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Etapa Ensino Fundamental

Anos Finais História

A Revolução Cubana
9º Ano
Aula 3 – 3º bimestre
Conteúdo Objetivos
• Contexto histórico da • Compreender as principais
Revolução Cubana; causas, acontecimentos e
consequências da Revolução
• Principais características do
Cubana;
período pré-revolucionário
em Cuba; • Analisar as ideias, os líderes e
os movimentos revolucionários;
• Causas e movimentos;
• Líderes e ideias; • Identificar as mudanças
políticas, econômicas e sociais
• Revolução e contexto para a sociedade cubana e para
global. a geopolítica mundial.
Foco no conteúdo
Cuba é a maior ilha do Caribe na América Central e fica apenas
a 170 km do litoral dos Estados Unidos. Seria por isso que
Cuba representaria um ponto estratégico tanto para os EUA
como para a URSS? Se considerarmos a distância entre a
URSS e Cuba, temos 9.550 km. Por que, então, os dois países
tinham tanto interesse em Cuba?
Cuba antes da Revolução! Mapa político das Américas
Cuba enfrentava uma série de desafios políticos, sociais e econômicos. Durante
grande parte do Século XX, o país foi governado por uma sucessão de ditadores,
sendo o mais notório deles Fulgencio Batista (1952 – 1959). Durante seu
governo, Cuba viveu uma profunda desigualdade social, com a economia do país
nas mãos de poucos: grandes latifundiários e empresas estrangeiras controlando
setores-chave, como o açúcar e o turismo. Enquanto isso, a maioria da população
era pobre e com acesso limitado a serviços básicos, como saúde e educação.
A corrupção era generalizada, havia uma intensa repressão política ou seja,
opositores e ativistas eram duramente perseguidos, presos e torturados. Sua política
de relações internacionais permitia um amplo acesso e interferência estrangeira,
sobretudo dos EUA, como um reflexo do modelo imperialista norte-americano
praticado desde a sua independência.
Foco no conteúdo
Nesse contexto de ausência de liberdades civis
individuais e políticas, Fidel Castro e um grupo de
revolucionários, incluindo Che Guevara, iniciaram uma
luta armada contra o governo de Batista.

Eles queriam derrubar a ditadura, estabelecer um


governo mais justo e acabar com as desigualdades
sociais. A revolução ganhou um apoio popular
considerável e, em 1959, Fidel Castro e seus
seguidores conseguiram tomar a capital Havana e,
consequentemente, o poder.

(...) O caminho para a revolução pela longa guerra de


guerrilha foi descoberto um tanto tardiamente pelos
revolucionários sociais do século XX (...). A própria palavra
"guerrilha" não fazia parte do vocabulário marxista até depois da Che Guevara, Fulgencio e Fidel Castro
Revolução Cubana de 1959...

(HOBSBAWM, Eric J. Era dos Extremos: o breve século XX:


1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.)
Na prática
A guerrilha foi fundamental para a vitória do Movimento 26 de Julho, liderado por Fidel Castro e Che
Guevara, em 1959. O grupo revolucionário cubano optou por essa estratégia por acreditar que a ditadura
instalada no país eliminaria a possibilidade de uma oposição ao regime por meios legais.
Vale ressaltar “guerrilha” deriva da palavra espanhola guerrilla, que se popularizou no país ibérico durante
as batalhas populares contra a invasão das tropas de Napoleão Bonaparte, entre 1808 e 1812. Guerrilla
significa “pequena guerra”, e as principais táticas empregadas eram sabotagens, atentados, emboscadas,
barricadas improvisadas, cercos etc. O termo passou a ser associado a ações similares, perpetradas em
diversos contextos e regiões diferentes do globo, desde o século XIX até a atualidade.

Durante o período da Guerra Fria, os Estados Unidos e a União Soviética tinham interesses estratégicos e
ideológicos em relação à Cuba, o que contribuiu para a rivalidade entre as duas superpotências e para a
Crise dos Mísseis em 1962. Para os Estados Unidos, Cuba estava localizada geograficamente muito
próxima a seu território, o que a tornava um problema estratégico. Além disso, a economia cubana era de
grande interesse para os EUA, uma vez que empresas americanas tinham investimentos significativos em
setores-chave, como o açúcar e o turismo.
Quando Fidel Castro assumiu o poder em Cuba, após a revolução, ele promoveu uma série de reformas na
ilha que desafiou os interesses econômicos dos Estados Unidos. A nacionalização de empresas e de
terras afetou diretamente as empresas americanas, que perderam propriedades e ativos em Cuba.
Foco no conteúdo
Em retaliação, os EUA adotaram o embargo econômico, com o objetivo de enfraquecer o governo cubano e
recuperar o controle sobre a economia cubana. Além dos interesses econômicos, havia uma dimensão
ideológica na rivalidade entre os EUA e Cuba. Fidel Castro e seu governo declararam-se socialistas e criaram
laços estreitos com a URSS em uma ameaça direta à influência e ao domínio dos EUA Latina. Havia um temor
de que o exemplo cubano inspirasse movimentos revolucionários em outros países da região.
Por sua vez, a União Soviética viu em Cuba uma oportunidade para expandir sua influência na América Latina
e desafiar os Estados Unidos em sua "zona de influência". A proximidade geográfica de Cuba com os EUA e a
presença de um governo socialista disposto a cooperar com Moscou possibilitaram à União Soviética
estabelecer uma presença militar estratégica, próxima ao território americano.

A Crise dos Mísseis – 1962


Durante a Guerra Fria, a União Soviética forneceu apoio econômico e militar à Cuba, incluindo a
instalação de mísseis nucleares na ilha, em 1962. Essa ação desencadeou a crise dos mísseis cubanos,
que quase provocou um conflito nuclear direto entre os Estados Unidos e a União Soviética.
Os interesses dos EUA em relação à Cuba durante a Guerra Fria estavam ligados à segurança nacional, aos
interesses econômicos e à manutenção de sua influência na América Latina.
A União Soviética viu em Cuba uma oportunidade de desafiar os Estados Unidos e estabelecer proximidade
geográfica e estratégica em relação a seu principal adversário.

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