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1) (Enade 2017) Entre o final dos anos 1980 e o início da década seguinte, o mundo passou,

nos termos do historiador francês Ernest Labrousse, por uma “conjuntura história de
transformação”, separando a bipolaridade estrita do pós-guerra de uma nova situação
econômica e política caracterizada por múltiplas polaridades, cujos contornos não estão ainda
muito bem definidos.

ALMEIDA, P. R. As duas últimas décadas do século XX: fim do socialismo e retomada da


globalização. In: SARAIVA. J. F.S. (Org). História das relações internacionais contemporâneas:
da sociedade internacional do século XIX à era da globalização. 2 ed., São Paulo: Saraiva, 2008.

No texto acima, assinala-se a dificuldade em definir os contornos da nova ordem mundial,


iniciada entre o final da década de 1980 e o início da década de 1990. Entretanto, com relação
a esse período, há concordância entre os historiadores quanto ao papel central desempenhado
pela (o)

a) fim dos regionalismos, com a dissolução do bloco soviético e a difusão dos planos
econômicos quinquenais.

b) crescente interrelação dos mercados globais devido à mudança de percepção do papel das
fronteiras políticas.

c) Otan, em decorrência da adesão ao Pacto de Varsóvia e como resultado da conscientização


da interdependência econômica.

d) decadência do regime liberal, em decorrência da consolidação das fronteiras nacionais e da


crescente regulamentação do mercado.

e) universalização do padrão-ouro como resultado da internacionalização dos mercados e da


concorrência entre capitais internacionais.

GABARITO B

2) (Enade 2014) Os 45 anos que vão do lançamento das bombas atômicas até o fim da União
Soviética não formam um período homogêneo na história do mundo. A história desse período
foi reunida sob um padrão único pela situação internacional peculiar que o dominou até a
queda da URSS: o constante confronto das duas superpotências que emergiram da Segunda
Guerra Mundial na chamada Guerra Fria.

HOBSBAWM, E. Era dos Extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Cia
das Letras, 1995, p. 223 (adaptado).

Considerando o fragmento acima, que se refere ao período de Guerra Fria, avalie as


afirmações a seguir.

I. A configuração do cenário internacional apresentava o mundo dividido entre as duas


superpotências, com exceção da África, cuja situação de pobreza a tornava uma região sem
importância em termos geoestratégicos.
II. O domínio soviético sobre o leste europeu e a separação desta região do resto da Europa
ficaram conhecidos como “Cortina de Ferro”, caracterizando um modelo socialista, de
economia planificada e representação política unipartidária.

III. Diversos movimentos políticos na América Latina sofreram influência de uma política ligada
aos ideais norte-americanos, que buscava impedir a ascensão do comunismo em países latino-
americanos como, por exemplo, Brasil.

É correto o que se afirma em

a) I, apenas.

b) III, apenas.

c) I e II, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I, II e III.

GABARITO D

3) (Enade 2014) Esta noite, mais uma vez lembramos que os Estados Unidos podem fazer tudo
o que se determinarem a fazer. Essa é a história de nossa história, seja a busca da
prosperidade para nosso povo, ou a luta pela igualdade de nossos cidadãos; nosso
compromisso é lutar pelos nossos valores no exterior, e nosso sacrifício é fazer do mundo um
lugar mais seguro. Deixem-nos lembrar de que podemos fazer tais coisas não apenas por
riqueza e poder, mas pelo que somos: uma nação, sob um Deus, com liberdade e justiça para
todos.

Disponível em: <http://megaarquivo.com>. Acesso em: 26 jul. 2014 (adaptado).

O discurso do Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por ocasião da morte de Osama
Bin Laden, atualiza, de certa forma, a “Doutrina do Destino Manifesto” que se desenvolveu no
século XIX. A tela abaixo, de 1872, costuma ser identificada como uma representação alegórica
dessa doutrina.
GAST, J. Progresso Americano (1872). Disponível em: <http://picturinghistory.gc.cuny.edu>.
Acesso em: 26 jul. 2014.

A partir do discurso e da imagem, avalie as afirmações a seguir.

I. A doutrina do “Destino Manifesto” exprime a noção alimentada pelos Estados Unidos de sua
superioridade em relação aos outros povos.

II. A doutrina do “Destino Manifesto”, no século XIX, tinha o objetivo de justificar ações
imperialistas.

III. A imagem expressa a concepção veiculada pela doutrina do “Destino Manifesto”, na qual os
norte-americanos partem para a conquista de novos territórios.

IV. Os sentimentos de autoconfiança expressos na doutrina do “Destino Manifesto”


contrastavam com o colonialismo europeu que se encontrava em refluxo.

É corre apenas o que se afirma em

a) I e III.

b) I e IV.

c) II e III.

d) I, II e IV.

e) II, III e IV

GABARITO A

4) (Enade 2014) O romantismo do século XIX valorizou significativamente a época medieval.


Como fruto dessa inspiração, diferentes obras foram produzidas com materiais provenientes
da cultura desse período. Entre elas, podemos destacar Fausto, de Goethe, O corcunda de
Notre Dame, de Victor Hugo, as óperas Tristão e Parsifal, de Wagner.

Considerando a interpretação do romantismo oitocentista sobre a Idade Média, avalie as


afirmações seguintes.

I. Os românticos consideravam a Idade Média como o momento de origem das nacionalidades


europeias, que então buscavam sua autoafirmação.

II. Os românticos basearam-se em coleções de documentos de textos medievais, publicados


durante o século XIX por intelectuais interessados em valorizar os traços culturais peculiares
de cada povo.

III. Em suas obras, os românticos ressaltaram, sobretudo, os aspectos religiosos, no intuito de


valorizar o período fundacional do cristianismo na Europa.

É correto o que se afirma em

a) I, apenas.
b) III, apenas.

c) I e II, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I, II e III.

GABARITO C

5) Pronto! A explicação perfeita é perfeita! Somos pobres porque fomos fundados pela escória
da Europa! Os Estados Unidos são ricos porque tiveram o privilégio da colonização de anto
nível da Inglaterra. Adoramos explicações polares: Deus e o diabo, povoamento e exploração,
preto e branco. Os livros didáticos consagram isso e o bloco binário povoamento-exploração
penetrou como um amplo e lógico conceito em muitos corações. Os EUA foram destinados por
Deus ao sucesso e os latinos condenados ao fracasso pelo peso da origem histórica. Ambos
deixavam de ser agentes históricos para serem submetidos ao peso insuportável da vontade
divina e da carga do passado.

KARNAL, L. et al. História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI. 2 ed. São Paulo:
Contexto, 2010, p. 26.

Leandro Karnal problematiza o modelo de abordagem dicotômica, recorrente nos conteúdos


didáticos, envolvendo as colonizações ibérica e inglesa e os respectivos padrões de exploração
e de povoamento implementados pelas metrópoles no continente. Seguindo a lógica do autor,
é possível superar essa dicotomia com

a) As diferenças geográficas, que se manifestam na alta navegabilidade dos rios somada à


predominância de grandes planaltos na América do Norte, o que trouxe vantagens à região.

b) O afastamento da hipótese de que às colônias ibéricas dirigiam-se apenas degredados,


enquanto as treze colônias nasceram de uma dissidência da sociedade inglesa.

c) As divergências culturais entre os colonizadores, uma vez que os ingleses desconfiavam do


progresso econômico em oposição aos ibéricos que vinculavam o lucro à graça divina.

d) A tipologia das diferenças étnicas e sua capacidade explicativa ancorada na homogeneidade


inglesa, em detrimento da heterogeneidade ibérica, no contexto das colonizações do século
XVI e XVII.

e) A sistematização dos projetos coloniais, haja vista o fato de que as colônias sul-americanas
sofreram uma colonização assistemática e desorganizada, ao passo que as colônias inglesas
experimentaram uma colonização sistemática e organizada.

GABARITO B

6) (Enade 2011) Em reportagem, Owen Jones, autor do livro Chavs: a difamação da classe
trabalhadora, publicado no Reino Unido, comenta as recentes manifestações de rua em
Londres e em outras principais cidades inglesas.
Jones prefere chamar atenção para as camadas sociais mais desfavorecidas do país, que desde
o início dos distúrbios, ficaram conhecidas no mundo todo pelo apelido chavs, usado pelos
britânicos para escarnecer dos hábitos de consumo da classe trabalhadora. Jones denuncia um
sistemático abandono governamental dessa parcela da população: “Os políticos insistem em
culpar os indivíduos pela desigualdade”, diz. (...) “você não vai ver alguém assumir ser um
chav, pois se trata de um insulto criado como forma de generalizar o comportamento das
classes mais baixas. Meu medo não é o preconceito e, sim, a cortina de fumaça que ele
oferece. Os distúrbios estão servindo como o argumento ideal para que se faça valer a
ideologia de que os problemas sociais são resultados de defeitos individuais, não de falhas
maiores. Trata-se de uma filosofia que tomou conta da sociedade britânica com a chegada de
Margaret Thatcher ao poder, em 1979, e que basicamente funciona assim: você é culpado pela
falta de oportunidades. (...) Os políticos insistem em culpar os indivíduos pela desigualdade”.

Suplemento Prosa & Verso, O Globo, Rio de Janeiro, 20 ago. 2011, p. 6 (adaptado).
Considerando as ideias do texto, avalie as afirmações a seguir.

I. Chavs é um apelido que exalta hábitos de consumo de parcela da população britânica.

II. Os distúrbios ocorridos na Inglaterra serviram para atribuir deslizes de comportamento


individual como causas de problemas sociais.

III. Indivíduos da classe trabalhadora britânica são responsabilizados pela falta de


oportunidades decorrente da ausência de políticas públicas.

IV. As manifestações de rua na Inglaterra reivindicavam formas de inclusão nos padrões de


consumo vigente.

É correto apenas o que se afirma em

a) I e II.

b) I e IV.

c) II e III.

d) I, III e IV.

e) II, III e IV.

GABARITO E

7) (Enade 2011) Desde o princípio, os enfrentamentos políticos e militares que se produziram


motivados pela independência das nações latinoamericanas foram uma questão que afetou a
todo o sistema europeu e atlântico de que as colônias espanholas e portuguesas faziam parte.
Porém, isso não constituía nenhuma novidade. Desde o século XVI, as fabulosas riquezas das
Indias haviam provocado a inveja de todas as outras nações europeias, as quais intentaram
obter vantagens e oporse a qualquer avanço da posição de seus rivais na América. No século
XVIII, o Pacto de Família firmado entre as monarquias bourbônicas de Espanha e França
significou uma ameaça para a Grã-Bretanha. No entanto, os ingleses encontraram uma saída
ao praticar um extenso comércio clandestino com a América espanhola, mas não intentaram
anexar a seu império nenhuma das colônias espanholas mais importantes.
WADDELL, D. A. G. La política internacional y la independencia latinoamericana. In: BETHELL,
L. (Org.). Historia de America Latina. La independência, Trad. Espanhola Ángels Solá. Barcelona:
Editorial Crítica, 1991. p. 209

Considerando o sistema europeu e atlântico no período aludido no trecho acima, analise as


afirmações que se seguem.

I. Nas contendas políticas entre Espanha e França, a Inglaterra apoiou a França, vindo a exercer
um papel direto e efetivo nas lutas das colônias espanholas contra a metrópole,
desembarcando na América grandes tropas militares. Esse aspecto desencadeou uma guerra
entre Inglaterra e Espanha.

II. Os Estados Unidos, no início do século XIX, não foram afetados pela política napoleônica que
interferia no mercado atlântico. Este fato motivou a jovem nação a não buscar proveito no
rompimento dos laços coloniais hispanoamericanos, reforçando o pujante comércio que
possuía com a Inglaterra e com a França.

III. Embora existisse a política de neutralidade inglesa com relação aos processos de
independências da maioria das colônias hispanoamericanas, nas disputas entre o Texas e os
Estados Unidos, a Grã-Bretanha apoiou a república do Texas, uma vez que esta havia se
separado do México em 1836. É correto apenas o que se afirma em

a) I.

b) II.

c) III.

d) I e II.

e) II e III.

GABARITO C

8) (Enade 2011) Em 1920, depois de ter publicado livros como A Máquina do Tempo, O
Homem Invisível e A Guerra dos Mundos, o escritor inglês H. G. Wells publicou The Outline of
History (Esboço de uma História Universal). No mesmo ano, o historiador Marc Bloch escreveu
uma longa resenha sobre essa obra, da qual foram destacadas as passagens a seguir.

Diante de um livro semelhante, duas atitudes são admissíveis. Pode-se se dedicar a apontar
um a um os erros dos detalhes – eles existem. [...] Ou, tomando-o absolutamente pelo que ele
é e pelo não poderia ser, ou seja, uma obra tecnicamente imperfeita de um homem muito
inteligente, pode-se procurar retirar dela as ideias mestras e evidenciar as tendências do
espírito que ela revela.

O trabalho crítico que está na base de nossas pesquisas evidentemente lhe é completamente
estranho.

Infelizmente sua obra está viciada por um defeito muito grave. Sua atitude diante do passado
que ele examina com tanto ardor não é nunca a de um homem de ciência; porque o homem
de ciência procura conhecer e compreender; ele não julga. O Sr. Wells julga sem parar. [...]
Pode-se ser impunemente filho desse país onde desde séculos todos os movimentos liberais
ou revolucionários são tingidos de puritanismo, onde quase tudo o que se fez de grande saiu
do pregador? [...] Ele podia ser historiador. Cedendo a não sei que instinto hereditário,
frequentemente ele foi apenas pregador.

BLOCH, M. Une nouvelle histoire universelle: H. G. Wells historien. In BLOCH, M. L´Histoire, la


Guerre, la Résistance. Paris: Gallimard, 2006. p. 319-334.

A argumentação de Marc Bloch reporta-se a importantes questões relacionadas ao


conhecimento histórico. De acordo com as ideias expostas nesses fragmentos, a razão que
levava Marc Bloch a não reconhecer valor de obra histórica ao Esboço de uma História
Universal pode ser atribuída

a) aos abundantes recursos criadores do romancista, que levavam a imaginação a substituir o


conhecimento dos fatos resultantes da pesquisa nos arquivos.

b) à ausência de procedimentos que poderiam assegurar a objetividade da exposição e


controlar a interferência da formação cultural do autor.

c) ao combate que naquele momento a historiografia acadêmica travava com seu principal
opositor, o ensaísmo histórico praticado pelos ingleses.

d) à recusa de uma prática diletante, que se fundava em opiniões pouco autorizadas e


concentrava a atenção nos eventos políticos e militares.

e) à aplicação inadequada do método histórico na crítica interna e externa dos documentos, o


que poderia ter evitado os erros factuais da obra.

GABARITO B

9) (Enade 2011) Muitos historiadores do Tempo Presente testemunharam processos de


redemocratização acontecidos após o fim das ditaduras militares e civis implantadas nas
décadas de 1960 e 1970 na América Latina. Durante a década de 1980, diversos desses
historiadores participaram de movimentos populares clamando pelo fim dos regimes
autoritários.

Considerando o processo de redemocratização acima mencionado, analise as afirmações que


se seguem.

I. No Chile, o movimento levou, em 1989, à eleição de Patrício Aylwin, que assumiu o poder no
lugar de Augusto Pinochet, propondo reformas democratizantes de restabelecimento as
liberdades civis.

II. No Peru, na década de 1980, os movimentos Sendero Luminoso e Tupac Amaru apoiaram
politicamente Alan Garcia e, posteriormente, Alberto Fujimori no processo de
redemocratização.

III. No Haiti, na década de 1980, enquanto em outros países latino-americanos aconteciam


lutas pela redemocratização, estabelecia-se um governo ditatorial, pondo fim ao período
democrático iniciado na década de 1950 por François Duvalier.
É correto apenas o que se afirma em

a) I.

b) II.

c) III.

d) I e II.

e) II e III.

GABARITO A

10) (Enade 2011) Sobre o período de 31 anos compreendido entre o início da Primeira Guerra
Mundial (1914) e o final da Segunda Guerra Mundial (1945), o historiador inglês Eric
Hobsbawm afirma: [Após tantos conflitos,] a humanidade sobreviveu. Contudo, o grande
edifício da civilização do século XX desmoronou nas chamas da guerra mundial, quando suas
colunas ruíram. Não há como compreender o Breve Século XX sem ela. Ele foi marcado pela
guerra. Viveu e pensou em termos de guerra mundial, mesmo quando os canhões se calavam
e as bombas não explodiam. Sua história e, mais especificamente, a história de sua era inicial
de colapso e catástrofe devem começar com a da guerra mundial de 31 anos.

HOBSBAWM, E. A era dos extremos. O breve século XX (1914-1991). São Paulo: Companhia
das Letras, 1995.

De acordo com a perspectiva de análise de Hobsbawm, avalie as afirmações a seguir. I. Existe


uma continuidade das motivações que levaram aos dois conflitos de proporções mundiais do
século XX, por isso, são denominados de “guerra mundial de 31 anos”. II. O comunismo
soviético pode ser considerado o “grande edifício da civilização do século XX [que]
desmoronou nas chamas da guerra mundial”. III. Após 1945, evidenciaram-se os esforços das
principais nações europeias e dos Estados Unidos em busca de um completo armistício. É
correto o que se afirma em

a) I, apenas.

b) II, apenas.

c) I e III, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I, II e III.

GABARITO A
11) (Enade 2008) A foto a seguir, da americana Margaret Bourke-White (1904-71), apresenta
desempregados na fila de alimentos durante a Grande Depressão, que se iniciou em 1929.

STRICKLAND, Carol; BOSWELL, John. Arte Comentada: da pré-história ao pós-moderno. Rio de


Janeiro: Ediouro [s.d.].

Além da preocupação com a perfeita composição, a artista, nessa foto, revela

a) a capacidade de organização do operariado.

b) a esperança de um futuro melhor para negros.

c) a possibilidade de ascensão social universal.

d) as contradições da sociedade capitalista.

e) o consumismo de determinadas classes sociais.

GABARITO D

12) (Enade 2008) Retiraremos do discurso em que, a 15 de março de 1844, Lord Ashley
apresentou a sua moção sobre a jornada de 10 horas à Câmara dos Comuns alguns dados que
não foram refutados pelos industriais sobre a idade dos operários e a proporção de homens e
mulheres. (...) Sobretudo o trabalho das mulheres desagrega completamente a família;
porque, quando a mulher passa cotidianamente 12 ou 13 horas na fábrica e o homem também
trabalha aí ou em outro emprego, o que acontece às crianças? Crescem, entregues a si
próprias como a erva daninha, entregam-nas para serem guardadas fora (...), e podemos
imaginar como são tratadas. É por essa razão que se multiplicam de uma maneira alarmante,
nos distritos industriais, os acidentes de que as crianças são vítimas por falta de vigilância. (...)
As mulheres voltam à fábrica muitas vezes três ou quatro dias após o parto, deixando, bem
entendido, o recém-nascido em casa. (...).

ENGELS, Friedrich. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: Global, 1986. p.
170-171.

Os dados apresentados por Engels no texto escrito em 1845 referem-se a alguns dos efeitos da
Revolução Industrial na Inglaterra.

Com base nessas informações, conclui-se que, ao longo do século XIX, a incorporação da
mulher ao mercado de trabalho

a) favoreceu a emancipação feminina, garantindo o acesso a serviços profissionais de


educação infantil.

b) causou um aumento sensível nos índices de mortalidade infantil, como consequência da


irresponsabilidade das mães operárias.

c) produziu o aumento de separações, pois as mulheres passaram a assumir o papel de chefes


de família, antes restrito aos homens.

d) resultou, principalmente, da necessidade de complementar a renda familiar, diante do


crescente custo de vida na cidade industrial.

e) contribuiu para o aumento da criminalidade, devido ao surgimento de gerações de crianças


criadas por terceiros e carentes de cuidados maternos.

GABARITO D

13) (Enade 2008) Nenhum Congresso dos Estados Unidos já reunido, ao examinar o estado da
União, encontrou uma perspectiva mais agradável do que a de hoje [...] A grande riqueza
criada por nossa empresa e indústria, e poupada por nossa economia, teve a mais ampla
distribuição entre nosso povo, e corre como um rio a servir à caridade e aos negócios do
mundo. As demandas da existência passaram do padrão da necessidade para a região do luxo.
A produção que aumenta é consumida por uma crescente demanda interna e um comércio
exterior em expansão. O país pode encarar o presente com satisfação e prever o futuro com
otimismo.

Presidente dos Estados Unidos Calvin Coolidge, Mensagem ao Congresso, 04 dez. 1928.

As nossas dificuldades, graças a Deus, apenas se referem a coisas materiais. Os preços


desceram a níveis inimagináveis; os impostos subiram; a administração sofre graves reduções
de receitas, a todos os níveis; os meios de trocas estão bloqueados nos canais congelados do
comércio; as folhas mortas das indústrias juncam o solo por toda a parte; os rendeiros não
encontram mercados para os seus produtos; desapareceram as economias amealhadas
durante numerosos anos por milhares de famílias. A nossa grande obrigação, a primeira, é
fazer voltar o povo ao trabalho [...].

Discurso do Presidente dos Estados Unidos Franklin Roosevelt, 1933.


Sem ele [o colapso econômico entre as guerras], com certeza não teria havido Hitler. Quase
certamente não teria havido Roosevelt. É muito improvável que o sistema soviético tivesse
sido encarado como um sério rival econômico e uma alternativa possível ao capitalismo
mundial. [...] O mundo do século XX é incompreensível se não entendermos o impacto do
colapso econômico.

HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX: 19141991. São Paulo: Companhia das
Letras, 1995, p. 90-91.

Apenas cinco anos separam a mensagem do presidente republicano Calvin Coolidge e o


discurso do presidente democrata Franklin Roosevelt. Ambos apresentaram avaliações
bastante distintas acerca da realidade econômico-social pela qual passavam os Estados Unidos
da América. O texto de Eric Hobsbawm permite entender um pouco melhor as avaliações dos
presidentes.

Nesse contexto, analise as afirmativas a seguir.

I - O New Deal representou uma mudança significativa no modelo tradicional de economia de


mercado praticada pelos norte-americanos.

II - A Grande Depressão atingiu todos os países que mantinham algum tipo de relação com os
Estados Unidos da América, como a Inglaterra, a França, a União Soviética e o Brasil.

III - A Grande Depressão foi um dos fatores que colaboraram para a construção de discursos
críticos sobre o modelo liberal-democrático.

IV- A Grande Depressão, no Brasil, atingiu os setores agrícola e industrial, devido à falta de
investimento externo norte-americano.

Estão corretas APENAS as afirmações

a) I e II

b) I e III

c) I e IV

d) II e III

e) III e IV

GABARITO B

14) (Enade 2008) ...o fato maior do século XIX é a criação de uma economia global única, que
atinge progressivamente as mais remotas paragens do mundo, uma rede cada vez mais densa
de transações econômicas, comunicações e movimentos de bens, dinheiro e pessoas ligando
os países desenvolvidos entre si e ao mundo não desenvolvido.[...] Sem isso não haveria um
motivo especial para que os Estados europeus tivessem um interesse algo mais que fugaz nas
questões, digamos, da bacia do rio do Congo, ou tivessem se empenhado em disputas
diplomáticas em torno de algum atol do Pacífico. Essa globalização da economia não era nova,
embora tivesse se acelerado consideravelmente nas décadas centrais do século.
HOBSBAWM, Eric. A Era dos Impérios. 1875-1914. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. p. 95.

Para Hobsbawm, o que caracteriza a expansão imperialista europeia no século XIX?

a) A ausência do Estado protecionista na criação de uma economia global única.

b) A criação de uma economia global única no contexto do crescimento industrial europeu.

c) A composição de forças das nações industrializadas no domínio colonial.

d) O favorecimento social das regiões coloniais com a ampliação dos investimentos europeus.

e) Os benefícios econômicos proporcionados às massas descontentes dos impérios.

GABARITO B

15) (Enade 2008)

Após apresentar as imagens, o professor introduziu o debate acerca das disputas entre Estados
Unidos e União Soviética sobre a memória da 2a Guerra Mundial. Com base na análise das
imagens e no encaminhamento sugerido pelo professor, conclui-se que:

I - a manchete da revista Time reitera a ideia transmitida pela foto do soldado soviético;

II - a edição especial da revista Time busca ressaltar a importância do “Dia D” para a derrota de
Hitler;

III - os dois documentos servem ao objetivo de minimizar a importância dos esforços conjuntos
dos aliados para a vitória final sobre Hitler;

IV- a foto do soldado soviético denuncia o golpe de Estado promovido pelo Exército Vermelho
com o intuito de instalar o comunismo na Alemanha.
Estão corretas APENAS as afirmativas

a) I e II

b) I e III

c) II e III

d) III e IV

e) I, II e IV

GABARITO C

16) (Enade 2008) No seu nascedouro, a palavra “descolonização” já vem carregada de


ideologia, parecendo definir um destino histórico dos povos colonizados: depois de ter
colonizado, o europeu “descoloniza”, estando, pois, implícita a vontade do país colonizador de
abrir mão de pretensos direitos adquiridos em determinado momento. A generalização do
termo implica, de certa forma, uma interpretação eurocêntrica da História, ou seja, a noção de
que só a Europa possui uma história ou é capaz de elaborá-la. Os outros não têm história: nem
passado a ser contado nem futuro a ser elaborado.

LINHARES, Maria Yedda Leite. Descolonização e lutas de libertação nacional. In: REIS FILHO,
Daniel Aarão; FERREIRA, Jorge; ZENHA, Celeste (orgs.). O século XX. O tempo das dúvidas. Rio
de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000. 3 v. Vol. 3: p. 41.

Nas décadas de 1950 e 1960, as reivindicações das ex-colônias africanas e asiáticas resultaram
em alterações na dinâmica bipolar do sistema internacional da Guerra Fria. Por meio do
Movimento de Países Não-Alinhados (MPNA), os países do “Terceiro Mundo” buscaram
(re)escrever a sua história e elaborar projetos próprios para o futuro. A respeito da
descolonização do mundo afro-asiático e da formação do Terceiro Mundo, constata-se que:

a) o não-alinhamento implicou a recusa a qualquer forma de cooperação com alguma das duas
superpotências.

b) o discurso terceiro-mundista, esboçado na Conferência de Bandung, consolidou-se no


MPNA, denunciando o subdesenvolvimento como fruto da dominação imperialista.

c) o MPNA buscou articular um polo alternativo de poder, equidistante das duas


superpotências da Guerra Fria, para atuar no Conselho de Segurança da ONU.

d) o MPNA entrou em declínio nas décadas de 1970 e 1980, devido à “diplomacia do pingue-
pongue”, à crise do pan-arabismo e ao fracasso militar das lutas de libertação nacional.

e) a Conferência de Bandung contou com a participação exclusiva de países subdesenvolvidos


e excluiu das discussões os países alinhados aos EUA ou à URSS.

GABARITO B
17) (Enade 2008) Essas ilhas são apêndices naturais do continente norte-americano, e uma
delas – quase visível a olho nu de nossas costas – tornou-se, por muitas considerações, um
objeto de importância transcendente para os interesses comerciais e políticos da nossa União.
(...) Entre os interesses daquela ilha e deste país, tais são, certamente, as relações geográficas,
comerciais, morais e políticas formadas pela natureza, a cristalizarem-se no processo do
tempo, neste momento mesmo alcançando a maturidade, (...) é difícil resistir à convicção de
que a anexação de Cuba por nossa República Federal será indispensável à continuidade e à
integridade da nossa própria União... Há leis da política como há leis da gravitação física. E se
uma maçã, separada de uma árvore nativa pela tempestade, não pode escolher, mas apenas
cair no chão, Cuba, por força desligada do seu vínculo não natural com a Espanha, e incapaz de
se auto-sustentar, só pode gravitar na direção da União Norte-Americana, a qual, pela mesma
lei da natureza, não pode segregá-la do seu seio.

Carta de John Quincy Adams, secretário de Estado dos Estados Unidos, a Hugh Nelson,
representante norte-americano em Madri, 23 de abril de 1823.

Analisando o texto acima e considerando a política externa norte-americana, conclui-se que

a) os interesses dos Estados Unidos no Caribe datam da sua participação na Guerra Hispano-
Americana.

b) a ideia de pan-americanismo era fortalecida pela proposta de parceria na política e na


economia com as nações do continente.

c) a essência da Doutrina Monroe, “América para os americanos”, definia o continente como


zona de influência dos EUA.

d) a criação de um império de portas abertas contribuiu para o declínio da ideia de expansão


das fronteiras.

e) a percepção de uma identidade americana abrangente firmou-se no hemisfério ocidental.

GABARITO C

18) (Enade 2004) “Os governos, tendo perdido seus equilíbrios, acham-se assustados,
intimidados e confusos com os gritos da classe intermediária da sociedade, que, colocada
entre os reis e seus súditos, quebra o cetro dos monarcas e usurpa o grito do povo.”

Metternich ao czar Alexandre I, em 1856

O texto acima

a) mostra os esforços do chanceler austríaco em convencer o imperador russo da necessidade


de fazer concessões ao socialismo.

b) expressa o fracasso político do Congresso de Viena ao tentar impor à Europa o chamado


princípio da legitimidade.
c) demonstra que o autor estava consciente da força do princípio das nacionalidades que iria
marcar o cenário político nos anos vindouros.

d) revela a dificuldade de conter a ascensão da burguesia graças à Revolução Política na França


e à Revolução Industrial na Inglaterra.

e) indica a despreocupação da Monarquia absolutista austríaca com a questão política posta


na ordem do dia a partir da Revolução francesa.

GABARITO D

19) (Enade 2004) No século passado, houve dois momentos distintos em que duas concepções
antitéticas de política econômica se impuseram, quase como um consenso: nos anos 1930, a
ideia de que a salvação ou futuro da sociedade estava no Estado; e, a partir dos anos 1980, a
ideia, contrária, de que a salvação ou futuro da sociedade está no mercado.

I. A primeira concepção está associada à crise do capitalismo, à planificação econômica


socialista e ao chamado keynesianismo.

II. A primeira deveu sua popularidade aos êxitos da República de Weimar, na Alemanha, e da
Frente Popular, na França.

III. A segunda deve sua popularidade aos êxitos alcançados pela economia chinesa, no Oriente,
e alemã, no Ocidente.

IV. A segunda concepção está associada ao colapso do socialismo, à crise da social-democracia


e à globalização.

Estão corretas as afirmações

a) I e II, apenas.

b) II e III, apenas.

c) III e IV, apenas.

d) I e IV, apenas.

e) II e IV, apenas.

GABARITO D

20) (Enade 2004) “Numa manhã clara de setembro de 1976, Orlando Letelier, influente ex-
embaixador chileno em Washington, jazia morto e mutilado em Sheridan Circle na Embassy
Row, em Washington, com o seu carro despedaçado por uma bomba acionada por controle
remoto. Apenas alguns meses antes, os esquadrões da morte na Argentina tinham
sequestrado e executado um ex-presidente da Bolívia e dois dos líderes políticos mais
preminentes do Uruguai.”

(John Dinges)
O texto faz referência

a) à Aliança para o Progresso, criada pelo Estados Unidos em 1961, como um instrumento para
combater o avanço do comunismo na América Latina.

b) à Operação Condor, que eliminou dezenas de opositores das ditaduras militares da América
do Sul.

c) aos Corpos da Paz formados pelos Estados Unidos para atuar na América Latina.

d) à Operação Panamericana, criada em 1959, para combater o tráfico de drogas no


continente americano.

e) à ação policial patrocinada pela Comunidade das Nações Sul-americanas contra os crimes de
lavagem de dinheiro.

GABARITO B

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