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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE HUMANIDADES
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

ALLAN VICTOR PIMENTEL SAUNDERS E MÁRCIO LIMA DE ANDRADE


FILHO

TRABALHO: ANÁLISE DA REVOLUÇÃO CUBANA COM BASE NO FILME


“CHE: O ARGENTINO”.

FORTALEZA
2022
CHE: O ARGENTINO

“Lisa Howard (Journalist): How does it feel to be a symbol?

Che: A symbol for what?”

A película de Steven Soderbergh trás a público um enredo bastante discriminado pela


hegemonia hollywoodiana nos cinemas ao redor do mundo: A revolução cubana, tendo
como plano de fundo e protagonista Ernesto Che Guevara. O diretor decide trazer a
frente pública de um revolucionário latino americano em ascensão, o rosto da mídia,
com discursos na ONU e entrevistas de prestígio com repórteres ocidentais. O filme irá
ter como recorte temporal iniciado no primeiro encontro de Che e Fidel no México,
durante o período de exilio de Fidel, até a tomada do poder de Cuba pela guerrilha.
Porém, antes de abordar a própria revolução, faz-se mister contextualizar os conflitos
políticos, culturais e sociais de Cuba que levaram a revolução armada.

PRÉ-REVOLUÇÃO

Sabe-se que uma das pautas mais debatidas durante e após a revolução era a bandeira
anti-imperialista, no entanto, este discurso já era bastante presente nos movimentos
revolucionários cubanos desde a luta pela independência. Cuba foi o último país da
américa espanhola a se tornar independente e essa luta foi encabeçada por José Martí –
uma das grandes influencias de Fidel – e de caráter popular. A influência norte
americana dentro do país cubano pode ser encontrada dentro de diversos momentos da
história de Cuba, com isso, acredita-se que primeira tenha acontecido em 1902 com a
intervenção das tropas militares norte-americanas dentro do país e a instauração da
Emenda Plate (1902-1933) na constituição de Cuba. Esta Emenda concedia aos Estados
Unidos inúmeros benefícios e poderes, entre eles, intervir na economia cubana e proibir
qualquer tipo de relação bilateral com outros países que tivesse produtos concorrentes
das grandes empresas estadunidenses. Em 1933, acontece outra revolução de caráter
popular que ficou conhecida como “Revolução de 33”, dentre algumas conquistas se
destacam a derrubada da Ementa Plate e a garantia da jornada de 8h de trabalho. No
entanto, engana-se quem pensa que a influência dos ianques dentro de Cuba pararam
após esta revolta, pois, em 34 é aprovada o tratado de reciprocidade que dava aos
Estados Unidos taxações reduzidas e, como troca, foi concedida a Cuba “uma parte do
mercado americano para o açúcar, o rum e o fumo menor do que a de 1902.”
(MCGILLIVRAY, Gillian). Em 1940, chega ao poder do governo cubano Fulgencio
Batista, militar cubano e parte da elite de Cuba. Para se ter uma ideia, Batista possuía
em seu patrimônio 5 empresas agropecuárias, 10 empresas de comunicação e
publicidade, 11 empresas de turismo, 7 empresas de transportes aéreos, 3 empresas de
serviços metropolitanos, 7 bancos de investimentos e 22 empresas de construção civil
(não a toa, o militar ficou conhecido como ditador do cimento por ter feito obras
monumentais contratando as próprias empresas). O mandato de Batista chega ao fim em
1944, e seus sucessores Ramón Grau e Carlos Prío obtiveram dois mandatos pelo
Partido Revolucionário Cubano Autentico que tiveram um leve caráter político
nacionalista e protecionista o que vinha contra todos os antigos governos cubanos que
eram subordinados as políticas norte-americanas. A figura de Fulgencio, já era
conhecida pelos militares estadunidenses pelas suas concessões aos EUA e pela sua
atuação no combate as revoluções de 33, com isso, a CIA organiza um golpe nas
eleições de 1952 e escolhe Batista para assumir o cargo de presidente dando inicio da
Ditadura Cubana.

A REVOLUÇÃO:

A revolução cubana que teve seu inicio em 1953, em seus aspectos ideológicos e
participativos teve grande influência da ideologia marxista, a qual defende que os
proletariados que vivem em opressão pelo estado capitalista que rouba seus direitos,
unam-se em uma única causa e que se imponham para quebrar esse estado, e que nessas
condições será preciso o uso de armas, para combater fisicamente aos seus opositores.
Deste modo a revolução cubana aconteceu, várias frentes revolucionarias estavam
emergindo no mesmo momento, algumas pregavam por parte dos proletariados, outras
para os camponeses, algumas ainda tinham em suma um desejo capitalista, visto que
concordavam com a revolução, mas as terras que fossem conquistadas deveriam ser
repartidas, entretanto só para quem tivesse a oportunidade de pagar, e entre essas formas
de ideologias que se completam e divergem estava junto o movimento 26 de julho ao
qual Che Guevara e Fidel castro faziam parte, uma guerrilha de homens e mulheres que
tinha sua organização militar, existindo nela patentes hierarquizadas. Esse movimento
paramilitar, dividiu-se em várias frentes para que pudesse cercar mais cidades ao
mesmo tempo, ou mesmo cercar um cidade de fora para dentro em vários pontos
estratégicos não dando opção para as forças de Fulgêncio Batista conquistarem vitória.

No caminhar da revolução, o movimento 26 de julho quando sitiava uma cidade e a


incorporava, ou mesmo nas zonas rurais, iam tentando aderir mais pessoas para
fortificar a revolução, existia entre eles uma regra que deveria ser cumprida, a de saber
ler e escrever, visto que era preciso passar mensagens, entender por escrito a região a
qual tentaria ser obtida, ler os aspectos ideológicos a qual o movimento fazia parte e
entender qual era sua perspectiva. Assim sendo selecionados novos participantes, a
caminhada continuava a enfrentar as forças policias e militares de Cuba, que resistiu por
cerca de quase 7 anos até a fuga de Fulgêncio, e a vitória do povo cubana estivesse
obtida.

No momento em que a revolução estava em ativa, eles tinham que ter suas regras e
essas mesmas se descumpridas tinham suas punições, e algumas delas seria a morte,
haja visto que ia de total regresso ao que eles iam de acordo, entre esses o estupro era
visto com total desaprovação e sua punição seria a morte. Contudo a revolução pregava
a união do povo cubano que sofria com o imperialismo americano que queria suas
riquezas naturais e fazer de Cuba um laboratório para seus interesses, entretanto com
grande parte do povo cubano não aceitando essas imposição de um país estrangeiro,
lutaram para conquistar sua liberdade e a obtiveram quando tomaram todas as cidade,
incluindo Havana a capital de Cuba.

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