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Sobre o pretexto do divino manifesto, a expansão americana foi regrada por uma disputa
baseada em colonialismo x neocolonialismo e forjada pelo suposto interesse em defender os
interesses dos povos latinos. A forte intervenção, que até aquele momento foi protocolada pelas
nações europeias, agora se sobrepuja diante do poder na nova nação “livre e democrática”. A
doutrina Monroe perpetuava a nova dimensão política no continente e foi blindada pelo brasão
“américa para os americanos” que efetivou o poder da emergente potência em ralações aos
europeus, e consolidou a partir deste momento o discurso de nação civilizatória.
O fenômeno do Morismo fez com que o interesse em perpetuar uma américa longe das
amarras colonizadoras, esbarrasse em um grande processo de dominação e submissão dos
países latinos, estabelecendo assim um longo período de intervenção camuflada de democracia,
mas que não levou igualdade e melhoras para todo continente. Longe de ser a nação
benevolente, a idealização de américa Morinista, se respaldava sobretudo, por um sentido de
identidade e patriotismo “americanizado”, que escondia reais interesses econômicos e
geopolíticos.
1
Historiador, especialista em história contemporânea e mestrando em Psicologia Social pela Universidade Federal
do Pará – Brasil
ORCID - https://orcid.org/0000-0001-8059-0538
Isso demostra que o Morismo passa a ser vivido de modo que as antigas relações com a Europa,
são questionadas ou substituídas, em prol de um engrandecimento da tutela norte americana.
Assim, analisando sobre a ótica de Teixeira (2007), que discute sobre as características
do neoconservadorismo americano, as reflexões obtidas desse debate determinam como essa
perspectiva ainda é bastante presente em um cenário no qual os latinos ainda são mantidos em
um papel secundário ou inexistente. A preocupação da nação americana ainda pode ser vista
sob uma ótica expansionista e que submete o comando das nações “livres” do continente ao seu
domínio e direcionamento, reafirmando assim, a hegemonia americana dentro de uma visão
democrática e unilateral.
Os recentes episódios envolvendo a Venezuela, nos mostra como a atuação das duas
correntes ainda são presentes e perpetuam as disputadas entre latino-americanos e os EUA.
Conceitualmente, as lutas travadas nesse país ainda envolvem um ideal bolivarianista, que
busca legitimar a liberdade do povo venezuelano, em detrimento das sansões ocasionadas pela
política externa norte americana, baseadas em uma clara violação dos direitos humanos,
perpetuando ainda mais a ideia de “democracia pra quem?”.
REFERENCIAS
BETHELL, Leslie. Nabuco e O Brasil entre Europa, Estados Unidos e América Latina. Dossiê
Nabuco. Novos Estudos. CEBRAP. v. 88 . p. 73-87. Novembro 2010