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RESPONSABILIDADE CIVIL1

GABRIEL HENRIQUE DE CASTRO


DIREITO NOTURNO
033810

1) Nicanor fez um empréstimo de cinco mil reais a Ananda. Ananda assinou


uma nota promissória que seria resgatada quando do pagamento dos valores.
Na data aprazada, Ananda realizou o pagamento mediante depósito em conta
corrente de Nicanor, que, por e-mail, disse claramente que rasgaria a nota
promissória. Ocorre que na presente data Ananda está sendo cobrada
judicialmente por Nicanor, que quer receber os valores descritos na nota
promissória em questão.

Diante desses fatos, é correto afirmar:

a) Ananda só teria direito à indenização pelo valor dobrado do que está sendo
cobrado indevidamente, se estivesse de posse da nota promissória, pois o e-
mail confessando a quitação não servirá de prova nesse caso.

b) no caso, Ananda teria direito de receber o dobro apenas se tivesse pago tais
valores antes da data aprazada, sendo que o pagamento na data correta não
lhe garante essa indenização.

c) se Nicanor desistir da ação antes de contestada a lide por Ananda não se


aplica a penalidade de pagamento do dobro do que vem sendo cobrado
indevidamente.

d) Ananda terá direito apenas à indenização por perdas e danos, que deverá
ser comprovada nos autos, para que obrigue Nicanor a ressarcir os seus
prejuízos pela cobrança indevida.

e) se Nicanor desistir da ação antes da citação ficará isento de pagamento do


dobro cobrado indevidamente, independentemente de Ananda ter sofrido
prejuízo.

https://oab.estuda.com/questoes/?resolver=&prova=&q=&inicio=2&q=&cat=28&subcat%5B%5D=1269
https://oab.estuda.com/questoes/?resolver=&prova=&q=&inicio=2&q=&cat=30&subcat%5B%5D=1249
2) A peça Liberdade, do famoso escultor Lúcio, foi vendida para a Galeria da
Vinci pela importância de R$ 100.000,00 (cem mil reais). Ele se comprometeu a
entregar a obra dez dias após o recebimento da quantia estabelecida, que foi
paga à vista. A galeria organizou, então, uma grande exposição, na qual a
principal atração seria a escultura Liberdade. No dia ajustado, quando dirigia
seu carro para fazer a entrega, Lúcio avançou o sinal, colidiu com outro veículo,
e a obra foi completamente destruída. O anúncio pela galeria de que a peça
não seria mais exposta fez com que diversas pessoas exercessem o direito de
restituição dos valores pagos a título de ingresso.

Sobre os fatos narrados, assinale a afirmativa correta.


a) Lúcio deverá entregar outra obra de seu acervo à escolha da Galeria da
Vinci, em substituição à escultura Liberdade.
b) A Galeria da Vinci poderá cobrar de Lúcio o equivalente pecuniário da
escultura Liberdade mais o prejuízo decorrente da devolução do valor dos
ingressos relativos à exposição.
c) Por se tratar de obrigação de fazer infungível, a Galeria da Vinci não poderá
mandar executar a prestação às expensas de Lúcio, restando-lhe pleitear
perdas e danos.
d) Com o pagamento do preço, transferiu-se a propriedade da escultura para a
Galeria da Vinci, razão pela qual ela deve suportar o prejuízo pela perda do
bem.

Por se tratar de uma obra em especifico de um artista famoso, não poderia ser
substituída por outra (bem infungível), o que elimina a letra A. Do mesmo
modo, se a obra se perdeu no acidente, não se poderia pleitear a execução
(entregar da coisa) de algo que se perdeu, elimina-se a C. A propriedade se
consuma com a tradição (entrega do bem móvel) e não pelo pagamento, sendo
o vendedor responsável até o momento em que ocorra a entrega. Resta-nos
por fim a Letra B, de fato é óbvio que ficará a escolha da Galeria cobrar o valor
já pago da obra, bem como a devolução do dinheiro gasto com o reembolso da
clientela (direito de regresso).
Por se tratar de uma obrigação de fazer infungível, não cabe a substituição do
serviço. Cabendo a galeria requerer a devolução do valor pago, bem como a
restituição dos prejuízos, ou seja, perdas e danos causados pela devolução dos
valores dos ingressos.

4) Felipe, atrasado para um compromisso profissional, guia seu veículo


particular de passeio acima da velocidade permitida e, falando ao celular,
desatento, não observa a sinalização de trânsito para redução da velocidade em
razão da proximidade da creche Arca de Noé. Pedro, divorciado, pai de Júlia e
Bruno, com cinco e sete anos de idade respectivamente, alunos da creche,
atravessava a faixa de pedestres para buscar os filhos, quando é atropelado
pelo carro de Felipe. Pedro fica gravemente ferido e vem a falecer, em
decorrência das lesões, um mês depois. Maria, mãe de Júlia e Bruno, agora
privados do sustento antes pago pelo genitor falecido, ajuíza demanda
reparatória em face de Felipe, que está sendo processado no âmbito criminal
por homicídio culposo no trânsito.
Com base no caso em questão, assinale a opção correta.
a) Felipe indenizará as despesas comprovadamente gastas com o mês de
internação para tratamento de Pedro, alimentos indenizatórios a Júlia e Bruno
tendo em conta a duração provável da vida do genitor, sem excluir outras
reparações, a exemplo das despesas com sepultamento e luto da família.
b) Felipe deverá indenizar as despesas efetuadas com a tentativa de
restabelecimento da saúde de Pedro, sendo incabível a pretensão de alimentos
para seus filhos, diante de ausência de previsão legal.
c) Felipe fora absolvido por falta de provas do delito de trânsito na esfera
criminal e, como a responsabilidade civil e a criminal não são independentes,
essa sentença fará coisa julgada no cível, inviabilizando a pretensão reparatória
proposta por Maria.
d) Felipe, como a legislação civil prevê em caso de homicídio, deve arcar com
as despesas do tratamento da vítima, seu funeral, luto da família, bem como
dos alimentos aos dependentes enquanto viverem, excluindo-se quaisquer
outras reparações.
O artigo do código civil é explícito sobre esse assunto 948 inciso I e II do cc .

5) Devido à indicação de luz vermelha do sinal de trânsito, Ricardo parou


seu veículo pouco antes da faixa de pedestres. Sandro, que vinha logo atrás
de Ricardo, também parou, guardando razoável distância entre eles.
Entretanto, Tatiana, que trafegava na mesma faixa de rolamento, mais
atrás, distraiu-se ao redigir mensagem no celular enquanto conduzia seu
veículo, vindo a colidir com o veículo de Sandro, o qual, em seguida,
atingiu o carro de Ricardo.

Diante disso, à luz das normas que disciplinam a responsabilidade civil,


assinale a afirmativa correta.
a) Cada um arcará com seu próprio prejuízo, visto que a responsabilidade
pelos danos causados deve ser repartida entre todos os envolvidos.
b) Caberá a Tatiana indenizar os prejuízos causados ao veículo de
Sandro, e este deverá indenizar os prejuízos causados ao veículo de
Ricardo.
c) Caberá a Tatiana indenizar os prejuízos causados aos veículos de
Sandro e Ricardo.
d) Tatiana e Sandro têm o dever de indenizar Ricardo, na medida de sua
culpa.
CC/02 Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.

No caso, nem sandro nem ricardo causaram dano a outrem violando direito
agindo com negligência ou imperícia, apenas tatiana se enquadra nesses
moldes
Teoria do Corpo Neutro

6) João dirigia seu veículo respeitando todas as normas de trânsito, com


velocidade inferior à permitida para o local, quando um bêbado atravessou a
rua, sem observar as condições de tráfego. João não teve condições de frear
o veículo ou desviar‐se dele, atingindo‐o e causando‐lhe graves ferimentos.

A partir do caso apresentado, assinale a afirmativa correta.


a) Houve responsabilidade civil, devendo João ser considerado culpado por sua
conduta.
b) Faltou um dos elementos da responsabilidade civil, qual seja, a conduta
humana, não ficando configurada a responsabilidade civil.
c) Inexistiu um dos requisitos essenciais para caracterizar a responsabilidade
civil: o dano indenizável e, por isso, não deve ser responsabilizado.
d) Houve rompimento do nexo de causalidade, em razão da conduta da vítima,
não restando configurada a responsabilidade civil.
Responder
NÃO EXISTIU O LIAME ENTRE A CONDUTA DO MOTORISTA E DANO CAUSADO
Á VÍTIMA, OU SEJA, CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA.
Não houve ato ilícito por conduta do motorista, apenas conduta imprudente da
própria vítima.

7) Mirtes gosta de decorar a janela de sua sala com vasos de plantas. A síndica
do prédio em que Mirtes mora já advertiu a moradora do risco de queda dos
vasos e de possível dano aos transeuntes e moradores do prédio. Num dia de
forte ventania, os vasos de Mirtes caíram sobre os carros estacionados na rua,
causando sérios prejuízos.
Nesse caso, é correto afirmar que Mirtes
a) poderá alegar motivo de força maior e não deverá indenizar os lesados.
b) está isenta de responsabilidade, pois não teve a intenção de causar prejuízo.
c) somente deverá indenizar os lesados se tiver agido dolosamente.
d) deverá indenizar os lesados, pois é responsável pelo dano causado.
art. 938, CC. conhecido também como Defenestramento.
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano
proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
8) Ricardo, buscando evitar um atropelamento, realiza uma manobra e atinge o
muro de uma casa, causando um grave prejuízo.
Em relação à situação acima, é correto afirmar que Ricardo
a) não responderá pela reparação do dano, pois agiu em estado de
necessidade.
b) responderá pela reparação do dano, apesar de ter agido em estado de
necessidade.
c) responderá pela reparação do dano, apesar de ter agido em legítima defesa.
d) praticou um ato ilícito e deverá reparar o dano.
Neste caso, Ricardo deverá pagar os danos causados ao muro e poderá entrar
com ação de regresso a quem causou o acidente.

9) José, acusado por estupro de menores, foi condenado e preso em


decorrência da execução de sentença penal transitada em julgado. Logo após
seu recolhimento ao estabelecimento prisional, porém, foi assassinado por um
colega de cela.
Acerca da responsabilidade civil do Estado pelo fato ocorrido no
estabelecimento prisional, assinale a afirmativa correta.
a) Não estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil
do Estado, porque está presente o fato exclusivo de terceiro, que rompe o nexo
de causalidade, independentemente da possibilidade de o Estado atuar para
evitar o dano.
b) Não estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil
do Estado, porque não existe a causalidade necessária entre a conduta de
agentes do Estado e o dano ocorrido no estabelecimento estatal.
c) Estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do
Estado, porque o ordenamento jurídico brasileiro adota, na matéria, a teoria do
risco integral.
d) Estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do
Estado, porque o poder público tem o dever jurídico de proteger as pessoas
submetidas à custódia de seus agentes e estabelecimentos.

A responsabilidade é objetiva do Estado, tendo em vista que o paciente estava


sob guarda do Estado este tem o dever de proteção da integridade do mesmo
O Estado tem o dever de zelar pela integridade física e moral do preso sob sua
custódia, atraindo então a RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA, em razão de
sua conduta omissiva, motivo pelo qual é devida a indenização decorrente da
morte do detento, ainda que em caso de suicídio, conforme decisão do STF
?A negligência estatal no cumprimento do dever de guarda e vigilância dos
detentos configura ato omissivo a dar ensejo à responsabilidade objetiva do
Estado, uma vez que, na condição de garante, tem o dever de zelar pela
integridade física dos custodiados? (trecho do voto do Min. Gilmar Mendes no
ARE 662563 AgR, julgado em 20/03/2012).
De fato, estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil
do Estado, que são a conduta do agente público (no caso, a falha dos agentes
em proteger o detento), o dano a terceiro (no caso, o assassinato do detento) e
o nexo de causalidade (no caso, o detento foi assassinado dentro da cela, onde
o Poder Público deveria garantir a sua segurança). Detalhe é que, neste caso, a
despeito de o dano ter ocorrido por uma omissão dos agentes públicos, a
jurisprudência entende que a responsabilidade civil do Estado é objetiva, pois
seria uma espécie de omissão específica.

10) Sílvio, servidor público, durante uma diligência com carro oficial do Estado
X para o qual trabalha, se envolve em acidente de trânsito, por sua culpa,
atingindo o carro de João.

Considerando a situação acima e a evolução do entendimento sobre o tema,


assinale a afirmativa correta.
a) João deverá demandar Sílvio ou o Estado X, à sua escolha, porém, caso opte
por demandar Sílvio, terá que comprovar a sua culpa, ao passo que o Estado
responde independentemente dela.
b) João poderá demandar Sílvio ou o Estado X, à sua escolha, porém, caso opte
por demandar Sílvio, presumir‐se‐á sua culpa, ao passo que o Estado
responde independentemente dela.
c) João poderá demandar apenas o Estado X, já que Sílvio estava em serviço
quando da colisão e, por isso, a responsabilidade objetiva é do Estado, que terá
direito de regresso contra Sílvio, em caso de culpa.
d) João terá que demandar Sílvio e o Estado X, já que este último só responde
caso comprovada a culpa de Sílvio, que, no entanto, será presumida por ser ele
servidor do Estado (responsabilidade objetiva).

Artigo 37, § 6º da Constituição Federal:


As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de dolo ou culpa
Se João quiser indenização, terá de processar o estado. Uma vez que quem
responde é o órgão ao qual ele pertence, caso a causa ganha, o estado pode
processar o servidor com o direito de regresso, comprovando o dolo ou culpa,
uma vez que a responsabilidade do terceiro a serviço é subjetiva

11) Antônio, vítima em acidente automobilístico, foi atendido em hospital da


rede pública do Município de Mar Azul e, por imperícia do médico que o assistiu,
teve amputado um terço de sua perna direita. Nessa situação hipotética,
respondem pelo dano causado a Antônio
a) o Município de Mar Azul e o médico, solidária e objetivamente.
b) o Município de Mar Azul, objetivamente, e o médico, regressivamente, em
caso de dolo ou culpa.
c) o Município de Mar Azul, objetivamente, e o médico, subsidiariamente.
d) o Município de Mar Azul, objetivamente, e o médico, solidária e
subjetivamente.

O artigo 948,949,950 da lei 10.406/2002 fala que a imperícia e causa de


responsabilidade civil dos profissionais de saúde .
Artigo 37, § 6º da Constituição Federal:
As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de dolo ou culpa.

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