Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
da Educação Física:
Código de Ética
Carine Ferreira da Costa
Wagner José Nogueira
Campo de Atuação da
Educação Física: Código
de Ética
Introdução
Você está no conteúdo de Campo de Atuação da Educação Física: código de ética.
Conheça aqui os fatos que motivaram a elaboração do código de ética dos profissionais
de Educação Física, seus principais eixos norteadores, bem como os seus direitos e
deveres na prática profissional. Além disso, você vai ver também alguns dos principais
campos de atuação dos profissionais de educação bacharéis ou licenciados.
Bons estudos!
2
O Código de Ética do Profissional de Educação
Física
O código de ética dos profissionais de Educação Física é recente, sua última versão
foi homologada em 2015. Ele é resultado do movimento em favor da regulamentação
da profissão, materializado no sistema Confef/Cref. O Código de Ética foi construído
a partir de documentos norteadores de caráter nacional e internacional e se propõe a
nortear as responsabilidades e consequências para o modo como se exerce o ofício
da profissão, se esforçando para contemplar os segmentos de licenciados e bacharéis,
na perspectiva do conceito da ética na sociedade em que vivemos.
Ética
Figura 1 - Ética.
Fonte: Olivier Le Moal, Shutterstock, 2020
#PraCegoVer: Na imagem vemos uma bússola, cujo ponteiro está apontando a
palavra Ética.
3
A palavra ética tem sua origem na língua grega ethos, onde seu entendimento
pressupõe um exercício de caráter padronizado convencionalmente, a fim de respeitar
a si e ao próximo.
Por ética se entende também uma conduta conveniente com a perspectiva estrutural
da sociedade, no nosso caso, uma sociedade democrática, onde existe a garantia da
liberdade de expressão e o respeito aos direitos e deveres dos cidadãos.
Nessa premissa, entendemos que o exercício ético deve ser exercido de forma justa,
onde os interesses individuais não prevalecem sobre os interesses coletivos e os
profissionais exercem seus ofícios visando a manutenção da vida e a contribuição
social.
Documentos Norteadores
4
inspirado nas Declarações Universais dos Direitos Humanos, na Agenda 21 e na Carta
Brasileira de Educação Física divulgada no ano 2000, além de considerar princípios
reguladores das Agências Nacionais e Internacionais de Controle de Dopagem,
segunda consta no descritivo do próprio documento homologado.
Cada um desses documentos tem um contexto histórico para sua criação ligado a
um objetivo visando o bem comum, em linhas gerais, uma síntese da sua importância
internacional, sendo eles:
Agenda 21
5
É um documento da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, que tem como
missão consolidar uma cultura antidopagem no âmbito nacional, por meio de ações
de educação e controle em todas as manifestações esportivas e possui três objetivos:
promover e expandir a cultura antidopagem no Brasil, aprimorar processos de gestão
e governança da ABCD e fiscalizar e gerir os procedimento de controle de dopagem
em âmbito nacional.
O código de ética dos profissionais de Educação Física por sua vez, objetiva “normatizar
a articulação das dimensões éticas” afim de garantir o desempenho satisfatório
do profissional de Educação Física em “união de conhecimento cientifico e atitude,
referendando a necessidade de um saber e de um saber fazer que venham efetivar-se
como um saber bem e um saber fazer bem” (CONFEF, 2015).
Sobre o conceito do código de ética Cherman, Tomei (2005, p. 101) o definem como
“um Documento formal distinto, que especifica obrigações éticas conscientes para a
conduta organizacional, só existindo se for formulado com o propósito único de ser
guiado por padrões morais para condutas éticas”.
Dessa maneira, instituiu-se o código de ética, que deve ser sugerido pelos profissionais
de Educação Física registrados no sistema CONFEF/CREF, o registro inclusive é
acompanhado da aceitação do profissional ao código.
Disposições Gerais
Itens Norteadores
6
Sistema CONFEF/CREFs. Define-se como um instrumento legitimador do exercício
da profissão, sujeito, portanto, a um aperfeiçoamento contínuo que lhe permita
estabelecer os sentidos educacionais, a partir de nexos de deveres e direitos;
IIII. Este Código de Ética define, para seus efeitos, no âmbito de toda e qualquer
atividade física, como destinatário, o Profissional de Educação Física registrado no
Sistema CONFEF/ CREFs e, como beneficiários das intervenções profissionais os
indivíduos, grupos, associações e instituições que compõem a sociedade. O Sistema
CONFEF/CREFs é a instituição mediadora, por exercer uma função educativa, além
de atuar como reguladora e codificadora das relações e ações entre beneficiários e
destinatários;
7
VII. As perspectivas filosóficas, científicas e educacionais do Sistema CONFEF/
CREFs se tornam complementares a este Código, ao se avaliarem fatos na instância
do comportamento moral, tendo como referência um princípio ético que possa ser
generalizável e universalizado. Em síntese, diante da força de lei ou de mandamento
moral (costumes) de beneficiários e destinatários, a mediação do Sistema produz-se
por meio de posturas éticas (ciência do comportamento moral), símiles à coerência e
fundamentação das proposições científicas;
8
XII. Levando-se em consideração os preceitos estabelecidos pela bioética, quando
de seu exercício, os Profissionais de Educação Física estarão sujeitos sempre a
assumirem as responsabilidades que lhes cabem.
Curiosidade
Ressalta-se aqui que o código de ética apresentado pode ser
aplicado apenas aos profissionais que possuem registro no
conselho de classe, considerando que os licenciados não precisam
do registro para atuarem nas escolas.
Princípios e Diretrizes
Os princípios e diretrizes do código de ética dos profissionais de Educação Física
do sistema CONFEF/CREF corroboram com a perspectiva da responsabilidade social
para a promoção da saúde.
9
VII. a prestação, sempre, do melhor serviço a um número cada vez maior de pessoas,
com competência, responsabilidade e honestidade;
III. transparência em suas ações e decisões, garantida por meio do pleno acesso
dos beneficiários e destinatários às informações relacionadas ao exercício de sua
competência legal e regimental;
Responsabilidade
10
Assim, como os demais profissionais da saúde, o profissional da Educação Física
também é submetido a infrações e penalidades se atuam em desacordo com seu código
de ética. Veremos aqui os principais pontos dessas esferas que são determinantes
para a maneira com que os profissionais devem exercer seu ofício de trabalho.
Direitos e Deveres
Por sua vez, os direitos dos profissionais de Educação Física são apresentados da
seguinte forma:
I.Exercer a Profissão sem ser discriminado por questões de religião, raça, sexo, idade,
opinião política, cor, orientação sexual ou de qualquer outra natureza;
III. Requerer desagravo público ao Conselho Regional de Educação Física sempre que
se sentir atingido em sua dignidade profissional;
VI. Apontar falhas e/ou irregularidades nos regulamentos e normas, formalmente, por
escrito, aos gestores de eventos e de instituições que oferecem serviços no campo
da Educação Física quando os julgar tecnicamente incompatíveis com a dignidade da
profissão e com este Código ou prejudiciais aos beneficiários;
11
como relevância do serviço, tempo destinado ao trabalho, o impedimento da atuação
do profissional por motivos de força maior, tempo de deslocamento, a competência,
o renome profissional e a demanda de oferta de trabalho no segmento em questão.
Infrações e Penalidades
Os documentos de 2000 e 2015 não se contrapõem em essência, se pode dizer que eles
se complementam em alguns momentos, mas, acima de tudo, a Resolução nº25/2000
está presente no código de ética de 2015, de maneira que eles são interligados na sua
radicalidade.
12
A regulamentação da profissão de Educação Física impõe uma
responsabilidade social mais definida e exigente, tanto ao profissional,
quanto às Escolas e Faculdades. O futuro profissional (aluno) almeja uma
formação que o capacite para o exercício competente da profissão no
padrão exigido pela sociedade. Para tal, Escolas e Faculdades devem
ajustar a estrutura dos cursos de formação profissional. Licenciatura
e Bacharelado devem ser analisados e propostos com base nas
necessidades e expectativas dos alunos e das características dos serviços
a serem prestados à sociedade.
O autor ainda ressalta que a regulamentação da profissão através da lei 9696/1998
não fez considerações específicas sobre as áreas de atuação dos bacharéis e dos
licenciados, de forma que isso expõe a verdadeira intenção por trás da regulamentação,
que seria a sistematização das atividades de prestação de serviços associadas
as atividades físicas e esportivas, novamente não contemplando o espaço escolar
(BARROS, 2000, p. 109).
Outro autor que fala sobre a questão do código de ética dos profissionais de Educação
Física e a falta de atenção aos profissionais que atuam na escola, sendo esse o principal
espaço de atuação dos profissionais de Educação Física até a década de 1980, é Sadi
(2000), quando ressalta que a regulamentação da profissão e a construção do código
de ética não evitaram dois fenômenos sobre o campo de atuação da Educação Física:
o continuo sucateamento da escola e abandono desse campo de atuação provindo de
um movimento iniciado na década de 1970 e as interferências de outros profissionais
(fisioterapeutas, psicólogos, técnicos desportivos) nos segmentos que supostamente
seriam dos profissionais de Educação Física após a ampliação dos campos de atuação
da década de 1990, fomentadas pelas concepções neoliberais no país.
13
mas sim a defesa de um mercado profissional”, além de que, não existem relações do
código de ética com o currículo da Educação Física escolar.
14
Academias e Clubes
Figura 2 - Academia.
Fonte: lunamarina, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem vemos uma academia e um professor instruindo
uma aluna em um exercício de musculação.
15
Estes profissionais atuam como instrutor na sala de musculação, como professor
das diversas modalidades de ginástica em academia, considerando que algumas
modalidades em si ainda precisam de formação extra para a atuação, somente o título
de bacharel não é o suficiente para habilitar o profissional para trabalhar com turmas
de pilates, zumba, entre outras modalidades.
Já os clubes possuem uma amplitude no seu atendimento por possuírem uma gama
maior de práticas esportivas, atuando com a iniciação esportiva no treinamento do
rendimento, bem como práticas de recreação e mobilização de grupos divididos por
faixa etária ou modalidades de interesse, independentes das práticas realizadas no
espaço da academia como grupos de corridas, treinamento funcional, parkour, entre
outras. Além disso, a organização de festas e eventos esportivos nesses espaços
também é muito comum.
Treinamento Desportivo
16
Legislação da Educação
O profissional com o grau de licenciado atuará, via de regra, nas instituições de ensino
básico. Esses professores, juntamente com os licenciados plenos, são os únicos
habilitados a atuarem nesse segmento.
17
ao título obtido na graduação, ambos podem atuar nesse segmento, amparados a
partir da titulação em stricto senso determinada pelo Ministério da Educação
Curiosidade
Uma das modalidades esportivas em ascensão no Brasil é o
Punhobol. Essa modalidade vem crescendo internacionalmente e
o Brasil já foi inclusive campeão mundial e atualmente temos uma
equipe que é campeã sul-americana . O aprofundamento nessa
modalidade também está em crescimento.
18
Conclusão
Neste conteúdo, você teve a oportunidade de:
19
Referências
BARROS, José M. de C. Educação Física, profissão regulamentada. In: Revista Brasileira
de Ciências do Esporte, RBCE, v. 21, nº 2/3, Campinas, 2000. Disponível em: http://
revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/view/792. Acesso em: 18 fev. 2023.
20