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MODERNIDADE E INDEPENDÊNCIA

Incertezas e situações

O texto descreve a confusão e a incerteza que prevaleceram na América durante o verão de 1808, devido
à falta de informações claras sobre a situação política e militar na Espanha (luta contra as forças
napoleônicas). A distância geográfica entre os dois continentes resultou em comunicação lenta, aleatória
e incerta. As notícias demoravam meses para chegar à América e, quando chegavam, eram muitas vezes
desordenadas e contraditórias. Isso levou a interpretações variadas dos eventos e à formação de
diferentes versões dos acontecimentos fundamentais.

As reações dos americanos foram moldadas pela ansiedade e incerteza, com a falta de informações
claras influenciando suas decisões. As dificuldades de comunicação se tornaram ainda mais graves
durante a guerra e crises políticas, levando a decisões baseadas em informações parciais e, por vezes,
falsas. A situação militar na Espanha (Guerra da Independência Espanhola) desempenhou um papel
crucial na política das colônias americanas, afetando a confiança nos governos peninsulares.

Devido as incertezas, distância física e a guerra, o poder espanhol sobre suas colônias se reduziu
drasticamente, com as elites locais cameçando a tentar assumir o poder por conta.

O texto destaca que os americanos foram submetidos a uma avalanche de notícias distorcidas pela
propaganda de guerra, gerando sentimentos extremos de esperança e desilusão. A desconfiança em
relação às informações da Península foi um efeito significativo da distância e da propaganda,
complicando ainda mais a compreensão dos eventos e decisões políticas para os americanos. No geral, a
distância física desempenhou um papel crucial nas relações entre a América e a Espanha nesse período
histórico.

Em meio a guerra espanha x frança, a Inglaterra invade Buenos Aires, o que é inicialmente aceito pelas
elites, mas que resulta na expulsão dos ingleses pelas camadas populares. Ainda sobre o caso inglês,
tentando burlar o bloquio continental de Napoleão, a Inglaterra invade montevideu, no intento de
comercializar seus produtos nas américas.

Como visto, a situação política da América era caótica, e devido a isso surgem movimentos
revolucionários e contra-revolucionários que, após certas tentativas de criação de governos, resultou no
sistema de "Juntas".
Representando a Nação: O Problema Americano

A formação da Junta Central em 1808 levantou questões cruciais sobre a unidade do poder e a
representação na Espanha e nas Américas. Enquanto a Junta Central foi reconhecida como a solução
prática para a unidade do poder, sua legitimidade era frágil, pois derivava das juntas peninsulares
insurrecionais. A convocação das Cortes e a representação das Américas na Junta Central se tornaram
temas-chave, abrindo caminho para a revolução política e a independência das Américas. A natureza da
nação e a relação entre a Espanha peninsular e a América foram debatidas, questionando se a nação era
formada por comunidades políticas antigas ou por indivíduos iguais. A convocação das Cortes, embora
adiada temporariamente devido à guerra, tornou-se urgente, especialmente para a representação
americana, que desejava direitos iguais aos dos espanhóis peninsulares. Um decreto convocou os
americanos para elegerem seus representantes na Junta Central, mas sua redação gerou
descontentamento, pois aparentava considerar as Américas como colônias e concedia menos direitos a
elas do que à Península. Isso gerou uma mistura de satisfação por participar do poder soberano e
insatisfação com a desigualdade. A desigualdade nas propostas de representação gerou ambiguidade e
ressentimento entre os americanos. As eleições para deputados à Junta Central ocorreram em toda a
América, e embora demonstrassem um tradicionalismo arraigado e patriotismo espanhol, também
revelaram lutas políticas e tensões, tanto com as autoridades reais quanto internamente. Essa fase,
marcada por tradição e conflitos, refletiu a transição do Antigo Regime para a Modernidade e o
crescente desejo de igualdade na representação, preparando o caminho para a política moderna.

As mutações políticas da Espanha peninsular

Na Península, a liberdade de imprensa e a multiplicação de publicações permitiram uma diversidade de


opiniões, desde conservadoras até liberais, enquanto nas Américas, a censura ainda prevalecia. Na
Península Ibérica, durante 1808, surgiram três principais correntes políticas: os absolutistas ilustrados,
que queriam considerar a Junta Central como um poder provisório; os constitucionalistas históricos,
liderados por Jovellanos, que buscavam reformar a Monarquia restaurando as antigas Cortes; e os
revolucionários, futuros liberais liderados por Manuel Quintana, que defendiam a soberania do povo e
uma constituição à francesa. Essas correntes também existiam na América, embora de forma menos
evidente. O debate central girava em torno da convocação das Cortes, sua composição e poderes,
refletindo visões concorrentes sobre nação e soberania. A evolução política e ideológica foi impulsionada
pela multiplicação da opinião pública através da imprensa e das sociabilidades modernas. A morte de
Floridablanca em 1808 permitiu a vitória dos constitucionalistas históricos e revolucionários na Junta
Central. Em maio de 1809, com um decreto que oficializou uma explicação moderna para os problemas
da Monarquia, oficializou-se a restauração das antigas Cortes, marcando uma revolução política.
Gradualmente, os liberais ganharam terreno, culminando na convocação de Cortes com representação
do "comum". Essa vitória refletiu a mudança de linguagem e de ideias, à medida que novos termos
revolucionários passaram a ser adotados, sinalizando uma transformação profunda no pensamento
político na Península Ibérica.

Desilusões americanas (resumão de tudo até aqui, sim é um resumo do resumo)

Durante os anos cruciais após 1808, a América estava atrasada em relação à intensidade do debate e às
mudanças ideológicas que ocorriam na Península Ibérica. No entanto, o debate político e ideológico
atravessou o Atlântico graças à circulação de panfletos e jornais vindos da Península. As transformações
ideológicas acompanharam a demanda dos americanos por igualdade em relação aos espanhóis
peninsulares, passando de antigas leis e privilégios para a defesa do direito natural e da soberania dos
povos. O descontentamento cresceu e, aproveitando que as disputas entre as autoridades espanholas na
América enfraqueceram os governos peninsulares, houveram tentativas de formação de juntas
americanas. Embora algumas tenham sido reprimidas, outras tiveram sucesso temporário.

Em 1810, a situação política na Espanha tornou-se crítica, com a ofensiva francesa e disputas entre
diferentes autoridades espanholas enfraquecendo o governo central, resultando na formação de um
Conselho de Regência em Cádiz. Os americanos interpretaram No conselho, o manifesto aos americanos
escrito por Quintana enfatizava a liberdade e a soberania popular, mas foi interpretado pelos colonizados
como um estímulo para formar seus próprios governos. Apesar das eleições para as Cortes, que
ocorreram em algumas regiões americanas(tentativa do Conselho de Regência de tentar conter a
insatisfação, proclamando a igualdade entre americanos e peninsulares), a desigualdade nas disposições
eleitorais persistiu, intensificando o descontentamento na América e fragmentando o mundo hispânico.

Alguns americanos continuaram a apoiar o governo peninsular e lutar por seus direitos dentro da
Monarquia, enquanto outros passaram a buscar mais autonomia. A unidade moral do mundo hispânico
estava quebrada, e a política moderna estava em ascensão. Os americanos começaram a assumir seu
"destino", mas a transição completa para a política moderna e a separação definitiva da Espanha
levariam mais tempo. Os eventos desses anos foram cruciais para as injustiças políticas que
eventualmente levaram à Independência, marcando o início da transição para a política moderna na
América.
IMAGINÁRIOS E VALORES DE 1808 (Sessão que fala únicamente dos costumes
espanhóis no período das guerras napoleônicas, talvez não muito relevante no
todo da matéria)

Durante o período de agitação política que começou em 1808, houve uma proliferação significativa de
escritos de diversas naturezas, como proclamações, pastorais, relatórios, jornais e cerimônias simbólicas,
em decorrência do aumento da alfabetização e da disponibilidade de impressão. A sociedade, tanto na
Península Ibérica quanto na América, expressou seus medos, esperanças e aspirações por meio desses
textos. Esses escritos refletiam a ideia que a sociedade tinha de si mesma, de suas autoridades e dos
valores em que acreditava. Apesar de variados em seu propósito, esses documentos compartilhavam
uma coesão global e unidade de sentimentos que transcendiam as distinções regionais, criando uma
impressão de unidade cultural e política dentro da Monarquia Hispânica.

Imagens do rei e deveres dos vassalos

O texto descreve a centralidade do rei na mentalidade da Monarquia espanhola durante o período das
lutas contra a ocupação napoleônica. O rei é visto como a figura central que une a nação, e qualquer
ofensa a ele é considerada uma ofensa à nação. A Monarquia é comparada a uma família, onde o rei é o
pai e sua ausência deixaria a nação órfã, levando à desunião e à corrupção política.

As relações entre o rei e seus súditos são descritas como um vínculo bilateral, baseado na fidelidade e
lealdade. A sociedade é vista como um corpo, com o rei como cabeça; sem ele, o corpo (nação) é
condenado à dissolução. A resistência contra Napoleão é vista como defesa da pátria e dos deveres dos
súditos para com o rei.

A lealdade e o dever dos vassalos para com o rei são enfatizados, incluindo o compromisso de defendê-
lo. O texto também destaca a importância dos juramentos de fidelidade ao rei, realizados de forma
solene em várias cidades. Esses juramentos são vistos como um compromisso pessoal e um símbolo da
rejeição ao poder arbitrário. A presença do retrato do rei em cerimônias públicas simboliza a adesão
pessoal ao monarca.O retrato do rei desempenha um papel central nessas manifestações. A conexão
pessoal entre os vassalos e o rei torna difícil para os independentistas romperem com a monarquia,
mesmo quando lutam pela independência. A devoção ao rei é demonstrada por meio de juramentos de
fidelidade, cerimônias públicas e doações financeiras;

Em resumo, o rei é considerado o pilar fundamental da Monarquia espanhola, e a fidelidade dos súditos
a ele é vista como vital para a unidade e estabilidade da nação. O texto destaca a importância dos
juramentos de fidelidade como símbolos do compromisso pessoal dos súditos com o rei e com a nação.

A Monarquia e a Nação

O texto aborda a complexa identidade nacional na Espanha durante o ano de 1808, quando ocorreram
mudanças significativas devido à invasão francesa. As proclamações e manifestos dirigidos às
comunidades políticas revelam uma estrutura profunda da Monarquia. Inicialmente, as comunidades
políticas eram destacadas, como reinos e cidades(como Cántabros, Asturianos, Aragoneses), refletindo
uma estrutura descentralizada da Monarquia espanhola. No entanto, a invasão levou à descoberta de
uma unidade subjacente, criando um sentimento de pertencimento à nação espanhola em oposição ao
inimigo comum. Embora a estrutura política ainda fosse plural, com referências aos antigos reinos,
emergiu uma noção de nação forte. Essa dualidade entre pertencimento político e patriótico persistiu.
Na América espanhola, a ideia de nação abrangeu ambos os hemisférios, mas também refletiu uma
estrutura política e social estamental e corporativa. Mesmo com a igualdade proclamada na defesa do
rei e da pátria, as hierarquias tradicionais foram mantidas. Em resumo, o texto explora como a invasão
francesa em 1808 levou à formação de uma identidade nacional espanhola, apesar da persistência de
estruturas políticas e sociais tradicionais. A cerimônia de juramento também reflete essa hierarquia de
pertencimento, desde a coroa até o nível local. A invasão levou a uma surpreendente unidade entre as
comunidades da Monarquia, evidenciando uma forte ideia de nação. Apesar da visão tradicional da
sociedade com seus estamentos e hierarquias, o povo desempenhou um papel central nos levantes. As
juntas formadas para resistir à invasão refletiram essa estrutura estamental, mas também buscaram
representar uma variedade de autoridades e corporações. Na América, a ideia de nação abrangeu tanto
os espanhóis europeus quanto os americanos, marcando uma composição dual da Monarquia. Esses
eventos ilustram a coexistência de identidades políticas plurais e uma unidade patriótica profunda
dentro da Monarquia espanhola.

La historia y la religión

Neste texto, é discutida a construção da identidade nacional espanhola durante a Guerra da


Independência contra a ocupação napoleônica. O discurso histórico foi fundamental para criar um senso
de unidade nacional e resistência. O patriotismo foi alimentado pela exaltação das honras e glórias
passadas da Espanha(desde a resistência contra a conquista romana até a época dos Reis Católicos),
destacando momentos de unidade e heroísmo, como a Reconquista. Paralelamente, a defesa da religião
também desempenhou um papel crucial, sendo vista como inseparável da defesa da pátria. A religião era
usada para explicar o desastre como um castigo divino pelos pecados dos homens, instigando a
necessidade de penitência e conversão.
Além disso, observa-se um universalismo paradoxal, onde a Espanha era vista como um exemplo para
toda a Europa na luta pela liberdade, mesmo em meio a um patriotismo particularista e xenófobo. O
papel dos clérigos, embora importante, não era central nos levantes, e a religião era vista como um valor
compartilhado por todos os membros da Monarquia tendo um papel central, não apenas como parte da
identidade nacional, mas também como um meio de resistência contra o invasor. A defesa da fé era
inseparável da defesa da pátria, e analogias religiosas eram frequentemente usadas para explicar o
desastre e motivar os combatentes. A luta contra Napoleão foi apresentada como uma batalha da
Cristandade contra um herdeiro da Revolução Francesa, enfatizando a defesa dos valores religiosos.

Além disso, os temas afetivos, como amor pela terra, tradições e família, as referências ao Apocalipse e
outras imagens religiosas, impulsionaram os combatentes. A devoção à Virgem Maria, especialmente a
Virgem de Guadalupe no México e a Senhora de Covadonga em Astúrias, foi um poderoso símbolo de
proteção e resistência.

Em resumo, durante a Guerra da Independência, a história e a religião foram fundamentais para forjar
uma identidade nacional espanhola unificada, proporcionando não apenas uma narrativa histórica, mas
também uma base emocional e espiritual para a resistência contra a ocupação napoleônica.

INVENTANDO A NAÇÃO

SOBERANIAS EM LUTA
La ambivalencia de la herencia colonial

O texto descreve a crise da soberania no Império Espanhol durante o período da independência das
colônias hispano-americanas. Em 1825, Lucas Alamán, ministro do Interior e Exterior do México,
lamentava a falta de ordem e obediência às autoridades superiores, levando ao caos, à anarquia e à
guerra civil. As interpretações euro-americanas do século XIX concordavam que as repúblicas hispano-
americanas eram ingovernáveis, com a ascensão dos caudilhos levando a um poder arbitrário e
despótico, semelhante ao período colonial.

A crise de 1808-1824 viu a formação de novos espaços políticos, enfraquecendo os centros


administrativos antigos. A herança colonial deixou uma rede complexa de instituições representativas,
especialmente os cabildos (conselhos municipais). A fragmentação territorial não foi uma redistribuição
gradual da soberania, mas uma dispersão irregular que continuou após a independência da Espanha. As
repúblicas não herdaram a soberania da Monarquia Católica, mas tiveram que reconstruí-la
internamente, incorporando velhos e novos poderes territoriais após o colapso do Império.

Além da revolução das classes crioulas, houve uma revolução silenciosa das comunidades locais, que
ganharam temporariamente uma força contratual com o estado superior maior do que durante o
período colonial, refletindo a ambiguidade e a complexidade da soberania na América Hispânica.

O texto destaca a natureza única das independências hispano-americanas, envolvendo não apenas as
elites crioulas, mas também as comunidades locais, que desempenharam um papel significativo no
processo de formação dos novos estados.

La consolidación de Ia soberanía urbana

O período de 1808-1810 durante a crise mostrou claramente a natureza do estado imperial. Durante
esse tempo, a estrutura política real da sociedade americana emergiu, evidenciando a relação entre a
sociedade e as divisões administrativas do Estado. O ato de ceder a coroa, primeiro a Napoleão e depois
a José Bonaparte, foi único na história das dinastias europeias, desrespeitando a inalienabilidade do
reino. Isso levou à concretização da vacatio regis (vacância do trono), desencadeando debates sobre
quem deveria governar temporariamente o Império e com base em que legitimidade.

A reação aos eventos de Bayonne foi notável, evidenciando a ilegitimidade da vacância do trono. As
elites americanas e espanholas compartilhavam a ideia de um estado misto e contratual, desafiando o
absolutismo passado. A discussão sobre a natureza mista do estado imperial fortaleceu as tendências
constitucionalistas, preparando o terreno para os eventos em Cádiz em 1810.

O texto também menciona a influência de teóricos como Samuel Puffendorf, que argumentou que a
soberania poderia retornar ao povo em caso de vacância do rei. A Real Ordenanza de 1809 marcou o fim
do domínio colonial e introduziu a igualdade política e representatividade para os territórios americanos,
enfraquecendo a soberania central em favor da provincial. Isso levou à redistribuição da soberania entre
os cabildos provinciais nas Américas, criando as bases para a futura fragmentação territorial, assim como
uma reafirmação de direitos coletivos, como a limitação do poder real, baseados na tradição castelhana.
O processo reforçou as identidades locais e criou um problema de soberania, desafiando as hierarquias
territoriais internas das províncias.

Em resumo, o período da crise do Império Espanhol na América entre 1808 e 1810 foi crucial para a
América espanhola, pois marcou a transição da dominação colonial para um cenário político
fragmentado e dinâmico, onde as lutas por representação e soberania moldaram os destinos das novas
nações.

INCOMPLETO(Ver a porra do papel do breno pq eu não toco mais nessa merda desse livro n vai pro krl)
DA REVOLUÇÃO DE INDEPENDÊNCIA
ATÉ A CONFEDRAÇÃO ROSISTA

No dia 22, a ordem colonial cessou, mas a sucessão de poder não estava definida. O Cabildo,
pressionado pelos comandantes, assumiu o controle no dia 23 e formou uma Junta no dia seguinte. Após
tumultos, a Junta inicial foi desfeita e uma nova formação ocorreu com o ex-vice-rei Saavedra como líder
e composta por figuras-chave da crise. No entanto, a Junta enfrentou resistência e renunciou. Uma
multidão ameaçou usar a força, forçando o ex-vice-rei a deixar a presidência. As tensões aumentaram
entre os revolucionários e os realistas. Os líderes revolucionários buscaram legitimidade e apoio. A
situação se agravou em Montevideo, onde uma guarnição naval desempenhou um papel importante. A
Banda Oriental representou uma ameaça significativa à revolução. A situação se deteriora em uma
guerra prolongada entre os revolucionários de Buenos Aires e os realistas de Montevideo. O novo
governo busca legitimidade, mas enfrenta desafios significativos na consolidação de seu poder. As
tensões persistiram, indicando um período incerto para a região.

O texto descreve o cenário da Guerra de Independência no Rio da Prata, onde a revolução enfrentou
desafios significativos. Após a revolta em Buenos Aires, a guerra se espalhou para outras regiões,
incluindo o norte, onde forças conjuntas rioplatenses e peruanas reprimiram os movimentos de 1809. A
cidade de Córdoba, em particular, enfrentou resistência interna e externa. As autoridades locais se
opuseram à Junta portenha, a decisão de resistir é tomada, e Córdoba não envia deputados para a Junta.
A Junta planeja uma expedição para prender os líderes e impor sua autoridade. Os líderes são
capturados e executados em Cabeza de Tigre. Isso consolida a revolução em Córdoba. Em outras
jurisdições, como Mendoza, San Luis, San Juan e Salta del Tucumán, as situações variam, com algumas
aderindo à Junta e outras resistindo. O Paraguai não aderiu prontamente à Junta e manteve uma posição
ambígua. A situação no Alto Peru é complexa, com algumas cidades aderindo à Junta e outras relutantes.
A guerra é iminente nesta região. No Litoral, houve esforços para ganhar o favor das novas autoridades,
mas também resistência e conflito, especialmente com as forças realistas de Montevidéu.

O texto destaca a militarização acelerada durante esse período, com a formação de um novo exército
revolucionário, enfrentando desertores e desafios de recursos. A guerra prolongada e os custos
econômicos tornaram-se desafios significativos para a revolução. A resistência às mudanças e a
heterogeneidade das regiões espanholas na América do Sul complicaram o movimento revolucionário,
marcando o início de um período de intensos conflitos internos e guerras civis na busca pela
independência.
Em resumo, o texto descreve o contexto da Guerra de Independência na região do Rio da Prata,
destacando as complexidades políticas, econômicas e militares enfrentadas durante esse período de luta
pela independência.

A GUERRA NO NORTE

Durante o período de 1810 a 1815, a região do Alto Peru (atual Bolívia) foi cenário de intensos conflitos
na guerra pela independência na América do Sul. As forças revolucionárias e realistas lutaram por
controle, com vitórias e derrotas em ambos os lados. A questão do norte era uma preocupação
secundária para Buenos Aires, mais preocupada com a presença realista em Montevideo. Apesar de
alguns líderes do Exército do Norte terem considerado usar o Alto Peru como base para uma batalha
final, isso não se concretizou devido à falta de recursos.

As operações militares começaram em 1810, com vitórias e derrotas. A política de recrutamento de


indígenas por revolucionários e a emancipação do tributo e serviços pessoais causaram tensões sociais,
mas eventualmente enfraqueceu as forças realistas. A eficácia militar dos indígenas era limitada, e a
política gerou aversão na sociedade local.

Após uma série de batalhas e reviravoltas, o Alto Peru foi perdido para os revolucionários em 1815,
marcando um ponto crucial no conflito. A estratégia de San Martín, de evitar ofensivas diretas nessa
região, foi posteriormente adotada, refletindo a dificuldade em alcançar uma solução favorável para a
guerra nesse teatro específico.

Ocorreram uma série de batalhas e reviravoltas e, após a vitória em Salta, Belgrano enfrentou problemas
de deserção e falta de apoio. Ele resistiu em Tucumán, mas a situação piorou quando o exército realista
avançou. Uma série de batalhas levou à perda do Alto Peru para os revolucionários em 1815, marcando
um ponto crucial no conflito. A guerra continuou com altos e baixos, e a situação mudou quando os
realistas tomaram Montevideo, permitindo a invasão pelo sul.

No final, o Alto Peru foi perdido para a revolução, e as ofensivas nessa região foram abandonadas. A
guerra continuou com outras dinâmicas em outras partes da América do Sul.

A GUERRA NO LESTE

Até a queda de Montevideu em 1814, o governo revolucionário em Buenos Aires enfrentou desafios
significativos no Litoral do Rio da Prata. Enquanto a luta na região era mais complexa do que no norte,
devido à exposição ao cenário internacional e ao antagonismo local em relação à antiga capital do Vice-
Reinado, Buenos Aires, a situação se complicou ainda mais com a presença de diplomatas e interesses
externos. A expedição liderada por Manuel Belgrano para o Paraguai foi derrotada em 1811, e a
posterior revolução paraguaia levou à independência da região.

Enquanto isso, a ameaça em Montevidéu persistia, mas condições favoráveis começaram a surgir na
Banda Oriental para os revolucionários, especialmente com o apoio de José Artigas, uma figura influente
e independente da região. Artigas, nascido em uma família de classe alta em Montevidéu, devido a sua
conexão com a população rural e sua postura democrática, se tornou um líder popular na campanha e
desempenhou um papel crucial na resistência contra as autoridades de Montevidéu, apoiando a
revolução. Por isso, embora inicialmente aceito pelas autoridades de Buenos Aires, Artigas se tornou um
rival, liderando a região em direção a um novo rumo político. Sua identificação com a Banda Oriental e
sua ideologia democrática foram fundamentais para conquistar o apoio da população.

A situação na região continuou tensa, com Montevidéu representando uma ameaça constante. Artigas
emergiu como uma figura influente, representando um desafio e um apoio simultâneos para Buenos
Aires, enquanto a região enfrentava mudanças políticas e sociais profundas. No entanto, a ascensão de
Artigas e sua liderança democrática marcaram um ponto de virada na luta pela independência na Banda
Oriental, enquanto Buenos Aires enfrentava desafios internos e externos para manter a unidade e a
estabilidade.

O texto descreve a figura de Artigas e sua influência na região do Rio da Prata durante o período das
guerras de independência no século XIX. Ele destaca como Artigas se tornou um aliado incômodo para as
autoridades de Buenos Aires, que tentaram controlar sua influência colocando-o em uma posição
subordinada. No entanto, essa relação foi tensa e desconfiada, o que agravou as crises na região. O
principal conflito ocorreu na Banda Oriental (atual Uruguai), onde Artigas liderou uma revolução contra
as autoridades espanholas. A situação se complicou com a intervenção de Portugal e a luta entre as
forças revolucionárias e as forças realistas. Apesar de alguns sucessos iniciais, como a vitória em Las
Piedras e o cerco a Montevidéu, as tensões entre Buenos Aires e Artigas persistiram.

O texto detalha as complexas negociações e alianças políticas entre diferentes facções, incluindo Artigas,
as autoridades de Buenos Aires, os portugueses e outros líderes regionais. Ele menciona as tentativas
fracassadas de alcançar acordos políticos, as lutas militares na Banda Oriental e em outras regiões, bem
como as mudanças no comando político em Buenos Aires. À medida que a situação se intensifica, são
descritas as lutas militares em diferentes regiões, incluindo a tomada de Montevidéu pelas forças de
Artigas. O texto também destaca a instabilidade política em Buenos Aires e como essa situação permitiu
o surgimento de Artigas como uma figura importante na região. Por fim, o texto indica como a
dissidência liderada por Artigas se espalha pelo Litoral e por outras províncias, enquanto Buenos Aires
enfrenta desafios internos e externos. A narrativa mostra a complexidade e a volatilidade da situação
política na região durante esse período de lutas independentistas.
CINCO ANOS DE POLÍTICA REVOLUCIONARIA

Em 1815, o colapso político teve sua origem imediata no conflito com a dissidência litorânea, mas as
causas e consequências ultrapassaram esse contexto regional. Toda uma liderança revolucionária estava
em crise, uma estratégia que claramente havia fracassado. Buenos Aires, como cabeça da revolução,
confiava apenas em si mesma e buscava expandir seu movimento revolucionário ao mesmo tempo que
afirmava sua hegemonia. Utilizou os meios da ordem antiga, o que criou conflitos e tensões internas. A
brutalidade militar portenha, especialmente contra a dissidência artiguista no Litoral, exacerbou o
conflito, revelando a verdadeira natureza de uma guerra que se supunha ser dirigida apenas contra
certos líderes, mas que afetava regiões inteiras.

Os cinco anos de guerra não foram apenas de conflito armado, mas também de constante
experimentação política. A revolução inicialmente tentou herdar mais do que combater a ordem antiga,
mas logo se viu obrigada a romper radicalmente com o passado. Funcionários do antigo regime foram
expulsos, o Cabildo foi depurado e políticas foram implementadas que transformaram os espanhóis
europeus em inimigos estrangeiros. A revolução, liderada por figuras como Mariano Moreno, adotou
uma política de luta contínua, enfrentando tanto os inimigos externos quanto os internos. Moreno,
secretário influente da Junta, propôs uma teoria democrática baseada nos princípios da Revolução
Francesa e defendeu uma luta mais ampla, incluindo guerra civil, se necessário.

No entanto, essas políticas encontraram resistência, tanto das vítimas da revolução quanto dos próprios
revolucionários descontentes com a abordagem de Moreno. A crescente lacuna entre o órgão político da
revolução e sua base de poder real ficou evidente quando Moreno tentou limitar o poder da oficialidade
miliciana. Saavedra, presidente da Junta e líder militar, rejeitou essas medidas e aproveitou o
descontentamento popular para reverter as decisões tomadas por Moreno. Finalmente, Moreno
renunciou ao seu cargo na Junta e a crise levou à revogação das medidas contra os espanhóis europeus.

Começa com uma crise na revolução, onde o presidente Saavedra envia relatórios de vitória sobre seu
secretário, levando a tensões e agitação política. A população se divide entre facções e regimentos
militares, levando à destituição de Saavedra e outras mudanças no governo.

A plebe suburbana se envolve na política, resultando na formação de um Triunvirato e na dissolução da


Junta. No entanto, a luta pelo poder e as tensões persistem, e a Assembleia se reúne para discutir a
convocação de um Congresso. A Sociedade Patriótica e a imprensa desempenham um papel importante
na política, e as tensões continuam enquanto são buscadas soluções transacionais em Montevidéu.

Neste período, formou-se um novo Estado revolucionário nas Províncias Unidas do Rio da Prata. A
política dos líderes revolucionários, representados pelo Triunvirato, foi alvo de críticas e divisões
internas.

O Estado revolucionário tentou estabelecer novas estruturas institucionais, criando um sistema


administrativo e judicial. Também ocorreram mudanças significativas no campo social e religioso,
incluindo a abolição do tributo indígena e a proibição da importação de escravizados. A Igreja e suas
estruturas foram alvo de reformas e regulamentações.

O texto descreve um período turbulento na história de Buenos Aires, caracterizado por lutas políticas
internas e tensões externas. Os opositores do Triunvirato consideram sua política como perigosa e
repulsiva, especialmente devido à ameaça de conspirações realistas. Martin de Alzaga, líder de uma
conspiração realista em Montevidéu, é descoberto, executado e seu cadáver é exibido publicamente. A
oposição se intensifica com a formação de uma loja militar, vinculada a San Martín e Alvear, que busca
influenciar o governo local e favorecer a causa revolucionária.

Em 1811, é organizado um exército mais profissional, com a presença de San Martín e Alvear, e são
formadas lojas militares em Buenos Aires. A luta pelo poder interno se agrava, e o governo enfrenta
desafios tanto políticos quanto militares. A situação se complica ainda mais com a pressão internacional,
especialmente da Grã-Bretanha, que impõe um embargo à venda de armas aos revolucionários hispano-
americanos.

No meio dessa crise, após lutas internas, um novo Triunvirato é formado e uma Assembleia Constituinte
é convocada em 1813, mas sua capacidade de tomar decisões é prejudicada por discordâncias internas e
pressões externas. Apesar das tentativas de negociação e diplomacia, a situação se deteriora, e Alvear
assume o poder como diretor supremo. Menciona os desafios enfrentados por Alvear, incluindo a
expansão do federalismo e a opisição, e a busca de apoio internacional, como a oferta à Grã-Bretanha
para incorporar o Rio da Prata aos domínios britânicos.

A situação atinge um ponto crítico em 1815 com a partida de Alvear para o exílio e a dissolução da
Assembleia, marcando o fim de um estado construído e destruído por cinco anos de revolução e guerra.
Enquanto essa experiência revolucionária se desenrolava, o Estado buscava estabelecer sua identidade e
se consolidar, embora enfrentasse dificuldades e mudanças constantes. A política e a sociedade estavam
em um estado de fluxo, e a revolução estava em um processo de evolução e adaptação. Durante este
período, a revolução não apenas busca uma fórmula unificadora, mas também começa a transformar o
quadro institucional e social em que se desenvolve de forma irreversível.

A organização do novo Estado foi um processo lento e desafiador durante o período revolucionário nas
Províncias Unidas do Rio da Prata. A revolução, inicialmente disposta a utilizar as estruturas
administrativas existentes, logo percebeu nelas uma fonte de perigo. Houve algumas inovações, mas a
reforma judicial introduziu novas denominações sem redistribuir completamente as funções judiciais. Os
cabildos, embora depurados, mantiveram poderes significativos, tornando-se árbitros das dissidências
políticas. A revolução também fez mudanças no sistema de governo, passando por diferentes formas de
organização, aproximando-se lentamente de um gabinete.

Em 1813, o Estado revolucionário realizou rupturas significativas com o passado, adotando símbolos
como bandeira, brasão e hino nacionais. No campo do direito privado, aboliram o tributo indígena,
proibiram a importação de escravos e eliminaram diversas formas de servidão. Além disso, houve
intervenção na jurisdição eclesiástica, com a desvinculação das ordens religiosas de autoridades externas
e a imposição de restrições à Igreja.
O Estado revolucionário também reprimiu fortemente qualquer oposição, transformando-se em um
organizador e censor da propaganda política. As festividades cívicas substituíram as celebrações
religiosas, e uma nova liturgia revolucionária emergiu. Embora tenha enfrentado desafios e resistência, o
Estado revolucionário se fortaleceu ao longo do tempo, estabelecendo sua presença no país e
transformando a vida social no Rio da Prata. Finalmente, em 1820, as condições internacionais e a
repressão das forças realistas levaram ao fortalecimento da independência declarada em 1813.

1; O federalismo de Rosista: uma solução para a crise Buenos Aires e a política argentina

Cuando Rosas llega al poder no se ha identificado sin duda con los sectores más extremos del
federalismo, que quieren hacer de la venganza su única poltíca. Pero, al margen de las decisiones del
gobernante, los cambios que el último año ha traído consigo, al alterar decisivamente el equilibrio
político de la provincia, parecen empnjarlo en esa dirección. Lo esencial de esos cambios es la
politización de los rurales; donde antes sólo se veían reducidas masas de votantes pasivamente
dispuestas a apoyar las listas de representantes concordadas entre los hacendados y los señores del
Partido del Orden, la dimensión política de la campaña está definida ahora por la movilización popular
de 1829, la uÍnica que hasta entonces ha conmovido al Buenos Aires rural y ha dado el golpe de gracia a
la revolución militar de diciembre de 1828. Por añadidura la ejecución de Dorrego ha exacerbado y a la
vez dejado sin jefe a la clientela política del viejo partido popular urbano El triunfo federal ha sido el
resultado de esa ola de fondo, que ha politizado y radicalizado a la provincia en su conjunto, ha unificado
políticamente ciudad y campaña (corno no lo habían estado nunca en el pasado) y ha dado a esos dos
sectores militantes un jefe único, surgido de la campaña, que es el nuevo gobernador.

Sin duda Rosas advierte claramente ese cambio; tanto más claramente porque no encuentra en él sólo
motivos de satisfacción: el gobernador es cualquier cosa menos un democrata. Pero lo considera
irreversible, y se asigna el doble papel de apaciguador y de representante político de ese peligroso sector
popular que los unitários han cometido el error de ignorar. Es decir que, sin hallar necesariamente
adecuadas las soluciones que las masas urbanas y rurales de- searían ver aplicadas, debe tomar en
cuenta las preferencias de ésa que es su más segura clientela: sea o no intransigente, su política debe
parecerlo. Por otra parte hay por lo menos un punto en que las soluciones que Rosas acepta por buenas
se acercan cada vez más a las de su séquito plebeyo: el de las relaciones entre Buenos Aires y el resto de
las provincias. Mientras el federalismo triunfa en Buenos Aires, el general Paz, lanzado al Interior por el
golpe de diciembre, está obteniendo allí victoria tras victoria. Hay sin dudá en Buenos Aires quienes
creen que es posible alcanzar un razonable modus vivendi con el nuevo dominador de las provincias
interiores. Rosas no comparte de ningún modo esa convicción: sólo un triunfo pleno dei federalismo,
desde Buenos Aires hasta Salta, puede asegurar al país la paz que ha perdido a lo largo de las aventuras
políticas comenzadas en 1824.

La paz es en verdad el objetivo principal de la acción política de Rosas. Vista desde esta perspectiva final,
esa política parece paradójica: en efecto, pocas veces una línea política ha logrado provocar tantos
conflictos como la que Rosas adoptó. En parte las contradicciones de esa política eran las de la realidad
misma con la cual tenía que componérselas. El Rio de la Plata -advierte Rosas- sólo puede gobernarse
popularmente; su herencia colonial, confirmada por su experiencia revolucionaria, excluye toda solución
aristocrática, y por ello excluye también una organización política unitaria, impensable, siempre segúri
Rosas, sin una aristocracia gobernante. La carta de triunfo dei federalismo consistió en saber adecuarse a
ese marco político imposible de superar: su victoria de 1829-31 es sobre todo la de los pueblos en lucha
contra el ejército profesional.Pero esa victoria es compatible con una duradera paz interna? Rosas ve
subsistir elementos de inestabilidad a dos niveles distintos. Por una parte hay que contar con la falta de
cohesión profunda dei sector vencedor, con las com- plej idades de las luchas políticas locales, que
amenazan reemplazar a la coalición triunfadora con otras nuevas, dispuestas a abrir nuevas luchas entre
sí. Pero hay todavia otra causa más honda e inquietante de inestabilidad: es la politización tan amplia
que la revolución introdujo y que los unitários contribuyeron a hacer avanzar al provocar resistências tan
generalizadas. Una plebe militante, poco dispuesta a reconocer la superioridad de otros sectores
sociales, es un peligro permanente, no sólo en cuanto facilita el surgimiento de nuevos conflictos, sino
todavia en cuanto puede hacer de ellos el punto de partida para una guerra social. ¿Esta imagen de la
situación era justa? Probablemente, aunque recogía con lucidez entonces excepcional ciertos datos dei
problema, les asignaba desde el comienzo una importância excesiva; y a partir de 1829 el esfuerzo
continuado dei propio Rosas iba a contribuir a restar a esos temidos sectores sociales toda tendencia a la
acción espontânea. Pero, justa o no, era determinante de la política rosista. Este hombre que ha hecho
enorme fortuna en la campana ganadera, gracias sólo a su talento y a algunas relaciones ricas o
influyentes, mostro desde el comienzo una sensibilidad peculiar para las tensiones sociales que
acompanaron a la expansión ganadera de la década comenzada en 1820; junto con el grupo social al que
pertenecía, vio en la línea política adoptada por el Congreso de 1824 una amenaza inmediata contra la
prosperidad laboriosamente conseguida; todavia más intensamente que gran parte de ese grupo,
advirtió la amenaza de indisciplina econômica y social permanente que a más largo plazo ella implicaba.
Pero vio también en la movilización popular, convenientemente encauzada, un antídoto contra esos
peligros, y esto por dos razones. En primer lugar, porque el dirigente que lograse orientar en su provecho
esa movilización tendría tal ventaja sobre sus posibles rivales o aliados que su predomínio se afirmaria
sin dar lugar a conflictos demasiado intensos: sencillamente, no habría fuerza suficiente para oponérsele
eficazmente. En segundo término, si ese dirigente estaba dispuesto a restaurar el orden amenazado, su
séquito popular podría ser utilizado para ello, y no sólo para disciplinar a la inquieta elite política: la
unanimidad de la plebe en una fe facciosa podia ser transformada en elemento de cohesión y estabilidad
aun más eficaz que la pasividad política ya dejada atrás.

Esa imagen de las cosas asignaba a Rosas un papel preciso; el ya indicado de apaciguador y
representante de las masas que han irrumpido en la política. Y le imponía también una táctica: la de
llevar al extremo la tensión entre las facciones, haciendo dei triunfo total de aquella con que se ha
identificado la base de una nueva unanimidad. Esa táctica, basada en una experiencia sólidamente
enmarcada en Ia província de Buenos Aires, se iba a revelar bastante eficaz en ella: si las oposiciones
encontradas fueron más tena- ces y la adhesión de la plebe rural menos constante de lo esperado (acaso
porque su politización era menos profunda de lo que el alzamiento de 1829 daba derecho a suponer) a
pesar de todo eso Rosas pudo conservar y acrecentar durante más de veinte anos su hegemonia local, y
hacer de la província, sólidamente dominada, el instrumento de su hegemonia nacional. Pero esto no
bastaba: la paz en la nación era la condición necesaria de la paz en la província. ¿Para obtener la paz en
la nación era posible aplicar la misma táctica? Rosas así lo creyó, pero esta convicción dejaba de lado el
hecho de que en la mayor parte de las províncias no se habían dado procesos paralelos a la politizaçión
creciente de la población urbana, comenzada en Buenos Aires con la revolución, y de la rural, fruto allí
mismo dei alzamiento de 1829. Por eso en el Interior el partido federal tuvo una realidad menos
profunda que en Buenos Aires; si ofreció un terreno de encuentro para sectores locales dis- puestos a
asegurarse los benefícios dei apoyo porteno, no logró imponer a esos sectores ni una disciplina capaz de
evitar las luchas internas, ni mucho menos una cohesión autêntica.

Así, Ia pacificación dei Interior bajo signo federal debía terminar por identifícarse con la conquista dei
Interior por Buenos Aires, única capaz de imponer a las alborotadas provincias un orden estable. Pero es
a solución no es adecuada al Litoral, donde elementos externos e incontrolables - las potências europeas
dispuestas a proteger el equilíbrio político en la desembocadura dei Plata, y (cada vez más a medida que
se avanza en Ia década dei cuarenta) el Paraguay y el Brasil - impiden el triunfo total de Ia hegemonia
portena. Así, la guerra dei Litoral no ha de cesar, y finalmente el rosismo morirá de ella.

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O livro "De La Revolucion de independencia a la confederacion rosista" oferece uma análise perspicaz do
complexo período político na Argentina, compreendido entre 1829 e 1842. Juan Manuel de Rosas
emergiu como uma figura dominante, promovendo o federalismo e buscando consolidar o poder em
Buenos Aires. Esta abordagem descentralizada, entretanto, gerou atritos com os unitaristas, que
buscavam um governo mais centralizado. A busca de Rosas pela estabilidade política e paz no país foi
realizada por meio de um controle rigoroso e repressão contra opositores, o que, por sua vez, gerou
divisões e descontentamentos.

Um dos aspectos mais notáveis desse período foi o intenso conflito entre diferentes facções políticas. O
federalismo, liderado por Rosas, representava a corrente política que visava fortalecer as províncias e
descentralizar o poder. Em oposição, os unitaristas buscavam um governo centralizado e maior unidade
nacional. Paralelamente a isso, uma oposição popular começou a emergir, composta por diversos
estratos da sociedade que ansiavam por uma política de paz e reconstrução econômica. As relações
internacionais também desempenharam um papel significativo durante esse período. A política externa
de Rosas gerou tensões com potências estrangeiras como França e Grã-Bretanha, resultando em
intervenções estrangeiras na Argentina. Essa intervenção foi motivada por interesses econômicos e
políticos, o que culminou na Guerra Civil Uruguaia. As potências estrangeiras, apoiando diferentes
facções uruguaias, exacerbaram as tensões políticas internas e contribuíram para a instabilidade no país.

Outro aspecto de destaque foram as reformas financeiras e econômicas implementadas nesse período.
O governo buscou retomar o pagamento da dívida externa, além de promover cortes na burocracia para
aumentar a eficiência e reduzir gastos. Contudo, essas medidas foram acompanhadas por uma repressão
intensa contra a desordem rural, o que gerou divisões e descontentamentos em diversos setores. A
democratização e a participação política também foram temas relevantes. Enquanto houve um
movimento para ampliar o sufrágio universal, houve também propostas para limitá-lo. A Nova Geração
defendia a participação política ampla, mas essa visão conflitava com a abordagem de Rosas, que
preferia consolidar o poder em seus aliados políticos. A mobilização popular em Buenos Aires
contrastava com a menor mobilização no interior do país, revelando as disparidades regionais.

Por fim, as divisões regionais e os conflitos internos foram uma constante nesse período. A luta pelo
poder entre o Interior e Buenos Aires, assim como os embates entre facções políticas e líderes regionais,
deixaram marcas profundas na política argentina da época. A Liga do Interior, liderada por Juan Facundo
Quiroga, procurou unir as províncias contra Buenos Aires, mas as províncias do Litoral frequentemente
tomavam posições divergentes. Essas divisões ideológicas e regionais foram uma das características mais
marcantes desse período turbulento na história da Argentina.

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Autonomia e monarquismo em um
espaço
regional: Piura na consideração de
Fernando de Abascal

O texto aborda a lacuna historiográfica na compreensão das regiões durante o processo de


independência na América Latina, focando especificamente no caso do norte peruano. Apesar da
atenção dedicada aos eventos importantes no período emancipador, há uma falta de conhecimento
sobre lugares e grupos distantes dos eventos-chave, como Lima e o sul andino.

O autor destaca a importância de estudar a mentalidade e o comportamento das pessoas no


norte peruano durante a mudança de regime, concentrando-se no período das Cortes de Cádiz e na
invasão napoleônica. Apesar da convulsão na América Latina, o vice-reinado do Peru permaneceu
principalmente leal ao rei Borbón, embora com nuances devido a diferenças sociais, regionais e de
poder.

O estudo se concentra em Piura, uma província aparentemente tranquila durante o período


juntista. São levantadas questões sobre a ausência de rebeliões nesta região e se isso implicava um
perigo maior para o sistema existente, já que as energias se concentravam no debate político em vez de
sufocar revoltas. Explora-se o compromisso de Piura com a monarquia e questiona-se até que ponto o
vice-rei Abascal influenciou essa lealdade, considerando a promessa de autonomia vinda de Cádiz.

O autor busca entender os eventos significativos que ocorreram em Piura enquanto Abascal
fortalecia as fronteiras, sublinhando a complexidade das circunstâncias dentro e fora do Peru.

O perigo de Quito: reação conservadora

O texto aborda o período entre a captura de Fernando VII e o reconhecimento da Junta de Regência pelo
vice-rei Abascal durante os movimentos juntistas na América Latina. Abascal utilizou sua habilidade
militar, monarquismo fervoroso e estratégias políticas para manter o controle em um momento de
intensa agitação. Ele assegurou a lealdade ao rei Fernando VII em, através de cerimônias formais e
alianças com poderes locais.

Em 1808, a notícia da ascensão de Fernando VII chegou a Piura, que prontamente jurou lealdade ao rei e
à Junta de Regência. A elite piurana, historicamente ligada à monarquia espanhola, respondeu
entusiasticamente. Abascal, agindo como uma espécie de "super vice-rei", manteve a autoridade na
América do Sul enquanto outros vice-reis foram depostos após a invasão napoleônica.

Apesar da aparente calma em Piura, a preocupação com a revolução juntista na Audiência de Quito
levou os habitantes a se prepararem para uma possível invasão. As autoridades locais solicitaram defesas
e mobilizaram as milícias para proteger a região. Embora não tenham ocorrido grandes movimentos
revolucionários em Piura, a incerteza e o medo eram palpáveis, levando ações defensivas preventivas.

Além disso, a população piurana também enfrentou a disseminação de ideias revolucionárias através de
impressos proibidos, o que levou a precauções adicionais para evitar influências subversivas. A situação
se estabilizou temporariamente após a vitória das forças leais em Quito, e as preocupações imediatas
sobre a revolução diminuíram, embora os desafios persistentes em outras regiões mantivessem a região
em alerta. Piura contribuiu com um pequeno donativo para as tropas de Abascal, embora os laços
comerciais com Buenos Aires fossem limitados e distantes.

Em resumo, o texto descreve a resposta de Piura aos eventos turbulentos da época, marcada pela
lealdade à monarquia espanhola, precauções defensivas e uma vigilância constante contra possíveis
influências revolucionárias.
discute a falta de ação defensiva na região de Piura durante o período do vice-rei Abascal, apesar da
importância estratégica da província como possível porta de entrada para a revolução. Abascal optou por
reforçar o batalhão de pardos de Guayaquil devido à sua desconfiança no batalhão de brancos, que
incluía pessoas de Quito propensas à revolução. Esse reforço em Guayaquil poderia ter sido parte de
uma estratégia defensiva para proteger o norte, dada a conexão entre Guayaquil, Paita e o Callao. Apesar
dos levantes em Quito, Abascal não prestou muita atenção militar a Piura, o que eventualmente resultou
na rebelião em Huánuco em 1812 e em Pumacahua em 1814.

Do ponto de vista piurano, o movimento em Quito mostrou um grupo de poder local que apoiava
Fernando VII e Abascal, mas também defendia o liberalismo promovido pela metrópole por meio da
Constituição de 1812. No entanto, em Piura, o perigo não vinha apenas da falta de defesa militar, mas
também de tensões internas, especialmente no ayuntamiento, onde Abascal tinha uma opinião negativa.

Um concurso à parte: as lutas no Conselho Constitucional

O texto descreve a complexidade política e social no contexto colonial da Hispanoamérica, focando-se


nas lutas internas no ayuntamiento (câmara municipal) de Piura durante a formação do primeiro Cabildo
Constitucional em 1812. As ligações políticas e familiares nas instituições municipais eram comuns. O
ayuntamiento representava o auge do poder para os notáveis locais, mas essa elite não era homogênea,
dividindo-se em grupos de acordo com o local de nascimento, poder econômico, ascendência
conquistadora, nível cultural e opiniões políticas. Em 1812, a formação do primeiro Cabildo
Constitucional na Hispanoamérica gerou conflitos em Piura. Os problemas surgiram devido à recusa de
um regidor em permitir a participação do vigário eclesiástico nas eleições, desencadeando uma luta pelo
controle municipal entre duas facções. As elites locais se dividiram em facções que representavam
interesses diversos: uma ligada à tradição e à monarquia, liderada por José Seminario e Jaime, e outra
mais emergente, liderada por Juan de la Cruz e Agustín Sánchez Navarrete, que buscava ascender no
novo sistema constitucional. Essas tensões foram agravadas devido à intervenção do virrey(vice-rei)
Abascal e à introdução da Constituição de Cádiz, que apresentava desafios e ambiguidades na transição
para um sistema democrático. Havia confusão legislativa, desconhecimento da realidade americana por
parte dos deputados peninsulares e à interpretação incerta das novas leis. O vice-rei Abascal tentou
resolver a disputa enviando decretos ao ayuntamiento de Piura, mas as facções políticas locais
resistiram, buscando seu próprio interesse e desafiando a autoridade vice-reinal. Finalmente, um
advogado local determinou que a resolução do vice-rei deveria ser cumprida, levando à posse de José
Seminario e Jaime como prefeito, embora a comunidade piurana, assim como outras regiões da
Hispanoamérica, debatia-se entre preservar as tradições monárquicas e adaptar-se às novas ideias
liberais, gerando tensões e conflitos internos.
Para concluir

O vice-rei Abascal considerava Piura como uma região sem perturbações militares, o que o deixava
preocupado devido à sua formação militar (afinal sem os constantes embates, sobrava espaço para
questionamentos políticos). Ao longo da história do vice-reinado, Piura raramente foi cenário de
conflitos militares, limitando-se a enfrentamentos com piratas em Paita ou movimentos regionais nas
montanhas. No entanto, a tranquilidade foi interrompida quando a revolução em Quito eclodiu, embora
as principais preocupações se concentrassem nas autoridades de Trujillo e nos líderes locais em Piura.

Abascal considerava garantida a lealdade de Piura a Fernando VII, mas isso tinha nuances, já que uma
elite local controlava a província e as decisões-chave. A convocação de um cabildo constitucional causou
certa instabilidade, mas acabou sendo cumprida, mantendo o poder nas mãos da elite. Isso não resultou
em um processo mais democrático, já que a Constituição reforçava o poder dos cabildos, especialmente
em províncias autônomas como Piura.

Abascal, um vice-rei com características peculiares, buscava um maior controle, o que tornava mais
evidentes as autonomias locais e as tensões na elite. Apesar de seu apoio à monarquia, houve disputas
no cabildo e entre os moradores em relação ao seu governo, o que questiona a ideia de uma lealdade
absoluta a Fernando VII. A crise interna da elite piurana foi um repúdio ao governo de Abascal, apesar de
precisarem de sua autoridade.

Em resumo, a relação entre Piura e o vice-rei Abascal foi marcada pela complexidade das dinâmicas
locais, pela lealdade à monarquia e pela necessidade de um governo forte.

Pau e cenoura. A política de


Toribio Montes, presidente da
Audiência de Quito

A título de introdução: havia franceses em Quito?

O texto discute o dilema enfrentado pelos envolvidos e pela historiografia em relação ao período de
1809 a 1812 em Quito. Termos como "realistas" e "patriotas" são mencionados, assim como as divisões
entre "montufaristas" e "sanchistas". Também há referência à preocupação sobre o reconhecimento do
regime de José I (Bonaparte) pelos peninsulares residentes em Quito em 1809. Possíveis simpatias por
Napoleão entre alguns militares e advogados em Quito são mencionadas, assim como a possibilidade da
existência de "afrancesados". O texto destaca casos como o do capitão Juan Salinas e do advogado
Manuel Rodríguez de Quiroga. Também são mencionados embargos de bens relacionados a Bonaparte e
o Code Civil de Napoleão. É apontado que vários advogados neogranadinos foram excluídos do perdão
de 1813, e são discutidas acusações contra o advogado Ignacio Ortiz de Cevallos, acusado de ser um dos
autores de assassinatos. O texto enfatiza a presença de rumores e propaganda nessa época, assim como
a importância de investigar mais profundamente a história dos "realistas" em Quito.

1. A chegada de Montes: repressão e conciliação

1. 1. Primeras medidas administrativas

O texto trata da chegada de Toribio Montes a Guayaquil em junho de 1812 e suas diversas
responsabilidades em áreas como militar, judicial, administrativa (tanto eclesiástica quanto civil) e
econômica. Montes teve que equilibrar expectativas contraditórias, incluindo a vingança daqueles que
eram leais à Coroa e a reconciliação, bem como a normalização da vida para outros. Informantes-chave,
como Juan José Guerrero Mateu, são mencionados como colaboradores próximos que forneceram
informações ao governo de Montes.

O texto também destaca a chegada das tropas realistas e a oportunidade que isso representou para
algumas pessoas acertarem contas pessoais através de denúncias, inclusive em assuntos não políticos.
Menciona-se a suspensão de párocos em Riobamba e Chimbo durante a campanha militar e como
alguns foram reintegrados devido a acusações infundadas ou à intervenção de pessoas influentes.

Quando Montes chegou a Quito em novembro de 1812, encontrou uma cidade quase deserta e teve que
estabelecer uma administração básica imediatamente, nomeando autoridades locais e tomando
medidas contra a Igreja e o cabildo. Advogados e escrivães também foram suspensos, e foi ordenado que
os registros demográficos fossem retomados, o que havia causado conflitos anteriores entre o
presidente Ruiz de Castilla e o bispo Cuero e Caicedo.

Em resumo, o texto aborda a complexa situação que Toribio Montes enfrentou ao chegar a Guayaquil e
durante seu governo subsequente em Quito, com foco nas múltiplas responsabilidades e desafios que
ele enfrentou nas áreas militar, judicial, administrativa e social. Também destaca as tensões e conflitos
na sociedade da época.

1.2. Perdões

O texto descreve a aplicação incomum de perdões gerais na Audiência de Quito, especialmente durante
a coroação de Carlos III. Em novembro de 1812, Montes ofereceu indulgência aos rebeldes, beneficiando
pessoas como Manuel Larrea, que apoiou os realistas e foi posteriormente excluído do perdão. Em
janeiro de 1813, foi emitido outro perdão geral, mas 66 pessoas foram excluídas, principalmente
religiosos e padres seculares. Alguns deles estavam envolvidos em atividades militares e políticas, como
o padre José Eugenio Correa e o comerciante Miguel Ponce. Também são mencionados advogados e
funcionários públicos, como o promotor Antonio Bustamante e o tenente de corregedor Baltasar
Pontón, todos excluídos do perdão. A nobreza de Quito também foi afetada pelas exclusões, com alguns
membros excluídos devido ao seu apoio aos realistas.

1. 3. Julgamentos: instâncias e procedimentos

O texto descreve a escassez de documentação judicial nos arquivos de Quito, oferecendo uma visão
limitada sobre a divisão de trabalho entre os oidores da audiência quiteña, que permaneciam em
Cuenca e começaram a se opor às decisões de Montes. O presidente, junto com poucos assessores em
Quito, enfrentou desafios de líderes militares como Juan Sámano e Tomás Santa Cruz, além dos tribunais
liderados pelos alcaldes e corregidores, e pelos tribunais eclesiásticos. Montes realizou julgamentos sem
a presença dos acusados, com poucas confissões registradas e depoimentos de testemunhas limitados.
Ele delegou parte dos julgamentos aos alcaldes quiteños, especialmente a Juan José Guerrero Mateu,
que investigou a morte do conde Ruiz de Castilla, retardando o processo judicial. O texto sugere a
necessidade de mais investigação sobre essas instâncias e procedimentos judiciais.

1. 4. As frases e suas modificações

1. 4. 1. Sentenças de morte
O texto fala sobre a pena de morte na Audiência de Quito durante o período colonial e nos primeiros
anos da independência do Equador. Menciona-se que a pena capital era usada com cautela e raramente,
principalmente em casos de rebelião contra a autoridade. Em muitos casos, as sentenças de morte não
eram executadas devido à falta de provas, e não havia registros claros das execuções. Algumas instâncias
específicas de aplicação da pena de morte são mencionadas, como a execução de líderes durante a
"crise da alcabala" no final do século XVI, e a ausência de condenações à morte durante a "rebelião dos
bairros" em 1765. Destaca-se que mesmo em revoltas indígenas, a pena de morte era a exceção.
Descreve-se uma mudança gradual na aplicação da pena de morte a partir de 1812, quando se menciona
a execução do comandante insurgente francês Marcos Gouyon e outros casos posteriores. Também são
mencionados casos de estrangeiros que foram executados, como Gouyon e o americano Alejandro
Macaulay. Enfatiza-se a importância do local das execuções, evitando realizá-las em Quito para evitar
tumultos, e menciona-se um caso específico de execução em Pasto. O texto também aborda o caso de
Nicolás de la Peña e Rosa Zárate, um casal que foi executado e cujas cabeças foram expostas na Plaza
Grande de Quito como advertência. Finalmente, menciona-se uma mudança no método de execução,
passando da forca para o fuzilamento, e a subsequente eliminação das cabeças expostas na Plaza Grande
em 1822.

1. 4. 2. Os exilados

O texto fala sobre as sentenças impostas a condenados em julgamentos criminais no passado.


Inicialmente, a principal pena era o desterro, com durações e destinos variáveis dependendo da
gravidade do crime. Desde o desterro para cidades próximas por ofensas menores até anos em presídios
distantes para homicidas, as sentenças dependiam da natureza do crime. Essas sentenças poderiam
variar de cerca de dois anos em uma cidade da mesma região até dez anos em um presídio, em locais
como Chagres, no Panamá, ou Valdivia e Ilha Juan Fernández, no Chile. No entanto, o desterro
apresentava desafios logísticos e financeiros para as autoridades, como a falta de fundos para a viagem e
a escolta dos prisioneiros.

A partir de 1812, a situação mudou devido ao aumento no número de condenados e às diferenças em


seu status social, levando a mudanças nos destinos e nas modalidades das sentenças. Estas poderiam
incluir a residência em lugares específicos, o confinamento em presídios ou a obrigação de servir como
soldado em áreas distantes.

O texto menciona casos de mudança de destino, fugas, recapturas e mortes durante os traslados, com
pouca confirmação da chegada dos desterrados aos seus destinos. Também fala sobre a possibilidade de
falsificação de documentos, como passaportes, para evitar as condenações. Alguns condenados
conseguiram alterar suas sentenças por meio de influências familiares ou conexões.

É destacado que pessoas de alto status social frequentemente recebiam penas mais leves ou eram
autorizadas a permanecer na Audiência de Quito. Por fim, o texto menciona destinos específicos como
Ceuta, Filipinas e Panamá, assim como a dificuldade de rastrear a chegada dos desterrados a seus
destinos finais. Panamá tornou-se um ponto crucial para o desterro e também foi destino para
desertores das tropas realistas. Alguns prisioneiros conseguiram evitar o desterro, enquanto outros
foram enviados para lugares remotos, enfrentando riscos significativos no caminho.

1. 4. 3. Medidas financeiras

Em 1812, em Quito, os procedimentos legais envolviam o embargo e depósito de bens dos acusados em
processos criminais. Embora autoridades designadas, como Ramón Núñez del Arco e Juan José Guerrero
Mateu, fossem responsáveis por esses embargos, não há informações precisas sobre o número de
pessoas afetadas ou o valor de seus bens, exceto em casos como os do bispo Cuero y Caicedo e das
famílias Sánchez de Orellana e Montúfar.

Para evitar o desterro, alguns acusados optaram por pagar doações como forma de perdão, cujos valores
variavam de acordo com a riqueza do indivíduo. Esses pagamentos eram uma maneira de reduzir a
sentença de desterro para penalidades pecuniárias. No entanto, essa estratégia não foi eficaz devido à
situação financeira precária do governo. Além disso, as exigências de dinheiro, tanto doações forçadas
quanto empréstimos, não eram totalmente cumpridas.

Em 1813, foi revelado que a segunda junta e o Congresso de Quito haviam gastado uma grande quantia
de dinheiro sem autorização oficial. As contas mostraram que os 36 membros envolvidos deveriam pagar
somas enormes, o que era impagável para muitos. No entanto, meses depois, por ordem real de Madrid,
decidiu-se encerrar as investigações financeiras e esquecer o assunto.

1. 4. 4. Tentativas de conciliação

O texto descreve um período histórico marcado por perdões, julgamentos e condenações na cidade de
Quito. Inicialmente, esses perdões foram uma tentativa de conciliação, embora sua eficácia seja incerta.
Os julgamentos e as condenações foram calculados com base no impacto que poderiam ter sobre a
população, e as penas mais severas foram impostas a pessoas que não eram nativas de Quito ou não
tinham conexões importantes na cidade. Essas medidas provavelmente levaram a uma obediência
generalizada. Houve reduções e alterações nas condenações na tentativa de pacificação e retorno à
normalidade, o que gerou controvérsia entre os condenados e os apoiadores do governo central. O
presidente Montes também apoiou pessoas que tinham sido membros de juntas anteriores, o que
causou tensões adicionais. Posteriormente, Montes iniciou a formação de municípios constitucionais,
embora isso tenha provocado conflitos entre diferentes grupos em busca de poder. Eventualmente,
Montes renunciou, mas sua renúncia foi rejeitada e ele foi deposto em 1817 devido às queixas de certos
grupos. Montes nunca recebeu o título de Marquês da Conciliação de Quito, apesar do pedido do povo
de Quito ao Rei.

2. A experiência de Toribio Montes

O texto fala sobre o governo de Toribio Montes em uma época tumultuada e pouco documentada.
Menciona um decreto de 5 de janeiro de 1813 que ordenava o silêncio sobre seu governo e outros
eventos nas províncias. Montes usou o esquecimento como método de pacificação após punir os líderes
revolucionários, uma abordagem apoiada pela metrópole. Destaca-se uma carta enviada a Panamá em
fevereiro de 1813, na qual Montes menciona um personagem envolvido nas revoluções e sugere
vigilância sobre suas atividades. Montes também elaborou uma lista de suspeitos no final de seu
mandato, mas seus esforços não tiveram um impacto duradouro. Sob o governo de seu sucessor, alguns
sobreviventes proeminentes das revoltas foram deportados para a Espanha, exacerbando as divisões na
sociedade.

¿Chilenos Todos? La Construcción Social


de La Nación

Capítulo VI

El “ejército pipiólo” : el Motín de Quillota y el derrumbe de la NACIÓN CIUDADANA

O texto discute o imaginário predominante sobre a década de 1830 no Chile do século XIX. Argumenta-
se que esse período, associado à anarquia e à radicalização do liberalismo, foi superado por Diego
Portales, que restaurou o poder civil e subjugou as forças militares. Destaca-se a habilidade de Portales
em estabelecer um governo forte e disciplinar tanto a classe dirigente quanto o exército, assegurando a
estabilidade do regime portaliano. São mencionados eventos-chave, como a derrota de Freire e a
expulsão de oficiais liberais, que consolidaram o controle civil sobre o exército.
O texto também examina o papel do fator militar na construção da identidade nacional chilena.
Argumenta-se que a década de 1830 foi crucial para a consolidação de uma identidade nacional,
especialmente entre os soldados que participaram das guerras de Independência. Além disso, discutem-
se as guardas cívicas como uma tentativa de neutralizar o exército como ator político e disciplinar setores
da classe baixa.

A guerra contra a Confederação Peru-Boliviana é apresentada como um evento que impulsionou um


nacionalismo cultural e geopolítico, marcando a transição de um nacionalismo liberal para um mais
chauvinista e étnico no Chile. O assassinato de Portales em 1837 é apontado como um ponto de virada
que levou à consolidação dessas visões nacionalistas no século XIX.

1. La conciencia de la patria

O texto fala sobre o período posterior à guerra civil em 1830, em um contexto histórico específico. Após
a derrota do exército pipiolo, uma mudança política foi imposta no Chile liderada pela aliança pelucona-
estanquera. Nessa nova fase, houve falta de debate público e liberdades, o que aparentemente
proporcionou estabilidade ao país, embora não necessariamente legitimidade.

A guerra civil de 1829-1830 marcou o fim da fase de lutas políticas e militares abertas na história do
Chile. Após essa guerra, as pressões militares diminuíram e o tamanho das forças militares foi reduzido,
embora tenham persistido alguns casos de motins e conspirações. A resistência de certos setores do
baixo povo ao serviço militar continuou, e muitos consideravam a guerra como um fardo e não como um
elemento de identidade nacional.

Apesar da resistência generalizada, alguns indivíduos buscaram recompensas por seu serviço militar.
Surgiram pedidos de prêmios e pensões para aqueles que tinham participado de ações de guerra,
argumentando sua constância no serviço ou sua invalidez devido a ferimentos sofridos durante a guerra.
Esses pedidos eram feitos por soldados e suboficiais, apoiados por depoimentos e documentos médicos.

Em resumo, o texto explora a falta de conexão entre a experiência militar e a identidade nacional para
muitos no Chile durante o período após a guerra civil de 1829-1830. Apesar de algumas demandas por
recompensas pelo serviço militar, a resistência ao serviço obrigatório persistiu entre setores do baixo
povo.

O texto discute a experiência dos soldados chilenos de origens humildes durante as guerras de
independência. Muitos desses soldados, como labradores, gañanes (trabalhadores rurais) e sapateiros,
se voluntariaram para o serviço militar, e suas experiências de guerra se tornaram uma parte significativa
de suas vidas. Eles enfatizavam sua voluntariedade e participação em várias batalhas para justificar suas
solicitações de pensões por invalidez ou prêmios de constância. Muitos desses soldados, como Cecilio
Soto, Francisco Valdebenito, Francisco Farías, Lorenzo Jiménez e Pascual Torres, se alistaram como
voluntários entre 1817 e 1819. O recrutamento voluntário abrangeu diversos setores do povo comum, e
esses soldados enfatizavam sua vontade de se juntar ao exército. Além disso, destacavam suas ações
militares em que haviam participado, criando uma espécie de currículo de guerra que respaldava suas
solicitações de pensão.

Para esses soldados, o serviço militar representou uma mudança significativa em suas vidas. Eles
deixaram de ser camponeses para se tornarem soldados da pátria, e muitos deles ascenderam social e
economicamente no exército, deixando de ser peões para se tornarem suboficiais. A guerra não era uma
experiência isolada para eles, mas sim uma carreira militar contínua. Alguns soldados enfatizavam suas
ações em batalhas específicas para reforçar suas reivindicações, criando uma "mitologia" em torno de
sua participação nas guerras pela independência.

Além disso, as guerras de independência tiveram um impacto nas identidades desses soldados. As
mobilizações geográficas associadas ao recrutamento os tiraram de seus ambientes familiares e os
levaram a lugares distantes, como Buenos Aires, Peru e regiões do Chile, criando uma experiência de
"outro" associada a esses lugares. Esse "outro" também implicava uma reflexão sobre a própria
identidade, contribuindo para o desenvolvimento de uma identidade nacional, embora indiretamente.

Alguns desses soldados, como Bernardo Acevedo e Camilo Ponce, também associaram claramente o
serviço à pátria com direitos e justiça, apelando para as leis e normas existentes para reivindicar pensões
e prêmios. Eles consideravam seus serviços como um direito, lutando por anos para obter o
reconhecimento e a recompensa que acreditavam merecer.

Em resumo, os soldados chilenos de origens humildes durante as guerras de independência não apenas
participaram ativamente dos conflitos, mas também moldaram suas identidades e aspirações por meio
dessas experiências. Suas histórias ilustram como o serviço militar se tornou uma parte intrínseca de
suas vidas, influenciando não apenas seu status social, mas também sua compreensão de si mesmos
como cidadãos da nação emergente, e como a guerra influenciou o desenvolvimento de suas
identidades, tanto individualmente quanto coletivamente.

2. Las guardias cívicas portalianas: ¿la nación en armas?

O texto aborda a ambivalência nas relações entre o exército e as milícias no contexto da independência
do Chile, destacando um ponto crítico na década de 1820. No final da década, após o fim da guerra em
Chiloé, as milícias lideradas pelos Pincheira permaneceram como as principais forças armadas,
levantando questões sobre qual delas deveria ser a "nação em armas". A elite chilena oscilou entre
apoiar um exército permanente e as milícias, levando a debates sobre sua dependência. Alguns viam as
milícias como a verdadeira expressão da "nação em armas".

O texto também menciona motins militares, conflitos políticos e eleições, com as milícias
desempenhando um papel importante na política e no poder eleitoral. Os motins militares liderados por
figuras como Enrique Campino e Pedro Urriola representaram pontos de inflexão nesse período. Esses
motins estavam relacionados à politização das milícias e à luta política em curso. A politização das
milícias foi intensificada durante a guerra civil de e pelas eleições parlamentares de 1829, quando as
milícias se tornaram um fator-chave na luta pelo poder. As milícias foram posteriormente reformadas
para servir como uma força auxiliar ao exército permanente. A politização das milícias e sua relação com
o poder militar e político desempenharam um papel significativo na história do Chile nesse período.

Em resumo, o texto trata da evolução das relações entre o exército e as milícias durante a independência
do Chile, destacando o papel das milícias na política e na defesa do país, bem como as mudanças na sua
estrutura e influência ao longo do tempo.

O texto descreve a redefinição das relações políticas entre civis e militares no contexto do Chile pós-
guerra civil. Os militares foram enfraquecidos temporariamente em favor das milícias cívicas, pois
controlar o exército provou ser difícil. As milícias eram mais fáceis de controlar e serviam permitindo a
disciplina do povo insubordinado e enfraquecendo o poder militar enquanto transmitiam valores
nacionalistas.

O governo, liderado por Portales, optou por conter o exército em vez de destruí-lo, e fortalecer as
milícias, que se tornaram o principal meio de serviço militar para o povo, mantendo o equilíbrio cívico-
militar. Isso resultou na promoção da disciplina, obediência e subordinação em vez da participação
política ativa. As milícias, embora deficientemente preparadas, foram aceitas pelas autoridades militares
e estavam sob a tutela do Estado.

O general Prieto se tornou presidente para neutralizar o exército do sul e evitar a volta de O'Higgins. No
entanto, Prieto atuou como um líder executivo e não como militar ativo. A estratégia foi reforçar as
milícias e restringir o poder militar, dando-lhes um papel importante na defesa nacional. A Constituição
de 1833 formalizou a não deliberação do exército e a obrigação do serviço militar para todos os
cidadãos. As milícias foram expandidas em todo o país, mas sua preparação era deficiente devido à falta
de recursos. Apesar disso, eram aceitas pelas autoridades militares e civis. Elas eram vistas como uma
"nação em armas", mas seu papel era mais de disciplina e obediência do que de participação política.

Em resumo, em 1836-1837, o Chile tinha uma extensa rede de milícias, principalmente composta por
pessoas comuns, promovidas para enfraquecer o exército e reforçar o controle civil, mas a participação
nessas milícias não concedia direitos de cidadania política ativa, sendo mais um dever do que um direito
onde o papel principal era garantir a obediência e a disciplina, não a participação política ativa.

O texto discute a importância das milícias como um veículo para redefinir a identidade nacional no
contexto chileno do século XIX. Estado do século XIX foi bem-sucedido em promover o nacionalismo
como uma ferramenta para unir a nação, utilizando instrumentos simbólicos como retórica, educação
cívica, bandeiras e festas para criar uma comunidade imaginada nacional. No entanto, as principais
ferramentas foram simbólicas, e o Estado tinha um ceticismo em relação à verdadeira participação
popular na nação.

No período analisado, as milícias se tornaram um instrumento para disciplinar a população,


especialmente as classes populares, devido ao aumento da criminalidade, desordens militares e
envolvimento popular nas eleições. O controle sobre as milícias visava moralizar a população e encerrá-
la sob a tutela da elite dominante, limitando a participação política real.

O texto também destaca a visão de elite sobre as classes populares como indisciplinadas e rebeldes, o
que justificava a disciplina militar como uma forma de controle. As milícias desempenharam um papel
crucial nesse processo de disciplinamento.

Além disso, o texto menciona a falta de entusiasmo das elites em servir nas milícias e a desigualdade na
prestação de serviço militar, com os setores populares sendo mais afetados pela obrigação de servir.

Em suma, as milícias desempenharam um papel importante na construção da identidade nacional


chilena, servindo como um instrumento de disciplina e controle sobre as classes populares e ajudando a
promover uma visão de ordem e nacionalismo.

3. El “ejército pipiolo”: el Motín de Quillota y la derrota de la nación ciudadana

O texto discute o período histórico do Chile após a guerra civil de 1830, focando na derrota do lado
liberal(pipiolos) em Lircay e na subsequente ascensão do grupo conservador conhecido como
estanquero-pelucón. O autor argumenta que, apesar da derrota militar em Lircay, o exército liberal não
foi completamente derrotado politicamente, pois a maioria do exército mantinha princípios liberais,
aderindo aos princípios liberais básicos da Constituição de 1828, embora houvesse algumas facções
autoritárias. A morte de Portales, uma figura conservadora, foi o evento que realmente levou ao colapso
dos setores militares pipiolos.

O autor contesta a narrativa tradicional que afirma a completa subordinação do exército ao poder civil
após a derrota de Lircay. Ele argumenta que o exército continuou a acreditar nos valores liberais, como
cidadania plena, liberdades civis e sufrágio ampliado, mesmo após a derrota. A suspensão da
Constituição de 1828 e o autoritarismo subsequente não foram aceitos passivamente pelo exército
liberal.

O texto destaca a luta ideológica entre os grupos conservadores e liberais, sendo os pipiolos um grupo
equidistante entre os polos extremos do federalismo e do autoritarismo. Apesar da derrota militar, os
ideais liberais perduraram no exército pipiolo, que defendeu a Constituição de 1828 e os princípios
associados a ela.

Além disso, o texto destaca a importância das garantias individuais, da propriedade e da manutenção da
Constituição de 1828 para o exército pipiolo. Eles se opunham ao governo centralista e autoritário que
emergia na época. O texto sugere que, mesmo entre os vitoriosos, havia indivíduos que discordavam das
punições severas impostas aos derrotados em Lircay.

Houve também tensões dentro do próprio exército estanquero-pelucón, com alguns membros, como
Benavente e Gandarillas, sendo identificados como liberais autoritários. A lealdade ao governo central
foi questionada por alguns líderes militares, especialmente após a suspensão da Constituição de 1828.

Em resumo, o texto destaca a complexidade das ideologias dentro do exército chileno do período pós-
guerra civil, mostrando que o liberalismo não foi completamente derrotado e continuou a influenciar as
tensões políticas e militares no país, com ênfase na luta entre liberais e conservadores no Chile do século
XIX.

O período de 1831-1833 no Chile foi marcado por várias conspirações lideradas principalmente por
oficiais que foram dispensados após a Batalha de Lircay, mas não exclusivamente. Um dos conspiradores,
o Capitão José María Labbé, tentou seduzir cabos e sargentos do Esquadrão de Húsares e dos Caçadores
a Cavalo que guarneciam a capital. Embora tenham sido condenados à morte, a pena foi comutada para
o desterro. Outras conspirações ocorreram em 1833, uma liderada por Joaquín Arteaga e outra chamada
"de los Puñales", cujo objetivo era restaurar a Constituição de 1828.

Essas conspirações refletiram o descontentamento com o governo autoritário de Diego Portales,


caracterizado pelo centralismo, controle da imprensa, uso de poderes extraordinários e expansão da
polícia. Muitos viam essas conspirações como uma resposta ao regime e não apenas a uma saída das
fileiras militares. Elas também demonstraram uma aliança entre os pipiolos (liberais) e os o'higginistas
(seguidores de Bernardo O'Higgins) descontentes com o governo.

As conspirações continuaram, especialmente após a expedição fracassada de Ramón Freire ao Chile em


1836. Isso provocou novas conspirações e rebeliões, incluindo o Motín de Quillota em 1837, liderado
pelo coronel José Antonio Vidaurre. Esse motim foi motivado pelo descontentamento com o
autoritarismo de Portales e sua determinação de iniciar uma guerra contra a Confederação Peru-
Boliviana. Os conspiradores buscavam evitar a guerra e promover a paz por meios diplomáticos.

A reação do governo ao motim revelou diferenças de opinião sobre como defender a nação, com alguns
militares argumentando que a guerra seria devastadora e desnecessária. O motim demonstrou a divisão
dentro das Forças Armadas e da sociedade chilena em relação ao governo de Portales e à guerra.

O motim de Quillota foi liderado por oficiais militares ativos que estavam em desacordo com a política
do governo. Eles buscavam evitar uma guerra que consideravam prejudicial ao Chile e promover a paz
por meios diplomáticos. Portanto, o motim representou uma oposição à política autoritária de Diego
Portales e à sua determinação de iniciar uma guerra contra a Confederação Peru-Boliviana. Os
conspiradores acreditavam que a guerra seria devastadora e desnecessária, e buscavam preservar vidas
e evitar um conflito inútil. O governo, no entanto, não compartilhava dessa visão e continuou a se
preparar para a guerra, levando à repressão do motim.

4. ¡Seguridad nacional y guerra!: la Guerra contra la Confederación Perú-Boliviana

O texto discute o patriotismo de Diego Portales, um figura histórica do Chile no século XIX. Portales era
visto por alguns como um patriota devido ao seu impulso pelo bem-estar da pátria, embora não tenha
participado ativamente das guerras de independência, o que gerava opiniões divergentes sobre seu
patriotismo. A análise mostra que Portales reconhecia a nação quando esta adquire uma forma definida,
após as guerras de independência, enfocando a ideia de um Estado Nacional forte, enfocando a
segurança nacional e desconfiando de possíveis ameaças externas, tanto americanas quanto de outras
nações.

Portales via a nação principalmente como poder nacional e segurança contra ameaças externas, em vez
de apenas um foco em direitos e cidadania. Ele enfatizava a importância da imagem externa e de uma
nação forte a ser respeitada. Portales também valorizava uma marinha de guerra poderosa para proteger
o país.

Portales estava preocupado com a rivalidade comercial entre Chile e Peru, acreditando que a guerra era
inevitável. A guerra com o Peru é usada como exemplo para ilustrar como Portales via a nação chilena
em termos geopolíticos, considerando a ameaça representada pela Confederação Peru-Boliviana como
um perigo ao equilíbrio regional. Portales e o governo chileno declararam guerra ao Peru com base
nessa visão, alegando que a independência de outros países vizinhos era essencial para a segurança do
Chile. Ele argumentava que a independência do Chile estava em jogo, vendo a unificação de Peru e
Bolívia como uma ameaça à estabilidade da região. Portales insistia na necessidade de neutralizar o
poder de Santa Cruz e estava disposto a recorrer à guerra para proteger os interesses chilenos.

Em resumo, o texto discute a visão de Diego Portales sobre a nação chilena, destacando seu enfoque na
segurança nacional e na geopolítica, em vez de conceitos mais tradicionais de patriotismo baseados em
lutas pela independência. Portales via a nação como um meio de manter o Chile seguro em um contexto
regional e internacional complexo.
O texto descreve o contexto histórico e político do Chile durante o período em que se discutia a
possibilidade de uma guerra (a chamada "segunda independência") e o subsequente engajamento
militar, O termo “segunda independência” era uma metáfora para algo que não era uma realidade, mas
uma possibilidade - um retrocesso na autonomia do Chile. Isso reflete a visão regional do problema, com
diferentes concepções de nação. Nesse período, havia discordâncias entre as lideranças políticas e
militares sobre a necessidade e os métodos da guerra. Portales, uma figura proeminente, defendia o
acúmulo de poder e a guerra como uma forma de garantir a autonomia chilena e fortalecer o poder
central. No entanto, havia resistência em alguns setores militares, que preferiam a negociação e
evitavam o conflito.

Portales também enfatizava a importância da marinha na estratégia militar, e a guerra tinha um forte
componente naval. Inicialmente, a sociedade não estava convencida da necessidade da guerra, e houve
dificuldades na mobilização de soldados, incluindo recrutamento forçado, envolvendo vagabundos e
pessoas consideradas perigosas para a sociedade. Esse recrutamento encontrou resistência e
descontentamento popular, levando o governo a adotar estratégias para aumentar a participação
voluntária.

Após a morte de Portales, houve uma mudança na atitude da sociedade em relação à guerra, com um
aumento na adesão popular e uma redefinição do patriotismo. A guerra passou a ser vista como uma
luta pela liberdade contra o despotismo, e a batalha de Matucana, ocorrida em 18 de setembro (data
nacional chilena), foi usada como uma oportunidade para reforçar o sentimento de patriotismo e
unidade nacional entre os soldados. O discurso militar enfatizou a luta pela liberdade e independência,
unindo Chile e Peru na causa contra o "tirano".

A guerra uniu diferentes elementos da sociedade em torno dos princípios da independência e liberdade,
e o discurso durante a guerra enfatizou esses valores, buscando criar um senso de unidade nacional.

A guerra foi retratada como uma luta pelos princípios da liberdade sul-americana, unindo diferentes
nacionalidades em prol de uma causa comum. O texto ressalta a evolução do discurso sobre a guerra,
inicialmente focado em questões geopolíticas, para um discurso mais cívico e continental, similar aos
ideais da independência. O governo chileno conseguiu mobilizar uma maior adesão popular à guerra,
transformando-a em uma cruzada pela liberdade e independência da América do Sul.

Este texto fala sobre o impacto da Guerra contra a Confederação Perú-Boliviana no Chile do século XIX. A
vitória na guerra reforçou a ideia de "excepcionalidade chilena" na América Latina, destacando os
valores do ordenamento e estabilidade em oposição a outras nações latino-americanas que enfrentavam
a anarquia. Também promoveu um senso de superioridade chilena em relação aos vizinhos.

Além disso, a guerra transformou a imagem do exército chileno, que passou de uma ameaça à
estabilidade para defensores da liberdade e ordem. O texto destaca a valorização dos soldados e heróis
populares, antes considerados insubordinados, como parte do imaginário nacional.

Em resumo, a Guerra da Confederação fortaleceu a construção do imaginário nacional chileno,


enfatizando o papel do Chile como um país de ordem e superioridade, além de redefinir a imagem do
exército e do povo chileno.

Conclusão

O texto fala sobre o monumento do Roto Chileno no bairro de Yungay, em Santiago, Chile, erguido para
homenagear a batalha homônima. A inscrição nele agradece aos filhos do Chile por suas virtudes cívicas
e guerreiras, especialmente lembradas no dia da batalha de Yungay, 20 de janeiro, instituído como o "Dia
do Roto Chileno" desde 1889. O texto discute a construção da identidade nacional chilena durante os
anos da independência, destacando que a participação popular na formação da nação foi ambígua e
muitas vezes coercitiva, especialmente durante conflitos armados. Apesar das tentativas de inclusão
política, as elites dominaram a tomada de decisões, relegando o papel do povo a soldados obedientes
em vez de cidadãos ativos. Essa dinâmica persistiu ao longo dos anos, dificultando a plena cidadania para
o povo comum.

LA INVERCIÓN FRANCESA EN MÉXICO

O texto descreve a resistência do povo mexicano contra a intervenção estrangeira e o governo do


imperador Maximiliano durante o período da ocupação francesa no México no século XIX. Ao longo do
texto, destaca-se como os mexicanos demonstraram um forte ódio aos invasores desde o início da
intervenção. Os cidadãos abandonavam suas casas e cidades quando os invasores se aproximavam e
mostravam-se abertamente hostis a eles. Os franceses saqueavam, roubavam, estupravam e
assassinavam a população civil, aumentando assim o ódio dos mexicanos por eles.

Apesar das divisões políticas no México entre liberais moderados e radicais, a maioria dos mexicanos,
incluindo os indígenas, se uniu em uma força unificada contra os invasores. Essa unificação não foi regra
porém, O texto menciona que as classes endinheiradas, especialmente os proprietários de terras e o alto
clero, apoiaram os invasores, enquanto as classes médias e os pobres, incluindo camponeses, artesãos e
trabalhadores, lutaram bravamente contra eles. À medida que os moderados se inclinavam para um
acordo com os franceses, os republicanos se fortaleciam ao se separar desses elementos indecisos. Os
traidores à causa mexicana eram principalmente representantes das classes mais abastadas, incluindo
proprietários de terras, clérigos de alto escalão e aristocratas crioulos, que se aliaram aos invasores e ao
governo de Maximiliano.

No geral esse trecho do texto destaca a corajosa resistência do povo mexicano, incluindo os indígenas,
contra a ocupação francesa e como as classes mais abastadas e os traidores se uniram aos invasores,
mostrando assim seu ódio para com seu próprio povo e sua pátria.

Os mexicanos lutaram em uma guerra justa e libertadora para defender sua independência e sistema
republicano contra os intervencionistas e conservadores que buscavam transformar o México em uma
monarquia católica. A guerra envolveu o povo mexicano, com grandes massas populares se unindo ao
exército e guerrilhas.

A luta foi comparada ao heroísmo do povo russo durante a guerra de 1812 contra Napoleão. As
operações militares ocorreram de maneira única devido à geografia do México, tornando difícil para os
invasores ocupar todo o território. As guerrilhas mexicanas dificultaram as comunicações e causaram
problemas constantes para os franceses.

O texto destaca que a resistência popular foi fundamental para o fracasso da invasão francesa. O povo
mexicano apoiava ativamente a causa republicana e lutava contra os invasores. Mesmo com recursos
limitados, as comunidades locais construíram fortalezas e se juntaram à defesa.

A guerra envolveu táticas de guerrilha, com o exército regular mexicano atuando dessa maneira durante
o conflito. No auge da luta, as guerrilhas desempenharam um papel crucial na defesa do México contra o
invasor francês.

Há aqui, um destaque do texto na participação do povo e das guerrilhas na luta pela independência e
pela manutenção do sistema republicano.

Agora são descritas as táticas de guerrilha empregadas pelos mexicanos durante a resistência contra a
intervenção francesa no México (1862-1867). As guerrilhas operavam em pequenas unidades móveis,
aproveitando seu conhecimento do terreno para realizar ataques-surpresa e emboscadas. Atuavam de
forma independente, sendo difíceis de capturar e letais no combate. Destacavam-se por sua capacidade
de se adaptar ao terreno, atacar em condições desfavoráveis para o inimigo e desorientar as forças
francesas.

As guerrilhas mexicanas contavam com o apoio da maioria do povo e se beneficiavam da colaboração


local. Os franceses, por outro lado, lutavam em grandes formações que não se adaptavam bem às táticas
guerrilheiras. Apesar das tentativas dos franceses de criar forças especiais para enfrentar as guerrilhas,
essas táticas continuaram sendo eficazes ao longo de toda a guerra.

O texto também menciona vários líderes guerrilheiros proeminentes, como Ramón Corona, Nicolás
Régules e Vicente Riva Palacio, que desempenharam um papel crucial na resistência mexicana. As
guerrilhas conseguiram manter a resistência ao longo da guerra, infligindo perdas significativas às forças
francesas e contribuindo de maneira significativa para a eventual expulsão dos invasores estrangeiros.

No estado de Zacatecas, o idoso guerrilheiro Chávez, ex-governador de Aguascalientes, foi capturado


pelos franceses durante a ocupação. Junto a corajosos colaboradores, enfrentou sua execução com
serenidade. Nas fileiras guerrilheiras, também havia mulheres notáveis, como Ignacia Riechi e a viúva de
um coronel de cavalaria, que lideravam unidades com grande valentia. Os invasores franceses aplicaram
medidas brutais para sufocar a resistência, como tribunais militares, fuzilamentos e a lei conhecida como
"lei negra". Esta lei, promulgada por Maximiliano e Bazaine, condenava à morte qualquer mexicano que
lutasse contra o império, resultando em uma onda de execuções em massa. Apesar das atrocidades e
das represálias, o povo mexicano manteve sua determinação de expulsar o inimigo invasor e resistir,
redobrando seus esforços para alcançar a independência.

La actuación del Gobierno republicano

O texto fala sobre a luta do povo mexicano liderada pelo Partido Liberal durante a intervenção francesa
no México. O Partido Liberal tornou-se o partido da resistência nacional e recebeu apoio de patriotas,
incluindo alguns conservadores. O Presidente Juárez tornou-se um líder emblemático da resistência e foi
admirado por sua tenacidade e firmeza.

Durante a guerra, Juárez defendeu a causa justa do México, rejeitou as propostas de paz de Maximiliano
e nunca perdeu a fé na vitória. Foi destacado que Juárez não agiu sozinho, mas contou com o apoio de
colaboradores destacados como J. Alvarez, S. Lerdo de Tejada, e generais como M. Escobedo e P. Díaz.

O Governo de Juárez buscou unir toda a nação na luta contra os invasores estrangeiros, inclusive
oferecendo anistia aos conservadores dispostos a se unir à causa. Também foram implementadas
medidas para confiscar bens de traidores e promover reformas, como o fechamento de conventos e leis
agrárias.

A imprensa republicana e proclamações foram usadas para manter o espírito combativo do povo, e os
governadores dos Estados desempenharam um papel importante durante a guerra. Foi destacado o
papel dos novos líderes militares surgidos durante a guerra, como Zaragoza, Escobedo e Mejía, que eram
em sua maioria civis.

Apesar da valentia dos soldados mexicanos, foi mencionado que o exército tinha deficiências na
organização e no equipamento que não foram superadas durante a guerra.

BANCARROTA DE LA INTERVENCION Y TRIUNFO DEL PUEBLO MEXICANO

Em 1866, a intervenção francesa no México já estava claramente fracassando. A causa fundamental da


derrota dos invasores e de seus aliados foi a resistência heróica do povo mexicano. As tropas francesas
sofreram grandes perdas, com cerca de 20% de seu corpo expedicionário morto, ferido ou doente.

Os custos da intervenção, de acordo com fontes oficiais francesas, ultrapassaram os 300 milhões de
francos, embora estimativas contemporâneas sugiram números muito mais altos. Desde o início, a
maioria dos soldados franceses não tinha entusiasmo pela guerra no México, considerando-a uma
empreitada sem sentido em um país distante e com interesses alheios.

Condições adversas, como clima extremo, falta de infraestrutura e ataques constantes de guerrilheiros,
tornaram a guerra extremamente difícil para os franceses. As deserções se tornaram comuns, e muitos
soldados se juntaram às forças republicanas, demonstrando sua simpatia pela causa mexicana.

A impopularidade da intervenção cresceu tanto na França que a imprensa e a oposição política se


pronunciaram veementemente contra. Além disso, a guerra entre França e Prússia e a ameaça de
conflito com os Estados Unidos pressionaram a França a encerrar a intervenção.

Em janeiro de 1866, o governo francês anunciou sua intenção de evacuar as tropas do México. Apesar de
alguns atrasos, a evacuação se intensificou e, em fevereiro de 1867, as tropas francesas deixaram o
México. Essa retirada marcou o fracasso total da intervenção francesa e abriu caminho para a vitória
final dos republicanos mexicanos sobre Maximiliano e seus seguidores estrangeiros.

Durante esse período, as relações entre o alto comando francês e o governo de Maximiliano se
deterioraram significativamente, e a colaboração entre eles foi interrompida. A atitude do general
Bazaine e de outros líderes franceses mostrou a falta de apoio a Maximiliano e, em última instância,
levou ao colapso do império no México.

O texto descreve uma série de eventos e contextos históricos relacionados ao México do século XIX até
meados do século XX. Primeiramente, aborda o período da intervenção francesa no México durante o
governo de Maximiliano, onde o comandante Bazaine tenta influenciar a escolha do próximo presidente
mexicano em troca de apoio financeiro e militar. Maximiliano é capturado e executado, marcando o fim
do Império Mexicano.

Em seguida, o texto menciona a luta do povo mexicano contra o imperialismo norte-americano, que
buscava expandir sua influência econômica no país. Os EUA apoiaram levantes contrarrevolucionários e
até realizaram intervenções militares, como a ocupação de Veracruz em 1914 e 1916. No entanto, o povo
mexicano resistiu e defendeu sua independência.

O texto também destaca a aprovação da Constituição de 1917 no México, que visava proteger os
recursos naturais do país da exploração estrangeira, especialmente a propriedade de terras. Isso
desencadeou tensões com os interesses imperialistas dos EUA e levou a pressões diplomáticas e
econômicas sobre o governo mexicano.

Além disso, o período do presidente Cárdenas é mencionado, caracterizado por medidas progressistas,
como a reforma agrária e a nacionalização de empresas estrangeiras, incluindo petrolíferas. Isso
provocou forte oposição dos EUA e da Inglaterra.
Por fim, o texto ressalta a resistência crescente do povo mexicano contra o imperialismo norte-
americano, inspirado pela luta de libertação nacional do século XIX e suas tradições heroicas. Isso reflete
o desejo do povo mexicano de manter sua independência econômica e política diante das pressões
externas.

No geral, o texto narra uma parte importante da história do México, marcada por lutas contra
intervenções estrangeiras e pela defesa da soberania nacional.

INDEPENDENCIAS, ESTADOS Y
POLÍTICAS EN LA CENTROAMÉRICA DEL
SIGLO XIX

Los últimos años de la monarquía: del absolutismo al constitucionalismo

O texto fala sobre as mudanças político-institucionais na América Latina a partir de 1808, quando o rei
Fernando VII abandonou o poder em favor de Napoleão Bonaparte. Isso gerou incerteza e levou a
levantes populares em vez de aceitar José Bonaparte como rei. Esses levantes levaram à ideia de que a
soberania pertencia à sociedade, abrindo assim a política para diversos grupos sociais e dando origem a
juntas de governo locais.

É mencionado que foram realizadas eleições em 1809 para nomear deputados à Junta Central na
Espanha, o que marcou uma mudança importante. Houve levantes em San Salvador e Nicarágua, que
resultaram na destituição de autoridades espanholas e na formação de juntas governativas locais.
Apesar da repressão, isso alterou as relações de poder em Granada.

A Constituição de Cádiz de 1812 regulamentou o sufrágio na América Latina e se preocupou em definir a


cidadania e o processo de qualificação de cidadãos. No entanto, a igualdade proclamada não foi bem
recebida por todos, e houve tensões entre diferentes grupos étnicos.

Finalmente, é mencionado que as condições sociais na Nicarágua e na América Central apresentavam


desafios para a implementação da Constituição de Cádiz, e uma Diputación Provincial foi formada
unindo Nicarágua e Costa Rica, o que teve implicações na história posterior da região.
La Independencia: violencia y primeras formas de organización política

O processo de independência na Nicarágua, foi caracterizado pela falta de um projeto político unificado
e pela persistente instabilidade. A notícia da independência chegou à cidade de León em setembro de
1821, mas a surpresa, a falta de um plano claro e as lutas internas entre cidades como León e Granada
geraram instabilidade. Em León, as autoridades mostraram uma resistência inicial à independência.Por
outro lado, em Granada, a reação foi diferente; os líderes locais aceitaram a independência e se uniram à
liderança guatemalteca(que também se tornara independente por pressão popular liderada por uma
grupo liberal “fiebres”) para escapar do domínio leonês e alcançar a autonomia política. No entanto, a
falta de um projeto estatal claro e as lutas internas levaram à fragmentação do território nicaraguense.
Enquanto a Costa Rica conseguiu estabelecer um Estado independente e desenvolver uma economia
próspera, Nicarágua mergulhou em conflitos internos e na falta de unidade política.

As tensões entre republicanos e imperialistas, juntamente com as lutas internas entre várias facções,
levaram a uma série de conflitos e golpes militares. As cidades de León e Granada tornaram-se centros
de poder em constante conflito, refletindo a profunda divisão política e social. A falta de consenso e a
incapacidade de estabelecer um governo unificado levaram a uma década de anarquia e guerra civil,
durante a qual o país foi mergulhado em violência e instabilidade política.

Apesar das tentativas de estabelecer uma constituição e um governo único em 1826, as contínuas
disputas entre facções políticas e líderes militares levaram a uma guerra civil persistente e anarquia e a
constituição não pôde ser implementada completamente. A presença de líderes militares e a intervenção
estrangeira complicaram ainda mais o cenário político e econômico do país. Nicarágua continuou
experimentando conflitos internos e falta de estabilidade institucional durante as décadas seguintes,
marcando os primeiros anos de sua independência como um período de anarquia e fraqueza estatal.

A chegada de Dionisio Herrera ao poder em 1829 marcou o início de um processo gradual de


consolidação política, mas a fraqueza institucional e as guerras civis continuaram sendo problemas
significativos na Nicarágua até o final do século XIX.

Los primeros pasos: las elecciones de los supremos poderes y la violencia política

Na Nicarágua, apesar da instabilidade e violência nos primeiros quinze anos do século XIX, ocorreram
processos eleitorais, como as eleições paroquiais, que buscavam legitimar o poder por meio do sufrágio.
No entanto, devido à falta de vontade das elites em negociar e chegar a acordos, as eleições não
resolviam os conflitos, muitas vezes exacerbando a violência em momentos de crise.

Um exemplo disso foi a eleição de Juan Argüello como primeiro chefe de Estado em 1826, que refletiu os
choques de interesses entre as elites e resultou numa guerra civil. Da mesma forma, nas eleições de
1833, a tensão política se agravou, levando a uma guerra em 1834 e à destruição da cidade de Granada.
Apesar da violência, as eleições continuaram, embora muitas vezes fossem manipuladas pelo governo
para manter o poder.

Ao longo da década de 1830, apesar da violência armada e da fragilidade institucional, ocorreram


numerosas eleições para diferentes cargos políticos, mostrando a persistência do sufrágio como prática
social. Embora essas eleições fizessem parte do sistema político nicaraguense, elas não resolviam os
conflitos políticos e frequentemente eram seguidas por medidas repressivas e coercitivas do governo.

Em resumo, apesar da violência e instabilidade, as eleições foram um componente fundamental do


sistema político nicaraguense no século XIX, mas não conseguiram mitigar os conflitos políticos nem
evitar a violência armada devido à falta de vontade das elites políticas do país em negociar e chegar a
acordos.

Cultura política y debilidad institucional (1838-1858)

Elecciones y los límites al disenso

O texto descreve as dificuldades na construção do Estado e da cidadania na Nicarágua durante o século


XIX. Apesar das disposições legais para estabelecer um cidadão ligado ao Estado, as estruturas locais
tinham primazia na vida cotidiana. A economia estava compartimentada e as regiões produziam para sua
própria população, priorizando o local sobre o nacional. Os referentes políticos eram principalmente
locais, levando a um forte componente de localismo na cidadania e soberania.

O sistema eleitoral e a organização política eram baseados nas municipalidades, refletindo o domínio do
imaginário local sobre a ideia de Estado. A unanimidade era valorizada, e qualquer discordância política
era vista com desconfiança devido ao medo da violência. As elites buscavam consenso em torno de sua
liderança para desacreditar as vozes opositoras, o que perpetuava o localismo e enfraquecia a
consolidação do Estado. O militarismo ganhou destaque nesse contexto, com vários líderes militares
impondo suas condições aos líderes estaduais. Exceções incluem acordos pragmáticos em situações
extremas, como a rebelião liderada por Bernabé Somoza em 1848 e o Pacto Providencial de 1856 contra
os filibusteros liderados por William Walker. No entanto, esses acordos não refletiam um consenso
duradouro para a consolidação do Estado, mas estratégias temporárias em resposta a crises específicas.

La inseguridad: violencia, delincuencia y crisis social

O texto descreve as profundas sequelas deixadas pela guerra na Nicarágua durante o século XIX,
especialmente em cidades como León, Rivas e o porto de Realejo. A guerra levou à destruição de
espaços urbanos, à migração em massa de pessoas para países vizinhos como a Costa Rica e à
transformação da sociedade. A violência armada foi constante, e as lutas políticas e os conflitos bélicos
afetaram toda a população, desde os setores mais pobres até as elites.

A migração para países vizinhos como a Costa Rica tornou-se uma opção para muitos nicaraguenses que
fugiam da violência e do recrutamento militar obrigatório. A Costa Rica, embora tenha tentado evitar a
influência dos conflitos nicaraguenses em seu território, foi indiretamente envolvida devido à
proximidade geográfica e às intervenções de facções nicaraguenses em sua política interna.

Durante as guerras civis na Nicarágua, tanto conservadores quanto liberais contrataram mercenários
americanos, o que intensificou os conflitos e deixou uma marca duradoura na população. A propaganda
e a manipulação política também foram intensificadas durante este período, utilizando jornais e folhetos
para disseminar mensagens e gerar apoio popular.

As consequências da violência foram devastadoras, incluindo a destruição de cidades, a interrupção do


comércio e as migrações forçadas. As mulheres, em particular, foram afetadas devido à ausência
masculina, assumindo papéis adicionais e enfrentando uma carga maior de responsabilidades,
provocando uma crise social que se manifestou em formas persistentes de violência, como a
delinquência.

Em resumo, as guerras civis e a violência política na Nicarágua durante o século XIX deixaram um legado
de destruição, migração e desconfiança no país, afetando tanto a estrutura social quanto a política
interna.

Principios liberales, sociabilidad y promoción del sufragio

O texto fala sobre a importância dos processos eleitorais na história política da Nicarágua, praticados
como uma legitimação do poder, apesar da violência e da fragilidade institucional. É destacado que ao
longo do século XIX, as eleições foram promovidas tanto pelos liberais quanto pelos conservadores,
embora com abordagens diferentes.

É mencionado que em um contexto de violência, alguns viam o sufrágio como uma forma de resolver
conflitos políticos e alcançar estabilidade e paz. O sufrágio era promovido como um dever moral do
cidadão e como um meio para obter o bem geral.

O texto também aponta que houve debates sobre quem deveria ter o direito de voto, com os
conservadores tentando restringi-lo com base no capital para limitar a participação popular, enquanto os
liberais defendiam o sufrágio universal.

É enfatizado que a divulgação de informações sobre as eleições era limitada, com a imprensa
desempenhando um papel importante na comunicação. Além disso, destaca-se a influência das
mulheres na política, apesar de não terem acesso a cidadania, e sua participação na construção da
opinião pública por meio de atividades comerciais e espaços públicos, como mercearias e praças,
participando ativamente de conflitos políticos, incluindo de forma violenta.

Por fim, são mencionados exemplos da participação ativa das mulheres nos conflitos políticos, incluindo
seu apoio logístico e, às vezes, sua participação direta em atos de violência.

Elecciones y conflicto

O texto descreve a dinâmica dos processos eleitorais na Nicarágua durante o século XIX. Nessa época, as
eleições eram marcadas por intensos conflitos entre grupos, frequentemente recorrendo à violência
para garantir resultados favoráveis. A relação entre as eleições e a instabilidade política era evidente, e a
participação eleitoral variava desde o desinteresse dos cidadãos até a manipulação ativa ou a falta de
divulgação dos resultados. É apontado que a conflituosidade eleitoral era mais intensa nas cidades do
que nas áreas rurais.

A presença militar era comum nos processos eleitorais, com o uso da força para limitar as liberdades
eleitorais e aumentar os votos a favor de certos grupos. Comandantes militares frequentemente se
envolviam em disputas políticas locais. Esses conflitos às vezes surgiam devido a mudanças na liderança
local (mudança de comandante ou prefeito), aumentando a tensão política. Em cidades como Granada e
Rivas, as elites locais usavam líderes de bairros populares para mobilizar pessoas humildes e, em alguns
casos, intimidar seus rivais.

Por fim, é mencionado que a experiência de Cádiz, na Espanha, influenciou os processos eleitorais na
Nicarágua, mas a dinâmica política interna e a cultura política do país levaram a condições diferentes do
que era previsto.

Apesar da violência e das tensões políticas, gradualmente se desenvolveu uma técnica eleitoral e uma
cultura política na Nicarágua. Por meio desse processo, o sufrágio se tornou uma prática central na vida
política do país, apesar das condições adversas em que as eleições eram realizadas.

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