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caricatura de um jornal britânico - 26 de outubro de 1962

PAZ

IMPOSSÍVEL,
GUERRA
IMPROVÁVEL”
Raymond Aron
A segunda metade da década de 1960 foi
marcada pelo acirramento dos choques e por algumas
importantes mudanças. Em quase todo o mundo
eclodiram manifestações estudantis. Na Europa, elas
adquiriram enorme repercussão, abalaram os
governos e promoveram mudanças duradouras no
modo de se pensar a política. As ruas da França,
Tchecoslováquia, Alemanha, Polônia, Espanha, Itália,
Bélgica, Holanda, Suíça, Dinamarca e Inglaterra foram
palcos de enfrentamentos com a polícia. Apesar dos
motivos específicos que impulsionaram as rebeliões,
havia um pano de fundo comum a todas elas: a
profunda insatisfação com o mundo vivido e com as
possibilidades apresentadas para a vida adulta.
 A idéia de revolução armada conquistou
corações e mentes, influenciados pelo
movimento cultural da época e pelas revoluções
que pipocavam no mundo. A vitória da Revolução
Cubana (1959), a independência da Argélia (1962)
e a resistência que os guerrilheiros vietcongs
(comunistas ligados ao Vietnã do Norte) faziam
ao poderoso Exército dos Estados Unidos
serviram de exemplo para todos que estavam
dispostos a mudar radicalmente a sociedade. O
êxito militar desses movimentos animava os
espíritos de multidões de jovens pelo mundo
todo. Nas residências estudantis, jovens
pregavam nas paredes dos seus quartos retratos
de Che Guevarra e de Ho Chi Minh (heróis de
Cuba e do Vietnã) e sonhavam com uma ação
organizada das pessoas como sendo capaz de
mudar a história. Nas manifestações, gritavam de
maneira desafiadora o slogan dos
revolucionários de todo o mundo: “Criar um,
dois, três, mil Vietnãs”.

A incorporação de Cuba ao bloco socialista provocou
mudanças na política norte-americana em relação à América
Latina. Era necessário evitar, a qualquer custo, que outros
países da região seguissem o caminho trilhado por Havana.
Era a chamada teoria do efeito dominó. As autoridades na
Casa Branca temiam que a emergência de um país
socialista numa região pudesse contaminar os vizinhos.
Esse mesmo argumento foi utilizado para justificar o
aumento da presença militar norte-americana em um
pequeno país do sudeste asiático. Em pouco tempo, as
tropas ianques estavam mergulhadas na guerra do Vietnã.
ALIANÇA PARA O PROGRESSO
• Portanto, eu conclamo todos os povos do hemisfério a juntar-se em uma nova
Aliança para o Progresso – Alianza para o Progreso - um vasto esforço
cooperativo, sem paralelo em sua magnitude e nobreza de propósitos, para
satisfazer as necessidades básicas dos povos americanos por casa, trabalho e
terra, saúde e escolas – techo, trabajo y tierra, salud y escuela... Eu proponho que
a República Americana dê início a um plano de 10 anos para as Américas, um
plano para transformar os anos 60 na década do desenvolvimento.

• No dia 13 de março de 1961, o Corpo Diplomático Latino-Americano, juntamente com


líderes do Congresso e a alta burocracia do Departamento de Estado, foram convidados
para o já esperado lançamento oficial da Aliança para o Progresso. Kennedy evitou falar de
comunismo, preferindo reportar-se às ações de Castro e dos soviéticos, vistas como parte
de uma agressão imperialista que era, não somente um perigo militar, como também, uma
ameaça às identidades nacionais de todos os países do hemisfério, a qual ele opunha uma
“revolução pacífica”, na qual norte e sul estivessem unidos por um único processo de
transformação econômica, social e política.

A ALIANÇA PARA O PROGRESSO E AS RELAÇÕES BRASIL-ESTADOS UNIDOS / RICARDO ALAGGIO RIBEIRO / Tese UNICAMP-IFCH - 2006
• Marcelo Nitsche
Aliança para o progresso

• 1965
• Esmalte sintético s/ aglomerado de
madeira e corrente de ferro
122,0 x 80,0 x 10,0 cm
• Doação AAMAC
• Organização de Solidariedade
com os Povos de África, Ásia e
América Latina

• “Toda a nossa ação é um berro


de guerra contra o imperialismo
e um clamor pela unidade dos
povos contra o grande inimigo
do gênero humanos: os Estados
Unidos de Norte América”.

Mensagem aos Povos do Mundo


Através da Tricontinental

Ernesto 'Che' Guevara - 1967


Organização Latino-Americana de
Solidariedade (OLAS) - 1967
• Entre 31 de julho e 10 de agosto de 1967, ocorreu em Havana a conferência que
deu origem a Organização Latino-Americana de Solidariedade (OLAS). A reunião
contou com a presença de setecentos delegados representando movimentos
revolucionários de 22 países latino-americanos. O lema adotado pelos
participantes - “O dever de todo revolucionário é fazer a revolução" - era uma
dura crítica ao imobilismo e burocratismo de muitos partidos comunistas. O
governo cubano assumia abertamente o papel de estimulador de novas revoluções
em outros países do continente americano. Milhares de revolucionários latino-
americanos, de diferentes organizações, realizaram treinamentos de guerrilha
urbana e rural na Ilha. O projeto de exportar a revolução era, para Fidel Castro,
uma tentativa de romper com o isolamento imposto pelos Estados Unidos e
assegurar a sobrevivência e consolidação do regime surgido em 1959.
“Para manter seus lucros e seu poder, o
capitalismo americano desenvolveu duas formas
principais de domínio: racismo e imperialismo.”
(Mark Rudd, preso por chefiar a invasão da Universidade de Colúmbia - tinha 21 ano em 1968

 Durante os anos 60, os norte-americanos


tiveram que conviver com o
questionamento do racismo e da violência
no interior do país e com a contestação
das práticas imperialistas da política
externa. O país enfrentou uma forte
divisão interna, não vista desde a Guerra
de Secessão (1861-1865).
"Se vocês colocarem uma série de peças de dominó em fila e empurrarem a
primeira, logo acabará caindo até a última... se permitirmos que os comunistas
conquistem o Vietnã, corre-se o risco de se provocar uma reação em cadeia e todo
os Estados da Ásia Oriental tornar-se-ão comunistas um após o outro".

presidente Eisenhower
Luta dos negros por
direitos civis
A partir de meados da década de
1950, começou a ganhar força o
movimento dos negros norte-
americanos pela conquista de
direitos civis. Nessa luta, destacou-
se a figura do pastor Martin
Luther King. Nos seus discursos
defendia a convivência pacífica,
igualitária e cooperativa entre as
pessoas de todas as raças -
baseado nas doutrinas de não-
violência de Gandhi.
• “Ouçam comunistas,
negros e judeus.
Contem para seus
colegas.
e chegado seu Dia do
Julgamento
pois os senhor vigia do
firmamento
Se misturarmos as raças
poderá Ele triunfar?”

Hino da Ku Klux Klan


• (...) “Eu tenho um sonho:
que um dia, nas colinas
vermelhas da Geórgia, os
filhos de ex-escravos e
os filhos de ex-senhores
possam se sentar juntos
à mesa da
fraternidade(...)

• (...) eu tenho um sonho:


que um dia meus quatro
filhos vivam num país
onde não sejam julgados
pela cor de sua pele, mas
pelo seu caráter (...)
• discurso de Luther King - Marcha
sobre Washington - 28 de agosto de
1963
Malcon X
 “Todo o negro que ensina o outro
negro oferecer a outra face,
desarma-o. Todo negro que ensina o
outro a oferecer a outra face diante
do ataque rouba-lhe o direito divino,
seu direito moral, seu direito natural,
o direito natural à defesa. Todos os
seres de natureza têm esse direito e
têm razão de exercê-lo. Homens
como King têm por profissão ensinar
os negros a ‘não reagir’. Ele não lhe
diz para ‘não lutarem entre si’. ‘Não
reajam contra o homem branco’ é a
essência de sua pregação, pois
adeptos de Martin Luther King matar-
se-ão entre si, mas nada farão em
defesa própria contra os ataques do
homem branco”.
A radicalização
do movimento
Negro
• “Nós não queremos
integração. Queremos
é sentir o que é o sangue branco;
queremos, para começar, poder
econômico e político: Queremos
Poder Negro.

Stokely Carmichael
GOLPE
MILITAR
DE 1964
13 de março de 1964
Rio de Janeiro
Presidente João Goulart, ao lado da
esposa Maria Tereza, discursa no
comício realizado na Central do
Brasil.
19 de março
de 1964

São Paulo
Nos primeiros instantes do golpe militar, três tanques dirigiram-se ao Palácio da
Guanabara em solidariedade ao governador Carlos Lacerda. [Fatos e Fotos,
04/04/1964]
• Capa da
revista
Edição Extra
• 11- 04-1964
Em “A Tarde do Adeus”,
Fatos e fotos noticia a
dramática sessão na Câmara
dos Deputados para
comunicar a cassação dos
mandatos ordenados pelos
militares.

Fatos e fotos, 04/04/1964


Gregório Bezerra foi preso
nos primeiros dias do
golpe em Recife quando
sofreu uma abjeta sessão
de tortura orquestrada pelo
coronel Darcy Villoc pelas
ruas da cidade.
Comando militar de Brasília
invade a Universidade do
Distrito Federal alegando
tratar-se de um “foco
comunista”. Os militares
prenderam líderes estudantis e
professores e levaram com
eles livros e documentos.

Fatos e fotos, 18/04/1964


• Com exceção de algumas manifestações contrárias
ao golpe em poucas cidades, o país assistiu a
deposição do presidente Jango sem grandes
reações. O número de mortos, todos civis, foi
relativamente pequeno, sete pessoas: três no Rio de
Janeiro, duas em Pernambuco e duas em Minas
Gerais. O tão famoso “dispositivo militar” de Jango
desabou facilmente. As conclamações dos sindicatos
para que os trabalhadores entrassem em greve geral
contra o golpe não encontrou maiores ressonâncias
nas fábricas e escritórios. A cúpula sindical havia se
afastado demais das suas bases.
A Ditadura Militar no Brasil
(1964-1985)
• Entre 1964 e 1985, o Brasil
viveu o seu mais longo período
de autoritarismo político. O
Estado foi militarizado, com a
chefia do governo sendo
escolhida pelo Alto Comando
das Forças Armadas. Todos os
cinco presidentes foram
generais de quatro estrelas (o
mais alto posto do Exército).
Esq p/dir: ministro do Exército, general Artur da Costa e Silva, ministro da
Marinha, Almirante Augusto Rademaker e ministro da Aeronáutica,
brigadeiro Francisco Correia e Melo, assinando o Ato Institucional nº1
(AI-1). 09 de abril de 1964.
• No dia 9 de abril de 1964, os ministros militares editaram o
primeiro Ato Institucional (AI-1). A medida permitiu a
concentração de poderes nas mãos do Executivo em
detrimento do Legislativo. O ato suspendia temporariamente a
imunidade parlamentar e permitia ao governo cassar, demitir
ou afastar funcionários públicos, parlamentares e juízes. O
prazo de vigência ficou limitado até 31 de janeiro de 1966. Já
no dia seguinte saiu a primeira lista de brasileiros que tiveram
seus direitos políticos suspensos por dez anos. Os nomes que
encabeçaram foram os de Luís Carlos Prestes (líder do PCB)
e João Goulart. Da relação fazia parte, além de políticos,
sindicalistas e autoridades ligadas ao governo deposto, o ex-
presidente Jânio Quadros. No total foram 354 cidadãos que
tiveram seus direitos políticos suspensos. Também por meio
do AI-1, centenas de militares foram passados para a reserva
e funcionários públicos afastados.
Em 27 de outubro de 1965, o general Castello Branco editou o AI-2, dissolvendo
todos os partidos políticos existentes. A nova medida conferiu ao Executivo Federal
(Presidente da República) amplas prerrogativas, entre elas: poderes para suspender
direitos políticos por dez anos e cassar mandatos legislativos e decretar o estado de
sítio sem prévia autorização do Congresso. O julgamento de crimes políticos passou
para a jurisdição da Justiça Militar e foram suspensas as garantias dos juízes de
vitaliciedade, inamovibilidade e estabilidade. Estabeleceu também a eleição indireta
para a Presidência da República, transformando o Congresso em Colégio Eleitoral.
“Rio antigo, Rio eterno,
Rio-oceano, Rio amigo,
O governo vai-se? Vá-se!
Tu ficarás e eu contigo”

Carlos Drumond de Andrade


Redondilhas do ‘Fico’
• A bossa nova surgiu no cenário musical
brasileiro em 1958 com a canção Chega
de Saudade (A.C.Jobim/Newton
Mendonça) interpretada pelo cantor e
violonista João Gilberto e foi alvo da
primeira grande manifestação de crítica
nos jornais brasileiros. O impacto dessa
música foi enorme, considerada por
muitos autores um verdadeiro divisor de
águas, gerando protestos e críticas de um
lado e, do outro, influenciando o estilo de
compor de vários músicos.
A palavra “bossa”
• Era um termo da gíria carioca que, nos
fins dos anos 1950, significava
“maneira”, “jeito” ou “charme”. Quando
alguém fazia qualquer coisa de um jeito
diferente, autêntico e simples, dizia-se
que tal pessoa era cheia de “bossa”.
• A bossa nova não foi um movimento
premeditado. Surgiu casualmente em
encontros de jovens da classe média
carioca, que se reuniam em suas
residências da zona sul para ouvir e
fazer música. Um dos principais pontos
de encontro era o apartamento da
família de Nara Leão, na Avenida
Atlântica, em Copacabana.
• A fase mais ortodoxa do estilo durou de
1958 a meados da década de 1960. O fim
do governo de Juscelino Kubitschek, a
conturbada eleição e renúncia de Jânio
Quadros, e o mandato de João Goulart
abortado pelo golpe de estado de 1964,
fizeram com que a otimismo dos “anos
dourados” se tornasse repentinamente
um anacronismo.
Centro Popular de Cultura
CPC
 O Centro Popular de Cultura - CPC é
criado em 1961, no Rio de Janeiro,
ligado à União Nacional de Estudantes -
UNE, e reúne artistas de distintas
procedências: teatro, música, cinema,
literatura, artes plásticas etc. O eixo do
projeto do CPC se define pela tentativa
de construção de uma "cultura nacional,
popular e democrática", por meio da
conscientização das classes populares.
A idéia norteadora do projeto diz
respeito à noção de "arte popular
revolucionária", concebida como
instrumento privilegiado da revolução
social.
A Jovem Guarda
• Em pé: Eduardo Araújo,
Erasmo Carlos e, ao seu
lado, Roberto Carlos
• Sentadas: Wanderléa e
Martinha
• Agachado: Wanderley
Cardoso
O Cinema Novo
• "uma câmera na mão e uma idéia na
cabeça".
Menção Honrosa – Participação na Etapa Final

Gabriela Miglioranza Gonçalves Luccas


Laura Candelaria de Mendonça Lima
Rafael Fingergut Santos
O Colégio e o
Curso Stockler desejam
BOA SORTE E BOA PROVA
a todos os
VESTIBULANDOS!

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