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U.

C: Cinema e sociedade: compreender a sociedade pela sétima arte A


Docente: Árife Amaral Melo
Discentes: Edson Dias Junior
Gabriel Mouta Polonio
Maria Izabella Novelli Nuevo

Movimento Negro

Iniciado em meados do século XIX, o movimento negro surge em países americanos e na


África do Sul. O movimento ativamente antirracista é concentrado nesses países por conta
da escravidão na América e devido o imperialismo inglês na África do Sul.

Na África do Sul, um dos grandes nomes do movimento foi Nelson Mandela e a sua luta
contra o Apartheid. O Apartheid se trata de um sistema de segregação racial instituído na
África do Sul no ano de 1948, estabelecido pela a elite branca que controlava o país e se
sustentava na “superioridade racial europeia”, e também é conhecido por suas duras leis
segregacionistas impostas ao povo sul-africano. O combate ao Apartheid começou com o
Congresso Nacional Africano (CNA) que no começo adotava uma política de resistência
pacifista, e em 1955 publicou a Carta da Liberdade, um documento que pedia o fim do
regime racista e defendia a distribuição da riqueza no país. O regime, mesmo duramente
criticado, durou 46 anos.

Em 1960, durante uma manifestação pacifica contra uma lei que restringia a circulação de
trabalhadores negros em áreas de brancos, 69 pessoas foram mortas pela policia local, o
episodio ficou conhecido como o Massacre de Sharpeville, o massacre causou uma grande
insatisfação na população negra no país, devido a violência desnecessária e, além disso,
esse episódio deixou o mundo inteiro ciente do que estava acontecendo na África do Sul.
Como consequência disso, movimentos políticos antirracistas foram considerados ilegais, e
assim, em 1964, Nelson Mandela foi condenado a prisão perpetua.

Durante seus anos detido, Mandela recebeu várias propostas de liberdade com a condição
de não se envolver com política, propostas essas que foram negadas e, mesmo na cadeia,
Nelson conseguiu manter a liderança sobre seu povo contra o sistema racista e, após 27
anos, Mandela foi solto.

Na América, mais especificamente nos Estados Unidos, existiram dois grandes nomes que
lutaram ativamente contra a segregação racial: Martin Luther King Jr e Malcom X.

Martin Luther King Jr é considerado um dos mais importantes líderes de movimentos que
defendiam os direitos dos negros nas décadas de 50 e 60. Ele era um pastor que era
adepto as ideias de desobediência civil, propagada por Mahatma Gandhi. Martin defendia
que a resistência não deveria ser utilizada para derrotar e humilhar o inimigo, e sim deveria
ser utilizada para conquistar a sua amizade e a sua compreensão.

Durante a Marcha sobre Washington que aconteceu durante 28 de agosto de 1963, que foi
uma manifestação que lutava pela justiça racial e o fim da segregação racial, a marcha
reuniu cerca de 250 mil pessoas que era composta na maioria de pessoas negras, foi
durante essa marcha que Martin Luther King Jr fez seu famoso discurso chamado de “I
Have a Dream” (Eu tenho um sonho), onde defendeu uma sociedade em que todos teriam
direitos iguais e pudessem viver em harmonia. Martin participou ativamente de vários
protestos, sendo um deles o Boicote aos ônibus de Montgomery (1955-1956). Em 1964
Martin ganhou o prêmio Nobel da paz. No dia 4 de abril de 1968, em Memphis, Martin foi
assassinado por James Earl Ray, que foi condenado um ano depois pelo crime.

Malcom X também foi um importante líder do movimento negro, porém diferente de vários
líderes, ele queria uma separação total entre negros e brancos, e a criação de um Estado
autônomo para os afro-americanos, diferente de Martin, Malcom X defendia que a violência
poderia ser utilizada como método de auto defesa e acusava que o método sem violência
era ineficiente. Em seu discurso mais famoso Malcom criticou a Marcha sobre Washington,
dizendo que tinha sido um movimento manipulado pelo governo estadunidense com ajuda
de outros lideres negros como por exemplo Martin Luther King, nesse mesmo discurso
Malcom tentou descrever a diferença da “revolução preta”, que era utilizada a violência, e a
“revolução do negro”, na qual não era utilizada a violência, e por isso para ele era uma
grande farsa. Poucos meses após criar seu grupo Malcom foi assassinado por três
membros da nação Islã em 21 de fevereiro de 1965.

O movimento negro no Brasil surgiu ainda durante a escravidão, de forma clandestina e


precária. Como um dos grandes nomes que lutaram contra a escravidão nessa época
temos Zumbi do Palmares, que era líder do Quilombo dos Palmares. Nesse mesmo
período, o Movimento Liberal Abolicionista, ganhou força desenvolvendo o fim da
comercialização de escravos e o fim da escravidão, o resultado foi em 13 de maio de 1888,
quando a Lei Aurea foi aprovada, a qual encerrava a escravidão no Brasil. Porém, com o fim
da escravidão surgia uma nova luta, que era a luta contra o preconceito e pela igualdade
social. Pois mesmo após a Lei Aurea a população negra acabou sofrendo várias
dificuldades por não terem ganhado nada pós a lei ser assinada e foi criada uma grande
desigualdade social entre pretos e brancos na época. Devido a isso em 1931, foi fundada a
Frente Negra Brasileira, que mais tarde chegaria a virar um partido político, que seria extinto
com os demais partidos com a criação do Estado Novo.

O racismo no Brasil guarda especificidades em relação a outros países, como a África do


Sul e os Estados Unidos, por exemplo. Isso faz com que o movimento negro no Brasil
também seja específico, embora tenha recebido influências das lutas pela libertação nos
países africanos e pelos direitos civis nos EUA. O grande desafio do movimento negro
brasileiro, especialmente a partir da década de 1970, foi enfrentar o “mito da democracia
racial”, que ganhou força principalmente após a publicação do clássico Casa grande &
senzala, de Gilberto Freyre, em 1933. Segundo esse mito, as relações de raça no Brasil
seriam harmoniosas e a miscigenação seria a contribuição brasileira à civilização do
planeta. Seguindo essa linha de pensamento, como não haveria preconceito de raça no
Brasil, o atraso social do negro dever-se-ia exclusivamente à escravidão (e não ao racismo).
Completa esse argumento o fato de as Constituições brasileiras elaboradas a partir da
abolição da escravidão nunca terem diferenciado os cidadãos por raça ou cor, ao contrário
do que acontecia nos EUA e na África do Sul. Como lutar contra o racismo se o racismo
“não existia”? – esse era um dos principais problemas que se apresentavam aos militantes
do movimento negro na década de 1970.
Na década de 60, os grupos que lutavam pela a igualdade racial, começaram a se organizar
de melhor forma, assim formando varias entidades que foram para o movimento negro no
Brasil, e que foram muito inspirados pelos movimentos que estavam a acontecer nos
Estados Unidos. A partir da década de 70 esses mesmos grupos tiveram como objetivo unir
os jovens negros, para denunciarem os preconceitos cometidos, e assim mais protestos
foram surgindo, assim chamando atenção do governo, um das manifestações mais famosas
foi a Marcha do Zumbi em 1995, que reuniu mais de 30mil pessoas, despertando a
necessidade de politicas publicas destinada para os negros nos campos socioeducativos,
assim após a Conferencia Mundial Contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e
Formas Correlatadas de Intolerância em 2001, a partir desse momento o governo brasileiro
cria o sistema de cotas raciais, que é uma iniciativa estadual e municipal, que causa muita
polemica até hoje com várias manifestações contrarias.

REFERÊNCIAS
ALBERTI, Verena ; PEREIRA, Amilcar Araujo. Movimento negro e "democracia social" no
Brasil: entrevistas com lideranças do movimento negro. Rio de Janeiro : CPDOC, 2005. 15f.

BRANCO, Luís Bernardo Nunes Mexia Castelo - A política externa sul-africana: do


Apartheid a Mandela.

https://www.politize.com.br/movimento-negro/

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