“Ao final do século XVIII, 13 pequenas colônias inglesas firmavam
sua declaração de independência e, reivindicando o direito à resistência contra a opressão metropolitana, pegavam em armas para defender sua liberdade, fundando a primeira democracia moderna”.
Leonel Iatussu & Luiz César Costa –
História Moderna e Contemporânea. Com o auxílio do texto, julgue os itens. 1. O Primeiro Congresso de Filadélfia (1774) trouxe como medida relevante a Declaração de Direitos, que visava ao restabelecimento da liberdade das colônias como uma clara resistência à opressão metropolitana. 2. Ainda no Primeiro Congresso de Filadélfia percebemos a nítida diferença ideológica que possuíam as colônias do Norte e do Sul, unidas em prol de interesses próprios e um inimigo comum, a Inglaterra. 3. O Segundo Congresso de Filadélfia organiza o exército norte americano sob o comando de George Washington, momento que também se destaca pela generalização dos conflitos armados. 4. A Guerra de Independência, vencida pelos norte-americanos após a batalha de Yorktown, e reconhecida mais tarde pelo Tratado de Versalhes em 1783, fez nascer, conforme o próprio texto afirma, a primeira democracia moderna calcada em teses intervencionistas. 5. A aprovação da Constituição Americana trouxe consigo uma contradição, pois avançava nos princípios que reafirmavam o direito de propriedade e não consagrava os direitos trabalhistas e nem das minorias. (UnB-PAS) As últimas décadas do século XVIII e as primeiras do século XIX constituem a Era Revolucionária, conforme conhecida denominação dada pelo historiador Eric Hobsbawm. Sob o ponto de vista material, a Revolução Industrial transformou o sistema econômico abrindo caminho para a consolidação do capitalismo. Em termos políticos, a Revolução Francesa de 1789, seguindo a Revolução Americana de 1776, simbolizava o novo tempo que, ao longo do século XIX, se expressaria no liberalismo. Em meio a essas mudanças estruturais, o velho sistema colonial implantado na América pelos europeus mostrava-se esgotado e emergiram Estados formalmente independentes.
A partir das informações do texto acima e considerando o contexto
histórico do início da idade contemporânea, julgue os itens que se seguem. 1. A Era Revolucionária voltou-se contra o Antigo Regime, conjunto de práticas e crenças que desenvolvidas ao longo da Idade Moderna, cumpriram seu papel na fase inicial do capitalismo, mas que se transformaram em obstáculos à formação burguesa e à plena consolidação de um sistema econômico que se expandira com a industrialização. 2. Ao contrário do que ocorria à época do mercantilismo, o novo capitalismo de base industrial necessitava de liberdade para produzir, vender e investir capitais, daí sua incapacidade com os antigos monopólios, com os que caracterizavam as relações das metrópoles europeias com suas colônias na América. 3. Infere-se do texto acima que são muito mais aparentes que reais as vinculações entre as transformações revolucionárias ocorridas na Europa 4. Ao falar em “Estados formalmente independentes”, o texto, em seu último período, reafirma o caráter revolucionário das independências latino-americanas, ou seja, o surgimento desses Estados implicou nítida ruptura com os processos de subordinação das antigas colônias às áreas centrais do capitalismo. 5. A Revolução Americana de 1776 foi, tal qual a Francesa de 1789, embalada pelos ideais iluministas que contestavam a velha ordem absolutista e, para as colônias espanholas e portuguesas na América, serviu de inspiração para a luta pela independência. “As últimas décadas dos séculos XVIII caracterizaram-se por uma série de transformações no mundo ocidental, tanto no plano das ideias quanto no plano dos fatos. O Antigo Regime entrou em crise. A partir dos filósofos franceses e dos economistas ingleses, o pensamento ilustrado e o liberalismo começaram a se implantar e a ganhar terreno. Ao mesmo tempo, ocorria na Inglaterra uma revolução silenciosa, sem data precisa, tão ou mais importante do que a Revolução Americana de 1776 ou a Revolução Francesa de 1789 – a Revolução Industrial. Na busca pela ampliação dos mercados, os ingleses vão impondo ao mundo o livre-comércio e o abandono dos princípios mercantilistas, ao mesmo tempo em que tratam de proteger seu próprio mercado e o de suas colônias com tarifas protecionistas. Em suas relações com as Américas espanhola e portuguesa, abrem brechas cada vez maiores no sistema colonial por meio de acordos comerciais, do contrabando e da aliança com os comerciantes locais”.
(Boris Fausto – História concisa do Brasil.)
Julgue os itens a seguir, relacionados ao fim do Antigo Regime e à Crise do antigo sistema colonial. 1. Na raiz da Revolução Americana de 1776, estava o confronto entre as treze colônias e a metrópole, na qual despontava a exigência de representação dos colonos no Parlamento britânico, como forma de defesa de seus interesses, em especial no que se referia a política fiscal metropolitana. 2. A independência dos Estados Unidos da América (EUA), conquanto símbolo da desintegração do antigo sistema colonial, pouca repercussão teve entre as colônias latino-americanas, praticamente não influenciando nos movimentos de libertação nas áreas dominadas pela Península Ibérica. 1. Deduz-se do texto a não-vinculação entre o novo cenário introduzido pela Revolução Industrial e as independências latino-americanas, justamente porque não interessava às elites locais o abandono das vantajosas práticas mercantilistas. 2. A abertura dos portos brasileiros ao comércio internacional, primeira grande medida adotada pelo Estado português quando de sua transferência para o Brasil, significou, na prática, o recrudescimento do pacto-colonial e o adiamento, pelo tempo possível, da independência da colônia. 3. Ao contrário do que ocorria com o Brasil, as colônias espanholas na América conseguiram promover uma independência razoavelmente pacífica e, graças à unidade de ação dos chamados libertadores, como San Martín e Simón Bolívar, foi possível impedir sua fragmentação político-administrativa e territorial. (UnB) Buscar as causas da formação dos espaços territoriais nacionais na América Latina não é tarefa isenta de polêmica. Para alguns a explicação encontra-se nas características geográficas do continente, a isolar regiões umas das outras. Mas frequentemente, apontou-se para a ação de potências imperialistas, que teriam promovido a desunião do continente, com a finalidade de enfraquecê-lo.
(Francisco Doratioto. Espaços Nacionais na América Latina.)
Com o auxílio das informações do texto, julgue os itens a seguir, relativos à
formação dos espaços nacionais na América Latina e seus desdobramentos nos dias de hoje. 1. A geografia continental da América permitiu o desenvolvimento histórico de regiões com graus diferenciados de organização socioeconômica. 2. A presença britânica na região, no século XIX, foi irrelevante para a conformação dos espaços nacionais, bem como para a deflagração de conflitos internacionais na América Latina. 3. O modelo de Estado norte-americano, assim como as intervenções que este fizera na América do Sul, não interferiram na construção e definição dos Estados latino-americanos. 4. Atribuir às potências imperialistas toda a culpa pelos infortúnios históricos da América Latina é reduzir a importância das causas domésticas e das crises geradas pelas próprias sociedades e Estados nacionais da região. Um balanço histórico do século XIX levantaria a constatação de que hoje foi um século de mudanças expressivas na ordem mundial, com consequências até hoje sentidas no ordenamento social, político, econômico e cultural global. Acerca dessas mudanças, julgue os itens.
1. A influência da sociedade europeia ultrapassou as fronteiras da Europa,
ao ponto de ser capaz de induzir, em várias partes do globo, a criação de novas formas de organização estatais e econômicas, matizadas pela influência do liberalismo. 2. A criação, no Novo Mundo, de Estados nacionais marcou a emergência da América Latina à contemporânea e a sua inserção nas mudanças em curso no capitalismo mundial e na geopolítica dos novos espaços criados na periferia da hegemonia européia. 3. Países latino – americanos recém nascido, envoltos em suas próprias querelas domésticas – em especial na região platina – assim de forma desinteressada aos desdobramentos das revoluções liberais européias a aos movimentos das nacionalidades no Velho Continente. 4. Os Estados Unidos da América ofereceram o exemplo mais contundente de formação de um Estado contemporâneo à margem do sistema de poder europeu, mais inspirado nos valores e nas instituições de origem europeia. Acerca da Unificação Italiana (século XIX) e de seus desdobramentos, julgue os itens.
1. A média burguesia e o proletariado urbano, influenciados pelas idéias do
materialismo histórico, queriam um Estado nacional democrático, desde que a unificação fosse feita em termos socialistas. 2. A miséria de grande parte dos habitantes do sul fez surgir o banditismo organizado, modificando o caráter das antigas sociedades secretas (Camorra, Máfia e a Casa Nostra), que lutavam pela independência da Sicília. 3. A unificação política italiana, consagrada por plebiscitos populares em cada uma das regiões anexadas, beneficiou apenas a população do norte da península, porque a unificação dos impostos e mercados favoreceu as áreas industrializadas. 4. No sul, a pouca disponibilidade de capitais, agravada pela padronização dos impostos, impediu o aparecimento de pequenos proprietários, mesmo quando antigos latifúndios foram repartidos e levados a leilão. 5. A maior interessada na unificação italiana era a alta burguesia, pois a unificação garantia a continuidade do desenvolvimento interno e lhe permitiria concorrer no mercado exterior. Nas unificações italiana e alemã, esteve presente o:
a) marxismo, que se constituiu em elemento aglutinador dos partidários da
revolução. b) nacionalismo, que figurou como força revolucionária no século XIX. c) iluminismo, que representou a base ideológica dos movimentos reacionários de restauração. d) liberalismo, que serviu de sustentação para o retorno à velha ordem econômica do século XVIII. e) bonapartismo, que representou o apoio dos setores militares às lideranças locais. Antes de 1871, a Alemanha não era propriamente um país, mas um território politicamente dividido entre 38 pequenos Estados. Porém, desde 1834, o seu mercado encontrava-se unificado através do Zollvenrein. E foi sobre esta base que se construiu o império alemão em 1871.
a) Cite o Estado que liderou a mencionada unificação.
b) Esclareça no que consistia o Zollvenrein. c) O que foi a guerra franco-prussiana, bem como os seus desdobramentos? (UCB) Os países industrializados, no final do século XIX e início do século XX, conseguiram dominar praticamente todo o mundo e impor uma dominação constante sobre as regiões que foram anteriormente colônias das metrópoles mercantilistas. Sobre o Imperialismo, julgue os itens: 1. A expansão neocolonialista do século XIX foi impulsionada, essencialmente, pelo desenvolvimento do capitalismo comercial e das práticas do mercantilismo. 2. No plano ideológico, a expansão imperialista sobre os continentes africano e asiático caracterizou-se pelo respeito absoluto à cultura destes povos, evidenciando o caráter filantrópico do colonialismo do século XIX. 3. Além da necessidade de novas fontes de matérias-primas e de outros mercados consumidores para a crescente produção industrial, outras causas da expansão imperialista do século XIX foram a necessidade de novas regiões para receber o excedente populacional europeu e a necessidade de aplicação dos capitais excedentes da economia industrial metropolitana. 4. As disputas entre potências por áreas coloniais ativaram a competição internacional, gerando conflitos que estimularam o armamentismo, o que levou à formação de blocos de países rivais, criando a conjuntura propícia à eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914. 5. Além das razões econômicas geradas pelo capitalismo monopolista, os governos das potências europeias passaram a estimular a expansão colonialista afro-asiática, movidos por questões de estratégia militar. (UnB) Sobre a expansão capitalista do século XIX e o advento do colonialismo, julgue os itens. 1. Como na época mercantilista, o que interessava era a troca de manufaturas europeias pelos produtos tradicionais do Oriente e dos trópicos. 2. Surgiu um novo mercado internacional, governado por preços mundiais, que interligava quase todas as partes do globo por meio de novas relações de forças e acordos. 3. Em um clima de rivalidade, todas as potências industriais se consideravam com direito a um território exterior. 4. A máquina administrativa de domínio e exploração colocou a mão-de-obra colonial a serviço da nação colonizadora. 5. As obrigações similares dos povos colonizadores e colonizados foram sugeridas no famoso tema do “fardo do homem branco”. Leia o trecho a seguir e julgue os itens.
“Eu anexaria as estrelas, se pudesse”.
Leo Huberman – História da riqueza do homem.
1. A frase refere-se ao período histórico denominado imperialismo. Suas origens remontam às revoluções burguesas ocorridas na Europa entre 1820 e 1848, assentando definitivamente no poder as elites burguesas nacionais, que ampararam um desenvolvimento industrial que saturou os limites do velho continente e dos EUA. 2. Uma das justificativas utilizadas para o domínio imperialista era libertar o mundo da barbárie em que viviam povos mais atrasados, como os africanos, utilizando-se para isso a tese do darwinismo social. 3. A restauração absolutista promovida pelo Congresso de Viena também foi um fator preponderante para a lógica do sistema imperialista da segunda metade do século XIX. 4. As duas formas de se estabelecer o domínio político de regiões dominadas economicamente eram, a montagem de governos colaboracionistas e até mesmo da ocupação militar direta, calcada na difusão da cultura dos dominantes. 5. As unificações tardias da Itália e da Alemanha geraram um desequilíbrio no frágil cenário político europeu e conciliando-as à necessidade da expansão imperialista, veremos formar um quadro favorável à generalização de conflitos.