Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Essas foram os ideais defendidos pela doutrina, para tentar impedir o avanço
das metrópoles europeias, porém naquele período de 1823 os Estados Unidos
apesar de seu forte crescimento ainda não detinha tanto poder, nem influência para
as suas reivindicações fossem aceitas e respeitadas, e durante alguns anos nada
era realmente feito por parte dos Estados Unidos para cessar os movimentos de
recolonização, porém essa relação somente muda após o fim da Guerra de
Sucessão, que era uma guerra civil no país, que finda em 1865, os Estados Unidos
experimenta uma enorme crescimento econômico, ele começa a tomar mais espaço
e exercer a partir de então uma certa imponência sobre as demais metrópoles.
Antes do apogeu do poderio estadunidense, as demais metrópoles não
reconheciam a validade da Doutrina Monroe, mas com a regência de Theodor
Roosevelt com o fim da guerra civil e o crescimento alarmante dos Estados Unidos,
agora eles poderiam exercer sua força sobre as demais, impondo suas vontades
sobre eles, principalmente devido ao arsenal militar que os Estados Unidos detinham
posse, isto até os dias atuais demonstram a efetividade e quantidade bélica portada
pelos estadunidenses, favorecendo em diversos conflitos durante todo o século.
Paulo Freire, autor de diversos livros sobre a educação formula a frase
“Quando a educação não é libertadora, o sonho oprimido é se tornar o opressor”,
obviamente esse autor e frase não dizem respeito direto ao evento ou séries de
eventos aqui analisados, todavia ela pode ser aplicada ao contexto devido sua
expressão e significado.
Os Estados Unidos foram durante anos uma colônia inglesa, e teve seus
recursos remanejados para a sua metrópole. Uma vez alcançado a independência e
o forte crescimento com o fim da Guerra de Secessão, ele percebe a alta
rentabilidade dos seus vizinhos, a Doutrina Monroe quando foi instituída em 1823 já
tinha essa “noção” da rentabilidade que poderia ser alcançada se as metrópoles
europeias não pudessem reaver suas antigas poses, com essa ambição de poder
ela mesma usufruir dos recursos de seus vizinhos a doutrina é posta em prática.
As três palavras principais para definir a doutrina eram recolonização,
intervenção e abstenção. Funcionava da seguinte maneira, as metrópoles europeias
não poderiam tentar reaver suas colônias, e independente dos acontecimentos
ocorridos dentro do continente elas nada poderiam fazer, ou seja, em caso de
alguma ação dos Estados Unidos sobre algum país vizinho eles não teriam ajuda “de
fora”, para que assim respeitando essas duas primeiras partes do acordo, os EUA
não iriam se envolver em questões europeias favorecendo uma ou outra oferecendo
sua força militar, assim eles teriam carta-branca como maior potência da América
para realizar seus planos de como o continente deveria funcionar, o ideal “América
para os americanos” é um exemplo deste protocolo, porém ele dava margem para o
projeto imperialista hegemônico dos Estados Unidos. A própria “tomada para si” do
termo americano enquanto população é uma prova de que a América e todos os
seus recursos eram devidamente destinados a eles. Uma vez com essa ideologia
implantada e amplamente difundida entre os “americanos” inicia o plano hegemônico
estadunidense sobre a América Central e do Sul.
A Doutrina Monroe sofre várias roupagens, entretanto em seu cerne a ideia
de “América para os Estados Unidos” é posta em prática onde passa ser o principal
contato das recém-nações independentes, sendo o fornecedor de recursos
financeiros e empréstimos visto que a relação delas para com os países da Europa
havia sido rompida.
O expansionismo território norte-americano inicia com a tomada de grandes e
densas terras pertencentes ao México, como, por exemplo, a área do Texas, que
após terem sido derrotados, tiveram boa parte de seu território anexado aos Estados
Unidos, nesta guerra os próprios texanos lutam contra os mexicanos devido o alto
contingente de estadunidenses naquela região;
Em termos leigos a doutrina aponta que países exteriores não podem explorar
os da América, mas em nenhum artigo dela consta que os Estados Unidos não
poderiam fazê-lo, resumindo ela de maneira simplória assim é a doutrina Monroe e o
seu expansionismo, e reconquista do continente.
Octávio Ianni em seu livro o “Imperialismo na América Latina” apresenta com
essa política se estende para o passado recente e como continua a ser desenvolvida
e ampliada pela política norte-americana, e potencial que a doutrina conseguiu
atingir, se tornando a principal potência americana, tanto na economia e
principalmente militar, sendo responsável pelo seu sucesso a ascensão mundial pós,
Segunda Guerra Mundial onde consegue chegar e se estabelecer como a principal
potência global, e expandindo seu império e levando a “civilização” para outros
lugares do mundo, principalmente onde fosse mais rentável. Os Estados Unidos nas
suas relações interamericanas seria um jogador de xadrez a movimentar suas
peças, elas no que lhe concerne são as nações americanas, e o tabuleiro é a própria
América.
REFERÊNCIAS