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DE POLÍCIA CIVIL
2ª EDIÇÃO
CEI-DELEGADO
DE POLÍCIA CIVIL
2ª EDIÇÃO
22/02/2016 A 22/05/2016
MATERIAL ÚNICO
Questões Totalmente Inéditas.
ACESSÍVEL
Computador, Tablet, Smartphone.
36 QUESTÕES OBJETIVAS
Por rodada.
2 QUESTÕES DISSERTATIVAS
Por rodada.
1 PEÇA PRÁTICA
Por rodada.
IMPORTANTE: é proibida a reprodução deste material, ainda que sem fins lucrativos. O CEI CEI-DEPOL
possui um sistema de registro de dados que marca o material com o seu CPF ou nome de usuário. 2ª ED.
O descumprimento dessa orientação acarretará na sua exclusão do Curso. Agradecemos pela 2016
sua gentileza de adquirir honestamente o curso e permitir que o CEI continue existindo.
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PROFESSORES
Henrique Hoffmann Monteiro de Castro – Coordenador do Curso e Professor de Legislação Penal Especial
Delegado de Polícia Civil do Paraná. Ex-Delegado de Polícia Civil do Mato Grosso. Professor Coordenador da Pós-Graduação em
Ciências Criminais da FACNOPAR. Professor Convidado da Escola Nacional de Polícia Judiciária, Escola Superior de
Polícia Civil do Paraná, Escola da Magistratura do Paraná, Escola do Ministério Público do Paraná e Curso
de Formação de Defensores Públicos de Santa Catarina. Colunista do Conjur. Mestrando em Direito
pela UENP. Especialista em Direito Penal e Processual Penal pela UGF. Especialista em Segurança
Pública pela UNIESP. Bacharel em Direito pela UFMG. Membro do Instituto Brasileiro de Direito
Processual Penal e da Associação Internacional de Direito Penal. Assessor Jurídico da Federação
Nacional dos Delegados de Polícia Civil. Facebook, Instagram, Twitter e Periscope: profhenriqueh.
facebook.com/profhenriquehoffmann
facebook.com/elisaemurillodelta
facebook.com/leonardomarcondesmachado
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facebook.com/elisaemurillodelta
facebook.com/ruchestermarreiros
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INSTRUÇÕES GERAIS
O curso tem duração de 4 meses, sendo composto por 10 rodadas que ocorrem de 10 em 10 dias.
O aluno recebe, a cada rodada, 36 questões objetivas inéditas, acompanhadas do gabarito comentado de
forma pormenorizada pelos professores. O curso é totalmente online, permitindo sua participação onde quer
que esteja.
Recebe também, a cada rodada, 2 questões dissertativas e 1 peça prática inéditas. Além disso, o aluno é
contemplado com um grande diferencial: correções individualizadas das suas respostas, nas quais o professor
elabora observações e indica aspectos a melhorar. O prazo para que o aluno entregue as questões resolvidas
será de 10 dias (até a rodada seguinte). Após a entrega pelo aluno, os professores devolverão as correções no
prazo de 10 dias (na próxima rodada), acompanhadas do minucioso espelho de correção. Mesmo os alunos
que optarem por não enviar suas respostas dissertativas e peça prática receberão o espelho de correção,
bem como a seleção das melhores respostas e peças. Fique atento ao calendário disponível no site na aba
“cronograma”, e lembre-se que só serão aceitas as respostas enviadas até às 23:59h do último dia do prazo,
não sendo possível o recebimento após o limite, ainda que o aluno tenha ingressado após o início do curso.
Serão, ao todo, 10 rodadas, o que significa que o aluno receberá ao final do curso 360 questões objetivas
comentadas, 20 questões dissertativas, e 10 peças práticas.
O corpo docente é 100% composto por Delegados de Polícia de vários estados do Brasil, com experiência
docente em Academias de Polícia e cursos preparatórios, publicação de livros e artigos e até mesmo participação
em banca examinadora do concurso público para Delegado de Polícia.
Note o diferencial: aqui suas respostas serão corrigidas por quem já enfrentou com êxito batalha semelhante
à sua, e pode nortear sua caminhada.
As questões versarão sobre as disciplinas estatisticamente mais cobradas em concursos públicos para Delegado
de Polícia Civil, sendo elas: Direito Penal, Direito Processual Penal, Legislação Penal Especial (que nos editais
geralmente está incluída em Direito Penal, mas devido à sua importância para a prova foi destacada como
disciplina autônoma), Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Civil, Língua Portuguesa e Medicina
Legal. As matérias de Criminologia e Direitos Humanos serão cobradas pontualmente em Direito Penal e
Direito Constitucional, respectivamente.
Todas as questões são elaboradas a partir do programa de matérias dos editais dos concursos anteriores, e
comentadas com base em legislação, doutrina e jurisprudência.
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SUMÁRIO
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ORIENTAÇÃO: procure responder todas as questões com agilidade, sem consulta a nenhum material,
a fim de simular a situação encontrada em prova.
d) Incide no art. 63, I da Lei de Contravenções Penais o agente que vender, fornecer,
servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou
a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos componentes
possam causar dependência física ou psíquica.
c) A sentença condenatória pode ser proferida com fundamento apenas nas declarações
de agente colaborador.
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3. Sobre as alterações promovidas pela Lei 13.245/16 no Estatuto da OAB, assinale a assertiva
equivocada:
b) Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante,
devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta
deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e
providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários.
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5. Quanto aos crimes hediondos, previstos na Lei 8.072/90, aponte a opção incorreta:
a) O homicídio funcional é aquele cometido apenas contra policiais, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição.
d) A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes hediondos, dar-se-á após
o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três
quintos), se reincidente.
a) É possível afirmar que, além do órgão acusatório e do órgão julgador, também a defesa
figura como destinatária do inquérito policial.
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8. A respeito dos sujeitos, dos atos processuais e do seu procedimento de comunicação, assinale
a alternativa CORRETA:
c) Estando o acusado em local incerto, porém fora do território nacional, será citado
mediante carga rogatória.
9. Adonilza, conhecida estelionatária, possui conta corrente em Belo Horizonte/MG. Vai a uma
feira de moda em São Paulo/SP e adquire peças de roupas de um vendedor de Curitiba/PR
com cheque próprio que sabe não contar com a necessária provisão de fundos. O vendedor
tenta descontar o cheque em uma agência bancária localizada na cidade do Rio de Janeiro/RJ,
onde fica sabendo que não tem fundos. Pergunta-se: qual o foro competente para o processo e
julgamento desse crime?
a) Belo Horizonte/MG.
b) São Paulo/SP.
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c) Curitiba/PR.
d) Rio de Janeiro/RJ.
e) Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em
estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no
exercício regular de direito.
DIREITO PENAL
11. Caio companheiro de Mévia, com quem convivia maritalmente travam uma discussão a
despeito da educação dos filhos e por não ter conseguido convencê-la de o mesmo deveria
ingressar na escola de judô lhe espeta com a ponta de tesoura, causando-lhe um pequeno furo
na pele, que não chega a atingir a derme, de forma que não deixaria cicatrizes, conforme laudo.
Inconformada Mévia noticia o fato e se instaura inquérito policial pela prática do art. 129. §9º do
CP. Considerando recente entendimento do STF, o magistrado deve na sentença:
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insignificância.
12. O Direito Penal tutela de forma criminalizante, ainda que sem violência ou grave ameaça, a
conjunção carnal ou outro ato libidinoso praticado por uma pessoa maior de 18 anos com uma
pessoa que tenha a idade maior de 14 anos e menor que 18 anos.
(C) Certa.
(E) Errada.
13. O Direito Penal não tutela de forma criminalizante o aborto culposo no ordenamento pátrio.
Podemos dizer que esta afirmativa é:
(C) Certa.
(E) Errada.
14. Mévio mediante grave ameaça com emprego de arma de fogo em direção à cabeça de Caio
exige que o mesmo lhe entregue o celular. Após a subtração, Mévio entra em um veículo e
corre em fuga e o abandona em uma horta e caminha em outra direção para despistar eventual
perseguição. A vítima relata o ocorrido para a polícia militar que sai em busca do veículo, o
encontra abandonado em nos arredores encontra uma pessoa com a arma de fogo, uma
pistola 9mm, utilizada no crime, o celular e as vestimentas que trajava na execução do crime e
é reconhecido pela vítima. Com base neste contexto e diante do entendimento do STJ sobre o
tema pode-se afirmar que Mévio praticou o crime de:
c) Roubo majorado pelo emprego de arma de fogo e porte ilegal de uso permitido.
d) Roubo majorado pelo emprego de arma de fogo e porte ilegal de uso restrito.
15. Deoclécio, advogado de uma pequena cidade do interior do Amapá, foi surpreendido com
uma designação para ser advogado dativo de Caio, após o término de sua audiência da vara
criminal da região, em razão da inexistência de Defensoria Pública. Após o término da audiência,
Deoclécio, aproveitando-se da distração do juiz e seu secretário apropriou-se do laptop
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pertencente ao Tribunal que estava sendo empregado na audiência. Foi perseguido na saída do
fórum e flagrado passando o equipamento para seu comparsa, Caio, já em conluio para a prática
de furtos antes mesmo do ingresso no fórum, que o esperava no carro do lado de fora. Diante
do caso, utilizando-se da orientação reafirmada recentemente pelo STJ, podemos afirmar que:
DIREITO CONSTITUCIONAL
c) Limitado de forma expressa e implícita, sendo que a violação pode ensejar a declaração de
inconstitucionalidade da emenda constitucional, por via do controle de constitucionalidade
difuso ou concentrado.
d) Ilimitado, não existindo qualquer restrição pela Constituição Federal ao que pode ser
por ele regulado.
b) O fato de a constituição ser rígida, em nada guarda relação com o princípio da supremacia
da constituição.
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e) Com base no princípio da presunção de constitucionalidade das leis, existe uma presunção
relativa dessas normas, que pode ser afastada pelo controle de constitucionalidade difuso
ou abstrato.
18. Em 2011, por meio da Lei nº 12.527, criou-se a Lei de Acesso às Informações com a finalidade de
regular os procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Sobre o tema, em qual alternativa abaixo encontra-se o seu principal fundamento constitucional?
a) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos, com exclusão dos servidores públicos
neles localizados, informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral,
que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
b) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de interesse coletivo
ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
c) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena
de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado.
d) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo improrrogável de 15 dias, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança
da sociedade e do Estado.
e) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos, com exclusão dos servidores públicos
neles localizados, informações de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo
da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado.
I. Proposta a ADI, não pode o legitimado dela desistir. No entanto, caso haja pedido de
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20. A eficácia de uma decisão de mérito de uma ADI julgada pelo STF tem início:
b) O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de
discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou
arquivado, se o rejeitar.
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22. De acordo com a Constituição Federal, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
exceto, quando houver compatibilidade de horários:
DIREITO CIVIL
23. Acerca das características dos direitos reais, analise as assertivas e marque a alternativa correta.
III. O direito real só pode se exercer contra todos se for ostentado publicamente.
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a) A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude
de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o
possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
e) O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem
como, quanto às voluptuárias, se não lhes forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem
detrimento da coisa, e não poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias
necessárias e úteis.
DIREITO ADMINISTRATIVO
25. Sobre bens públicos, assinale a sequência correta, após avaliar as assertivas.
III. A permissão de uso de bem público pode ser ato administrativo gratuito ou oneroso.
IV. Caso uma viatura policial seja considerada sem utilidade e, em seguida, baixada ao
depósito da Polícia Civil daquele Estado, caracterizar-se-á como bem afetado.
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a) F – V – V – F.
b) V – F – V – F.
c) F – V – F –V.
d) V – V – V – F.
e) F – F – V – V.
c) Controle por subordinação é o que se realiza entre órgãos e agentes de uma mesma
pessoa jurídica da Administração Pública e configura a manifestação do poder disciplinar.
e) O controle expressa o princípio da eficiência, uma vez que legitima a atuação do poder
público e garante a adequação das condutas dos agentes públicos aos anseios sociais.
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e) O terceiro que tem o serviço a ele concedido deve executá-lo em nome da Administração
Pública.
I. Afastar ou procurar afastar licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou
oferecimento de vantagem de qualquer tipo.
II. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para aquisição ou venda
de bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente tornando, por qualquer modo,
injustamente, mais onerosa a proposta ou a execução do contrato.
III. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar
as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade.
a) I e II.
b) I, II e III.
c) II e III.
e) I e IV.
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e) Não comete ato de improbidade administrativa o médico que cobre honorários por
procedimento realizado em hospital privado que também seja conveniado à rede pública
de saúde, desde que o atendimento não seja custeado pelo próprio sistema público de
saúde.
31. A empresa Lixão, Coleta de Lixo S.A., sociedade de economia mista, deseja alienar bem imóvel
de sua propriedade. Com base na legislação aplicável a este caso, a sociedade poderá:
PORTUGUÊS
32. Assinale a alternativa correta quanto aos sinais de pontuação empregados nos períodos
abaixo:
a) A dupla tributação — acima referida — é injustificada, por pelo menos, dois motivos,
que passamos a expor, de forma sucinta.
b) A dupla tributação acima referida, é injustificada por, pelo menos, dois motivos, que
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c) A dupla tributação, acima referida é injustificada, por pelo menos dois motivos, que
passamos a expor de forma sucinta.
d) A dupla tributação — acima referida — é injustificada por, pelo menos, dois motivos que
passaremos a expor, de forma sucinta.
e) A dupla tributação referida acima é injustificada, pelos dois motivos, que passo a expor
de forma sucinta.
Os termos destacados expressam uma comparação. Esta ideia também está presente na seguinte
alternativa:
a) Vendo os doentes na janela, a mulher do riso desdentado deu adeus como na véspera.
d) Simão não sabia como suportar o desejo incoercível que lhe despertara a estranha
criatura.
e) “Mas o Simão era um assassino. Como ele próprio dizia, sem ódio, quase com ternura,
‘matei um’.”
34. Assinale a alternativa incorreta quanto às características físico-mecânicas das granadas como
engenhos explosivos:
d) As granadas ofensivas são utilizadas por forças policiais, não sendo seu uso restrito às
Forças Armadas.
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35. Assinale a alternativa incorreta quanto à classificação das armas de fogo e seus aspectos
físico-mecânicos:
c) As armas que utilizam cartuchos com espoleta integrada ao cartucho são armas de
percussão radial.
d) Sistema de percussão central ocorre nos cartuchos com a espoleta localizada ao centro
do estojo.
36. Em medicina legal, conceitua-se o aborto como interrupção da gravidez, por morte do
concepto:
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QUESTÃO 1 ALTERNATIVA C
QUESTÃO 2 ALTERNATIVA A
QUESTÃO 3 ALTERNATIVA C
QUESTÃO 4 ALTERNATIVA E
QUESTÃO 5 ALTERNATIVA A
QUESTÃO 6 ALTERNATIVA D
QUESTÃO 7 ALTERNATIVA D
QUESTÃO 8 ALTERNATIVA E
QUESTÃO 9 ALTERNATIVA A
QUESTÃO 10 ALTERNATIVA D
QUESTÃO 11 ALTERNATIVA E
QUESTÃO 12 ALTERNATIVA CERTA
QUESTÃO 13 ALTERNATIVA ERRADA
QUESTÃO 14 ALTERNATIVA E
QUESTÃO 15 ALTERNATIVA D
QUESTÃO 16 ALTERNATIVA C
QUESTÃO 17 ALTERNATIVA E
QUESTÃO 18 ALTERNATIVA C
QUESTÃO 19 ALTERNATIVA C
QUESTÃO 20 ALTERNATIVA A
QUESTÃO 21 ALTERNATIVA C
QUESTÃO 22 ALTERNATIVA A
QUESTÃO 23 ALTERNATIVA C
QUESTÃO 24 ALTERNATIVA A
QUESTÃO 25 ALTERNATIVA A
QUESTÃO 26 ALTERNATIVA C
QUESTÃO 27 ALTERNATIVA C
QUESTÃO 28 ALTERNATIVA B
QUESTÃO 29 ALTERNATIVA B
QUESTÃO 30 ALTERNATIVA C
QUESTÃO 31 ALTERNATIVA D
QUESTÃO 32 ALTERNATIVA D
QUESTÃO 33 ALTERNATIVA A
QUESTÃO 34 ALTERNATIVA C
QUESTÃO 35 ALTERNATIVA E
QUESTÃO 36 ALTERNATIVA A
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d) Incide no art. 63, I da Lei de Contravenções Penais o agente que vender, fornecer,
servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou
a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos componentes
possam causar dependência física ou psíquica.
COMENTÁRIO
O crime de corrupção de menores já foi tipificado na revogada Lei 2.252/54, e desde a Lei 12.015/09
previsto no art. 244-B do ECA:
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando
infração penal ou induzindo-o a praticá-la:
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§ 1º Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali tipificadas
utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet.
§ 2º As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a infração
cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1º da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990.
Em princípio poderia se pensar no crime no art. 240 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que traz
uma das formas de pornografia infantil:
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de
sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo
intermedeia a participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo,
ou ainda quem com esses contracena.
Todavia, cuidado. Se houve efetivamente a prática de conjunção carnal, vislumbra-se o crime de estupro
de vulnerável, estampado no art. 271-A do CP:
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze)
anos:
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança,
com o fim de com ela praticar ato libidinoso:
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I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo explícito ou pornográfica
com o fim de com ela praticar ato libidinoso;
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de induzir criança a se exibir
de forma pornográfica ou sexualmente explícita.
Art. 243. Vender, fornecer ainda que gratuitamente, ministrar ou entregar, de qualquer forma,
a criança ou adolescente, sem justa causa, produtos cujos componentes possam causar
dependência física ou psíquica, ainda que por utilização indevida:
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.
(...)
Pena – prisão simples, de dois meses a um ano, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos
de réis.
A antiga escrita do art. 243 do ECA fomentou a existência de 2 correntes acerca da adequação típica do
fornecimento de bebida alcoólica a menor de 18 anos.
Uma parcela dos juristas sustentava que a conduta de encaixava com perfeição na contravenção penal
definida no art. 63, I da LCP. Isso porque o legislador diferenciou no art. 81, II e III do ECA bebida
alcoólica de produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica, e o delito do
art. 243 do ECA previa como crime apenas a conduta de quem vende ou fornece a segunda categoria
de substâncias. Entendimento contrário representaria analogia in malam partem, que é vedada pelo
ordenamento jurídico. Essa posição foi adotada pelo Superior Tribunal de Justiça (REsp 942.288).
Já a outra corrente defendia que a conduta se subsumia ao crime tipificado no art. 243 do ECA, que
responsabiliza aquele que fornece produtos cujos componentes possam causar dependência física ou
química. Enquadrar a conduta na contravenção penal do art. 61, I da LCP enfraqueceria a proteção
às crianças e adolescentes, na contramão do preconizado pelo art. 227 da Constituição Federal e art.
3º do ECA. Aliás, seria enorme contrassenso dizer que o ECA, ao criar o tipo penal do art. 243, não
teve interesse em reprimir o fornecimento de bebida alcoólica, expressamente tido como vedado pelo
diploma legal no mencionado art. 81. Tudo em conformidade com as normas interpretativas contidas nos
arts. 6º e 73 do ECA.
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Pois então. O legislador, notando que estava prevalecendo uma interpretação que enfraquecia a proteção
aos menores, resolveu editar a Lei 13.106/15 e modificar o tipo penal do art. 243 do ECA, além de revogar
o inciso I do art. 63 da LCP. Na justificativa do Projeto de Lei respectivo, o Legislativo afirmou que o
objetivo foi dar “fim a candente discussão doutrinária e jurisprudencial sobre a aplicação do art. 63, I, da
Lei das Contravenções Penais, ou do art. 243, do próprio ECA”.
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer
forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos
componentes possam causar dependência física ou psíquica:
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.
Agora o delito abrange expressamente a bebida alcoólica como objeto material, além de outros produtos
que causem dependência, fulminando a corrente que defendia ser contravenção penal o fornecimento
de bebida alcoólica a criança ou adolescente. Também fica prejudicada a posição que entendia ser crime
anão servir bebida alcoólica a menor, pois esse verbo nuclear foi inserido no preceito primário. Ademais,
a contravenção penal foi revogada.
Realmente essa conduta era tipificada no ECA. Todavia, tal crime foi revogado em 1997 pela Lei de Tortura
(Lei 9.455/97), já que a submissão de menor a tortura configura crime do art. 1º, II daquela Lei. Veja o tipo
penal revogado e em seguida o crime da Lei de Tortura:
Art. 233. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a tortura:
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou
grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou
medida de caráter preventivo.
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c) A sentença condenatória pode ser proferida com fundamento apenas nas declarações
de agente colaborador.
COMENTÁRIO
Logo, é indispensável aferir a relevância e a eficácia objetiva das declarações prestadas pelo colaborador.
Não basta a mera confissão acerca da prática delituosa.
Comprovada a eficácia objetiva das informações prestadas pelo agente, a aplicação do prémio legal é
direito subjetivo do réu (STJ, HC 26.325, Rel. Min. Gilson Dipp, DJ 24/06/2003).
Como sabemos, foi publicada recentemente a Lei do Terrorismo (Lei 13.260/16). Referido diploma legal
não trouxe em seus artigos, diretamente, a disciplina da colaboração premiada, o que levaria vários
incautos a concluir pela impossibilidade de utilização dessa técnica especial de investigação para esses
crimes.
Art. 16. Aplicam-se as disposições da Lei nº 12.850, de 2 agosto de 2013, para a investigação,
processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei.
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Logo, se é aplicável a Lei 12.850/13 aos crimes de terrorismo, e a Lei de Organização Criminosa admite o
emprego da colaboração premiada na persecução penal (art. 4º), isso significa que tal meio especial de
obtenção de prova é plenamente aplicável aos delitos de terrorismo.
Ante a possibilidade de falsidade da colaboração premiada, esta técnica especial de investigação não é
suficiente, por si só, para embasar um decreto condenatório. Deve estar corroborada por outros elementos
probatórios, razão pela qual se fala em regra da corroboração. O colaborador deve indicar elementos
aptos a confirmar suas declarações, no que vem sendo chamado pela doutrina de regra da corroboração.
Este entendimento foi adotado pelo STF (HC 75.226, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ 12/08/1997) e possui
expressa previsão legal na Lei de Organização Criminosa:
§ 16. Nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento apenas nas declarações
de agente colaborador.
Nada mais coerente, especialmente ao lembrarmos que nem mesmo confissão do acusado possui valor
absoluto (art. 197 do CPP), devendo ser interpretada com cautela a expressão “rainha das provas”.
pág. 28
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A resposta pode ser extraída da simples leitura do art. 4º, §2º da Lei de Organização Criminosa, que
confere legitimidade para celebração da colaboração premiada não apenas ao promotor de justiça, mas
também ao delegado de polícia:
Art. 4º (...)
Para uma discussão mais aprofundada sobre a capacidade postulatória da autoridade de Polícia Judiciária,
confira o seguinte artigo que escrevi juntamente com o professor Francisco Saninni:
http://www.conjur.com.br/2016-mar-04/delegado-legitimidade-celebrar-colaboracao-
premiada
3. Sobre as alterações promovidas pela Lei 13.245/16 no Estatuto da OAB, assinale a assertiva
equivocada:
COMENTÁRIO
Tendo em vista que se trata de tema único, qual seja, a modificação do art. 7º da Lei 8.906/94 (Estatuto
da OAB) para ampliar os direitos do advogado na investigação criminal, analisaremos as alternativas em
bloco único.
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DE POLÍCIA CIVIL
2ª EDIÇÃO
O advogado tem direito a acessar o inquérito policial e qualquer outra investigação (criminal ou não), seja
na Polícia Judiciária, Ministério Público ou outro órgão público, podendo também copiar peças não só em
meio físico, mas também digital:
Esse direito, todavia, não é absoluto. A súmula vinculante 14 do STF já estabelecia algumas balizas
impedindo o acesso às diligências ainda em curso e não juntadas aos autos, diretrizes essas que foram
seguidas pelo legislador:
Súmula Vinculante 14
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova
que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência
de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
§ 11. No caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente poderá delimitar o acesso do
advogado aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não
documentados nos autos, quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia
ou da finalidade das diligências. (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)
Grande novidade inserida no EAOB foi confirmar o direito do advogado participar do interrogatório ou
depoimento de seu cliente, e estabelecer a sanção de nulidade para o desrespeito a essa prerrogativa:
XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade
absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os
elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente,
podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração: (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)
b) (VETADO).
Nota-se que a participação do advogado no inquérito policial continua não sendo obrigatória, mas o
procurador do investigado tem o direito de participar da inquirição do cliente. Trata-se mais de prerrogativa
do advogado constituído do que um direito do suspeito, cujo exercício da ampla defesa, conquanto seja
mitigado na fase pré-processual, será pleno apenas na etapa processual.
O causídico atuará imperativamente a partir da produção da “prova” oral relativa a seu cliente, ou
seja, desde sua oitiva como indiciado (“interrogatório”) ou como mera testemunha (“depoimento”). É
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2ª EDIÇÃO
dizer, o advogado tem direito a assistir o seu cliente no curso do procedimento apuratório, mas não
necessariamente desde o seu início formal. Até porque na maioria das investigações inexiste a priori um
rol de investigados.
A alínea “b” do dispositivo, que permitia ao advogado requisitar diligências, foi vetada. Como explicado
nas razões do veto, da forma como redigido, o dispositivo poderia levar à interpretação equivocada de
que se trataria de ordem. Persiste, todavia, o direito do advogado a requerer diligências, que serão ou não
realizadas a juízo discricionário do Delegado de Polícia (art. 14 do CPP), presidente do inquérito policial.
Para um estudo ainda mais aprofundado, confira o pioneiro artigo que redigi em coautoria com o
Professor Adriano Costa:
http://www.conjur.com.br/2016-jan-14/advogado-importante-inquerito-policial-nao-
obrigatorio
b) Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante,
devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta
deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e
providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários.
COMENTÁRIO
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2ª EDIÇÃO
De fato, a conduta consistente em negociar por telefone a aquisição de droga e também disponibilizar o
veículo que seria utilizado para o transporte do entorpecente, ainda que a polícia, com base em indícios
obtidos por interceptações telefônicas, tenha efetivado a apreensão do material entorpecente antes que
o investigado efetivamente o recebesse, caracteriza o delito de tráfico de drogas consumado, e não
tentado.
Essa constatação acaba de ser feita pelo Superior Tribunal de Justiça (HC 212.528).
Inicialmente, registre-se que o tipo penal em análise é de ação múltipla ou conteúdo variado, pois
apresenta várias formas de violação da mesma proibição, bastando, para a consumação do crime, a
prática de uma das ações ali previstas. Nesse sentido, o STF (HC 71.853) decidiu que a modalidade de
tráfico “adquirir” completa-se no instante em que ocorre a avença entre comprador e vendedor. De
igual forma, conforme entendimento do STJ (REsp 1.215), incide no tipo penal, na modalidade “adquirir”,
o agente que, embora sem receber a droga, concorda com o fornecedor quanto à coisa, não havendo
necessidade, para a configuração do delito, de que se efetue a tradição da droga adquirida, pois que a
compra e venda se realiza pelo consenso sobre a coisa e o preço Conclui-se, pois, que a negociação com
aquisição da droga e colaboração para seu transporte constitui conduta típica, encontrando-se presente
a materialidade do crime de tráfico de drogas.
Art. 48. § 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em
flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou,
na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado
e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários.
O conteúdo dessa alternativa é justamente o descrito no art. 28, §2º da Lei 11.343/06:
Art. 28. § 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à
natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu
a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou
fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
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2ª EDIÇÃO
Trata-se do único crime culposo na Lei de Drogas, crime de menor potencial ofensivo.
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em
flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia
em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante
fiança ou sem ela.
Porém, não se esqueça dos prazos especiais elencados no art. 51 da Lei de Drogas:
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver
preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.
5. Quanto aos crimes hediondos, previstos na Lei 8.072/90, aponte a opção incorreta:
a) O homicídio funcional é aquele cometido apenas contra policiais, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição.
d) A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes hediondos, dar-se-á após
o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três
quintos), se reincidente.
COMENTÁRIO
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2ª EDIÇÃO
Chamado pela doutrina de homicídio funcional, a nova qualificadora do homicídio trazida pela Lei
13.142/15 pune de forma mais severa aquele que mata autoridade ou agente das Forças Armadas ou de
órgãos de segurança pública, bem como seus familiares mais próximos.
Art. 121, §2º, VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
O legislador não se esqueceu de aumentar o rol de crimes hediondos para incluir essa espécie delitiva
na Lei 8.072/90.
O art. 144 da CF, por sua vez, elenca os órgãos que exercem atividades de segurança pública. O caput
desse dispositivo abrange I - polícia federal, II - polícia rodoviária federal, III - polícia ferroviária federal,
IV - polícias civis, V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
Como a qualificadora não se restringe ao caput do art. 144 da CF, interpretação teleológica que busca
proteger os servidores que exercem atividade de segurança pública leva a abranger também as guardas
municipais (§8º) e órgãos de segurança viária (§10).
Fácil notar que a qualificadora em questão não se restringe aos policiais e familiares, englobando também
os integrantes das Forças Armadas e órgãos de segurança pública.
Por fim, cabe lembrar que, para incidir a qualificadora, é preciso que o agente a autoridade ou agente no
exercício da função ou em decorrência dela.
Vejamos o tipo penal de favorecimento da prostituição, criado pela Lei 12.015/09 e hospedado no art.
218-B do Código Penal:
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual
alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o
necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone:
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1º Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.
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I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e
maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo;
Para saber se tal delito é hediondo, é preciso conhecer o artigo inaugural da Lei 8.072/90, que estabelece
em rol taxativo quais crimes são hediondos:
Art. 1º, VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança
ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído pela Lei nº 12.978, de
2014)
Perceba que esse crime foi criado em 2009, e não era originalmente um crime hediondo, o que só
ocorreu em 2014 com a Lei 12.978/14.
De fato, o genocídio está tipificado pela Lei 2.889/56, e não pelo Código Penal:
Lei 2.889/56, Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional,
étnico, racial ou religioso, como tal:
Será punido:
Art. 2º Associarem-se mais de três pessoas para prática dos crimes mencionados no artigo
anterior:
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2ª EDIÇÃO
Art. 3º Incitar, direta e publicamente, alguém a cometer qualquer dos crimes de que trata o
artigo 1º:
§ 1º A pena pelo crime de incitação será a mesma de crime incitado, se este se consumar.
§ 2º A pena será aumentada de um terço, quando a incitação for cometida pela imprensa.
A hediondez desse crime pode ser extraída do parágrafo único do art. 1º da Lei de Crimes Hediondos:
Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto nos arts. 1º, 2º
e 3º da Lei no 2.889, de 1º de outubro de 1956, tentado ou consumado.
Realmente trata-se do único crime hediondo não previsto no Código Penal. Todos os demais crimes do
art. 1º da Lei 8.072/90 possuem previsão legal no CP.
Cabe lembrar que os delitos de tortura, tráfico de drogas e terrorismo (art. 2º da Lei 8.072/90 e art. 5º,
XLIII da CF) são equiparados a hediondos, e não hediondos propriamente ditos. Na prática, sofrem as
mesmas restrições dos crimes hediondos, mas tecnicamente não se confundem.
Não há dificuldades em constatar a veracidade da assertiva para quem conhece o conteúdo do art. 1º,
§2º da Lei 8.072/90:
Art. 2º. § 2º A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo,
dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de
3/5 (três quintos), se reincidente.
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a) É possível afirmar que, além do órgão acusatório e do órgão julgador, também a defesa
figura como destinatária do inquérito policial.
COMENTÁRIO
A defesa é vista pela doutrina como destinatário terciário do inquérito policial. Isso porque é justamente
com base nos elementos colhidos na investigação preliminar que a defesa, privada ou pública, poderá
formular teses para: a) sustentar, administrativa ou judicialmente, a ilegalidade de medidas cautelares
(reais ou pessoais) decretadas contra o investigado ao longo da fase pré-processual e sua consequente
cassação ou revogação (a depender do caso); b) o trancamento da investigação preliminar mediante
“habeas corpus” nas hipóteses excepcionais de atipicidade, causa extintiva da punibilidade, indiciamento
abusivo ou excesso de prazo; c) a rejeição da denúncia ou queixa, de forma a impedir o nascimento ou
o desenvolvimento do processo (a depender da teoria adotada).
O inquérito policial é marcado pela forma documental, sendo os atos produzidos oralmente, em regra,
reduzidos a termo (ex.: depoimento testemunhal). O CPP de 1940 não fez referência expressa à forma
oral no inquérito policial, contudo a reforma processual de 2008 permitiu, havendo aparato tecnológico, a
adoção desse mecanismo na esfera judicial, o que pode ser aplicado por analogia à etapa pré-processual.
Vale destacar, inclusive, que muitas unidades policiais têm se atualizado para incluir o sistema audiovisual
em seus procedimentos de investigação. A formalização dos atos investigatórios pelos processos de
captação e registro de som e/ou imagem constitui premente necessidade de aprimoramento. Ainda
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2ª EDIÇÃO
Em que pese a vigência (formal) do respectivo dispositivo legal, prevalece atualmente na doutrina e na
jurisprudência do STJ (RHC n.º 11124/RS, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DP 24/09/01) o entendimento
pela sua não recepção.
O inquérito policial não tem um procedimento rígido, ou seja, uma sequência imutável de atos. O
artigo 6.º do Código de Processo Penal estabelece um rol exemplificativo e não vinculante de algumas
providências ou atos de desenvolvimento que deveriam ser adotados pelo delegado de polícia na
dinâmica procedimental de apuração da notícia crime, na busca por elementos em torno de eventual
materialidade e autoria delitivas.
O indiciamento constitui ato administrativo formal por meio do qual, de maneira fundamentada, mediante
análise técnica e jurídica dos fatos investigados, o delegado de polícia responsável pela presidência do
inquérito policial manifesta o seu convencimento quanto à existência de materialidade delitiva e indícios
de autoria em relação a determinada(s) pessoa(s).
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2ª EDIÇÃO
COMENTÁRIO
A doutrina especializada diferencia as seguintes categorias: fontes de prova, meios de prova e meios
de obtenção de prova. Fonte de Prova é a pessoa ou coisa capaz de fornecer alguma informação
relevante sobre o suposto caso penal. São normalmente classificadas em pessoais (testemunha, vítima/
ofendido, acusado, etc) e reais (documentos em sentido amplo). As fontes de prova existem (por si) e
independentemente de qualquer etapa da persecução penal (investigação ou processo). São, portanto,
extraprocessual. Contudo, apenas terão influência no julgamento do caso penal se transformadas,
validamente, em meios de prova. Já os meios de provas (ou meios de produção de prova) são “os
instrumentos ou atividades por intermédio dos quais os dados probatórios (elementos de prova) são
introduzidos e fixados no processo (produção de prova)” (GOMES FILHO, Antônio Magalhães. Notas
sobre a terminologia da prova (reflexos no processo penal brasileiro). In: YARSHELL, Flávio Luiz, MORAES,
Maurício Zanoide de (Orgs.). Estudos em Homenagem à Professora Ada Pellegrini Grionover. 1 ed. São
Paulo: DPJ, 2005, p. 308). São exemplos a prova testemunhal, a prova pericial e a prova documental
(dentre outras). Já os “meios de investigação de prova” (ou “meios de obtenção de prova”) dizem respeito
aos instrumentos adotados na busca por fontes de prova. São as diligências realizadas, normalmente
por autoridades administrativas de investigação e seus agentes, durante a fase de instrução preliminar
(em regra), marcadas pela surpresa (ou pelo segredo), com o objetivo de descobrir fontes de prova. São
exemplos a interceptação telefônica e a interceptação ambiental (dentre outros) etc.
O artigo 3º da Lei n. 12.850/2013, que disciplina os meios de investigação de provas, estabelece um rol
mais extenso do que aquele previsto no enunciado da questão. Acompanhe:
Art. 3. Em qualquer fase da persecução penal, serão permitidos, sem prejuízo de outros já
previstos em lei, os seguintes meios de obtenção da prova: I - colaboração premiada; II -
captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos; III - ação controlada; IV -
acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos
de dados públicos ou privados e a informações eleitorais ou comerciais; V - interceptação de
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2ª EDIÇÃO
Apesar de séria divergência na doutrina a esse respeito, o Superior Tribunal de Justiça tem decisões no
sentido da constitucionalidade dessa medida de investigação, in verbis:
O Superior Tribunal de Justiça tem decidido no sentido de ‘ser legal, ex vi do art. 1º, parágrafo
único, da Lei nº 9.296/96, a interceptação do fluxo de comunicações em sistema de informática
e telemática, se for realizada em feito criminal e mediante autorização judicial, não havendo
qualquer afronta ao art. 5º, XII, da CF’ (STJ, RHC 25.268/DF, Rel. Ministro VASCO DELLA
GIUSTINA (Desembargador Convocado do TJ/RS), SEXTA TURMA, DJe de 11/04/2012). (STJ, Rel.
Min. Assusete Magalhães, HC n. 160.662/RJ, DP 17/03/2014).
Origem Legal. A interceptação de comunicação entre pessoas presentes foi inserida no ordenamento
jurídico brasileiro, sob o nome de “captação e interceptação ambiental”, pela Lei n. 10.217, de 11 de abril
de 2001, que alterou a doravante revogada Lei 9.034/95 ao acrescentar o inciso IV ao seu artigo 2º, com
a seguinte redação:
Em qualquer fase de persecução criminal são permitidos, sem prejuízo dos já previstos em
lei, os seguintes procedimentos de investigação e formação de provas: (...) IV – a captação e
a interceptação ambiental de sinais eletromagnéticos, óticos ou acústicos, e o seu registro e
análise, mediante circunstanciada autorização judicial.
Atual Previsão. A nova Lei de Organizações Criminosas – Lei n. 12.850, de 02 de agosto de 2013 – manteve
o instituto, com pequenas alterações, conforme se depreende de seu art. 3º, inc. II, que ficou consagrado
da seguinte forma:
Art. 3º Em qualquer fase da persecução penal, serão permitidos, sem prejuízo de outros já
previstos em lei, os seguintes meios de obtenção da prova: (...) II - captação ambiental de sinais
eletromagnéticos, ópticos ou acústicos.
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2ª EDIÇÃO
8. A respeito dos sujeitos, dos atos processuais e do seu procedimento de comunicação, assinale
a alternativa CORRETA:
c) Estando o acusado em local incerto, porém fora do território nacional, será citado
mediante carga rogatória.
COMENTÁRIO
O artigo 270 do Código de Processo Penal veda esse tipo de situação. Diz justamente o contrário.
Registre-se que, muito embora o Código seja expresso nessa linha de vedação, parte da doutrina discute
se não poderia haver assistência de acusação na fase recursal quando um dos correús é absolvido e a
sua decisão transita em julgado.
Se o acusado estiver no estrangeiro em lugar não sabido, será citado mediante edital. A citação por carta
rogatória apenas se realizada quando, embora no exterior, esteja em local certo. Nesse sentido, dispõe
o artigo 368 do CPP:
Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória,
suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento.
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2ª EDIÇÃO
Essa proposição não se encontra correta, já que a presença do advogado no ato de interrogatório do
acusado supriria a necessidade de procuração. Nesse sentido, reza o artigo 266 do Código de Processo
Penal:
A citação por requisição é destinada à citação do militar. Realizada mediante ofício requisitório expedido
pelo juiz ao comandante (chefe de serviço), requisitando apresentação em juízo do subordinado militar
no dia e hora designados. Note que, in casu, a citação cabe ao próprio chefe de serviço, e não ao oficial
de justiça. Nesse sentido, reza o artigo 221, § 2º, do Código de Processo Penal:
9. Adonilza, conhecida estelionatária, possui conta corrente em Belo Horizonte/MG. Vai a uma
feira de moda em São Paulo/SP e adquire peças de roupas de um vendedor de Curitiba/PR
com cheque próprio que sabe não contar com a necessária provisão de fundos. O vendedor
tenta descontar o cheque em uma agência bancária localizada na cidade do Rio de Janeiro/RJ,
onde fica sabendo que não tem fundos. Pergunta-se: qual o foro competente para o processo e
julgamento desse crime?
a) Belo Horizonte/MG.
b) São Paulo/SP.
c) Curitiba/PR.
d) Rio de Janeiro/RJ.
COMENTÁRIO
O caso versa sobre o delito de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem suficiente
provisão de fundos (art. 171, § 2.º, VI, do CP). O referido crime se consuma quando o banco sacado recusa
o pagamento, ou seja, quando a agência do estelionatário recusa o pagamento do cheque. Assim, repita-
se, o foro competente será o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado.
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2ª EDIÇÃO
Esse é o entendimento consubstanciado nas súmulas n. 521 do Supremo Tribunal Federal (“O foro
competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão
dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo
sacado”) e n. 244 do Superior Tribunal de Justiça (“Compete ao foro do local da recusa processar e julgar
o crime de estelionato mediante cheque sem provisão de fundos”).
e) Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em
estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no
exercício regular de direito.
COMENTÁRIO
Os requisitos da sentença estão consagrados no artigo 381 do Código de Processo Penal, o qual estabelece:
I — os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações necessárias para identificá-las;
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2ª EDIÇÃO
V — o dispositivo;
A presente assertiva está correta e diz respeito ao instituto da “mutatio libelli”, previsto no artigo 384 do
CPP. Não confundir com a “emendatio libelli” (art. 383 do CPP).
“Emendatio libelli” significa emendar, corrigir o libelo (que é a imputação feita na peça acusatória). Ocorre
quando a denúncia ou a queixa descreve perfeitamente o fato concreto de determinado crime, mas dá a
ele classificação jurídica diversa.
Hipótese totalmente diferente é a da “mutatio libelli”. Quando se fala em mudança (“mutatio”) na acusação
(“libelli”) está se falando, necessariamente, em modificação da descrição fática constante da inaugural. A
“mutatio libelli” implica no surgimento de uma prova nova, desconhecida ao tempo do oferecimento da
ação penal, que conduz a uma readequação dos episódios delituosos relatados na denúncia ou queixa.
Na “mutatio libelli” não se trata de dar classificação jurídica diversa aos fatos narrados na inicial, mas sim
de modificação desses fatos, em virtude de provas produzidas nos autos, principalmente durante a fase
de instrução. Assim, tendo havido mudança quanto aos fatos e defendendo-se o réu destes, necessário
se faz nova manifestação da defesa.
De fato, em se tratando de processo penal cuja iniciativa seja exclusivamente privada, se o querelante não
requerer a condenação do réu (querelado) nas alegações finais, ocorre a perempção, que é causa extintiva
da punibilidade (arts. 60, III, do CPP, e 107, IV, do CP). Não pode o juiz proferir sentença condenatória com
base na regra do artigo 385 do CPP.
O princípio da correlação entre o fato descrito na denúncia ou queixa e a condenação judicial deve
ser observado sob pena de nulidade do decisum. Trata-se de garantia fundamental do indivíduo e que
orienta o exercício da ampla defesa. O Superior Tribunal de Justiça reconhece a aplicação desse princípio
ao processo penal brasileiro, conforme se vê do trecho abaixo:
É a previsão do art. 65 do CPP. Implica exceção à regra geral da independência das instâncias cível e
penal.
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DIREITO PENAL
11. Caio companheiro de Mévia, com quem convivia maritalmente travam uma discussão a
despeito da educação dos filhos e por não ter conseguido convencê-la de o mesmo deveria
ingressar na escola de judô lhe espeta com a ponta de tesoura, causando-lhe um pequeno furo
na pele, que não chega a atingir a derme, de forma que não deixaria cicatrizes, conforme laudo.
Inconformada Mévia noticia o fato e se instaura inquérito policial pela prática do art. 129. §9º do
CP. Considerando recente entendimento do STF, o magistrado deve na sentença:
COMENTÁRIO
Em razão da necessidade de uma abordagem uniforme sobre o tema teceremos as explicações de uma
forma global, de forma que a explicação justificará a opção correta, distinguindo-a das demais incorretas.
A hipótese concreta possui adequação típica no crime de lesão corporal em razão da alteração anatômica
no corpo da vítima, mesmo que desta lesão não haja cicatrizes em razão da inexistência de atingimento
da derme. Em razão da denominada vulnerabilidade factual trata-se de crime de lesão corporal com
incidência das características de incidência do art. 5, III e art. 7º, I, ambos da lei 11.340/06, consequentemente
uma modalidade de violência doméstica. Diante desta natureza a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal,
entendeu que não se aplica o princípio da insignificância quando se tratar de lesão corporal no âmbito
da violência doméstica, conforme informativo nº 825:
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2ª EDIÇÃO
12. O Direito Penal tutela de forma criminalizante, ainda que sem violência ou grave ameaça, a
conjunção carnal ou outro ato libidinoso praticado por uma pessoa maior de 18 anos com uma
pessoa que tenha a idade maior de 14 anos e menor que 18 anos.
(C) Certa.
(E) Errada.
COMENTÁRIO
Trata-se de uma pergunta capciosa que pode ser realizada pelo legislador pois este sabe muito bem
que o senso comum do estudante do Direito Penal é tendencioso quando o tema é crime contra a
dignidade sexual e a questão envolve conjunção carnal e ato libidinoso, haja vista que, em regra, vem
à mente o crime de estupro do art. 213, CP e o estupro de vulnerável do art. 217-A, e pela descrição da
questão a resposta seria errada. No entanto, não se pode esquecer que o legislador tutela o vulnerável
em outras circunstâncias como a prevista no art. 218-A, § 2º, I do CP, que prevê a punição para aquele
que mantem conjunção carnal ou outro ato libidinoso com maior de 14 e menor de 18 anos em situação
de favorecimento à prostituição ou outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de
vulnerável. Assim dispõe:
“Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual
alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o
necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone:
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CEI-DELEGADO
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2ª EDIÇÃO
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I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e
maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo;”
Portanto, o Direito Penal, tutela de forma criminalizante a conjunção carnal ou outro ato libidinoso de um
adulto com uma pessoa menor de 18 e maior de 14 anos, ainda que não haja violência ou grave ameaça.
13. O Direito Penal não tutela de forma criminalizante o aborto culposo no ordenamento pátrio.
Podemos dizer que esta afirmativa é:
(C) Certa.
(E) Errada.
COMENTÁRIO
Trata-se de uma questão de idêntica dificuldade da anterior, haja vista que exige do candidato um olhar
sistemático sobre o Direito Penal. A assertiva está errada porque é erro comum, ao se falar em tutela
penal, associá-la ao tipo penal do aborto, previstos nos artigos 124, 125 e 126 do CP. No entanto o Direito
Penal prevê o crime preterdoloso de lesão corporal seguida de aborto à título de culpa, no art. 129, §2º,
V do CP:
§ 2° Se resulta:
V - aborto:
Assim sendo, o Direito Penal tutela de forma criminalizante o aborto a título de culpa, no entanto, não
o prevê dentre os resultados nos tipos penais das modalidades de aborto, mas como resultado culposo
de uma lesão corporal dolosa.
14. Mévio mediante grave ameaça com emprego de arma de fogo em direção à cabeça de Caio
exige que o mesmo lhe entregue o celular. Após a subtração, Mévio entra em um veículo e
corre em fuga e o abandona em uma horta e caminha em outra direção para despistar eventual
perseguição. A vítima relata o ocorrido para a polícia militar que sai em busca do veículo, o
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2ª EDIÇÃO
encontra abandonado em nos arredores encontra uma pessoa com a arma de fogo, uma
pistola 9mm, utilizada no crime, o celular e as vestimentas que trajava na execução do crime e
é reconhecido pela vítima. Com base neste contexto e diante do entendimento do STJ sobre o
tema pode-se afirmar que Mévio praticou o crime de:
c) Roubo majorado pelo emprego de arma de fogo e porte ilegal de uso permitido.
d) Roubo majorado pelo emprego de arma de fogo e porte ilegal de uso restrito.
COMENTÁRIO
“A posse de arma de fogo, logo após a execução de roubo com o seu emprego, não constitui
crime autônomo previsto no art. 16, parágrafo único, IV, da Lei 10.826/03, por se encontrar na
linha de desdobramento do crime patrimonial.” (RHC 123.399, rel. min. Dias Toffoli, julgamento
em 30-9-2014, Primeira Turma, DJE de 17-11-2014.) e RHC 106.067, rel. min. Rosa Weber,
julgamento em 26- 6-2012, Primeira Turma, DJE de 15-8-2012.
15. Deoclécio, advogado de uma pequena cidade do interior do Amapá, foi surpreendido com
uma designação para ser advogado dativo de Caio, após o término de sua audiência da vara
criminal da região, em razão da inexistência de Defensoria Pública. Após o término da audiência,
Deoclécio, aproveitando-se da distração do juiz e seu secretário apropriou-se do laptop
pertencente ao Tribunal que estava sendo empregado na audiência. Foi perseguido na saída do
fórum e flagrado passando o equipamento para seu comparsa, Caio, já em conluio para a prática
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2ª EDIÇÃO
de furtos antes mesmo do ingresso no fórum, que o esperava no carro do lado de fora. Diante
do caso, utilizando-se da orientação reafirmada recentemente pelo STJ, podemos afirmar que:
COMENTÁRIO
Em razão da possibilidade de uma abordagem uniforme sobre o tema teceremos as explicações de uma
forma global, de forma que a explicação justificará a opção correta, distinguindo-a das demais incorretas.
A questão inicialmente versa sobre o conceito de funcionário público previsto no art. 327 do CP e o
concurso de pessoas nos crimes próprios.
Inicialmente, podemos afirmar que o STJ entende que o advogado dativo ao exercer função de defensor
público é considerado funcionário público e se adequa ao conceito deste, conforme previsto no art. 327
do CP, conforme precedentes:
“HC 264459/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, Julgado em
10/03/2016, DJE 16/03/2016; RHC 033133/SC, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA,
Julgado em 21/05/2013, DJE 05/06/2013; AgRg no AgRg no Ag 1373755/MS, Rel. Ministro
HAROLDO RODRIGUES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/CE), SEXTA TURMA, Julgado
em 07/06/2011, DJE 28/06/2011; REsp 902037/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA
TURMA, Julgado em 17/04/2007, DJ 04/06/2007”
Noutro giro, conforme apregoa o art. 30 do CP as circunstâncias de caráter pessoal, que no caso se
adequa nesta característica, a condição de funcionário público, se comunicam ao partícipe ou coautor se
elementares do crime e se ingressarem na esfera de conhecimento do partícipe.
No caso concreto Deoclécio e Caio teriam combinado antes de ingressarem no fórum a prática de furtos.
A questão também informa que Deoclécio é surpreendido com a função de advogado dativo, o que
não ingressa na esfera de conhecimento de Caio. Este, portanto desconhece a qualidade de funcionário
público que estaria sendo exercida por Deoclécio, razão pelo qual não pode ser partícipe do crime de
funcionário público contra a administração pública. Desta forma, Deoclécio responde por peculato furto
e Caio por furto qualificado pelo concurso de duas ou mais pessoas.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
c) Limitado de forma expressa e implícita, sendo que a violação pode ensejar a declaração de
inconstitucionalidade da emenda constitucional, por via do controle de constitucionalidade
difuso ou concentrado.
d) Ilimitado, não existindo qualquer restrição pela Constituição Federal ao que pode ser
por ele regulado.
COMENTÁRIO
Trata-se de uma questão de baixa dificuldade que requer do candidato conhecimento da doutrina sobre
poder constituinte.
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2ª EDIÇÃO
ADCT).
A questão trata do poder constituinte derivado reformador, que possui limites explícitos e implícitos,
sendo, portanto, limitado.
b) O fato de a constituição ser rígida, em nada guarda relação com o princípio da supremacia
da constituição.
e) Com base no princípio da presunção de constitucionalidade das leis, existe uma presunção
relativa dessas normas, que pode ser afastada pelo controle de constitucionalidade difuso
ou abstrato.
COMENTÁRIO
O processo de alteração das normas constitucionais da Constituição Federal é diferenciado e mais rigoroso
quando comparado com as demais leis do ordenamento jurídico daí ser classificada como Constituição
rígida. Em razão da Constituição ser rígida, consagra-se a ideia de que a Constituição é o vértice do
ordenamento jurídico, devendo todas as demais leis a ela se subordinar. É nesse contexto que se relaciona
a classificação acima com a supremacia da Constituição Federal.
Ademais, em um Estado Democrático de Direito, a lei desempenha função singular, visto que só ela
pode impor ao indivíduo a obrigação de fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Também no Estado
Democrático de Direito, o povo tem exatamente as leis que deseja, pois são elaboradas em seu nome
e pelos seus representantes. Com base em tais postulados, é possível afirmar que as leis e os atos
normativos estatais devem ser considerados constitucionais, válidos e legítimos até que venham a ser
declarados inconstitucionais por um órgão competente. No entanto, trata-se de uma presunção de
constitucionalidade relativa, uma vez que o controle de constitucionalidade pode retirar tal presunção e
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2ª EDIÇÃO
18. Em 2011, por meio da Lei nº 12.527, criou-se a Lei de Acesso às Informações com a finalidade de
regular os procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Sobre o tema, em qual alternativa abaixo encontra-se o seu principal fundamento constitucional?
a) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos, com exclusão dos servidores públicos
neles localizados, informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral,
que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
b) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de interesse coletivo
ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
c) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena
de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado.
d) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo improrrogável de 15 dias, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança
da sociedade e do Estado.
e) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos, com exclusão dos servidores públicos
neles localizados, informações de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo
da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado.
COMENTÁRIO
Trata-se de uma questão de média dificuldade, na qual o candidato deve conhecer a previsão legal
relativa ao tema:
Art. 5º, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade
e do Estado;
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2ª EDIÇÃO
I. Proposta a ADI, não pode o legitimado dela desistir. No entanto, caso haja pedido de
medida cautelar, idêntico entendimento não se aplica, podendo haver desistência.
COMENTÁRIO
Assertiva I (falsa):
Consoante o art. 5° da Lei nº 9.868/99, proposta a ADI, não pode o legitimado dela desistir. A Lei nº
12.063/09, ao incluir o art.12-D à Lei nº 9.868/99, trouxe igual dispositivo para a ADI por omissão. Com
base nos mesmos dispositivos, o STF entende que não pode o autor da ação desistir do pedido de
medida cautelar. O fundamento decorre do fato de que tais ações não possuem partes (autor e réu)
– processo objetivo –, em que seus legitimados agem em nome do interesse público, e não em nome
próprio.
Assertiva II (verdadeira):
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2ª EDIÇÃO
suspeição para julgamento das ações diretas em questão, haja vista o entendimento predominante do
Supremo no sentido de não se aplicarem, em regra, ao processo de controle normativo abstrato, os
institutos do impedimento e da suspeição.”
O pedido na ADI é a inconstitucionalidade da norma, e, no seu julgamento, o STF não está vinculado aos
motivos e fundamentos apontados pelo legitimado como capazes de ensejar a inconstitucionalidade.
Portanto, a causa de pedir é aberta, cabendo ao STF analisar todos os fundamentos que possam levar à
inconstitucionalidade da norma apontada na inicial. Em síntese, o Tribunal, ao analisar a constitucionalidade
de uma lei, o faz em face de todo o bloco de constitucionalidade, mesmo que o legitimado tenha
relacionado somente um dispositivo da Constituição Federal.
20. A eficácia de uma decisão de mérito de uma ADI julgada pelo STF tem início:
COMENTÁRIO
Trata-se de uma questão de nível alto de dificuldade, na qual o candidato deve ter conhecimento da
jurisprudência sobre o tema.
Dentro do prazo de dez dias após o trânsito em julgado da decisão, o Supremo Tribunal Federal fará
publicar em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União a parte dispositiva do acórdão
(art. 28 da Lei nº 9.868/99). Deve-se ter muito cuidado com essa assertiva, pois a eficácia da decisão de
mérito, segundo julgados do STF (ADI-ED 3756, julgada em 24/10/2007, Rel. Ministro Carlos Brito), tem
início desde a publicação da ata de julgamento, e não a partir da publicação do acórdão. Por isso, o
“cabimento da reclamação não está condicionado à publicação do acórdão supostamente inobservado.
A decisão de inconstitucionalidade produz efeito vinculante e eficácia erga omnes desde a publicação da
ata de julgamento e não da publicação do acórdão. A ata de julgamento publicada impõe autoridade
aos pronunciamentos oriundos desta Corte” (RCL-AgR 3632, julgada em 2/2/2006, Rel. para Acórdão
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2ª EDIÇÃO
b) O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de
discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou
arquivado, se o rejeitar.
COMENTÁRIO
Art. 67 A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto
de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos
membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de
discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou
arquivado, se o rejeitar.
Alternativa “c”: A sanção ou o veto consiste na participação do Chefe do Executivo no processo legislativo,
tratando-se de um mecanismo de freio e contrapeso. O presidente NÃO sanciona ou veta a lei, mas SIM
o projeto de lei.
Alternativa “d”: O veto DEVE ser sempre fundamentado, posto que a derrubada do veto pelo Congresso
Nacional se dá em cima dos fundamentos. Derrubando os fundamentos, inexiste o veto. Deve-se ressaltar
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CEI-DELEGADO
DE POLÍCIA CIVIL
2ª EDIÇÃO
que o veto deve ser fundamentado por ser um direito do povo de conhecer o motivo pelo qual um
projeto de lei que possui legitimidade no mesmo não foi aprovado.
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do
Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados.
22. De acordo com a Constituição Federal, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
exceto, quando houver compatibilidade de horários:
COMENTÁRIO
Trata-se de uma questão com baixa dificuldade, que requer do candidato um conhecimento das normas
referentes ao tema:
Art. 37 XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
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CEI-DELEGADO
DE POLÍCIA CIVIL
2ª EDIÇÃO
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
DIREITO CIVIL
23. Acerca das características dos direitos reais, analise as assertivas e marque a alternativa correta.
III. O direito real só pode se exercer contra todos se for ostentado publicamente.
COMENTÁRIO
Trata-se de questão de baixa dificuldade que requer do candidato conhecimentos de disposições do CCB
e da doutrina sobre o tema.
Assertiva I (verdadeira): A doutrina pontua que só podem ser direitos reais aqueles previstos em lei
(numerus clausus), ou seja, não é possível que particulares criem novo direito real (será considerado
direito obrigacional, se não estiver previsto em lei).
Deve-se frisar que essa característica, cada vez mais, tem sido questionada e Nelson Rosenvald e Cristiano
Chaves de Farias defendem uma “taxatividade relativa” dos direitos reais, em razão de institutos como
posse, condomínio de fato e outros.
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CEI-DELEGADO
DE POLÍCIA CIVIL
2ª EDIÇÃO
Assertiva II (falsa): Os direitos reais aderem à coisa, sujeitando-a imediatamente ao poder de seu titular,
com oponibilidade erga omnes. A inerência do direito real ao objeto afetado é tão substancial, a ponto
de fazer com que o seu titular possa segui-lo em poder de terceiros onde quer que se encontre. Nesse
contexto, a característica da sequela se relaciona com princípio da aderência ou inerência.
Ex. A dá seu imóvel em hipoteca a B. Se A vende esse imóvel a C. Sem cumprir a obrigação hipotecária,
B pode exigir esse imóvel de C, com declaração de ineficácia da compra e venda com base na sequela.
Assertiva III (verdadeira): A ostentação pública ocorre com o registro, e a partir dele pode ser exercido
contra todos.
Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos,
só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts.
1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código.
a) A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude
de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o
possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
e) O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem
como, quanto às voluptuárias, se não lhes forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem
detrimento da coisa, e não poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias
necessárias e úteis.
COMENTÁRIO
Trata-se de questão de baixa dificuldade que requer do candidato conhecimentos de disposições do CCB
sobre o tema:
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em
virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo
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CEI-DELEGADO
DE POLÍCIA CIVIL
2ª EDIÇÃO
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a
aquisição da coisa.
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova
em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e
úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhes forem pagas, a levantá-las, quando
o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das
benfeitorias necessárias e úteis.
DIREITO ADMINISTRATIVO
25. Sobre bens públicos, assinale a sequência correta, após avaliar as assertivas.
III. A permissão de uso de bem público pode ser ato administrativo gratuito ou oneroso.
IV. Caso uma viatura policial seja considerada sem utilidade e, em seguida, baixada ao
depósito da Polícia Civil daquele Estado, caracterizar-se-á como bem afetado.
a) F – V – V – F.
b) V – F – V – F.
c) F – V – F –V.
d) V – V – V – F.
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CEI-DELEGADO
DE POLÍCIA CIVIL
2ª EDIÇÃO
e) F – F – V – V.
COMENTÁRIO
Item I) INCORRETO.
Nos ensina que a incorporação de bens ao patrimônio público pode se dar mediante contratos,
por fenômenos da natureza ou, até mesmo, por meio de lei. E complementa: aquisição originária
se dá independentemente da vontade do transmitente e se designa de aquisição direta de bens.
Nesses casos, o bem se incorpora ao patrimônio público sem nenhuma espécie de restrição ou
ônus; aquisição derivada decorre de consenso entre as partes e transfere o bem ao patrimônio
público, com todos os ônus que ele possuía originariamente (CARVALHO, Matheus. Manual de
direito administrativo. 2 ed. Salvador: Juspodivm, 2015, p. 1101).
O regime dos bens públicos segue de modo diferente do que se aplica aos bens particulares. São
características suas: alienabilidade condicionada, impenhorabilidade, imprescritibilidade e não
onerabilidade. Pela imprescritibilidade, os bens públicos não estão sujeitos à usucapião. Deste modo, não
é possível a aquisição da propriedade de bem público pela posse ininterrupta e prolongada, não sendo
relevante que o bem esteja vinculado a uso de interesse público.
Ato discricionário e precário, dependente de licitação prévia, por meio da qual o Estado permite
a utilização anormal ou privativa de um bem público pelo particular, concedida eminentemente
no interesse público. Os exemplos a serem citados passam por Stands em feiras de artesanatos
ou bancas de revistas em calçadas, em que estão presentes os interesses de difusão de cultura
ou direito à informação. Não obstante sua natureza jurídica de ato administrativo, sempre
que possível, a permissão de uso deve ser precedida de procedimento licitatório e, se o ato
previr termo final, perde o caráter de precariedade, porque o prazo enseja garantia de duração
ao particular. Dessa forma, caso seja extinta antes do prazo aposto, no próprio ato, enseja a
indenização ao particular. É o que se denomina permissão condicionada. (CARVALHO, Matheus.
Manual de direito administrativo. 2 ed. Salvador: Juspodivm, 2015, pp. 1090-1091).
A viatura em questão será considerada bem dominical e, portanto, desafetado, pois não possuirá
destinação específica. Segundo Matheus Carvalho, bens dominicais ou dominiais são bens que não têm
qualquer destinação pública e assim podem ser alienados, respeitadas as condições previstas em lei – art.
pág. 60
CEI-DELEGADO
DE POLÍCIA CIVIL
2ª EDIÇÃO
17 da lei 8666/93. (CARVALHO, Matheus. Manual de direito administrativo. 2 ed. Salvador: Juspodivm,
2015, p. 1099).
c) Controle por subordinação é o que se realiza entre órgãos e agentes de uma mesma
pessoa jurídica da Administração Pública e configura a manifestação do poder disciplinar.
e) O controle expressa o princípio da eficiência, uma vez que legitima a atuação do poder
público e garante a adequação das condutas dos agentes públicos aos anseios sociais.
COMENTÁRIO
O controle legislativo é o que é executado diretamente pelo Poder Legislativo ou com auxílio do Tribunal
de Contas. Por sua vez, o controle judicial pode ser realizado pelo Poder Judiciário mediante provocação
de qualquer pessoa interessada que sofra lesão ou ameaça de lesão em razão de ação ou omissão
administrativa que tenha incidência direta sobre ela. Nesta hipótese, só se exerce o controle sob o aspecto
da legalidade dos atos administrativos. Por fim, o controle administrativo corresponde à fiscalização
e revisão dos próprios atos por parte da Administração, ensejadas de ofício ou por provocação, com
o objetivo de verificar aspectos concernentes à legalidade – o que causa a anulação do ato – ou por
ausência de interesse público na manutenção de determinada conduta no âmbito do ordenamento
jurídico – o que pode justificar a revogação.
Sim. Trata-se do controle popular. Desta feita, são facultados aos administrados o acompanhamento e
a verificação da regularidade da atuação pública, impedindo a prática de atos ilegítimos, em nome da
supremacia do interesse público.
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CEI-DELEGADO
DE POLÍCIA CIVIL
2ª EDIÇÃO
Embora o controle por subordinação se realize entre órgãos e agentes de uma mesma pessoa jurídica da
Administração Pública, manifesta, na verdade, o poder hierárquico, e não o disciplinar, já que é realizado
por autoridade imediatamente superior a quem foi o responsável pela prática do ato. Não é admitido o
controle por subordinação da administração direta sobre a indireta.
É a clássica definição sobre o tema. No mesmo sentido, os ensinamentos de José dos Santos Carvalho
Filho: podemos denominar de controle de Administração Pública o conjunto de mecanismos jurídicos e
administrativos por meio dos quais se exerce o poder de fiscalização e de revisão da atividade administrativa
em qualquer das esferas de Poder. (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo.
23 ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2012).
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CEI-DELEGADO
DE POLÍCIA CIVIL
2ª EDIÇÃO
COMENTÁRIO
Ainda, por disposição legal, entende-se que são legitimados à interposição de recursos
os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo; aqueles cujos direitos ou
interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida; as organizações e associações
representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos e também todos os cidadãos ou
associações quanto a direitos ou interesses difusos (CARVALHO, Matheus. Manual de direito
administrativo. Salvador: Juspodivm, 2015. 2 ed., p. 385).
é aquele endereçado à autoridade superior à que praticou o ato recorrido. Como tal recurso
é inerente à organização escalonada da Administração, pode ser interposto sem necessidade
de previsão legal. Exemplo: recurso contra autuação dirigido à chefia do setor de fiscalização
(MAZZA, Alexandre. Manual de direito administrativo. São Paulo: Saraiva, 2012. 2 ed., p. 619).
dirigido à autoridade que não ocupa posição de superioridade hierárquica em relação a quem
praticou o ato recorrido. Tal modalidade de recurso só pode ser interposta mediante expressa
previsão legal. Exemplo: recurso contra decisão tomada por autarquia endereçado ao Ministro
da pasta a qual entidade recorrida está vinculada (p. 620).
os recursos interpostos, salvo disposição legal em contrário, terão efeito meramente devolutivo,
pág. 63
CEI-DELEGADO
DE POLÍCIA CIVIL
2ª EDIÇÃO
e) O terceiro que tem o serviço a ele concedido deve executá-lo em nome da Administração
Pública.
COMENTÁRIO
Levando em consideração o fato de que a explicação conjunta elucida as alternativas de forma mais clara,
assim o faremos.
Temos que a concessão é o contrato administrativo pelo qual a Administração Pública delega a terceiro a
Execução de um serviço público, para que o execute em seu próprio nome, por sua conta e
risco, assegurando-lhe a remuneração mediante tarifa paga pelo usuário ou outra forma de
remuneração decorrente da exploração do serviço (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito
administrativo. 23 ed. São Paulo: Atlas, 2010).
II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente,
mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas
que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado.
Verifica-se, pois, a existência de requisitos legais para a concessão de serviço público: a) a
modalidade licitatória adotada deve ser a concorrência, tão somente; b) a concessão somente
pode ser feita com pessoas jurídicas ou com consórcio de empresas; c) o prazo é determinado;
d) a concessão ocorre por conta e risco do terceiro que teve a ele um serviço concedido pela
Administração.
pág. 64
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DE POLÍCIA CIVIL
2ª EDIÇÃO
I. Afastar ou procurar afastar licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou
oferecimento de vantagem de qualquer tipo.
II. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para aquisição ou venda
de bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente tornando, por qualquer modo,
injustamente, mais onerosa a proposta ou a execução do contrato.
III. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar
as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade.
a) I e II.
b) I, II e III.
c) II e III.
e) I e IV.
COMENTÁRIO
Trazemos nesta questão a cobrança da literalidade da lei, recurso ainda utilizado por diversas bancas.
Assim, devemos, sempre que possível, fazer a leitura da lei seca.
Item I) CORRETO.
pág. 65
CEI-DELEGADO
DE POLÍCIA CIVIL
2ª EDIÇÃO
Art. 97 c/c art. 100, Lei nº 8.666/93. Os crimes elencados na Lei nº 8.666/93 são de ação penal
pública incondicionada, cabendo sua promoção ao Ministério Público.
e) Não comete ato de improbidade administrativa o médico que cobre honorários por
procedimento realizado em hospital privado que também seja conveniado à rede pública
de saúde, desde que o atendimento não seja custeado pelo próprio sistema público de
saúde.
COMENTÁRIO
pág. 66
CEI-DELEGADO
DE POLÍCIA CIVIL
2ª EDIÇÃO
Segundo o STJ:
Neste sentido: STJ, AgRg no REsp 1.317.653-SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado
em 07/03/2013.
31. A empresa Lixão, Coleta de Lixo S.A., sociedade de economia mista, deseja alienar bem imóvel
de sua propriedade. Com base na legislação aplicável a este caso, a sociedade poderá:
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CEI-DELEGADO
DE POLÍCIA CIVIL
2ª EDIÇÃO
COMENTÁRIO
a) dação em pagamento;
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta
Lei;
d) investidura;
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CEI-DELEGADO
DE POLÍCIA CIVIL
2ª EDIÇÃO
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais
da União na Amazônia Legal onde incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos
fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização fundiária, atendidos
os requisitos legais.
Observe que dentre todos os requisitos dispostos nas alternativas, o único em que a sociedade de
economia mista não é obrigada a cumprir é o da autorização legislativa, que só é exigida se o bem for
da administração direta, de autarquia ou fundação pública. O mesmo raciocínio se aplica às empresas
públicas. Portanto, se o bem for imóvel e a entidade sociedade de economia mista ou empresa pública,
não se faz necessária a autorização legislativa para sua alienação.
PORTUGUÊS
32. Assinale a alternativa correta quanto aos sinais de pontuação empregados nos períodos
abaixo:
a) A dupla tributação — acima referida — é injustificada, por pelo menos, dois motivos,
que passamos a expor, de forma sucinta.
b) A dupla tributação acima referida, é injustificada por, pelo menos, dois motivos, que
passamos a expor de forma sucinta.
c) A dupla tributação, acima referida é injustificada, por pelo menos dois motivos, que
passamos a expor de forma sucinta.
d) A dupla tributação — acima referida — é injustificada por, pelo menos, dois motivos que
passaremos a expor, de forma sucinta.
e) A dupla tributação referida acima é injustificada, pelos dois motivos, que passo a expor
de forma sucinta.
COMENTÁRIO
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DE POLÍCIA CIVIL
2ª EDIÇÃO
Para tornar mais didática a explicação, o comentário será feito em bloco único, a fim de facilitar a
compreensão do aluno.
Os termos “acima referida”, “pelo menos” e “de forma sucinta” são adjuntos adverbiais que podem ser
separados por vírgulas. Nas outras opções incorre-se sempre no erro de separar com vírgula sujeito do
verbo, verbo do complemento e termo regente do complemento nominal.
Os termos destacados expressam uma comparação. Esta ideia também está presente na seguinte
alternativa:
a) Vendo os doentes na janela, a mulher do riso desdentado deu adeus como na véspera.
d) Simão não sabia como suportar o desejo incoercível que lhe despertara a estranha
criatura.
e) “Mas o Simão era um assassino. Como ele próprio dizia, sem ódio, quase com ternura,
‘matei um’.”
COMENTÁRIO
Para fins didáticos, a explicação será realizada de modo único para melhor compreensão do aluno.
A expressão “como na véspera” equivale a dizer “da mesma maneira que na véspera”, ou seja, há uma
comparação entre a ação atual e a anterior. Nas outras opções a palavra “como” expressa ideias diferentes;
assim, na letra “b”, como tem o sentido de conforme (indica conformidade); na letra “c”, como tem o
sentido de uma vez que (indica causa); na letra “d”, como indica modo (introduz um complemento para
a oração anterior, indicando um modo); finalmente na letra “e”, a palavra como também está no sentido
de modo (indica a sua maneira de dizer).
pág. 70
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DE POLÍCIA CIVIL
2ª EDIÇÃO
MEDICINA LEGAL
34. Assinale a alternativa incorreta quanto às características físico-mecânicas das granadas como
engenhos explosivos:
d) As granadas ofensivas são utilizadas por forças policiais, não sendo seu uso restrito às
Forças Armadas.
COMENTÁRIO
Para facilitar o entendimento, a explicação será realizada de modo único para melhor compreensão.
Granada é um artefato bélico de uso restrito ou proibido com peso inferior a 1 Kg com o objetivo de
facilitar seu transporte e lançamento. De acordo com o artigo 16, I e II do Decreto 3665/2000 (R-105),
são enquadram-se respectivamente como equipamentos iguais ou que possuam alguma característica
no que diz respeito aos empregos tático, estratégico e técnico do material bélico usado pelas Forças
Armadas nacionais ou equipamentos que, não sendo iguais ou similares ao material bélico usado pelas
Forças Armadas nacionais, possuam características que só as tornem aptas para emprego militar ou
policial.
CLASSIFICAÇÃO
a) Quanto ao tipo:
Granadas defensivas: apresenta corpo possui uma cinta de estilhaçamento; possui ogiva com alto
explosivo (velocidade de transformação maior que 340m/s); seu objetivo conceitual é causar dano lesão
ou morte ao inimigo; de uso exclusivo das Forças Armadas.
Granadas Ofensivas: apresenta corpo de borracha butílica; possui ogiva com baixo explosivo (velocidade
de transformação inferior a 340m/s); seu objetivo é diminuir a capacidade operativa e combativa do
oponente, direcionando-o para um local determinado pela tropa; são granadas empregadas pelas forças
policiais.
pág. 71
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DE POLÍCIA CIVIL
2ª EDIÇÃO
Granadas Fumígenas: são granadas que produzem fumaça e podem gerar 3 efeitos:
- Cobertura: produz uma fumaça densa, composta de Hexacloretana a base de metais pesados
(ferro cobalto e níquel), formando uma cortina de fumaça que propicia o deslocamento de tropa.
- Sinalização: esta fumaça possui corantes nas cores azul, amarela, vermelha e laranja. Não tem
aplicação em CDC. Utilizada para permitir identificação aérea da tropa.
Granadas Explosivas: são granadas que tem o objetivo de causar a diminuição da capacidade combativa
e operativa do oponente, direcionando-os para um local desejado pela tropa por meio de uma explosão
de natureza ofensiva.
Portanto, incorreta a letra “c”, pois as granadas defensivas destinam-se justamente a causar lesão ou
morte de um oponente.
35. Assinale a alternativa incorreta quanto à classificação das armas de fogo e seus aspectos
físico-mecânicos:
c) As armas que utilizam cartuchos com espoleta integrada ao cartucho são armas de
percussão radial.
d) Sistema de percussão central ocorre nos cartuchos com a espoleta localizada ao centro
do estojo.
pág. 72
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2ª EDIÇÃO
COMENTÁRIO
Nas primeiras armas de fogo o sistema utilizado era por mecha/pavio, sendo abandonada pela
periculosidade e por não ser um sistema prático. Então surgiu o sistema de inflamação por atrito, usando-
se o “fecho de roda” ou o “fecho de miquelete”, ambos obsoletos.
Quanto ao sistema de inflamação por percussão, esta pode ser extrínseca ou intrínseca.
O sistema de percussão extrínseca ocorre nas armas portáteis de percussão onde a espoleta era colocada
externamente à câmara em uma pequena saliência, chamada ouvido, sendo a chama transferida à carga
de propulsão por intermédio de um orifício ligado ao ouvido. Muitas armas antigas que utilizavam o
sistema de iniciação por mecha foram na época convertidas por armeiros experientes para utilizarem o
sistema de iniciação por percussão extrínseca. O uso de armas de percussão extrínseca está, atualmente,
bastante restrito sendo utilizadas por saudosistas e adeptos do tiro esportivo.
As primeiras armas de percussão intrínseca utilizavam os cartuchos idealizados por Lefaucheux (1836), e
eram denominadas de armas de percussão por “pino lateral” (Espoleta) e se tornaram obsoletas. Então
surgiram os cartuchos cuja espoleta era integrada ao corpo do estojo em um anel na sua base. Armas
que utilizam este tipo de cartucho são chamadas de armas de percussão “radial/lateral” (Fogo circular
– 1845). Outro tipo de cartucho desenvolvido e atualmente o mais utilizado é aquele cartucho com a
espoleta localizada externamente ao centro do estojo. O sistema de percussão para esse tipo de cartucho
é chamado “percussão central” (cartuchos de fogo central).
Para a ativação do sistema de inflamação por percussão existem dois tipos de percussão: direta e indireta.
A percussão é direta quando cartucho contém a substância química que permite desencadear o disparo
ou seja quando o percutor é o próprio cão da arma ou está montado neste, podendo ser fixo ou móvel
(do tipo flutuante). É indireta quando o percutor é uma peça inerte, retrátil, a qual é acionada pelo
impacto do cão, à ocasião do tiro. As armas de percussão extrínseca são, necessariamente, de percussão
direta.
36. Em medicina legal, conceitua-se o aborto como interrupção da gravidez, por morte do
concepto:
pág. 73
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2ª EDIÇÃO
COMENTÁRIO
Aborto, na medicina legal, é a interrupção ilícita da prenhes com a morte do produto, haja ou não
expulsão, qualquer que seja seu estado evolutivo.
No direito penal brasileiro o aborto situa-se no capítulo dos crimes contra a vida, tratando-se de um
crime praticado contra uma vida humana em formação. Ver artigos 124 a 128 do Código Penal.
ESPÉCIES DE ABORTAMENTO:
B) ABORTAMENTO PROVOCADO:
a) Abortamento Terapêutico
Neste caso, a intervenção nem sempre é precedida por consentimento da gestante ou de terceiros.
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2ª EDIÇÃO
INDICAÇÕES MATERNAS:
- Hipertensão crônica grave e perturbações renais, complicadas por falência cardíaca, falência
hepática, falência renal.
b) Abortamento Sentimental
d) Abortamento Estético
Portanto correta a letra “a”, pois o aborto ocorre em qualquer fase evolutiva da gestação.
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2ª EDIÇÃO
QUESTÕES DISSERTATIVAS
ORIENTAÇÃO: responder em no máximo 15 linhas. Procure responder com consulta tão somente
à legislação seca e com agilidade, a fim de simular a situação encontrada em prova.
DIREITO CONSTITUCIONAL
A resposta para correção individualizada pode ser enviada para o seguinte e-mail, até o dia
02/06/2016: profcei.brunozanotti@gmail.com
DIREITO PENAL
2. Caio contrata Maricléia para que lhe ofereça prazeres sexuais como conjunção carnal e atos
libidinosos e combinam o pagamento de um valor razoável após a prestação do serviço. Após 1
(uma hora) de atividades Maricléia cobra o valor. Caio se nega a pagar ao argumento de que se
trata de uma atividade ilícita e não aparada pelo Direito. Maricléia então pega o cordão de ouro
de Caio que estava em cima da mesa e informa que ficará com ele como forma de pagamento.
Caio ao se aproximar da prostituta para retomar seu cordão é surpreendido com uma faca que
ela retira de sua bolsa. Diante dos fatos, qual a conduta de Maricléia? A tipificação seria a mesma
se a cobrança já tivesse se iniciado com a ameaça por faca? E se Maricléia tivesse mantido a
vítima em cárcere privado até que o mesmo efetivasse o pagamento? O candidato deve utilizar
até 25 linhas para resposta.
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2ª EDIÇÃO
A resposta para correção individualizada pode ser enviada para o seguinte e-mail, até o dia
02/06/2016: profcei.ruchesterbarbosa@gmail.com
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2ª EDIÇÃO
PEÇA PROFISSIONAL
A Polícia Civil do Estado de Santa Catarina instaurou inquérito policial para apurar a materialidade
e autoria de suposta organização criminosa voltada à prática de atos de corrupção e lavagem
de dinheiro. Cinco suspeitos foram devidamente identificados e interrogados ao longo do
procedimento de investigação preliminar. Quatro deles interrogados após a decretação de prisão
preventiva. Alguns negaram a participação, outros se reservaram ao direito de permanecer em
silêncio. As investigações, ainda dentro do prazo legal, seguiam no intuito de identificar os
demais envolvidos na organização criminosa e recuperar o produto do crime. O quinto suspeito,
de nome Alexandre Pereira Macedao, ex-prefeito de uma grande cidade brasileira, manifestou
interesse em colaborar com as investigações, desde que tivesse assegurado para si o benefício da
redução de pena em futura condenação.
Na qualidade de Delegado de Polícia Civil titular da unidade onde tramita esse inquérito policial
e responsável pela investigação preliminar em discussão, formule a peça profissional adequada,
com indicação detalhada de todas as providências necessárias.
A resposta para correção individualizada pode ser enviada para o seguinte e-mail, até o dia
02/06/2016: profcei.leonardomarcondes@gmail.com
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