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MODELO PARA A ENTREGA DAS ATIVIDADES (veja instruções no rodapé)

CURSO: História

POLO DE APOIO PRESENCIAL: Higienópolis

SEMESTRE: 6º

COMPONENTE CURRICULAR / TEMA: História da América III

NOME COMPLETO DO ALUNO: Artur Capecce Bandouk

TIA: 20516657

NOME DO PROFESSOR: DENISE WANDERLEY PAES BARROS

ATENÇÃO: Toda atividade deverá ser feita com fonte Arial, tamanho 11, espaço de
1,5 entre as linhas e alinhamento justificado entre as margens.
Conforme lemos no texto de Camila Imaculada S. Lima e Gabriel Parente
Nogueira, percebemos na Argentina, um longo caminho no seu processo de
formação do Estado-Nação e enxergamos as dificuldades encontradas na
realidade local, nos pós-independência, principalmente as questões políticas na
região do Prata.
Já sabíamos, que antes da independência, a América Espanhola foi
dividida em organizações políticas de vice-reinos, na qual em 1776, num período
tardio e decadente dos centros de mineração da colonização espanhola na
América, tivemos a criação na região da Argentina, Bolívia, Uruguai e Paraguai,
o chamado Vice-Reino do Prata. Viveu no fim dos anos XVIII, um crescimento
econômico ligado ao comércio, principalmente na região de Buenos Aires, que
estava localizada na margem do Prata, podendo ser um entreposto comercial da
Europa e a região das Minas de Potosí. Assim, tivemos a consolidação de uma
elite platense, que teria grande influência para o processo de independência.
Em 1910, temos o início da emancipação, com líderes portenhos,
influenciados diretamente pelo movimento iluminista e liberal, devido a seus
membros serem formados em universidades locais ou europeias. No pós-
independência, vemos que as forças políticas locais dificultaram muito a
consolidação do Estado-Nação, com divergências entre as burguesias criollas,
seja nos interesses, ou em suas ideias de formação da nação. Haviam três
regiões principais distintas, Buenos Aires, rica, com pastagens e seu porto que
monopolizava a exportação da região, a segunda era o litoral dos rios, com foco
na pecuária e a terceira região de Córdoba e La Rioja com dedicação a
agricultura de subsistência e ao artesanato.
No pós-independência as três regiões se uniram, com autonomia entre as
províncias e começaram a discutir sobre o projeto do Estado nacional. Buenos
Aires, tinha tendências liberais com três poderes, a partir de um sistema
representativo, com centralização política na região portenha. As outras
províncias defendiam um projeto federalistas, que priorizava a autonomia das
mesmas. Isso tudo demonstra, a inviabilidade da construção de um Estado-
Nação naquele momento, que só foi consolidado em 1862, com um projeto
liberal-centralizador.
Outro fator importante que impossibilitou a formação do Estado Nacional,
foram os interesses locais sobrepostos aos interesses da União. Algo que se
parece muito com o que vivemos no Brasil. Porém na América Espanhol, os
líderes locais tinham suas características políticas específicas, os chamados
caudilhos. Da independência até sua consolidação do Estado, esses líderes
regionais comandavam a política local, formando alianças entre eles, que
recrutavam pessoas que seguiriam o caudilho em torno de sua figura, a partir de
troca de favores, baseada na lealdade e na força. No fim, a pós a independência
cada província, cada cidade, ficou sobre a liderança de um pequeno tirano local.
Vemos o destaque de Rosas e sua campanha buenairense, como um dos
maiores latifundiários na província de Buenos Aires, um dos maiores caudilhos
da platina, ele era um conservador, que ia contra os ideais liberais, que foram

ATENÇÃO: Toda atividade deverá ser feita com fonte Arial, tamanho 11, espaço de
1,5 entre as linhas e alinhamento justificado entre as margens.
base durante a independência. Rosas conseguiu estabelecer uma hegemonia
até 1852, Rosas defendia contra a elite portenha liberal, os ideais federalistas-
conservadores e mesmo com a fragmentação de poder local entre os diversos
caudilhos, ele foi quase que um presidente das Províncias Unidas do Rio da
Prata. Controlando o porto de Buenos Aires, a navegação no Prata e fazendo
guerras com outras províncias e privilegiando seus interesses econômicos, ele
tinha grande poder e influência no novo Estado que estava se formando.
Portanto, somente em 1853, o governador da província de Entre Rios,
junto a unitaristas e governos do Brasil e Montevidéu, derrota Rosas, na batalha
de Caseros. Assim, foi garantido um Estado forte, liberal, republicano e federal,
para combater os poderes locais. Somente em 1860, Buenos Aires aceita a
constituição e consolida a formação do Estado-Nação. Importante discutir
também, a não criação de uma identidade nacional argentina pelo todo, e sim,
pelas elites brancas, criollas, negando assim, os indígenas, mestiços. Temos a
criação de uma Argentina, mas não dos argentinos.
Obviamente, com as diferenças de processos e tantas especificidades,
podemos enxergar nesse caminho que a Argentina traça, algumas semelhanças
com o processo brasileiro, que ignora as camadas sociais mais baixas, ignora a
questão agrária, a cultura de povos indígenas e dos oprimidos, ambos não
conseguem criar uma identidade nacional, mesmo muito tempo passado de sua
independência. No pós 1860, após um período de forte imigração e influência da
cultura francesa nas elites, a Argentina passa por um processo de mudança e
crise em sua identidade nacional. Já no ano de seu centenário, os portenhos se
encontram na necessidade de reencontrar sua identidade, criolla, hispânica e
católica. Algo que também podemos perceber no Brasil, na sua dificuldade em
criar sua identidade nacional, hoje mesmo, com os 200 anos de independência,
na própria reinauguração do Museu do Ipiranga, no Grito dos Excluídos, vemos
a necessidade de resgatar nossa identidade, nas mais diversas camadas sociais
e culturais de nosso país.

ATENÇÃO: Toda atividade deverá ser feita com fonte Arial, tamanho 11, espaço de
1,5 entre as linhas e alinhamento justificado entre as margens.

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