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UNIVERSDADE PAULISTA

ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA


Código da disciplina: 99A8

Trabalho de Atividade Prática


Supervisionada da disciplina de direito do
trabalho – O contrato de trabalho e os
jogadores de futebol, para Universidade
Paulista, sob a supervisão da
Coordenação.

Claucio Leme Braga


Matrícula: T043BD9
Gabriel Oliveira Brito
Matrícula: T072867
2022

A presente Atividade Prática Supervisionada proposta para o curso de direito


da UNIP, com o objetivo de aflorar nossos conhecimentos seja de pesquisa,
estudo e interpretação, apresentando questões que passamos a dispor:

1. INTRODUÇÃO

Os contratos de trabalho para jogadores de futebol só podem ser pactuados


entre a entidade de prática desportiva e o atleta. Não existe, nesse caso, a
relação de trabalho do empregador como pessoa física.

Nessa modalidade, o contrato é regido pelo vínculo desportivo, ainda, o atleta


deverá ser registrado na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), por direito
do clube, assim possuindo o pressuposto legal de atuação para jogar futebol.

2. RESUMO

O futebol é dispositivo legal elencado no artigo 217 da Constituição Federal


que rege os Direitos Desportivos e estabelece o dever de o Estado gerar
práticas desportivas formais e não formais.

O futebol é comumente falado como o esporte mais bem pago do mundo,


sendo irreal os valores pagos aos jogadores e o rol de investimento nos clubes.

Para que esse trâmite de contratação seja licitamente pactuado, é garantido


aos jogadores singularidades expressas no contrato profissional de futebol. Em
vista disso, a presente monografia elucida os principais tópicos do singular
contrato de jogador profissional de futebol.

3. O CONTRATO DE TRABALHO DOS JOGADORES DE FUTEBOL

O contrato trabalhista dos futebolistas possui particularidades não vistas em


contratos empregatícios eventuais. Portanto, aos que não possuem
conhecimento o atleta é um tipo de trabalhador.

Nesse sentido, professor Domingos Sávio Zainaghi, conceituou:

“O contrato de trabalho desportivo é aquele avençado entre


atleta (empregado) e entidade de prática desportiva
(empregador), através de um pacto formal, no qual resta claro
o caráter de subordinação do primeiro em relação a este
último, mediante remuneração e trabalho prestado de maneira
não eventual. Deve-se entender por formal como sendo o
contrato de natureza escrita.”

Do mesmo modo, outro conceito é apresentado pelo professor Vogel Neto:

“Como sendo o ajuste pelo qual um dos pactuantes de obriga


a desenvolver atividade desportiva de maneira não eventual
sob a direção do outro. Este último ficará responsável a pagar
ao primeiro ‘uma retribuição ajustada.”

Tais autores, conceituaram o contrato de trabalho dos atletas a luz da CLT.


Ainda outros autores como Gottschalk e Gomes qualificam como
“uma convenção pela qual um ou vários empregados,
mediante certa remuneração e em caráter não eventual,
prestam trabalho pessoal em proveito e sob direção do
empregador.”

Destaca-se que os contratos dos jogadores de futebol são regidos pela CLT,
pela Constituição Federal de 88 e pela Lei Pelé.

4. CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO

Parecido com o contrato comum estabelecido na CLT, os requisitos que tornam


o contrato desportivo válido são: onerosidade, subordinação, habitualidade e
pessoalidade.

De outro modo, as particularidades do contrato desportivo não são encontradas


em um contrato comum de trabalho.

Para melhor entendimento, o professor Fábio Menezes de Sá Filho, enuncia 8


(oito) principais singularidades, sendo elas:

“Esse contrato detém o caráter de Direito Privado, por ser


estabelecido mediante a autonomia de vontade das partes;

Há riscos a serem assumidos por parte de empregador pela


atividade escolhida, tendo o contrato, assim, caráter de
alteridade;

há a exclusividade, que acompanha o caráter de


subordinação, pois um mesmo atleta não pode firmar contrato
e, tampouco, atuar por mais de uma equipe, ao mesmo tempo;
tem natureza de ser sinalagmático, visto que há direitos e
deveres a serem cumpridos por ambos os partícipes do
negócio jurídico, demonstrando o caráter comutativo desse
contrato;

impera nos contratos dessa natureza o caráter de


consensualidade, em virtude de haver a necessidade de que
ambas as partes transijam, certificando as exigências de cada
um;

contém determinação temporal de validade, já que a lei exige


que esses contratos sejam por prazo determinado;

por ser de trato sucessivo, não se extingue com a ocorrência


de apenas um ato singular; e

existe ainda o caráter da bilateralidade, pois é firmada uma


relação jurídica contratual entre 2 (dois) pactuantes, o clube e
o atleta.”

5. Férias e Jornada de Trabalho

O atleta tem direito garantido de 30 (trinta) dias de férias, remuneradas e


conforme o Art. 25 da Lei 6.354/76, as férias deverão ocorrer quando do
recesso da prática de futebol. Ainda como apresentado no parágrafo único,
durante os 10 (dez) dias seguintes ao recesso, é vedada a participação do
atleta em qualquer competição com ingressos pagos. Este detalhe do artigo
tem o objetivo de preservar a o descanso mínimo para que o atleta recupere
seu condicionamento físico.
A jornada de trabalho é período em que o trabalhador fica à disposição do
empregado para exercer sua função. A jornada de trabalho do jogador de
futebol é regulamentada pela Lei Pelé 9 nº 9.615/98, no art. 35 traz a
informação de que o atleta deve “participar dos jogos, treinos, estágios e outras
sessões preparatórias de competições com a aplicação e dedicação
correspondentes às suas condições psicofísicas e técnicas.”

6. CONCLUSÃO

Este trabalho ilustrou o estudo sobre o contrato do atleta profissional de futebol.


Nele foram analisadas as principais características singulares desse contrato,
bem como as leis que o regem.

Pode se concluir que o futebol é não apenas um esporte de lazer, mas também
uma forma de trabalho com o passar dos anos que passou a ser regulamentada
primeiramente pela Lei Zico nº 8.672/93 e posteriormente pela Lei Pelé nº
9615/98.

BIBLIOGRAFIA

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