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Capítulo

2 Cuba e Oriente Médio

Majdi Fathi/NurPhoto/Shutterstock

▶ Cratera produzida por um ataque sobre a região de Gaza, na Palestina.


Entre os conflitos mais intensos que se desdobram até os dias atuais está o embate entre Israel e
Palestina no Oriente Médio. O conflito entre judeus e palestinos envolve questões de ordem política,
econômica e religiosa. A convivência entre judeus e islâmicos naquela parte do mundo foi duramente
impactada durante a Guerra Fria, sobretudo, tendo em vista os interesses das superpotências na região.
Entre esses interesses, destacam-se as grandes reservas de petróleo localizadas no subterrâneo de di-
versos países da região.
• O que a imagem revela sobre as tensões no Oriente Médio?
• O embate entre israelenses e palestinos foi impactado durante a Guerra Fria?
• O que você sabe sobre o conflito entre mulçumanos e judeus no Oriente Médio?

Habilidades
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História

1. Revolução Cubana e seus impactos


Durante a Guerra Fria, o intervencionismo dos Estados Unidos sobre o continente americano foi gra-
vemente afetado por eventos ocorridos na ilha de Cuba. É importante mencionar que, desde o século XIX,
os estadunidenses possuíam uma influência significativa em algumas ilhas que compõem o mar do Caribe.
Naquela conjuntura, Cuba, governada pela Espanha, estava posicionada no mercado internacional como
grande fornecedora de tabaco e cana-de-açúcar. Várias tentativas de independência ocorreram ao longo
do século XIX, entretanto sem serem bem-sucedidas. Esses movimentos caminhavam de maneira mais ou
menos unida a organizações que lutavam contra a escravidão, amplamente empregada na ilha.
Após o término da Guerra de Secessão, em 1865, o país passou a posicionar-se de maneira cada vez
mais contundente nos assuntos geopolíticos do continente em razão do interesse nos recursos minerais
que poderiam amplificar a industrialização estadunidense, sobretudo desenvolvida na região nordeste
do país. Por isso, locais como Cuba atraíam muito interesse de Washington, mobilizando ações concre-
tas do governo do país.
A mais significativa delas aconteceu a partir de 1895, quando eclodiu na ilha um conflito entre cuba-
nos e espanhóis. No centro da disputa, estava o interesse local pela independência. Os estadunidenses se
posicionaram contra a Espanha, defendendo, portanto, a desvinculação dos laços coloniais em Cuba. Em
razão dessa intervenção, Cuba consegue, enfim, sua independência em 15 de fevereiro de 1898.
O reconhecimento Internacional efetivo foi conseguido em dezembro de 1898 por meio do Tratado de
Paris. O documento, além de registrar a independência cubana, legitimava que os Estados Unidos tam-
bém obtivessem a posse sobre Porto Rico, Guam e o controle das Filipinas. O curioso é que os cubanos
não participaram das negociações, e, na sequência, o país foi ocupado por tropas estadunidenses.
A presença dos Estados Unidos na ilha pôde ser sentida por meio da aquisição de grandes proprieda-
des de terra por ricos estadunidenses. Além disso, os Estados Unidos orquestraram a instauração de um
dispositivo legal, inserido na Constituição cubana, chamado emenda Platt, que permitia que os Estados
Unidos tivessem o direito de intervir militarmente em Cuba quando achassem necessário.
Para a população local, na prática, as relações de dependência somente haviam mudado de mãos:
de Madri para Washington. As próprias eleições marcavam grande presença dos interesses imperialis-
tas dos estadunidenses sobre a ilha, de modo que não raro os presidentes eleitos construíam governos
alinhados à abertura econômica aos Estados Unidos. Nas áreas rurais, entretanto, pouca diferença foi
sentida na realidade cotidiana após a independência.

Granger/Shutterstock

▶ Gravura do século XIX que


demonstra a praça das armas
em Havana, Cuba. Pode-se
notar a influência espanhola
através da arquitetura do
prédio retratado.

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Granger/Shutterstock
A conjuntura construída em Cuba ao longo do século XX
fez da ilha um local marcado pela desigualdade e miséria de
boa parte da população. Em contrapartida, em regiões turís-
ticas, sobretudo os estadunidenses, desfrutavam de cassinos
e prostituição. Na conjuntura da Guerra Fria, um golpe de Es-
tado foi dado em 1952, colocando Fulgencio Batista no poder
de Cuba. Alinhado aos interesses dos grandes latifundiários e
de multinacionais sediadas nos Estados Unidos, Batista cons-
truiu um governo marcado pela corrupção e pela exploração
amparadas nos interesses comerciais estrangeiros.
Em reação ao golpe de Estado, um grupo de estudan-
tes de direito organizou, em 1953, um ataque ao quartel de
Moncada. Fracassado, o grupo foi preso. Entre os estudan-
tes estava Fidel Castro, que foi posteriormente exilado no
México. Durante o exílio, ele conheceu Ernesto “Che” Gueva-
ra, que era um médico argentino que havia feito uma longa
viagem pela América Latina conhecendo as realidades de
setores marginalizados, os quais tinham grande semelhan-
ça com a experiência cubana conhecida por Castro. A afi-
nidade entre os dois não aconteceu, exclusivamente, por se
sensibilizarem com a situação de miséria da América Latina,
mas também por se posicionarem de maneira crítica em ▶ Fidel Castro foi uma das principais figuras
relação ao imperialismo dos Estados Unidos e por encon- vinculadas ao socialismo no século XX. Ele
morreu em 2016, alimentando o sentimento
trarem , nos ideais marxistas e na experiência soviética , pos- de perda entre seus adoradores e sofrendo
síveis alternativas. diversas críticas de seus opositores.
Liderando um grupo de combatentes, Castro e Guevara se dirigiram para Cuba em 1956 e até 1959
estiveram lutando naquilo que ficou conhecido como as guerrilhas em Sierra Maestra. Tratava-se de uma
forma de atuação que visava à formação de um exército paramilitar com as forças camponesas. Eram
formações militares organizadas no ambiente agrícola que se serviam de densas florestas para esconder
os locais de treinamento e os centros de inteligência que estruturavam as ações. Foi entre a população
que mais sofria com o governo de Fulgencio Batista que os revolucionários encontraram pessoas para
organizar um ataque na capital do país, Havana.
Em 1959, o grupo liderado por Castro e Guevara conseguiu tomar a capital e submeter o governo a
sua autoridade. Para as elites locais da época, o fato foi caracterizado como um golpe de Estado, para
as tropas guerrilheiras, uma revolução. Fulgencio Batista fugiu com receio de ser morto pelos revolucio-
nários. O que chama atenção na revolução cubana é o fato de se tratar de um movimento socialista que
conseguiu tomar uma área de influência dos Estados Unidos. Após apoiar militarmente algumas tentativas
frustradas de destituir o governo socialista, tal como a invasão da Baia dos Porcos, os estadunidenses de-
cidiram parar de comercializar com Cuba, demarcando o início do embargo econômico. Isso significava
que nenhum país alinhado ao capitalismo poderia realizar livremente acordos econômicos com o governo
estabelecido pelos revolucionários.
Após a revolução de 1959, foi, mais precisamente, em 1961 que a característica socialista do governo
se tornou explícita para o mundo. Entre as iniciativas tomadas por Fidel Castro e Ernesto “Che” Guevara
estavam a organização da reforma agrária, a estatização de empresas estrangeiras e o fechamento dos
cassinos. O alinhamento com os ideais defendidos pela União Soviética intensificou o clima de bipolari-
zação da Guerra Fria. No ano seguinte, em 1962, o serviço de inteligência estadunidense fotografou, por
meio de seu trabalho de espionagem, uma série de mísseis que estavam supostamente prontos para laçar
um ataque sobre os Estados Unidos.
O episódio ficou conhecido como a crise dos mísseis e mobilizou o governo de Washington a criticar
veementemente a tecnologia nuclear soviética colocada em Cuba. Alguns especialistas afirmam que, nes-
se momento de tensão, uma “Terceira Guerra Mundial” de proporções nucleares ficou eminente. Entretan-
to, após algumas negociações, os mísseis foram retirados e a situação da paz armada voltou a caracterizar
as relações entre as duas superpotências.

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História

Um dos desdobramentos mais significativos da Revolução Cubana esteve, entretanto, associado


a um novo posicionamento dos Estados Unidos na geopolítica do continente americano. Se , em um
momento anterior, as relações eram pautadas pela diplomacia e por uma aproximação que ficou de-
nominada como a “política da boa vizinhança”, após a revolução foi predominante o constante receio
de que os ideais cubanos repercutissem por outras regiões da América. Com o intuito de evitar novas
revoluções de caráter socialista, comunista ou anarquista, os estadunidenses passaram a apoiar ações
mais contundentes para afastar a oposição política dos países da América Latina.
Nesse sentido, o intervencionismo estadunidense mobilizou o apoio a movimentos militares em di-
versos países latino-americanos com o objetivo de tomar o poder. Nessa conjuntura, emergiram diversas
ditaduras militares de direita, as quais, de maneira geral, eram caracterizadas como governos autoritários
economicamente alinhados com a potência capitalista. É importante mencionar que todos esses países
estabeleceram sistemas de espionagem, prisão e mortes de um grande número de pessoas associadas
aos movimentos socialistas ou de oposição.
A censura e a opressão também foram marcas recorrentes desses governos. O argumento comumen-
te usado caminhava na direção de um salvacionismo, na medida em que caracterizava o alinhamento à
União Soviética como algo que conduziria a uma catástrofe socioeconômica. Em diversos desses locais,
líderes religiosos cristãos apoiaram os golpes de Estado. Para citar alguns exemplos, listamos: o Brasil
sofreu um golpe em 1964, o Chile em 1973, a Argentina em 1976 e o Panamá em 1989, todos eles apoiados
pelos Estados Unidos e com o estabelecimento de um regime extremamente repressor.

Conexões e tramas

Everett/Shutterstock
Como estudamos no terceiro bimestre do 9o ano, no Brasil, em 1964, um golpe militar
articulado com apoio estadunidense tomou o poder do então presidente eleito João
Goulart. Vale lembrar que o argumento utilizado para legitimar o golpe foi a suposta
“ameaça comunista” sobre o Brasil.

▶ Após contribuir para a revolução em Cuba, Ernesto “Che” Guevara tentou liderar
revoluções socialistas em outros locais do mundo. Para evitar suas atuações na
América Latina, a CIA esteve por trás do seu assassino na Bolívia em 1967.

Viajando na cultura
O documentário Buena Vista Social Club, de Wim Wenders (Senator Film: Alemanha, 1999), conta a história da formação de
um grupo musical cubano que passou a se apresentar em diversos palcos espalhados pelo mundo. É interessante observar
diversos aspectos da cultura cubana que o documentário revela, entre os quais se destaca os ritmos musicais típicos da ilha.
O estilo harmônico e melódico faz referência, em larga medida, às matrizes culturais africanas que chegaram à região em
razão do tráfico de cativos.

Viagem no tempo
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1 O texto a seguir foi escrito por José Martín, cubano entusiasta da independência, em 1890. Leia-o com
atenção e, depois, faça o que se pede.
[Os Estados Unidos] acreditam na necessidade, no direito bárbaro, como único direito: “isto será nosso,
porque dele necessitamos”. Acreditam na superioridade incontrastável da “raça anglo-saxônica contra a
raça latina”. Acreditam na baixeza da raça negra, que escravizaram ontem e humilham hoje, e da indígena,
que exterminam. Acreditam que os povos hispano-americanos são formados, principalmente, de índios
e de negros [...] podem os Estados Unidos convidar a Hispanoamérica a uma união sincera e útil para
Hispanoamérica? Convém à Hispanoamérica a união política e econômica com os Estados Unidos?
Apud. AYERBE, Luis Fernando. A Revolu•‹o Cubana. São Paulo: Editora Unesp, 2004. p. 25.

19
Viagem no tempo
a) Identifique a visão que, segundo o autor, os Estados Unidos tinham da Hispanoamérica.

b) Explique o posicionamento do autor em relação aos Estados Unidos.

c) Tendo em vista seus conhecimentos sobre o tema, produza um pequeno texto respondendo à úl-
tima pergunta colocada por José Martín: “Convém à Hispanoamérica a união política e econômica
com os Estados Unidos”?

2 Podemos dizer que o comportamento dos Estados Unidos em relação à América Latina após a Re-
volução Cubana de 1959 confirma o pensamento de José Martín. Nesse sentido, explique: como o
governo estadunidense atuou na política latino-america a partir desse acontecimento?

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História

2. Criação do Estado de Israel


Um dos pontos centrais para a compreensão dos conflitos que se desdobraram no Oriente Médio em
meio à Guerra Fria (e que repercute nos dias de hoje) foi a criação do Estado de Israel em 1948. A ideia
da construção de um Estado judeu naquela região não era, entretanto, ideia nova na conjuntura do
final da Segunda Guerra Mundial. O sionismo já vinha se desenvolvendo desde o final do século XIX.

Compreendendo o conceito
O sionismo é o movimento nacionalista judaico inaugurado por Theodor Herzl, em 1897. Trata-se de uma perspectiva
defensora da criação de um Estado para os judeus, cuja justificativa se assentava no antissemitismo experimentado por esse
setor social em diversos países europeus. Ao longo do século XX, o movimento ganhou força, sobretudo, em um contexto no
qual se expandiram as ideias totalitárias. Vale lembrar que a população judaica foi perseguida pelo nazismo e direcionada a
campos de concentração entre os anos 1930 e 1940.

É importante destacar que, desde as primeiras décadas do século XX, já havia grande migração de
judeus para a região da Palestina. O local havia sido historicamente o berço da população judaica e da
cultura monoteísta hebraica. O argumento sionista, de maneira geral, caminhava na direção de reivindicar
a terra que havia sido habitada por seus antepassados. Em meio a esse processo migratório, a convivência
com as populações palestinas locais ainda não tinha produzido grandes beligerâncias. Os palestinos eram
árabes islâmicos que moravam na região e compunham a formação social local.
Após a Primeira Guerra Mundial, parte do Oriente Médio havia sido apropriada por potências colonia-
listas. França e Inglaterra assumiram a liderança local em razão do interesse cada vez maior por petróleo.
A abundância dessa fonte de energia na região não pode ser desconsiderada nas análises geopolíticas.
Entretanto, após a Segunda Guerra Mundial, tais países estavam sem condições de mediar as relações lo-
cais – momento no qual o desejo por um Estado nacional judeu passou a pautar de maneira contundente
as discussões internacionais. Os massacres produzidos pelos nazistas contra a população semita mobili-
zaram a opinião pública a concordar com essa demanda.
Nesse contexto, a Organização das Nações Unidas (ONU) assume a liderança e propõem uma parti-
lha do território entre palestinos e judeus.
A intenção da ONU era criar dois estados, A partilha da Palestina proposta pela ONU
um para cada grupo. Entretanto, a maior LÍBANO
parte da terra ficou para a composição
do Estado judaico, o qual abrigaria uma SÍRIA
parcela menor da população local. Já Haifa
uma porção menor de território foi des-
R io Jordão

tinada à formação do Estado árabe; no


entanto, esse povo compunha a maior Tel-Aviv
Mar Mediterrâneo
parte da população local.
Jerusalém
Nessa proposta de acordo, a área de Gaza
Mar
Jerusalém seria internacionalizada, afinal, Morto
a região era também muito significativa
PALESTINA
para os cristãos, pelo fato de o local abri- Canal
gar momentos importantes da história de de Suez
JORDÂNIA
Jesus. A proposta da ONU, no entanto, não
foi aceita pelos palestinos. Em meio a esse EGITO
impasse, houve a proclamação do Estado
de Israel, em 14 de maio de 1948. O reco- N
nhecimento pela ONU da formação desse Estado judeu O L
Estado étnico sem que os moradores que Estado palestino S
ARÁBIA 0 55 km
até então viviam na região concordassem Cidade internacional SAUDITA
com a partilha do território trouxe sérias
consequências para o local. REVISTA LÕHistoire, n. 243. Paris: Societé des Editions Scientifiques, 2003.

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Após a proclamação do Estado de Israel, ocorreu um evento que ficou conhecido como Guerra de
Independência, em 1948. Nele, a nação recém-criada lutou contra uma reunião de países islâmicos, entre
os quais estavam Egito, Síria, Líbano, Iraque e Jordânia, uma vez que esses países não aceitaram a forma-
ção do Estado judeu nas condições em que ela foi realizada. Apesar de Israel estar isolado e em aparente
desvantagem, o país contou com o apoio dos Estados Unidos, o que foi fundamental para a sua vitória.
O interesse estadunidense estava vinculado a ter um forte aliado na região que possuía significativas re-
servas de petróleo.
Como consequência desse conflito, os israelenses anexaram porções dos territórios que haviam
sido determinados, originalmente, para ocupação dos palestinos. Em 1950, Israel também criou a Lei
do Retorno, garantindo a cidadania israelense aos judeus que imigrassem para o país. A quantidade de
judeus que passou a imigrar começou a aumentar, e essas pessoas foram alocadas em lugares que haviam
sido tomados do território palestino. Além disso, vários palestinos que viviam nessas terras foram expulsos
para dar lugar aos judeus imigrantes.

3. Guerra de Suez (1956)


Em 1956, árabes e israelenses se envolveram em um novo conflito: a Guerra de Suez. O início das ten-
sões que se desdobraram nesse embate aconteceu com um golpe de Estado que permitiu a chegada ao
poder de Gamal Abdel Nasser, no Egito.
Nasser colocou em prática uma política nacionalista e militarizada. Entre as iniciativas do novo gover-
no estava a nacionalização do Canal de Suez – ponto fundamental de passagem de navios comerciantes
que interliga o Ocidente e o Oriente.
Até esse momento, a administração do canal era feita por uma associação entre franceses e britâni-
cos. Nesse sentido, as intenções de Nasser não eram bem-vistas pelas potências capitalistas, que enten-
diam que a nacionalização poderia dificultar a dinâmica do comércio transnacional, inclusive fazendo com
que negócios ocidentais no Oriente fossem perdidos em razão do encarecimento dos fretes.
Declaradamente contrário à instituição do Estado de Israel, Nasser se tornou uma figura muito respei-
tada na comunidade árabe. Apoiado pela população, em 1956, ele proibiu a circulação de navios israelen-
ses no canal, impedindo que Israel se abastecesse de petróleo no Golfo Pérsico.
Pouco depois, Inglaterra, França e Israel criaram uma ofensiva militar contra o Egito. Após, aproxima-
damente, uma semana de conflito, os egípcios tiveram baixas consideráveis, e o território foi amplamente
ocupado por militares ingleses, franceses e israelenses. No entanto, pressões dos Estados Unidos e da
União Soviética forçaram a retirada das forças invasoras.
O desfecho do conflito foi marcado por um acordo no qual o Egito seria o principal responsável pela
administração do canal, contanto que não desautorizasse a circulação de navios de qualquer nação. Além
disso, um dos resultados do conflito foi a emergência da liderança egípcia como uma figura importante
no cenário regional contra Israel.

▶ Até os dias atuais, o canal de Suez é fundamental


para as transações econômicas globais.
A imagem mostra um navio repleto de contêineres
atravessando o canal.
ImAAm/Shutterstock

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História

4. Situação dos palestinos


Foi após a proclamação do Estado de Israel que a situação regional dos palestinos se agravou. Parte
da população islâmica tentou encontrar abrigo em países vizinhos, dando início ao problema dos refugia-
dos palestinos. Esses grupos de refugiados se dispersaram por vários países, como a Jordânia, a Síria e
o Líbano. Nesse contexto, foram criados os campos de refugiados, que eram comunidades criadas para
tentar abrigar esse contingente populacional e promover condições minimamente dignas de vida.
Foi nesse sentido que, em 1964, foi criada a Organização pela Libertação da Palestina (OLP). Tra-
tava-se de uma instituição autônoma em relação aos países árabes e que, sobretudo a partir de 1969,
protagonizou a liderança de movimentos que buscavam chamar a atenção internacional para o problema
enfrentado em razão das tensões locais em Israel.
A situação palestina alertou a comunidade internacional, sobretudo entre outubro de 1970 e julho de
1971. O período ficou conhecido como setembro negro pelo fato de comunidades refugiadas na Jordânia
terem recebido ataques do exército local com o objetivo de expulsá-las da região. Essa ação fez com que
membros da OLP saíssem em defesa dos palestinos, entrando em confronto com o exército da Jordânia.
Os esforços militares jordanianos foram responsáveis por causar novos deslocamentos da população
palestina, que precisou encontrar outros locais que recebessem refugiados. Segundo alguns especialistas,
o número de mortes nesse evento chegou a 10 000 pessoas, a maioria civis, que não participavam das
forças armadas de resistência da OLP.
Em meio a essa conjuntura complexa, as tensões se agravaram. Para além da OLP, grupos palestinos
mais radicais lideraram a criação de organizações paramilitares que objetivavam uma atuação violenta
contra Israel e outros países hostis à presença refugiada palestina. Entre esses grupos, destacou-se o
Hamas, que em árabe significa “entusiasmo”. A ideia do grupo é se constituir como movimento de resis-
tência islâmica na defesa dos interesses palestinos. Sua atuação tem ganhado muito destaque na grande
mídia em razão de ser o grupo que governa a faixa de Gaza atualmente.

John Englart/flickr/Creative Commons 2.0

▶ Manifestação palestina questionando a morte de crianças nos conflitos árabe-israelenses. Destaca-se a bandeira da Palestina,
adotada pela OLP em 1988 como símbolo do movimento.

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Para ampliar contextos
A questão palestina foi duramente exposta nos meios de comunica-

HUSSEIN HUSSEIN/PPO/FILES/AFP
ção internacionais e denunciada aos órgãos vinculados à ONU por meio
dos esforços de várias lideranças. Entre elas destacou-se a atuação de
Yasser Arafat. Presidente da OLP de 1969 a 2004, Arafat foi uma liderança
palestina reconhecida em todo o mundo, sobretudo por apontar que os
interesses econômicos e geopolíticos oriundos da Guerra Fria no Oriente
Médio eram os principais responsáveis pela condição à qual as populações
islâmicas estão sendo expostas. Em diversos momentos em que se tentou
organizar acordos de paz, Arafat era chamado para as discussões com as
lideranças israelenses e de outras grandes potências internacionais.
▶ Yasser Arafat foi condecorado com o Prêmio Nobel da Paz em 1994 em razão dos
seus esforços para colocar fim ao conflito árabe-israelense.

Para pensar!
SEF09HI13

Refugiado é uma pessoa que pede abrigo político em um determinado país em razão de ter experi-
mentado, no seu local de origem, perseguições políticas, religiosas ou condições insustentáveis de vida.
Foi o caso dos palestinos, que passaram a ser duramente perseguidos em Israel. As autoridades judaicas
não toleravam a presença da população islâmica, que foi excluída de participação política e representação
nas instituições de governo. Sobre os refugiados palestinos, leia o texto a seguir.
No Brasil, pouco se conhece sobre a real complexidade do problema existente há décadas entre Israel e
Palestina. Mas a “catástrofe”, denominada assim pelos palestinos, pode ser resumidamente compreendida se
pensarmos a partir de 14 de maio de 1948, quando Israel foi fundado, e 750 mil deles tiveram que fugir de suas
casas para países vizinhos ou foram expulsos pelas tropas israelenses.
O ano de 1948 era apenas o começo de um conflito que dura até hoje e parece longe de um acordo de paz.
Mas a pergunta é: “Como e onde vivem esses refugiados atualmente?” Cerca de 5 000 estão no campo de refu-
giados de Aida. Centenas deles sentiram na pele toda essa mudança de vida, e o restante foi a herança deixada
por eles de uma vida toda de sofrimento e luta pela liberdade.
O campo de Aida foi criado em 1950 na Cisjordânia, mais precisamente em Belém. A cidade é considerada
sagrada, porque, segundo a Bíblia, foi o local do nascimento de Jesus Cristo. Uma região em que supostamente
deveria reinar a paz é palco de um conflito que parece eterno, uma panela de pressão, sempre prestes a explodir.
Um acordo entre Israel e Palestina é complicado, já que os conflitos vão além de divergência religiosa, dinheiro,
disputa por territórios e questões políticas. Mexe com o ego, vontade de exercer a liberdade de ir e vir e com o fu-
turo de milhares de famílias, misturado com mágoa do que já passou e indignação por parte de quem perdeu casa,
integrantes da família e até a própria identidade, já que o território palestino não é oficialmente considerado um
país – embora seja considerado membro observador da ONU, mesmo status conferido ao Vaticano.
O acampamento foi estabelecido pela UNRWA, entidade da ONU (Organização das Nações Unidas) responsável
especificamente pelos refugiados palestinos, que o arrendou do governo da Jordânia – que à época controlava a região.
REFUGIADOS do próprio país, palestinos vivem há décadas em campos na Cisjordânia. MigraMundo, 29 jan. 2019.
Disponível em: <https://migramundo.com/refugiados-do-proprio-pais-palestinos-vivem-ha-decadas-
em-campos-na-cisjordania/>. Acesso em: 21 maio 2021.

A notícia evidencia, entre outras coisas, a continuidade das tensões iniciadas na conjuntura da Guerra
Fria. Tendo em vista seus conhecimentos e as informações trazidas na reportagem, debata com os
colegas a respeito das seguintes questões.
1. Qual atitude os países deveriam assumir diante do problema dos refugiados?
2. O que você faria se possuísse poder para intervir nos problemas expostos?
3. Qual é a importância da ONU para a questão dos refugiados palestinos?

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História

5. Guerra dos Seis Dias (1967)


Após a Guerra de Suez, Gamal Abdel Nasser, liderança egípcia naquele contexto, ampliou seu poder
no Oriente Médio. Diversos países árabes discutiam alternativas para conter o avanço de Israel. Em 1967,
Nasser deslocou tropas para a fronteira com Israel e solicitou formalmente que as forças da ONU que
estavam na região se retirassem. Além disso, ameaçou fechar o estreito de Tiran aos navios que tinham
Israel como destino. Como em outras ocasiões, a Jordânia, a Síria e o Iraque apoiaram a iniciativa egípcia.
Como resposta, Israel lançou um ataque preventivo surpresa contra os países árabes. Síria e Jordânia
foram alvos da força aérea israelense, que destruiu também grande parte da aviação egípcia ainda no
solo. Em poucas horas, os árabes já haviam perdido mais de 400 aeronaves. Em outra ofensiva, o Exército
terrestre israelense se apropriou da região das colinas de Golan, ao norte do país, grande parte da Cisjor-
dânia, além da faixa de Gaza e da península do Sinai. O avanço israelense só foi parado após o abatimento
acidental de um navio estadunidense. O fato favoreceu as pressões da ONU por um cessar-fogo na região.
Apesar de ter durado somente 6 dias, a vitória israelense foi avassaladora.
Entre as consequências do conflito, pode-se destacar a ampliação do território israelense. O país as-
sumiu parte dos territórios pertencentes ao Egito, à Jordânia e à Síria. Ao passo que as lideranças árabes
se enfraqueceram, Israel consolidou sua força militar e a liderança geopolítica regional. A capacidade de
enfrentamento em combate demonstrada na Guerra dos Seis Dias pode ser considerada também uma
sinalização para os outros países árabes
É importante destacar que, já nessa conjuntura,

Reprodução/Biblioteca do Congresso,
Washington, EUA.
havia uma forte aproximação entre Israel e os Estados
Unidos. Nesse sentido, armar um país que se posicio-
nava de maneira contundente em um local significa-
tivo do ponto de vista da exploração do petróleo era
fundamental para evitar a associação dos soviéticos
com os países árabes.
Aproximadamente três anos após a Guerra dos
Seis Dias, Gamal Abdel Nasser morre no Egito. A su-
cessão do poder naquele país aconteceu com a chega-
da de Anwar Sadat. Diferentemente de Nasser, Sadat
possuía uma postura isolacionista e, em larga medida,
contrária à união dos povos árabes na luta contra Is-
▶ Anwar Sadat construiu uma relação de aproximação com
rael. Esse posicionamento, entretanto, não impediu os Estados Unidos. Na foto, ele (à esquerda) se encontra
que o clima de beligerância diminuísse na região. com o presidente estadunidense Jimmy Carter (à direita).

6. Guerra do Yom Kippur (1973) e a crise do petróleo


Yom Kippur é o nome dado a um feriado judeu celebrado anualmente. Sua importância está associada
à crença de que a data é a oportunidade de, por meio do jejum, celebrar o perdão sobre os erros come-
tidos em relação ao próximo. Como o calendário judaico é diferente, nem sempre a referência gregoriana
cai no mesmo dia do ano. Por exemplo, enquanto em 2019 o feriado foi realizado no dia 9 de outubro, em
2020 a celebração ocorreu em 28 de setembro.
Na conjuntura das tensões no Oriente Médio durante a Guerra Fria, a data do feriado judeu foi esco-
lhida para a realização de um ataque sobre Israel liderado por Egito, Síria e Jordânia. Apesar da postura
isolacionista de Anwar Sadat, a ocupação sobre o território da península do Sinai após a Guerra dos Seis
Dias foi um fator que alimentou as pretensões militares árabes.
A simbologia do ataque em meio à celebração religiosa judaica demonstra como as questões geopolí-
ticas se misturam com elementos culturais. Os países islâmicos conduziram uma significativa ofensiva naval
e terrestre. Apesar da vitória inicial, o apoio logístico estadunidense a Israel contribuiu para a expulsão dos
invasores. Em 25 de outubro de 1973, negociações que contaram com presença estadunidense e soviética
determinaram o cessar-fogo.

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Entre as consequências da Guerra do Yom Kippur, como ficou conhecida, destaca-se o fato de Israel
ter sofrido contundentes baixas, tal como os países islâmicos. No entanto, apesar da aparente fragilidade,
parecia claro aos povos islâmicos do Oriente Médio que o poderio militar israelense era desproporcional e
que um combate direto dificilmente acarretaria uma derrota israelense.
Nesse sentido, emergiu outra arma de combate, não militar, mas econômica. A Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (OPEP), composta principalmente de países árabes, criou um boicote aos Esta-
dos Unidos e a alguns países europeus, quadruplicando o preço do barril no mercado internacional. O valor
passou, em 1974, de 3 para 12 dólares por barril. Os efeitos dessa ação repercutiram como uma bomba na
economia desses países. O objetivo era pressionar a comunidade internacional para que Israel renunciasse aos
territórios apropriados desde a Guerra dos Seis Dias. Nesse sentido, o petróleo havia se tornado uma “arma
política”. A iniciativa da OPEP foi responsável por uma crise econômica global – a chamada crise do petróleo.

Conexões e tramas
Na conjuntura dos anos 1970, a economia mundial já havia se globalizado, de modo que diversas conexões e dependências
em plano transnacional já estavam estabelecidas. No terceiro bimestre no 9º ano, estudamos que os efeitos da crise do
Petróleo no Brasil repercutiram no fim do “milagre econômico” do governo Médici, durante a Ditadura Civil-Militar. Os altos
índices de crescimento foram impactados, criando -se um cenário de inflação e desemprego.

Diante dessa crise que impactou a economia globalizada, nos

Everett/Shutterstock
países ocidentais, a questão que pairava no ar era como reconstruir
o capitalismo em meio a esse cenário. A opção escolhida por países
como Inglaterra e Estados Unidos foi desenvolver algumas medidas
que, de maneira geral, podem ser enquadradas como neoliberais.
Entre as medidas adotadas estavam a garantia de estabilidade
monetária, a redução dos gastos estatais com serviços públicos (ciclo
de privatizações) e a restauração de taxas “naturais” de desemprego.
A ideia era que certa parcela de desempregados era importante para
uma autorregulação dos salários, permitindo a ampliação nos inves-
timentos. De maneira geral, a prioridade estava centrada na volta do
crescimento econômico.
Entre as lideranças que apoiavam essas mudanças estava Margareth
Thatcher, na Inglaterra. Seu governo durou de 1979 a 1990 e foi mar-
cado por inúmeros cortes sociais, os quais alimentavam a insatisfa-
ção da classe trabalhadora. A maneira como Thatcher lidou com as
greves e manifestações sociais foi muito dura, repercutindo ideais ▶ Em meio à crise do petróleo, a General
Motors experimentou o lançamento dos
antissindicais por meio da repressão policial. Não raro, confrontos
primeiros carros elétricos. Tratava-se de
entre as forças de segurança pública e os trabalhadores causaram uma fonte de energia alternativa para a
mortes. Tal postura fez com que Thatcher ficasse conhecida como a mobilidade urbana.
“dama de ferro”.
Graham Wood/Daily Mail/Shutterstock

Os resultados do neoliberalismo foram


paradoxais. Apesar de as medidas austeras
terem sido bem-sucedidas em reduzir a in-
flação e os impostos sobre os salários, houve
o aumento do número de desempregados e,
por consequência, das desigualdades sociais;
além da derrota do movimento sindical e da
redução das greves.

▶ Margaret Thatcher ficou


reconhecida por ter sido
a primeira mulher eleita
como chefe de governo
na história Ocidental.

26
História

Para ampliar contextos


O movimento punk k surgiu na Inglaterra dos anos 1970 em

Alamy/Fotoarena
face dos problemas de desemprego e desigualdade experimen-
tados como consequência da crise do petróleo. Argumentan-
do a favor dos ideais defendidos pelos setores do operariado
inglês, a própria estética era direcionada para criticar e causar
impacto entre a população conservadora inglesa. Entre as mani-
festações do movimento estavam diversas bandas de rock k que
ecoavam em suas letras palavras de protesto.
▶ Integrante do movimento punk, em Londres.

Para construir
SEF09HI13

1 O texto a seguir foi escrito pelo historiador Eric Hobsbawm. Leia-o com atenção e, depois, faça o que
se pede.
Em meados da década de 1970, o mundo entrou no que se chamou de Segunda Guerra Fria. Coincidiu
com uma grande mudança na economia mundial, o período de crise a longo prazo que caracterizaria as
duas décadas a partir de 1973 e que atingiu o clímax no início da década de 1980. Contudo, de início a
mudança no clima econômico não foi muito notada pelos participantes do jogo das superpotências, a não
ser por um súbito salto nos preços da energia provocado pelo bem-sucedido golpe do cartel de produtores
de petróleo, a OPEP, um dos vários acontecimentos que pareceram sugerir um enfraquecimento no domínio
internacional dos EUA.
HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 241.

a) Cite um trecho do texto que identifica a causa para a crise do petróleo.

b) Explique por quais motivos os anos 1970 marcaram um aparente “enfraquecimento no domínio
internacional dos EUA”.

2 Explique a conjuntura na qual ocorreu a crise do petróleo na década de 1970.

27
Para construir

3 Explique qual foi a alternativa encontrada pelo capitalismo para resolver os problemas gerados pela
crise do petróleo.

Faça você mesmo


EF09HI29; EF09HI30; SEF09HI13

1 Defina o que foi a Revolução Cubana.

2 O texto a seguir fala sobre o governo de John F. Kennedy, presidente estadunidense que governou
o país na conjuntura da emergência do socialismo em Cuba. Leia-o com atenção para fazer o que
se pede.
O eixo inicial da mudança de rumos proposto por Kennedy será a promoção de reformas econômicas
e sociais, o que não significa o abandono das políticas preventivas e repressivas das administrações
precedentes. Na prática, nos dois campos haverá inovações e aperfeiçoamento dos instrumentos de política
externa, que serão combinados de forma a atender às exigências colocadas pela conjuntura desses anos.
A postura do governo Kennedy será pragmática: para implementar a política de reformas estruturais, criará
a Aliança para o Progresso (Alpro) e, para prevenir novas experiências inspiradas na Revolução Cubana, a
política de treinamento e aparelhamento das forças repressivas latino-americanas será reforçada.
AYERBE, Luis Fernando. A Revolução Cubana. São Paulo: Editora Unesp, 2004. p. 47.

a) Identifique as duas atuações de Kennedy em sua política externa.


b) Explique, com base no texto, como ocorreu o intervencionismo estadunidense sobre a América
Latina para evitar o avanço das ideias soviéticas no contexto da Guerra Fria.

3 O texto a seguir foi escrito por Gamal Abdel Nasser em 1963.


A política externa da República Árabe Unida é o reflexo verdadeiro e leal de sua ação nacional. Quando
a política externa de uma nação deixa de ser esse reflexo, transformou-se numa impostura, pois não
expressa verdadeiramente a realidade nacional. É fácil aos povos o desmascaramento da impostura. [...]
A amarga derrota do imperialismo na guerra do Suez colocou um Ponto Final na era das aventuras armadas
imperialistas no Oriente Médio.
MARQUES, Adhemar Martins; BERUTTI, Flávio Costa; FARIA, Ricardo de Moura. História do tempo presente. 2. ed.
São Paulo: Contexto, 2007. p. 171.

O posicionamento de Nasser evidencia uma postura de:


a) alinhamento ao capitalismo estadunidense.
b) unidade com as forças israelenses.
c) pacificação dos conflitos no Oriente Médio.
d) expulsão das imposições imperiais na região.
e) desinteresse em relação ao canal de Suez.

28
História

Faça você mesmo

4 Observe a imagem produzida na conjuntura dos conflitos no Oriente Médio.

Gianni Dagli Orti/Shutterstock


▶ USA: Em inglês, Estados
Unidos da América.

Construa um parágrafo analisando a crítica presente na imagem à luz dos seus conhecimentos sobre
a bipolaridade da Guerra Fria e as tensões entre Israel e os países árabes.

5 Leia com atenção o trecho que fala sobre a crise do petróleo nos anos 1970.
O poder de influir decisivamente na formação dos preços de petróleo passou, então, para a OPEP, criada
em 1960 e tendo a Arábia Saudita como seu membro mais influente. Esse poder ficou bastante evidenciado
após a Guerra Árabe-Israelense (Yom Kippur), entre Egito e Síria de um lado e Israel do outro em outubro
de 1973. Como os EUA e muitos países ocidentais apoiaram Israel, os países árabes e o Irã impuseram
aos mesmos um embargo no fornecimento de petróleo que resultou num decréscimo líquido da produção
mundial de 4 milhões de barris diários até março de 1974. A consequência imediata foi que o petróleo teve
seu preço quadriplicado no final desse ano.
PEDROSA, Oswaldo; CORRÊA, Antônio. A crise do petróleo e os desafios do pré-sal. Boletim de Conjuntura, v. 2, p. 4-14, 2016. p. 8.

Com base no texto, construa um parágrafo relacionando a atuação da OPEP às transformações eco-
nômicas globais na década de 1970.

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