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CENTRO DE HUMANIDADES II
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
HISTÓRIA MODERNA
Resenha - Costumes em comum: Patrícios e Plebeus - E.P. Thompson
João Paulo Batista Braga - 494906
Márcio Lima de Andrade Filho - 499712
Importante pontuar a forma também em que o autor irá buscar interpretar esse tom
patriarcal, usando de interpretações, impressões e que culminam no levantamento de
hipóteses, como o mesmo afirma indo além de um viés de adivinhação. Assim, a princípio a
sociedade inglesa apresentaria poucas características paternalistas, sendo um momento em
que teríamos a importância do dinheiro e a valorização dos rendimentos. Basicamente tudo na
sociedade iria seguir esse comportamento, indo desde a realização de cerimônias entre a
aristocracia e a gentry, como a compra de cargos e postos que seriam possíveis de serem
comprados e vendidos.
É o momento da obra em observarmos a real importância e funcionalidade do
dinheiro, como é um agente que promove princípios básicos, como os de liberdade,
privilégios, compra de cargos, enquanto nesse mesmo momento aqueles que sustentam essa
pirâmide social tanto sofre. Entrando mais especificamente na temática dos cargos, como dito
anteriormente realmente haveria essa compra de cargos, sejam eles trabalham titulares de
prestígio, justiça, algo que realmente seria negociado, de modo a ter suas normas, não
podendo ser comprado e vendido por qualquer um. A influência da política também seria
notório nesse processo, todavia haviam cargos incertos, dessa maneira era importante a posse
de grandes propriedades rurais, pois essas mesmas eram seguras e hereditárias. É o momento
em que percebemos o estado sendo palco para as maiores barbáries, tudo isso em nome do
rei, a influência polícia como um mecanismo de aumento dos lucros do até como Thompson
referência no texto, o exemplo dos cercamentos e assim um momento inoportuno para o
"Paternalismo". Um imaginário bem diferente quando se pensa política no século XVIII.
Avançando no debate, outro ponto interessante que vale o comentário é as movimentações da
então classe média. É o instante em que teríamos o movimento de criar sua própria sociedade
civil, classe essa que nas 7 primeiras décadas não teria uma oposição capaz de ser eficaz em
relação ao poder oligárquico. Juntamente a essa abordagem, o autor demonstra que mesmo
com todos esses abusos, numa espécie de parasitismo, haveria então algumas regras que
impediram a anarquia total. Dentre elas, podemos citar a tradição "Contry", o papel da
imprensa, o papel da lei com objetivo de ser uma autoridade "imparcial", enquanto
observamos todo um sistema enfraquecido e com uma burocracia corrupta, além da
resistência da "multidão", abrangendo membros da pequena "Gentry" até os mais pobres.
Sendo assim, Edward buscaria relacionar a discussão em torno da "Gentry" e a multidão.
Seguindo na cronológicas dos tópicos, o inglês iria a fundo a pensar a relação entre o
trabalhador e os senhores, cujo é o momento em que se há uma certa independência da
relação de clientela da “Gentry, em companhia do pensamento de que as mudanças dos
costumes do trabalhos não foram rápidos. Rupturas essas que já foram trabalhadas e
discutidas durante a disciplina, no qual seria presente uma falsa ideia de mudanças, sejam
elas a modelos econômicos, modos de produção e de vida mesmo. Desse modo, temos a
contextualização sobre a mudança do papel dos senhores, especialmente sobre o comando
paternalista em detrimento aos modos de vida desses trabalhadores, que então estavam sendo
desfeitas. Então observamos as primeiras mudanças, dentre elas, é possível destacar a
mudança qualitativa na relação de trabalho, proclamação de direitos ao trabalhador rural e a
presença até mesmo feiras de contratações. Nessa altura, a subordinação está sendo um objeto
de negociações, simultaneamente a um trabalho “mais livre” e um modo de vida além da
disciplinarização do relógio e das fábricas. O papel das feiras também se faz presente. É o
ponto que o trabalho “livre”, ofereceu um declínio de antigas formas de produção e de
disciplinarização, além disso, Thompson entende que nesse século XVIII, o velho
paternalismo estaria entrando em crise.
Thompson demonstraria que crise talvez fosse um termo forte a ser utilizado, dessa
maneira, o autor irá analisar os intermédios dos controles que ainda se faziam presentes, de
modo a ser notório a influência da hegemonia cultural das classes dominantes, algo praticado
pela “Gentry” na Inglaterra do século XVIII. Outro ponto pontuado pelo mesmo, seria a
credibilidade da “Gentry” está muito ligado a visibilidade de suas funções, também ligados a
fatores estéticos e até mesmo a grandiosidade de suas residências, o autor citava que as
aparições dessa parcela da população eram quase como uma performance teatral. Por fim,
essas performances também seriam utilizadas em festividades, ao mesmo tempo em que os
pobres seriam utilizados, como cúmplices da sua própria opressão, paralelamente a isto a
justiça teriam presentes resquícios desse “paternalismo” artificial, com as prerrogativas de
serem clementes, algo percebido em todo o debate do texto.