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Holmes Place Academy

Curso Técnico de Especialista de Exercício Físico [TEEF 5]

Lei de Base da
Atividade Física,
Seguro Desportivo e
Profissionais do Exercício
| Holmes Place Academy | Setembro de 2019

Disciplina:
Ética, Deontologia e Legislação do Fitness

Formando:
Felipe Aristimuño
Índice

1. Introdução .............................................................................................. 02
2. Desenvolvimento ....................................................................................... 02
4. Conclusão ............................................................................................ 05
5. Referências............................................................................................................
05

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1.Introdução

Neste trabalho, analisaremos um quadro de legislações básicas indicadas para


esta atividade, no sentido de percebermos o enquadramento legal da atividade física;
as obrigações das entidades/instituições promotoras de atividades de manutenção da
condição física (fitness); e a figura dos profissionais do exercício.

Neste sentido, apresentaremos uma breve leitura da Lei de Bases da Atividade


Física e do Desporto (Lei n o 5/2007 de 16 de janeiro); do diploma que estabelece o
seguro desportivo obrigatório (Lei n o 10/2009 de 12 de janeiro); e do decreto-lei n o
271/2009 de 1 de outubro, acerca da direção e orientação do exercício. Abordaremos
esta última lei por fazer parte da biografia indicada para esta disciplina, mas
sublinhamos que a mesma encontra-se atualmente revogada pela Lei no 39/2012 de
28 de agosto, onde é instituída figura do Técnico Especialista em Exercício Físico.

2.Desenvolvimento

2.1 Lei de bases da Atividade Física e do Desporto Lei n o 5/2007 de 16 de


janeiro

Esta lei define os princípios básicos das atividades desportivas, nomeadamente:

1) Princípio da universalidade e igualdade – decreta a atividade física e o desporto


como um direito de todos, promovendo o equilíbrio entre homens e mulheres.
2) Princípio da ética desportiva – introdução dos conceitos de “espírito desportivo”
e “verdade desportiva”: promover a paz, a competitividade saudável, combater
a dopagem, combater qualquer forma de discriminação.
3) Princípio da coesão e continuidade territorial – Combater assimetrias regionais
4) Princípio da coordenação, descentralização e colaboração – Todas as regiões do
país devem cooperar para a promoção do desporto e de modos de vida
saudável.

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Na área da atividade física, a lei prevê o desenvolvimento de políticas públicas para a
criação de espaços públicos aptos ao lazer, atividade física e desportiva; para a
inserção da atividade física nos hábitos quotidianos (pessoal, familiar e profissional).

A lei define, ainda, a necessidade de instituírem-se autoridades regulatórias, como o


Conselho Nacional do Desporto (administração Pública e associações desportivas); e a
Autoridade Antidopagem de Portugal (Administração Central).

A maior parte da lei centra-se no desporto (de competição, profissional e exibição),


sem qualquer menção ao exercício de manutenção da condição física ou à atividade
física não desportiva, mote deste curso de especialização tecnológica. Há, entretanto,
o estabelecimento de uma obrigatoriedade de seguro obrigatório (Artigo 42), definido
para modalidades desportivas, o que poderia ser aplicado aos profissionais do
exercício físico não desportivo.

2.2 Garantia de Assistência aos Banhistas

Consideramos desnecessário, no âmbito do curso de TEEF, abordar a Portaria


311/2015 de 28 de setembro, cujo objeto é aprovar o regime aplicável à atividade de
nadador-salvador. Isso porque no ponto “e” do Artigo 3 o desta Portaria, “Definições”,
o conceito de “Nadador-Salvador” é definido como: “os cidadãos habilitados com
curso de nadador-salvador certificado ou reconhecido pelo Instituto de Socorros a
Náufragos”. Ora, esta designação não se enquadra ao curso de Técnico Especialista
em Exercício Físico, cujos formandos não possuirão, ao término da formação, essa
certificação específica para socorro a náufragos/banhistas. Não consideramos,
portanto, o socorro aos banhistas como competência específica dos TEEF.

2.3 Seguro desportivo

O decreto-lei no 10/2009, de 12 de Janeiro, é o diploma que estabelece o regime


jurídico do seguro desportivo obrigatório. A partir deste decreto-lei, entendemos
como obrigatória a celebração de um contrato de seguro que proteja os agentes
desportivos e os praticantes de atividade desportiva em instalações abertas ao
público. No segundo ponto da obrigatoriedade, fica definido que essa obrigatoriedade
de celebração do contrato de seguro recai exclusivamente sobre as instituições
(“entidades que explorem infraestruturas desportivas abertas ao público e às

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entidades que organizem provas ou manifestações desportivas”), e não sobre
indivíduos (no nosso caso, Personal Trainers e clientes). Neste sentido, entendemos
que o profissional Técnico de Exercício Físico não tem obrigação de contratar um
seguro, mas sim a instituição para a qual ele venha a prestar serviços. No caso do
trabalho autónomo em espaço público, como em um ginásio ao ar-livre mantido por
alguma câmara municipal, caberia à autarquia mantenedora do espaço os devidos
seguros (no caso o seguro social público mesmo, que já existe para qualquer acidente
que ocorra na via pública).

O Técnico de Exercício Físico poderia enquadrar-se e beneficiar-se do seguro


obrigatório, conforme o artigo 7o deste Decreto-lei, ao identificar-se como “Agente
Desportivo”, na categoria de “Treinador de Desporto”. No artigo 16 o, são definidos os
montantes mínimos para as compensações a acidentes pessoais, com indemnizações
que vão dos 1.500 aos 50.000 Euros, conforme a gravidade das consequentes
sequelas. São definidos, ainda, os regimes sancionatórios, com a previsão de
aplicações de coimas às entidades que não contratem o seguro obrigatório, com
valores que vão dos 500 aos 3.000 Euros.

2.4 Direção técnica e orientação do exercício físico

O Decreto-Lei no 271/2009, de 1o de outubro, estabelecia a responsabilidade técnica


pela direção das atividades físicas e desportivas desenvolvidas em instalações que
prestam serviços na área da manutenção da condição física (fitness), designadamente
aos ginásios, academias ou clubes de saúde (healthclubs). Este decreto-Lei encontra-
se revogado pela Lei n. 39/2012 de 28 de agosto.

Instituiu-se, pela primeira vez neste decreto-lei, a figura do Diretor Técnico (DT),
pessoa que assume a responsabilidades pelas atividades físicas/desportivas que
ocorrem nas instalações desportivas. Sendo detentor do grau académico de licenciado
em desporto ou educação física, este profissional deveria manter-se atualizado com
cursos de formação contínua, requisito então exigdo para a atualização do título
profissional de DT. Este decreto-lei ainda considerava a necessidade do grau de
licenciado para todos os profissionais que orientem as atividades físicas no espaço dos
ginásios (incluindo os Personal Trainers e instrutores de fitness).

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As funções do Diretor Técnico abrangiam as seguintes funções, conforme o Artigo 5 o:
coordenar as avaliações e prescrições; avaliar a qualidade dos serviços prestados;
coordenar as atividades prestadas; colaborar na luta contra a dopagem no desporto.
Além disso, é indicada, no Artigo 12 o, a necessidade da afixação de informações
visíveis ao público, no espaço das instalações desportivas, os horários de
permanência do DT.

O Artigo 13o deste decreto-lei definia a qualificação profissional dos responsáveis pela
orientação e condução de exercício (papel atualmente assumido pela figura do
Técnico Especialista em Exercício Físico), sendo que essa era análoga, conforme
descrito nesta lei (indicado no Artigo 7 o), à do Diretor Técnico, nomeadamente
licenciatura em desporto ou educação física. A figura do Técnico de Exercício Físico só
foi instituída pela Lei 39/2012 de 8 de agosto, prevendo o estatuto a indivíduos
licenciados, bem como a qualificados profissionalmente por cursos de formação de
nível 5, conforme o Quadro Nacional de Qualificações.

3. Conclusão

Apresentamos um enquadramento legal básico acerca das bases da atividade física,


do seguro obrigatório e dos profissionais do exercício físico. Percebemos, ao longo
destas leituras, que a maior parte da legislação listada centra-se na atividade
desportiva, ignorando as particularidades da prática do exercício de manutenção da
condição física (o fitness).

O texto que versa sobre o seguro obrigatório, por exemplo, não menciona os
profissionais do exercício físico, centrando-se ao desporto. Pode estar a ocorrer,
portanto, uma confusão entre os conceitos de “desporto” e “fitness”, que são áreas
que, apesar de centrarem-se no movimento corporal e sua educação, possuem
naturezas e objetivos distintos.

4.Referências

Lei de Bases da Atividade Física e Desporto – Lei n o 5/2007 de 16 de janeiro


Diploma do Seguro desportivo Obrigatório – Lei no 10/2009 de 12 de janeiro
Direção do Exercício Físico – Decreto-lei no 271/2009 de 1 o de outubro
Regime da Responsabilidade Técnica e Orientação do Exercício – Lei no 39/2012 de 28 de agosto

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