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ASSÉDIO MORAL: SUA CARACTERIZAÇÃO NO FUTEBOL AO IMPUTAR UM


ATLETA AO TREINO EM SEPARADO

João Pedro Santos Oliveira

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo analisar os principais aspectos do Assédio


moral no meio do esporte mais famoso do Brasil: O futebol. Neste caso, será explicado
sucintamente a forma que o assédio se caracteriza dentro dos clubes e como ele pode
ser identificado e exterminado do convívio diário de atletas profissionais e empregados
comuns. Será explicado neste artigo, como o treino em separado pode afetar o
rendimento físico e mental de um profissional, desde os primeiros sintomas de assédio
velado que o jogador sofre por parte da comissão técnica até o mais visível que é sua
separação de seus companheiros de grupo.

Palavras-chave: Assédio moral. Jogador profissional. Treino em separado. Lei Pelé.

Sumário: 1. INTRODUÇÃO; 2. O CONTRATO DESPORTIVO, 2.1 Lei Pelé, 2.2


Obrigação de possibilitar a preparação física e capacidade para a participação
de partidas; 3. CARACTERIZAÇÃO DO ASSÉDIO MORAL, 3.1 Treino em
separado pode ser caracterizado em asseio moral no futebol? 3.2 Aplicação
caso concreto; 4. CONCLUSÃO; REFERÊNCIAS.

1- INTRODUÇÃO
O assédio moral no local de trabalho está presente nas mais diversas
situações. Se destacando as humilhações que o empregado sofre, seja por quem o
contratou por aquele que é seu colega de função. A psique mental do empregado
acaba por ficar lesionada, ocorrendo estafa mental e física, está em específico, acaba
por prejudicar o severamente o atleta profissional, que é o foco principal deste artigo.
De início, é fundamental expor o funcionamento das leis que regem este
profissional, na qual o amparam caso venha a sofrer este tipo de constrangimento por
aquele que devia lhe proporcionar um período sadio e aconchegante, afinal, quando
o atleta acerta com o clube empregador para jogar pelas cores do time, ele não
imagina que venha a sofrer as humilhações nas quais se é exposto. Entre as leis, a
principal é a 9.615/98, a Lei Pelé, na qual configura deste a formação do contrato que
2

deve ser feito com o clube, até rescisões do mesmo em casos como o trato neste
artigo.

Outrossim, é considerável também explicar que além da Lei Pelé, tivemos


a lei 8.672, a Lei Zico, em homenagem ao jogador do Clube de Regatas Flamengo, e
a própria CLT, que em artigos específicos, pode ser de grande ajuda a este
empregado que passa por tais constrangimentos internos. Exemplos de casos serão
mostrados para ilustrar que na realidade o jogador que ao ser colocado a treinar
separado, acaba por estar sofrendo de assédio moral no seu meio de trabalho.

2 – O CONTRATO DESPORTIVO
A lei de número 9.615/98, popularmente conhecida como Lei Pelé, prevê
as normas gerais do desporto e regula o contrato de trabalho dos desportistas.
Segundo Guilherme Augusto Caputo Bastos, de início, pode ser questionado que o
contrato de trabalho entre jogador e clube configura uma relação de emprego, como
a formatada pela CLT.1 Porém o autor, salienta que:
Entretanto não obstante as características inerentes a atividade, dúvida não
há acerca do fato que o jogador de futebol é um empregado do clube que o
contrata, porquanto presentes os requisitos de da continuidade,
habitualidade, subordinação, onerosidade e pessoalidade.2

"Segundo a justiça brasileira, trabalhador comum é aquele que trabalha


com o intelecto em uma empresa" (Dicionário inFormal , SP, 2013), ou seja, não
precisa usar de seu físico por completo para exercer sua função na empresa. O seu
contrato de trabalho tem duração, em tese, por prazo indeterminado e, raramente por
prazo determinado.
Já o profissional do esporte, tem seu contrato chamado de contrato
especial de trabalho, pois, seu prazo contratual se difere do trabalhador comum, ao
dispor de tempo de duração por prazo determinado. Ou seja, tem sua vigência pré-
estabelecida no momento de sua assinatura.
Em 2 de setembro de 1976, foi instituída a Lei 6.354, conhecida como a "lei
do passe". A palavra "passe", decorre do artigo dispondo que o "Passe é a importância
devida por um empregador a outro pela cessão do atleta durante a vigência do
contrato ou depois de seu término"3. Assim dizendo, o passe era a fixação
indenizatória estipulada pelo clube empregador, ao investir no jogador profissional,
quando o mesmo era desconhecido ao grande público, quando de sua mudança

1BASTOS Guilherme Augusto. Direito Desportivo. 1 edição. Brasília. Alumnus, 2014, pag. 59.
2BASTOS Guilherme Augusto. Direito Desportivo. 1 edição. Brasília. Alumnus, 2014, pag. 59.
3BRASIL. Lei nº 6.354 de 02 de Setembro de 1976. Dispõe sobre as relações de trabalho do atleta

profissional de futebol e dá outras providências. Disponivel em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6354.htm. Acesso em 20 de nov. de 2020.
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clubística pelo atleta.4 Era consistido o passe em uma liberação dos serviços do atleta,
que sem a cessão destes direitos, o profissional não podia se transferir de clube.5

Ao submeter o atleta a tal conduta, o mesmo acaba sendo coagido, e o


profissional acaba sendo tratado como propriedade dos clubes e, não como
profissional do esporte que é.
O ilustre autor Guilherme Augusto Caputo Bastos discorre sobre essa
“liberdade caçada” que os atletas sofriam com o “regime do passe”, a extinta A Lei nº
6.354/76:
O atleta como se sabe, não tinha nenhuma liberdade no desenvolvimento das
suas atividades, porque só poderia ver-se “livre” daquele contrato de trabalho
quando completasse uma das condições citadas; e pior, se não lhe fosse
conveniente uma transferência de clubes oferecida, por qualquer razão, a
entidade de pratica desportiva empregadora poderia simplesmente retira-lo
do quadro de atletas colocados a disposição do treinador para as provas e
competições, colocando-o na “geladeira”, com prejuízos inegáveis a sua
imagem.6

Logo, com o objetivo de exterminar o sistema do passe e, determinar o


prazo temporal dos contratos dos atletas, ocorreu a sanção da Lei 8.672, conhecida
como Lei Zico, em alusão ao grandioso jogador que foi ídolo do Flamengo. A lei
instituiu normas gerais sobre o esporte, abrindo espaços para que a lei trouxesse a
discussão sobre a relação entre os atletas e seus clubes.
Neste ponto, vale frisar que novamente a legislação foi alterada, sendo a
lei Zico sendo sucedida por outra lei, de nome também de um grande jogador, que foi
a Lei Pelé. A lei de nº 9.615, foi implementada em 24 de março de 1998, e segue
atualmente como a legislação que os clubes devem seguir, se tratando de forma
contratual e penalidades que alguma das partes, jogador e clube, possam infringir.

No que tange o prazo contratual dos atletas, com a implementação da Lei


nº 9.615/98, não mais será por prazo indeterminado e sim determinado como será
explicado a seguir.
Nessa acepção, o artigo 30 da Lei nº 9.615 dispõe que: “Art. 30. O contrato
de trabalho do atleta profissional terá prazo determinado, com vigência nunca inferior
a três meses nem superior a cinco anos”.7

4 ALMEIDA Marco Antônio. Discussão sobre as mudanças na legislação desportiva brasileira:


caso do futebol e a Lei do Passe. Disponível em: https://www.efdeportes.com/efd111/legislacao-
desportiva-brasileira-caso-do-futebol-e-a-lei-do-passe.htm. Acesso em 12 de nov. de 2020.
5 ALMEIDA Marco Antônio. Discussão sobre as mudanças na legislação desportiva brasileira:

caso do futebol e a Lei do Passe. Disponível em: https://www.efdeportes.com/efd111/legislacao-


desportiva-brasileira-caso-do-futebol-e-a-lei-do-passe.htm. Acesso em 12 de nov. de 2020.
6 BASTOS Guilherme Augusto. Direito Desportivo. 1 edição. Brasília. Alumnus, 2014, pag 62
7 BRASIL. Lei nº 9.615 de 24 de Março de 1998. Institui normas gerais sobre desporto e dá outras

providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9615consol.htm. Acesso em 12


de nov. de 2020.
4

Ou seja, a contração de um atleta profissional, de futebol, tem seu prazo


mínimo de contrato como 3 meses e seu máximo temporal de 5 anos, fixados por sua
legislação.
Mas quando ocorre a assinatura deste tipo de contrato? O atleta de
categoria de base, ao completar 16 anos de idade, já pode realizar a assinatura do
mesmo, claro, se esta for a intenção de seu clube formador ou do próprio atleta.
Conforme dispõe o artigo 29, verbis: “Art. 29. A entidade de prática desportiva
formadora do atleta terá o direito de assinar com ele, a partir de 16 (dezesseis) anos
de idade, o primeiro contrato especial de trabalho desportivo, cujo prazo não poderá
ser superior a 5 (cinco) anos.”8
O tempo de contrato, seja ele, de seu primeiro contrato com o clube
formador, ou com um novo clube passados seu tempo de atleta de base, é o mesmo.
Sua única diferenciação é apenas quando da sua contratação do clube formador do
atleta.9
No que consta no inciso 7 do artigo 29, a renovação do contrato de trabalho,
sendo ela a primeira do atleta com o clube, o clube terá o direito de preferência de
renovação de seu atleta:
§ 7º A entidade de prática desportiva formadora e detentora do primeiro
contrato especial de trabalho desportivo com o atleta por ela profissionalizado
terá o direito de preferência para a primeira renovação deste contrato, cujo
prazo não poderá ser superior a 3 (três) anos, salvo se para equiparação de
proposta de terceiro. 10

Ou seja, o contrato de trabalho especial desportivo será por tempo


determinado, e não poderá passar o máximo de 5 anos, sendo o primeiro podendo
ser assinado aos 16 anos de idade com sua preferência de renovação do clube
formador do atleta.
Por fim, é relevante incluir a decisão do Ministro Marcio Eurico Vitral Amaro,
no que se refere a unicidade contratual celebrada e sobre reajustes salariais que
possam ser arguidos pelos atletas:
O art. 30, parágrafo único, da Lei nº 9.615/98, que revogou o art. 3º, II, da Lei
nº 6.354/76 determina que o contrato de trabalho entabulado entre a entidade
esportiva e o atleta profissional será por prazo determinado, nunca podendo
ser inferior três meses ou superior a cinco anos. Diante de tal previsão legal
específica, resulta inaplicável o disposto no art. 452 da CLT, porquanto
incompatível com aquela, ainda que celebrados vários contratos
sucessivamente (...). Assim, uma vez não reconhecida a unidade contratual,
não se há de falar em redução salarial, porquanto a remuneração ajustada
em cada um dos contratos ajustados, incomunicáveis entre si, é fruto da livre
pactuaçao entre as partes, restando ileso o art.7º, VI, da CF, o qual se aplica
a hipótese de redução salarial no curso do mesmo contrato de trabalho (RR

8 BRASIL. Lei nº 9.615 de 24 de Março de 1998. Institui normas gerais sobre desporto e dá outras
providências. Disponivel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9615consol.htm. Acesso em 12
de nov de 2020.
9 BASTOS Guilherme Augusto. Direito Desportivo. 1 edição. Brasília. Alumnus, 2014, pag. 59.

10BRASIL. Lei nº 9.615 de 24 de Março de 1998. Institui normas gerais sobre desporto e dá outras
providências. Disponivel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9615consol.htm. Acesso em 12
de nov de 2020.
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nº 60600-24.2004.5.01.0024, julgado em 17/10/2012, acordão publicado no


DJ de 26/10/2012).11

Vejamos as seguir o que se entende sobre a lei 9.615/98 e suas


configurações.
2.1 - LEI PELÉ
A Lei 9.615/98, conhecida popularmente como A "Lei Pelé" ou "lei do passe
livre", surgiu no ano de 1998, com o intuito de instituir normas gerais sobre desporto
e também dar outras providências.12 Ela trouxe mais segurança jurídica no que diz
respeitos aos atletas. Porém, tal lei não é a pioneira a tratar sobre a legislação
esportiva. É sucessora da Lei Zico, criada no ano de 1993. Antes de explicar o que é
a lei Pelé, vamos entender o motivo de sua criação, passando então por sua
antecessora.
A Lei nº 8.672, conhecida mais como Lei Zico, que faz alusão ao grande
jogador de futebol que passou por times como Flamengo e a seleção Brasileira, trazia
consigo modernidades na lei sobre o desporto que antes não existiam, como a
liberdade de associação. Sobre a lei, o Professor Álvaro melo filho explica os fatos
inovadores trazidos pela lei:
Com a lei Zico, o conceito de desporto, antes adstrito e centrado apenas no
rendimento, foi ampliado para compreender o desporto na escola e o
desporto de participação e lazer; a Justiça Desportiva ganhou uma estrutura
mais consistente; facultou-se o clube profissional transformar-se, constituir-
se ou contratar sociedade comercial; em síntese, reduziu-se drasticamente a
interferência do Estado fortalecendo a iniciativa privada e o exercício da
autonomia no âmbito desportivo, exemplificada, ainda, pela extinção do velho
Conselho Nacional de Desportos, criado no Estado Novo e que nunca perdeu
o estigma de órgão burocratizado, com a atuação cartorial e policialesca no
sistema desportivo, além de cumular funções normativas, executivas e
judiciais. Ou seja, removeu-se com a "lei Zico" todo o entulho autoritário
desportivo, munindo-se de instrumentos legais que visavam a facilitar a
operacionalidade e funcionalidade do ordenamento jurídico-desportivo, onde
a proibição cedeu lugar a indução.13

Apresentou uma visão de forma mais detalhada, abrindo um diálogo mais


aberto entre clubes e jogadores e instituindo normas que foram mais tarde reutilizadas
pela Lei Pelé. Proporcionou ainda, uma redução de interferência consideravelmente
drástica do Estado, passando parte desta antiga autonomia para empresas privadas.

11 BASTOS Guilherme Augusto. Direito Desportivo. 1 edição. Brasília. Alumnus, 2014, pag. 64.

12SILVEIRA Leandro Ricardo. Entenda a Lei Pelé e a Medida Provisória MP 984 de 2020. Estratégia
concursos, 12/07/2020. Disponível em: https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/entenda-a-lei-
pele-e-a-medida-provisoria-mp-984-de-2020/. Acesso em 23 de setembro de 2020.

13 MELO FILHO, Álvaro. Futebol brasileiro e seu arcabouço jurídico. Migalhas. Disponível em:
https://migalhas.uol.com.br/depeso/26148/futebol-brasileiro-e-seu-arcabouco-juridico. Acesso em 22
de setembro de 2020.
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Sendo assim, a Lei Zico para o cenário esportivo nacional, modernizou e


desburocratizou o esporte dando a possibilidade de maior autonomia dos entes
desportivos em relação ao Estado.14
Pois bem, para acrescentar mais transparência e profissionalismo do
esporte, foi revogada a Lei Zico, em março de 1998. Após, surge a Lei Pelé n 9.615/98,
na qual mantem as inovações da lei antecessora e traz novas contribuições para o
desporto.
Lei Pelé teve origem quando Pelé foi Ministro dos Esportes – participou do
governo Fernando Henrique Cardoso entre os anos de 1995 e 1998, deixando
o governo logo após a lei que leva o seu nome ter sido aprovada. Alguns
doutrinadores acreditam que a Lei Pelé não é nada além do que uma mera
cópia da Lei Zico. 15

O ilustre advogado Mauro Lima Silveira discorre sobre a lei pele:


Contudo, foi em 1993 que a legislação desportiva começou a sofrer suas
maiores transformações. A lei 8.672, a lei Zico, de autoria do secretário de
esportes Arthur Antunes Coimbra jamais teve aplicação, mas teve real
influencia na lei pele. Esta simplesmente copiou a maioria dos desportivos
daquela. Impelido por razoes que nos fogem discutir, o Ministro Extraordinário
dos Esportes Edson Arantes do Nascimento entendeu que a legislação
desportiva não deveria chamar-se de lei Zico e sim lei pele. E assim nasceu
este atentado ao desporto brasileiro, repleto de inconstitucionalidade e
desrespeito ao desporto nacional. 16

Sobre o passe que a Lei Pelé extinguiu o professor Álvaro melo entende
que:
dotada de natureza reativa, pontual e errática, que, a par de fazer a
"clonagem jurídica" de 58% da lei Zico, trouxe como inovações algumas
"contribuições de pioria": o fim do "passe" dos atletas profissionais resultando
numa predatoriedade e promiscua relação empresário/atleta; o reforço ao
"bingo" que é jogo, mas não é desporto, constituindo-se em fonte de
corrupções e de lavagem de dinheiro, geradores inclusive de CPI; e, a
obrigatoriedade de transformação dos clubes em empresas, quando mais
importante que a roupagem jurídica formal é a adoção de mentalidade
empresarial e profissional dos dirigentes desportivos. Ou seja. A lei pele,
produto de confronto e não de consenso, com ditames que usaram a exceção
para fazer regra, restabelece, de forma velada e sub-reptícia, o
intervencionismo estatal no desporto, dissimulada pela retorica da

14 CORREIA DE MELO Pedro Herrlein. A LEI PELÉ E O FIM DO PASSE NO DESPORTO


BRASILEIRO. Ambito juridico, disponivel em: https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-35/a-lei-
pele-e-o-fim-do-passe-no-desporto-brasileiro/#_ftn1. Acesso em 22 de setembro de 2020.

15 COMO A LEI PELÉ IMPACTA NOS DIREITOS E DEVERES DESPORTIVOS. Nepomuceno soares,
2018. Disponível em: https://nepomucenosoares.com.br/como-a-lei-pele-impacta-nos-direitos-e-
deveres-desportivos/. Acesso em: 25 de setembro de 2020.
16 MELO FILHO, Álvaro. Futebol brasileiro e seu arcabouço jurídico. Migalhas. Disponível em:

https://migalhas.uol.com.br/depeso/26148/futebol-brasileiro-e-seu-arcabouco-juridico. Acesso em 22
de setembro de 2020.
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modernização, da proteção e do elevado interesse social da organização


desportiva do país.17

Por mais que a Lei Pelé dite suas regras para o futebol, também institui
normas gerais sobre esporte e outras providências. "Ou seja, ela organiza e rege
práticas esportivas formais e não formais, garantindo a regularidade e a qualidade por
meio do Sistema Brasileiro Desportivo"18.
Ou seja, todos os atletas profissionais que possuem algum tipo de contrato
de trabalho desportivo com alguma exclusividade a entidade de sua modalidade, com
todos os direitos que o mesmo possa exigir, como remuneração definida e suas
clausulas compensatórias. Sem dúvida, todas as regras criadas pela lei, ocasionaram
em mudanças significativas ao esporte, principalmente a profissionalização do atleta
por meio de seu contrato de trabalho formal.19
A lei pele, como visto, tem segmentos favoráveis e desfavoráveis para
alguns juristas, porém, o que não deve ser negado são que o clube deve reagir por tal
lei e seguir seus artigos. Como o assunto base deste trabalho é o treino separado, a
própria lei nos diz no artigo 34 que:
Art. 34. São deveres da entidade de prática desportiva empregadora, em
especial:

II - Proporcionar aos atletas profissionais as condições necessárias à


participação nas competições desportivas, treinos e outras atividades preparatórias
ou instrumentais;20
A privação de um atleta de alto rendimento de exercer sua atividade
pactuada em contrato beira ao esquizofrênico, pois faz parte da vida de um
profissional de alto rendimento, como o futebol, manter seu físico sempre em alta,
para ter melhores condições de ser escalado como titular da equipe principal, caso o
mesmo seja negado de praticar o que é seu por direito o mesmo pode perder seu
condicionamento físico, que é sua maior "arma" para trabalhar.

Ou seja, o atleta deve ter as condições necessárias para treinar e participar das

17 MELO FILHO, Álvaro. Futebol brasileiro e seu arcabouço jurídico. Migalhas. Disponível em:
https://migalhas.uol.com.br/depeso/26148/futebol-brasileiro-e-seu-arcabouco-juridico. Acesso em 22
de setembro de 2020.

18 PATUSSI Nilo. A LEI PELÉ É PARA TODOS. Lei em campo o canal do direito desportivo,
16/01/2019. Disponível em: https://leiemcampo.com.br/a-lei-pele-e-para-todas-as-modalidades/.
Acesso em 03 de outubro de 2020.
19PATUSSI Nilo. A LEI PELÉ É PARA TODOS. Lei em campo o canal do direito desportivo, 16/01/2019.

Disponível em: https://leiemcampo.com.br/a-lei-pele-e-para-todas-as-modalidades/. Acesso em 03 de


outubro de 2020.

20BRASIL. Lei nº 9.615 de 24 de Março de 1998. Institui normas gerais sobre desporto e dá outras
providências. Disponivel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9615consol.htm. Acesso em 12
de nov de 2020.
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competições, nada consta ali o treino em separado, pois por mais que virou uma forma
cultural a ser seguida pelos clubes, não consta em lei e caracteriza o assédio moral.

Na qual, o assédio moral pode ser correlacionado com a aplicação do Art.


5º, X da CF21, na qual exige o pagamento indenizatório por dano moral ao atleta, já
que o mesmo acaba por sofrer com as violações de seus direitos concedidos,
previstos na já mencionada Constituição federal.

2.2 OBRIGAÇÃO DE POSSIBILITAR A PREPARAÇÃO FÍSICA E CAPACIDADE


PARA PARTICIPAR DAS PARTIDAS
Como o título revela, o clube por qual o atleta está empregado, deve, como
consta em contrato, obrigatoriamente possibilitar a preparação física do atleta. Se o
mesmo vai ter participações em partidas já é outro assunto, pois isto depende da ideia
do treinador para a formação do seu time ideal. Porém, deve ficar claro que por mais
que não seja um jogador regular, titular, o mesmo deve estar em dia com sua
preparação física dada pelo clube caso o treinador precise deste atleta.
O atleta precisa estar em dia com seus condicionamentos físicos, pois, para
aguentar um jogo dinâmico e veloz por 90 minutos, o jogador precisa estar bem
preparado. Além disso, durante uma partida, utiliza-se movimentações tanto lentas
como em cargas altas de intensidades.22
Como dito no capítulo anterior, a lei Pelé resguarda o atleta e lhe garante
por lei, a obrigação do clube em lhe dar a preparação física. Como consta no artigo a
seguir:
Art. 34. São deveres da entidade de prática desportiva empregadora, em
especial:
II - Proporcionar aos atletas profissionais as condições necessárias à
participação nas competições desportivas, treinos e outras atividades preparatórias
ou instrumentais;23
Saliento, que dentre os deveres que a entidade de prática desportiva
empregadora, deve proporcionar aos seus atletas sejam eles profissionais ou não, as
devidas condições para à participação nas competições oficiais, treinos e outras
atividades de preparação física e instrutiva. Ocorrendo assim, de forma genérica o
que se entende a respeito à higidez física e psicológica do atleta, escondendo o psico-

21 Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado


Federal. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em
12 de nov. de 2020.

22 BLOG educação física. GUIA DEFINITIVO: A RELEVÂNCIA DA PREPARAÇÃO FÍSICA NO


FUTEBOL, [S.I] [2017?], Disponível em: https://blogeducacaofisica.com.br/preparacao-fisica-no-
futebol/. acesso em 05 de outubro de 2020.

23BRASIL. Lei nº 9.615 de 24 de Março de 1998. Institui normas gerais sobre desporto e dá outras
providências. Disponivel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9615consol.htm. Acesso em 12
de nov de 2020.
9

terror neste meio24. Afinal, se a lei que rege sobre os clubes e a Confederação
Brasileira de Futebol, vulgo CBF, dita e os obriga, de certa forma, a "proporcionar as
condições necessárias"25, por que os clubes não seguem a legislação e, permitem as
humilhações feitas atleta como ser separado de seu grupo de jogadores para treinar
em separado?
Neste caso, o atleta profissional está garantido por lei, que, o clube deve
sim, prestar as condições necessárias para um bom condicionamento físico, caso o
clube não cumpra com sua obrigação, o atleta pode pedir a rescisão do contrato com
seu clube e denunciá-lo ao Ministério Público do Trabalho. Tudo assegurado pelo
artigo § 2º, II, do art. 28, da lei Pelé, com redação dada pela lei 12.395/11:
Art. 28. A atividade do atleta profissional é caracterizada por remuneração
pactuada em contrato especial de trabalho desportivo, firmado com entidade
de prática desportiva, no qual deverá constar, obrigatoriamente: (Redação
dada pela Lei nº 12.395, de 2011).

II - cláusula compensatória desportiva, devida pela entidade de prática


desportiva ao atleta, nas hipóteses dos incisos III a V do § 5o.

§ 2º São solidariamente responsáveis pelo pagamento da cláusula


indenizatória desportiva de que trata o inciso I do caput deste artigo o atleta
e a nova entidade de prática desportiva empregadora. (Redação dada pela
Lei nº 12.395, de 2011). 26

Pois bem, fica claro por lei que o clube tem obrigação legal e caso não
cumpra com as suas obrigações com seus atletas, os mesmos podem pedir a rescisão
de seus contratos sem prejuízo financeiro.
Mas e quando o atleta vem jogando, tem seu porte físico no auge e sem
demais explicações o clube o coloca para o treino em separado? Existe motivo cabível
para tal ato? Será que o ato não mexe psicologicamente com o atleta?

3 - CARACTERIZAÇÃO DO ASSÉDIO MORAL

24 MIRANDA Martinho Neves. O assédio moral na atividade desportiva. in RAMOS, Rafael Teixeira
(coord.) Direito do trabalho desportivo- Homenagem ao professor Albino Mendes Baptista- Atualizado
com a Lei que alterou a Lei Pelé- Lei nº 12.395 de 16 de março de 2011. São Paulo: Quartier Latin,
2012. p.413.
25 Art. 34. São deveres da entidade de prática desportiva empregadora, em especial:

II - Proporcionar aos atletas profissionais as condições necessárias à participação nas


competições desportivas, treinos e outras atividades preparatórias ou instrumentais;

26 BRASIL. Lei nº 12.395 de 16de Março de 2011. Altera as Leis nº s 9.615, de 24 de março de 1998,
que institui normas gerais sobre desporto, e 10.891, de 9 de julho de 2004, que institui a Bolsa-Atleta;
cria os Programas Atleta Pódio e Cidade Esportiva; revoga a Lei nº 6.354, de 2 de setembro de 1976;
e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2011/lei/l12395.htm Acesso em 12 de nov. de 2020.
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Antes de explicar o que é assédio moral sobre os olhares do Direito, segue


a explicação de modo psíquico, explicada ilustremente pelo juiz de trabalho PAULO
EDUARDO VIEIRA DE OLIVEIRA:
O assédio moral é um fenômeno psíquico-social cuja existência é tão remota
quanto a de qualquer grupo ou coletividade. Atitudes hostis e agressivas de
um determinado individuo em relação a outro sempre ocorreram em qualquer
contexto social e, por isso, também podem ocorrer no ambiente de trabalho,
onde homens e mulheres passam grande parte do seu dia e para onde
transportam o melhor e pior de sua condição humana. 27

Nos mostra que ao sofre qualquer tipo de humilhação, no meio de seu


ambiente de trabalho, o empregado acaba por sofrer consequências mentais, nas
quais os leva a sofrer e conhecer o pior lado do seu semelhante.
Ainda, o mesmo caracteriza algumas situações que configura assédio
moral:
O assédio moral pode se caracterizar de diversas formas distintas como
chantagem afetiva, ignorância, humilhações, degradações, desqualificações,
exclusão, falta de reconhecimento, falta de consideração, encorajamento a
autodestruição etc. Toda esta violência cotidiana inicia-se no seio da família
e é esta aprendizagem que os assediadores veiculam fora da família, no lugar
público que é a vida profissional ou associativa. 28

Nada mais que exposições humilhantes que o indivíduo recebe no seu meio
de trabalho, ocasionado por seus próprios colegas ou até mesmo por seus
empregadores, no qual é a mais comum dos casos.
Juridicamente o assédio moral encontra-se no capítulo da responsabilidade
por dano causado a outrem, e a consequente obrigação do agressor de indenizar a
vítima, com fundamento nos artigos 5º V e X, da Constituição Federal29, e artigos 186,
187 e 927 e seguintes do Código Civil30.
O Ministro aposentado do TST, Pedro Paulo, caracteriza o assédio moral
como sendo:
Constitui o assédio moral o conjunto de comportamentos que expõem o
trabalhador a situações humilhantes e constrangedoras no ambiente de

27 PAULO EDUARDO VIEIRA DE OLIVEIRA Juiz do trabalho livre-docente em Direito do Trabalho pela
USP. Professor de Direito do Trabalho da USP. ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO:
CARACTERIZAÇÃO E CONSEQUÊNCIAS, R EDITORA LTDA. São Paulo, SP Brasil, Setembro, 2013
Versão impressa, pag 11.
28 PAULO EDUARDO VIEIRA DE OLIVEIRA Juiz do trabalho livre-docente em Direito do Trabalho pela

USP. Professor de Direito do Trabalho da USP. ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO:


CARACTERIZAÇÃO E CONSEQUÊNCIAS, R EDITORA LTDA. São Paulo, SP Brasil, setembro, 2013
Versão impressa, pag 12.
29 Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado

Federal. Disponivel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em


12 de nov de 2020.
30 BRASIL. Código Civil Brasileiro. Lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília.

Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm. Acesso em 12 de nov de


2020.
11

trabalho de forma repetitiva, de modo a ofender sua honra, sua imagem, sua
vida privada ou sua imagem, a teor do artigo 5º, X, da Constituição Federal. 31

Existem neste contexto, inúmeras situações que fazem o empregado ser


vítima desse tipo de violência, como "acusar o trabalhador de erros que não existem
de fato; forçar o empregado a pedir demissão; impor metas abusivas ou de difícil
atingimento; Xingamentos e agressões verbais;"32
Porém, como classifica Lucas Queiroz Fernandes, advogado especialista
em Direito Desportivo, o assédio moral "não está normatizado no ordenamento
jurídico, estando apenas definido na jurisprudência e nas doutrinas"33 e afirma que:
Tal comportamento é conceituado, no sistema jurídico brasileiro, como toda
e qualquer conduta abusiva (gestos, palavras, escritos, comportamentos,
atitudes) que, intencional e frequentemente, fira a dignidade e a integridade
física ou psíquica de uma pessoa, ameaçando seu emprego ou degradando
o clima de trabalho. A vítima escolhida é isolada do grupo sem explicações,
passando a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada, culpabilizada e
desacreditada, e é forçada a desistir do emprego. 34

Fica ainda mais claro os tipos de humilhações que os trabalhadores sofrem


de seus colegas e empregadores. Mas o que nos importa neste texto, é sobre o atleta
profissional de futebol e, como explicou brilhantemente Lucas Queiroz Fernandez, em
suas palavras, "a vítima escolhida é isolada do grupo sem explicações"
(FERNANDEZ, 2016, Jus Brasil). A importância desta afirmação reforça a prática que
muitos clubes de futebol tomam como atitude: Isolar jogadores. Prática recorrente,
que caracteriza o assédio moral com o atleta, ao colocar em treinos separados.
A prática de assédio moral não foge das "quatro linhas" e os jogadores não
estão livres desse tipo de prática.
O que se pode notar dentro do assédio moral desportivo, é, que não a um
concesso acerca de suas práticas assediadoras. O pensamento por parte de alguns
autores, de que algumas situações e práticas, deviam ser encaradas de maneira mais

31 MANUS Pedro Paulo. O ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO E A RESPONSABILIDADE DO


EMPREGADOR, Revista Consultor Jurídico ,28 de junho de 2019, 8h00. Disponível em:
conjur.com.br/2019-jun-28/reflexoes-trabalhistas-assédio-moral-trabalho-responsabilidade-
empregador. acesso em 05 de outubro de 2020.

32 CHC ADVOCACIA. O QUE CARACTERIZA ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO? [S.I] [2018?],


disponível em: https://chcadvocacia.adv.br/blog/assedio-moral-no-trabalho/, acesso em 09 de outubro
de 2020.
33 FERNADEZ Lucas Queiroz, Assédio moral no futebol e o dever de indenizar, Jus Brasil, 14 de

junho de 2016. Disponivel em: https://lucasqf05.jusbrasil.com.br/artigos/349021043/assedio-moral-no-


futebol-e-o-
deverdeindenizar#:~:text=28%20da%20Lei%20Pel%C3%A9%2C%20n%C2%BA,de%20atletas%20d
e%20alto%20rendimento.&text=Neste%20caso%2C%20o%20atleta%20poder%C3%A1,penal%20e%
20da%20verba%20rescis%C3%B3ria. Acesso em 12 de outubro de 2020.
34 FERNADEZ Lucas Queiroz, Assédio moral no futebol e o dever de indenizar, Jus Brasil, 14 de

junho de 2016. Disponivel em: https://lucasqf05.jusbrasil.com.br/artigos/349021043/assedio-moral-no-


futebol-e-o-
deverdeindenizar#:~:text=28%20da%20Lei%20Pel%C3%A9%2C%20n%C2%BA,de%20atletas%20d
e%20alto%20rendimento.&text=Neste%20caso%2C%20o%20atleta%20poder%C3%A1,penal%20e%
20da%20verba%20rescis%C3%B3ria. Acesso em 12 de outubro de 2020.
12

rígida e, não deixar de lado omissões corriqueiras dentro dos clubes de futebol. Um
destes autores, Francisco Pérez Amorós, sustenta que:
todas as modalidades de assédio laboral conhecidas tornam-se praticáveis
no âmbito do esporto profissional, mas são várias as que se podem
apresentar agrupadas sob um mesmo título: a separação do futebolista do
conjunto de jogadores que formam a equipa 35

É importante destacar, que neste contexto de humilhações que o assédio


proporciona, o mais usual é a exclusão do atleta do grupo de jogadores, que vem
acompanhada de outras situações vexatórias, como destacado no início deste
capítulo, que acaba por contribuindo para a estafa mental e física do atleta
profissional.

Contribuindo para a chave central deste artigo, o treino em separado, na


qual o atleta passa a treinar isolado de seus colegas, sem nenhuma estimativa de
volta ao grupo principal, sem a devida oportunidade de voltar a participar de
competições importantes.
Mas afinal: O treino em separado no qual é posto o atleta, pode ser
caracterizado como um assédio moral?

3.1 - O TREINO EM SEPARADO PODE SER CARACTERIZADO COMO ASSÉDIO


MORAL NO FUTEBOL?
Sim. Como foi explicado no capítulo anterior, o treino em separado se
engloba nas características de assédio moral, por isso não teria outra afirmação a não
ser a positiva tratando-se desta pergunta.
Porém, não seria de bom tom afirmar, que a não utilização de algum
jogador profissional em determinada competição oficial, é, um atentado a dignidade
do atleta. A sua utilização ou não, depende do que o técnico do clube pensa sobre o
esquema tático da partida, é trivial, pois isso são questões desportivas36, totalmente
diferente do atleta sofrer penalidades, por exemplo, de sua não aceitação do valor
oferecido por seu salário. A recorrência de exposições vexatórias37 que são a raiz do
problema.
Aqueles que deviam proporcionar um ambiente de trabalho convidativo,
acaba por provocar um terror psicológico no empregado, causando agressões de
inúmeros motivos. Como a retaliação feita ao atleta pelo clube, por motivos contrários
impostos pelo mesmo ou até por aquele que devia ser imparcial no momento de

35 AMORÓS, Francisco Pérez. O assédio psíquico laboral dos futebolistas profissionais. Desporto
& direito. Revista Jurídica do Desporto, n º8. Ano III, jan./abr. Coimbra: Coimbra Editora, 2006. p.281.
36 MARANHÃO, Ney. Meio ambiente laboral futebolístico e responsabilidade civil. in BASTOS,

Guilherme Augusto Caputo; BELMONTE, Alexandre Agra; MELLO, Luiz Philippe Vieira de. Direito do
trabalho desportivo: os aspectos jurídicos da Lei Pelé frente às alterações da Lei. n. 12395/2011. São
Paulo: LTr, 2013. p.192.
37 MIRANDA, op.cit., p.417; MIRANDA, Martinho. O desporto alheio à regulamentação do Estado.

Revista Brasileira de Direito Desportivo nº 18. São Paulo: IBDD, jul./dez 2010. Disponível em:
http://www.martinhonevesmiranda.com.br/tag/estado/. Acesso em 23 de outubro de 2020.
13

escolha de grupo e das ações e omissões pautadas em tendências malévolas ou


como forma de punição disciplinar (cristalinamente abusiva)38.

No período pré Lei Pelé, os clubes abusavam da chamada "lei do passe",


no qual o atleta ficava preso ao clube empregador, não podendo ficar livres deles
mesmo estando sem contrato. Dito isso, enquanto um emprego comum, o empregador
afastaria seu empregado do ambiente de trabalho, o assédio no meio futebolístico
ingere danos psicológicos, pois ele se infiltra na mente do atleta, causando estafa
mental por amarrar o mesmo ao clube empregador39 para o atleta não se desvincular
do clube a não ser quando o mesmo decidir, isto claro, em benefício próprio.
Não é incomum o clube pressionar o atleta para consentir em a favor de
uma transferência, que apenas serve em prol do empregador ou em alterações
contratuais, como dito acima, sobre valores salariais injustos ao atleta.

Vale destacar que, os episódios mais comuns de assédio moral, se referem


a exclusão total do profissional do seu grupo regular, assim como as demais formas
de hostilização já destacados neste artigo científico. O grande catalizador de tal
impedimento de treinar como constava em contrato, quantos treinos separados de seu
grupo, em horários diferentes e com o número de jogadores reduzidos, não
participação em competições oficiais, são as mais recorrentes dos tipos de assédios
morais que iremos encontrar presas dentro dos obscuros vestiários e concentrações
destes atletas. Mas a alguma garantia com a lei que proteja o empregado de seus
empregadores?

O atleta poderia se assegurar, se fosse o caso, pelo artigo Artigo 483 do


Decreto Lei nº 5.452 de 01 de maio de 1943, nos seguintes tópicos:
Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a
devida indenização quando:

...

c) correr perigo manifesto de mal considerável;

d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;

e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua


família, ato lesivo da honra e boa fama; 40

38 Explico: "As penalidades previstas na legislação trabalhista são: advertência verbal; advertência
escrita; suspensão; e demissão. Para os atletas profissionais de futebol ainda existia a multa, de acordo
com o art.15 da Lei 6.354/76, mas que foi revogada pela Lei nº 12.395/11. O afastamento do atleta do
grupo normal de trabalho, portanto, pode ocorrer por razões técnicas, mas não disciplinares." SOUZA
NETO. Fernando Tasso de. O direito/dever de ocupação efetiva. In: RAMOS, Rafael Teixeira (coord.)
Direito do trabalho desportivo- Homenagem ao professor Albino Mendes Baptista- Atualizado com a Lei
que alterou a Lei Pelé Lei nº 12.395 de 16 de março de 2011. São Paulo: Quartier Latin, 2012. p.168.
39 VARELA, Maria Helena Carvalho Athayde. Assédio moral no futebol profissional. Dissertação de

Mestrado em Ciências Jurídico-laborais do Instituto Universitário de Lisboa. Orientador: Prof. Dr. João
Carlos da Conceição Leal Amado. Lisboa: 2015. p.02.
40 BRASIL. Decreto-Lei nº 9.615 de 1 de Maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.

Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em 12 de nov. de


2020.
14

O artigo 483, assegura legitimamente o profissional afetado, pois ao


analisar o item "c", "correr perigo manifesto de mal considerável", basicamente,
medindo semelhanças com nosso tema de trabalho, que ao colocar um atleta para
treinar com um jogador secundário, de categoria de base, que não tem os preparos
maturados ainda, pode prejudicar e causar mal ao esportista excluído, pois uma
entrada mais dura pode veemente encerrar a carreira do atleta que ali foi obrigado a
treinar.

Nem é preciso ir muito longe, o item "d" já dá por "encerrado" qualquer


margem de dúvida que tal artigo possa efetivamente beneficiar o prejudicado. "Não
cumprir o empregador as obrigações do contrato", ao colocar o atleta para treinar em
separado e não lhe dar o suporte que foi acertado no momento de assinatura de
contrato. Já configura a falha do empregador o empregado pode sim, pedir a rescisão
do contrato.
Se tratando de lei em face desportiva, o atleta pode pedir mora
remuneratória contumaz, prevista no artigo 31 da Lei Pelé41, em junção com o artigo
483 CLT dão força aos empregados pedirem por seus direitos contratuais, sendo
qualquer empregado ou aqueles considerados empregados especiais, como os
jogadores de futebol, como previsto no artigo 34 da Lei Pelé, inciso II, prevendo que
é de competência do clube, proporcionar "as condições necessárias à participação
nas competições desportivas, treinos e outras atividades preparatórias ou
instrumentais".
O direito de o jogador jogar ou não, tem por sua base uma relatividade
específica. Para se chegar ao ponto de não participar de jogos oficiais, é um ponto, já
que o jogador tem direito de treinar, mas não especificamente de jogar42. Já o atleta
não ter nenhuma oportunidade e, sofrer com a perda de ter seu físico comprometido
por ser colocado em treino separado, é outro.
Quem decide quem joga e quem não joga, na teoria seria de opção do
treinador da equipe. Afinal, um grupo de jogadores tem em média 30 atletas, mas
apenas 11 serão escalados para a partida. Ou seja, o jogador apenas entrara em uma
partida, oficial ou não, “se e quando a entidade empregadora, através dos
competentes técnicos ou treinadores, o determinar”43.
Resumindo, para a participação de partidas e estar entre os titulares,
depende de como o treinador do clube, ache do desempenho do atleta se o mesmo
tem qualidade técnica para, digamos, "fardar".
Evidentemente, vale salientar, que para os atletas estarem com uma
qualidade técnica, no seu auge físico, deve ter treinos de qualidade para seu melhor
aprimoramento. É essencial que os treinos tenham qualidade técnica que o futebol

41 Art. 31: A entidade de prática desportiva empregadora que estiver com pagamento de salário de
atleta profissional em atraso, no todo ou em parte, por período igual ou superior a 3 (três) meses, terá
o contrato especial de trabalho desportivo daquele atleta rescindido, ficando o atleta livre para se
transferir para qualquer outra entidade de prática desportiva de mesma modalidade, nacional ou
internacional, e exigir a cláusula compensatória desportiva e os haveres devidos.
42 AMADO, João Leal. Vinculação versus Liberdade: o processo de constituição e extinção da

relação laboral do praticante desportivo. Coimbra: Coimbra Editora, 2002. p.270.


43 AMADO, João Leal. Entre a renovação e a hibernação: assédio moral no desporto. in Desporto

& Direito, Revista Jurídica do Desporto, nº 31, Ano XI. Coimbra: Coimbra Editora, 2014. p.29.
15

atualmente exige. Só assim, por seus próprios meios, o atleta pode conquistar seu
espaço na equipe titular. Mas a proibição do atleta de treinar com o grupo principal,
escancara o que os dirigentes têm mais medo de sair a público: O assédio moral que
o jogador sofre nas mazelas dos centros de treinamentos.
Ao negar o jogador de treinar, o clube empregador, não está cumprindo
com seus deveres e não está disponibilizando as condições necessárias a suas
participações nos jogos das competições44.

Cabe esclarecer que o treino em separado não será configurado assédio,


no memento que o atleta treine apenas por estar lesionado ou até mesmo por motivos
técnicos, não se enquadra. Já que se o clube optar que o atleta treine em separado
apenas para fortalecer alguma parte de seu físico ou para treinar, como exemplo, a
cobrança de faltas, será totalmente valido e não fere quaisquer direitos do atleta
tratados neste trabalho.
Porém, se o empregado desportivo for afastado por nenhum motivo claro
ou por retalhamento por parte dos dirigentes do clube, com o objetivo de punir o atleta,
constrangendo-o perante seus colegas, ocasionado em fadigas psicológicas ou
simplesmente afastá-lo para não realizar ao pagamento da cláusula compensatória
desportiva, ficará clara a caracterização do assédio.

3.2 - APLICAÇÃO CASO CONCRETO


Neste âmbito, tivemos o caso que envolveu o jogador Felipe Bertasso e o
Sport Clube Corinthians. O atleta em questão, foi goleiro do clube por
aproximadamente 3 anos com a redoma de titular do time. Passou sem maiores
explicações a ser colocado para o treinamento em separado dos demais colegas de
seu grupo.
Logo se soube que o motivo foi que os dirigentes estavam tratando de uma
negociação do atleta com um clube italiano, o Genova, no qual o jogador manifestou
em público, seu interesse pessoal de deixar o clube, ocasionado em um desconforto
com a diretoria do empregador. Dada frustrada a transação, por motivos de
modificações da legislação italiana, que reduziu o número de jogadores estrangeiros
para jogar em clubes italianos. Ou seja, o Genova não poderia contratar o jogador
brasileiro.
O jogador continuou afastado do grupo principal e, de acordo, com as
alegações do próprio, os treinos ocorriam em turnos diferentes do grupo principal e a
preparação dos treinos não era a adequada para o mesmo manter seu físico em
forma, sempre pensando em voltar a titularidade, o que segundo ele, seria
caracterizado em assédio moral.
Frisou que o clube, Corinthians, não tinha a menor vontade para
acrescentá-lo o grupo principal ou usá-lo para competições oficiais. O clube refutou

44SOUZA NETO. Fernando Tasso de. O direito/dever de ocupação efetiva. in: RAMOS, Rafael
Teixeira (coord.) Direito do trabalho desportivo- Homenagem ao professor Albino Mendes Baptista-
Atualizado com a Lei que alterou a Lei Pelé- Lei nº 12.395 de 16 de março de 2011. São Paulo: Quartier
Latin, 2012. P.168,169.
16

quaisquer que fossem as acusações, alegando como ilegítimas por parte do atleta e
acrescentou que o motivo de tal afastamento foi para o jogador restabelecer seu porte
físico, visto que como goleiro, seu físico não era o adequado que o clube esperava
para tal posição.
Finalizou dizendo que como o atleta já havia feito sua despedida dos
demais integrantes do elenco, deduziu que não havia o interesse do mesmo em ser
integralizado ao time principal, para participar das tais "partidas oficiais", que o tal
alegou anteriormente perante a imprensa.45
O caso em questão configura o isolamento que o jogador sofreu e a
discrepante relação com os demais atletas do elenco, na qual o trabalho físico e o tipo
de tratamento que os demais recebiam como fortalecimento e condicionamento eram
diferentes do quais Felipe recebia no time "b". Porem a duas vertentes de afirmativa:
Se realmente o jogador foi afastado para restruturação do seu físico, para se
assemelhar aos seus companheiros, ou, por retaliação. O caso foi resolvido
extrajudicialmente46.
Vale ressaltar que a comprovação do direito-dever de sua ocupação efetiva
ou não, por meio do treino em separado, é complexo, já que pode ser fundado em
questões técnicas47, na qual as provas serão incumbidas ao clube empregador.
Casos como este do Felipe, por não estar bem fisicamente, já que seu
treino consiste em base de fortalecimento em academias e se baseia também em
pequenos amistosos com times inferiores ou com a própria categoria de base do
clube. Ou seja, por não possuir o treinamento necessário para ter um bom rendimento
físico em competições oficiais, o atleta acabara por prejudicado e não conseguira
voltar a ter o rendimento que antes tinha de ser colocado de lado por retaliação do
clube.

4 - CONCLUSÃO
Em suma, constatou-se a forma que o assédio moral é tratado de forma
velada pelos clubes de futebol. Observou-se o conceito e brevemente como se
identifica um assédio moral trabalhista, os tipos mais comuns e a sua impregnação na
mente de quem sofre a retaliação por parte dos seus colegas e empregadores.
Foi possível notar que a legislação brasileira no tocante a repressão do
assédio moral, passou por várias mudanças ao longo do tempo, conforme crescia a
necessidade de tornar as punições mais severas. Afinal, foram crescendo o número

45 TOBAR, Felipe Bertasso. Caso Felipe: jogador de futebol, assédio moral e direito à ocupação
efetiva. Revista Jus Navigandi, ano 16, nº 2811, 13 mar. 2011. Disponível
em:https://jus.com.br/artigos/18666/caso-felipe-jogador-de-futebol-assedio-moral-e-direito-a-
ocupacao-efetiva . Acesso em: 06 de novembro 2020.
46 Houve a rescisão de seu contrato e o jogador ingressou em outro clube.
47 Conforme Francisco Pérez Amorós: "Se um clube decide assediar futebolistas por meio de sua

separação do resto da equipa, como é conhecido, aduzirá sem mais motivos de ordem técnica, e
possivelmente sugerirá que "o mais conveniente para todos é que o desportista afectado aceite
propostas de contratação por parte de outros clubes". AMORÓS, Francisco Pérez. O assédio psíquico
laboral dos futebolistas profissionais. Desporto & direito. Revista Jurídica do Desporto, n º8. Ano III,
jan./abr. Coimbra: Coimbra Editora, 2006. p.283.
17

de casos de jogadores que começaram a denunciar e acionar o meio jurídico para


reaver seus direitos e, mostrar a torcida de seus clubes que ao serem postos em
treinos separados, não eram por falhas suas, e sim por retaliação que dirigentes
estavam fazendo com suas pessoas. Através da imposição da lei 9.615/1998 em seu
artigo 31, os atletas conseguiram dissolver seus contratos sem moras jurídicas e se
desvinculavam legalmente de seu clube e algozes que nele estavam.
Apesar de toda a evolução das leis brasileiras em combate ao assédio
moral, verifica-se que ainda são poucos os casos no Brasil que aparecem a grande
mídia, pois casos como o do atleta Felipe, é um dos vários que acontecem diariamente
nos vestiários de clubes de futebol. Percebe-se que a cultura do "deixa disso", e o
excesso de autoridade por parte de técnicos de futebol e seus dirigentes, acaba por
interferir e criar a cultura do atleta não reclamar e buscar o que é seu por direito,
sofrendo calado e pondo em risco seu condicionamento físico ao ser posto para
treinos fora do grupo principal sem a menor justificativa.
Por fim, cabe a necessidade de maior fiscalização de órgãos trabalhistas e
seus psicólogos, para verificar o que ocorre de fato com o atleta, conversando
diretamente com ele e não com seus superiores. Claro, sempre verificando de fato os
dois lados, para ninguém carregar um ônus que de fato não é próprio. O Assédio Moral
Trabalhista ainda ocorre muito no Brasil, e dentro do futebol, por ter uma cultura mais
machista, as vítimas, por vergonha ou até mesmo por desinformação, acabam não
denunciando, algo que necessita mudar urgentemente.

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