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Mercantilismo e colonização

O que é o mercantilismo? O jornalista e escritor estadunidense Leo Huberman, publicou, em 1936, o livro
História da riqueza do homem, onde dá a seguinte definição para essa palavra:
“O mercantilismo não era um sistema em nosso sentido da palavra, mas antes um número de teorias econômicas
aplicadas pelo Estado num momento ou outro, num esforço para conseguir riqueza e poder” (HUBERMAN, 1980, p.
129).
Huberman parte da pergunta: o que faz um país rico? Os mercantilistas acreditavam que quanto mais ouro e
prata um país tivesse, mais ele seria rico. Essa importância atribuída ao ouro e à prata ficou conhecida como metalismo
e deu origem a leis em diversos países para evitar a sua exportação.
E os países que não possuíam ouro e prata? Neste caso, o país precisava manter uma balança de comércio favorável. Em
linguagem de hoje, isso significa que o país deveria exportar mais do que importar. Era importante, então, que
produzisse o máximo possível de produtos que precisasse dentro do seu próprio território.
Em função disso, a manufatura tornou-se muito importante. As monarquias começaram a adotar medidas de
incentivo à indústria tais como a criação de comissões nomeadas para pensar o desenvolvimento desse setor, prêmios
governamentais para os indivíduos que apresentassem projetos, tarifas protetoras para os produtos fabricados no país,
incentivos para atrair trabalhadores estrangeiros habilidosos.

Mercantilismo e pacto colonial

E o que essas ideias podem ter a ver com a conquista da América pelos europeus? Nesta época, séculos XVI ao
XVIII, esse pensamento serviu para a criação de um mercado que operava já em escala mundial. Neste mercado, o
continente americano constituía-se de várias colônias controladas pelas monarquias europeias, as metrópoles.
Para os mercantilistas, as colônias eram mais uma fonte de renda para a metrópole, em alguns casos, a
principal. Seguindo as diretrizes de adotar medidas de proteção para o seu comércio, as metrópoles procuraram
estabelecer uma exclusividade comercial com suas colônias. Por exemplo, Portugal buscava estabelecer regras segundo
as quais o Brasil só podia vender seus produtos para a metrópole portuguesa e só poderia comprar produtos de
Portugal. Esse sistema ficou conhecido como pacto colonial.
Por outro lado, as metrópoles criavam medidas para garantir seus lucros no comércio com suas colônias, tais
como a proibição de manufaturas em terras coloniais.
É claro que o estabelecimento da exclusividade comercial foi muito mais uma vontade da metrópole do que
uma realidade. No dia a dia, os comerciantes das colônias encontraram formas de burlar essas regras. Mesmo assim,
fica muito claro a grande desvantagem das colônias nesta relação. Essa lógica mercantilista representou a transferência
das riquezas das colônias americanas para as metrópoles europeias.

Atividade

Leia o texto Mercantilismo e colonização e responda. Nas questões 1 e 3 você deve marcar com um X a alternativa
correta. Nas questões 2 e 4 você irá escrever uma resposta.

1- Marque a alternativa que define o mercantilismo corretamente.

(A) O mercantilismo foi um número de teorias sobre como os reis deveriam administrar as finanças do reino.

(B) O mercantilismo foi um sistema econômico que resultou na articulação mundial dos mercados.

(C) O mercantilismo foi um nome diferente dado ao pacto colonial que visava o acúmulo de ouro e prata.

(D) O mercantilismo foi uma política que visava o equilíbrio econômico através do incentivo à exportação de ouro.
2- Agora que já sabe o que é mercantilismo, vamos imaginar que você fosse um rei de um país europeu no século XVI e
tivesse de implantar algumas medidas mercantilistas em seu país. Que medidas você adotaria para se tornar um país
rico?

3- Podemos resumir o pacto colonial da seguinte forma:

(A) A metrópole só podia comercializar com a colônia.

(B) A colônia buscava acumular ouro e prata.

(C) A metrópole proibia a instalação de indústrias na colônia.

(D) A colônia só podia comercializar com a metrópole.

4- Você já sabe o que é mercantilismo e pacto colonial. Vamos imaginar outra situação. Agora, você não é mais um rei
europeu e sim um comerciante nascido e criado aqui no Brasil, no século XVI. Tendo em vistas os seus interesses
comerciais, como avalia o pacto colonial?

Gabarito:

1. A

3. D

Guerra Fria
A Guerra Fria foi o conflito político-ideológico responsável pela polarização do mundo na segunda metade do século
XX. EUA e URSS foram os protagonistas desse conflito.
A Guerra Fria teve os Estados Unidos e a União Soviética como seus grandes protagonistas.
A Guerra Fria foi um conflito político-ideológico que foi travado entre Estados Unidos (EUA) e União Soviética (URSS),
entre 1947 e 1991. O conflito travado entre esses dois países foi responsável por polarizar o mundo em dois grandes
blocos, um alinhado ao capitalismo e outro alinhado ao comunismo.
Ao longo da segunda metade do século XX, a polarização mundial resultou em uma série de conflitos de
pequena e média escala em diferentes locais do mundo. Esses conflitos contavam, muitas vezes, com o envolvimento
indireto de EUA e URSS, a partir do financiamento, da disponibilização de armas e do treinamento militar.
Contudo, nunca houve um confronto aberto entre americanos e soviéticos, sobretudo pela possibilidade de
destruição do planeta em larga escala caso houvesse um conflito entre os dois. Apesar dos discursos afiados e da
intensa atuação estratégica para manter sua zona de influência, americanos e soviéticos foram cautelosos ao extremo e
evitaram um conflito contra o outro.

Causas da Guerra Fria


A Guerra Fria foi iniciada logo após a Segunda Guerra Mundial e existe um debate acirrado entre os
historiadores a respeito de como foi iniciado esse conflito político-ideológico. De toda forma, existe um certo consenso
de que o marco que iniciou a Guerra Fria seja o discurso realizado pelo presidente americano, Harry Truman, em 1947.
Esse discurso de Truman foi realizado no Congresso americano e, nessa ocasião, o presidente americano solicitava
verbas para que os Estados Unidos pudessem se engajar para evitar o avanço do comunismo na Europa. Na visão de
Truman, era papel dos EUA liderar a luta contra o avanço do comunismo no continente europeu.
Esse discurso deu início ao que ficou conhecido como Doutrina Truman, que consistiu no conjunto de medidas
tomadas pelos EUA para conter o avanço do comunismo. A primeira ação tomada por essa doutrina foi o Plano
Marshall, plano de recuperação econômica da Europa com o qual os americanos forneceriam grandes somas de
dinheiro para os países interessados.
A atuação dos Estados Unidos na Europa por meio da Doutrina Truman justifica-se única e exclusivamente pelo
discurso alarmista que apresentava a URSS como uma potência expansionista e que procuraria conquistar todo o
continente europeu sob a égide do comunismo. Os americanos sabiam que os problemas econômicos da Europa no pós-
guerra eram um campo fértil para o crescimento da ideologia comunista lá.
Ainda assim, historiadores como Eric Hobsbawm e Isaac Deutscher argumentam que a União Soviética não era
uma nação expansionista e não demonstrava interesse em atuar fora da sua zona de influência (o Leste Europeu). Esses
historiadores apontam que a União Soviética não tinha interesses em financiar e apoiar movimentos comunistas
armados em outras partes do mundo e que a postura soviética no pós-guerra era abertamente defensiva por causa da
destruição do país como consequência da Segunda Guerra Mundial.
A ideia por trás da ação americana em impor-se como nação hegemônica na Europa e no mundo é explicada
pelos interesses de Truman em manter elevados os índices de crescimento econômico do país. Assim, o discurso
maniqueísta praticado pelos americanos começou a ser praticado também pelos soviéticos, e as relações dos dois
países em nível internacional passaram a ser baseadas no boicote.
Além disso, existem evidências que apontam que o governo soviético não tinha interesse em expandir-se
territorialmente e tinha o objetivo de assegurar apenas a sua área de influência. Isso de fato aconteceu e, na Segunda
Guerra, os locais invadidos pelo Exército Vermelho, que era o exército soviético, foram transformados em Estados-
satélites do regime comunista de Moscou.
Características da Guerra Fria

A Guerra Fria estendeu-se de 1947 a 1991 e algumas características desse período podem ser destacadas.
 Polarização do mundo: a disputa travada entre americanos e soviéticos resultou em uma forte polarização do
mundo que afetava as relações internacionais dessas nações como um todo. Houve uma tentativa de criar um
movimento não alinhado em que algumas nações procuravam seguir um caminho independente sem
necessariamente se vincular com alguma das duas potências.
 Corrida armamentista: a procura pela hegemonia internacional fez com que as duas potências investissem
bastante no desenvolvimento de novas tecnologias bélicas. Assim, no período, o número de armas nucleares e
termonucleares produzidas disparou.
 Corrida espacial: a corrida espacial foi um dos campos de disputa entre americanos e soviéticos e, ao longo da
década de 1960, inúmeras expedições espaciais foram realizadas. Para saber mais sobre esse aspecto,
clique aqui.
 Interferência estrangeira: tanto americanos quanto soviéticos interferiram em assuntos internos de diferentes
países do planeta. Dois exemplos são a interferência americana na política brasileira na década de 1960 e a
interferência militar no Afeganistão na década de 1980.

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