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• INTRODUÇÃO
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Em 1972 foi a vez de Salvador Allende retribuir a visita de Fidel Castro. Na ocasião, 13 de dezembro de
1972 discursou na Plaza de la Revolución, em Havana. O discurso de Allende está disponível em: https://
www.marxists.org/espanol/allende/1972/diciembre13.htm.
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“Levando em conta a greve das minhas cordas vocais”, brincou Fidel, “permitam vocês que nós pe-
çamos ao nosso querido presidente que hoje fale em nome do Chile e de Cuba” (Castro, 1971, p. 77).
274
Houve apreensão durante esses dois dias, pois os chefes de Estado navegaram juntos em uma zona
de alta periculosidade. El Mercurio, Allende y Castro en zona de canales. 20/11/1971.
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Entre as atividades de Fidel nestes dias estão uma visita à CEPAL com a presença do economista Raul
Prebisch, uma passagem pela Universidade Técnica do Estado, um encontro com sacerdotes revolucio-
nários do agrupamento Cristãos pelo Socialismo, viagens às comunas de San Miguel, Rancagua, Santa
Cruz e Valparaíso, discursos em Estádios, reuniões com as Forças Armadas, com ministros de estados,
além de conferências de imprensa. O itinerário dos 24 dias de Fidel Castro no Chile pode ser visualizado
no mapa que acompanha este artigo, anexo I.
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nou-se na voz do deputado Victor Carmine, alegando que o líder cubano falava
todos os dias nos jornais e rádios e estaria dando conselhos sobre como fazer a
revolução e como unificar a esquerda no país, uma clara ingerência na política
interna276. O PN chegou a apresentar um “proyecto de acuerdo” para que se
declarasse oficialmente encerrada a visita oficial, o que de fato não ocorreu.
A esquerda latino-americana estava dividida após o XX Congresso da
União Soviética (1956), que além de denunciar os crimes de Stalin, aprovou
a linha política da coexistência pacífica, sugerindo uma transição ao socia-
lismo que prescindia da insurreição armada. Esse congresso despertou con-
trariedade da China e dividiu as esquerdas em várias as partes do mundo.
Na América Latina, a vitória da Revolução Cubana de 1959 e a declaração
oficial do seu caráter socialista em 17 de abril de 1961, acirrou ainda mais o
clima de controvérsias. No Chile dos anos 1960, os dois principais partidos
de esquerda, Partido Comunista (PC) e Partido Socialista (PS), aprovaram
em seus programas políticos distintas resoluções sobre os caminhos para
a construção do socialismo. Embora não costumassem admitir o peso das
influências externas nas suas dinâmicas internas, tanto comunistas, quanto
socialistas foram impactados pela Revolução Cubana.
Esse impacto foi evidente, por exemplo, na radicalização do PS após
os Congressos de Linares (1965) e Chillán (1967). Se antes o partido havia
operado com uma tendência mais “parlamentarista” ou “legalista”, como
definiu seu dirigente Carlos Altamirano, a linha insurrecional se expandiu
e se instalou nas resoluções desse período. O XXI Congresso do PS em Li-
nares definiu que seria “um falso dilema apresentar se devemos ir pela ‘via
eleitoral’ ou pela ‘via insurrecional’”, pois “a insurreição terá que se produzir
quando a direção do movimento popular compreender que o processo so-
cial que ela mesmo impulsionou chegou à maturidade” (apud ALTAMIRANO
& SALAZAR, 2011, p. 210). Dois anos depois, no Congresso de Chillán, os
socialistas deram um passo além ao definir que “a violência revolucionária é
276
Victor Carmine foi um dos mais radicais agitadores do golpe de 1973. Proprietário de terras em Cau-
tín e líder do Consórcio dos Agricultores do Sul (CAS), em fevereiro de 1971, ameaçou funcionários da
Corporação de Reforma Agrária com armas em punho, atirou nos pneus dos carros oficiais e os impediu
de executar uma expropriação de terras dentro da lei. Carmine atuou junto às milícias fascistas do grupo
Patria y Libertad em ações de “retomas” de terras mapuche na região da Araucania (ver Steenland, 1977,
p. 112; Mallon, 2004, p. 101). Sobre o discurso de Victor Carmine contra a visita de Fidel Castro, ver: Ca-
mara de Diputados. Legislatura extraordinária. Sesión 21, en martes 30 de noviembre de 1971, pg.1667.
Disponível para consulta na Biblioteca Nacional do Congresso, Chile. Ver também: El Mercurio, “Castro se
intrometió em assuntos internos”, dicen deputados nacionales, 04/12/1971.
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O surgimento de organizações internacionais das esquerdas terceiro-mundistas, como a Organiza-
ção Latino-Americana de Solidariedade (OLAS) e a Organização de Solidariedade dos Povos da África,
Ásia e América Latina (OSPAAAL) impulsionavam movimentos revolucionários latino-americanos com
divergências em relação às posições soviéticas. Sobre a história da OLAS e da OSPAAAL, ver a entrevista
Cervantes & Vasconcelos, 2015.
280
O MIR surgiu de uma dissidência à esquerda do Partido Socialista inspirada no guevarismo, anun-
ciada em 1965 pelo líder Miguel Enriquez. O número dois da organização era um sobrinho de Salvador
Allende, Andrés-Pascal Allende.
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JOANA SALÉM VASCONCELOS
“Houve uma vez o milagre dos peixes e dos pães, esse milagre que
nós, revolucionários, dizemos que queremos repetir. Mas dessa vez
ocorreu também o milagre do tempo!”. E completou: “ontem a essa
hora estávamos em Rancagua inaugurando a sede de um sindica-
to, e depois havia a concentração, depois havia que ir a Coya, e de-
pois que percorrer a província de Colchagua, visitar um Centro de
Reforma Agrária (...), e depois ainda caminhar nas ruas da capital
da província, e depois um ato em Santa Cruz com os camponeses
(...). E chegamos aqui vivos! (aplausos) (CASTRO, 1971, p. 213-214).
Era evidente que Fidel Castro estava excitado com a Revolução Chile-
na. Preocupou-se em conversar com os trabalhadores dos mais diferentes
territórios e experiências, com os estudantes de todas as ideologias (in-
cluídas as juventudes do Partido Nacional e da Democracia Cristã), além
dos camponeses das mais diversas regiões, que advogavam por diferentes
propostas de reforma agrária. A revolução chilena era múltipla e polifônica,
marcada por uma heterogeneidade social e um pluralismo político radi-
calmente distintos da experiência cubana. Fidel Castro, com sua persona-
lidade intensa e com um método dialogal, aberto à escuta e ao aprendiza-
do, parecia disposto a absorver a complexidade da revolução chilena em
cada centímetro percorrido, para lapidar cuidadosamente seu discurso em
distintos contextos. Era notável, nesse sentido, que a mensagem de Fidel
aos chilenos se construía de maneira dialógica, a partir de interlocuções
e aprendizados que o próprio líder cubano entretecia com seus anfitriões.
Houve momentos, como nas Universidades de Concepción e de
Punta Arenas e na reunião com a CUT, que o “hóspede ilustre”281 escutou
281
La Prensa Austral, Fidel Castro, huésped ilustre de la ciudad. 19/11/1971.
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282
Sobre o papel da consciência, dos estímulos morais e do trabalho voluntário no desenvolvimento
econômico da revolução cubana, ver Bertram Silverman (1978), Luiz Bernardo Pericás (2004) e Joana
Salém Vasconcelos (2016b).
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refa comum. Por isso, Allende frisou: “nunca mentimos: dissemos que a he-
rança de Cuba não é realidade no Chile; nós temos que fazer nosso próprio
caminho... A revolução no Chile não se faz gritando revolução. Revolução se
faz conscientemente com o povo organizado, que sabe os riscos que corre
e tem que aceitá-los” (apud CASTRO, 1971, p. 81-82). Conhecendo muito
bem as polêmicas vividas pela esquerda chilena, Fidel se viu em uma situ-
ação delicada e precisava caminhar entre la espada y la pared. Pontuou em
diversas ocasiões que os processos políticos dos dois países eram distintos,
apesar de partirem de um mesmo objetivo:
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LA Times, Chilean Leftist run to aid Che’s Survivors, 03/03/1968.
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nheiro Fidel Castro me tem feito várias acusações e eu tenho que refutá-las.
(...) Eu lhe disse ‘olhe Fidel, eu lhe peço como amigo, lhe exijo como médico
e rogo a você como presidente que se cuide’”. Depois discorreu sobre os
cuidados que o líder cubano deveria ter com a voz devido ao frio. Ao final
emendou “declaro diante de todos vocês que não vou lhe passar a conta
do meu atendimento médico (risos)” (ALLENDE apud CASTRO, 1971, p. 75).
Naquele contexto, meias palavras bastavam. Com esse jogo de obe-
decer e desobedecer ao presidente Allende, Fidel Castro sinalizava ao pú-
blico uma brincadeira sobre as vias revolucionárias. Assim, ao mesmo tem-
po que exaltava a disciplina laboral, declarava sua amizade com a revolução
chilena e legitimava o caminho allendista, propunha um relaxamento do
protocolo, uma rebeldia contra as regras da sua própria visita, projetando
com seu próprio corpo em trânsito a mensagem que não podia transmitir
em palavras. E os chilenos riam. A cada broma de Fidel criticando o proto-
colo oficial, risos. Risos espertos, que liam a sutileza política da piada. Ali
acontecia, sem dúvida, um sutil diálogo revolucionário subterrâneo, tão ou
mais importante do que os diálogos visíveis.
“Fidel, o Chile lhe abre seu coração”, dizia a manchete de El Clarin no dia
da chegada do líder cubano a Santiago. Chamado pelo jornal de hóspede do
povo, Fidel Castro despertava forte interesse dos chilenos apoiadores da Uni-
dade Popular. “Você chega em sua casa, companheiro”, dizia outra manchete.
E também: “As duas estrelas já não estão solitárias”286. Para além das boas-vin-
das da imprensa, seu trajeto foi acompanhado por centenas de milhares de
pessoas, conforme demonstram as reportagens e fotos de diferentes jornais
da época. Cinco dias antes da sua chegada, El Siglo reportou que a cada doze
pessoas entrevistadas nas ruas de Santiago, dez consideravam a visita de
Fidel com simpatia, incluindo até alguns membros da oposicionista Demo-
cracia Cristã287. “O governo o convidou em nome dos trabalhadores”, disse a
lojista Rosa Martinez ao La Nación, “é também um convidado nosso”288.
286
El Clarín, A su casa no más llega, compañero Fidel...!, 09/11/1971. ¡Fidel! Chile te abre su corazón,
10/11/1971. Las dos estrellas ya no están solas, 11/11/1971.
287
El Siglo, Los chilenos nos sentimos orgullosos, 06/11/1971.
288
La Nación, Santiago opina sobre la visita de Fidel, 07/11/1971.
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de Santiago aprovaram uma moção exigindo eleições “livres, secretas e democráticas” a Fidel Castro. El
Mercurio, Municipio de Santiago pide elecciones en Cuba, 12/11/1971.
292
Nota oficial da DC. El Mercurio, Allende y Fidel Castro llegan hoy a Punta Arenas, 21/11/1971.
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Embora o MCR vocalizasse o cautinazzo e chamasse atenção por seu dinamismo insurgente, segundo
o historiador espanhol Jesus-Ángel Redondo, 40% das 320 ocupações de terras em Cautín (1967-1973)
não foram protagonizadas por nenhum partido político, enquanto 24% contaram com a participação
do MIR (REDONDO, 2017, p. 109).
301
Chile Hoy, Andanzas de la Orden Agronómica”, Revista Agraria nº 1, Dic.1972.
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