Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
• A Lei 6.354/1976, previa em seu art. 6º, que a jornada seria de 8 horas com limitação
semanal de 44h. Porém, através da redação do art. 96, a Lei 9.615/1998, determinou
a revogação desse artigo.
• Assim, considerando essa revogação dos artigos que tratavam sobre o tema, criou-se
uma grande controvérsia que fez parte da doutrina, defender a inaplicabilidade da
limitação da jornada semanal, dadas as peculiaridades que envolvem o profissional
do futebol.
• Contudo, após anos, com a redação dada pela lei 12.395/11, a Lei 9.615/1998 (“Lei
Pelé”) passou a dispor, no inciso VI, do § 4º, do seu art. 28, sobre jornada de trabalho
desportiva, fixando ela em 44 horas semanais.
Intervalo intrajornada é pelo artigo 71 da CLT, tendo em vista que a aplicação subsidiária da
Lei Pelé é a CLT e não há qualquer norma específica sobre isso na Lei Pelé.
ADICIONAL NOTURNO
Existe uma minoritária corrente que entende ser devido o adicional noturno ao atleta
profissional de futebol, tendo em vista a redação do art. 7º, IX, da Constituição Federal e uma
suposta ausência de previsão específica sobre o tema na Lei Pelé.
- O empregador não escolhe unilateralmente as datas e horários das partidas. As datas são
geralmente ajustadas entre a federação e a emissora detentora dos direitos de transmissão
(por exemplo: Federação Paulista de Futebol e Rede Globo).
- Os horários dos jogos se estendem até às 22h00, pois visam coincidir com o horário de lazer
dos torcedores que, direta ou indiretamente, sustentam as atividades econômicas esportivas e
os próprios salários dos atletas. E o salário deles é atrelado à quantidade de pessoas que está
consumindo as partidas.
- O artigo 28, parágrafo 4º, inciso III, da Lei Pelé traz a figura dos “acréscimos remuneratórios”:
Então, o artigo 28, parágrafo 4º, inciso III, da Lei Pelé traz a figura dos “acréscimos
remuneratórios”, devidos justamente pela participação em partidas, além de concentrações,
viagens e pré-temporada. Ou seja, todo e qualquer adicional ao salário do atleta por essa
participação em jogos deve ser considerado, exclusivamente, como “acréscimo
remuneratório”.
Assim, na minha visão, a Lei Pelé não é omissa. Ela disciplina a existência de uma verba
especial, sobre o salário, pela atuação do atleta em jogos de futebol, sem excepcionar dia,
horário ou local.
A concentração serve basicamente para preservar o jogador e auxiliar para que ele
tenha um melhor rendimento na competição. Nesse momento, o empregador pode até exigir
que o atleta se alimente adequadamente, observe as horas corretas de sono, abstenha-se de
ingerir bebidas alcoólicas e treine.
Portanto, o clube de futebol pode eliminar o risco de condenação em horas extras pelo
período de concentração, se houver cláusula que preveja o pagamento de acréscimo
remuneratório.