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CEI-DELEGADO

DE POLÍCIA CIVIL
2ª EDIÇÃO

ESPELHO DE CORREÇÃO DA 1ª RODADA

CEI-DELEGADO
DE POLÍCIA CIVIL
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ESPELHO DE CORREÇÃO DA 1ª RODADA

DURAÇÃO

22/02/2016 A 20/04/2016

MATERIAL ÚNICO
Questões Totalmente Inéditas.

ACESSÍVEL
Computador, Tablet, Smartphone.

36 QUESTÕES OBJETIVAS
Por rodada.

2 QUESTÕES DISSERTATIVAS
Por rodada.

1 PEÇA PRÁTICA
Por rodada.

IMPORTANTE: é proibida a reprodução deste material, ainda que sem fins lucrativos. O CEI CEI-DEPOL
possui um sistema de registro de dados que marca o material com o seu CPF ou nome de usuário. 2ª ED.
O descumprimento dessa orientação acarretará na sua exclusão do Curso. Agradecemos pela 2016
sua gentileza de adquirir honestamente o curso e permitir que o CEI continue existindo.

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PROFESSORES
Henrique Hoffmann Monteiro de Castro – Coordenador do Curso e Professor de Legislação Penal Especial
Delegado de Polícia Civil do Paraná. Ex-Delegado de Polícia Civil do Mato Grosso. Professor Coordenador da Pós-Graduação em
Ciências Criminais da FACNOPAR. Professor Convidado da Escola Nacional de Polícia Judiciária, Escola Superior de
Polícia Civil do Paraná, Escola da Magistratura do Paraná, Escola do Ministério Público do Paraná e Curso
de Formação de Defensores Públicos de Santa Catarina. Colunista do Conjur. Mestrando em Direito
pela UENP. Especialista em Direito Penal e Processual Penal pela UGF. Especialista em Segurança
Pública pela UNIESP. Bacharel em Direito pela UFMG. Membro do Instituto Brasileiro de Direito
Processual Penal e da Associação Internacional de Direito Penal. Assessor Jurídico da Federação
Nacional dos Delegados de Polícia Civil. Facebook, Instagram, Twitter e Periscope: profhenriqueh.

facebook.com/profhenriquehoffmann

Bruno Taufner Zanotti – Professor de Direito Constitucional e Direito Civil


Delegado de Polícia Civil do Espírito Santo. Doutorando e Mestre em Direitos e Garantias Fundamentais
pela FDV. Especialista em Direito Público pela FDV. Professor da Especialização em Direito Público da
Faculdade Estácio de Sá. Professor da Especialização da Associação Espírito-Santense do Ministério
Público. Professor de cursos preparatórios para concurso público. Cofundador do site www.pensodireito.
com.br. Colunista do site www.delegados.com.br.

Elisa Moreira Caetano – Professora de Direito Administrativo


Delegada de Polícia Civil de Minas Gerais. Professora Convidada da Academia de Polícia Civil de
Minas Gerais e da Academia de Polícia Militar de Minas Gerais. Professora da Pós-graduação em
Ciências Criminais da FACNOPAR. Professor do Supremo TV. Cofundadora do Canal EM DELTA.
Especialista em Ciências Penais pela UFJF. Bacharel em Direito pelo IBMEC. Facebook e Instagram:
elisaemurillodelta / Periscope: emdelta.

facebook.com/elisaemurillodelta

Leonardo Marcondes Machado – Professor de Direito Processual Penal


Delegado de Polícia Civil de Santa Catarina. Examinador Titular da Fase Oral do Concurso para Delegado de Polícia Civil
de Santa Catarina. Colunista do Conjur. Professor Convidado da Academia de Polícia Civil de Santa Catarina, da
Secretaria Nacional de Segurança Pública, da Academia Brasileira de Direito Constitucional, da Faculdade
Cenecista de Joinville, do Centro Universitário Católica de Santa Catarina e do Complexo de Ensino
Superior de Santa Catarina. Mestrando em Direito pela UFPR. Especialista em Direito Penal e
Criminologia pelo ICPC/ULCA/UNINTER. Especialista em Ciências Penais pela UNISUL/IPAN/LFG.
Bacharel em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Página no Facebook: facebook.
com/leonardomarcondesmachado.

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Murillo Ribeiro de Lima – Professor de Direito Administrativo


Delegado de Polícia Civil de Minas Gerais. Professor Convidado da UEMG. Professor da Pós-
graduação em Ciências Criminais da FACNOPAR. Professor do Supremo TV. Cofundador do Canal
EM DELTA. Especializando em Ciências Criminais pela UNESA. Bacharel em Direito pela UEM.
Facebook e Instagram: elisaemurillodelta / Periscope: emdelta.

facebook.com/elisaemurillodelta

Rodolfo Queiroz Laterza - Professor de Medicina Legal e Língua Portuguesa


Delegado de Polícia Civil do Espírito Santo. Coautor do livro “Manual do Delegado – Teoria e Prática”.
Professor Convidado da Academia de Polícia Civil do Espírito Santo, da Universidade de Vila Velha e
da FINAC. Presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Espírito Santo. Mestrando em
Segurança Pública pela UVV. Especialista em Direito Penal e Processual Penal pela UNESA. Bacharel
em Direito pela UFRJ.

Ruchester Marreiros Barbosa – Professor de Direito Penal


Delegado de Polícia Civil do Rio de Janeiro. Colunista do Conjur. Coautor do livro “As novas fronteiras
do Direito”. Professor Convidado da Fundação de Apoio ao Ensino e Pesquisa da Polícia Civil, da
Escola da Magistratura do Rio de Janeiro, da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro
e da Universidade Estácio de Sá. Doutorando em Direito pela UNLZ. Especialista em Direito
Penal e Processo Penal pela UCAM. Bacharel em Direito pela UCAM. Facebook: facebook.com/
ruchestermarreiros / Instagram e Twitter: ruchestermb / Periscope: rmarreiros.

facebook.com/ruchestermarreiros

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QUESTÕES DISSERTATIVAS

ORIENTAÇÃO: responder em no máximo 15 linhas. Procure responder com consulta tão somente
à legislação seca e com agilidade, a fim de simular a situação encontrada em prova.

PROFESSOR: RUCHESTER MARREIROS BARBOSA


E-mail: profcei.ruchestermarreiros@gmail.com

DIREITO PENAL

1. Tibúrcio, estava em um Supermercado, no período da páscoa, quando se iniciou uma


promoção relâmpago de um ovo de páscoa de 3 kg de uma famosa marca de chocolate, que
teria desconto de 60 porcento de seu valor original de R$ 700,00 (setecentos reais). Tibúrcio
comparece ao setor para colocação do selo de desconto e percebe que seu produto é o último
da promoção, recebendo o último selo correspondente. Cássio se distraiu com o carrinho de
suas compras e percebe o desaparecimento do ovo. Ao procurar os seguranças foi levado local
de monitoramento do setor de segurança, onde identificaram uma outra cliente que retirou o
produto promocional do carrinho de compras do cliente Tibúrcio. Esta pessoa foi identificada,
ainda pelas câmeras, efetuando o pagamento do produto com seu cartão de débito, tomando
rumo ignorado em seguida. O fato é comunicado ao Delegado de Polícia que inicia investigação
criminal com base nas câmeras e identificação do cartão utilizado pela mesma, que requisitando
os dados de identificação à administradora de cartões, obtem seu endereço e a intima a prestar
esclarecimentos na delegacia. Em sede policial, Lobelipeca admite todo o ocorrido, esclarecendo
ser chocólatra e, por não possuir condições, compara o produto no preço original, já que havia
esgotado a promoção com desconto anunciado, tendo consumido o produto naquele mesmo dia
com sua família. Diante do fato de Tibúrcio não ter conseguido adquirir outro ovo com desconto,
e que o supermercado nenhum prejuízo sofreu, indaga-se: o Delegado ao relatar o inquérito
policial sobre estas circunstâncias, como avaliaria penalmente a conduta de Lobelipeca?

RESPOSTA

O cerne da questão é a abordagem do bem jurídico tutelado no crime de furto, ou seja, o objeto da
tutela penal, que possui controvérsias doutrinárias. Nelson Hungria é sempre citado como o autor que
entende ser somente a propriedade o bem jurídico tutelado, no entanto, o entendimento majoritário é
de que a proteção é da propriedade, posse e detenção legitimas da coisa móvel. No crime de furto, o
entendimento jurisprudencial, tanto no STF, quanto no STJ, é a adoção da teoria da amotio, ou seja, basta
a retirada da disponibilidade do bem da esfera da posse da vítima. Em outas palavras, a consumação se
dá quando a vítima perde, no todo ou em parte, a possibilidade de contato material com a coisa ou de

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exercício da custódia dominical. Entende-se que objetos de prateleira de supermercado são adquiridos
pelo consumidor quando ele é escolhido, já se encontrando na esfera de vigilância como possuidor,
restando, portanto, protegido pela tutela penal. Neste sentido, Lobelipeca, ao se assenhorar do carrinho
de Tibúrcio, o retira de sua esfera de vigilância e posse, consumando o crime de furto simples. Quanto ao
valor, a avaliação do bem objeto da conduta, considerando-se bem subtraído de R$ 700,00. A questão
não fornece dados para sua aplicação, mas é considerado de pequeno valor o bem que não ultrapassa a
importância de um salário mínimo. Os Tribunais Superiores entendem que ,para a bagatela, o valor pode
ser de zero a dez ou até vinte por cento do salário mínimo vigente, o que, em tese, não seria o caso.

MELHORES RESPOSTAS

RAFAEL MIRANDA
A conduta praticada por Lobelipeca enquadra-se no fato típico de furto, previsto no art. 155 do CP, uma
vez que houve a subtração, para si, de coisa alheia móvel, considerando que o produto estava na posse
de Tibúrcio.

Ocorreu a consumação do delito, consoante a teoria da “amotio”, pois a coisa passou ao poder do sujeito
ativo, levando-a para casa e consumindo-a no mesmo dia juntamente com sua família.

Importante ressaltar, que a doutrina penal admite, em sua maioria, a configuração de furto de coisa
contra o proprietário, possuidor ou mero detentor, razão pela qual não há o que se falar em atipicidade
da conduta.

No presente caso, é cabível a aplicação do privilégio ao crime de furto, com base no artigo 155, § 2º, com
diminuição de pena de 1 a 2/3 em razão da primariedade do agente e diante do valor da coisa subtraída.
Ademais, pode-se discutir a atipicidade material da conduta, com fulcro no principio da insignificância e
da intervenção mínima.

GABRIELA MAYUMI HIRABAE


Na condição de Autoridade Policial relataria que a conduta de Lobelipeca, ora autora, se amolda ao tipo
penal do Furto com a causa de diminuição de pena do § 2º do art. 155, CP acrescido da atenuante da
confissão do art. 65, II,”d”, CP.

No caso em tela, houve a consumação do crime de furto porque o bem foi subtraído de quem legitimamente
detinha a posse direta do ovo de páscoa (Tibúrcio), recordando que, na esteira da doutrina majoritária,
o delito de furto tem por fim tutelar a propriedade, posse e detenção de bens móveis, utilizando- se os
conceitos de posse e detenção trazidos pelo Código Civil (arts. 1196 a 1198, CC).

Há incidência da causa de diminuição de pena do § 2º do art. 155, CP tendo em vista que o bem subtraído
corresponde a valor inferior a um salário mínimo vigente à época dos fatos, sendo este o critério objetivo

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utilizado na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça para estabelecer bem de pequeno valor para a
incidência deste privilégio. Do mesmo modo afasta a aplicação do princípio da insignificância à conduta
porque o bem subtraído não corresponde a valor ínfimo, sendo este, na jurisprudência do mesmo Tribunal,
o inferior a 10% do salário mínimo.

Pelo todo, Lobelipeca, em relatório, deve ser indiciada pelo previsto no tipo do art. 155, § 2º, CP c/c art.
65, II, “d”, CP.

WK VASCO
O delegado deve avaliar a conduta de Lobelipeca como furto simples, tipificado no “caput” do art. 155
do Código Penal. Furto conceitua-se como subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel. Percebe-
se que o dispositivo não exige que a coisa subtraída seja de propriedade da vítima. Assim, a doutrina
majoritária entende como possível a figura do detentor ou possuidor do bem como sujeito passivo do
furto. No caso em análise, o supermercado era o proprietário do bem, enquanto Tibúrcio o possuidor,
devido o ovo não ter sido comprado e pago no momento da ação delituosa. Ressalte-se que caberia, em
tese, o privilégio do par. 2º do Código Penal, por pequeno valor da coisa furtada, desde que Lobelipeca
seja primária - informação não trazida na questão. O Superior Tribunal de Justiça entende que até 10% do
valor do salário mínimo (R$ 82,00) cabe a insignificância e até o valor do salário mínimo (R$820,00) cabe o
privilégio do par. 2º. No caso, o ovo custava R$ 420,00, afastando a bagatela e incidindo, possivelmente,
o privilégio.

FELIPPE PATIU
Conforme discussão doutrinária, existem abordagens quanto ao bem jurídico tutelado pelo crime de
furto. A primeira defende que tal norma incriminadora tutela apenas a propriedade; enquanto uma
segunda corrente advoga a tese de que o dispositivo legal em comento tutela não apenas a propriedade,
mas também a posse. Por fim, uma terceira corrente, mais adequada ao sistema jurídico pátrio, aponta
que o crime de furto protege tanto a propriedade e a posse quanto a detenção, em especial nos casos
em que o detentor deva indenizar o possuidor ou proprietário.

No caso em tela, nota-se que Tibúrcio ostenta qualidade de possuidor da coisa, nas pegadas do art. 1.196
do Código Civil, razão pela qual a conduta de Lobelipeca adequa-se diretamente ao tipo penal inscrito
no art. 155, caput, do Código Penal (furto simples), sem perder de vista a discussão doutrinária acerca
da aplicação do Princípio da Insignificância pela autoridade policial o que, em sendo admito, conduzia à
atipicidade material da conduta perpetrada.

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PEDRO CUNHA
Muito embora haja divergência sobre a espécie de direito tutelado em relação aos crimes patrimoniais,
prevalece o entendimento de que não só a propriedade, mas também a posse e a detenção legítima
da coisa alheia móvel merecem a proteção penal, havendo inclusive forte jurisprudência dos Tribunais
Superiores nesse sentido. No caso em tela, Tibúrcio tinha a posse do bem, que fora subtraído por
Lobelipeca, gerando prejuízo material não para o supermercado, mas para o legítimo possuidor do bem.
Não temos dúvida em afirmar, portanto, que Lobelipeca praticou o crime previsto no art. 155, caput, do
Código Penal atenuado pela confissão espontânea ainda em sede policial (art. 65, III, d, do CP). Ressalte-
se que o momento consumativo do crime analisado, de acordo com a teoria da amotio, fora quando
da perda da disponibilidade sobre o bem (inversão na posse), fato este comprovado pelas câmeras de
segurança do local na ocasião em que Lobelipeca, com ânimo de assenhoramento, subtraiu para si o
valioso ovo de chocolate. Caminhamos junto com a doutrina que entende pela não aplicação do princípio
da insignificância para casos análogos a este fato em razão da reprovabilidade do comportamento e da
expressividade da lesão jurídica provocada. Afirmamos, ainda, que o fato de Lobelipeca ser chocólatra
não exclui a sua culpabilidade, pois poderia consumir o seu desejo compulsivo por outras formas, mas
se autodeterminou conscientemente para a prática do fato criminoso exposto. Por fim, destacamos a
impossibilidade de qualificar o furto pela destreza, pois para a prática da conduta narrada não houve a
utilização de habilidade específica.

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PROFESSORES: ELISA MOREIRA CAETANO E MURILLO RIBEIRO DE LIMA


E-mail: profcei.elisamurillo@gmail.com

DIREITO ADMINISTRATIVO

2. JOÃO, servidor público, após processo administrativo disciplinar, recebeu pena de demissão.
Inconformado com a decisão, interpôs recurso administrativo. Antes mesmo do julgamento de
seu recurso, já foi afastado de suas funções, com a respectiva interrupção de seu salário. Pode
a Administração aplicar a pena antes mesmo do trânsito em julgado da seara administrativa?
Discorra.

RESPOSTA

Sim, a Administração pode aplicar a pena imposta antes mesmo do trânsito em julgado na seara
administrativa. Isto porque os atos administrativos possuem autoexecutoriedade, diante da necessidade
de salvaguarda rápida e eficiente do interesse público. Assim, podem ser executados independentemente
do trânsito em julgado no âmbito administrativo ou de decisão judicial. Neste sentido é a previsão
do art. 109 da Lei nº 8.112/90, dispondo que o recurso administrativo poderá ser recebido com efeito
suspensivo, a juízo da autoridade competente, embora, em regra, não possua tal efeito (art. 61 da Lei nº
9.784/99). Em interpretação aos mencionados dispositivos, o STJ já entendeu que não há ilegalidade na
imediata execução de penalidade administrativa, ainda que a decisão não tenha transitado em julgado
administrativamente.

COMENTÁRIO

A questão aborda conceitos e princípios clássicos de direito administrativo, exigindo que o aluno tenha
conhecimento do regramento utilizado nesta seara.

Dentre as características dos atos administrativos, a doutrina entende que a mais relevante é a
autoexecutoriedade. Segundo José dos Santos Carvalho Filho,

Das mais relevantes é a característica da autoexecutoriedade. Significa ela que o ato administrativo,
tão logo praticado, pode ser imediatamente executado e seu objeto imediatamente alcançado.
(...) No direito privado, são raras as hipóteses em que se permite ao particular executar suas
próprias decisões. No direito público, porém, é admitida a execução de ofício das decisões
administrativas sem intervenção do Poder Judiciário, construção hoje consagrada entre os
autores modernos e haurida no Direito francês. (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual
de direito administrativo. 23 ed. – Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, p.134)

Com relação aos efeitos dados aos recursos administrativos, é importante observar a redação do art. 61

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da Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal:

Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.

Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da
execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido,
dar efeito suspensivo ao recurso.

Ao dispor sobre o tema, a Lei nº 8.112/90 estabelece em seu art. 109 que

O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juízo da autoridade competente.

A interpretação que deve ser dada ao dispositivo acima mencionado é a de que, em regra, os recursos
não possuem efeito suspensivo. E quando puderem ter tal atribuição, o juízo de tal critério é da autoridade
competente.

Neste sentido é a recentíssima decisão do Superior Tribunal de Justiça:

DIREITO ADMINISTRATIVO. EXECUÇÃO IMEDIATA DE PENALIDADE IMPOSTA EM PAD.

Não há ilegalidade na imediata execução de penalidade administrativa imposta em PAD a


servidor público, ainda que a decisão não tenha transitado em julgado administrativamente.
Primeiro, porque os atos administrativos gozam de auto-executoriedade, possibilitando que a
Administração Pública realize, através de meios próprios, a execução dos seus efeitos materiais,
independentemente de autorização judicial ou do trânsito em julgado da decisão administrativa.
Segundo, pois os efeitos materiais de penalidade imposta ao servidor público independem do
julgamento de recurso interposto na esfera administrativa, que, em regra, não possui efeito
suspensivo (art. 109 da Lei 8.112/1990). Precedentes citados: MS 14.450-DF, Terceira Seção,
DJe 19/12/2014; MS 14.425-DF, Terceira Seção, DJe 1/10/2014; e MS 10.759-DF, Terceira Seção,
DJ 22/5/2006. MS 19.488-DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 25/3/2015, DJe
31/3/2015.

Assim, diante dos argumentos acima expostos, a Administração Pública pode aplicar a penalidade
administrativa imposta antes mesmo da decisão final no âmbito administrativo, sem a ocorrência de
qualquer ilegalidade.

MELHORES RESPOSTAS

GELSON AMARO DE SOUZA FILHO


O âmbito administrativo, assim como o judiciário, deve ser pautado pelos princípios constitucionais da
presunção de inocência (ou da não culpabilidade), do devido processo legal e do contraditório e da
ampla defesa (art. 5°, incisos LVII, LIV e LV, respectivamente, da Constituição Federal). Entretanto, os atos
administrativos têm como atributo, entre outros, a autoexecutoriedade, o que possibilita o cumprimento
da penalidade administrativa mesmo na pendência de recurso administrativo, sem incidir em qualquer

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ilegalidade, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça. Além disso, em regra, o recurso
administrativo não detêm efeito suspensivo, podendo a sentença do processo administrativo disciplinar
(PAD) ser executada de imediato, a menos que a autoridade competente receba o recurso nos efeitos
suspensivo e devolutivo, o que é a exceção, nos termos do art. 109 da Lei n° 8.112/90.

GABRIELA MAYUMI HIRABAE


Na esteira da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a Administração Pública pode
executar penalidade imposta a servidor público em virtude de processo administrativo disciplinar
independentemente da existência da coisa julgada administrativa, ainda que esta pena seja a de demissão
e importe na interrupção de pagamentos. Entende o Tribunal Superior que a aplicação da penalidade em
processo administrativo disciplinar é um ato administrativo revestido de todos seus atributos, sejam eles
a presunção de legitimidade, imperatividade, autoexecutoriedade e, para parte da doutrina, a tipicidade.
Por isso, mesmo que pendente recurso administrativo, quando a Administração aplica a penalidade,
está se valendo do atributo da Autoexecutoriedade dos atos administrativos que nos informa que a
Administração Pública, via de regra, pode executar diretamente seus atos sem necessidade de se socorrer
ao judiciário. Aduz ainda, o Tribunal, que o art. 109, L 8112/90 afirma que o recurso administrativo poderá
ser recebido com efeito suspensivo pela Autoridade, ou seja, os recursos possuem efeito devolutivo
e que por faculdade a Autoridade lhe poderá atribuir efeito suspensivo. Desse modo, não recebido
com efeito suspensivo, o recurso administrativo pode ser diretamente executado pela administração
pública. Por fim, vale dizer que há doutrina que defende que a aplicação de penalidade em processo
administrativo disciplinar só pode ser imposta quando ocorrer a coisa julgada administrativa, pois o
princípio da Presunção de Inocência, previsto no art. 5º, LVII, CRFB se estende à esfera administrativa,
impedindo, portanto, a execução da penalidade imposta.

PEDRO CUNHA
De acordo com a jurisprudência do STJ, é possível que a sanção seja executada mesmo antes do trânsito
em julgado do processo administrativo disciplinar, uma vez que os recursos administrativos não possuem,
via de regra, efeito suspensivo. O recebimento do recurso administrativo apenas no efeito devolutivo
permite a execução imediata da sentença administrativa. Além disso, há de ser destacado que um dos
atributos dos atos administrativos é a autoexecutoriedade, que permite que a administração pública
imponha a sua vontade/decisão por seus próprios meios, independentemente do trânsito em julgado
do PAD, através execução dos efeitos materiais do ato emanado de acordo com o devido processo legal.

JULIANO SILVA
A Administração pode aplicar a pena antes do trânsito em julgado da seara administrativa, pois não

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há ilegalidade na imediata execução de penalidade administrativa imposta em PAD a servidor público,


mesmo que não tenha transito em julgado administrativamente. Os atos administrativos gozam de
autoexecutoriedade. O recurso pode ser recebido com efeito suspensivo a juízo da autoridade competente
(Art. 109, Lei 8112/90), mas a regra no recurso administrativo é ser recebido somente no efeito devolutivo,
o que permitiria a execução imediata da decisão tomada no processo administrativo. A interrupção do
salário, que é efeito material da penalidade imposta, não depende do julgamento de recurso interposto
na esfera administrativa.

JOANA MOTTA SILVEIRA DE SÁ


De acordo com a jurisprudência do STJ é possível que a Administração Pública dê imediato cumprimento a
penalidade imposta em julgamento de PAD, ainda que seja cabível recurso administrativo. Primeiramente,
em razão dos atos administrativos gozarem de autoexecutoriedade. Dessa forma, possibilita à
Administração Pública a execução dos efeitos materiais dos seus atos de forma própria, sem a necessidade
de autorização judicial ou do transito em julgado da decisão do PAD. Um segundo fundamento a ser
utilizado é o art. 109 da Lei 8.112/90 que permite a execução dos efeitos materiais da decisão do PAD
sem a necessidade de se aguardar o julgamento do recurso administrativo. A lei faculta à autoridade
competente dar ou não efeito suspensivo ao recurso administrativo.

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PEÇA PROFISSIONAL

ORIENTAÇÃO: responder em no máximo 20 linhas. Não se identifique no corpo da resposta,


procure responder com consulta tão somente à legislação seca e com agilidade, a fim de simular
a situação encontrada em prova.

PROFESSOR: LEONARDO MARCONDES MACHADO


E-mail: profcei.leonardomarcondes@gmail.com

1. A empresa “MADRE PONTUAL S/A”, por meio de seus representantes legais, protocolou notitia
criminis junto à Delegacia de Polícia, no dia 02 de fevereiro de 2016, requerendo a apuração de
eventuais movimentações financeiras indevidas realizadas por um dos sócios, chamado MARCO
AURÉLIO PINTO SILVA, o qual teria transferido cerca de R$ 26.000,00 (vinte e seis mil reais) da
conta corrente da pessoa jurídica para uma conta titularizada por sua esposa MÁRCIA VLAD
SILVA, a qual não tinha qualquer relação na estrutura da sociedade. Alega, ainda, que após
auditoria realizada nos documentos da sociedade anônima, teriam sido encontradas diversas atas
de reuniões supostamente falsificadas, com teor inverídico sobre deliberações nunca ocorridas
entre os acionistas, autorizando, em votação unânime, a concessão de poderes de gerência
pessoal e contábil a MARCO AURÉLIO PINTO SILVA, o que teria permitido ao mesmo de maneira
fraudulenta acesso pessoal à conta da empresa utilizada para pagamento de funcionários.

Na qualidade de Delegado de Polícia Civil titular da unidade onde protocolada essa notícia crime
e responsável pela investigação preliminar do caso, formule a peça profissional adequada, com
indicação detalhada de todas as providências necessárias.

COMENTÁRIO

A questão exigia do aluno precisa articulação entre conhecimentos de dogmática penal e técnica
processual penal com enfoque na prática policial.

A solução quanto ao tipo de peça profissional não era a maior dificuldade. Com um pouco de atenção,
chegava-se logo à resposta no sentido de que se tratava de uma portaria inicial necessária à devida
instauração de inquérito policial.

Talvez a maior dificuldade, para alguns, tenha sido identificar os tipos incriminadores possivelmente
vinculados a essa notícia crime postulatória, os quais seriam utilizados como base justa para a instauração
do procedimento investigatório preliminar.

A resposta correta seria a tipificação provisória da conduta por suposto delito de furto mediante fraude

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(art. 155, § 4º, inciso II, do CP).

Por que não estelionato (art. 171 do CP)? Registre-se que o artifício fraudulento fora utilizado como
instrumento para permitir a retirada dos valores da conta da pessoa jurídica pelo suspeito, de modo a
caracterizar a subtração (conduta nuclear do furto). Lembre-se que no estelionato ocorreria a entrega de
bens pela vítima (estelionato), nunca a retirada (ou transferência) pelo autor.

Por que não furto de coisa comum (art. 156 do CP)? Muito embora haja divergência na doutrina, parece-
nos que a corrente majoritária inclina-se no sentido de reconhecer que os bens (e valores) pertencentes
à pessoa jurídica não se confundem com os bens (e valores) de seus sócios, motivo pelo qual excluída a
tipificação do furto de coisa comum.

Assim, a tipificação provisória/inicial seria mesmo de furto mediante fraude (art. 155, § 4º, inciso II, do
CP). O que não excluiria eventual análise, ao longo da investigação, quanto aos crimes de falsificação de
documento particular (art. 298 do CP) e uso de documento falso (art. 304 do CP).

Sublinhe-se que a identificação da ocorrência (ou não) de concurso de pessoas ou de crimes, bem
como de possíveis regras de solução de antinomias penais (ex.: consunção ou absorção) não poderia ser
presumida ou antecipada para a fase da portaria.

Ademais, indispensável observância da forma correta, com descrição dos fatos de maneira inteligível,
sem descuidar dos comandos pertinentes às providências iniciais para a apuração dos fatos.

Não se pode esquecer que a portaria revela sempre uma notícia crime; portanto, trata-se de situação
aparentemente criminosa (“em tese”). Não se pode realizar afirmações categorias ou imputações de
materialidade e autoria neste momento precoce que apenas deve ser estruturado de maneira a legitimar
o início das apurações oficiais por meio de inquérito policial.

Por fim, linguagem culta é requisito básico a se esperar de um candidato a concurso público para a
importante carreira de Delegado de Polícia.

RESPOSTA

PORTARIA

XXXX, Delegado de Polícia Civil no Estado de XXXX, no uso de suas atribuições constitucionais e legais...

CONSIDERANDO o teor da notícia crime postulatória oferecida pela empresa “MADRE PONTUAL S/A”, por
meio de seus representantes legais, no sentido de apurar eventuais movimentações financeiras indevidas
realizadas por um dos sócios, chamado MARCO AURÉLIO PINTO SILVA, o qual teria transferido cerca de
R$ 26.000,00 (vinte e seis mil reais) da conta corrente da pessoa jurídica para uma conta titularizada por
sua esposa MÁRCIA VLAD SILVA valendo-se de meio fraudulento, o que configuraria, em tese, o delito
de furto mediante fraude (art. 155, § 4º, inciso II, do CP);

CONSIDERANDO, ainda, a alegação dos noticiantes de pretensa falsidade documental, bem como de seu

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possível uso, o que pode vir a configurar eventual delito de falsificação de documento particular (art. 298
do CP) e/ou uso de documento falso (art. 304 do CP);

RESOLVE, com fulcro no art. 144, § 4o, da CRFB e no art. 5o do CPP, instaurar o devido Inquérito Policial,
com vistas a apurar os fatos narrados, determinando que, após registrado e autuado este, sejam tomadas
as seguintes providências:

1. Juntem-se a citada notícia crime e os demais elementos de informação que a acompanham;

2. Intimem-se os representantes legais da empresa “MADRE PONTUAL S/A”, bem como o suspeito MARCO
AURÉLIO PINTO SILVA e sua esposa MÁRCIA VLAD SILVA, sem prejuízo da oitiva de outras pessoas que
saibam ou possam saber a respeito dos fatos;

3. Oficie-se à junta comercial solicitando o cadastro da citada empresa, informações sobre os seus atos
constitutivos, bem como as últimas alterações;

4. Requisite-se a apresentação das vias originais dos documentos questionados;

5. Demais atos de investigação que se fizerem necessários;

6. Após, retornem os autos conclusos. CUMPRA-SE.

Local e data / Nome e assinatura

MELHORES RESPOSTAS

NATASHA TANCMAN 
PORTARIA

O Delegado de Polícia Civil ___, lotado e em exercício na Delegacia de___, no uso de suas atribuições
previstas no art. 144, §4º, da Constituição Federal e no Art. 4º e seguintes do Código de Processo Penal,
tendo recebido a notitia criminis número ___, protocolada pelo representante legal ____ da empresa
MADRE PONTUAL S/A

RESOLVE:

Instaurar inquérito policial visando apurar a possível existência do crime de furto qualificado mediante
fraude c/c falsidade ideológica, previstos nos artigos 155, §4º, II c/c 299, do CP, supostamente praticado
por MARCO AURELIO PINTO SILVA, com participação de MARCIA VLAD SILVA. Isto ocorre em razão
da subtração da quantia de R$26.000,00 (vinte e seis mil reais) dos cofres da citada empresa que MARCO
ilegitimamente obteve acesso, pela falsificação das atas de reunião que o qualificava como gerente e,
assim, permitia o seu acesso à conta bancária da instituição. Por sua vez, ele repassava tais valores à conta
bancária da suposta partícipe. Constatada a tipicidade do fato descrito, urge deflagrar o procedimento
inquisitivo para apurar todas as circunstâncias que gravitaram em torno dele.

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Autuada esta, feitos os registros necessários nos livros cartorários, determino as seguintes providências:

1. Expeça ofício ao Ministério Público, informando da instauração do presente apuratório;

2. Intimem-se Marco

Aurelio Pinto Silva e Marcia Vlad Silva, para prestarem esclarecimentos acerca dos fatos aqui apurados,
conforme pauta cartorária;

3. Voltem-me conclusos os autos. Caso escoado o prazo legal para conclusão do feito sem que os
intimados tenham comparecido, remeta os autos ao juízo competente para primeiro registro e solicitação
de novo prazo para continuidade das investigações;

CUMPRA-SE.

______________________

Delegado de Polícia Civil

JOAO LUIZ REZENDE FRAIZ


A Autoridade Policial abaixo subscritora com base no art. 144 da Constituição Federal, bem como o art.
5º da lei 3689/41 (Código de Processo Penal) e ainda na lei 12830/13, tendo tomado ciência por meio
da notitia criminis, protocolada nesta delegacia sob o número XXX/16, que o senhor MARCO AURÉLIO
PINTO SILVA teria transferido de modo fraudulento a quantia de R$ 26.000,00 (vinte e seis mil reais) da
contra corrente da pessoa jurídica “MADRE PONTUAL S/A” para a contra corrente de sua esposa MARCIA
VLAD SILVA e que tal fato só teria sido possível devido a falsificações de documentos internos da empresa
que concederam poder de gerencia ao senhor MARCO AURÉLIO podendo desta forma subtrair a quantia
acima da empresa, o que em tese configuraria o crime de furto qualificado pela fraude (art. 155, §4º),
resolve instaurar o presente Inquérito Policial, determinando ao escrivão o seguinte:

1. Seja autuado e numero todo o expediente;

2. Intime-se os representantes da empresa “MADRE VLAD PONTUAL S/A” para prestarem depoimento e
apresentar a documentação dos fatos narrados;

3. Intime-se o senhor MARCO AURÉLIO PINTO SILVA  e sua esposa MARCIA VLAD SILVA para prestarem
depoimento nos autos;

4. Expeça-se ordem de serviço para a inspetoria de investigadores para apurar os fatos, atentando para
a vida pregressa dos investigados em especial a evolução patrimonial dos mesmos desde os fatos em
apuração;

4. A seguir torne-se conclusos os autos para deliberação;

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Cumpra-se

Local e data

Assinatura.

ANNA LÍVIA TAVARES

PORTARIA DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL

IP n°:

O Delegado de Polícia, que esta subscreve, lotado nesta Delegacia, no uso de suas atribuições conferidas
pelo art. 144, §1º, IV, CF/88 e pelo art. 4º e ss CPP c/c lei 12.830/13, ainda, considerando a notícia crime
referente aos delitos em tese perpetrados.

RESOLVE:

Instaurar inquérito policial:

Os representantes legais da empresa “MADRE PONTUAL S/A”, compareceram a esta delegacia de Polícia
no dia 02 de fevereiro de 2016, requerendo a apuração de eventuais movimentações financeiras indevidas
realizadas por um dos sócios, chamado MARCO AURÉLIO PINTO SILVA, o qual teria transferido cerca de
R$ 26.000,00 (vinte e seis mil reais) da conta corrente da pessoa jurídica para uma conta titularizada por
sua esposa MÁRCIA VLAD SILVA, a qual não tinha qualquer relação na estrutura da sociedade. Bem como
noticiaram que o referido sócio se valeu de atas fraudulentas que lhe concediam pelos poderes para
gerenciar a empresa.

Desse modo, tais condutas configurariam, em tese, os delitos de furto, artigo 155, parágrafo 4°, II, e
falsificação de documento público, artigo 297, parágrafo 2° na sua forma equipada, previstos no Código
Penal.

Não obstante, sem prejuízo de outros crimes porventura identificados no decorre desta investigação.

Assim sendo, determino sejam realizados os registros e anotações de praxe, bem como a autuação desta
portaria.

Determino que sejam cumpridas certas diligências preliminares.

I - Que ordene ao competente corpo policial para que compareça à sede da referida empresa de modo
a apreender o citado material, se ainda existente, bem como colher demais provas do fato, na forma do
art. 6º, incisos II e III do CPP, para que assim assegurada esteja a materialidade e o suporte probatório
caso confirme-se a prática delitiva.

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II- Que seja realizada perícia nas atas das reuniões.

III- Que proceda à oitiva do indiciado, apuração e elucidação dos fatos.

Com as respostas, façam-me conclusos os autos.

CUMPRA-SE

Autenticação

Data, local

Delegado de Polícia

RODRIGO PASSOS
Portaria no...

No dia 02 (dois) de fevereiro de 2016 compareceu nesta Delegacia de Polícia, protocolizando notitia
criminis, a empresa MADRE PONTUAL S/A, por intermédio de seus representantes legais, requerendo a
abertura de procedimento com o fito de investigar supostas movimentações financeiras e realizadas por
um de seus sócios, na pessoa de MARCO AURÉLIO PINTO SILVA. Sustentam os representantes da suposta
vítima que o referido sócio teria transferido cerca de R$ 26.000,00 (vinte e seis mil reais) da conta daquela
pessoa jurídica para uma conta titularizada por sua esposa, de nome MÁRCIA VLAD SILVA. Ademais,
alega que, após uma auditoria realizada na sociedade anônima em questão, descobriu-se que diversas
atas de reuniões, em que, à unanimidade, concedeu-se poderes de gerência a MARCO AURÉLIO PINTO
SILVA,

eram falsificados, o que lhe teria dado permissão para ter acesso à conta bancária da

empresa. Nesse sentido, com fulcro no artigo 5o, inciso I do Código de Processo

Penal, determino a instauração de inquérito policial com o objetivo de investigar a

suposta prática de furto qualificado pela fraude, previsto no artigo 155, §4o, inciso II do

Código Penal. Por fim, encaminhem-se as atas para perícia, bem como sejam

intimadas as pessoas de MARCO AURÉLIO PINTO SILVA e MÁRCIA VLAD SILVA, a fim de colher seus
depoimentos.

Cidade..., data... Delegado de Polícia...

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DANIELA LUBIANCA
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE XXXXXX

Departamento de Polícia Judiciária

PORTARIA

A POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE XXXX, neste ato representado pelo Dra. Daniela Lubianca, Delegada de
Polícia, que no uso de suas atribuições conferidas pelo artigo 144, §4º da Constituição da República, e
pelo artigo 4º e seguintes do Código de Processo Penal.

Consta, inicialmente, da Notitia Criminis prestada pelos representantes legais da Empresa Madre Pontual
S/A (pessoa jurídica), junto a Delegacia de Polícia xxxxxx no dia 02 (dois) de fevereiro de 2016 para
apuração de eventuais movimentações financeiras indevidas realizadas por um dos sócios, chamado
MARCO AURÉLIO PINTO SILVA, que teria transferido em torno de R$ 26.000,00 (vinte e seis mil reais) da
conta corrente da pessoa jurídica para uma conta utilizada pela sua esposa MÁRCIA VLAD SILVA, a qual
não tinha nenhuma relação com a estrutura da sociedade.

Informou também que após feita auditoria nos documentos da sociedade anônima, teriam sido
encontradas diversas atas de reuniões supostamente falsificadas, todas com teor inverídico sobre
deliberações nunca ocorridas entre os acionistas e que autorizavam, em votação unânime, a concessão
de poderes de gerência pessoal e contábil a MARCO AURÉLIO PINTO SIVA e que por isso, teria permitido
de modo fraudulento acesso pessoal à conta da empresa utilizada para pagamentos de funcionários.

Ante ao exposto, nos termos do artigo 5º, inciso I do Código de Processo Penal Brasileiro, INSTAURO
o competente Inquérito Policial e determino o Sr. Escrivão de Polícia que, Registre-se em livro próprio e
Autue-se, para a apuração cabal e elucidação completa dos fatos e suas circunstâncias, que, em tese,
pode configurar as infrações penais previstas nos artigos 155 parágrafo 4º II, e 299, ambos do Código
Penal sem prejuízo da caracterização de outras infrações penais conexas.

Sejam assim adotadas preliminarmente as seguintes providências:

I – Junte-se aos autos:

a) O Boletim de Ocorrência alusivo aos fatos e demais peças que o acompanham;

b) Intimar e reduzir a termo a declaração dos representantes da Empresa;

c) Diligencie na Intimação de MARCO AURÉLIO PINTO SIVA e MÁRCIA VLAD SILVA, para que sejam
ouvidos;

II – Após o cumprimento das diligências acima, voltem-me conclusos para ulteriores deliberações.

CUMPRA–SE.

DANIELA LUBIANCA

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Delegada de Polícia

GUILHERME DE ALMEIDA VANIN


PORTARIA DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL

O Delegado de Polícia Civil, que ora subscreve, lotado na Delegacia, no uso de suas atribuições conferidas
pelo art. 144, §4º, da CF, e pelo art. 4º e ss do CPP, e

Considerando, o teor da notitia criminis formulada pelos representantes legais da MADRE PONTUAL S/A,
de que o Sr. Marco Aurélio Pinto Silva, um dos sócios, estaria realizando, sem poderes para tanto, diversas
transferências da conta bancária da pessoa jurídica em favor de conta titularizada por sua esposa, a Srª
Márcia Vlad da Silva, a qual não tem qualquer vínculo com a sociedade empresarial, chegando ao valor
de R$ 26.000,00 (vinte e seis mil reais);

Considerando que, após a realização de auditoria particular em documentos da empresa, foram


constatadas possíveis falsificações de atas de reuniões deliberativas com teor inverídico para conferir, de
forma unânime, poderes de gerência pessoal e contábil ao sócio Marco Aurélio, permitindo-o o acesso à
conta bancária da Madre Pontual S/A;

Considerando que as condutas apontadas demonstram inícios de autoria e materialidade do crime de


furto qualificado, previsto no art. 155, §4º, II, do Código Penal, perpetrado pelo Sr. Marco Aurélio Pinto
Silva e por seu cônjuge Márcia Vlad da Silva, e, ainda, o delito de falsificação de documento particular
inserto no art. 298 do CP, por parte do primeiro.

RESOLVE:

Instaurar INQUÉRITO POLICIAL para apuração dos fatos acima descritos, devendo ser adotadas
inicialmente as seguintes providências:

a) Autue-se esta portaria, juntamente com a notitia criminis e demais documentos anexos;

b) Proceda-se a oitiva dos representantes da empresa vítima dos desfalques, do indiciado e de todas as
testemunhas que eventualmente representem qualquer espécie de auxílio à apuração e elucidação dos
fatos;

c) Expeça-se ofício ao órgão competente, para fins de realização de perícia nas atas supostamente
falsificados

d) Expeça-se ao Juízo competente ofício contendo a representação subscrita por esta autoridade policial
da medida cautelar de quebra de sigilo bancária da conta da Srª Márcia Vlad da Silva;

Com as respostas, façam-me os autos conclusos.

Cumpra-se.

pág. 19
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Local e data

DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL

MATRÍCULA:

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