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RESPONSABILIDADE CIVIL
Art. 186, CC. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência
ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Prof. João H. G. Domingos 6
CONCEITOS BÁSICOS
Art. 186, CC. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
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CONCEITOS BÁSICOS
• Ato ilícito:
• Ato praticado em desacordo com a ordem jurídica violando
direitos e causando prejuízos a outrem (Pontes de Miranda)
• Abuso de direito:
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao
exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
• No abuso de direito, há a pratica de ato Lícito no conteúdo, mas
ilícitos nas consequências
• Para Rubens Limongi, o abuso de direito é “um ato jurídico de
objeto lícito, mas cujo exercício, levado a efeito sem a devida
regularidade, acarreta um resultado que se considera ilícito
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CONCEITOS BÁSICOS
• Abuso de direito:
Exemplos interdisciplinares:
• No Direito do Consumidor: publicidade abusiva e práticas abusivas
• No Direito do Trabalho: abuso no direito de greve e dispensa de
empregado doente
• No Direito Processual: lide temerária e assédio processual
• No Direito Civil: abuso no direito da propriedade ou ato emulativo
• No Direito Eletrônico: spam
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CONCEITOS BÁSICOS
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
• O art. 186 trata da Responsabilidade Subjetiva, no qual analisa-se
a culpa
• Enquanto o art. 187 trata da Responsabilidade Objetiva, em que
há responsabilização independentemente de culpa 11
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ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE
CIVIL
a.Conduta humana
b.Nexo causal
c.Dano
d.Culpa
a. Conduta humana:
1. Ação
Conduta positiva
Fazer/prestar
2. Omissão
Descumprimento do dever de agir
A ação evitaria o dano
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ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE
CIVIL
b. Nexo de causalidade
• Consiste no vínculo/ligação da conduta ao resultado
danoso
• Somente haverá responsabilização se provada a existência
do nexo causal, seja a responsabilidade objetiva ou
subjetiva
c. Dano
“o dano como sendo a subtração ou diminuição de um bem jurídico,
qualquer que seja a sua natureza, quer se trate de um bem patrimonial,
quer se trate de um bem integrante da própria personalidade da vítima,
como a sua honra, a imagem, a liberdade etc. Em suma, o dano é lesão
de um bem jurídico, tanto patrimonial como moral” (Sérgio Cavalieri
Filho)
c. Dano
• Nem todo dano é indenizável:
A indenização decorre de três aspectos:
a. Violação de um interesse
b. Subsistência do dano
c. Certeza do dano
A fixação do dano tem caráter indenizatório e pedagógico
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ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE
CIVIL
c. Dano
• É necessário provar o dano
• Pode haver, excepcionalmente, a inversão do ônus da prova
(art. 373, CPC)
a. Relações consumeristas
b. Dificuldade de produção de prova em relação ao autor
c. Prova diabólica
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ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE
CIVIL
• c. Dano
• Princípio da reparação integral:
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a
gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir,
equitativamente, a indenização.
• Deve haver equilíbrio entre a culpa e o dano
• Busca a recomposição do status quo ante
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ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE
CIVIL
c. 2. Dano moral:
• Lesão da honra, imagem, psicológico, intimidade da pessoa, bem
como dos direitos da personalidade
• Enunciado n. 445 JDC: O dano moral indenizável não pressupõe
necessariamente a verificação de sentimentos humanos
desagradáveis como dor ou sofrimento.
• SÚMULA N. 227 STJ: A pessoa jurídica pode sofrer dano
moral.
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ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE
CIVIL
c. 2. Dano moral:
a. Dano moral em sentido próprio (baseado na dor, tristeza,
humilhação) ou impróprio (lesão aos direitos da personalidade
b. Dano moral subjetivo/provado (regra) ou presumido (independe de
prova – súmula 403/STJ)
c. Dano moral direto (pela própria pessoa) ou indireto (por ricochete)
c. 3. Dano estético:
• Lesão à saúde ou integridade física da pessoa
• Deixa marcas visíveis que prejudicam a autoestima e que podem
acarretar em danos na saúde ou integridade física da pessoa
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de
reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em
lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”
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CLASSIFICAÇÃO DA
RESPONSABILIDADE CIVIL QUANTO À
CULPA
b) Responsabilidade objetiva indireta ou por atos de outrem (CC, arts. 932 e 933)
Os pais respondem pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia.
• Tutores e curadores respondem pelos tutelados e curatelados que estiverem sob sua autoridade
e em sua companhia.
• Empregadores ou comitentes respondem pelos seus empregados ou prepostos em função de
um trabalho.
• Donos de hotéis (e afins) e educadores respondem por seus hóspedes, moradores e educandos.
• Respondem todos aqueles que, mesmo gratuitamente, contribuírem para produto de crime.
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CLASSIFICAÇÃO DA
RESPONSABILIDADE CIVIL QUANTO À
CULPA
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CLASSIFICAÇÃO DA
RESPONSABILIDADE CIVIL QUANTO À
CULPA
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CLASSIFICAÇÃO DA
RESPONSABILIDADE CIVIL QUANTO À
CULPA
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CLASSIFICAÇÃO DA
RESPONSABILIDADE CIVIL QUANTO À
CULPA
d) Responsabilidade objetiva do dono do prédio ou construção por sua ruína (CC, art.
93711)
- A ruína pode ser total ou parcial.
- A responsabilidade é objetiva pela aplicação do CDC e pelo risco criado.
- A “necessidade de reparados manifesta” é irrelevante, conforme entendimento de Cavalieri,
Venosa, Tartuce e Carlos R. Gonçalves.
- Enunciado n. 556 – VI Jornada de Direito Civil: “A responsabilidade civil do dono do prédio
ou construção por sua ruína, tratada pelo art. 937 do CC, é objetiva”.
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CLASSIFICAÇÃO DA
RESPONSABILIDADE CIVIL QUANTO À
CULPA
e) Responsabilidade objetiva do habitante do prédio pelas coisas que dele caírem ou forem
lançadas em local indevido (CC, art. 938).
- Denominações: responsabilidade por defenestramento ou por “effusis et dejectis”.
- A responsabilidade civil é objetiva diante de um risco criado.
- Se a coisa cair de um condomínio edilício, não sendo possível identificar de qual unidade,
responderá todo o condomínio, assegurado o direito de regresso contra o culpado (Enunciado
n. 557 – VI Jornada de Direito Civil e REsp n. 64.682/RJ).
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CLASSIFICAÇÃO DA
RESPONSABILIDADE CIVIL QUANTO À
CULPA
f) Responsabilidade civil do transportador:
pessoas (CC, art. 734) e coisas (CC, art. 750)
- É considerada responsabilidade objetiva por três razões:
• Aplicação histórica do Dec.-Lei n. 2.681/1912 (estradas de ferro).
• Obrigação de resultado (cláusula de incolumidade).
CC, art. 734, caput: confirma a responsabilidade objetiva. Prevê que a cláusula de não indenizar
é considerada nula no transporte de pessoas.
E no transporte de coisas? Súmula. 161 STF: “Em contrato de transporte, é inoperante a
cláusula de não indenizar”.
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CLASSIFICAÇÃO DA
RESPONSABILIDADE CIVIL QUANTO À
CULPA
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CLASSIFICAÇÃO DA
RESPONSABILIDADE CIVIL QUANTO À
CULPA
- CC, art. 736: transporte por amizade ou cortesia (“carona”).
- Súmula. 145 STJ: “No transporte desinteressado, de simples cortesia, o
transportador só será civilmente responsável por danos causados ao
transportado quando incorrer em dolo ou culpa grave”. Portanto, a
responsabilidade é subjetiva na carona.
- Exemplos:
• Pagamento de combustível, pedágio ou alimentação.
• Programa de milhagem ou pontos em companhia aérea (Enunciado n. 559 –
VI Jornada de Direito Civil17).
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CLASSIFICAÇÃO DA
RESPONSABILIDADE CIVIL QUANTO À
CULPA
- CC, art. 735: no transporte de pessoas, não se admite a excludente da culpa exclusiva de
terceiro.
Gera a responsabilidade objetiva agravada.
Exemplo: acidente da “Gol”: a empresa responde.
- CC, art. 736: transporte por amizade ou cortesia (“carona”).
- Súmula. 145 STJ: “No transporte desinteressado, de simples cortesia, o transportador só será
civilmente responsável por danos causados ao transportado quando incorrer em dolo ou culpa
grave”. Portanto, a responsabilidade é subjetiva na carona.
- Exemplos:
- • Pagamento de combustível, pedágio ou alimentação. • Programa de milhagem ou 46pontos em
companhia aérea (Enunciado n. 559 – VI Jornada de Direito Civil17).
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EXERCÍCIO
• TÍCIO pretende ajuizar ação em face de MÉVIO, narrando que é motorista profissional,
sendo um condutor prudente e defensivo, no entanto, na data de 01/02/2023 foi vítima de
grave acidente, na Rodovia XYZ, Bairro ABC, por volta de 17h15mim. Relatou que trafegava
com seu veículo Volkswagem Gol pela Rodovia XYZ, quando foi abalroado de frente pelo
veículo Chevrolet Vectra de propriedade do Requerido.
• Explicou que o demandado ingressou na via contrária e colidiu frontalmente com seu veículo.
MÉVIO, portanto, aduziu que teve que invadir a pista contrária para evitar colidir com o
veículo de FULANO, que freou bruscamente, de forma imotivada, no meio da rodovia.
• MÉVIO possui filmagens do acidente e consegue comprovar documentalmente que o acidente
ocorreu por culpa de FULANO.
• TÍCIO pretende ajuizar ação para discorrer acerca do dever de indenizar, da
responsabilidade civil do condutor requerido e dos danos sofridos.
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