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Guerra Fria

A Guerra Fria foi uma luta político-militar entre o socialismo e o capitalismo liderada pela União Soviética e Estados
Unidos .
Esta conflagração teve início após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), mais precisamente em 1947, quando o
presidente americano Henry Truman faz um discurso no Congresso americano, afirmando que os Estados Unidos
poderia intervir em governos não democráticos.
Esta época ficou assim conhecida porque ambos os países nunca se enfrentaram diretamente num conflito bélico.
A Guerra Fria termina com a Queda do Muro de Berlim (1989) e o fim da União Soviética, em 1991. Os Estados
Unidos foram os vencedores deste peculiar conflito, pois sua situação econômica era superior à russa.

Início da Guerra Fria (1947)


Em 1947, com o objetivo de combater o comunismo e a influência soviética, o presidente americano Harry Truman
proferiu um discurso no Congresso americano. Nele, afirmava que os Estados Unidos se posicionariam a favor das
nações livres que desejassem resistir às tentativas de dominação externa.
No mesmo ano, o secretário de Estado americano, George Marshall, lançou o Plano Marshall, que propunha a ajuda
econômica aos países da Europa Ocidental. Afinal, os partidos de esquerda cresciam devido ao desemprego e a crise
generalizada, e os Estados Unidos temiam perdê-los para a URSS.
Como resposta, a União Soviética criou o Kominform, organismo encarregado de conseguir a união dos principais
partidos comunistas europeus. Também era sua tarefa afastar da supremacia norte-americana os países sob sua
influência, gerando o bloco da “cortina de ferro”.
Além disso, foi criado em 1949, o Comecon, uma espécie de Plano Marshall para os países socialistas.

Expansão da Guerra Fria


Ao fim das negociações entre os vencedores da Segunda Guerra Mundial, a Europa ficou dividida em duas partes.
Estas correspondiam ao limite do avanço de tropas soviéticas e americanas durante a guerra.
A parte oriental, ocupada pelos soviéticos, tornou-se área de influência da União Soviética.
Os partidos comunistas locais, apoiados pela URSS, passaram a exercer o poder nesses países. Estabeleceram as
chamadas democracias populares na Albânia, Romênia, Bulgária, Hungria, Polônia e Checoslováquia.
Na Europa, somente a Iugoslávia estabeleceu um regime socialista independente da União Soviética.
Por outro lado, aparte ocidental, ocupada principalmente por tropas inglesas e norte-americanas, ficou sob a
influência dos Estados Unidos. Nessa área, consolidaram-se democracias liberais, com exceção das ditaduras na
Espanha e em Portugal.
As duas superpotências buscavam ampliar suas áreas de influência no mundo, intervindo direta ou indiretamente
nos assuntos internos destes países.

OTAN e o Pacto de Varsóvia


A Guerra Fria provocou a formação de duas alianças politico-militares:
 a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN);
 o Pacto de Varsóvia.
A OTAN, fundada em 1949, era composta inicialmente por Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Bélgica,
Países Baixos, Luxemburgo, Dinamarca, Noruega, Finlândia, Portugal e Itália. Mais tarde juntaram-se Alemanha
Ocidental, Grécia e Turquia, opondo toda a Europa Ocidental à União Soviética.
Em 1955, em represália, a União Soviética criou o Pacto de Varsóvia, para impedir o avanço capitalista na sua área de
influência. No ano de sua fundação faziam parte URSS, Albânia, Alemanha Oriental, Bulgária, Tchecoslováquia,
Hungria, Polônia e Romênia.
Os dois pactos tinham em comum o compromisso de mútua proteção entre seus membros, pois entendiam que a
agressão a um deles atingiria a todos.
O Pacto de Varsóvia desapareceu entre 1990 e 1991, em consequência do fim dos regimes socialista do Leste
europeu. Como consequência, a OTAN perdeu o significado que lhe deu origem.
Disputas na Guerra Fria
No início dos anos 60, a construção do Muro de Berlim, em 1961; e a crise dos mísseis, em 1962, provocaram o
aumento das tensões internacionais.

Muro de Berlim (1961)


A construção do Muro de Berlim, em 1961, dividiu a cidade de Berlim entre Berlim Ocidental e Berlim Oriental.
O objetivo era impedir a saída de profissionais e trabalhadores qualificados que deixavam a socialista Alemanha
Oriental em busca de melhores condições de vida na capitalista Alemanha Ocidental.

Crise dos Mísseis (1962)


Por outra parte, a crise dos mísseis teve origem na pretensão soviética de instalar bases e lançamento de mísseis em
Cuba. Se isto se concretizasse, seria uma ameaça constante para os Estados Unidos.
A reação americana se fez imediata, através de um bloqueio naval sobre Cuba, o único país da América que havia
adotado o regime socialista. O mundo conteve a respiração, pois nesse momento, as chances de uma terceira guerra
mundial eram reais.
As negociações foram tensas, mas os soviéticos desistiram de colocar os mísseis em Cuba. Em troca, os Estados
Unidos fez o mesmo nas suas bases na Turquia, seis meses depois.

Corrida Espacial
Outra característica da Guerra Fria foi a Corrida Espacial iniciada no final da década de 50.
Muito dinheiro, tempo e estudo foram investidos pela URSS e pelos EUA para saber quem dominaria a órbita
terrestre e o espaço.
Os soviéticos saíram na frente, em 1957, com os satélites Sputnik, mas os americanos os alcançaram e fizeram o
primeiro homem caminhar em solo lunar, em 1969.
A corrida espacial não incluía somente o objetivo de levar pessoas ao espaço. Também fazia parte do projeto
desenvolver armas de longo alcance, como mísseis intercontinentais e escudos espaciais.

O fim da Guerra Fria (1991)


Os historiadores atribuem dois acontecimentos importantes para o fim da Guerra Fria: a queda do Muro de Berlim,
em 9 novembro de 1989 e o fim da União Soviética, em 1991.
O conflito ideológico só foi terminado graças às negociações estabelecidas por Ronald Reagan e Mikahil
Gorbachev durante a década de 80.
A queda do Muro de Berlim foi o marco visível que simbolizou o fim dos regimes socialistas no Leste europeu. Após
sua derrubada, os regimes socialistas foram caindo um a um, e em outubro de 1990, as duas Alemanhas foram
finalmente unificadas.
Igualmente, a desintegração da União Soviética, em 1991, inaugurou um novo período na história mundial, dando
início ao processo de implantação do capitalismo em todos os países do globo.

Consequências da Guerra Fria


Na economia, o fim da Guerra Fria iniciou a expansão do capitalismo a todos os países do globo.
O mundo abandonou as disputas ideológicas das décadas anteriores para se concentrar em apenas em uma
ideologia, a capitalista. Nesta fase, o capitalismo assumiu o nome de neoliberalismo, onde o Estado deve intervir o
mínimo possível na economia.
Já com a desintegração da União Soviética surgiram quinze novos países. Na Europa, observamos a separação da
Tchecoslováquia e o início da Guerra da Iugoslávia.
As instituições lideradas pela União Soviética desapareceram. O Pacto de Varsóvia acabou entre 1990 e 1991, em
consequência do fim dos regimes socialista do Leste europeu.
A própria OTAN perdeu o significado que lhe deu origem e agora é uma aliança militar utilizada para o combate ao
terrorismo.
Alguns resquícios da Guerra Fria no mundo atual são a separação da Coreia do Norte e do Sul, a existência de ogivas
nucleares americanas em bases da Alemanha e a tensão nas relações entre a Rússia e os Estados Unidos
Plano de
Estados- Plano de Parceria Iniciativa de
Ação de Diálogo do Parceiros
   membros    Ação de   
Adesão
   para a   
Mediterrâneo 
   Cooperação   
globais
da OTAN  Adesão  Paz  de Istambul 
Individual 

Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN)


A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) é uma aliança militar internacional fundada em 1949. No
contexto de sua fundação, ocorrida durante a Guerra Fria, seu objetivo era estabelecer um pacto militar entre os
países do Tratado do Atlântico Norte contra o avanço da influência socialista. Hoje em dia, com o fim da ameaça
comunista, a OTAN se converteu em um organismo expansionista, com vistas a garantir os interesses econômicos
das nações membros ao redor do mundo.

História da OTAN
Durante a Segunda Guerra Mundial, Estados Unidos e União Soviética uniram suas forças para derrotar um inimigo
em comum: o poder nazista. Entretanto, com o fim da Segunda Guerra Mundial as duas grandes potências passaram
a protagonizar uma disputa territorial e ideológica dando início a Guerra Fria.
O avanço do poder da União Soviética em território europeu preocupava os Estados Unidos. Enquanto o leste
europeu era dominado pelo poder soviético, a Europa Ocidental havia se tornado um importante espaço de
influência do Estados Unidos por meio do Plano Marshall, o plano de financiamento da reconstrução da Europa pós-
guerra.
Para impedir o avanço do socialismo, em 04 de abril de 1949 foi assinado em Washington o Tratado do Atlântico
Norte que deu origem à OTAN. Os países signatários do tratado na época eram a Bélgica, França,
Noruega, Canadá, Islândia, Países Baixos, Dinamarca, Portugal, Itália, Estados Unidos, Luxemburgo e Reino Unido.
O Tratado acordava que qualquer ataque armado contra um dos países signatários seria considerado uma agressão a
todos os demais, que imediatamente deveriam enviar reforços militares para combater a invasão. Como resposta, a
União Soviética formulou o Pacto de Varsóvia, uma aliança militar celebrada entre os países alinhados
ideologicamente à União Soviética e que tinham por objetivo se unir contra o avanço da influência norte-americana.

A OTAN após a dissolução da União Soviética


Na década de 1980 o poder soviético começou a entrar em colapso, levando à dissolução oficial da União
Soviética em 1991. O enfraquecimento da potência socialista teve como um de seus resultados o fim do Pacto de
Varsóvia, que foi extinto em 1988, com a queda do Muro de Berlin - um dos principais símbolos da Guerra Fria.
Com a dissolução da ameaça representada pelo socialismo, a OTAN passou a adotar outras medidas de proteção dos
interesses de seus países membros. Atualmente, a organização atua com uma ação expansionista, com vistas a
atender os interesses políticos e comerciais de seus países membros.
Esses interesses envolvem, por exemplo, o acesso a recursos naturais e a importantes mercados consumidores.
Dessa forma, nos últimos anos, a OTAN tem organizado intervenções militares armadas em diversos países, tendo
atuado na invasão do Afeganistão em 2001; na Guerra do Iraque, em 2003 e na Guerra Civil da Líbia, em 2011.

Países membros da OTAN


Com a dissolução da União Soviética, antigos membros do Pacto de Varsóvia passaram a integrar a OTAN.
Atualmente, os 28 membros da Otan são: Albânia, Alemanha, Bélgica, Bulgária, Canadá, Croácia,
Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Estônia, Eslováquia, Eslovênia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Islândia,
Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Noruega, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Romênia e Turquia.
Em 2002, a Rússia passou a integrar parcialmente a organização, participando de acordos sobre o combate ao
terrorismo e a produção de armas nucleares. Apesar de ser uma participação parcial, trata-se de um importante
avanço diplomático entre Estados Unidos e o poder do Kremlin. Entretanto, as divergências políticas entre os países
continuam, uma vez que a Rússia apoia inimigos dos Estados Unidos e da OTAN, como a Síria, Irã e Coreia do Norte.

Pacto de Varsóvia
O Pacto de Varsóvia, também conhecido como Tratado de Amizade, Cooperação e Assistência Mútua, foi um acordo
assinado, em 14 de maio de 1955, entre a União Soviética e seus países satélites. O seu nome se deve ao local onde
o pacto foi assinado: Varsóvia, capital da Polônia.
Esse acordo foi uma reação da União Soviética à criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), um
acordo militar liderado pelos Estados Unidos. Essas duas alianças militares foram uma das principais características
da Guerra Fria. O Pacto de Varsóvia durou até 1991, quando a União Soviética foi extinta, enquanto a Otan continua
em atividade até hoje

Contexto e criação do Pacto de Varsóvia


 Antecedentes históricos
Logo após o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, duas superpotências emergiram: a União Soviética e os
Estados Unidos. Ambas dividiram o mundo ao meio, buscando zonas de influência. Os países socialistas estavam sob
o comando soviético, e os capitalistas eram liderados pelos norte-americanos.
O primeiro alvo dessa disputa aconteceu em 1947, quando começaram os planos econômicos para ajudar
financeiramente a Europa a se reerguer após o fim da guerra. Tanto Estados Unidos como União Soviética investiram
nessa reconstrução para marcar a sua posição no continente europeu e afastar seu inimigo.
Com isso, o Velho Mundo ficou dividido em Europa Ocidental — alinhado com o capitalismo e recebendo ajuda
financeira por meio do Plano Marshall — e em Europa Oriental, que se alinhou com o socialismo e teve sua
reconstrução financiada pela União Soviética por meio do Conselho  para Assistência Econômica Mútua (Comecon).
Estava formado um mundo bipolar, dividido por zonas de influências lideradas por Estados Unidos e União Soviética.
Era o começo da Guerra Fria. As duas superpotências não entraram em um conflito direto, mas suas ações políticas,
econômicas, culturais, espaciais e militares se rivalizaram por décadas, cada uma tentando superar a inimiga para
manter o maior número de zonas de influência.
Além da reconstrução da Europa, norte-americanos e soviéticos procuraram intervir na descolonização da Ásia e
da África. As antigas colônias europeias conquistavam suas independências e não tinham alternativa a não ser aderir
às duas ideologias em combate naquele momento. Se Estados Unidos e União Soviética não entraram em confronto
direto, o mesmo não ocorreu com os países que aderiram a uma das superpotências. Foi assim na Guerra da
Coreia (Coreia do Norte, socialista, contra a Coreia do Sul, capitalista) e na Guerra do Vietnã (Vietnã do Norte,
socialista, contra Vietnã do Sul, capitalista).
Apesar de não haver um conflito armado entre as superpotências, ambas procuraram se armar para caso houvesse
uma nova guerra. Mas o confronto não seria feito com as armas utilizadas na Segunda Guerra Mundial, mas sim com
armas atômicas, que teriam efeitos destrutivos bem maiores dos que houve na guerra. Por isso, para evitar esse
confronto, Estados Unidos e União Soviética fizeram acordos militares com seus aliados para manter as suas
hegemonias sobre as zonas de influência conquistadas e evitar ataques inimigos.
Como as duas superpotências se armaram com bombas nucleares, foi necessária a criação de uma coexistência
pacífica na qual americanos e soviéticos evitariam guerras com armas que teriam força para destruir o mundo.
Apesar disso, os dois países não deixaram de investir em armamentos e de proteger militarmente seus aliados.

 Criação do Pacto de Varsóvia


O Pacto de Varsóvia foi uma aliança militar entre a União Soviética e seus países satélites para reforçar a presença
soviética na Europa Oriental. Foi uma reação aos Estados Unidos terem criado a Otan, que também era um acordo
militar, mas de defesa dos países alinhados com os norte-americanos. Por meio do Pacto de Varsóvia, os soviéticos
puderam impor sua força militar sobre os países socialistas da Europa Oriental e reprimir qualquer manifestação
contrária às ordens vindas de Moscou, capital do império soviético.
O mais conhecido exemplo desse pacto em ação aconteceu em Praga, capital da Tchecoslováquia, em 1968. O
governo local pretendia realizar reformas modificando a estrutura soviética ali imposta. O primeiro-ministro
Alexander Dubcek queria, com essas reformas, fazer um “socialismo com rosto humano”. Ele pretendia acabar com a
censura e permitir a livre manifestação de ideias. Porém, o desejo de reformas logo foi abafado pelas tropas
soviéticas que invadiram a Tchecoslováquia, obrigando Dubcek a renunciar.

Objetivos do Pacto de Varsóvia


Os objetivos do Pacto de Varsóvia eram:
 a manutenção da presença militar soviética nos seus países satélites;
 estabelecer cooperação mútua entre os seus integrantes; e
 contra-atacar caso houvesse algum ataque vindo de algum país da Otan contra algum integrante do pacto.
Esses objetivos mostram que, apesar de a Guerra Fria não contar com o conflito armado entre Estados Unidos e
União Soviética, isso não impediu que as duas superpotências investissem pesado em acordos militares e
posicionamento de suas tropas no continente europeu.

Principais características do Pacto de Varsóvia


O Pacto de Varsóvia assemelhou-se bastante à Otan. Com relação à sua organização, era formado por comissões
militares e políticas cujos integrantes eram chefes das Forças Armadas e dos comandos dos Estados maiores dos
países integrantes. A principal preocupação do Pacto de Varsóvia era organizar militarmente o bloco socialista da
Europa Oriental e evitar qualquer ataque vindo da Otan no continente.
Em seu estatuto, o Pacto de Varsóvia determinava a mobilização preventiva em caso de ataque, reação militar se
um dos integrantes do pacto fosse atacado e estabelecimento de uma pauta comum de esforço nacional. A aliança
militar soviética previa o avanço militar da superpotência socialista sobre a Europa Oriental e a manutenção da
ordem interna dos seus países-membros, além de evitar e intimidar qualquer ataque militar vindo do Ocidente.

Países do Pacto de Varsóvia


Os países que integraram o Pacto de Varsóvia foram:

• União Soviética, • Bulgária,


• Polônia, • Tchecoslováquia,
• Albânia, • Romênia,
• Alemanha Oriental, • Hungria.

China, Coreia do Norte, Egito e Índia não fizeram parte do pacto, mas foram convidados para serem países
observadores.

Fim do Pacto de Varsóvia


O enfraquecimento do Pacto de Varsóvia coincidiu com o fim da União Soviética. Desde meados da década de 1980,
Moscou já não tinha mais dinheiro para investir em armamentos e manter a cooperação entre os países integrantes
do pacto. Com o fim da União Soviética, em 1991, acabava também o pacto que, desde 1955, buscou impedir o
avanço da Otan sobre a Europa e fortalecer militarmente os soviéticos em seus países satélites.
Diferenças entre o Pacto de Varsóvia e a Otan
A Otan foi criada em 1949, sendo um acordo militar entre os países da América do Norte e da Europa Ocidental. Esse
acordo era baseado em uma ajuda militar mútua. Caso algum dos seus integrantes fosse atacado, os demais
deveriam reagir contra o ataque. Os soviéticos não viram com bons olhos a criação dessa organização, pois ela
poderia interferir no avanço soviético sobre a Europa. Porém, a reação da União Soviética só aconteceu quando a
Alemanha Ocidental aderiu à Otan. Isso fez com que um tratado fosse assinado imediatamente entre os países sob a
zona de influência da URSS, em 1955, na cidade de Varsóvia (Polônia), dando início à versão soviética do acordo
militar do Ocidente.
A Otan existe até os dias atuais, enquanto o Pacto de Varsóvia foi extinto em 1991, juntamente com a dissolução
da União Soviética.

Resumo sobre o Pacto de Varsóvia


 O Pacto de Varsóvia foi um acordo militar assinado em 1955 que pretendia reforçar a presença militar da
União Soviética na Europa Oriental e evitar qualquer ataque de países da Otan contra seus integrantes.
 O objetivo desse pacto era contra-atacar caso algum integrante sofresse intervenção militar interna e
garantir a cooperação mútua entre seus integrantes.
 O pacto só foi criado logo após a Alemanha Ocidental aderir à Otan, o que significou uma ameaça do
Ocidente ao poder soviético na Europa Oriental.
 Os integrantes eram: União Soviética, Polônia, Alemanha Oriental, Tchecoslováquia, Albânia, Bulgária,
Hungria e Romênia.
 O fim do Pacto de Varsóvia ocorreu em 1991, logo após a dissolução da União Soviética.

A crise do socialismo
Em 1979 a aproximação entre Estados Unidos e União Soviética, ocorrida na década anterior, foi interrompida
quando a união Soviética invadiu o Afeganistão. Chegava ao fim o período da Détente  (distensão). No entanto, em
1985 os ventos de mudanças voltaram a soprar em território soviético. Nesse ano assumiu o poder em Moscou
Mikhail Gorbatchev. Preocupada com a ineficiência da economia soviética e com a ausência de democracia nos
órgãos de poder, ele propôs uma série de reformas ao país. Entre elas esteve a Perestroika (reestruturação),
destinada a descentralizar a economia e torná-la mais eficiente e a Glasnost (transparência), uma política de
abertura e diálogo no trato das questões políticas e sociais, contra a corrupção e a ineficiência na administração e
com propostas de maior liberdade nas diversas esferas da vida soviética.
Em oposição aos stalinistas, Gorbatchev defendia o abandono do rígido planejamento econômico central, a abolição
do sistema de preços ditados pelo governo, a autogestão das empresas estatais e certa liberdade de mercado.
Queria também que o poder fosse devolvido aos sovietes e que o Partido Comunista fosse separado do Estado.
Essas mudanças abalavam a estrutura do Estado burocrático e feriam interesses há muito sedimentados. As forças
conservadoras não tardaram a se articular. Eram formadas por altos funcionários do Partido e do Estado que temiam
perder seus cargos e privilégios. Oposta a essa tendência, se desenvolveu também uma corrente ultra reformista,
formada por militantes do partido, queriam que Gorbatchev acelerasse e aprofundasse as reformas em andamento.
Seu principal representante era Boris Ieltsin.
Em agosto de 1991, as forças conservadoras tentaram reassumir o poder promovendo um golpe de Estado liderado
pelos ministros do Interior e da Defesa e pelo chefe da KGB (polícia secreta soviética). Gorbatchev foi afastado do
governo e submetido a prisão domiciliar. A reação do população foi imediata. Em Moscou,  o povo saiu às ruas em
defesa de  Gorbatchev. Após três dias de impasse, os golpistas foram presos e Gorbatchev reconduzido ao seu posto.
Logo depois desse período de tensões, em setembro de 1991, as república bálticas – Letônia, Lituânia e Estônia –
proclamaram sua independência. A partir de então, o processo de esfacelamento da União Soviética se tornou
irreversível.  No natal de 1991, Gorbatchev antecipou a data marcada para a extinção oficial da União Soviética
renunciando o cargo de presidente e comandante-chefe das forças armadas. Era o fim do Império Vermelho. Dessa
ruptura foi formada a CEI - Comunidade dos Estados Independentes.  
Quando a Segunda Guerra Mundial chegou ao fim, o mundo viu nascer um novo conflito. Este seria travada entre os
dois principais vencedores da guerra, Estados Unidos e União Soviética. A diferença é que, a partir de então, a
disputa seria baseada em ideologia. Os Estados Unidos eram o país mais poderoso como representante do
sistema capitalista, enquanto a União Soviética era a grande representante do socialismo. Ambos desfrutavam de
grande poderio militar e de prestígio por esmagar e derrotar as tropas nazistas. É justamente por essa capacidade
tão similar de poderio militar que os dois países sabiam que não poderiam entrar em conflito direto, sob o risco de
destruição mútua. Essa nova fase da história mundial marcada por um conflito declarado, porém impossibilitado de
se tornar concreto em batalhas passou a ser chamada de Guerra Fria.
A União Soviética, por sua vez, era a grande representante do sistema socialista. Possuía uma estrutura poderosa e
uma grande capacidade militar que rivalizava equitativamente com os Estados Unidos. A disputa ideológica
constituía-se em grandes investimentos para tentar angariar mais seguidores do sistema soviético no mundo. Um
dos grandes projetos que sofreram investimento financeiro foi a corrida espacial, que rendeu muito prestígio aos
soviéticos. Foram eles que enviaram o primeiro ser vivo ao espaço – a cadela Laika – e também os primeiros a fazer a
primeira viagem espacial tripulada por um homem. Durante as décadas de 1950 e 1960, a União Soviética conseguiu
se equiparar aos Estados Unidos e, inclusive, apresentar momentos de superioridade, como os exemplos da corrida
espacial. Mas, a partir da década de 1970, a União Soviética apresentaria traços de crise que se tornariam cava vez
mais agudos até culminar em sua fragmentação.
A década de 1970 demonstrou ao mundo que a União Soviética já não era mais a grande rival dos Estados Unidos,
sua capacidade já havia sido reduzida consideravelmente. Os sinais de esgotamento econômico começaram a
aparecer e isso se tornou evidente com a divulgação de problemas graves, como a falta de alimentos. A partir daí,
seguiram-se uma série de estratégias erradas que só piorariam sua situação. Logo depois, a União Soviética invadiria
o Afeganistão, aumentando a crise. Esta se consolidava, pois a maior parte dos recursos estava sendo consumida
pelo setor militar, a capacidade industrial – especialmente no que se refere aos bens de consumo – não dava conta
de atender à população, população esta que não era consultada em momento algum e, por isso, perdia a atração
pelo sistema. A falta de liberdade para expressão do povo refletia-se diretamente na produtividade do país, pois os
indivíduos sentiam-se desmotivados com a realidade que viviam.
O acúmulo de problemas ao longo da década de 1970 estourou como uma bomba na década de 1980. A situação
ficou ainda pior quando a população passou a ter extremas dificuldades para adquirir produtos básicos como pão ou
vestimentas. Já estava muito claro que a capacidade da União Soviética de se contrapor aos Estados Unidos na
Guerra Fria não era a mesma do final da Segunda Guerra Mundial. Em 1985, Mikhail Gorbatchev assume o poder na
União Soviética e dedica-se a uma possível solução dos problemas. Para conseguir algum resultado, o líder soviético
tenta conquistar sua população e lança dois projetos: a Perestroika e a Glasnost. O primeiro deles tratava-se de uma
tentativa de restruturação econômica. Já o segundo, propunha a transparência política. A população, contudo, já
estava saturada dos problemas e parte dela queria o fim por completo do regime socialista soviético. Essa falta de
apoio de uma população desconfiada serviu para impossibilitar mais ainda a tentativa de reorganização.
A Crise Soviética se expandiu pelos países que integravam o bloco socialista. A União Soviética estava saturada de
problemas militares e políticos. A população se rebelava em vários países pedindo democracia e o fim do sistema
socialista. Assim foi que, progressivamente, os países deixaram de integrar a União Soviética. Sua completa
fragmentação já não deixava dúvidas ou qualquer esperança sobre seu futuro, a definitiva dissolução da mesma. No
auge da crise, vários países abandonaram a União Soviética. Na Rússia, Boris Yeltsin assumiria o cargo de presidente,
em 1991, e decretaria o final da União Soviética, permitindo a criação de novos países.
A Crise Soviética levou à dissolução da União Soviética e, por consequência, ao término da Guerra Fria. Neste
conflito, os Estados Unidos consagraram-se como vencedores e o sistema capitalista tomou seu posto de liderança
incontestada no mundo

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