
e Rimbaud que nas peças didáticas de Brecht. (Herbert Marcuse. A dimensão
estética, s/d.)
QUESTÃO 04
QUESTÃO 05
“A cidade de Atenas promoveu um concurso para a escolha da
estátua da deusa Atena, a ser instalada no Paternon. Dois
escultores apresentaram suas obras. Uma delas era uma mulher
perfeita e foi admirada por todos. A outra, era uma figura grotesca: a
cabeça enorme, os braços muito longos e as mãos maiores que os
pés. Quando as duas estátuas foram colocadas nos altos pedestais
do Paternon, onde eram vistas de baixo para cima, a estátua perfeita
tornara-se ridícula: a cabeça e as mãos de Atena pareceram
minúsculas e desproporcionais para seu corpo; em contrapartida, a
estátua grotesca tornara-se perfeita, pois a cabeça, os braços e as
mãos se tornaram proporcionais ao corpo. A estátua grotesca foi
considerada a boa imitação e venceu o concurso.”
(CHAUÍ, Marilena, Convite à Filosofia, São Paulo, Editora Ática,
2003, p. 284, texto adaptado).
a) imitou a deusa Atena considerando que para uma obra ser bela tem de ter,
além da proporção, certa esquisitice.
b) não se preocupou em reproduzir uma cópia fiel da deusa Atena, pois no
mundo sensível temos apenas uma imitação da verdadeira realidade que se
encontra no mundo inteligível.
c) tomou como parâmetro, ao representar a deusa Atena, a ideia de que o belo
é relativo ao gosto de cada pessoa, por isso a deusa poderia ser percebida
diferentemente por cada um, dependendo do lugar onde fosse colocada.
d) reproduziu a deusa Atena tendo como padrão de beleza o imaginário
popular da época, que apreciava figuras grotescas.
e) representou a deusa Atena levando em conta que o belo consiste na
proporção, na simetria e na ordem, por isso fez um cálculo matemático das
proporções entre as partes do corpo, o local em que seria instalada e como
seria vista.
Exercícios de Fixação:
QUESTÃO 01 (Uema)
Kant definiu a Estética como sendo ciência. E completando, Alexander
Brumgarten a definiu como sendo a teoria do belo e das suas manifestações
através da arte. Como ciência e teoria do belo, a Estética pretende alcançar um
tipo específico de conhecimento que é aquele captado
A) pela lógica.
B) pela razão.
C) pela alma.
D) pelos sentidos.
E) pela emoção.
QUESTÃO 02 (UEM)
“A Estética, enquanto reflexão filosófica, busca compreender, num
primeiro momento, o que é beleza, o que é belo. A preocupação com
o belo, com a arte e com a sensibilidade” é própria da reflexão
estética. Não se trata de “uma discussão de preferências,
simplesmente com o fim de uniformizar os gostos. Então, ela não
poderá ser normativa, determinando o que deve ser,
obrigatoriamente, apreciado por todos.”
(Filosofia. Vários autores. Curitiba: SEED-PR, 2006, p. 272).
Ainda assim, a tentativa de uma definição do belo vem acompanhando a
História da Arte há muito tempo, sendo correto afirmar que
QUESTÃO 03 (Uel)
Leia o texto a seguir.
QUESTÃO 04 (UEM)
Segundo Georg Wilhelm Friedrich Hegel, a realidade é a manifestação do
Espírito infinito ou Absoluto, que é necessariamente histórico, dialético e
realizador da unidade entre pensamento e mundo.
QUESTÃO 05 (UEM)
Diz Aristóteles (388-322 a.C.), na obra Poética, sobre a noção de
imitação (mimesis) artística: “Ao homem é natural imitar desde a
infância – e nisso difere ele dos outros seres, por ser capaz da
imitação e por aprender, por meio da imitação, os primeiros
conhecimentos; e todos os homens sentem prazer em imitar. Prova
disso é o que ocorre na realidade: temos prazer em contemplar
imagens perfeitas das coisas cuja visão nos repugna, como [as
figuras dos] animais ferozes e dos cadáveres.” (ARISTÓTELES.
Poética, livro IV, §§ 13 e 14, p. 40). Do mesmo modo diz o filósofo,
na Física: “Em resumo, a arte ou completa o processo que a
natureza é incapaz de fazer inteiramente ou imita a natureza.”
(ARISTÓTELES. Física, 199a. In. FIGURELLI, R.. Antologia de
textos filosóficos. Curitiba: SEED, 2009, p. 546).
Com base nessas afirmações de Aristóteles, assinale a(s) alternativa(s)
correta(s).
01) O grande mérito do artesão ou artista está em reproduzir perfeitamente a
beleza do mundo natural.
02) O feio não decorre da percepção do objeto representado, mas, da
inabilidade do artista em representá-lo.
04) A representação de algo pode ser tão ou mais bela do que a própria coisa.
08) A arte não consegue completar a natureza, mas, na melhor das hipóteses,
apenas copiá-la ou imitá-la.
16) Proporção, harmonia, equilíbrio não são critérios de beleza para os objetos
artísticos.
QUESTÃO 06 (Uel)
Leia os textos a seguir.
QUESTÃO 07 (Uel)
Leia o texto de Aristóteles a seguir:
Uma vez que o poeta é um imitador, como um pintor ou qualquer
outro criador de imagens, imita sempre necessariamente uma das
três coisas possíveis: ou as coisas como eram ou são realmente, ou
como dizem e parecem, ou como deviam ser. E isto exprime-se
através da elocução em que há palavras raras, metáforas e muitas
modificações da linguagem: na verdade, essa é uma concessão que
fazemos aos poetas.
(ARISTÓTELES. Poética. Tradução e Notas de Ana Maria Valente.
Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2004. p. 97.)
I. O poeta pode imitar a realidade como os pintores e, para isso, deve usar o
mínimo de metáforas e priorizar o acesso às ideias inteligíveis.
II. O poeta pode imitar tendo as coisas presentes e passadas por referência,
mas não precisa se ater a esses fatos apenas.
III. O poeta pode imitar as coisas considerando a opinião da maioria e pode
também elaborar fatos usando várias formas de linguagem.
IV. O poeta pode imitar as coisas ponderando o que as pessoas dizem sobre
os fatos, mesmo que não haja certeza sobre eles.
QUESTÃO 08 (Unicentro)
Todas as alternativas abaixo definem corretamente a relação crítica que se
estabelece na contemporaneidade entre Arte, Indústria cultural e Cultura de
massas, exceto.
QUESTÃO 09
O que significa, em Platão, afirmar que a obra de arte é uma cópia da cópia?
QUESTÃO 10
O que Aristóteles entende por catarse em sua teoria estética?
Nietzsche:
RESUMINDO:
Exercícios Propostos:
QUESTÃO 01 (UFFS)
No pensamento de Nietzsche, pode-se encontrar grande quantidade de
considerações a respeito dos valores.
Assinale a alternativa que não está de acordo com a filosofia de Nietzsche
sobre os valores.
A) A perda da fé em Deus conduz à transvaloração de todos os valores.
B) É preciso reconhecer que, pelos seus próprios critérios, nossa moral é
imoral.
C) Deve-se criar novos valores por meio da vontade de potência.
D) A moral deve expressar as condições de vida e de desenvolvimento de um
povo.
E) Não existe papel para a razão na compreensão dos valores.
QUESTÃO 02 (UFFS)
As alternativas a seguir apresentam e descrevem conceitos encontrados na
filosofia de Nietzsche, exceto:
A) A vontade de potência: motivo básico da ação do homem, a vontade de
viver e dominar.
B) O super-homem: indivíduo que é capaz de superar-se e possui valores
cristãos.
C) O eterno retorno: recorrência permanente dos mesmos eventos.
D) O ideal dionisíaco: conciliação do saber apolíneo e do saber dionisíaco.
E) A moral dos escravos: ressentimento dos que não podem realmente agir e
são compensados com uma vingança imaginária.
QUESTÃO 03 (UEM)
No texto O existencialismo é um humanismo, Jean-Paul Sartre argumenta
contra as acusações feitas ao existencialismo e declara: “O homem é não
apenas tal como ele se concebe, mas como ele se quer, e como ele se
concebe depois da existência, o homem nada mais é do que aquilo que ele faz
de si mesmo. Tal é o primeiro princípio do existencialismo.” (SARTRE, Jean-
Paul. O existencialismo é um humanismo. In: Antologia de textos filosóficos.
MARÇAL, Jairo (org.). Curitiba: SEED-PR, 2009, p.620).
Questões Enem:
QUESTÃO 04:
O Existencialismo é uma filosofia do século XX, que procura resgatar o valor da
subjetividade, da concretude da vida humana, da singularidade indeterminada.
A famosa frase de Sartre - "A existência precede a essência."- significa que o
homem é um projeto utópico de ser, condicionado pela sua existência. Neste
sentido o(s) fundamento(s) teórico(s) e histórico(s) do Existencialismo de Sartre
são:
QUESTÃO 05
“Para Sartre, principal representante do existencialismo francês, só
as coisas e os animais são ‘em si’, isto é, teriam uma essência. O
ser humano, dotado de consciência, é um ‘ser-para-si’, ou seja, é
também consciência de si. Isso significa que é um ser aberto à
possibilidade de construir ele próprio sua existência. Por isso, é
possível referir-se à essência de uma mesa (...) ou à essência de um
animal (...), mas não existe uma natureza humana encontrada de
forma igual em todas as pessoas, pois ‘o ser humano não é mais
que o que ele faz’.” (ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P. Temas
de filosofia. 3.ª ed. revista. São Paulo: Moderna, 2005. p. 39).
Exercícios de fixação:
QUESTÃO 01 (UFU)
Assinale a alternativa que indica a “moral do senhor”, de acordo com
Nietzsche.
A) Os princípios metafísicos e morais dos diálogos de Platão.
B) A força, a criatividade, a saúde e o amor à vida.
C) Os princípios éticos e morais, que se encontram na Bíblia.
D) O ódio e o ressentimento dos fracos contra os mais fortes.
QUESTÃO 02 (Ufsj)
“A Filosofia a golpes de martelo” é o subtítulo que Nietzsche dá à sua obra
Crepúsculo dos ídolos. Tais golpes são dirigidos, em particular, ao(s)
A) conceitos filosóficos e valores morais, pois eles são os instrumentos
eficientes para a compreensão e o norteamento da humanidade.
B) existencialismo, ao anticristo, ao realismo ante a sexualidade, ao
materialismo, à abordagem psicológica de artistas e pensadores, bem como
ao antigermanismo.
C) compositores do século XIX, como, por exemplo, Wolfgang Amadeus
Mozart, compositor de uma ópera de nome “Crepúsculo dos deuses”,
parodiada no título.
D) conceitos de razão e moralidade preponderantes nas doutrinas filosóficas
dos vários pensadores que o antecederam e seus compatriotas e/ou
contemporâneos Kant, Hegel e Schopenhauer.
QUESTÃO 03 (UFFS)
Para lidar com o tratamento dos valores no pensamento de Nietzsche, o
conceito da "morte de Deus" é essencial.
Assinale a alternativa que reflete esse conceito.
A) A morte de Deus desvaloriza o mundo.
B) A morte de Deus gera necessariamente o super-homem.
C) A morte de Deus implica a perda das sanções sobrenaturais dos valores.
D) A morte de Deus exige o retorno a Apolo e a Dionísio.
E) A morte de Deus impossibilita a superação dos valores hoje aceitos.
QUESTÃO 04 (UNICENTRO)
O fragmento de texto, logo abaixo, é de Friedrich Nietzsche (1844-1900).
Analise-o, tendo como referência seus conhecimentos sobre o tema, e julgue
as assertivas que o seguem, apontando a(s) correta(s).
“Todo filosofar moderno está política e policialmente limitado à aparência
erudita, por governos, igrejas, academias, costumes, modas, covardias dos
homens: ele permanece no suspiro: ‘mas se... ’ ou no reconhecimento: ‘era
uma vez... ’ A filosofia não tem direitos; por isso, o homem moderno, se pelo
menos fosse corajoso e consciencioso, teria de repudiá-la e bani-la. Mas a ela
poderia restar uma réplica e dizer:
‘Povo miserável! É culpa minha se em vosso meio vagueio como uma cigana
pelos campos e tenho de me esconder e disfarçar, como se eu fosse a
pecadora e vós, meus juízes? Vede minha irmã, a arte! Ela está como eu:
caímos entre bárbaros e não sabemos mais nos salvar.”
(NIETZSCHE, F. A Filosofia na época trágica dos gregos. – aforismo 3. São
Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 32 (Col. Os Pensadores).
QUESTÃO 05 (UNICENTRO)
Qual dos argumentos abaixo caracteriza corretamente a relação conceitual
entre existencialismo e liberdade, no pensamento de Jean-Paul Sartre (1905-
1980)?
A) O existencialismo de Sartre defende o individualismo, isto é, cada um deve
preocupar-se exclusivamente com a própria liberdade e ação.
B) O existencialismo de Sartre afirma que se o homem é livre,
consequentemente não é responsável por aquilo que faz.
C) O existencialismo de Sartre afirma que “disciplina é liberdade”. O homem
livre é aquele que recusa o individualismo para viver o conformismo e a
respeitabilidade da tradição.
D) Sartre afirma que o homem nada mais é do que “seu projeto”, não havendo
essência ou modelo para lhe orientar o caminho; está, portanto,
irremediavelmente condenado a ser livre.
E) Sartre afirma que a liberdade só possui significado no pensamento, na
capacidade que o homem tem de refletir acerca de sua existência, buscando
definir a natureza e a essência humana.
QUESTÃO 06 (UFU)
Leia o excerto abaixo e assinale a alternativa que relaciona corretamente duas
das principais máximas do existencialismo de Jean-Paul Sartre, a saber:
QUESTÃO 07 (UFU)
Para J.P. Sartre, o conceito de “para-si” diz respeito
A) a uma criação divina, cujo agir depende de princípio metafísico regulador.
B) apenas à pura manutenção do ser pleno, completo, da totalidade no seio do
que é.
C) ao nada, na medida em que ele se especifica pelo poder nadificador que o
constitui.
D) a algo empastado de si mesmo e, por isso, não se pode realizar, não se
pode afirmar, porque está cheio, completo.
QUESTÃO 08 (UFU)
Mas se verdadeiramente a existência precede a essência, o homem
é responsável por aquilo que é. Assim, o primeiro esforço do
existencialismo é o de pôr todo homem no domínio do que ele é e de
lhe atribuir a total responsabilidade da sua existência. E, quando
dizemos que o homem é responsável por si próprio, não queremos
dizer que o homem é responsável pela sua restrita individualidade,
mas que é responsável por todos os homens. [...]
Assim, a nossa responsabilidade é muito maior do que poderíamos
supor, porque ela envolve toda a humanidade.
SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. Trad.
Vergílio Ferreira. Lisboa:
Presença, 1970. Apud ARANHA, M. L. de Arruda e MARTINS, M. H. Pires.
Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2009.
QUESTÃO 09
Defina moral do escravo e moral do senhor em Friedrich Nietzsche.
QUESTÃO 10
O que significa, em Sartre, afirmar que nos seres humanos a existência
precede a essência?
Gabaritos
Modulo 1:
Propostos:
1- A
2- C
3- C
Enem:
1- C
2- C
Fixação:
1- D
2- 24
3- 5
4- 16
5- 18
6- 7
7- B
8- Ao viajarem, para resolverem questões práticas de sua subsistência, muitas vezes,
os gregos tiveram contato com culturas muito distintas das suas, e aprenderam muito
com outros povos, saberes que, posteriormente, eles desenvolveram ainda mais.
Outra questão importante foi a percepção de que o mundo narrado pelo poeta não
encontrava correspondência com a realidade que eles encontraram em suas viagens.
9- A atividade política presente na Grécia do período arcaico para o clássico valorizava
novas virtudes, características do cidadão, como a capacidade de crítica e de
argumentação, a ponderação, o diálogo. Tudo isso acabou por consolidar um
ambiente propício para o desenvolvimento do debate, da reflexão, da crítica, posturas
adequadas para a filosofia.
10- A filosofia, diferente do mito, busca elaborar para a realidade explicações
racionais, baseadas, naquele momento, acima de tudo, na observação do mundo
concreto ao passo que as explicações míticas utilizavam-se amplamente de elementos
sobrenaturais.
Modulo 2:
Propostos:
1- A
2- A
3- C
Enem:
1- B
2- D
Fixação:
1- D
2- B
3- V,V,V,F
4- V,F,F,V
5- V,V,F,F
6- V,F,V,F
7- V,V,F,F
8-
A) O fragmento pertence ao período pré-socrático ou antigo.
B) Metafísica, já que é esta a área da filosofia que se dedica ao estudo do ser e das
suas causas.
C) O fragmento pertence ao caminho da opinião, visto que Parmênides nos orienta a
dele nos afastarmos.
9- Para Parmênides há uma equivalência entre o ser e a imobilidade. A partir disso, o
mundo apresentado por Heráclito, que flui o tempo todo, não pode existir de fato, só
restando existência àquilo que não muda, portanto, ao ser.
10-
A) Heráclito não pode ser corretamente considerado um filósofo empirista, já que
denuncia a incapacidade dos sentidos de apreenderem plenamente a realidade.
B) O princípio supremo da realidade é o logos, a razão que a tudo comanda, e quem
consegue assimila-lo de fato é o próprio Heráclito, ou aquele que se dedica à filosofia.
Modulo 3:
Propostos:
1- A
2- C
3- A
Enem:
1- A
2- D
Fixação:
1- B
2- C
3- C
4- 20
5- F,V,V,V
6- F,V,F,V
7- F,V,F,V
8- A partir do fragmento é possível perceber a presença da prática de Sócrates de, por
meio de perguntas e refutações, conduzir o interlocutor à consciência da insuficiência
do seu saber, da sua superficialidade.
9- Sócrates afirma que jamais ensinou a ninguém coisa alguma, que conversou
abertamente com todos que se dispuseram, o que torna estranha a acusação de
corrupção, visto que o corruptor não faz o que tem que fazer às claras. Afirma que fez
tudo isso por amor à verdade, não ao dinheiro, e que deveria seguir fazendo, pois
trata-se de uma missão dada a ele pela divindade.
10-
A) Os principais temas presentes nos diálogos de Sócrates são referentes às virtudes
e como se deve viver, portanto, temas como a beleza, a justiça, a coragem.
B) Sócrates, por meio da ironia, cadeia de perguntas com função refutatória, conduzia
o interlocutor a contradições nas suas respostas, para, no fim, leva-lo à percepção da
deficiência do seu conhecimento.
Modulo 4:
Propostos:
1- C
2- B
3- A
Enem:
1- C
2- A
Fixação:
1- A
2- B
3- C
4- 11
5- 17
6- A
7- F,V,V,F
8- A verdade para Platão necessita de uma norma superior, visto que o verdadeiro
conhecimento se dá por meio da reminiscência que a alma realiza das ideias que ela
contemplou, antes de se unir ao corpo, enquanto habitava no plano inteligível.
9-
A) A verdade é que Sócrates foi levado ao tribunal por ter exposto a ignorância dos
seus concidadãos publicamente.
B) O estágio da aporia, ausência de resposta, ao qual Sócrates conduzia seus
concidadãos no fim do diálogo. A temática da virtude.
C) As acusações improcedentes são: corromper a juventude. Pesquisar sobre as
coisas do céu e o que há sob a terra; o não crer nos deuses; fazer prevalecer o
discurso e a razão mais fraca’.
10-
A) Platão levanta a hipótese, no texto, de que existam duas ordens de realidade, a
sensível, na qual vivemos, e a inteligível.
B) Para Platão o mundo sensível é composto por cópias imperfeitas dos modelos
eternos presentes no mundo inteligível ou das ideias.
Modulo 05:
Exercícios propostos:
1- D
2- D
3- B
Questões Enem:
1- A
2- E
Exercícios de Fixação:
1- B
2- C
3- 12
4- 6
5- 6
6- 18
7- 27
8-
a) Substância, em Aristóteles, é o substrato último do ser, as características
que o definem como é e, portanto, deve ser entendida como essência.
b) Além da categoria da substância, podemos citar a da qualidade, quantidade,
relação e tempo.
9- As causas em Aristóteles são entendidas em quatro sentidos: material,
aquilo de que o ser é feito; eficiente, que é o princípio que transforma a matéria
no ser; formal, características atribuídas à matéria pela causa eficiente; final,
motivo pelo qual o ser existe.
10-
a) silogismo é a expressão linguística de um raciocínio, que consiste na
inferência realizada a partir de premissas.
b) o silogismo é válido porque a conexão entre os termos foi feita com
correção, e a análise lógica é realizada sobre a forma do raciocínio, e não
sobre o seu conteúdo.
c) o termo médio do silogismo é “animais mamíferos”.
Modulo 06:
Exercícios propostos:
1- A
2- 20
3- 17
Questões Enem:
1- D
2- E
Exercícios de Fixação:
1- A
2- E
3- D
4- C
5- A
6- B
7- D
8- A époche consiste na suspensão de juízos defendida pelo cético, com base
na tese de que as coisas se apresentam a nós de forma totalmente transitória,
e o afirmar algo sobre o mundo tem a mesma validade que o negar. É tal
postura que garante a ataraxia.
9- Ao compreendermos que somos resultado de uma combinação de átomos,
que se desagregarão com a nossa morte, o desespero diante do fim e do que
vem depois dele tende a desaparecer. Além disso, nossa relação com a vida
passa a ser de compreensão com relação às sensações às quais são
submetidas, buscando prazeres naturais e necessários, e entendendo a dor
como passageira e suportável.
10- Boa parte dos estados do nosso corpo, assim como os eventos que nos
são externos, nos são indiferentes, ou seja, escapam ao nosso controle. O que
sentimos com relação aos fatos, no entanto, está ao nosso alcance controlar, e
é exatamente com ralação aos nossos sentimentos que nos encontramos
livres.
Modulo 07:
Exercícios propostos:
1- C
2- B
3- B
Questões Enem:
1- A
2- B
Exercícios de Fixação:
1- A
2- C
3- E
4- A
5- D
6- 7
7- A
8- Para Agostinho, que elabora a teoria da Iluminação Divina, com relação às
verdades que merecem ser conhecidas, estamos na total dependência da luz
de Deus para atingi-las. Em função disso, tal filósofo subordina a razão à fé.
9-
a) A verdade se encontra dentro do homem porque Deus habita em cada um
de nós, mas evidentemente ele não se encontra aprisionado exatamente em
cada ser humano, estando evidentemente também em um plano superior.
b) As verdades eternas e imutáveis, que merecem ser conhecidas, não
poderiam ser conhecidas por seres finitos e transitórios como nós, o que
implica que dependamos da Iluminação Divina para atingi-las.
10-
a) Agostinho, como Platão, acredita que tudo seja proveniente de ideias
imutáveis, modelos perfeitos. Para o filósofo grego, no entanto, tais formas
estariam no mundo inteligível, e nós as acessaríamos, enquanto estamos aqui,
por meio da reminiscência. Para o bispo de Hipona, tais ideias estariam dentro
de Deus, e são acessíveis a partir do processo de Iluminação Divina.
b) A metáfora da luz, presente na Alegoria da Caverna, com a figura do Sol, é
atualizada, em Santo Agostinho, que compatibiliza tal ser, o Bem, com o Deus
da teologia cristã.
Modulo 08:
Exercícios propostos:
1- B
2- B
3- D
Questões Enem:
1- C
2- A
Exercícios de Fixação:
1- D
2- 19
3- A
4- V, F, V, F
5- D
6- D
7- C
8-
a) Nominalismo é a posição que afirma unicamente a existência dos
individuais, afirmando os termos universais como meras convenções
linguísticas. Os realistas defendem que os universais existem como entidades
autônomas, à moda do platonismo.
b) Roscelino, de acordo com o texto, é nominalista, visto que para ele o termo
“humanidade” não designa nenhuma realidade.
9- Segundo a prova teleológica, tudo que obedece a uma finalidade pressupõe
uma inteligência que o criou com tal finalidade, como o carpinteiro em relação a
uma mesa; ora, percebemos a finalidade no Universo (todas as criaturas têm
uma finalidade); logo, Deus é o princípio que dá essa finalidade ao Universo.
10- Para Tomás de Aquino, razão e fé são formas distintas de se chegar à
verdade, uma dando origem à filosofia, outra à teologia. Elas não devem se
contradizer, e caso isso ocorra, deve-se optar pela revelação, e reavaliar os
procedimentos da razão.
Módulo 9:
Propostos:
1- C
2- C
3- A
Enem:
1- C
2- B
Fixação:
1- D
2- D
3- C
4- D
5- A
6- B
7- A
8- Os defeitos consistem na precipitação, que consiste em apressar as
conclusões de um estudo, e a prevenção, que consiste na descrença com
relação às possibilidades de conhecer.
9-
A) Descartes inicia duvidando dos sentidos, depois da atividade da imaginação
e, por último, das certezas físicas e matemáticas.
B) Ao tentar duvidar de tudo, Descartes conclui que não pode colocar em
dúvida que enquanto duvida, pensa e, enquanto pensa, existe.
10- Hume se refere ao hábito, princípio que para ele fundamenta nossas
crenças na regularidade do mundo.
Módulo 10:
Propostos:
1- C
2- A
3- D
Enem:
1- D
2- D
Fixação:
1- B
2- D
3- A
4- B
5- A
6- C
7- B
8- Conhecimento transcendental é aquele que versa sobre as condições a
priori para a produção da experiência.
9- É a mudança de foco levada a cabo por Kant na filosofia, tirando do centro
do estudo os objetos de conhecimento e inserindo a própria faculdade de
conhecimento para ser estudada, ou seja, a razão.
10-
I- Porque só a boa vontade ou dever é fundamento adequado para a realização
da ação.
II- O menino só deve agir de uma forma que ele considere que deva ser
universalizada.
Módulo 11:
Propostos:
1- D
2- C
3- A
Enem:
1- A
2- E
Fixação:
1- B
2- V, V, F, F
3- B
4- C
5- D
6- D
7- B
8-
A) Quando querem conquistar o poder sem condições para fazê-lo
B) Tentar fazê-lo sem capacidade ou em um momento inadequado.
9- A soberania pertence ao governante ou aos governantes que devem garantir
a segurança dos súditos.
10-
A) A realização do pacto e a transferência do poder.
B) Porque ocorre a limitação do poder de cada um e o soberano passa a
garantir a segurança de todos.
Módulo 12:
Propostos:
1- C
2- C
3- B
Enem:
1- E
2- E
Fixação:
1- D
2- C
3- A
4- B
5- C
6- B
7- A
8-
A) Regulamentação e proteção dos direitos já existentes no estado de
natureza.
B) Os direitos garantidos são vida, liberdade e propriedade.
9- A soberania para Rousseau resulta da vontade geral e pertence ao povo, o
que o diferencia dos outros contratualistas.
10-
A) Porque na natureza os homens viviam em paz e não havia a necessidade
da sociedade.
B) Uma vez feito o pacto são necessárias leis, ou seja, convenções, para
ordenar a sociedade.
Modulo 13:
Exercícios propostos:
1- C
2- B
3- B
Questões Enem:
4- B
5- D
Exercícios de Fixação:
1- B
2- C
3- 16
4- A
5- C
6- 27
7- 12
8- Para Hegel, toda a realidade é resultado do desdobramento do Espírito em
busca de sua auto realização. Nesse desdobramento, vamos encontra-lo em
três formas de manifestação distintas em cada momento histórico: subjetiva,
objetiva e absoluta. O Estado é uma das formas de manifestação absoluta do
Espírito e, portanto, suas formas se desenvolvem ao longo do processo
histórico.
9-
A) De acordo com Hegel a meta do Espírito, em seu desdobramento dialético,
é o voltar-se para si mesmo, em cada momento, mais consciente de si.
B) Para Marx o processo histórico resulta do desenvolvimento das condições
materiais de existência ao longo do tempo. Para Hegel, o processo resulta do
desdobramento do Espírito no tempo, com a finalidade se se auto realizar no
conhecimento de si.
10- Marx divide, em termos didáticos, a realidade social em duas estruturas:
infraestrutura e superestrutura. Para ele há uma relação de condicionamento
entre as duas, e as mudanças sociais tendem a ter início no âmbito das
relações materiais para, em seguida, atingir os campos ideológicos.
Modulo 14:
Exercícios propostos:
1- A
2- C
3- 19
Questões Enem:
4- E
5- A
Exercícios de Fixação:
1- 30
2- 07
3- D
4- E
5- A
6- E
7- A
8- E
9- Paradigma é todo um conjunto formado pela teoria, pelos métodos, pelos
procedimentos, pelas linguagens, em suma, pela visão de mundo
compartilhada por uma determinada comunidade científica, em um período de
ciência normal.
10- Karl Popper define, como critério de demarcação para a atividade científica,
a falseabilidade ou refutabilidade. Basicamente, isso implica na compreensão
de que só são científicas teorias passíveis de teste e refutação por meio da
experiência.
Modulo 15:
Exercícios propostos:
1- B
2- B
3- C
Questões Enem:
4- A
5- E
Exercícios de Fixação:
1- D
2- 30
3- D
4- 19
5- 07
6- C
7- E
8- B
9- Como, para Platão, tudo no mundo sensível é cópia do inteligível, e a arte
grega é essencialmente naturalista, ocorre uma dupla relação de imitação
(mímesis). O mundo sensível é uma imitação do inteligível e, quando o artista
faz uma representação de um objeto qualquer, copia algo que em si já consiste
em imitação, produzindo algo mais afastado da ideia, que é o original.
10- A catarse é a purgação, a purificação, a expressão afetiva realizada pelo
indivíduo em contato com a obra de arte, em função da verossimilhança, ou
seja, pelo fato desta representar algo universal ou necessário do ponto de vista
das coisas. Isso leva o sujeito à vivência das emoções geradas pela situação
trágica sem ter que, no entanto, passar pelo próprio evento.
Modulo 16:
Exercícios propostos:
1- E
2- B
3- 25
Questões Enem:
4- E
5- B
Exercícios de Fixação:
1- B
2- A
3- C
4- E
5- D
6- C
7- C
8- D
9- A moral do escravo é negativa, reativa, resultado do ressentimento daquele
que, por não poder se afirmar diante da realidade, só pode negar a vitalidade e
o desejo, a vontade. A moral do senhor, ao contrário, é afirmativa, positiva,
característica do homem forte que diz sim à vontade e que busca sua
afirmação, viver, dominar, permanecer.
10- A afirmação significa que, para Sartre, em razão da sua racionalidade e da
ausência de determinações sobre si mesmo, o homem é condenado a ser livre,
na medida em que ele nada mais é do que o que projeta para si e o que faz de
si mesmo, ou seja, o resultado das suas escolhas pessoais. O homem, em um
primeiro momento, não tem nenhuma determinação, e ao fazer escolhas ao
longo da vida, vai produzindo sua essência.