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Sumário
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LEGISLAÇÃO PENAL COMUM
1.1. Extorsão........................................................................................................ 67
1.2. Extorsão mediante sequestro ........................................................................ 68
1.3. Apropriação indébita .................................................................................... 69
2. Estelionato ............................................................................................................. 70
3. Receptação ............................................................................................................ 72
4. Estupro .................................................................................................................. 75
Aula 8 – Crimes em Espécie (Continuação). .............................................................. 76
1. Estupro de vulnerável ............................................................................................ 76
2. Apologia de crime ou criminoso ........................................................................... 78
3. Associação criminosa ............................................................................................ 78
4. Peculato ................................................................................................................. 79
Aula 9 – Crimes em Espécie (Continuação). .............................................................. 83
1. Concussão ............................................................................................................. 83
2. Corrupção passiva ................................................................................................. 84
3. Prevaricação .......................................................................................................... 85
4. Resistência............................................................................................................. 86
Aula 10 – Crimes em Espécie (Continuação). ............................................................ 87
1. Desobediência ....................................................................................................... 87
2. Desacato ................................................................................................................ 88
3. Tráfico de influência ............................................................................................. 89
4. Corrupção ativa ..................................................................................................... 90
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 92
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1. Introdução
Por se tratar aqui de uma apostila, os temas são aflorados e indicados, não
havendo intenção de esgotar-lhes o conteúdo. Logo, cabe ao estudante, ir além do ponto
a que o presente trabalho chegou, se possível, com o auxílio do professor. Não é,
portanto, um estudo que tenha o objetivo de ser completo e definitivo, mas, unicamente,
constituir-se em um instrumento que permita uma abertura para questionamentos e
discussões.
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2. Conceitos e fundamentos.
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CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal Parte Geral – 3ª ed. Bahia. Juspodivm. 2015.
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Os bens jurídicos tutelados pelo Direito Penal são aqueles que o legislador
considera os mais importantes para o Estado, o princípio da intervenção mínima é que
orienta a escolha desses bens jurídicos, pois, se forem suficientes medidas civis ou
administrativas, são estas que devem ser empregadas e não as penais2.
A norma penal não pode servir como único instrumento de controle social.
Ela só deve ser aplicada quando não existir outro meio eficaz para a solução de conflito
como, por exemplo, a religião, a moral etc. Conclui-se, portanto, que o Direito Penal só
deve ser avocado como ultima ratio, ou seja, em último caso, aplicando seu princípio da
intervenção mínima.
2
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral. vol. 1 19ª ed. São Paulo: Saraiva. 2014.
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Exercícios:
7 | P á g ido
Problema: Compare e estabeleça as diferenças entre o conceito e a finalidade na
Direito Penal.
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Você sabia?
O Direito Penal é a proteção dos bens mais importantes e necessários para própria
sobrevivência da sociedade. A pena é, simplesmente, uma consequência pelo
descumprimento de um imperativo legal (norma implícita), não consistindo, assim,
na sua finalidade.
Por fim, aborda o percurso do Direito Penal no Brasil, desde seu descobrimento até
a presente data, indicando as normas mais importantes já editadas.
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1. Introdução
SAIBA MAIS...
10 | P á g i n a
LEGISLAÇÃO PENAL COMUM
Norma penal
Como vimos, a única fonte formal imediata do Direito Penal é a lei, isso
em face do princípio da legalidade ou da reserva legal. Logo, a norma penal (ou lei), em
sentido amplo, tanto define crimes e comina abstratamente penas, quanto amplia o
sistema penal por meio de princípios gerais e disposições sobre limites e pela ampliação
de normas incriminadoras.
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LEGISLAÇÃO PENAL COMUM
SAIBA MAIS...
Você Sabia?
É através do processo interpretativo das leis, que se deve expressar com clareza e
objetividade o verdadeiro sentido e o alcance mais preciso da norma legal -
essencialmente genérica e abstrata -, objetivando, em última análise, ajustá-la ao
caso concreto individual.
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LEGISLAÇÃO PENAL COMUM
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LEGISLAÇÃO PENAL COMUM
A interpretação restritiva, por sua vez, deve ser empregada quando a lei diz
mais do que deveria. Restringe, portanto, o alcance das palavras até o seu sentido real.
Exemplo: art. 28, I e II, do CP - devem ser considerados os estados não patológicos,
uma vez que, caso assim não se entenda, haveria flagrante contradição com o art. 26,
caput, do CP.
Por outro lado, a interpretação extensiva deve ser aplicada quando a lei diz
menos do que pretendia.
Exemplo: art. 235 do CP – bigamia – neste caso, certamente, a poligamia também é
alcançada pela lei.
2. Infração Penal.
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3. Conceito de crime
Por sua vez, a doutrina conceitua o ilícito penal sob três aspectos:
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O objeto do crime é o bem jurídico tutelado pelo Direito Penal, pode ser
jurídico ou material.
3.3. Punibilidade
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4. Fato típico
4.2. Conduta
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Crimes de resultado e só podem ser praticados por pessoas que, por lei,
têm o dever de impedir o resultado e a obrigação de proteção e vigilância em relação a
alguém. Os agentes são garantidores ou garantem, conforme estabelece o parágrafo 2º,
“a”, “b” e “c”, do art. 13 do CP.
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Neste último caso, surge outro processo causal que, isoladamente, produz o
evento, não obstante a causa seja relativamente independente, pois, se a vítima não
tivesse sido ferida, não se encontraria no hospital.
4.5. Resultado
Exercícios:
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Por sua vez, o crime é tentado quando, iniciada a execução, ela não se
consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Não há tentativa nos crimes culposos, nos de mera conduta, nos crimes
habituais, nos crimes unissubsistentes (a conduta não pode ser fracionada), nos
omissivos próprios, nos crimes de atentado (a própria tentativa já é punida como crime
consumado) e nos preterdolosos. Não é punível a tentativa de contravenção (art. 4°, Lei
das Contravenções Penais - LCP).
Os atos preparatórios, por sua vez, são aqueles que se situam fora da
esfera de cogitação do agente, embora ainda não se traduzam em início da execução do
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delito. Em regra, não são puníveis; contudo, poderão configurar, excepcionalmente, atos
de execução de infrações penais autônomas. São aqueles que o agente planeja a
execução do crime. Por exemplo: um revólver será o meio pelo qual o agente matará a
vítima, portanto, a aquisição dessa arma trata-se de ato preparatório para o crime de
homicídio. Por outro lado, insta dizer que, em algumas situações, o ato preparatório, por
si só, está previsto como crime autônomo. É o caso, por exemplo, do agente que adquire
uma arma de fogo com numeração raspada para matar seu desafeto; nesse exemplo,
embora a aquisição da arma de fogo seja um ato preparatório para o crime de homicídio,
ela também configura o crime de posse ou porte de arma de fogo de uso restrito (art.16
do Estatuto do Desarmamento), ou seja, o ato preparatório também é um crime
autônomo.
A regra é que estes atos não são puníveis. Contudo, a doutrina elenca
exceção, quando, por si só configurarem infração penal. Como exemplo, temos o art.
288 do CP, Associação Criminosa, que pune os agentes por se unirem para praticar
crimes e o art. 5º, da Lei nº 13.260/2016, Lei Antiterrorismo, que prevê a punição para
atos preparatórios de terrorismo.
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Nos dois casos, o agente só responde pelos atos até então praticados.
Neste caso, a pena será reduzida de um a dois terços (CP, art. 16). Tratando-
se de causa objetiva de diminuição de pena, o arrependimento posterior não se restringe
à esfera pessoal de quem o realiza, estendendo-se aos coautores e partícipes condenados
pelo mesmo fato.
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Exercícios:
1. Pretendendo matá-lo, Rui Santos coloca veneno no café de Nei Silva. Sem saber do
envenenamento, Nei Silva ingere o café. Logo em seguida, Rui Santos, arrependido,
prescreve o antídoto a Nei Silva, que sobrevive sem qualquer sequela. Diante disso, é
correto afirmar que tal relato trata de hipótese de:
(A) crime impossível, pois o meio empregado por Rui Santos era, absolutamente, ineficaz
para a obtenção do resultado pretendido.
(B) arrependimento eficaz, pois Rui Santos impediu, voluntariamente, que o resultado se
produzisse.
(C) tentativa, pois o resultado não se consumou por circunstâncias alheias à vontade de Rui
Santos.
(D) arrependimento posterior, pois o dano foi reparado por Rui Santos até o recebimento da
denúncia.
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Aula 3 – (Continuação).
1. Dolo e culpa
Espécies de dolo:
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2. Teoria do erro
• Erro sobre elemento constitutivo do tipo (CP, art. 20, caput): "O erro
sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas
permite a punição por crime culposo, se previsto em lei". Tal erro pode
referir-se a uma situação de fato.
Exemplo: o caçador atira em uma pessoa, pensando tratar-se de um
animal perigoso.
• Descriminantes putativas (CP, art. 20, § 1°): "É isento de pena quem, por
erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato
que, se existisse, tornaria a ação legítima". Trata-se do erro de tipo
inevitável (invencível ou escusável) e, sendo assim, exclui a punição por
dolo ou por culpa. O fato, portanto, é atípico.
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• Erro determinado por terceiro (art. 20, § 2º, CP): "Responde pelo crime
o terceiro que determina o erro".
• Erro sobre a pessoa (art. 20, § 3°, CP): "O erro quanto à pessoa contra a
qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste
caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra
quem o agente queria praticar o crime". Ocorre quando, por exemplo, o
agente mata A pensando tratar-se de B, fato que não altera a figura típica
do homicídio.
• Erro sobre a ilicitude do fato (art. 21, CP): "O desconhecimento da lei é
inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena;
se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
CP, art. 20, Parágrafo único: “Considera-se evitável o erro se o agente atua
ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas
circunstâncias, ter ou atingir essa consciência".
3. Antijuridicidade (ilicitude)
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Além de típico, para ser considerado crime o fato deve ser também
antijurídico.
O art. 23 do CP dispõe que não há crime quando o agente pratica o fato nos
seguintes casos:
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4. Imputabilidade
Aula 4 – (Continuação).
1. Concurso de pessoas
Normalmente, o crime é praticado por uma única pessoa. Contudo, pode ser
praticado por duas ou mais. Assim sendo, o CP utiliza o termo concurso de pessoas,
adotando a teoria unitária ou monista, segundo a qual, no concurso, existe um só
crime, em que todos os participantes respondem por ele.
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Exemplos: ele vigia a rua, enquanto o autor furta bens do interior da casa;
ele empresta a arma para o autor matar a vítima etc.
2. Ação penal
2.1. Finalidade
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A Ação Penal tem previsão legal no Código Penal/CP, art. 100, Código de
Processo Penal/CPP, arts. 24 a 62 e na Constituição Federal- CF, art. 5.°,XXXV e LIX.
2.3. Classificação
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Por ser regra no processo penal, no silêncio da lei, a ação será pública
incondicionada.
A ação privada deve ser intentada no prazo de seis meses, a contar da data
em que o ofendido souber quem é o autor da infração penal - art. 38, CPP. Se nada for
feito, ocorrerá a decadência=perda do direito de ação e extinção da punibilidade do
autor do crime.
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Esta deve ser ajuizada no prazo máximo de seis meses (art. 38, parte final,
CPP); se não o fizer, cabe apenas ao MP promovê-la, desde que a punibilidade não
esteja extinta pelo decurso do prazo prescricional (art. 109 do CP).
Exercícios:
Assinale a alternativa correta, de acordo o Código Penal brasileiro.
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Aula 5 – (Continuação).
1. Homicídio
Tipo penal (art. 121): matar alguém. Pena: reclusão de seis a vinte anos.
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Tipo objetivo: matar alguém (outro ser humano) por qualquer meio.
Admite-se o recurso a meios variados - diretos ou indiretos físicos ou morais -, desde
que idôneos à produção do resultado morte.
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Exercícios:
Sérvulo, querendo matar seu vizinho que sempre ligava o som, após as 22h, prepara
um churrasco envenenado e entrega a seu vizinho Ticío; ao comer o churrasco,
Tício vem a óbito. Nessa situação, Sérvulo cometeu o crime de:
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2. Infanticídio
Tipo Penal: (art. 123): matar, sob influência do estado puerperal, o próprio
filho, durante o parto ou logo após. Pena: reclusão, de dois a seis anos.
3. Aborto
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Espécies de aborto:
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4. Lesão Corporal
Apenas a mulher grávida pode ser sujeito passivo das lesões previstas no
artigo 129, parágrafos 1°, IV, e 2°, V do CP.
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b) Perigo de vida;
d) aceleração de parto.
b) Enfermidade incurável;
d) Deformidade permanente;
e) Aborto.
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4.1. Calúnia
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Tipo subjetivo: o dolo, direto (art. 138, caput e § 1°, CP) ou eventual (art.
138, § 1°, CP), além do propósito de ofender (elemento subjetivo especial do tipo).
A falsidade exigida pode referir-se tanto ao próprio fato como à sua autoria.
O fato imputado deve ser definido como crime e ser determinado. Na mesma pena
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4.2. Difamação
Tipo penal (art. 139): difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua
reputação. Pena: detenção, de três meses a um ano, e multa.
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hipóteses, responde pela difamação quem lhe dá publicidade (art. 142, parágrafo único,
CP).
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1. Injúria
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1.2. Ameaça
Tipo penal (art. 147): ameaçar alguém - por palavra falada, texto escrito,
gesto ou qualquer outro meio simbólico - de causar-lhe mal injusto e grave. Pena:
detenção, de um a seis meses, ou multa.
Tipo penal (art. 136): expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua
autoridade, guarda ou vigilância, para fins de educação, ensino, tratamento ou custódia,
quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho
excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina. Pena:
reclusão, de dois meses a um ano, ou multa.
Sujeito ativo: apenas aquele que tenha a vítima sob sua guarda, vigilância
ou autoridade, para fins de educação, ensino, tratamento ou custódia.
55 | P á g i n a
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Tipo penal (art. 148): privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro
ou cárcere privado. Pena: reclusão, de um a três anos.
56 | P á g i n a
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O art. 149-A elenca o crime de Tráfico de Pessoas, crime grave que o Brasil
assumiu o compromisso de combater.
Esse crime possui um especial fim de agir que está previsto nos incisos do
caput, vejamos:
V- exploração sexual.
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3. Violação de domicílio
Tipo objetivo: entrar (introduzir-se por inteiro nos limites da casa alheia ou
de suas dependências) ou permanecer (recusar-se a sair), clandestina (às escondidas) ou
astuciosamente (fraudulentamente) ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de
direito (afronta ostensiva à vontade expressa ou tácita de quem de direito), em casa
alheia ou em suas dependências.
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2) A qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali
praticado ou na iminência de o ser.
4. Furto
Tipo penal (art. 155): subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel.
Pena: reclusão, de um a quatro anos, e multa.
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[...]
a) Só a propriedade.
b) Posse e propriedade.
Tipo objetivo: a conduta de subtrair (tirar, retirar de alguém) pode ser direta
ou mesmo indireta.
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1. Roubo
• Roubo próprio
Tipo penal (art. 157, caput): subtrair coisa alheia móvel, para si ou para
outrem, mediante grave ameaça ou violência à pessoa, ou depois de havê-la, por
qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência.
63 | P á g i n a
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A tentativa é admissível.
Concurso de crimes:
• Roubo impróprio
Conceito (art. 157, § 1º, do CP): quando o agente, "logo depois de subtraída
a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a
impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro."
Características:
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a) inadmissível (Damásio).
Tipo objetivo: a conduta de subtrair (tirar, retirar de alguém) pode ser direta
ou mesmo indireta.
Roubo qualificado por lesão corporal grave (art. 157, § 3º, 1ª parte): a
incidência desta qualificadora importa na imposição da pena de reclusão de 7 a 15 anos
e multa.
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Latrocínio (art. 157, § 3º, parte final): o roubo seguido de morte (ou
latrocínio) encontra-se na lista do art. 1º, II, da Lei n. 8.072/90, ou seja, trata-se de
crime hediondo.
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(E) Roubo impróprio em concurso material com o crime de lesão corporal leve.
1.1. Extorsão
Observações:
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Tipo penal (art. 159): sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para
outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate. Pena: reclusão, de 8 a
15 anos.
Observações:
68 | P á g i n a
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Tipo penal (art. 168, do CP): apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem
a posse ou a detenção.
Observações:
Tipo penal (art. 169, parágrafo único, lI, do CP): achar coisa alheia perdida
e dela se apropriar, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo
possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro do prazo de quinze dias.
2. Estelionato
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Tipo penal (art. 171, do CP): obter, para si ou para outrem, vantagem
indevida, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante
artifício, ardil ou qualquer meio fraudulento.
Observações:
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3. Receptação
Observações:
Receptação dolosa simples imprópria: art. 180, caput, parte final, do CP.
Observações:
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b) quem furta carro e depois influi para que terceiro de boa-fé o adquira
responde apenas pelo furto, sendo considerado post factum impunível a disposição de
coisa alheia como própria e, da mesma forma, a receptação imprópria.
Receptação qualificada
Tipo penal (art. 180, § 1º, do CP): adquirir, receber, ocultar, ter em
depósito, conduzir, transportar, montar, desmontar, remontar, vender ou expor à venda
ou de qualquer forma utilizar, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa
que (a pessoa) deve saber ser produto de crime.
Observações:
c) Não se deve confundir o art. 180, § 1º, do CP com o art. 334, § 1º, do CP
(conduta equiparada a contrabando ou descaminho), que se dá quando o sujeito
"adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de
documentação legal, ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos".
Receptação culposa
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Tipo penal (art. 180, § 3º, do CP): "Adquirir ou receber coisa que, por sua
natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a
oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso".
O tipo do art. 180, § 6º, elenca a receptação de bens públicos, forma grave
que fez o legislador colocar a causa de aumento de pena, dobrando a pena para o agente
que recepta esses bens.
Tipo penal: Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter
em depósito ou vender, com a finalidade de produção ou de comercialização, semovente
domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser
produto de crime: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
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4. Estupro
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1. Estupro de vulnerável
Tipo Penal (art. 217- A, do CP): ter conjunção carnal ou praticar outro ato
libidinoso com menor de catorze anos:
anos, não importando de a vítima tenha ou não experiência sexual anterior (STJ Súmula
593).
Observações:
b) Por qualquer outra causa, não possa oferecer resistência. Embora a lei se
refira a "qualquer outra causa", é necessário haver prova segura da completa
impossibilidade de a vítima oferecer resistência, como no caso de ela estar sedada ou
anestesiada em clínica ou hospital. É indiferente ter sido o próprio agente o responsável
pela causa que levou à impossibilidade de resistência do ofendido.
Figura qualificada por lesão grave (§ 3º): havendo lesão corporal grave
(art. 129, §§ 1º e 2º), o estupro de vulnerável é qualificado.
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Trata-se de crime doloso, que pode ser praticado por qualquer meio: oral,
escrito, gestos, atitudes etc.
3. Associação criminosa
Tipo penal (art. 288, CP): associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o
fim específico de cometer crimes: Pena: reclusão de um a três anos.
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4. Peculato
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Conduta típica: no art. 312, caput, 1º parte, vem expressa pelo verbo
flexionado apropriar-se, que significa apossar-se, apoderar-se, tomar para si. Trata-se
da modalidade de peculato-apropriação, semelhante ao tipo penal da apropriação
indébita, com a diferença de sujeito ativo.
É certo que a lei tutela não apenas os bens públicos, mas também aqueles
pertencentes aos particulares que estejam sob a guarda, vigilância, custódia etc. da
Administração.
Peculato-furto
Tipo penal (art. 312, § 1º, do CP): vem expresso pelo verbo subtrair, que
significa tirar, suprimir, assenhorear-se; e pelo verbo concorrer, que significa cooperar,
contribuir.
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A coisa deve ter vindo ao poder do funcionário público por meio de erro de
outrem, ou seja, de forma espontânea e equivocada.
82 | P á g i n a
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1. Concussão
Tipo penal (art. 316, do CP): exigir, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função, ou antes, de assumi-la - mas em razão dela -
vantagem indevida.
Sujeito ativo: somente o funcionário público (art. 327 do CP), ainda que
fora da função, ou antes, de assumi-la, mas em razão dela (crime próprio). O particular
pode ser coautor ou partícipe do crime, por força do disposto no art. 30 do mesmo CP.
A conduta típica vem expressa pelo verbo exigir, que significa ordenar,
intimar, impor como obrigação.
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2. Corrupção passiva
Tipo penal (art. 317, do CP): solicitar ou receber, para si ou para outrem,
direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou antes, de assumi-la, mas em razão
dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
A conduta típica vem expressa pelos verbos solicitar (que significa pedir,
requerer), receber (que significa tomar, obter) e aceitar (que significa anuir, consentir
no recebimento).
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3. Prevaricação
4. Resistência
Tipo penal (art. 329): opor-se à execução de ato legal, mediante violência
ou ameaça a funcionário competente para executá-la ou a quem lhe esteja prestando
auxílio.
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1. Desobediência
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2. Desacato
O delito pode ser cometido por meio de gestos, palavras, gritos, vias de fato,
ameaça etc.
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3. Tráfico de influência
Tipo penal (art. 332, do CP): solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou
para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado
por funcionário público no exercício da função.
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4. Corrupção ativa
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Saiba mais...
Título do crime, também chamado de nomen iuris, é a denominação que consta nos
crimes definidos na Parte Especial do Código Penal; p.ex.: o art. 121 chama a
conduta de matar alguém de homicídio. Já as normas que contêm a descrição
abstrata de infrações penais são chamadas de normas penais incriminadoras.
A ordem de descrição dos tipos penais segue uma escala lógica , e, ao longo do
tempo, inúmeros foram os métodos empregados pelos legisladores para definir a
ordem dos crimes na Parte Especial.
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REFERÊNCIAS
JESUS, Damásio Evangelista de. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2011.
Volumes I, II, III e IV.
PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 2014.
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