Você está na página 1de 4

MODELO PARA A ENTREGA DAS ATIVIDADES (veja instruções no rodapé)

CURSO: História

POLO DE APOIO PRESENCIAL: Higienópolis

SEMESTRE: 6º

COMPONENTE CURRICULAR / TEMA: História da América III

NOME COMPLETO DO ALUNO: Artur Capecce Bandouk

TIA: 20516657

NOME DO PROFESSOR: DENISE WANDERLEY PAES BARROS

ATENÇÃO: Toda atividade deverá ser feita com fonte Arial, tamanho 11, espaço de
1,5 entre as linhas e alinhamento justificado entre as margens.
A leitura de Karnal encerra o capítulo anterior ao referido nesta aula, mostrando
a conclusão de uma expansão norte-americana em seu continente em larga proporção,
terminando com a corrida do ouro e a conquista de estados na região desértica que
formariam estados como Nevada, Colorado, Montana, Arizona e Idaho, que foram
dominados com mais massacres de populações nativas que habitavam a região. Porém,
a conquista de territórios não pararia somente na América do Norte.
Por mais que os Estados Unidos tivessem certa distância das políticas
internacionais europeias de 1814 a 1898, o interesse sempre esteve presente,
principalmente pela lógica da Doutrina Monroe, que iria revelar interesse norte-
americano por regiões do Caribe, gerando conflitos com sua antiga metrópole, também
demonstraria simpatia pela rebelião Canadense e um desejo de expansão comercial
para o Extremo Oriente, com a China, Japão, Coréia e aquisições de ilhas no Pacífico
(KARNAL, p. 167).
Há evidências que a ideia de uma nação bélica e imperialista formada por uma
classe alta nos Estados Unidos existia mesmo antes da guerra civil. A incorporação do
Alaska em 1865 e as ilhas de Midway em 1867 e o desejo da “guerra justa” alimentada
por grandes nomes públicos dos EUA, como tentativas de expansão no Caribe na
década de 1980, que falharam e por fim, em 1889, o secretário de estado James G
Elaine, propôs a ideia de pan-americanismo, que juntaria o Hemisfério Ocidental sob a
liderança dos Estados Unidos.
Os europeus já desconfiavam que a política externa dos EUA atuaria a partir de
uma lógica de crises mundiais. E foi exatamente o que aconteceu, Cuba passava por
uma depressão econômica, em 1894, que levou a um novo levante contra os espanhóis.
A brutalidade de repressão dos espanhóis, instigou jornais norte-americanos, patriotas,
organizações trabalhistas, reformadores e políticos a exigir uma intervenção em cuba.
Vemos assim, a lógica da Doutrina Monroe e do Destino Manifesto, sendo usada para
justificar a ideia de que eles seriam o salvador dos povos, além do desejo do fim do
colonialismo na América, para que assim eles se tornassem a grande liderança no
continente.
O estopim da guerra se deu com a queda do Navio U.S.S Maine, que explodiu
ancorado em Havana, em 1898, dando início a guerra hispânico-americana. A guerra
foi rápida e terminou em menos de um ano com vitória norte-americana, com o acordo
de armistício, os EUA ficaram com Cuba, que posteriormente se tornaria independente,
mas com os Estados Unidos criando a Emenda Platt, tornando-a uma espécie de
protetorado, mantendo direito de intervenção nos assuntos cubanos e supervisão de
suas finanças e relações exteriores. Mesmo após a revogação da Emenda Platt, em
1930, Cuba continuou dependente da economia norte-americana. Além disso, os EUA
compraram as Filipinas por 20 milhões de dólares, acreditando que deveriam reerguer
e civilizar o país, que também passava por uma crise uma rebelião colonial.
Em certo momento, segundo Karnal (2007, p. 170) as relações dos Estados
Unidos com a Inglaterra melhoram muito, após a guerra Hispano-americana, que teve
apoio britânico. Assim, começa uma harmonia anglo-americana, onde interesses em
comum, como a manutenção e estabilidade do status quo no Caribe e no Extremo
Oriente, além de uma suposta herança cultural e até mesmo “racial” em comum. Os
britânicos reconhecem a hegemonia dos Estados Unidos no Caribe, em 1901, quando
assinam o Tratado de Hay-Pauncefote, que dava aos norte-americanos o controle
exclusivo e criação do Canal do Panamá.
As medidas expansionistas dos EUA continuam com a ascensão de Roosevelt
à presidência, notamos a intervenção em mais de seis países de 1900 a 1920. Com
Roosevelt a intervenção se daria até mesmo nos negócios internos dos países, para
manter neles somente governantes aceitáveis por Washington, dando início à essa nova

ATENÇÃO: Toda atividade deverá ser feita com fonte Arial, tamanho 11, espaço de
1,5 entre as linhas e alinhamento justificado entre as margens.
forma de diplomacia, chamada de Big Stick. Tal ideologia, levou a um crescimento da
marinha norte-americana e trouxe novas consequências para a forma que o
imperialismo norte-americano atuaria, na submissão dos outros por meio do empréstimo
e do dólar, tornando-os dependentes.
Com o presidente Howard Taft (1909-1913), o intervencionismo econômico se
consolida, com o uso da Diplomacia do Dólar, que seria um “bom esforço” dos EUA,
para garantir empréstimo a outros países. A intenção era aumentar a influência na
América Latina, com os empréstimos, tendo como objetivo a dependência econômica e
a possibilidade de manipular e influenciar decisões nestes países. O século XX
consolidaria tal modo imperialista.
Posteriormente, Woodrow Wilson (1913-1921), traz uma forma de imperialismo
missionário, com o direito de “esclarecer e elevar povos” e se necessário com o uso da
força. Mesmo com um discurso anticolonialista de Wilson, ocorrem intervenções em
Cuba, estabelecimento de protetorados no Haiti e na República Dominicana, além do
apoio à ditadura na Nicarágua (KARNAL, 2007, p. 171).
Notamos que a historiografia interpreta com algumas formas o imperialismo
norte-americano, seja pela visão tradicional econômica e determinista, da qual, a partir
de uma maturidade em sua economia, os EUA precisariam de novas matérias-primas e
mercados externos. Outras explicações se dão pela necessidade de reafirmar o Destino
Manifesto, com uma crença de que os norte-americanos seriam uma raça superior, com
uma missão civilizatória a realizar, algo próximo ao darwinismo social. Tal missão divina,
levou protestantes a iniciarem um imperialismo de “correção moral”, não somente à
distância, mas também pela presença física entre as raças. que ainda não foram
“libertadas dos pecados”, o que foi totalmente comprovado com a forma imperialista
norte-americano no século XX (KARNAL, 2007, p. 172).
Portanto, concluo, que a leitura indicada do Karnal nos leva a uma visão de como
os Estados Unidos evoluíram sua operação imperialista e dinamizaram ela. Podemos
ver na perspectiva norte-americana como essa evolução ocorreu, de dentro para fora
do país e chegou na América Latina, deixando sua marca por décadas nestes países,
com endividamentos astronômicos.
Por outro lado, o texto de Thalita Alves, nos mostra o endividamento da américa-
latina, com o uso divida pública como um instrumento de poder, no contexto do início do
século XIX. Onde a Inglaterra, para expandir sua moeda (Libra) e criar um padrão
monetário internacional, começa um processo de expansão de seu império com o
aumento de sua dívida pública, endividando a américa-latina com sua moeda. Assim,
percebemos consequências diferentes do uso da dívida pública, dependendo da
posição de poder político e econômico de duas nações diferentes, uma como potência
global, no caso da Inglaterra e outras periféricas, como Brasil.
Thalita começa descrevendo a relação dos príncipes e banqueiros, no século
XIII, pela busca do poder e novos territórios, que para serem conquistados precisariam
de investimento em grandes exércitos. Os recursos eram captados pelo estado, por
tributos e posteriormente daria origem a acumulação de capital como o mais novo
significado de poder, a partir da monetização da tributação e das conquistas de guerra.
A tributação começou a não bastar para suprir os financiamentos aos príncipes,
nascendo assim o endividamento entre os príncipes e banqueiros, de forma pessoal,
que posteriormente passaria a tomar a forma de endividamento estatal, na mesma
unidade territorial.
Tal forma de endividamento público, segundo Marx (1996, p. 374), produziria a
“alienação do Estado”, com um sistema de crédito e bancos, que seriam sustentados
pela dívida pública, onde seria criado a forma mais segura de acumulação de capital,
que favoreceria o jogo da bolsa e da “bancocracia”. Esse sistema seria usado
posteriormente pela Inglaterra em larga escala, permitindo alto investimento, onde os

ATENÇÃO: Toda atividade deverá ser feita com fonte Arial, tamanho 11, espaço de
1,5 entre as linhas e alinhamento justificado entre as margens.
interesses econômicos e políticos estavam juntos de forma nacional, para a conquista
da hegemonia global.
Com o aumento de sua dívida pública, a Inglaterra consegue juros menores nos
empréstimos tomados, possibilitando projetos de longo prazo, que resultariam em
guerras e conquistas. Expandindo seu império, sua capacidade de tributação, o
aumento da dívida pública se tornaria quase que uma tributação direta e instrumento
para acumulação de poder e capital.
Porém, no texto vemos, que o aumento da dívida pública é diferente na
perspectiva dos países periféricos, como foi o caso da submissão dos países latino-
americanos ao capital inglês no início do século XIX. Conforme vimos em História do
Brasil II, deste curso, os países latino-americanos passaram por uma independência
política, porém não econômica, social e cultural. A dependência econômica dos países
da América Latina, resultou pelos gastos, que estes tiveram em suas guerras contra as
metrópoles e todo o saque que foram submetidos no período colonial.
No Brasil tal dependência se dá pelo poder financeiro da Libra, com o
estabelecimento de grandes acordos financeiros e comerciais com a Inglaterra,
passando sua dependência de Portugal para os ingleses. A Inglaterra começa sua
hegemonia do sistema monetário internacional, a partir do monopólio do tráfico negreiro
das colônias espanholas do norte da América e consolida com o Tratado de Methuen.
Também é mostrado no texto as consequências das guerras napoleônicas para a
Inglaterra e sua mudança com as colônias americanas e suas metrópoles, trazendo
mais benefícios comerciais para os ingleses.
Os primeiros empréstimos em Libras fora da Europa foram os títulos latino-
americanos, até mesmo antes da independência destes países. Parecia promissor as
garantias e os lucros que os ingleses teriam com os empréstimos, até o momento que
a dívida deixaria de ser paga, o que daria início à crise da dívida externa latino-
americana, no começo do século XIX.
Como solução, claro, os credores mandavam e o devedores aceitavam as
imposições, como a transformação da dívida em investimentos, extensão de prazos,
reduções de juros, é desta forma que a Inglaterra passa a subordinar os países
endividados pela Libra, com empréstimos de longo prazo aos países submissos e com
o financiamento dos títulos a curto prazo.
O processo de independência fez com que as colônias precisassem de
empréstimos para suas guerras, assim como o fim da organização metropolitana,
dificultou a arrecadação de tributos das novas nações. Os anos de guerra também
contribuíram para impossibilitar empréstimos nacionais. Concluímos que o
endividamento ajudou nas vitórias de independência política de suas colônias, porém
gerou uma nova dependência financeira do país que era o centro financeira global na
época, a Inglaterra.
A falta de centros de poder legítimos pelos países que tiveram suas
independências na América no século XIX, sem mercados nacionais integrados, foram
transformados em segmentos produtivos especializados da economia inglesa (FIORI,
2004, p. 40). A relação da crise da dívida latino-americana com as guerras napoleônicas
é comprovada, tornando a Inglaterra centro financeiro do globo, abalando as relações
que as colônias tinham com suas metrópoles, que levou muitos dos novos países a
buscarem a Libra, para financiar a construção de suas independências.

ATENÇÃO: Toda atividade deverá ser feita com fonte Arial, tamanho 11, espaço de
1,5 entre as linhas e alinhamento justificado entre as margens.

Você também pode gostar