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Unidade:
Estatuto do Torcedor
Revisão Textual:
Profª. Msª. Magnólia Gonçalves Mangolini
Orientação de Estudos
O estudo desta unidade apresenta grande importância, pois trata dos direitos
e deveres dos torcedores que frequentam os diversos estádios existentes no país.
Esses estádios, em sua grande maioria, são marcados por condições precárias de
conservação, falta de lugares numerados, pouca transparência das entidades
envolvidas e problemas relativos à venda de ingressos e às torcidas organizadas.
Cabe destacar que o estudo deste tema mostra-se interessante, pois analisa
sob a ótica do Direito, a relação de consumo existente entre esses “fanáticos por
futebol” com os clubes e “cambistas”, facilitando o entendimento das regras que
devem orientar o comportamento de todos, antes e depois das partidas.
Un ida d e: Esta tut o do T o rce d or
1. Considerações Iniciais
Pois bem, de acordo com o art. 2º do Estatuto, “torcedor é toda pessoa que
aprecie, apoie ou se associe a qualquer entidade de prática desportiva do país e
acompanhe a prática de determinada modalidade esportiva”. É o torcedor, sem
sombra de dúvidas, um consumidor, nos moldes da definição trazida pela Lei
8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), no seu art. 2º, segundo o qual é
consumidor toda pessoa física ou jurídica que adquire, de forma onerosa, produto
ou serviço como destinatário final, ou faça parte de uma coletividade determinável
ou mesmo indeterminável de pessoas que haja intervindo em uma relação de
consumo. Leciona Décio Luiz José Rodrigues 1:
1
RODRIGUES, Décio Luiz José. Direitos do torcedor e temas polêmicos do futebol. São
Paulo: Rideel, 2003. p. 14.
O § 1º do mesmo artigo, por sua vez, define produto como sendo “qualquer
bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial” e o conceito de serviço é estabelecido
no § 2º, como sendo “qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,
mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e
securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.”
Embora a Lei Pelé, em seu art. 42, § 3º, já houvesse afirmado que o
espectador pagante, por qualquer meio, de espetáculo ou evento esportivo,
equipara-se, para todos os efeitos legais, ao consumidor. O Estatuto do Torcedor
dispõe acerca de diversas questões específicas do interesse do torcedor, tais como a
obrigação de divulgação de tabelas e regulamentos das competições com
antecedência mínima de sessenta dias do seu início; a possibilidade de participação
dos torcedores, jornalistas e mesmo os atletas na constituição destes regulamentos,
através do encaminhamento de sugestões através das ouvidorias obrigatórias com a
nova lei; punição para dirigentes desportivos violadores das regras básicas de
higiene e segurança, dentre outras inovações.
Além disso, os estádios com capacidade superior a 10.000 (dez mil) pessoas
deverão manter central técnica de informações, com infraestrutura suficiente
para viabilizar o monitoramento por imagem do público presente (art. 18) e
das catracas (art. 25).
2
RODRIGUES, Décio Luiz José. Direitos do torcedor e temas polêmicos do futebol, 1ª ed.,
São Paulo, RIDEEL, 2003, p. 24-25.
c) Dos ingressos
Além desta disposição do art. 20, o Estatuto do Torcedor tem outra inovação
de grande importância: a exigência de descentralização dos pontos de venda
das entradas das partidas que compõem as competições de âmbito nacional
ou regional de primeira e segunda divisão. Nestes eventos, a entidade de
prática desportiva detentora do mando de campo deverá disponibilizar pelo
menos “cinco postos de venda localizados em distritos diferentes da cidade”,
conforme a redação do § 5º do mesmo art. 20.
Por fim, de acordo com o art. 23, § 2º, I e II, do Estatuto do Torcedor, estará
sujeita a perda de mando de campo, por um período mínimo de seis meses,
sem prejuízo das demais sanções cabíveis, a entidade desportiva detentora do
mando de campo que coloque a venda um número de ingressos superior à
capacidade de público do estádio ou que permita o ingresso, às
dependências internas do estádio, de um número de pessoas maior do que a
capacidade deste.
d) Do transporte
e) Da alimentação e da higiene
De acordo com o § 1º do art. 28, é dever do poder público, por meio de seus
órgãos de vigilância sanitária, verificar o cumprimento das normas básicas de
higiene referentes às instalações físicas do estádio e também dos produtos
alimentícios comercializados em seu interior. Os dirigentes da entidade de
prática desportiva detentora do mando de campo e da entidade organizadora
do evento poderão ser suspensos por seis meses de suas atividades, caso não
viabilizem a consecução dos direitos do torcedor.
No seu art. 37, o Estatuto do Torcedor estabelece que, sem prejuízo de outras
sanções cabíveis, entidades de administração do desporto, ligas ou entidades
de prática desportiva que violarem suas disposições, incidirão, observado
sempre o devido processo legal, nas penalidades de: I – destituição de seus
dirigentes, na hipótese de violação das regras de que tratam os capítulos II, IV
e V; II – suspensão por seis meses de seus dirigentes, por violação de outros
dispositivos da lei, não referidos nos capítulos mencionados; III –
impedimento de gozar de qualquer benefício fiscal em âmbito federal; e IV –
suspensão, por seis meses, dos repasses de recursos públicos federais da
administração direta e indireta.
O Estado, por sua vez, não pode se eximir do cumprimento de sua finalidade
primordial, que é garantir a segurança pública e a plena efetivação dos seus
princípios fundamentais, reprimindo a violência e disponibilizando o acesso
do cidadão aos instrumentos garantidores da elevação de sua dignidade
pessoal e da construção do bem-estar social.
i) Dos crimes
Luiz Flávio Gomes 3 informa que, diferentemente do artigo 39-A que cuidou
da conduta pertinente às torcidas organizadas, o artigo 41-B especificou o
crime a ser imputado de maneira individual àquele que se porta de maneira a
causar transtornos nos estádios de competição esportiva. Com o apenamento
apresentado por sua norma secundária, é de se concluir que estamos diante
de uma infração penal de menor potencial ofensivo (já que sua pena máxima
é igual a dois anos – art. 61 da Lei 9.099/95), logo incidentes todos os
benefícios despenalizadores da Lei dos Juizados Especiais.
3
GOMES, Luiz Flávio. O "novo" Estatuto do Torcedor e o populismo penal. Disponível em
http://www.lfg.com.br - 17 de setembro de 2010.
Por outro lado, os crimes constantes nos artigos 41-C a 41-G do Estatuto
cuidam da conduta íntegra que deve se apresentar nos ambientes esportivos,
seja no que tange à veracidade do resultado das competições (Art. 41-C, 41-
D e 41-E), seja na obtenção de vantagens quando da venda dos ingressos
dos eventos (Art. 41-F e 41-G).
Material Complementar
Bom trabalho!
Anotações
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