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CEI-DELEGADO

DE POLÍCIA CIVIL
2ª EDIÇÃO

ESPELHO DE CORREÇÃO DA 3ª RODADA

CEI-DELEGADO
DE POLÍCIA CIVIL
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ESPELHO DE CORREÇÃO DA 3ª RODADA

DURAÇÃO

22/02/2016 A 20/04/2016

MATERIAL ÚNICO
Questões Totalmente Inéditas.

ACESSÍVEL
Computador, Tablet, Smartphone.

36 QUESTÕES OBJETIVAS
Por rodada.

2 QUESTÕES DISSERTATIVAS
Por rodada.

1 PEÇA PRÁTICA
Por rodada.

IMPORTANTE: é proibida a reprodução deste material, ainda que sem fins lucrativos. O CEI CEI-DEPOL
possui um sistema de registro de dados que marca o material com o seu CPF ou nome de usuário. 2ª ED.
O descumprimento dessa orientação acarretará na sua exclusão do Curso. Agradecemos pela 2016
sua gentileza de adquirir honestamente o curso e permitir que o CEI continue existindo.

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ESPELHO DE CORREÇÃO DA 3ª RODADA

PROFESSORES
Henrique Hoffmann Monteiro de Castro – Coordenador do Curso e Professor de Legislação Penal Especial
Delegado de Polícia Civil do Paraná. Ex-Delegado de Polícia Civil do Mato Grosso. Professor Coordenador da Pós-Graduação em
Ciências Criminais da FACNOPAR. Professor Convidado da Escola Nacional de Polícia Judiciária, Escola Superior de
Polícia Civil do Paraná, Escola da Magistratura do Paraná, Escola do Ministério Público do Paraná e Curso
de Formação de Defensores Públicos de Santa Catarina. Colunista do Conjur. Mestrando em Direito
pela UENP. Especialista em Direito Penal e Processual Penal pela UGF. Especialista em Segurança
Pública pela UNIESP. Bacharel em Direito pela UFMG. Membro do Instituto Brasileiro de Direito
Processual Penal e da Associação Internacional de Direito Penal. Assessor Jurídico da Federação
Nacional dos Delegados de Polícia Civil. Facebook, Instagram, Twitter e Periscope: profhenriqueh.

facebook.com/profhenriquehoffmann

Bruno Taufner Zanotti – Professor de Direito Constitucional e Direito Civil


Delegado de Polícia Civil do Espírito Santo. Doutorando e Mestre em Direitos e Garantias Fundamentais
pela FDV. Especialista em Direito Público pela FDV. Professor da Especialização em Direito Público da
Faculdade Estácio de Sá. Professor da Especialização da Associação Espírito-Santense do Ministério
Público. Professor de cursos preparatórios para concurso público. Cofundador do site www.pensodireito.
com.br. Colunista do site www.delegados.com.br.

Elisa Moreira Caetano – Professora de Direito Administrativo


Delegada de Polícia Civil de Minas Gerais. Professora Convidada da Academia de Polícia Civil de
Minas Gerais e da Academia de Polícia Militar de Minas Gerais. Professora da Pós-graduação em
Ciências Criminais da FACNOPAR. Professor do Supremo TV. Cofundadora do Canal EM DELTA.
Especialista em Ciências Penais pela UFJF. Bacharel em Direito pelo IBMEC. Facebook e Instagram:
elisaemurillodelta / Periscope: emdelta.

facebook.com/elisaemurillodelta

Leonardo Marcondes Machado – Professor de Direito Processual Penal


Delegado de Polícia Civil de Santa Catarina. Examinador Titular da Fase Oral do Concurso para Delegado de Polícia Civil
de Santa Catarina. Colunista do Conjur. Professor Convidado da Academia de Polícia Civil de Santa Catarina, da
Secretaria Nacional de Segurança Pública, da Academia Brasileira de Direito Constitucional, da Faculdade
Cenecista de Joinville, do Centro Universitário Católica de Santa Catarina e do Complexo de Ensino
Superior de Santa Catarina. Mestrando em Direito pela UFPR. Especialista em Direito Penal e
Criminologia pelo ICPC/ULCA/UNINTER. Especialista em Ciências Penais pela UNISUL/IPAN/LFG.
Bacharel em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Página no Facebook: facebook.
com/leonardomarcondesmachado.

facebook.com/leonardomarcondesmachado

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Murillo Ribeiro de Lima – Professor de Direito Administrativo


Delegado de Polícia Civil de Minas Gerais. Professor Convidado da UEMG. Professor da Pós-
graduação em Ciências Criminais da FACNOPAR. Professor do Supremo TV. Cofundador do Canal
EM DELTA. Especializando em Ciências Criminais pela UNESA. Bacharel em Direito pela UEM.
Facebook e Instagram: elisaemurillodelta / Periscope: emdelta.

facebook.com/elisaemurillodelta

Rodolfo Queiroz Laterza - Professor de Medicina Legal e Língua Portuguesa


Delegado de Polícia Civil do Espírito Santo. Coautor do livro “Manual do Delegado – Teoria e Prática”.
Professor Convidado da Academia de Polícia Civil do Espírito Santo, da Universidade de Vila Velha e
da FINAC. Presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Espírito Santo. Mestrando em
Segurança Pública pela UVV. Especialista em Direito Penal e Processual Penal pela UNESA. Bacharel
em Direito pela UFRJ.

Ruchester Marreiros Barbosa – Professor de Direito Penal


Delegado de Polícia Civil do Rio de Janeiro. Colunista do Conjur. Coautor do livro “As novas fronteiras
do Direito”. Professor Convidado da Fundação de Apoio ao Ensino e Pesquisa da Polícia Civil, da
Escola da Magistratura do Rio de Janeiro, da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro
e da Universidade Estácio de Sá. Doutorando em Direito pela UNLZ. Especialista em Direito
Penal e Processo Penal pela UCAM. Bacharel em Direito pela UCAM. Facebook: facebook.com/
ruchestermarreiros / Instagram e Twitter: ruchestermb / Periscope: rmarreiros.

facebook.com/ruchestermarreiros

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QUESTÕES DISSERTATIVAS

ORIENTAÇÃO: responder em no máximo 15 linhas. Procure responder com consulta tão somente
à legislação seca e com agilidade, a fim de simular a situação encontrada em prova.

ATENÇÃO: é obrigatória a utilização da Folha de Resposta disponibilizada na “Área do Aluno”,


em arquivo .doc. Se desejar redigir a sua resposta à mão, utilize o arquivo .pdf, cuja formatação
inclui as linhas para orientar melhor a escrita.

PROFESSOR: HENRIQUE HOFFMANN MONTEIRO DE CASTRO


E-mail: profcei.henriquehoffmann@gmail.com

LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL

1. Acerca do chamado depoimento sem dano, aponte seu conceito e finalidade, indicando
eventual amparo legal (direto ou indireto) no Estatuto da Criança e do Adolescente.

RESPOSTA

O depoimento sem dano consiste em método de inquirição do ofendido menor, especialmente a criança,
tanto na fase processual, quanto em sede policial (inclusive como prova antecipada), na qual a autoridade
policial ou judicial realiza a oitiva com auxílio de assistente social ou psicólogo.

A finalidade é permitir um ambiente menos constrangedor e mais propício para a busca da verdade,
em razão de a vítima ou testemunha encontrar-se em situação de vulnerabilidade, em virtude de suas
próprias condições pessoais, ou em face da natureza da infração penal praticada contra ela. Trata-se de
técnica desenvolvida em respeito à condição especial de pessoa em desenvolvimento.

Ainda não há previsão legal específica para o procedimento, muito embora (a) os arts. 3º, 28, §1º e 100,
parágrafo único, XII do ECA assegurem aos menores o direito de serem previamente ouvidos por equipe
interprofissional; (b) o art. 12 da Convenção Internacional sobre Direitos das Crianças e Adolescentes
permita que a criança seja ouvida não apenas diretamente, mas por meio de órgão apropriado; (c) o
art. 227 da CF exija que os direitos das crianças e adolescentes tenham prioridade absoluta e o art. 93,
IX da CF faculte a limitação da presença de pessoas em certos atos processuais; e (c) o art. 217 do CPP
admita que o juiz retire o acusado da sala de audiências se puder causar constrangimento à testemunha
ou ofendido. O procedimento é aceito no STJ (HC 226.179), e o CNJ editou a Recomendação 33/2012
aconselhando a adoção da técnica.

COMENTÁRIO

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O depoimento sem dano consiste em método de inquirição do ofendido criança ou adolescente,


especialmente a criança, tanto na fase processual, quanto em sede policial (inclusive como prova antecipada),
na qual a autoridade policial ou judicial realiza a oitiva com auxílio de assistente social ou psicólogo. Trata-
se de técnica desenvolvida em respeito à condição especial de pessoa em desenvolvimento.

A finalidade é permitir um ambiente menos constrangedor e mais propício para a busca da verdade,
em razão de a vítima ou testemunha encontrar-se em situação de vulnerabilidade, em virtude de suas
próprias condições pessoais, ou em face da natureza da infração penal praticada contra ela (em especial
os crimes sexuais). Assim, em que pese a técnica ser utilizada principalmente para menores vitimados por
abusos sexuais, não é exclusiva para esses delitos, tampouco se limitando para crianças e adolescentes
vítimas de crimes, podendo ser utilizada também para sua oitiva na condição de testemunhas.

A doutrina explica suas características:

1) normalmente realizado em espaço distinto da sala de audiência e por meio de sistema de


transmissão e gravação audiovisual; 2) a criança ou adolescente, em geral, não tem contato
direto com o juiz e as partes (acusação e defesa); 3) a fala da testemunha menor é, nesses
casos, intermediada por um “profissional especializado”, na maioria das vezes psicólogo ou
assistente social; 4) tem como objetivo declarado evitar a revitimização e os consequentes
danos à criança e ao adolescente, principalmente em virtude da repetição de testemunhos
ao longo da persecução penal. (MACHADO, Leonardo Marcondes. Depoimentos especiais a
serviço da punição geram revitimização. Revista Consultor Jurídico, 24 nov. 2015. Disponível
em: <http://www.conjur.com.br/2015-nov-24/depoimentos-especiais-servico-punicao-
geram-revitimizacao>.

Por enquanto não há dispositivo exclusivo para o procedimento, nem mesmo no Estatuto da Criança e
do Adolescente. Porém, vejamos os dispositivos constitucionais e legais que o amparam:

Convenção Internacional sobre Direitos das Crianças e Adolescentes, art. 12

1. Os Estados-Partes assegurarão à criança que estiver capacitada a formular seus próprios


juízos o direito de expressar suas opiniões livremente sobre todos os assuntos relacionados
com a criança, levando-se devidamente em consideração essas opiniões, em função da idade
e maturidade da criança.

2. Com tal propósito, se proporcionará à criança, em particular, a oportunidade de ser ouvida


em todo processo judicial ou administrativo que afete a mesma, quer diretamente quer por
intermédio de um representante ou órgão apropriado, em conformidade com as regras
processuais da legislação nacional.

CF, art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente
e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação,
ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência

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familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,


exploração, violência, crueldade e opressão

CF, art. 93. (...)

IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas
as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às
próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do
direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;

ECA, Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à


pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-
lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar
o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de
dignidade.

ECA, art. 28. § 1o Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido
por equipe interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão
sobre as implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada.

Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação das medidas:

ECA, art. 100.

(...)

XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, em separado ou na companhia


dos pais, de responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável,
têm direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da medida de promoção dos
direitos e de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada pela autoridade judiciária
competente, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei

CPP, Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou
sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do
depoimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente na impossibilidade dessa forma,
determinará a retirada do réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor.
(Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

Além disso, o procedimento é aceito no STJ (HC 226.179), e o CNJ editou a Recomendação 33/2012
aconselhando a adoção da técnica.

Vejamos a lição da doutrina, que fala sobre o depoimento sem dano ao explicar a classificação da
testemunha vulnerável:

Testemunha vulnerável é aquela pessoa que, em virtude de suas próprias condições pessoais,

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ou em face da natureza da infração penal praticada contra ela, pode ser intimidada com
facilidade, tornando-se incapaz de prestar declarações com liberdade, caso venha a prestar
depoimento na presença física do acusado. Nesse conceito estão incluídas não apenas aquelas
pessoas listadas no art. 217-A do Código Penal - menores de 14 anos, enfermos ou deficientes
mentais que não tenham o necessário discernimento para a prática de ato sexual, ou que, por
qualquer outra causa, não possa oferecer resistência -, como também idosos e testemunhas ou
vítimas de crimes cometidos no contexto familiar ou de núcleo social fechado.

Devido às peculiaridades dessas testemunhas, alguns ordenamentos estabelecem mecanismos


que dispensam o comparecimento delas na sessão de julgamento, admitindo em juízo gravações
de suas declarações extrajudiciais, ou instituindo procedimentos especiais, cujo propósito é evitar
que o encontro delas com o acusado, na sala de audiências, afete sua intimidade ou liberdade
de declarar. (...)

Na hipótese de depoimento de vulneráveis, haverá evidente restrição à publicidade do ato


processual, justificada pelo dever estatal de proteção às testemunhas. Essa hipótese de
publicidade restrita não é incompatível com a Constituição Federal. Afinal, é a própria Carta
Magna que autoriza que a lei possa limitar a presença, em determinados atos, às próprias
partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos em que haja interesse social (CF, art.
93, IX, c/c art. 5°, LX). No caso de depoimentos de vulneráveis, o interesse social caracteriza-se
pela necessária proteção à integridade física, psíquica e emocional da testemunha, considerada
sua condição peculiar, assim como pela necessidade de se evitar a revitimação do depoente,
ocasionada por sucessivas inquirições sobre o mesmo fato delituoso, seja na fase investigatória,
seja na fase processual.

(LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal. Salvador: Juspodivm, 2015, p. 688-
689).

Apesar de sua ampla aceitação, há quem critique o instituto por supostamente violar o devido processo
legal e induzir falsas memórias:

A postura infla-se de um inquisitorialismo cego pelo qual se busca, em nome do ‘Bem’, as


provas do que se crê como existentes, dado que os lugares, desde antes, estão ocupados: ‘vítima
e agressor’. O resultado é um jogo de cartas marcadas em que o processo como procedimento
em contraditório se perde em relações performáticas de profissionais que se arvoram em
‘intérpretes/tradutores’ do discurso infantil”. (MORAIS DA ROSA, Alexandre. O depoimento
sem dano e o advogado do diabo: a violência “branda” e o “quadro mental paranóico”
(Cordero) no Processo Penal. In: POTTER, Luciane Bitencourt. Depoimento sem Dano: Uma
Política Criminal de Redução de Danos. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010).

Por fim, cabe grifar que não configura nulidade por cerceamento de defesa o fato de o defensor e o
acusado de crime sexual praticado contra criança ou adolescente não estarem presentes na oitiva da

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vítima devido à utilização do método de inquirição denominado depoimento sem dano. (STJ, RHC 45.589,
Rel. Min.Gurgel de Faria, DJ 24/2/2015).

MELHORES RESPOSTAS

LUCAS LUCATTO REINATO


O depoimento sem dano ocorrerá quando crianças ou adolescentes configuram como vítimas e, fazendo
uma analogia, até mesmo como testemunhas, de infrações penais, sendo que na maioria desses delitos
são contra a dignidade sexual. Assim, para que a criança não passe sobre outro constrangimento, ou como
conceituado na criminologia uma sobrevitimização, o depoimento dela será colhido por um profissional,
seja ele psicólogo ou assistente social, onde as partes o acompanharam por vídeo ou outro meio que
não tenha contato direto com a vítima, evitando assim, mais um constrangimento ou intimidação do
ofendido, ainda, tal procedimento, tem o condão de retirar todo o conteúdo imaculado, indispensável,
para o tramite da ação. Atualmente não há legislação disciplinando diretamente o tema, há jurisprudência
sobre ele. Com base na Magna Carta, no principio da dignidade da pessoa humana e art.227 da CF, há
uma proteção necessária e diferenciada quando se tratar de criança e adolescente, inclusive quando
estas forem vítimas ou autoras de crime. Em relação ao ECA é possível retirar a fundamentação para esta
espécie de depoimento de forma indireta através dos princípios por ele trazidos.

LUIS RICARDO DE OLIVEIRA DANTAS


O depoimento sem dano consiste na oitiva de crianças e adolescentes que foram vítimas de alguma
espécie de violência, sobretudo violência sexual, acompanhadas de profissional ou profissionais de outras
áreas do conhecimento, principalmente psicólogos, e em local separado, apropriado para sua idade e
nível de entendimento, de modo a favorecer a colheita do seu depoimento sem que esse ato venha
a causar-lhe constrangimento, sofrimento ou exposição. Vale ressaltar que, em que pese a inquirição
da criança ou adolescente seja realizada em local separado, em geral apenas com a presença física de
um profissional especializado, o juiz, membro do Ministério Público e acusado e advogado de defesa
participam do ato de maneira remota, utilizando alguma espécie de tecnologia que permita a interação
simultânea com o que está acontecendo, formulando perguntas e as enviando para o profissional que
está em contato direto com a criança ou adolescente. Ademais, também é possível que o depoimento
sem dano seja realizado ainda em sede de inquérito policial, ou outra investigação preliminar em curso.
Por fim, analisando o ECA, podemos retirar o fundamento para essa especial modalidade de oitiva do
ofendido do teor dos artigos 5º e 6º, que dispõem sobre a peculiar proteção que devem ter as crianças
e os adolescente, observada a sua especial condição e o seu desenvolvimento.

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PEDRO CUNHA
O depoimento sem dano trata-se de uma forma especial de oitiva da criança ou adolescente supostamente
vítima de violência sexual, de maneira que abrande a desagradável revivência, na memória do menor,
do sofrimento anteriormente suportado, sendo colhido por profissional especializado como psicólogo,
psiquiatra ou assistente social, que faz perguntas sobre o fato criminoso de maneira indireta, diluída e
gradual para firmar uma relação de confiança com o menor para que este conte tudo o que sabe, sentiu
e vivenciou. O Depoimento Sem Dano é acompanhado à distância pelo Juiz, membro do Ministério
Público, acusado e defensor através de sistema de videoconferência, evitando também o constrangimento
da criança ou adolescente de ter que falar sobre situações delicadas de sua intimidade perante seu
algoz ou em público, respeitando a condição especial da pessoa em desenvolvimento. O Depoimento
Sem Dano pode ser realizado, inclusive, no curso do Inquérito Policial no âmbito do procedimento da
prova antecipada, que terá o contraditório diferido, entendimento este referendado pelo STJ. Por fim,
destacamos a ausência de previsão legal específica sobre o instituto aceito pela jurisprudência, mas sua
fundamentação legal pode ser retirada do direito ao respeito e à dignidade do menor como pessoa
humana em processo de desenvolvimento, art. 15 do ECA.

JULIANA BERNAT
O depoimento sem dano consiste numa técnica de especial de inquirição da vítima ou da testemunha
menor, a qual visa proteger a dignidade e o melhor interesse da criança ou adolescente. Nesta técnica,
a criança ou adolescente é retirado do ambiente formal das salas de audiência, sendo direcionado para
uma sala projetada para esse fim específico, descontraída, informal, onde se sinta mais à vontade para
dar seu depoimento. A sala estará conectada por vídeo e áudio à sala de audiência, onde estarão o
Magistrado, o Promotor, o réu, e os demais serventuários da justiça, para que assim possa se dar início a
inquirição da vítima ou testemunha criança ou adolescente. As perguntas serão feitas por intermédio de
um técnico capacitado para a tarefa, podendo ser um psicólogo ou um assistente social, o qual realizará
as perguntas de maneira mais inteligível possível para o infante. As perguntas das partes e do juiz serão
feitas diretamente para o técnico e não para a criança, visando sempre protege-la de questionamentos
inadequados, constrangedores ou sugestionáveis, que possam vir a implicar maiores danos ao infante.
Com isso, busca-se metodologia alternativa para adequar valores e princípios fundamentais do processo
penal, como a ampla defesa, o contraditório com outros princípios importantes, como a dignidade da
pessoa humana, a proteção integral e a observância ao melhor interesse da criança e do adolescente. O
embasamento legal para a criação do depoimento sem dano advém de diversos institutos, dentre eles o
art.111, II e V do Estatuto da Criança e do Adolescente, o art.217 do CPP e ainda, o art.12 da Convenção
Internacional dos Direitos da Criança.

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PROFESSOR: RODOLFO QUEIROZ LATERZA


E-mail: profcei.rodolfolaterza@gmail.com

MEDICINA LEGAL

2. Discorra sobre os principais sinais de morte por ferimentos perfuro-cortantes, com foco nos
sinais de interesse médico-legal para a identificação da causa mortis.

RESPOSTA

Os instrumentos perfuro-cortantes são aqueles de natureza puntiforme, com o comprimento predominando


sobre a largura e a espessura, dotado de gume ou corte; agem por um ponto, simultaneamente por
percussão ou pressão, afastando as fibras, e por corte, seccionando-as; a lesão produzida é a perfuro-
incisa. Os instrumentos mais comuns são facas, punhais, canivetes e baionetas. O mecanismo de ação
é de perfuração, pressão e secção da região vulnerada. As lesões produzidas por instrumento de um
gume apresentam ferida ovalar, com um ângulo agudo e um ângulo arredondado; de dois gumes, dois
ângulos agudos em forma de botoeira; por três gumes, em forma triangular e em múltiplos gumes, feridas
similares àquelas produzidas por instrumentos cônicos. O diagnóstico deve ser orientado no sentido
de se caracterizar a natureza da lesão, condicionada ao instrumento que a produziu enquanto que o
prognóstico depende de fatores como o local da lesão, a análise das formações anatômicas atingidas
e exame da profundidade e largura da área atingida. No exame pericial podemos calcular a largura do
instrumento pelo tamanho do ferimento, número de lesões, sede, direção, características, profundidade,
regularidade, lesões de defesa.

No exame da causa mortis por lesões produzidas por tais instrumentos, temos as Leis de Filhós-Langer,
que permitem determinar quais instrumentos foram usados na agressão. Na 1ª Lei de Filhós, as soluções
de continuidade da pele são feridas alongadas, em forma de fenda, típica de instrumentos de dois
gumes; na 2ª Lei, o maior eixo das feridas tem sempre a mesma direção nas regiões onde as linhas de
força tenham o mesmo sentido. Na Lei de Langer, a lesão tem aspecto triangular por haver convergência
das regiões com linhas de forças de sentidos diferentes. Se o comprimento das feridas não for compatível
com a direção das fibras elásticas da pele, a lesão foi possivelmente causada por instrumento perfuro-
cortante.

COMENTÁRIO

A questão exige do aluno síntese, objetividade e domínio conceitual sem ser prolixo. Trata-se de uma
questão fundamentalmente conceitual, compatível com os concursos para delegado de polícia em geral,
os quais exigem conhecimento das características das lesões perfuro-cortantes para correto diagnóstico
da causalidade do evento morte por ações vulnerantes de tal modalidade.

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Portanto, é fundamental que o aluno tenha clareza na sua dissertação, evitando ambigüidades ou
excessos semânticos que desfocam da objetividade exigida pela banca.

A resposta esperada poderá ser conferida no espelho disponibilizado.

Aproveitamos, portanto, este espaço para uma breve apresentação do tema, servindo o conteúdo abaixo
como roteiro de estudos.

As lesões cortantes são aquelas que são provocadas por qualquer objeto com bordos cortantes ou pontas
(facas, tesouras, vidro). Estas feridas podem ser incisas ou cortantes, tendencialmente mais longas do que
profundas e perfurantes (ex: punhaladas), que penetram mais, ou seja, mais profundas que compridas.
Um mesmo instrumento pode causar os dois efeitos em função do seu modo de aplicação, logo é
comum detectarem‑se lesões mistas. Nestas lesões, tais como nas que são provocadas por uma faca, à
medida que esta penetra vai cortando e dividindo o osso, o que é uma reação distinta duma agressão
contundente, a qual tipicamente esmaga o osso quando o atinge. Saliente‑se que a visualização da
área óssea afetada por microscopia tem permitido a identificação específica do tipo de faca utilizado. As
marcas das lesões cortantes, como as provocadas por facas, são entalhes em forma de V e compressões
planas em forma de U. As punhaladas tendem a produzir pequenas incisões no local onde a faca toca
o osso. Estas marcas são, por vezes, bastante sutis, o que significa que poderão passar despercebidas
e que requerem uma cuidada e minuciosa limpeza. Muitas punhaladas que penetram os tecidos moles
podem nunca atingir o osso, ilustrando este fato com um caso, por nós resolvido, em que uma T‑Shirt
recuperada no local do crime apresentava um total de 14 marcas de corte das quais só quatro tinham
correspondência óssea. Acresce o fato de algumas lesões perimortais incisas poderem ser virtualmente
indistinguíveis das post mortem. Instrumentos mais possantes como machados provocarão lesões mistas,
corto‑contundentes, as quais poderão também ser causadas pela guarda de facas banais empunhadas
com violência. De ressaltar que uma só faca pode provocar lesões distintas, dependendo da angulação,
da força e da posição da vítima, entre outros. Relatamos como exemplo também um caso ocorrido na
Nova Inglaterra em que uma só faca provocou 28 incisões diferentes num esqueleto de uma mulher de
16 anos.

No que concerne às lesões perimortais cortantes, as vértebras e as costelas são as zonas anatómicas que
mais frequentemente mostram este tipo de lesões. A detecção destas ações lesivas requer, muitas vezes,
que os ossos sejam macerados para remover completamente os tecidos moles. Nalgumas circunstâncias,
as costelas, assim como a escápula, podem apresentar dobragem óssea típica da resposta de osso fresco.

No exame das lesões produzidas por tais instrumentos, a consideração das Leis de Filhós-Langer é
fundamental, pois permitem determinar quais instrumentos foram usados na agressão. Na 1ª Lei de Filhós,
as soluções de continuidade da pele são feridas alongadas, em forma de fenda, típica de instrumentos
de dois gumes; na 2ª Lei, o maior eixo das feridas tem sempre a mesma direção nas regiões onde as
linhas de força tenham o mesmo sentido. Na Lei de Langer, a lesão tem aspecto triangular por haver
convergência das regiões com linhas de forças de sentidos diferentes. Se o comprimento das feridas não

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for compatível com a direção das fibras elásticas da pele, a lesão foi possivelmente

Imagens de feridas causadas por instrumento perfuro-cortante.

Disponível em: http://www.malthus.com.br/mg_imagem_zoom.asp?id=1386#set

Foto: Malthus Fonseca Galvão - IML-DF 


Ferida pérfuro-incisa
Instrumento de um só gume, voltado para a direita da imagem.
Escoriação produzida pela ponta do mesmo instrumento.

lesões pérfuro-incisas na região deltoidea esquerda


Disponível em: > http://www.malthus.com.br/mg_imagem_zoom.asp?id=1670#set<

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MELHORES RESPOSTAS

GELSON AMARO DE SOUZA FILHO


Inicialmente, é digno explicar que os instrumentos perfurocortantes transferem sua energia cinética por
pressão (ação perfurante) e por deslizamento ou secção (ação cortante) simultaneamente. O resultado
é uma lesão perfuroincisa, cujo principal sinal é a lesão de botoeira. Se o instrumento tiver apenas um
gume, a lesão de botoeira terá uma fenda com um ângulo agudo e outro arredondado, ao passo que se
tiver dois ou mais gumes, a fenda terá dois ou mais ângulos agudos.

Nas lesões perfurocortantes, há predomínio da profundidade (ação perfurante) sobre a extensão (ação
cortante). É possível que ocorra torção do instrumento dentro do corpo atingido, o que irá gerar, além
dos danos internos, um corte adicional externo, denominado entalhe, permitindo, inclusive, identificar o
número de gumes pelo número e direção dos entalhes. No âmbito da investigação criminal, a existência
de torção pode revelar o animus necandi, ou seja, a intenção de matar, pois a torção exige força e
direcionamento para tanto, afastando eventual acidente.

Por fim, nas lesões perfurocortantes devem ser analisadas conforme as “leis ou princípios de Filhós e
Langer”, que estabeleceram as leis da semelhança (1ª), do paralelismo (2ª) e da elasticidade (3ª) para
classificar as lesões causadas pelos instrumentos perfurocortantes.

LUCAS LUCATTO REINATO


Primeiramente, consta fazer a distinção entre instrumentos e as lesões por eles provocadas, no presente
caso o instrumento perfuro-cortante produzem lesões perfuro-incisa. Assim, o principal exemplo desse
instrumento é a faca. Os primeiros sinais de morte são os abióticos imediatos, são eles: parada respiratória,
inconsciência, relaxamento muscular, insensibilidade, relaxamento do esfíncter e ausência de pulso,
consta salientar que estes não são sinais absoluto de morte, pois este quadro pode ser revertido. Agora,
adentrando no cerne da questão são sinais de morte produzidos por instrumento perfuro-cortante: eles
afastam as fibras do corpo e penetram em uma profundida considerável no agente, essas lesões são
profundas e largas, podendo, não raro, provocar a evisceração. Essas lesões deixam uma botoeira, ou
seja, tem aspecto de fenda sendo que de um lado o ferimento é arredondado e outro há uma cauda
com um ângulo fechado. Importante citar que há a possibilidade de causar lesão de sanfona, ou seja, ao
atingir o abdômen da vítima ele se contrai e o instrumento atinge uma um extensão maior do que seu
próprio comprimento. Por fim, para diferenciar essas lesões perfuro-incisa com as lesões perfurante há a
Lei de Filhós e Langer, são elas a do Lei Paralelismo, Lei Poliformismo e Lei da Semelhança.

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PEDRO CUNHA
Cumpre destacar inicialmente que os instrumentos pérfuro-cortantes são aqueles que possuem uma ponta
e um ou mais gumes, transferindo a sua energia cinética por pressão através da ponta e por deslizamento
do(s) gume(s). As lesões tipicamente provocadas por esses instrumentos possuem predomínio da
profundidade sobre a extensão. Ao verificarmos múltiplas lesões incisivas sem boa profundidade em
locais como pescoço, peito e antebraço, chamamos de lesões de hesitação, que sugerem uma tentativa
de suicídio. Se forem observadas lesões incisivas na borda ulnar, estas são consideradas lesões de defesa,
indicativo de luta e resistência àquela agressão sofrida sendo, portanto, possível concluir pelo provável
homicídio. Devemos lembrar que as lesões provocadas por esses instrumentos em vida possuem bordas
mais retraídas, abertas, infiltradas de sangue, sendo este um importante sinal vital. A forma da ferida
e sua direção podem indicar qual instrumento foi utilizado, recordando que as lesões provocadas por
instrumentos pérfuro-cortante de dois gumes apresentam aspecto semelhante às lesões provocadas por
instrumento perfurante de médio calibre (lei de Filhos). Destaca-se, por fim, a lesão em acordeon (ou
lacassagne), que traduz a violência empregada no corpo da vítima atingindo planos maiores do que a
extensão do instrumento em razão da elasticidade do local atingido (abdômen, por exemplo).

THIAGO LUIZ CAMARGO BORBA


É um instrumento de ação mista, perfura e corta, com características de ferida incisa. São instrumentos
perfurantes dotados de gume ou corte. As feridas são com bordas nítidas e regulares. Um gume, temos
o exemplo de uma faca, que possui ferimentos com bordas nítidas e regulares, cauda de escoriação. Na

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ferida perfuro incisa a profundidade é maior que a largura e o cumprimento. A profundidade pode ser
maior que o cumprimento da lâmina desse instrumento, são lesões de acordeon ou lesão de lacassagne.
Na perfuro-cortante de um gume, a ferida vai ser em forma de gota, tendo um ângulo agudo e um
ângulo arredondado, rombo. O ângulo fechado demonstra que ali agiu o gume, no ângulo rombo sabe-
se que ali entrou o dorso do objeto. Quanto mais rombo o ângulo, mais grosso o dorso, enquanto mais
agudo o ângulo, mais afiado era o instrumento. Mas isso é para o caso de a faca entrar na vertical. Se
ela entrar inclinada ela vai ter as duas bordas agudas, como se tivesse dois gumes, apesar de ser um
instrumento perfuro-cortante de um gume.

Ele tem que ter uma ponta para poder furar e pelo menos um gume para poder cortar, mas ele pode ter
inúmeros gumes. Dois gumes–punhal. Três gumes–lima do serralheiro, a lesão é em forma de triângulo.
Quatro gumes–estrelinha ninja (shuriken), daí a lesão vai ter forma estrelada. Agora, se ele tem dois
gumes, ele vai fazer uma ferida em fenda, lembrando que pode ser também um instrumento perfurante
de médio calibre. Assim, tenho que olhar as bordas, se elas estiverem cortadas, perfuro-cortante de dois
gumes, se estiverem repuxadas, sem cortes, o instrumento é perfurante de médio calibre. A medida de
gumes que o instrumento tem, mais ângulos ele terá. Como o instrumento é perfuro-cortante, se ele agir
por pressão, a ferida vai ser mais profunda do que extensa. Porque se eu pegar o instrumento perfuro-
cortante e deslizá-lo, terei uma ferida incisa, mas o instrumento continuará sendo perfuro-cortante.
Não se confunde a lesão com o nome do instrumento. Se for de dois gumes, terá ferida em casa de
botão. Imagine que uma faca tenha certa largura e certa profundidade. Só que aferida é muito mais
larga e profunda, que a faca que a ocasionou. Isso ocorre porque quando ela penetra, o agente arrasta
a faca na direção do gume. A extensão da ferida será maior do que a largura da faca, é o que ocorre no
haraquiri japonês. Quando você corta a barriga, os intestinos pulam, daí fala-se que houve evisceração.
Agora imagine um gordão que tem de distância da pele até a aorta de 70 centímetros (profundidade).
Sabe-se também que por trás da aorta passa a coluna vertebral. Só que a faca que fez a ferida tem 30
centímetros. Mas como pode? Um perito Frances chamado Lacassagne disse que em áreas capaz de
sofrerem compressão, se você usar uma pressão muito grande naquela região, você pode fazer com
que a pele se aprofunde e fazer com que um instrumento de30 centímetros alcance um órgão que está
a 70 cm da pele. A pele foi comprimida, daí como, as vezes, a arma tem uma guarda, essa guarda fica
marcada na pele, deixando sua assinatura. Daí você vê uma ferida em casa de botão com uma equimose
de cada lado. Isso demonstra que foi aplicada grande pressão na pele. Esse tipo de lesão, o Lacassagne
chamou esse de lesão em lesão de sanfona ou de acordeom.

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PEÇA PROFISSIONAL

ORIENTAÇÃO: responder em no máximo 20 linhas. Não se identifique no corpo da resposta,


procure responder com consulta tão somente à legislação seca e com agilidade, a fim de simular
a situação encontrada em prova.

ATENÇÃO: é obrigatória a utilização da Folha de Resposta disponibilizada na “Área do Aluno”,


em arquivo .doc. Se desejar redigir a sua resposta à mão, utilize o arquivo .pdf, cuja formatação
inclui as linhas para orientar melhor a escrita.

PROFESSOR: RUCHESTER MARREIROS BARBOSA


E-mail: profcei.ruchesterbarbosa@gmail.com

DIREITO PENAL

Iniciada investigação criminal por crime de estupro de vulnerável, ao longo da investigação,


Tício restou indiciado pelo crime. Constatou-se que o mesmo figurava como réu em outros
dois processos relacionados a crimes contra a vida, bem como estava sob medida cautelar de
monitoramento eletrônico expedido pelo juízo de um desses processos em curso, não restando
conexão entre os processos e a investigação que apurou o crime contra a dignidade sexual, Tício
foi preso em sua casa, durante o dia, em razão do mandado de prisão expedido pelo juiz da 3ª
Vara Criminal da Comarca da Capital do Rio de Janeiro, pelo crime pelo qual foi indiciado, após
regular representação da medida pelo Delegado. A prisão fora decretada após cota favorável
manifestação do Ministério Público que se manifestou pelo oferecimento da denúncia. Em no
máximo 20 linhas, elabore a peça processual que o delegado de polícia presidente da investigação
em tela elaborou, conforme os dados do enunciado.

RESPOSTA

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca da Capital do Rio de Janeiro

Ref.: Inquérito policial:

A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, por meio de seu órgão de execução da unidade de polícia
judiciária da __ circunscrição, vem, reverentemente a presença de V. Ex., com fulcro nos artigos 144, §4º
da CR/88 e art. 311 do CPP, representar por medida cautelar pessoal de prisão preventiva, pelos fatos e
fundamentos que a seguir aduz.

Chegou ao conhecimento da autoridade policial que assina ao final a notícia de um crime de estupro
de vulnerável ensejando a instauração do inquérito em referência. Ao longo da investigação restaram
comprovados os indícios de autoria em desfavor de Tício e prova da materialidade, conforme art. 312, in

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fine, do CPP, consubstanciando o fumus comissi delicti.

Impende salientar que se trata de crime doloso com pena máxima superior a quatro anos, conforme a
hipótese de cabimento prevista no art. 313, I do CPP. Consta nos autos que o indiciado é réu em dois
outros processos por crimes contra a vida, com medida cautelar pessoal de monitoramento eletrônico, o
que denota ser insubsistente outra medida cautelar diversa da prisão, configurando o periculum libertatis,
como garantia da ordem pública, conforme art. 312, primeira parte, do CPP, tornando imperiosa a prisão
preventiva, conforme art. 282, § 6º do CPP.

Isto posto, presente o cabimento e os pressupostos fáticos e jurídicos, requer a V.Exa. seja deferida a
representação pela prisão preventiva e, após oitiva do Ministério Público com atribuição, seja expedida
a respectiva ordem de prisão.

Local e data. Delegado de Polícia

COMENTÁRIO

Apesar da redação do art. 311, do CPP, a questão deve seguir orientação da forte tendência doutrinária e
jurisprudencial ao afirmarem que se estão presentes os pressupostos e circunstâncias da prisão preventiva
(fumus comissi delicti e periculum libertatis), então também haverá aqueles que são necessários para o
oferecimento da denúncia. Com base em tal entendimento, seria inadmissível a decretação de prisão
preventiva na fase inquisitorial, mas somente quando a investigação estivesse no final, como o caso
concreto, e prestes a iniciar a fase da instrução com o oferecimento da denúncia.

A prisão preventiva é uma medida cautelar de constrição à liberdade do indiciado ou réu, consequentemente
de caráter pessoal, por razões de necessidade, respeitados os requisitos estabelecidos em lei.

Uma forma didática de estudar a prisão preventiva é dividir o raciocínio em três etapas: 1) Cabimento; 2)
Pressupostos; 3) Fundamentos (CPF). A doutrina também denomina como fundamentos: a) circunstâncias;
b) ou pressupostos fáticos; c) ou pressupostos fáticos e circunstâncias.

Como hipóteses de Cabimento teríamos, também denominados de circunstâncias ou condições de


adminissibilidade da prisão preventiva, em síntese, cinco hipóteses: a) 313, I; b) 313, II (alguns autores
alegando razões para inconstitucionalidade); c) 313, III; d) 313, parágrafo único c/c art. 3º 12.037/09 c/c
(24h); e e) 312, parágrafo único c/c 282,§4º, todos do CPP.

Ao caso concreto a hipótese seria do art. 313, I do CPP.

O direito constitucional de liberdade exige o final do processo a fim de que se possa encarcerar um acusado,
mas o próprio ordenamento jurídico, incluindo a Constituição e as Leis, admite a prisão preventiva, desde
que fundamentada pela NECESSIDADE, ou seja, quando for imprescindível para que se possa garantir
a efetividade do processo, sendo assim, deve ser demonstrada esta necessidade, narrando o fato que
Tício mesmo com medida cautelar de monitoramento eletrônico continua a praticar crimes.

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Como necessidade ou Pressupostos (art. 312, segunda parte, do CPP) será verificada nos autos pela
análise do fumus comissi delicti

Fumus comissi delicti é a chamada “fumaça do cometimento do delito” ou “fumaça do bom direito”, isto
é, a probabilidade de procedência do pedido acusatório no processo principal. O fumus comissi delicti
vem representado, no art. 312, do CPP, pelas seguintes expressões: a) prova da existência do crime, que
se refere à materialidade do ilícito penal, à existência do fato tipificado em lei como crime; b) indícios
suficientes de autoria, na qual informa não ser necessário que existam provas robustas, cabais quanto à
autoria, mas apenas elementos que apontem no sentido de ser o indiciado/acusado o autor da infração
penal.

Por fim, é necessário demonstrar o Fundamento fático, previsto no art. 312, primeira parte, do CPP,
consubstanciado no periculum libertatis, que se traduz no fato de que a demora no curso do processo
principal pode fazer com que a tutela jurídica que se pleiteia, ao ser dada, não tenha mais eficácia, pois
o tempo poderá fazer com que a prestação jurisdicional se torne inócua. Trata-se da probabilidade de
uma lesão ou de um dano que se mostra pelo binômio URGÊNCIA X NECESSIDADE, caracterizado pela
possibilidade, por exemplo, de prosseguimento de práticas delituosas.

Representando o periculum libertatis no art. 312, primeira parte, do CPP, aplicável ao caso concreto,
temos a garantia da ordem pública, que significa a paz e a tranqüilidade social, ou seja, evitar que o
acusado ou indiciado, em liberdade, possa continuar a praticar ilícitos penais.

Aponta a jurisprudência como circunstâncias que caracterizariam a garantia de ordem pública,


considerando as decisões já proferidas neste sentido, a periculosidade da conduta, periculosidade ao meio
social, periculosidade à credibilidade da justiça, da gravidade e repercussão do crime.

Trata-se de uma questão polêmica, havendo entendimento que a garantia da ordem pública é
inconstitucional, que o clamor público (revolta da sociedade) não é fundamento para a decretação de
prisão preventiva, bem como também não justifica a medida extrema a alegação de que o indiciado/
acusado corre risco ficando em liberdade, pois cabe ao Estado garantir a integridade de qualquer pessoa,
bem como que a prevenção geral para a prática de crimes advém da pena, e portanto, um elemento
externo ao processo.

MELHORES RESPOSTAS

GELSON AMARO DE SOUZA FILHO


EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA ___

A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, pela Autoridade Policial que esta subscreve, com fulcro no art.
144, §4° da CF, c/c art. 4° e 6° do CPP, vem, perante Vossa Excelência, REPRESENTAR PELA EXPEDIÇÃO
DE PRISÃO PREVENTIVA em desfavor de TÍCIO, já indiciado e qualificado nos autos do Inquérito Policial
n° ___, pelos motivos a seguir expostos:

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DOS FATOS: Foi instaurado inquérito para apurar a prática de crime de estupro de vulnerável, tipificado
no art. 217-A do Código Penal. TÍCIO foi indiciado pelo crime e, conforme investigações de praxe, foi
constatado que o mesmo é réu em dois processos distintos de crimes contra a vida, sendo que em um
dos processos foi determinada a monitoração eletrônica do réu.

DO FUMUS COMISSI DELICTI E DO PERICULUM LIBERTATIS: Primeiramente, é de se destacar que o fato


não foi cometido sob o manto de nenhuma causa excludente de ilicitude ou da culpabilidade, nem
tampouco está extinta a culpabilidade. Em seguida, o crime de estupro de vulnerável tem pena superior
a quatro anos (art. 313, I, do CPP). Por fim, nos termos do art. 312 do CPP, a prisão preventiva se faz
necessária para a garantia da ordem pública, diante do histórico do indiciado em crimes contra a vida
(reincidência específica), não sendo cabível nenhuma outra medida cautelar, de acordo com art. 282, §6°,
do CPP.

DO PEDIDO: Diante dos elementos de convicção constantes no Inquérito Policial de n° ___, com
fundamento nos arts. 311, 312 e 313 do Código de Processo Penal, represento à Vossa Excelência pela
decretação da PRISÃO PREVENTIVA em desfavor de TÍCIO.

É a representação. Local e data. ASSINATURA DO DELEGADO DE POLÍCIA.

JOLINE LAUTERT CANDIDO


EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA 3 VARA CRIMINAL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO/RJ

A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, por meio do Delegado de Polícia signatário, vem, à presença
de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 13, IV e 311, caput, ambos do CPP, REPRESENTAR PELA
PRISÃO PREVENTIVA de TÍCIO, considerando as razões de fato e direito abaixo elencadas:

Dos fatos: Após regular investigação materializada em inquérito policial, colhidos indícios suficientes de
autoria e materialidade, TICIO restou indiciado como incurso nas sanções do art. 217-A, do Código Penal.

Do direito: Durante a tramitação do expediente policial, verificou-se que TICIO, á época dos fatos,
respondia por mais dois processos relacionados a crimes contra a vida, inclusive recebendo em um
desses processos, medida cautelar alternativa à prisão, qual seja, o monitoramento eletrônico. Os indícios
de autoria e materialidade colhidos nos autos e que permitiram o indiciamento de TICIO, configuram o
fumus comissi delicti. A gravidade do crime investigado (Estupro de Vulnerável, PPL máxima superior a 4
anos) somada ao fato de o indiciado possuir medida cautelar alternativa à prisão a qual não se mostrou
exitosa, bem como o fato de possuir conduta criminosa reiterada, são situações que deixam patente o
periculum libertatis, demonstrando a necessidade da medida extrema e excepcional da prisão preventiva.
Diante disso, verifica-se que os fatos acima se coadunam com os requisitos constantes dos arts. 312 e 313
do CPP e como medida que objetiva garantir a ordem pública, o decreto prisional se mostra necessário.
Por último, não vislumbramos, no caso concreto, possibilidade de aplicação de medida cautelar alternativa
à prisão em razão de já havido descumprimento de medida alternativa por parte de TICIO. Ante o

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ESPELHO DE CORREÇÃO DA 3ª RODADA

exposto, REPRESENTAMOS pela expedição de mandado de PRISÃO PREVENTIVA em desfavor de TICIO

Local, data Assinatura Delegado de Polícia

LUÍS FERNANDO RIBEIRO


Ofício nº: XXX/ano – Unidade, cidade/UF, data

A sua Excelência, O Sr.

Dr. Juiz de Direito

Unidade Judiciária, local e data.

Representação pela decretação de prisão preventiva (IP nº):

O IP em epígrafe fora instaurado para apurar a prática do crime de estupro de vulnerável, previsto no art.
217-A, do Código Penal, supostamente praticado pelo indiciado, Sr. Tício.

As provas da existência do crime bem como os indícios suficientes de autoria restaram devidamente
comprovados no decorrer dessa investigação criminal, conforme documentos de fls. e fls.

Conforme documentos de fls. e fls., o indiciado responde por outros dois processos em que se apuram a
prática de crimes contra a vida, sendo que o mesmo, inclusive, está sob medida cautelar de monitoramento
eletrônico, decreta pelo Exmo. Juiz de Direito no Processo nº: XXX.

O crime ora investigado fora praticado de forma dolosa e é punido com pena privativa de liberdade
máxima superior a 04 (quatro) anos, estando presente a condição de admissibilidade para a decretação
da prisão preventiva contida no art. 313, inciso I, do CPP.

Com relação aos requisitos da prisão preventiva, previstos no art. 312, caput, do CPP, entende-se presente
a garantia da ordem pública, vez que, conforme acima mencionado, o indiciado responde por outros
dois crimes contra a vida e mesmo assim continua a delinquir.

Sendo assim, com fundamento no art. 144, inciso IV, e §4º da Constituição Federal, bem como nos arts.
311, 312 e 313, inciso I, do Código de Processo Penal, represento pela decretação da prisão preventiva de
Tício, devidamente qualificado às fls. e fls.

Respeitosamente,

Delegado de Polícia, Matrícula nº: XXX

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VINNÍCIUS LOBO
Excelentíssimo Senhor Doutor juiz de Direito da 3ª Vara Criminal da Comarca da Capital do Rio de Janeiro.

Inquérito nº________________

A POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, por intermédio do Delegado de Polícia Civil subscritor,
matrícula n°__, titular da __ Delegacia de Polícia, no uso de suas atribuições legais e constitucionais vem
apresentar, com fundamento no art. 312 c/c 313, I do CPP

REPRESENTAÇÃO PELA PRISÃO PREVENTIVA

De Tício, pelos fatos que passa a expor: Ticio fora investigado em relação a estupro de vulnerável tipificado
no art. 217-A do Código Penal e ao final da investigação foi indiciado por tal ato. O indiciado figura, ainda,
como réu em dois processos relacionados a crimes contra a vida, bem como estava sob medida cautelar
de monitoramento eletrônico expedido pelo juízo de um desses processos em curso, na época que
praticou o delito de estupro de vulnerável. Os pressupostos para decretação são explícitos; Fumus comissi
delicti está caracterizado pela autoria e materialidade do crime de estupro de vulnerável do art. 217-A
do CP, que foram comprovados por meio das investigações. Periculum libertatis, este é fornecido pelo
comportamento do indiciado em face da prática de outros crimes. A ordem publica eleva-se atalhada
pela possibilidade do indiciado de cometer novos crimes, visto que o mesmo já responde processo
criminal em relação a crimes contra a vida e, não obstante, descumpriu uma medida cautelar diversa
da prisão decretada em sede processual - monitoramento eletrônico -, demonstrando o desrespeito
e o desprezo pela Justiça Pública. Diante de todo o exposto, REPRESENTA-SE a Vossa Excelência, com
fundamento nos arts. 312 c/c 313, I do CPP, pela DECRETAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA de Tício, a fim de
garantir a ordem pública e pela conveniência da instrução criminal.

Nestes termos,

pede deferimento.

Local e data.

DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL

LUIS OTÁVIO F. CUNHA


Ao Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da 3ª Vara Criminal da Comarca da Capital - RJ

Inquérito Policial n. Incidência Penal: artigo 217-A do Código Penal

Autor: Tício Vítima:

Representação pela Decretação de Prisão Preventiva

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ESPELHO DE CORREÇÃO DA 3ª RODADA

A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, pela Autoridade Policial que esta subscreve, com fundamento
no artigo 144, §4º, da CRFB c/c 4º do CPP, usando de suas atribuições legais, vem, perante Vossa Excelência,
representar pela decretação de prisão preventiva em desfavor de Tício, já qualificado nos autos, pelos
motivos a seguir expostos:

Dos Fatos

Do Fumus Comissi Delicti

A materialidade do crime em questão está comprovada por meio das provas retratadas às fls., assim
como os indícios de autoria. Dessa forma, presente está o fumus comissi delicti, em observância ao
disposto no artigo 312 do CPP.

Do Periculum Libertatis

Mostra-se necessária a prisão preventiva do suspeito como garantia da ordem pública, tendo em vista
que este figura como réu em outros dois processos relacionados a crimes contra a vida. Assim, o autor
representa risco à sociedade.

Do Pedido

Ante o exposto, tendo em vista os elementos constantes do Inquérito Policial de n., com fundamento nos
artigos 311, 312 e 313 do CPP, represento pela decretação da prisão preventiva de Tício.

É a representação. Local e data.

Assinatura.

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