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RESPONSABILIDADE CIVIL
É uma fonte legal das obrigações e é fonte dos obrigações porque é da responsabilidade civil
que surge a obrigação de indemnizar, ou seja, de reparar o dano. Assim, a obrigação que dá lugar
a responsabilidade civil é a obrigação de indemnizar ou de reparar os danos (de tornar o lesado
indemne), ou seja, de recolocá-lo, tanto quanto possível, na situação em que ele estaria se não
tivesse ocorrido a lesão. Posto isto, o principal objetivo da responsabilidade civil é precisamente
dar origem, quando estejam verificados todos os pressupostos de ela que depende, à obrigação
de indemnizar.
Em regra, quando alguém sofre um determinado dano, esse dano fica a seu cargo, ou seja, é
ele que o deve suportar - vigora o princípio da casum sensit dominus, significa que o dano ou
prejuízo se fica com o seu dono, com quem o sofre.
Exemplo: Alguém tropeça no pátio da universidade e parte o pé. Este acidente causou uma lesão e
prejuízos ao lesado, tanto de natureza patrimonial, como de natureza não patrimonial e, neste caso, quem
tem de suportar esses danos é o lesado.
Só não será assim se se verificarem determinadas circunstâncias especiais de que a lei faz
depender a transferência do dano de quem o sofreu para outra pessoa. É só nestes casos em
que a lei transfere o dano de quem o sofreu para outrem é que se fala no nascimento de uma
obrigação de indemnização. Mas qual é a justificação de alguém ter de suportar um dano que
outro sofreu?
• RESPONSABILIDADE SUBJETIVA: São os casos em que a responsabilidade depende
da culpa. A culpa é principal fundamento da imputação, o que significa que o que
justifica a transferência do dano de uma pessoa para outra é a censurabilidade do
comportamento de quem causou o dano. A culpa é um juízo de censura dirigido ao
comportamento do agente e atua-se com culpa quando se devia e podia ter atuado de
maneira diferente. Alguém atuou de certa maneira e causou a outrem um dano, se se
chegar à conclusão que, nas circunstâncias daquele caso, ele podia e devia ter atuado
de maneira diferente e se atua-se de maneira diferente teria evitado o dano, isto é um
dos requisitos que justifica que não seja o lesado que suporte os prejuízos, mas que ele
seja transferido para aquele cujo comportamento censurável provocou aquele dano.
Exemplo: Estão a ocorrer umas escavações no pátio da universidade que não estão devidamente
fechadas e identificadas e alguém caí num buraco e parte o pé. O evento lesivo, que causou os
mesmos danos que o exemplo anterior, tem de ser suportado pelo lesado ou deve ser suportado
por outrem? Temos de identificar os fundamentos que nos permitem transferir os prejuízos para
outrem.
➡ Responsabilidade subjetiva agravada: Trata-se de responsabilidade subjectiva,
que se fundamenta na culpa, mas é agravada com uma presunção de culpa.
Quem tem de fazer prova da culpa, em regra, é o lesado - artigo 487º/1 do CC -
o que já resulta das regras gerais, ou seja, quem alega determinado direito tem
de provar todos os factos constitutivos desse mesmo direito. Se o lesado invoca
o seu direito a ser indemnizado dos prejuízos, tem de fazer prova de todos os
II. Capacidade
- Na responsabilidade civil extracontratual são inimputáveis (não têm capacidade de
querer e entender; não podem ser objeto de um juízo de censura e não podem ser
responsabilizados) os menores de 7 anos e interditos por anomalia psíquica -
presunção do artigo 488/2º CC.
- Na responsabilidade civil contratual são inimputáveis, em princípio, os menores de
18 anos - dado que esta responsabilidade decorre do não cumprimento de uma
obrigação em sentido técnico e só se pode assumir obrigações depois da
maioridade.
IV. Pluralidade passiva: Existe pluralidade passiva quando existe mais do que um devedor,
no caso, quando exista mais do que um responsável pelo pagamento da indemnização.
No Direito Civil, quando existe pluralidade passiva, a regra é o regime da conjugação -
artigo 513º do CC -, à qual se opõe o regime da solidariedade (só existe quando a lei o
estabeleça expressamente ou quando as partes o convencionem).
No regime da conjunção o credor apenas pode exigir de cada um dos devedores a sua
parcela na dívida. No regime da solidariedade o credor pode dirigir-se a qualquer um
dos devedores e exigir a totalidade e o que for interpelado para a pagar, se o fizer,
satisfaz o crédito e libera todos os restantes devedores perante o credor comum, muito
embora, depois nasçam, nas relações entre os vários devedores, direitos de regresso - o
devedor que pagou tem direito de regresso sobre os restantes, na medida das
respetivas responsabilidades.
- Na responsabilidade civil extracontratual é o regime da solidariedade - artigo 497º
e 507º do CC.
- Na responsabilidade civil contratual, não havendo normas deste tipo, aplica-se a
regra geral do regime da conjunção.
Essas normas serão ou não, uma vez que se inserem no núcleo sistemático da
responsabilidade extracontratual, aplicadas apenas a este domínio ou também à
responsabilidade contratual? A questão é duvidosa.
➡ A doutrina tradicional afirma que se o legislador estabeleceu as regras relativamente à
obrigação de indemnizar num núcleo comum a ambos os tipos de responsabilidade e se
aqui estas normas, que também dizem respeito a obrigação de indemnizar, estão
incluídas na responsabilidade extracontratual é porque o legislador quis a sua aplicação
exclusiva ao âmbito da responsabilidade extracontratual. Até porque se ele quisesse que
fossem normas comuns à responsabilidade contratual e à extracontratual teria
disciplinado estas matérias nos artigos 562º e ss. - argumento sistemático.
➡ O que nós temos é de averiguar é se a razão de ser destes preceitos impede ou não a
respetiva aplicação ao âmbito da responsabilidade contratual:
• Quanto ao artigo 494º do CC (Quando a responsabilidade se fundar em mera culpa, poderá a
indemnização ser fixada, equitativamente, em montante inferior ao que corresponderia os danos
causados, desde que o grau de culpabilidade do agente, a situação económica deste e do lesado e as
demais circunstâncias do caso o justifiquem):
Temos aqui uma situação especial. A
finalidade da responsabilidade civil é a reparação de danos, portanto, por regra, o
valor da indemnização será o valor dos danos. Contudo, a lei aqui vem permitir que
a indemnização seja inferior ao valor dos danos, quando esteja em causa uma culpa
leve do agente e atendendo à situação económica do lesante e do lesado. E, tendo
em conta estas circunstâncias, o tribunal pode fixar equitativamente a indemnização
num valor inferior aos respetivos danos.
No âmbito da responsabilidade contratual podemos fazer este tipo de raciocínio?
Neste âmbito, antes da lesão, já existe numa relação especial entre as partes que se
traduz na possibilidade de exigência de uma prestação por parte do credor, ou seja,
o credor tem direito a uma prestação. Quando o devedor não cumpre a respetiva
prestação e causa prejuízos, o credor tem direito ao sucedâneo, a uma
indemnização por equivalente pecuniário, quando não é possível a restauração
natural. Se se permitisse que neste âmbito houvesse uma redução da indemnização
estávamos a destruir as legítimas expectativas do credor nascidas de uma relação
especial entre as partes. Por isso é que a maior parte da doutrina vai no sentido de
entender que as situações não se assemelham, porque no domínio contratual existe
já uma relação especial entre as partes que justifica aquela pretensão do credor.
Não faz sentido, assim, aplicar no âmbito contratual o artigo 494º, sendo este artigo
de aplicação exclusiva à responsabilidade extracontratual - tendo em conta o
argumento sistemático e o argumento da sua razão de ser (racio legis).
• Quanto ao artigo 496º do CC (indemnizabilidade dos danos não patrimoniais): Os danos não
patrimoniais são aqueles prejuízos que não têm possibilidade de serem avaliados
num quantum em dinheiro/pecuniário. O argumento sistemático é o mesmo.
Exemplo: Alguém foi atropelado e fraturou a perna. A fratura da perna é um dano real. Dessa
circunstâncias decorrem vários prejuízos:
‣ Tanto patrimoniais (p. ex., transporte pelo INEM, tratamentos médicos, medicamentos, baixa e deixou
de poder trabalhar): São prejuízos que têm possibilidade de avaliação em dinheiro. São a
projeção do dano real no património do lesado.
‣ Danos emergentes: Os prejuízos causados a bens já existentes (tratamentos
médicos e medicamentos);
‣ Lucros cessantes: Tudo aquilo que deixou de auferir em virtude da lesão
(salários).
‣ Como morais ou não patrimoniais: São prejuízos em bens não são suscetíveis de
avaliação pecuniária (p. ex., as dores sofridas pelo paciente, a vergonha).
1) Posição de que os danos não patrimoniais não são indemnizáveis: Entendia-se
que indemnizar os danos não patrimoniais era ter uma visão económica da vida
e do mundo, ou seja, era converter a vida numa espécie de mercado e, por isso,
era moralmente pouco aceitável.
2) Posição de que os danos patrimoniais são indemnizáveis: Se é imoral que se
atribua valor à vida, à integridade física ou à honra, p. ex., mais imoral ainda do
que isso seria deixar os prejuízos sem reparação. A reparação desses prejuízos
não é uma verdadeira reparação, é antes uma mera compensação. A
circunstância de receber uma determinada quantia em dinheiro não torna o
lesado indemne, no entanto a ideia é de o compensar - existe uma amenização
da dor com o prazer que o lesado pode retirar do valor que se recebe a título de
indemnização ou compensação.
Posto isto, o legislador decidiu indemnizar de modo geral os danos não patrimoniais
no artigo 496º do CC - que consagra o princípio da reparabilidade dos danos não
patrimoniais graves - e não só os danos da morte e da integridade física do artigo
495º. Mas será o artigo 496º do CC também aplicável ao domínio contratual? Ou
seja, se o incumprimento causar danos não patrimoniais ao credor também poderá
haver indemnização por esses danos?
- A doutrina tradicional ia no sentido de negar a extensão da indemnização por
danos não patrimoniais ao âmbito contratual, não só pelo argumento
sistemático, mas também pela razão de que se for possível, no âmbito
contratual, indemnizar danos não patrimoniais, isso levaria a um crescimento
das ações de responsabilidade civil, porque os credores, por qualquer razão,
viriam alegar no incumprimento também a violação de determinados bens
não suscetíveis de avaliação pecuniária.
- A doutrina mais recente não concorda com a posição da doutrina tradicional,
concordando antes pela aplicação analógica do artigo 496º do CC ao
domínio contratual. Esta doutrina rebate o argumento do aumento do número
de ações de responsabilidade civil com a ideia de que isso seria assim se a lei
permitisse a indemnizabilidade de qualquer dano não patrimonial e isso não
acontece. Não são quaisquer danos não patrimoniais que são indemnizáveis,
mas antes aqueles que pela sua gravidade careçam da tutela do direito.
Assim, desde que o incumprimento leve à ocorrência de danos não
patrimoniais não há nenhuma razão para excluir a indemnizabilidade dos
danos não patrimoniais na responsabilidade contratual.
Exemplo: Os noivos preparam a sua festa de casamento e no dia em que recebem os
convidados a empresa que deveria servir as refeições não cumpre. Do incumprimento
deste contrato decorrem danos não patrimoniais mais graves (p. ex., vergonha) do
que os danos patrimoniais. Não há nenhuma razão para não indemnizar estes danos
sérios.
A doutrina atual admite de facto a indemnizabilidade dos danos não patrimoniais
também no âmbito contratual, só difere a forma de fundamentação desses mesmos
danos.
Porque se considera que a autoestrada é uma coisa imóvel sujeita a vigilância (artigo 493º do
CC) e não se faz esse raciocínio para as restantes vias? Haverá um efetivo controlo sobre a coisa
e em que medida é que ele pode ser exercido? A auto-estrada e as pontes, p. ex., dada a sua
limitação fáctica, são consideradas coisas imóveis sobre vigilância sobre quem as tem a seu
cargo. Nas restantes vias, não há um efetivo poder de controlo sobre a coisa que não é de
limitação fácil. P. ex., numa estrada municipal onde caíram, por força de um temporal, semáforos e há
buracos na estrada e continuam lá meses e não são reparados, aí invoca-se um dever de vigilância por
parte da autarquia e funda-se uma presunção de culpa. Mas no caso de haver um temporal e ter água nas
estradas já não será a mesma situação.
— FACTO VOLUNTÁRIO: Para que haja a obrigação de indemnizar exige-se que o dano seja
provocado por um facto.
• Esse facto terá de se traduzir numa conduta humana, porque só relativamente a
elas faz sentido falar em ilicitude e em culpa. Assim, todos os danos que decorram
de outros fenómenos que não de uma conduta humana, no âmbito da
responsabilidade civil delitual, não são geradores da obrigação de indemnizar.
• Esse facto tem de ser controlável objetivamente pela vontade, ou seja, tem de ser
levado a cabo em estado de consciência. Assim, todos os factos que resultam de
movimentos meramente reflexos ou que são levados a cabo em estados de
inconsciência não podem ser geradores de responsabilidade civil. P. ex., atos levados
a cabo por coação física.
• Esse facto, que pode ser um facto gerador de responsabilidade civil, pode ser um
facto:
- Positivo (por ação): No âmbito da responsabilidade extracontratual; ou
- Negativo (omissão): Quando é que as omissões (não fazer) podem dar lugar a
responsabilidade civil? De acordo com o artigo 486º do CC, a omissão é
ilícita e, portanto, geradora de responsabilidade civil, quando o lesante tinha o
dever de praticar o ato omitido e pela circunstância de o não praticar gera um
dano - o dano ou prejuízo é consequência dessa omissão. Ou seja, há
violação do dever de agir ou fazer, tenha ele fonte legal ou convencional.
Fora dos casos em que lei expressamente prevê a existência de um dever de
agir, a doutrina tem isolado outras situações:
• Deveres de segurança do trafego: A ideia genérica é quem abrir um
determinado caminho ou trafego deve prover esse caminho ou trafego
dos meios necessários para que os perigos que ele representa não se
transformem em danos. Exemplo: quem construir umas escadas que estejam
acessíveis deve colocar guardas. O fundamento do nascimento do dever é
uma anterior ação. Se com a ação alguém gera um certo perigo ou risco
para terceiro, tem o dever de agir no sentido de eliminar esse perigo ou
risco ou de tudo fazer para esse perigo ou risco não se transformem em
dano.
• Deveres de prevenção de perigo: Existem relativamente aos:
✦ Perigos da detenção de coisas especialmente perigosas;
✦ Perigos que se relacionam com certas atividades que representam
perigo para terceiros.
Estes deveres têm o sentido de quem criar ou mantiver na sua esfera de
controlo um perigo ou um risco, deve tudo fazer para evitar que esse
perigo ou risco se concretize num dano para terceiro.
Estes deveres de prevenção podem cumprem-se:
1. De forma direta (deveres diretos): É a maneira mais evidente de
se cumprir este dever de agir. Trata-se de eliminar o foco de
perigo ou perigo. Exemplo: Uma casa em ruínas. A forma de cumprir
o dever de evitar que a coisa venha a produzir danos a terceiros é a sua
demolição ou a vedação do seu acesso.
2. De forma indireta (deveres indiretos): Por vezes, não é possível
eliminar o foco de risco ou perigo e quando assim for cumprem-
se estes deveres de forma indireta, o que se traduzem em
deveres de aviso ou de instrução. Ou seja, a forma de eliminar o
perigo é avisar acerca da sua existência de maneira a que os
terceiros possam lidar de forma responsável com esse risco ou
com esse perigo. Exemplo: Uma cada em ruínas. Se não é possível
proceder à sua demolição eliminando o foco, há de pelo menos avisar
que é um fonte de risco ou perigo. Estes deveres de aviso ou
instrução são mais intensos em determinadas atividades onde
não faz sentido sequer pensar na eliminação do riscos. Exemplo:
Produtos farmacêuticos. Quando o produtor de medicamentos os
coloca no mercado, a sua colocação em circulação traduz-se num
— ILICITUDE: O facto gerador da responsabilidade tem de ser um facto ilícito, ou seja, tem
de haver uma reprovabilidade objetiva do direito para com esse facto.
Esta segunda variante deixou de ter relevo desde que se entendeu que no artigo 70º
do CC está consagrado um direito geral de personalidade, o que diminui muito o
âmbito de atuação desta segunda variante da ilicitude. Se nós entendêssemos que
não existe um direito geral de personalidade e que só estão protegidas as vertentes
da personalidade consagradas na lei através de direitos especiais, então é o
conjunto de todas as dimensões da personalidade que não estão protegidos
especificamente pela atribuição de um específico direito de personalidade, ou seja,
é o conjunto desses interesses que devem ser protegidos através normas de
proteção. Contudo, como se entende que a tutela do artigo 70º do CC integra todas
as dimensões da personalidade, o âmbito do aplicação da 2ª variante reduz-se
significativamente, passando só a abranger os casos em que existam os tais danos
puramente patrimoniais ou danos patrimoniais primários, ou seja, aquelas hipóteses
em que não havendo violação de direitos absolutos ainda assim há causação de um
dano no património, mas concomitantemente há a violação de uma norma de
proteção, ou seja, uma norma que visava evitar aquele mesmo dano.
• ABUSO DO DIREITO (artigo 334º do CC) - 3ª variante: Apesar de não referido no artigo
483º do CC como as restantes variaentes, não deixa de haver, no artigo 334º do
CC, uma cláusula delitual com base no exercício abusivo de um direito ou de uma
liberdade, que pode fundamentar a responsabilidade civil extracontratual. Em que
casos e como? O artigo 334º do CC vem dizer que é abusivo o exercício de um
direto ou de uma liberdade quando há violação da boa fé, quando violação do fim
económico e social do direito ou quando violação dos bons costumes.
- O abuso do direito com base na violação da boa fé tem escassa importância,
porque se fala na responsabilidade delitual onde entre o lesante o lesado não
existe uma anterior relação de natureza especial, existe uma relação genérica
que opõe todos os titulares de direito subjetivo aos restantes elementos da
comunidade jurídica. A relação entre o lesante e o lesado só surge com a
lesão e com surgimento da obrigação de indemnizar, ou seja, não há uma
relação especial que fundamente o agir de acordo com a boa fé (agir de
acordo com um comportamento correto, honesto e leal).
- O abuso de direito com base na violação o fim económico e social do direito
tem igualmente pouca importância, porque os direitos subjetivos, como regra,
não se encontram funcionalizados (exceção: relações parentais - poderes-
deveres).
- É no abuso do direito com base na violação bons costumes que assenta
sobretudo esta cláusula. Tem-se entendido para que o exercício do direito ou
da liberdade seja deste ponto de vista abusivo é necessário:
1. Que o comportamento do lesante seja particularmente censurável do
ponto de vista desses bons costumes (correspondem a uma espécie de
moral individual e coletiva - regras de convivência social e económica).
2. A consciência e a intenção de causar o prejuízo, ou seja, é necessário
dolo.
É uma espécie de válvula de escape, porque acaba por funcionar (se funcionar)
quando as outras modalidades não funcionam.
recomendações. Repara-se que este artigo começa, no seu nº 1, por afirmar que os
simples conselhos, informações e recomendações não vinculam aquele que os dá,
nem obriga quem os recebe, portanto o mau conselho, recomendação ou
informação dada nestes termos não gera, em princípio, responsabilidade civil, tal só
acontece nos casos do nº 2: a obrigação de indemnizar existe, porém, quando tenha
assumido a responsabilidade pelos danos, quando havia o dever jurídico de dar o conselho,
recomendação ou informação e se tenha procedido com negligência ou intenção de
prejudicar, ou quando o procedimento do agente constitua facto punível. Nestas hipóteses,
que não são taxativas, haveria, ao contrário do que acontece no nº 1, a obrigação
de indemnizar por conselhos, recomendações ou informações. Neste nº 2 o
legislador acaba por convocar responsabilidade que é sobretudo responsabilidade
de natureza contratual. Quando exista um negócio jurídico celebrado
especificamente para obter o conselho, recomendação ou informação, mas mesmo
nos negócios jurídicos que não sejam celebrados para obter conselhos,
recomendações ou informações, mas onde existe o dever de aconselhar,
recomendar ou informar, em qualquer dos casos, se houver a violação do dever de
aconselhar, recomendar ou informar corretamente, então nós estamos perante
responsabilidade do tipo contratual e não extracontratual. Assim, poderia-se aqui
criticar o enquadramento deste nº 2.
Além disso, deixa-se de fora outras situações que a doutrina entende como sendo
geradoras de responsabilidade civil por conselhos, recomendações e informações e
que não obtém cobertura no artigo 485º. Este artigo remete-nos necessariamente
para o artigo 483º, desde logo determinando em que medida é que os conselhos,
recomendações ou informações podem gerar responsabilidade para quem os dá.
Em regra, já se viu que, nos termos do artigo 483º, para haver responsabilidade
delitual é necessário que exista a violação de um direito absoluto, chegando-se à
conclusão que a lei não protege, em termos delituais, os danos puramente
patrimoniais, que é o acontece no caso de haver um mau conselho, recomendação
ou informação. Quem, ainda que de forma negligente, presta um determinado
conselho, recomendação ou informação está a transmitir ao outro dados com os
quais ele irá lidar para tomar decisões, mas o ato do lesado que gera prejuízos
patrimoniais depende sempre dele próprio no exercício da sua liberdade. Neste
sentido, o que está aqui em causa não é a afetação de um direito absoluto, mas da
existência de um certo desnível no seu património. Por via da 1ª variante da
ilicitude, sabe-se que os danos puramente patrimoniais não são indemnizáveis, só
não será assim se houver uma norma destinada a proteger interesses alheios (2ª
variante) ou se existir abuso do direito (3ª variante), mas tem-se entendido que só o
conselho, recomendação ou informação propositadamente dado para prejudicar ou
dado de uma forma leviana, ou seja, com dolo ou negligência grosseira,
respetivamente, é que podem gerar abuso de direito. O artigo 483º também não
consegue dar cobertura às situações de informações negligentes que não
correspondem à violação de um direito absoluto, por isso a doutrina tem chamado à
coação algumas figuras como a x de negócios e o contrato com eficácia de
proteção para terceiros.
Posto isto, o artigo 485º não nos fornece critérios para a proteção do lesado contra
todas as informações, conselhos e informações, nomeadamente ao nível, p. ex, das
informações negligentes, nem o 483º, em regra, nos ajuda, mas a obrigação de
indemnizar pode ser fundamentada com base no x de negócios e no contrato com
eficácia para terceiros.
• ARTIGO 486º DO CC (OMISSÕES): Uma omissão é ilícita quando aquele que omite o
ato cuja omissão é causa do dano estava obrigado a agir, seja por força da lei, por
força do contrato ou por força de outras situações (deveres de segurança de trafego
e deveres de prevenção de perigo).
inimputáveis, em princípio, não respondem. Isso não significa que os danos causados
pelo incapaz não sejam indemnizados, podem ser, desde logo, se o incapaz estiver sob
vigilância de alguém, o vigilante responde se não cumpriu o dever de vigilância e
responde por facto próprio (por ter omitido o dever de vigilância) e não pelo facto do
incapaz, mas fica assegura a indemnização pelos danos causados pelo incapaz - artigo
491º do CC. Todavia, excecionalmente pode o próprio incapaz ser responsabilizado,
nos termos do artigo 489º/1 do CC: Se o acto causador dos danos tiver sido praticado
por pessoa não imputável, pode esta, por motivo de equidade, ser condenada a repará-
los, total ou parcialmente, desde que não seja possível obter a devida reparação das
pessoas a quem incumbe a sua vigilância. Nesta hipótese, a lei permite que, com
fundamento na equidade, possa responsabilizar-se o próprio inimputável pelos danos
causados ao lesado. Quando se fala aqui em equidade isto significa que o fundamento
da responsabilidade não é a culpa, ou seja, a censurabilidade do seu comportamento
(até porque ele não é suscetível do juízo de culpa ou censura, porque não é capaz de
querer e de entender). Por isso, pode por-se aqui a hipótese de esta responsabilidade
ser um caso de responsabilidade objetiva, pois o fundamento de imputação é outro que
não a culpa, é a equidade, portanto o incapaz responderia independentemente de culpa.
A Drª Irene Girão tem dúvidas neste entendimento, porque, em rigor, para o apuramento
da responsabilidade do incapaz, sendo certo que não é fundada na culpa, não é de todo
indiferente um juízo de culpa. Quer se dizer que o incapaz responde com fundamento na
equidade, mas se nós não avaliarmos o comportamento do incapaz ao nível da
censurabilidade do respetivo comportamento corremos o risco de tratar de forma mais
desfavorável o incapaz do que trataríamos uma pessoa com capacidade colocada
naquela situação. Exemplo: A (incapaz) destrói o computador de B, porque tropeçou nele ao
fugir de um perigo iminente. Se é completamente estranho à responsabilidade do inimputável um
juízo de censurabilidade acerca da sua conduta independentemente da circunstância que
determinou a destruição do computador, desde que verificados os pressupostos, ou seja, desde
que segundo a equidade ele devesse responder ele responderia. Agora se A fosse uma pessoa
capaz de entender e querer, como o seu comportamento não é censurável ele não responderia.
Assim, o incapaz responderia e o capaz não responderia porque não tinha culpa. Por isso é que
no artigo 489º do CC se deve recorrer a uma espécie de ficção, ou seja, deve-se colocar
o incapaz na situação de um capaz e perguntar se aquele ato fosse praticado por uma
pessoa com capacidade se seria ou não um ato culposo e gerador de responsabilidade,
porque se o não for não faz sentido responsabilizar o incapaz numa situação em que não
responsabilizaria-se uma pessoa com capacidade. Assim sendo, diz-se que o incapaz
responde, mas responde pelos factos que se praticados por uma pessoa com
capacidade gerariam responsabilidade civil. Por isso é que é arriscado dizer que
estamos perante um caso de responsabilidade independente de culpa. No fundo o
fundamento de imputação não é a culpa, é a equidade, no entanto o juízo de culpa não é
completamente estranho a esta hipótese do artigo 489º, porque o incapaz responde
quando o facto se praticado por um capaz naquelas circunstâncias gera-se
responsabilidade.
Quando a lei fala em responsabilizar o incapaz segundo a equidade é de destacar que
podem estar em causa situações em que eventualmente o lesado tem uma situação
económica frágil e fica colocado numa situação económica ainda mais frágil em virtude
da lesão e o incapaz até tem alguma capacidade económica. Nestes casos, parece que
fazer o lesado suportar a totalidade de lesão porque aquele que praticou o facto não era
objeto de um juízo de censura acaba por ser uma solução injusta. Por isso é que a lei,
nessas situações, diz que a equidade pode exigir que pelo menos parcialmente os danos
sejam reparados pela pessoa incapaz. No artigo 489º/2 do CC, o legislador diz que a
indemnização paga por pessoa inimputável nunca pode prejudicar os alimentos
conforme o seu estado e condição, nem os meios indispensáveis para cumprir os seus
deveres legais de alimentos. Portanto, diga-se que o pagamento não pode por em causa
a própria situação económica e de sobrevivência do incapaz.
Posto isto, como é que nós avaliamos a culpa? Deve ser feita uma avaliação concreta
ou abstrata? Quando se fala de culpa diz-se que é um juízo de censura dirigido ao
comportamento do agente e age com culpa quem podia e devia ter agido de outra
maneira. Por isso, temos de fazer uma comparação entre a forma como o agente atuou
ao praticar o facto ilícito e a forma como ele deveria ter atuado, para sabermos o seu
comportamento se enquadra ou afasta do padrão de comportamento e consoante ele
encaixe ou afaste desse padrão se diz que ele atuou sem culpa ou com culpa. Ora bem,
esse padrão de comportamento é diferente consoante se avalie a culpa em abstrato ou
em concreto:
• Na avaliação em concreto compara-se a conduta do agente no momento da
prática do facto ilícito com a conduta normal que o agente tem, ou seja, compara-
se o grau de diligência que ele usou no momento da prática do facto com o seu
normal grau de diligência. Assim, o padrão de comportamento que se utiliza para
comparar o comportamento do agente no momento da prática do facto é o seu
próprio padrão normal de comportamento. Logo:
- Ele age com culpa: quando ele se afasta da forma como normalmente atua;
- Ele age sem culpa: quando ele atuou de forma mais descuidada do que
normalmente costuma atuar.
• Na avaliação da culpa em abstrato compara-se a conduta do agente no momento
da prática do facto ilícito com o comportamento que, naquelas circunstâncias,
deveria ter tido um homem medianamente diligente e prudente. Assim, o padrão de
Tratam-se de coisas que estão sobre vigilância porque são coisas que representam
uma especial perigosidade para terceiros. Exemplo: uma arma; um depósito de
explosivos; as estradas, sobretudo quando delimitadas (auto-estradas ou pontes). Quem
tem o dever de vigiar essas coisas e omite esse dever responde pelos danos
causados e o mesmo se diga sobre os animais: quem tem sobre vigilância
determinados animais e omite o respetivo dever deve responder pelos danos que
os animais causarem. Mais uma vez responsabilidade do tipo subjetiva que é
afastada ilidindo a presunção de culpa, ou seja, provando que não houve culpa por
parte de quem estava obrigado à respetiva vigilância ou fazendo prova da
existência de uma causa virtual que releva negativamente. Mas a lei também prevê
a hipótese de, pelos danos causados por animais, responder objetivamente o seu
detentor - artigo 502º do CC. Assim, temos:
- Uma responsabilidade subjetiva do vigilante o animal: que
Note-se
pode ser afastada ilidindo a presunção de culpa ou provando a
que o
existência de uma causa virtual que releva negativamente;
vigilante e
- Uma responsabilidade objetiva do detentor do animal: o o detentor
detentor é quem detém um proveito do animal e responde podem ser
independentemente de culpa. Aqui o fundamento é o risco ou o a m e s m a
perigo especial decorrente do animal e o detentor só responde pessoa ou
pelos danos que resultem desse perigo ou risco próprio ligado não
ao animais enquanto ser irracional.
Já quando esteja em causa as atividades perigosas ou pela sua própria natureza
(perigosas em si mesmas) ou pela meios que utilizam (só são perigosas quando utilizam
determinados meios - p. ex., produção de explosivos, construção civil, atividade médica), o
legislador apenas permitiu afastar a responsabilidade através do afastamento da
presunção de culpa, ou seja, provando que não houve culpa ou que se levaram a
cabo as medidas necessários para evitar a ocorrência dos danos. Portanto, não
permite invocar aqui relevância à causa virtual. De acordo com o Nº 2: Quem causar
danos a outrem no exercício de uma actividade, perigosa por sua própria natureza
ou pela natureza dos meios utilizados, é obrigado a repará-los, excepto se mostrar
que empregou todas as providências exigidas pelas circunstâncias com o fim de os
prevenir.
➡ Artigo 503º/3 do CC (acidentes causados por veículos): Aquele que conduzir o
veículo por conta de outrem responde pelos danos que causar, salvo se provar que
não houve culpa da sua parte. Também não permite invocar a causa virtual. A
presunção de culpa pode ser afastada, mas não se dá relevância à causa virtual.
dizer que a regra é da irrelevância da causa virtual tanto positiva como negativa e só em
casos particulares e determinados e tendo em conta o juízo de cada uma das
circunstâncias é que o legislador estabeleceu a relevância da causa virtual. Se não o fez
para todas as hipóteses em que estabelece um presunção de culpa foi porque não quis
faze-lo, porque achou que nessas hipóteses o juízo de compensação não seria de
alguma forma razoável. Portanto, tratando-se de normas excecionais, não se pode dizer
que sejam aplicáveis analogicamente.
lei entendeu que, nesse caso, seria de determinar no artigo 503º/3 uma presunção de
culpa. Pergunta-se se o legislador apenas estabeleceu, nesse caso, uma presunção de
culpa que onera apenas o comissário ou onera também qualquer outro condutor. À
partida, há aqui uma clara manifestação de que não quis estender essa presunção de
culpa a todo e qualquer condutor, mas apenas ao comissário.
Se o detentor responde objetivamente, ou seja, independentemente de culpa, porque é
que precisamos de considerar, para efeitos do artigo 493º e da presunção que lá
estabelece, a atividade de condução de automóveis como uma actividade perigosa? A
questão colocava-se sobretudo quando os limites do artigo 508º do CC eram diferentes
do que são hoje. O artigo 508º do CC estabelece limites máximos para a indemnização
em caso de responsabilidade do detentor. O detentor responde objetivamente pelos
danos causados pelos riscos próprios do veículo, mas responde de forma limitada.
Desde 2004, o teto máximo da indemnização anda indexado ao valor de cobertura do
seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel que é um valor relativamente
generoso (5 M €) e, portanto, cobre, na generalidade dos casos, os danos que resultam
da utilização de veículos automóveis. Mas até 2004 esse valor era apenas o dobro do
valor da alçada da Relação (40 mil €) que tendo em conta a gravidade, em muitas
situações, dos danos causados por veículos não era suficiente para a cobertura dos
danos causados aos respetivos lesados. Assim, a doutrina tentou arranjar formas de
favorecer ao lesado (retirando a alçada desses limites indemnizatórios) e uma delas é de
considerar culpado o condutor. Esses limites só são válidos quando o fundamento é o
risco, assim sempre que há culpa não se aplica os limites do artigo 508º, logo se se
conseguisse estabelecer a culpa do lesante na ocorrência do sinistro não estaríamos
sujeitos a esses limites. A forma seria de considerar a atividade de condução uma
atividade perigosa, porque aí o lesado beneficiava de uma presunção de culpa. A maioria
da doutrina ia no sentido de não considerar a atividade de condução uma atividade
perigosa para este efeito de aplicação da presunção de culpa, porque não faz sentido
que o legislador tenha estabelecido uma presunção particular a onerar o comissário e
depois, por via interpretativa, nos alargássemos essa presunção a todos os condutores.
Haveria, de alguma forma, razões para limitar a presunção de culpa ao condutor por
conta de outrem, porque sendo um profissional e estando a conduzir um veículo que não
é seu, há um certo distanciamento do próprio veículo e presumindo da respetiva culpa
seria uma maneira de o manter mais atento. A jurisprudência foi neste sentido e houve
um assento em 1980 que veio estabelecer a regra de que o artigo 493º/2 não se aplica à
atividade de condução de veículos automóveis, ou seja, não é para esse efeito
considerada uma atividade perigosa. Hoje a doutrina, apesar de ainda alguma entender
que o correto seria considerar para este efeito a condução uma atividade perigosa, tem-
se desinteressado mais no assunto, na medida que já não se colocam os
constrangimentos que antes se colocavam, porque os limites do artigo 508º foram
indexados ao tal seguro obrigatório de responsabilidade civil.
NOTA: Há quem autonomize um sexto pressuposto que seria o fim da norma ou âmbito de
proteção da norma, mas nós não.
Filipa Ribeiro Gonçalves 24
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES II: Práticas
Prof.ª Irene Seiça Girão
Os pais de B pedem uma indemnização pelo dano da morte: Quem são os responsáveis, por
que danos devem responder e quais os fundamentos da respetiva responsabilidade? Além disso,
deve-se apreciar os argumentos invocados pela empresa A.
Há aqui um dano causado por um veículo de circulação terrestre, portanto é para esse
regime que nos temos de reconduzir. Desde logo, o veículo que causou o acidente é conduzido
por outrem que não o seu proprietário, ou seja, é um veículo conduzido por um comissário que
conduz o veículo da empresa.
Alínea a)
Assim, em primeiro lugar, o que temos de saber é se A, quando conduzia o automóvel, se
conduzia no exercício das suas funções ou fora do exercício das suas funções, porque:
- Se conduzia no exercício das suas funções, recai sobre ele a presunção de culpa do
artigo 503º/3 do CC que diz que aquele que conduz por conta de outrem no exercício
das suas funções responde pelos danos que causar, salvo se provar que não houve
culpa da sua parte. Neste caso, não é o lesado que tem de fazer prova da culpa, é o
comissário que tem de afastar a culpa:
‣ Se ilidir a presunção de culpa: Não responde nem subjetivamente (porque ilidiu a
presunção de culpa), nem responde objetivamente como detentor (porque, apesar
de ele ter a direção efetiva - o poder de facto de controlo da fonte de risco -, ele não
tem interesse na utilização, o interesse na utilização é do comitente). Neste caso, o
comissário responde com fundamento na culpa ou não responde. Quem responde
no seu lugar é o comitente enquanto detentor do veículo, nos termos do artigo
503º/1 do CC.
‣Se não ilidiar a presunção de culpa: Responde o comissário nos termos gerais da
responsabilidade civil subjetiva e o comitente enquanto detentor nos termos do
artigo 500º do CC.
- Se conduzia fora do exercício das funções, já não recai sobre ele qualquer presunção
de culpa. A haver a culpa tem de ser provada pelo lesado(*), mas não havendo prova da
culpa pelo lesado é possível, nos termos do artigo 500º/3/parte final, ele responder nos
termos do nº1, ou seja, enquanto detentor, porque aí já estão reunidos os pressupostos
da detenção: tem a direção efetiva do veículo (o poder de facto de controlo da fonte de risco)
e tem o interesse na utilização.
A está no exercício das suas funções ou fora desse exercício? Diz-se que ele conduz o
veículo para se deslocar na hora de almoço ao infantário do filho e essa deslocação é autorizada
pela empresa.
O critério genérico para saber se está ou não no exercício das suas funções, não basta o mero
nexo temporal entre a prática do facto e o exercício da função, é necessário uma ligação entre a
prática do facto ilícito e o exercício da função, ou seja, o facto foi praticado por causa da função
e não por mera ocasião dela.
Em determinados casos, a densificação deste critério acaba por gerar dificuldades, porque,
em determinados casos, o comissário conduz o veículo da empresa fora do horário normal do
trabalho, mas está ainda no exercício das suas funções, porque o conduz no interesse do
comitente.
O que se tem de avaliar é o interesse que o comissário visa prosseguir quando utiliza o
veículo. Se o comissário, fora do horário normal de trabalho, leva o carro a lavar ou a pôr
combustível, ele está no interesse do comitente, portanto pode dizer-se que está no exercício das
suas funções. Continuará no exercício das suas funções nas hipóteses em que a utilização do
veículo fora do horário do trabalho é um complemento da retribuição, porque sempre que o
comissário conduz o veículo faz-lo também no interesse do comitente e, por isso, se diz que está
no exercício das funções. Nestes casos, o salário do trabalhador é constituído por uma parte em
dinheiro e a outra em espécie, conferindo-lhe utilizar o veículo que normalmente conduz durante
todo o tempo, é um complemente de retribuição.
No caso, não há evidência disso. O que diz é que o comissário estava na hora de almoço e
pediu à entidade patronal, que autorizou, o automóvel para ir ao infantário do filho. O interesse
que se visa prosseguir no momento da prática do facto ilícito é um interesse exclusivo do
comissário, portanto estaria fora do exercício das suas funções.
Estando fora do exercício das suas funções, não vale relativamente a ele a presunção de culpa
do artigo 503º/3/1ª parte do CC, mas ele responde, nos termos do artigo 503º/3/in fine, como
detentor do veículo, porque ele tem a direção efetiva do veículo e tem interesse na utilização.
Responde como detentor, a menos que o lesado faça prova da sua culpa e aí ele pode responder
com fundamento em culpa provada. (*) O lesado poderá ter interesse em provar a culpa, porque,
se o fundamento da responsabilidade for a culpa, o lesante tem de responder por todos os danos
(é uma responsabilidade ilimitada), já se o lesante responder como detentor está sujeito aos
limites do 504º (quanto aos beneficiários) e aos limites do artigo 508º (quanto aos limites
máximos da indemnização).
responsabilidade do comissário. Portanto, quando o facto é praticado fora do exercício das suas
funções nunca se pode aplicar a responsabilidade do comitente. A empresa não responde
enquanto comitente, mas pode responder como detentora do veículo, nos termos do artigo 503º/
1 do CC, na medida em que a deslocação é autorizada pela empresa - é como se existisse aqui
um comodato de curta duração. Neste casos, a empresa (comodante) responde porque tem um
interesse, embora não material nem económico na utilização do veículo e esta responsabilização
existe como uma forma indireta de obrigar o dono do veículo a ser prudente na sua cedência.
Entende-se que são detentores tanto o comodante (empresa de A) como o comodatário (A) e
ambos respondem nessa qualidade., nos termos do artigo 503º/3, ou seja, respondem pelos
danos causados pelo próprio veículo.
A empresa diz não ter culpa na ocorrência do sinistro. Se se refere aqui à culpa em sentido
técnico, não teve nem era necessário que tivesse, porque aqui a culpa não é um fundamento de
responsabilidade, o fundamento de imputação é o risco. Portanto, se a responsabilidade se funda
no artigo 503º/1 do CC, que é um responsabilidade objetiva, a culpa não é fundamento e assim
não era necessária para que respondesse. Nem sequer era necessário que o próprio condutor
tivesse culpa, para que o detentor respondesse.
Tem a ver com o problema do nexo causal. Quando se pode considerar que um facto é
causado por determinado dano.
Aqui o nexo causal coloca-se relativamente ao dano da morte.
Desde logo, O dano da morte é indemnizável. Este dano é o dano central da morte, que é o
dano que decorre da perda da vida. É um dano sofrido pela pessoa que morre, que se vê privada
da vida. É um dano de natureza não patrimonial, mas também gera danos de natureza
patrimonial.
Podem existir é danos sofridos por outras pessoas relacionadas com a morte da vítima, no
caso os pais. São danos que decorrem do dano da morte, mas diferente deste.
Este dano da morte vem referenciado nos artigos 495º e 496º. O 496º/2 diz que por morte da
vítima o direito à indemnização por danos não patrimoniais, nomeadamente aqueles que resultam
da morte cabem em conjunto ao cônjuge não separado judicialmente de pessoas e bens, aos
filhos e a outros descendentes, na falta destes aos pais ou outros ascendentes e, por último, aos
irmãos ou sobrinhos que os representem. A lei vem estabelecer a classe de pessoas que têm
direito a receber uma indemnização em caso da morte da vítima por esse dano da morte. não
esta aqui em causa os danos patrimoniais, mas ps danos não patrimoniais, os beneficiários dos
danos patrimoniais estão no 495º.
Os pais estão na 1ª classe de sucessíveis, portanto têm direito a indemnização, só são
afastados no caso de haver cônjuges, como descendentes.
No caso, era uma criança logo os beneficiários da indemnização são os pais e têm
legitimidade para requerer essa indemnização pelo dano da morte.
A questão que a doutrina discute é de saber se esta indemnização cabe às pessoas que estão
no artigo 496º por direito próprio ou se elas beneficiam da indemnização por efeito sucessório.
Ou seja, nesta ultima hipótese, quem adquiriria o direito à indemnização seria a própria vítima no
momento da causação do dano e depois o valor da indemnização passaria a título sucessório
para estas pessoas referenciadas no artigo 496ºº/2. Esta é hoje a posição dominante, mas a
doutrina tradicional entende que não deve ser assim e que essas pessoas recebem por direito
próprio, a indemnização nasceria logo no património. Independente, dessa questão e das suas
consequências, a posição vai no 1º dos sentidos.
A e a empresa são ou não responsáveis pelo dano da morte e pela indemnização que decorra
desse dano? Isso tem a ver com a questão do nexo de causalidade, saber quando o facto é
causa do dano, saber qual a extensão dos danos porque responde determinado facto. Esta
questão colocou-se, desde logo, a um primeiro nível, na doutrina das condições equivalentes
(conditio sine quo non) que vinha afirmar que um facto seria causa de um dano sempre que fosse
condições sem a qual esse mesmo dano se não verificaria. Portanto, bastaria que o facto se
enquadra-se no processo causal para que fosse considerado causa do dano, ou seja, bastaria
que fosse uma condição desse mesmo dano. Esta doutrina tem duas fragilidades: 1. Não nos dá
um critério decisivo quando se tem de decidir entre os vários factos que causaram o dano ou
entre os vários factos que são condição do dano qual a sua causa quando ocorre um dano por
de trás há varias factos que contribuem para a sua ocorrência. Então, qual deles é a causa da
dano? Todos, um deles? Quando concorrem várias condições não nos dá um critério decisivo
para decidir de entre todas qual a causa do respetivo dano. 2. É demasiado abrangente, ou seja,
responsabiliza num conjunto de situações, responsabiliza o autor da condição num conjunto de
situações onde é injusto face ao sentimento de justiça dominante. Exemplo: Avião que cai e o
passageiro vem a falecer e o que estaria na origem do falecimento era um incumprimento de um contrato
de transporte. O taxista deveria levar o passageiro num dia a uma determinada hora ao aeroporto para que
ele pudesse viajar de avião. O taxista não cumpre atempadamente e o cliente não consegue viajar nessa
avião e tem de comprar um novo bilhete (esses prejuízos são indemnizáveis porque decorre de um
incumprimento de um contrato de transporte), mas nesse segundo avião onde vai viajar o avião despenha-
se e o passageiro morre. Pergunta-se se será o incumprimento do contrato de transporte a causa do dano
que se veio a verificar que é a morte do passageiro? Se se aplica-se pura e simplesmente a doutrina da
condição diria-se que sim. O incumprimento do transporte é a condição sem a qual o dano não se teria
verificado, porque se ele tivesse chegado a tempo de apanhar o primeiro avião o passageiro teria chegado
incólume ao seu destino. O incumprimento do contrato de transporte que é o facto ilícito gerador da
responsabilidade será condição do dano. Mas para a ocorrência do dano contribuiu esse facto,
eventualmente a circunstância de o piloto não estar nas melhores condições, ter faltado gasolina no avião.
Há uma série de condições ou factos que levam à ocorrência do dano. Qual será a causa do dano? Esta
doutrina não nos responde.
Por isso, a doutrina encontrou um novo critério: doutrina da causalidade adequada. Vem dizer
que não basta, para que o facto seja considerado causa do dano, que em concreto seja sua
condição é necessário que em abstrato ele seja apto ou adequado a causar aquele dano. Temos
de isolar aquele facto enquanto facto típico e saber se esta categoria de factos típicos
normalmente causam aquele tipo de danos. portanto, esta adequação é vista, tendo em conta as
circunstâncias do caso, é vista em abstrato. É juízo de prognose, vamos verificar se aquele tipo
de factos é apto ou não para conduzir àquele tipo de danos. Se fizermos esta pergunta relativamente
ao exemplo vamos obter uma resposta diferente. O incumprimento do contrato de transporte é de facto
condição da morte do respetivo cliente, mas será causa adequada? Ou seja, será que em regra, em
abstrato, o incumprimento do contrato de transporte é adequado a causar a morte de alguém por se
despenhar um avião? Não. Ou seja, não há aqui nenhum influencia do incumprimento do contrato de
transporte na própria queda do avião.
Continuamos a basearmos na ideia de condição (o facto tem de ser em concreto condição do
dano), porque ela é o ponto de parte, um facto nunca pode ser causa do dano por mais
adequado que seja se não for condição dele. Não basta que seja condição é necessário que no
plano abstrato seja adequado ou apto para produzir aquele dano.
A doutrina entende que esta doutrina da causalidade adequada foi adotada pelo legislador no
563º do CC, embora de uma forma imperfeita: a obrigação de indemnização só existe em relação
aos danos que o lesado provavelmente não teria sofrido se não fosse a lesão. É o provavelmente
que remete para um juízo de adequação.
A dificuldade que se pode colocar é que se tem aplicado formulação diferentes da doutrina da
causalidade adequada:
- Formulação positiva
- Formulação negativa
São várias formas de interpretar a causalidade. A formulação positiva é menos
responsabilizante porque excluir o nexo causal num maior núcleo de hipóteses, enquanto que a
negativa é mais responsabilizante porque são menos os casos em que se exclui a adequação e
conta com uma presunção de causalidade.
A formulação positiva (chama-se assim por formula a posição de forma positiva) diz que o
facto é causa do dano quando o dano for, em abstrato, uma consequência típica ou normal
daquele facto. Se o for, há nexo de causalidade entre facto e dano, ou seja, esta doutrina da
causalidade na formulação positiva exige uma causalidade típica. E quando não há essa
tipicidade exclui o nexo causa.
A formulação negativa é mais abrangente no sentido de que é mais responsabilizante, desde
logo porque incluiu um maior número de hipóteses em que se estabelece um nexo causal (por
não existir essa causalidade típica) e em segundo lugar porque conta com uma presunção de
causalidade. Diz-se que o um facto só não é causa do dano quando ele for de todo em todo
indiferente para a sua produção. Este só não é implica uma presunção de causalidade. Em regra,
quando um facto é condição é também causa do dano, porque parte-se desse pressuposto.
Apenas deixa de o ser quando ele ele é de todo em todo indiferente, ou seja, quando no
processo causal vieram a ocorrer circunstâncias que são anormais e imprevisíveis que quebraram
o nexo de causalidade. Se ninguém alegar e provar a existência dessas circunstâncias
extraordinárias que interromperam o nexo causal estabelecesse a causalidade. A presunção
favorece o lesado, este não tem de fazer prova de que o facto conduziu ao dano. A única coisa
que o lesado tem de provar é que o facto foi condição e não tem de fazer prova da causalidade,
porque há uma presunção a seu favor. Se ele prova a condição, presume-se que é causa. Então,
é o lesante que tem de fazer provar que o facto é indiferente à produção daquele dano e o facto é
indiferente quando houver outras circunstâncias que interromperam o nexo de causalidade, ou
seja, quando essas circunstâncias são anormais e imprevisíveis. No exemplo do avião houve quebra
do nexo de causalidade pela circunstância de o incumprimento do contrato de transporte não modifica o
risco de vir a cair o avião. O cliente só morreu porque no processo causal ocorreram circunstâncias que
são anormais ou extraordinárias.
O que temos de questionar é se as circunstâncias que contribuíram para a ocorrência dos
danos ou o seu agravamento são anormais ou extraordinária ou imprevisíveis? Se sim, quebra-se
o nexo de causalidade, se não mantém-se. No caso de atropelamento o paciente é levado para o
hospital e aí é atendido na urgência e é vitima de um grave erro médico de uma negligência médica
grosseira se o paciente vem a falecer. Não se pode dizer que a causa da morte foi ainda o atropelamento,
ele foi condição, mas veio a ocorrer dentro do processo causal uma circunstâncias que é anómala. Se
depois do atropelamento o paciente é levado na ambulância e esta tem um acidente por estar um dia de
chuva e derrapa embate num poste e a pessoa transportada acaba por falecer. Neste caso existe quebra
do nexo causal, porque não é anormal ou imprevisível que num dia de chuva ocorra um acidente. Mas se o
acidente se deveu à embriaguez do condutor da ambulância aí há intervenção de um facto de terceiro com
culpa grave que é anormal ou imprevisível.
No caso, há um atropelamento com danos graves e depois o paciente vem a morrer por uma
infeção hospital que os médicos atribuem ao seu estado de debilidade. A ideia é se
eventualmente os ferimentos não fossem graves ao ponto de o deixar numa debilidade física tal,
não teria sido infetado pela infeção. Ou seja, o atropelamento modifica a própria probabilidade de
vir a ocorrer outros danos, nomeadamente a morte em virtude de uma infeção hospitalar. Uma
infeção hospitalar por uma bactéria resistente não é um facto, neste caso, anormal e de todo
imprevisível e portanto nesse sentido não se quebra aqui o nexo de causalidade. Se em vez da
bactéria fosse o erro médico grosseiro havia quebra do nexo de causalidade.
No caso, a empresa diz que o facto de a criança circular próximo da berma não é causa
exclusiva dos danos. Os condutores terão de ter mais cuidados e cautelas. Nesse sentido, o
risco ligado à circulação de veículos. O risco de circulação também contribui para a ocorrência
dos danos, temos um concurso.
C lesado tem direito a ser indemnizado? E tendo qual o fundamento e quem o responsável
pela reparação?
Temos aqui queimadoras em virtude do manuseamento de produtos químicos o que nos leva
desde logo relativamente a A que é funcionário da empresa para a questão de saber se é
eventualmente responsável e se agiu ou não com culpa. Porque, nesta sede, A nunca é
responsável objetivamente, portanto o A tem uma relação de comissão com B estão no exercício
das funções (de técnico de laboratório) a ideia é saber se atuou e se estão verificados os
pressupostos da responsabilidade civil relativamente a. A. Se A atuou ou não de forma culposa.
Há aqui um facto ilícito porque lesa direitos absolutos (a integridade física de C), causadores de
danos, ha nexo de causalidade entre of acto e o sano resta saber se eventualmente esta
preenchido o nexo de imputação do facto aoegte, nkamedande sendo o agente impitavels e
atuou com culpa ou sem ele. Se o seu comportamento é merecedor de censurada. Somes
remeitos apsa os acaso de responsabilidade civil agravada - artigo 493º/2. Este diz que aquele
que causar danos no exercício de uma atividade perigosa … é obrigado a repara-los, exceto se
mostrar que … . Ou seja, este manuseamento de produtos químicos não a atividade de produçai
de cosméticos em si mesmo, mas em determinados momentos o manuseamento de psuots
químicos é uma atividade perigosa, aquele que exerce essa atividade tem de tomar todas a
sdiligensca para evitar que o perigo se traduz num da no.a lei socroree desta ideia par aoenrar
quem exerce essa mesma atividade. Havendo presunção de culpa a quem cabe o ónus da
prova? Ha inversão do ónus da prova o que significa que é p lesante a afats a presunção que tem
a provar que os eu comportamento não é censurável, que ao atuau com culpa. Ou A faz proav
que de facto tomou todos os cuidados necessários para evitar a pofuçao do dano ou tem contra
si esta presunção. Este artigo é uma dos casos em que há presunção de culpa sem possibilidade
de lançarmos mão da relancaia negativa da causa virtual. Para afastar a responsabilidade teria de
fazer prova da ausência de culpa.
Aqui a seu favor teria-se. A circunstância de o lesado ter entrada de forma inadvertida nos
laboratórios onde os produtos estavam a ser manuseados. ha aqui uma certa contotaçao de que
a entarda seria vedada ou proibida. E ainda assim o cliente entrou no laboratório. Pode ser uma
das formas de A afastar a presunção, mas nçao e suficiente, tem de mostrar que atuou de forma
a evitar todos os danos e só por cirucnciatis que não lhe são devidas é que o dano veio a ocorrer.
Também ha culpa do lesado que entra. Quando ha concurso de culpas nos somos
necessariamente conduzidos para aplicação da norma do artigo 570º - concurso homogéneo. Ha
culpa do lesante (presumida) e do lesado. Seriamos conduzidos para o nº 2. Se se aplicar xxx
porque o A é fundada numa presunção de culpa que não foi afastada. Se a responsabilidade é
fundada em culpa efetiva do lesante então diz o nº1 que a responsabilidade pode ser diminuído
ou excluída, mas se a responsabilidade for fundada numa presunção de culpa não provada nesse
casos exclui-se a resp. Mas este nº 2 foi muitas vezes utilizado com o argumento para interpretar
de forma clássica o 505º. Este é no plano dos danos causadalos por veículos a norma que
permite excluir a resp do detentor do veiculo e noa posição tradicional dizia se que basta um
qualquer facto do lesado apr aque se exclui a responsabilidade do detentor do veiculo. Não
sendo possível o tal concurso ente culpa e risco, mesmo que este possa ter contribuída par a a
ocorrência do dano. E um dos argumentos utilizados para sustentar esta exclusão é o 570-2 dizia
a doutrina traducoio al s e a culpa presumida basta para excluir a responsabilidade quando ah
culpa do lesado entoa por maioria do razão xxx. Que é ainda uma responsabilidade mais gravosa
par ao lesante. So que nos interpretamos o 505º de forma atualista, tendo em conta os novos
dados dk sistema jurídico, a maior parte do disposiits que consagram casos de resp obj permite
o concurso heterogéneo entr e a culpa e por isoc. O 505 só pode ser interpretado no sentido do
facto de laso excluiu a resp do lesado quando seja causa exlcuisava do dano, se or isoco tiver
contribuído ha concurso heterogéneo, aplicando-se o 570º. So ha exclusão da reps nos termos
do 505 quando s epsossa dizer que o facto lesado foi caisa exlcusiva do lesado. A interpteçao
atualdista do 505 levansoa fazelo no 570º/2 sob pena de etstarmos a subverter a logica. Proque
se de facto é psosivel haver concurso enter culape. Risoc e so nao extse quano o xxx tambe s
epose szier que no 570 só ha exclusão da reps quando se possa afirmar que a culpa do lesado
foi causa exclusai da ocorrência do dano. De outra maneira, se não se consegue afastara.
reseotiva, s eo elsate nao consegue afastar a presunção de culpa e responde com base em culpa
presumida é um icnidio que o comp do lesante tenha contribuído para a ocorrência do dano.
De alguma maneira tem de se interpretar de forma atulidado o 570 e permitir aqui bm um
cocnrieo, nao de culaps efeitvas, ams presumida com culpa do lesado.
No caso, só se eventualmente A conseguisse afastar a presunção de culpa o problema não se
colocava e afastava se a sua resp. nao s consguindo afastar a presunção de culpa da aplicação
do 570 so se claramente se poder afirmar que o como do lesado for a causa exclusiva vo dano é
que s eexclui a reps do lesante, do A.
No caso não se pode afirmar isso. só se a factualidade fosse nos netod de afirmar que nao ha
descuido do funcionário é qeus. Excluiria a resp. Ha aqui incidiao s deuqe ha um descuido de
quem estaria a manusear os produtos químicos.
Relativamente a responsabilidade do A o tribunal pode decidir se a indemnização deve ser
totalmente concedido, se diminuído ou mesmo excluído em função da avaliação dos atos de
cada um dos intervenientes.
Diz-se que ficou provado em juízo que a empresa B deixou de cumprir algumas disposições
regulamentares … . Podia-se invocar contra a empresa o incumprimento de uma disposição legal
de proteção. ha determinadas normas que devem ser cumpridas para proteger determinados
interesses alheios. É uma delas. A circunstância de as empresas que produzem cosméticos terme
de indicar a composição dos cosméticos e eventualmente o seu garu de proeção solar é uma
forma de proteger os consumidores desses mesmo produtos, ou seja, é uma forma de termos
iformaçõa a erca daquilo que usamos e decidirmos com resp se queremos ou ano sualo. É uma
norma de proteção. Quando ha violação de uma norma de proteção, para se fundamentar um xx
tem de estar preenchidos pressupostos: temos de avaliar se esta preenchido o âmbito pessoal da
normal, quer o âmbito material. 1. O lesado esta dentro do conjunto dos visados ou da quel s que
a norma visa proteger? É um cliente da empresa. Esta obriagtoriada visa proteger o rporpio
consumidor, podia ser o cliente podia ser o utilizador dos cosméticos, nao ha quai indicação que
o não fosse ou de que o fosos. no anbio de materia de proçao esta? Temos de verificar se o bem
jurídico vilaldo é um dos bens que a norma visava proteger? Em principio a noma qunado obego
a a colocar a descrição do prodeta a ompsosiçao visa proger a saude e integridade física dos
utilizados e auqi aprece que foir issoo. É encesarioa auifan peguntar à norma se o dano foi ou
não uma concretização do risoc que a norma eviava proteger. Se algel do bem ivoaldoas. E ha
um nexo causal entr a violação da norma e od nao provocado. Será que coma norma se visava
eveitar o dano que veio a cororer? Não. O ano que veio a coororer noa foi a uma concretização
dos riscos. Portanto, não tem relevo para o caso. É irrelevante a circunstância. Não ha relação
Ent eo dano e o risco que norma visa evitar.
Se o comportamento xxx do cliente não for causa exclusiva do dano sendo responvel A é
repsonsave B como garante podendo ser demadnaod a esse titulo.
Perturbado com o sucedido, A, para se deslocar ao hospital para onde havia sido
conduzido C, usou sem autorização um automóvel da empresa B. Durante o percurso
despistou- se subitamente, vindo a atropelar D, pianista, a quem causou lesões
gravíssimas, que a obrigaram a um longo período de internamento hospitalar, com
avultadas despesas, e a incapacitaram para o exercício da sua profissão, que se antevia,
dado o talento que lhe era reconhecido, muito promissor.
Apurou-se que o acidente se ficara a dever não só ao estado de perturbação em que se
encontrava o condutor, mas também ao deficiente funcionamento do sistema de travagem
do veículo.
Diga se D tem direito a ser ressarcida e, na hipótese afirmativa, que danos devem ser
indemnizados e contra quem deve dirigir a sua pretensão indemnizatória.
O automóvel e conduzido por A e pertence À empresa B. Quando temos um condutor que tem
com o dono do automóvel uma relação de comissão, temos de convocar a norma 503º/3. Aí
abrem-se duas linhas de raciocino: o comissário esteja ou não momento em que conduz e causa
o dano no exercício das suas funções.
Se a estiver o exercício das suas funções aplica-se a presunção de culpa do 505º/3. Ou
consegue ou não afastar a presunção. Se conseguir afastar ele não responde só responde o
detentor do veiculo que não é ele. Só é se estiver fora do exercício das suas funções. Se
conseguir afastar não responde subjetivamente porque não tem culpa e não objetivamente
porque não é detentor. Se não conseguira afastar responde subjetivamente e responde o
comitente objetivamente nos termos do 500 porque estão preenchidos todos os pressupostos
desse artigo.
Es ano é a nossa hipótese.
O funcionário não está no exercício das suas funções. Tem de existir uma relação causal ente
a pratica do facto ilícito xxx. Estando fora do exercício das funções aplica-se o 505º/3 mas a
ultima parte que remete par o nº 1. O comissário que causa danos com o veiculo for das funções
responde enquanto detentor e significa responder objetivamente. Ele tem a direção efetiva e tem
interesse na utilização.
Xxx
Responsável pelo dano seria em princípio apenas o A com que fundamento? Xxx Será que A
atuou com culpa? Há uma certa perturbação pro causa do acidente anterior, essa perturbação foi
de alguma maneira responsável pelo atropelamento a D. A culpa tem de ser avaliada como
conduta deficiente e não como vontade deficiente. ainda que exista esforço isso não basta.
Temos de fazer uma auto-avaliação e abstermos de levar a cabo determinadas atividades que
nao xxx.
Diz-se que o estado que se ficou a dever também ao funcionamento do sistema de travagem
do veículo. Significa que ha aqui um risco próprio do veiculo que contribuiu para a ocorrência do
dano esta em causa. A responsabilidade do detentor do veiculo - A.
Quem responde:
Temos um dano causado por veículo, Ana conduzia durante o fim de semana o veiculo
emprestado da empresa em que trabalha enquanto contabilista. Ha aqui uma relação de
comissão entre a empresa B e A. Tem de se invocar o 503º/3. Temos de perguntar, ha um
condutor por conta de outrem ou ao? No momento do atropelamento Ana encontrava-se ou não
no exercício das respetivas funções? Se sim, temos uma presunção de culpa que onera o
comissário que tem de ilidir se não não existe presunção de culpa, tem de ser culpa provada e o
comissário pode responder ou com fundamento an culpa provada ou como detentor do veículo.
Ana é contabilista e utilizou o automóvel emprestado pela empresa (o uso é autorizado). A Ana
esta fora do exercício das suas funções, o que se conclui desde logo porque é contabilista, mas
pode mesmo assim te cedência do automóvel de uma empresa para utilizar como complemento
da retribuição. Nessas hipóteses me que o dano e causado for ado oriraio normal de trabalho,
ainda assim, porque também se realiza um interesse do comitente não exclusivo mas também,
pode estar No exercício das funções. Aqui não aprece ser a hipóteses. Diz-se que o automóvel
foi emprestado. O automóvel foi autorizado para o fim de semana. A deiia de autorização delva a
a querer que o interesse prosseguido é da Ana e não da empresa para a qual trabalha. estamos
fora do exercício das suas funções. O que afasta a ideia é a circunstância de dizer que o
automóvel lhe foi emprestado.
Estando fora do exercício temos de aplicar o 505º73/parte final, o comissário responde nos
termos do nº1, responde enquanto detentor do veículo, porque tem detenção do veículo e utiliza-
o no seu interesse.
Aqui surge interesse em fazer prova da culpa da Ana. Não estando no exercício das funções
não vale apreunção da 1ª parte do 505º/3. Existir culpa a culpa tem de ser provada. Os lesados
tem de fazer prova da culpa do autor da lesão. Tanto responde como detentor objetivamente
como pode responder com fundamento da culpa, mas para isso é necessário fazer prova da
culpa.
Há culpa da Ana? Ela estava em excesso de velocidade - esta a violar uma norma de
proteção. Mas conduzia assim pela circunstancia por ter ficado assustada por ter visto uma
fogueira. no caso aprece ser uma pequena fogueira e o direito não toma em conta as especiais
xxx. Não justifica de todo a censurabilidade do comportamento, é uma culpa leva, mas pode
considerar que havendo culpa eav à culpa da condutora. Era relevante fazer prova da culpa da
condutora? Porque há aplicação do 504º pelos danos causadas à prima Filipa e à sua bagagem.
Se o fundamento da responsabilidade de Ana for o 503º ele responde objectivamente nos termos
do 504º que vem dizer que havendo transporte gratuito o que aprece ser o danos ao
indemnizáveis apenas os danos causados à própria pessoa mas não os danos causados às
coisas por ela transportadas. O 504º vale apenas para a responsabilidade do objetiva do
detentor, se o fundamento for a culpa o condutor ue atuou com culpa responde pro todos os
danos, sem qualquer limitação - do 504º e do 508º. Aqui haveria interesse por parte da prima
lesada de fazer prova da culpa da condutora.
Ana pode responder quer com fundamento an detenção, quer na culpa havendo prova da
culpa por parte dos lesados.
A empresa B responde ou não e com que fundamento? Não responde enquanto comitente
porque o pressupostos que falta do 500º que a funcionaria esta fora do exercício das funções, ela
esta a agir por conta própria. Ele autorizou a utilização do veículo. Estamos numa situação de
A proibição de transportar pessoas é irrealmente para efeitos dos danos causados à pessoa
transportada. xxx.
Xxx
Não se deve dizer que o facto da criança ter atravessado a rua foi causa exclusiva da dano, ha
a circunstancia da condutora circular a uma velocidade excessiva.
Xxx
Diz-se ainda que o veículo pertence ao conjunto dos veículos referenciados como xxx.
Distinguir os defeitos que são pressupostos da responsabilidade do produtor de uma outra
categoria que tem a ver com a falta de conformidade - 913º e ss. Xxx defeito por qual responde o
vendedor. xxx. O produtor só responde por falta de segurança do produto. Xxx
Temos um danos causado por um veiculo se circulação terrestre que é conduzido pro pessoa
diferente do propriedade, sendo que ente o detentor e proprietário existe uma relação de
comissão. A norma que se tem de convocar é o 503º/3.
No caso, o João está ou não no exercício das funções? Para que o dano seja considerado
causado no exercício das funções tem de haver uma relação direta e causal entre a pratica do
facto ilícito e a função, não basta ser meramente ocasional. Tem de ser pro causa do exercício
das funções.
Os atos praticados se enquadram no conjunto de competência e se eventualmente quando
esse critério não é suficiente questiona-se a cerca do interesse que é prosseguido aquando da
pratica do facto danoso.
Deveria-se convocar o critério do interesse quando o João se desloca ao congresso se
satisfaz um iterasse exclusivo seu ou se satisfaz também ainda que não exclusivamente um
interesse do laboratório para o qual trabalho, ou seja, do comitente. Parece que se fala de
congresso e um conjunto de trabalhos que têm diversos temas relacionados com as áreas
temáticas. tarta.se de uma sessão de trabalho para falar sobre problemas sobre o trabalho, será
relevante para ele e para a empresa para quem realiza o serviço. O interesse que se visa
prosseguir com a deslocação é u interesse do empregado e do laboratório do Miguel. Nesse
momento, o funcionário se fosse considerado estar No exercício das funções.
Estando no exercício das funções, é onerado com uma presunção de culpa. Sobre ele nos
termos do 503/3 recai uma presunção de culpa que terá de afastar. A partida não há nada que
leve a supor que o João estaria alguma culpa, no entanto é ele que tem de ilidir a presunção, tem
de fazer prova de que não teve culpa. Ele alega que a rosa travessou inesperadamente a estrada
e mesmo com esforço para para a viatura ela não travou. Se não afastar a presunção,
responderia ele subjetivamente e o Miguel enquanto comitente nos termos do artigo 500º porque
estavam verificados todos os pressupostos. Podia também ser demando o Miguel como
detentor, preenchido o pressuposto do 500 e do 503º/1. Se conseguir como parece indicar o
enunciado de que atuou sem culpa s e afastar a presunção não responde o João e responde o
Miguel enquanto detentor do veiculo.
- os danos em coisas: temos de distinguir: entre a coisa que sofreu danos e o produto
defeituoso. Aqui o produto defeituoso é o automóvel as coisa destruídas são a montra do
estabelecimento e parte do recheio. estabelecimento.
Quando se fala de produto defeituoso coloca-se a questão de o produto ser uma parte
componente e de um todo que nem sequer é fabricado ou produzido por aquele que compõe o
produto final. E na industria automóvel é frequente. se o problema é do sistema de travagem se
calhar automóvel e uma coisa diferente do produto defeituoso mas não é. Essas partes
componentes depois de integradas pelo construtor no produto final ele também é considerado
produtor, e nesse sentido temos dois produtos: o produtos da parte componente e p construtor
do veiculo que comprou o veiculo final e ambos são considerados produtos. xxx. Respondem
ambos solidariamente porque ambos são produtores. Sos e considera de maneira diferente e
quando se fala de substitutos. p. ex., o pneu que rebenta mas é um pneu não original. se o
automóvel perde controlo porque pneu mas seno dele substitui e não originar é o produto do
pneu responsável e o automóvel e considera coisa distinta do produto defeituoso.
O automóvel é o produto defeituoso do art 8 vem dizer que o dano causado no automóvel não
são indemnizados pelo produto objetivamente nos termos desta lei, não significa que fiquem sem
indemnização.
O artigo 8º excluiu os danos no próprio produto defeituoso, com este fundamento.
Relativamente as coisas que sofreram danos para la do produtor defeituoso. A lei exige que
tenham de ser coisas que normalmente. Sao destinados a uso ou consumo privados e que ao
memo tempo que o lesado lhe tenha dado essa utilização. p. ex., esse carro bater noutro
estacionado e esse automóvel era utilizado pra fins profissionais, os danos causados nesse outro
automóvel não seriam idealizáveis não temos da lei da responsabilidade do produtor, mas nos
temos do 503º e ss. Sao requisitos cumulativos.
No caso temos a destruição da montra e pare de recheio ano e cosia de uso privado, as
coisas destruídas são de uso profissional esses danos não são indemnizáveis pelo produtor nos
termos deste responsável. O proprietário do estabelecimento teriam de exigir uma indemnização
ao dono do veiculo ao detentor nos termos gerais de danos causados por veiculo e nessa
medida depois eventualmente o detentor que teve de pagar a indemnização se ressarcira perante
o produtor se estiverem reunidos os pressupostos da responsabilidade.
O fundamento da responsabilidade não é apenas do risco mas uma ideia de de proteção de
consumidor.
Noa ha limites máximos, mas mínimos. Ha uma espécie de franquia. O artigo 9º refere que os
danos causados em coisas … só são indemnizáveis na medida em que chegam ao valor de 500
euros. Ou seja, os primeiros 500 euros são suportados pelo lesado, para evitar que põe um
pequeno montante de danos se acione a responsabilidade do produtor. Ate 500 euros não são
repsarveiss danos, só o montante que exceda do 500 euros é que são reparáveis. tem sentido de
franquia porque se o dano for ate 500 euros o produtor não e responsável, mas se o danos for de
510 euros se são indemnizáveis os danos superiores a 500 poderia ter sentido de serem
indemnizáveis o total, mas só são indemnizáveis os danos que excedam os 500 euros.
Estes danos causados a montra e ao recheio não seriam indemnizáveis pelo produtor,
eventualmente pelo detentor.
Conceito de defeito - art 4º é quando não é seguro. É diferente de falta de conformidade (art
413º do CC). Aqui o defeito é a falta de conformidade.
Daniel, conhecido produtor vinhos do Dão, vendeu a Eliana 1000 garrafas de vinho tinto
da sua colheita de 2016.
Com vista ao cumprimento, mandou deslocar um recipiente com o produto para o local
onde iria proceder ao engarrafamento. Entretanto, uma forte trovoada seguida de
inundação afetou o edifício e comprometeu gravemente a qualidade do vinho.
2. Questão do risco. Por cotna de quem corre o risco. Se esta totalmente impsosibdaildeide
entregar aulquar garafa. Pelo vinho ficou definida uma contraprestação a comprado estara
obrigada a pagar o valor do vinho? Depende de ter existido ou não transferência do risco. Se ja
tiver sido transferido é o comprador que suporta o repjuzio da destruição, quando apesar de não
receber a coisa cmrada tem de pagar o preço, no caso de aidna nao se ter trnaferido a rporieda
de o risco quem sogre o rejuzi é o alienente, apenas de eoxnarado relaitvaemnte À entrega fica
sem o vinho e sme o replo do vinho proque nao dpee zigir a contraparetaçoe e se ja foi apga tem
de ser devolcido.
É a concentração que define a tranferencia da proreida de efetine também o do risco 796º -
res perit dominus.
Nesta caso, não teria havido ainda concentração da obrigação, em regra, e la faz-nos termos
do 541 no momento do cumprimento mesmo qeo devedor ja tivesse enagrrafdo as garrafas se
elsas tivessem sido destruído não havia concentração. A concetrçaom anode eodne aenas da
escolha. A comprador não é obrigada a pegar proque or isco core por conta do alienate e é ele
que surpota o prejuízo.
Temos uma obrigação genérica. A obrigação da entrega das cadeiras, o objeto é defino um de
temrn do género (50 cadeiras Gonçalo pretas) e quantidade (50).
Em virtude de ter perecido parte do género em virtude de uma causa no impitvale pa devedor
xxx.
Mario separou as 50 cadeiras com que se propunha cumprir. Mario encontra-se exonerado do
cumprimento? Sobraram 20, enquanto houver coisas do géneros com as quais possa cumprir ele
é obrigado a cumprir. Ele pretende entregar as 12 cadeias que lhe resptaram. Ha uma
impossibilidade parcial não imputável ao devedor. Ele exonera a entrega a parte xxx mas e
obrigado a cumprir com que é possível. A outra parte pode recusar o cumprimento sem que o
cumprimento parcial xxx.
O Mario armazenou as cadeiras par entregar em determinado dia. E não as entrego em virtude
de um preparativos de uma festa de aniversário, temos uma situação de mora do devedor.
Quando por motivo que lhe é imputável não cumprir atempadamente a obrigação. A
circunstancia de não ter cumprido resultado de culpa do devedor. No momento a obrigação
ainda era possível correspondia a interesse do credor. O perecimento das cadeiras da-se após a
moa do devedor, a solução que daqui eualao é que o devedor tem de entregar as 20 cadeiras
restantes, o credor pode recusar e quando a questão do risco corre por conta do devedor , pro
força do regime do 541º a simples escolha não envolve concentração e assim o risco corre por
conta do alienante, é ele que sofre o prejuízo. Se o respetivo credor não aceitar as 20 cadeias não
tem direito a prestação, se aceitar as 20 tem direito ao argumento desses cadeiras. Chegar-se-ai
a esse mesmo resultado por força do 807º, havendo mora do devedor, mesmo que obrigação ja
se tivesse concertado e a transferência da propriedade e do risco, ainda assim volta-se a haver
transferência do risco.
Aqui a justificação de o riso ser suportado pelo alienante decorria do 541º como também do
regime da própria mora do devedor do 807º.
Obrigação genérica e quanto ao princípio da xxxx. Uma dação em cumprimento que é uma
forma de extinção das obrigações. As partes convencionam que em ligar do xxx.
O preço das cadeiras era de 1.500 dólares. Esta obrigação de pagamento devia ser qualificada
como uma obrigação solidário. Ha vários devedores, João e Leonor comproprietário xxx. Solitário
porque xxx.
Trata-se de uma obrigação plural do lado passivo e segue o regime da solidariedade passiva
(art 100º).
É uma obrigação valutária porque é uma moeda que não tem circulação no país.
Ele não quer pagar em dólares. Por força do 558º, sempre que as partes não afastem essa
possibilidade, permite o cumprimento e moeda xxx, tendo em conta o cambio do dia do
cumprimento.
Qualificamos uma obrigação valutária impróprio porque pode ser satisfeita com moeda xxx.
No caso, as partes convencionaram que os devedores tinham o prazo de 10 dias para levante
ar o produto das instalações de E. Ao devedor é exigível colocar à disposição do credor xxx. Aqui
o que aconteceu com vista a colocar a disposição o objeto da prestação o devedor separou as
100 embalagens de 10 l de tintas e colocou-as num armazém a disposição do devedor que
deveria ir busca-las.
O que sucede é que os devedor não levantaram os objetos e em virtude de um incêndio
destruiu as tintas guardadas. A 1ª questão a colocar é a de se o devedor se encontra ou não
obrigado a entregar algumas embalagens de tinta, embalagens de tintas de10 l de tinta de
esmalte amarelo. O devedor fica exonerado em virtude da impossibilidade. Em 2ª quem sofre o
prejuízo, pro conta de quem corre o risco. A simples circunstâncias de o devedor ter separado as
embalagens e as colocado no local do cumprimento disposição do devedor só por si não
concentra a obrigação. então, neste caso levou a concentração da obrigação foi a mora do
Esta obrigação é conduta ou solidária. É plural do lado passivo, temos dois devedores do
preço. Para saber o que e o credor pode exigir temos de avaliar o regime da obrigação, se
conjunta em que o credor pode exigir a cada um dos devedores xxx ou se solidário em que o
xxx.
Sabe-se que no direito civil a regra é as obrigações serem conjuntas, só quando a lei
estabelece ou as partes estipularem é que são solidários - 513º.
É uma obrigação comercial e em matéria comercial a regra é da solidariedade nos termos do
100 do Cod. comercial.
Esta obrigação seria uma obrigação solidários, significa qeu a Eresa e enquanto credores
poderia exigir de qualquer dos devedor Francisco e Gustavo os 10 mil dólares devedor e se um
deles pagar libera o outro devedor face à credora. O que faz a empresa é exigir a totalidade de
daorigaçao a um dos devedores, ao Francisco. Este no entanto, defende-s eles tem meios de
defesa.
Distingue-se_:
- meios de defesa comuns: todas aquelas que atingem a relaloa obrigacional dos eu todo e
podem ser invocados porque quer um dos devedores solidários.
- Meios de defesa pessoais: apenas podem ser invocados pelod evdeore soud evederos a
que dizem respeito, mas pode ser de vários tipos:
- Podem prejudicar os restantes devedores colidarios - são meios de defesa
pessoalissimos. Prejudicam proque os restantes tem de suprotar a parte do devedor
que se defende e nao tem direito de regresso raltivamente a ela.
- Meios de defesa neutros - pdema penas ser invocados pelo devedor oud everesdos
respetivos, não repjudicam mas tbm nao proveitam aos restantes devdores: nao
aproveitam porque exoneram o devedor que e demanddaoda da obrigaçao de oagar
por ineiro face ao credor. no entanto, tbm nao rpejudiam proque ele continua amanter o
dto de regesso cotnra od evedor.
- Meios que aproveitam aos restantes devedores.
No caso temos uma dação em cumprimento xxx através da prestação de um serviço. Por
força do principio da pontualidade não é possível ao devedor cumprir com coisa diferente, salvo
se houver acordo entre credor e devedor. O Gustavo prestou um serviço de construção civil em
troca do valor dos 5000 da sua prestação e a credora aceito. Extingue-se a obrigação pro dação
em cumprimento. É um dos meios de defesa que aproveitam aos restantes devedores solidários,
porque ela extingue a divida da parte do respeito devedor. O 523º … se na parte corresponde ao
Gustavo houve dação em cumprimento, parcialmente extinguiu.se relativamente a ele com
aproveitamento aos outros devedores. Divida repseitva. Então, porque esta parcialmente extinta a
credora noa pode exigir os 10000 mil dólares.
Ele quer pagar em euros e não em dólares. Tratava-e de uma obrigação valutária imprópria -
558º permite que o devedor possa pagar em moeda com curso legal no país fazendo cambio a
data do respetivo cumprimento. Ele quer Agar o corresponde aos 5 mil mas em euros. O que
afateriaza essas obrigação xxx é a circunstancia de o credor apenas pode exigir na moeda que é
convencionada, ele não pode exoro em euro, mas em dólares. Ao devedor é que é dada a
faculdade (regime supletivo, porque xxx) de pagar em pagar com moeda com curso legal no api
(euro) o corresponde ao valor na moeda convencionada tendo em conta o cambio na data do
cumprimento.
A mora do devedor (804º e ss.) estabelece vários efeitos que decorrem dessa mesma mora: …
:
1- o devedor que não cumpre atempadamente por causa que lhe é impossível fica constituída
na obrigação de reparar os danos que decorrem do atraso - os danos moratórios.
O nº 2 diz que … xxx.
Xxx em ambas:
- ha um atraso no cumprimento,
- só temos mora ou impossibilidade temporária quando a obrigação é possível
- ambas o cumprimento a Idan corresponde ao interesse do credor. Se não corresponder
mora xxx.
O que diferencia é a impossibilidade temporária é não imputável ao devedor e a mora é
imputável ao devedor nos termos do 804º, dai as consequências diferentes.
2 - Outra das consequências da mora do credor é haver transferencia do risco - 807º.
Xxx
Restou-lhe um outro conjunto de moveis e ele como tinha impossibilidade de entregar a sala
tentou satisfazer com coisa diversa. Não e possível nos termos do princípio da pontualidade
cumprir com coisa diferente, mesmo que seja de valor superior. A menos que o credor aceitar xxx
- 837º.
Xxx não tem direito à contraprestação e não pode exigir o preço xxx.
É uma obrigação de natureza alternativa, em que o objeto é constituída por duas ou mais
prestações mas o devedor desonera-se aquela que vier a ser escolhida. No momento da xxx. A
escolha pode pertencer ao xxx, se xxx. Artigo 543º do CC.
O devedor dar um concerto de piano ou fazer uma palestra e ficou afónico isso leva-nos para
a quer~toa da impossibilidade das prestações. Deve-se distinguir entre a impossibilidade
originaria ou superveniente. Se originária xxx - 292º. Não é o caso, é superveniente. A
impossibilidade que ocorre entre xxx. A lei vem dizer se a impossibilidade for total e não
imputável a qualquer dos contraentes - 790º. Mas se a impossibilidade for de uma das
prestações, é o caso xxx. A lei vem distinguir entre os casos que a impossibilidade é imputável e
não imputável. O 545º diz que se algumas das prestações … . O 555º diz que … . xxx
2. A considera-se desonerado porque até ao dia 20 não lhe fora indicado se realizava
a palestra ou tocava piano.
Mesmo que a escolha pertença ao credor e as partes podem convencionar que a escolha
pertence ao credor, mas se o credor não comunicou até determinado dia qual a escolha a
escolha passa a pertencer-lhe (devedor).
4 - A diz que não cumpre porque não foi interpelado para cumprir, nas obrigações a prazo o
devedor se constitui em mora independentemente da interpelação, porque a mora corre após ter
passado o prazo para o cumprimento, só nas obrigações puras.
1 - Tratava-se uma obrigação genérica. A obrigação não é inválida pela circunstância e não
deixa de ser genérica por não se entregar a edição, significa que entregar o género é mais amplo
do que se for indicada a edição. Xxx
Tem ou não razão xxx? Havia uma situação de mora, mas como se impossibilitou a prestação
e ja não é possível o cumprimento e a mora transformou-se num incumprimento definitivo.
Ele pode exigir a indemnização pelos danos em concreto verificados de 2 mil euros e o valor
da cláusula penal moratória? Esta é um valor fixado pelas partes para a liquidação antecipada
resultantes do não cumprimento atempado. xxx. Esta não é cumulável com os danos xxx porque
xxx.
É a escolha nas obrigações alternativas. Se tiverem dado a escolha ao xxx. Quando as partes
nada dizem a cerca do direito de solha a lei presume que pertence ao devedor, portanto é
legitima a opção.
2 - C, demandado por A e B, recusa-se a pagar os 4.000€ invocando que não fora fixado
prazo para esse pagamento, além de que A e B devem a D 4.000€.
3 - Após o segundo evento, A falece, pelo que C e D pretendem resolver o contrato, uma
vez que deixa de ter sentido a cobertura fotográfica e a própria reportagem destinada a
uma secção sobre casais. Pretendem, por essa razão, uma indemnização de 2.000€.
São obrigações genéricas. Quando se determina o tipo de rosa define-se mais um género. Xxx
Ha uma impossibilidade temporária não imputável ao devedor. Durante o tempo da
impossibilidade o dever encontra-se desonerado, mas não pode entregar coisa diversa, como as
rosas Sissi, elas não pertencem ao género definido.
2. B pretende resolver o contrato por não ter sido efetuada a entrega na primeira semana
de Abril.
Não se sabe se ha mora ou impossibilidade temporária, mas qualquer que seja a situação o
devedor só pode resolver o contrato se demonstrar que não tem interesse no cumprimento da
obrigação, caso em que a impossibilidade temporária ou mora se transformar em impossibilidade
definitiva ou incumprimento definitivo. Xxx
808º (mora) e 792º (impossibilidade temporária).
3. A considera ter direito a uma indemnização por parte de B, uma vez que este entregou
um único montante no final do ano letivo, quando fora acordado o pagamento semanal.
Pagamento do preço.
Há mora do devedor quanto ao pagamento do preço e havendo mora do devedor significa que
o credor pode exigir uma indemnização pelos danos moratórios.
É uma obrigação pecuniária e lei presume a existência de danos moratórios e manda pagar os
juros moratórias xxx.