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SEMANA 10/18
Sumário
META 1 ............................................................................................................................................................ 10
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: LEI MARIA DA PENHA ..................................................................................... 10
1. FINALIDADES DA NORMA ............................................................................................................................ 11
2. PREVISÃO CONSTITUCIONAL E IGUALDADE MATERIAL .............................................................................. 13
3. INTERPRETAÇÃO DA LEI MARIA DA PENHA................................................................................................. 15
4. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER........................................................................... 15
5. SUJEITO PASSIVO ......................................................................................................................................... 19
6. SUJEITO ATIVO............................................................................................................................................. 22
7. ELEMENTO SUBJETIVO ................................................................................................................................ 24
8. HIPÓTESES DE CONFIGURAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ...................................................................... 25
9. FORMAS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER .............................................................................................. 28
10. FORMAS DE PREVENÇÃO NA LEI MARIA DA PENHA ................................................................................. 29
11. DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA FAMILIAR ...................................................... 31
12. DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL ..................................................................................... 35
13. MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA ....................................................................................................... 40
13.1. Considerações Iniciais: ........................................................................................................................................ 40
13.2. Legitimidade para conceder as medidas protetivas de urgência: ....................................................................... 44
13.3. Das medidas protetivas de urgência que obrigam o agressor ............................................................................ 48
13.4. Das Medidas Protetivas De Urgência À Ofendida ............................................................................................... 51
13.5. Vias impugnativas................................................................................................................................................ 52
13.6. Descumprimento das medidas protetivas de urgência....................................................................................... 52
14. PRISÃO PREVENTIVA.................................................................................................................................. 57
15. RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO NOS CRIMES PRATICADOS NO CONTEXTO DA LEI 11.340/06 .......... 59
16. VEDAÇÕES PREVISTAS NA LEI MARIA DA PENHA ...................................................................................... 60
16.1 Vedação à pena de cesta básica, prestação pecuniária ou pagamento isolado da multa ................................... 60
16.2. Vedação às penas restritivas de direito............................................................................................................... 61
16.3. Vedação à aplicação do Princípio da Insignificância............................................................................................ 62
17. AÇÃO PENAL NOS CRIMES DA LEI MARIA DA PENHA................................................................................ 64
18. COMPETÊNCIA NA LEI MARIA DA PENHA.................................................................................................. 65
19. REPARAÇÃO DE DANOS NO ÂMBITO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER ....... 69
20. LEI 14.022/2020......................................................................................................................................... 71
21. ENTENDIMENTOS JURISPRUDENCIAIS IMPORTANTES.............................................................................. 75
META 2 ............................................................................................................................................................ 83
DIREITO PROCESSUAL PENAL: QUESTÕES PREJUDICIAIS E PROCESSOS INCIDENTES, SUJEITOS DO PROCESSO,
COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS, EMENDATIO E MUTATIO LIBELI .................................................. 83
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SEMANA 10/18
SEMANA 10/18
5. PROPRIEDADE............................................................................................................................................ 171
5.1 Atributos: GRUD ................................................................................................................................................... 171
5.2 Classificação da propriedade:............................................................................................................................... 171
5.3 Características ...................................................................................................................................................... 172
5.4 Função social da propriedade: ............................................................................................................................. 175
5.5 Propriedade resolúvel e propriedade fiduciária................................................................................................... 176
5.6 Formas de aquisição da propriedade imóvel e móvel:......................................................................................... 177
5.6.1 Modos de Aquisição de Bem Imóvel.............................................................................................................. 178
5.6.2 Modos de Aquisição da Propriedade Móvel.................................................................................................. 186
6. PERDA DA PROPRIEDADE MÓVEL OU IMÓVEL:......................................................................................... 188
7. DIREITOS DE VIZINHANÇA ......................................................................................................................... 189
7.1 Do Uso Anormal Da Propriedade ......................................................................................................................... 189
7.2 Das Árvores Limítrofes ......................................................................................................................................... 189
7.3 Da Passagem Forçada........................................................................................................................................... 190
7.4 Da Passagem De Cabos E Tubulações................................................................................................................... 190
7.5 Das águas.............................................................................................................................................................. 190
7.6 Dos Limites Entre Prédios E Do Direito De Tapagem ........................................................................................... 190
7.7 Do Direito De Construir ........................................................................................................................................ 190
8. CONDOMÍNIOS .......................................................................................................................................... 191
8.1 Do Condomínio Voluntário................................................................................................................................... 191
8.2 Do Condomínio Edilício ........................................................................................................................................ 191
8.3 Do Condomínio em Multipropriedade (TIME-SHARING): .................................................................................... 196
9. DIREITOS REAIS DE GOZO OU FRUIÇÃO .................................................................................................... 200
9.1 Superfície.............................................................................................................................................................. 200
9.2 Servidões .............................................................................................................................................................. 201
9.3 Usufruto ............................................................................................................................................................... 203
9.4 Uso ( = Usufruto Anão, Nanico Ou Reduzido) ...................................................................................................... 205
9.5 Habitação ............................................................................................................................................................. 205
10. DIREITOS REAIS DE GARANTIA:................................................................................................................ 205
10.1 Penhor ................................................................................................................................................................ 207
10.2 Hipoteca ............................................................................................................................................................. 208
10.3 Anticrese............................................................................................................................................................. 210
META 4 .......................................................................................................................................................... 213
DIREITO PROCESSUAL CIVIL: TUTELA DE URGÊNCIA ..................................................................................... 213
1. TUTELA PROVISÓRIA.................................................................................................................................. 213
2. TUTELAS DE URGENCIA ............................................................................................................................. 214
2.1. Requisitos ............................................................................................................................................................ 214
2.2. Algumas regras .................................................................................................................................................... 214
2.3. Tutela antecipada genérica ................................................................................................................................. 214
2.4. Tutela antecipada contra a Fazenda Pública: ...................................................................................................... 221
2.5. Tutela antecipada cautelar.................................................................................................................................. 222
3. TUTELA DE EVIDÊNCIA............................................................................................................................... 225
3.1. Hipóteses de cabimento...................................................................................................................................... 225
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
SEMANA 10/18
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SEMANA 10/18
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ATENÇÃO
Equipe DD
Prezado(a) aluno(a),
Caso possua alguma dúvida jurídica sobre o conteúdo disponibilizado no curso, pedimos que utilize a sua
área do aluno. Há um campo específico para enviar dúvidas.
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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META 1
CPP
Art. 312 e 313, III
Art. 322
Art. 581, V
CP
Art. 44, §2º
Art. 45, §1º e 2º
Art. 129, §9º
Art. 138 a 140 (os crimes contra a honra configuram violência moral contra a mulher)
Art. 330
Lei 11.340/06
Art. 5º e Art. 7º
Art. 8º, §4º
Art. 9º, §4º a §8º
Art. 10-A (importantíssimo)
Art. 11, 12 e 12-C (importantíssimos)
Art. 14-A
Art. 16 e 17 (importantíssimos)
Art. 18 e 19
Art. 20
Art. 22, VI e VII
Art. 24-A (importantíssimo)
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Art. 38-A
Art. 41
CPP
Art. 312 e 313, III, CPP
Art. 322, CPP
1. FINALIDADES DA NORMA
Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e
familiar contra a mulher, nos termos do §8º do art. 226 da Constituição Federal, da
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher,
da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a
Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela República Federativa do
Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra
a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação
de violência doméstica e familiar.
A Lei Maria da Penha possui natureza multidisciplinar, pois, além do caráter penal material e
procedimental, cria também mecanismos de natureza civil, de proteção à mulher, e trata até mesmo temas
afetos às políticas públicas. Ou seja, cuida-se de diploma direcionado à proteção da mulher frente a diversas
áreas do direito.
São quatro as finalidades da lei:
Prevenir e coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher;
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CAIU EM CONCURSO!
- PCBA/2022
seis artigos e entrou em vigor no ano de 2006. Sobre as disposições que compõem o Título I da referida lei,
a) Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos
do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência
contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher
e de outros tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos
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Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção
às mulheres em situação de violência doméstica e familiar
b) Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível
educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe
asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e
seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social
c) Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à
saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho,
à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária
d) A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de forma articulada e
conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de
Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas públicas de proteção, e
emergencialmente quando for o caso
e) O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito
das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão
Art. 226 A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. (...)
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a
integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.
A Lei nº 11.340/06 foi criada, não apenas para atender ao disposto no art. 226, §8°, da Constituição
Federal, que considerou ser dever do Estado assegurar a igualdade substancial nas relações domésticas, em
razão da necessidade de proteção específica e da continuada relação de submissão experimentada pelas
mulheres, mas também para dar cumprimento a diversos tratados internacionais ratificados pela República
Federativa do Brasil.
Nesse sentido, é dever do Estado, por meio de prestações positivas (ações afirmativas), extirpar a
desigualdade histórica que existe entre homens e mulheres, construindo uma igualdade para além da
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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meramente formal, estabelecida no art.5º, I, da CRFB, ou seja, uma igualdade materialmente perceptível no
âmbito das relações sociais.
Explica o professor Renato Brasileiro (2020):
Ressalta-se que esses programas de ações afirmativas não se colocam em rota de colisão com o
princípio da igualdade, potencializando, pelo contrário, expectativas compensatórias e de inserção social de
parcelas historicamente marginalizadas. Não violam o princípio da igualdade, pois há uma discriminação
positiva e não negativa.
Inf. 654 do STF - Não há violação do princípio constitucional da igualdade no fato
de a Lei n. 11.340/06 ser voltada apenas à proteção das mulheres.
A Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) determina que casos de violência doméstica e intrafamiliar que sejam
tipificados como crime, devem ser apurados através de inquérito policial e remetidos ao Ministério Público.
Nesse sentido, diploma situações de violência doméstica, proíbe a aplicação de penas pecuniárias aos
agressores, amplia a pena aplicável, dentre outras medidas de tutela das mulheres em situação de violência,
assim como de seus dependentes. Sobre a Lei Maria da Penha, é CORRETO afirmar:
A) É considerado constitucional o tratamento diferenciado entre os gêneros mulher e homem , no que diz
respeito à necessária proteção ante as peculiaridades física e moral da mulher e a cultura brasileira.
-se à união entre homem
e mulher, celebrada pelo casamento civil.
C) Sob a perspectiva de uma interpretação conforme a Constituição, sem redução de texto, a Lei Maria da
Penha pode ser considerada adequada ao modelo constitucional, se a proteção por ela trazida destinar-se,
igualmente, aos homens do núcleo familiar.
D) Trata-se de legislação inconstitucional, uma vez que trata com distinção as mulheres, colocando-as em
situação privilegiada perante os homens.
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Gabarito: letra A
Art. 4º - Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela se
destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de
violência doméstica e familiar.
Cuida o dispositivo da famigerada interpretação teleológica , aquela que parte das finalidades da
norma.
Segundo o art. 4º, a interpretação da Lei deve levar em conta os fins sociais a que se destina, ou seja,
deve tutelar a mulher que se encontra em uma situação de vulnerabilidade no âmbito de uma relação
doméstica, familiar ou íntima de afeto.
O conceito de violência doméstica e familiar contra a mulher é extraído do art. 5º, conjugado com o
art. 7º, ambos da Lei 11.340/06.
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a
mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei
complementar nº 150, de 2015)
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio
permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente
agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por
indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por
afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha
convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de
orientação sexual.
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I A violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade
ou saúde corporal;
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem,
violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir
e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à
autodeterminação; (Redação dada pela Lei nº 13.772, de 2018)
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a
presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante
intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a
utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer
método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à
prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite
ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV A violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure
retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de
trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos,
incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia,
difamação ou injúria.
De forma genérica, são exigidos três requisitos para a configuração de violência doméstica:
1) A vítima deve ser mulher. (Aqui é importante ser cuidadoso, uma vez que há jurisprudência do
STJ reconhecendo o direito de transexuais à alteração do registro civil, mesmo sem realizar a
cirurgia de redesignação sexual, logo a este seria extensível a proteção da Lei Maria da penha.)
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Atenção à súmula 600 do STJ, segundo a qual a configuração da violência familiar não exige a
coabitação entre autor e vítima. Tal entendimento visa estender o grau de proteção da norma de modo a
abarcar um conjunto de relações fluídas, percebidas em grande parte na sociedade brasileira.
3) Produção de forma de violência prevista nos incisos do art. 7º, Lei 11.340/06:
a. Violência física
b. Violência patrimonial
c. Violência sexual
d. Violência moral
e. Violência psicológica
Obs.: A Lei nº 13.772/2018 promoveu uma pequena mudança na Lei nº 11.340/2006 para deixar expresso
que a violação da intimidade da mulher é uma forma de violência doméstica, classificada como violência
psicológica.
CESPE/2021 - Os casos conhecidos como revanche pornô divulgação de fotos íntimas como forma de
vingança são contemplados como violência moral na Lei Maria da Penha. ITEM INCORRETO. Trata-se de
uma espécie de violência psicológica contra a mulher.
Considerações importantes:
(1) Não há necessidade de habitualidade. O art. 5º, caput refere-se apenas à ação ou omissão.
(2) É indispensável que ocorra uma violência de gênero, tal qual expresso no caput do art.5º. Ausente
esta violência de gênero, não se aplica a Lei Maria da Penha. Segundo Renato Brasileiro:
(3) Para o STJ há presunção legal da hipossuficiência da mulher vítima de violência doméstica:
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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O fato de a vítima ser figura pública renomada não afasta a competência do Juizado
de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher para processar e julgar o delito.
Isso porque a situação de vulnerabilidade e de hipossuficiência da mulher,
envolvida em relacionamento íntimo de afeto, revela-se ipso facto, sendo
irrelevante a sua condição pessoal para a aplicação da Lei Maria da Penha. Trata-se
de uma presunção da Lei. STJ. 5ª Turma. REsp 1416580-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz,
julgado em 1º/4/2014 (Info 539).
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justificar a aplicação dos ditames gravosos da Lei nº 11.340/06. Afinal, o objetivo da Lei Maria da Penha não
foi o de conferir uma proteção indiscriminada a toda e qualquer mulher, mas apenas àquelas que
efetivamente se encontrarem em uma situação de vulnerab
5. SUJEITO PASSIVO
Ressalta-se que, para a doutrina majoritária e os Tribunais Superiores, é possível que os transgêneros
e transexuais sejam vítimas no contexto da violência doméstica e familiar contra a mulher.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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RECURSO ESPECIAL. MULHER TRANS. VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. APLICAÇÃO DA LEI N. 11.340/2006,
LEI MARIA DA PENHA. CRITÉRIO EXCLUSIVAMENTE BIOLÓGICO. AFASTAMENTO. DISTINÇÃO ENTRE SEXO E
GÊNERO. IDENTIDADE. VIOLÊNCIA NO AMBIENTE DOMÉSTICO. RELAÇÃO DE PODER E MODUS OPERANDI.
ALCANCE TELEOLÓGICO DA LEI. MEDIDAS PROTETIVAS. NECESSIDADE. RECURSO PROVIDO.
1. A aplicação da Lei Maria da Penha não reclama considerações sobre a motivação da conduta do agressor,
mas tão somente que a vítima seja mulher e que a violência seja cometida em ambiente doméstico, familiar
ou em relação de intimidade ou afeto entre agressor e agredida.
3. A vulnerabilidade de uma categoria de seres humanos não pode ser resumida tão somente à objetividade
de uma ciência exata. As existências e as relações humanas são complexas e o Direito não se deve alicerçar
em argumentos simplistas e reducionistas.
4. Para alicerçar a discussão referente à aplicação do art. 5º da Lei Maria da Penha à espécie, necessária é a
diferenciação entre os conceitos de gênero e sexo, assim como breves noções de termos transexuais,
transgêneros, cisgêneros e travestis, com a compreensão voltada para a inclusão dessas categorias no abrigo
da Lei em comento, tendo em vista a relação dessas minorias com a lógica da violência doméstica contra a
mulher.
5. A balizada doutrina sobre o tema leva à conclusão de que as relações de gênero podem ser estudadas
com base nas identidades feminina e masculina. Gênero é questão cultural, social, e significa interações
entre homens e mulheres. Uma análise de gênero pode se limitar a descrever essas dinâmicas. O
feminismo vai além, ao mostrar que essas relações são de poder e que produzem injustiça no contexto do
patriarcado. Por outro lado, sexo refere-se às características biológicas dos aparelhos reprodutores
feminino e masculino, bem como o seu funcionamento, de modo que o conceito de sexo, como visto, não
define a identidade de gênero. Em uma perspectiva não meramente biológica, portanto, mulher trans
mulher é.
STJ, REsp 1.977.124/SP, Sexta Turma, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, DJE 22/04/2022).
Atenção: O homem pode ser vítima de violência doméstica e familiar, porém sem a possibilidade de
aplicação da Lei Maria da Penha. Isso porque a Lei Maria da Penha exige uma qualidade especial, qual seja,
ser mulher.
Se a violência doméstica sofrida pelo sujeito do sexo masculino qualificar o crime de lesão corporal,
aplica-se art.129, §9º, do CP.
Não se aplica a Lei Maria da Penha. O sujeito passivo (vítima) não pode ser do sexo
masculino. STJ. 5ª Turma. RHC 51481/SC, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
21/10/2014.
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Aqui reside uma aparente contradição entre a Lei Maria da Penha e o inciso III do
art. 313 do CPP, com redação dada pela Lei n° 12.403/11. As medidas protetivas de
urgência a que se refere o inciso III estão previstas na Lei Maria da Penha (Lei n°
11.340/06), a qual dispõe apenas sobre violência doméstica e familiar contra a
mulher. Como, então, explicar-se o teor do inciso III do art. 313 do CPP, que faz
menção à garantia da execução dessas medidas protetivas de urgência quando o
crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência?
Na verdade, mesmo antes do advento da Lei n° 12.403/11, apesar de a Lei
11.340/2006 ter por objeto apenas a violência doméstica e familiar contra a mulher,
as medidas protetivas nela previstas já vinham sendo utilizadas por meio de
analogia em toda e qualquer hipótese de violência de gênero, ou seja, desde que
presente situação de hipossuficiência física e/ou econômica. Assim, mesmo que a
violência doméstica e familiar fosse praticada, por exemplo, contra uma criança do
sexo masculino, tais medidas protetivas de urgência já vinham sendo aplicadas
cautelarmente, seja por meio de analogia, seja com fundamento no poder geral de
cautela. Daí porquê do inciso III do art. 313 do CPP ter acrescentado a violência
doméstica e familiar contra crianças, adolescentes, idosos, enfermos ou pessoas
com deficiência, já que também se afigura possível a adoção das medidas protetivas
de urgência listadas na Lei Maria da Penha em face dessas situações de
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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CAIU EM CONCURSO!
PCES/2022 Delegado de Polícia: Está fora do âmbito de proteção da Lei nº 11.340/2006,
que trata da violência doméstica contra a mulher,
(d) a mulher agredida dentro do ambiente laboral por colega de trabalho do sexo masculino com quem nunca
teve relação íntima ou de afeto.
DICA DD: De acordo com o STJ, a proteção e os a vítima do sexo masculino poderá requerer a decretação de
medidas cautelares diversas da prisão, especialmente aquelas arroladas nos incisos II e III do art. 319 do
Código de Processo Penal.
Os benefícios previstos pela Lei Maria da Penha devem ser garantidos no âmbito da relação empregatícia da
mulher que presta serviços domésticos em residências de família, sendo desnecessária coabitação. Fonte:
https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/07122020-Relator-afasta-exigencia-
de-coabitacao-e-aplica-Lei-Maria-da-Penha-em-crime-cometido-contra-empregada-pelo-neto.aspx
6. SUJEITO ATIVO
Pode ser tanto o homem quanto a mulher (art. 5º, parágrafo único, Lei 11.340/06).
Logo, a violência doméstica baseada em razão de gênero havida entre companheiras se submete à
Lei Maria da Penha, não sendo o fato de se tratar de relação homoafetiva suficiente para afastar sua
aplicação. Também é possível que em um conflito percebido mãe e filha, irmãs, ou mesmo sogra e nota esteja
sujeito à aplicação da Lei 11.340/06.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Vamos esquematizar?
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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7. ELEMENTO SUBJETIVO
Para a doutrina amplamente majoritária: apenas crimes dolosos podem atrair a aplicação da Lei
Maria da Penha.
Deve-se frisar que, no que tange à modalidade de culpa consciente, aplica-se a incidência da Lei nº
11.340/06. Isso porque, na culpa consciente, existe vontade e nítido liame subjetivo entre o agente e o
resultado, na medida em que o sujeito reconhece que ultrapassa os limites do risco autorizado, ou seja, ele
tem ciência de que está lesando um dever de cuidado por meio de sua conduta. Isso é: Quando atua com
culpa consciente, o agente prevê a ocorrência do resultado penalmente relevante, em que pese acreditar,
firmemente, que não irá se verificar.
Já no tocante à culpa inconsciente, a doutrina entende não ser possível aplicar a Lei Maria da Penha
para os crimes culposos (nos casos em que a culpa é inconsciente, o agente não possui conhecimento de que
infringe um dever de cuidado, tampouco prevê a ocorrência do resultado danoso, razão pela qual sua
ação/omissão não poderá ter qualquer base no gênero, implicando o afastamento do artigo 5º da Lei Maria
da Penha.)
Vejamos o julgamento do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, assim ementado:
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Cuidado! Apesar de o Supremo não ter enfrentado diretamente a questão por ocasião do julgamento
da ADI 4.424/DF (Rei. Min. Marco Aurélio, j. 09/02/ 2012), o Plenário do Supremo concluiu que o crime de
lesão corporal praticada contra a mulher em âmbito doméstico será de ação penal pública incondicionada,
mesmo que de natureza leve ou culposa. Logo, por via oblíqua as infrações penais culposas também se
sujeitam à incidência da Lei Maria da Penha. O mesmo se aplica no caso da contravenção penal de vias de
fato:
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a
mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:
A ação ou omissão da qual resulta a violência doméstica não precisa ser necessariamente uma
infração penal, ações que não são típicas, ou são praticadas no bojo de alguma excludente de ilicitude ou
culpabilidade, podem ser consideradas violência doméstica, mesmo não sendo punidas criminalmente.
A lei é clara no sentido de que não se exige o vínculo familiar para a caracterização do âmbito de
unidade doméstica, sendo necessário apenas que o espaço seja de convivência permanente incluindo-se as
pessoas agregadas esporadicamente.
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Nesse sentido, é possível aplicar a Lei Maria da Penha em relações de amigos que moram juntos, ou,
ainda, em violência perpetrada contra empregada doméstica, desde que presentes os demais requisitos,
sobretudo a situação de vulnerabilidade.
II - No âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
Nesta hipótese, sim, o determinante é a existência de vínculo familiar, de origem biológica ou não. A
violência não precisa ser praticada no âmbito da unidade doméstica, podendo ocorrer dentro ou fora do
espaço habitado pelos familiares.
Lembrando que não basta a relação de parentesco, sendo imprescindível a presença dos requisitos:
motivação de gênero e situação de vulnerabilidade.
Obs.: Vínculo de natureza familiar é jurídico. Logo, pode ser um vínculo conjugal, vínculo de parentesco ou
um vínculo por vontade expressa (adoção).
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida,
independentemente de coabitação.
A Lei nº 11.340/2006, denominada Lei Maria da Penha, em seu art. 5.º, inc. III, caracteriza como
violência doméstica aquela em que o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida,
independentemente de coabitação (STJ, CC 100654).
Contudo, necessário se faz salientar que a aplicabilidade da mencionada legislação a relações
íntimas de afeto como o namoro deve ser analisada em face do caso concreto. Não se pode ampliar o termo
- relação íntima de afeto - para abarcar um relacionamento passageiro, fugaz ou esporádico. Em miúdos, o
ESFAVOR DE EX-
NAMORADA. (...) a aplicabilidade da mencionada legislação a relações íntimas de
afeto como o namoro deve ser analisada em face do caso concreto. Não se pode
ampliar o termo - relação íntima de afeto - para abarcar um relacionamento
passageiro, fugaz ou esporádico. In casu, verifica-se nexo de causalidade entre a
conduta criminosa e a relação de intimidade existente entre agressor e vítima, que
estaria sendo ameaçada de morte após romper namoro de quase dois anos,
situação apta a atrair a incid
100.654/MG, Rel. Min. Laurita Vaz, DJe 13/05/2009).
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Vamos esquematizar?
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DICA DD: foi editada a lei 14.550/2023 que altera a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 e garante
que a Lei Maria da Penha seja aplicada em todos os casos de violência doméstica e familiar
Note que o art. 40-A determina que a Lei será aplicada a todas as situações previstas no seu art. 5º
(Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão
baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou
patrimonial).
Conclui-se, portanto, que a lei continuou, acertadamente, delimitando a aplicação nas hipóteses de
violência de gênero definidas pelo art. 5°.
a violência física, a violência psicológica, a violência sexual, a violência patrimonial e a violência moral.
As violências, como já exposto anteriormente, devem ser praticadas a título de dolo. Lembrando que
há entendimento admitindo também na prática do crime culposo consciente.
Note que o art. 7° faz uso da expressão "entre outras", portanto não se trata de um rol taxativo,
mas sim exemplificativo. Logo, é perfeitamente possível o reconhecimento de outras formas de violência
doméstica e familiar contra a mulher. Tem-se aí verdadeira hipótese de interpretação analógica.
Violência física Entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal
Violência psicológica a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause
dano emocional e diminuição da autoestima, lhe prejudique o pleno desenvolvimento, ou que
vise degradar ou controlar suas ações de maneira geral
Lei 13.772/2018: acrescenta um novo crime ao Código Penal - Crime de registro não
autorizado da intimidade sexual (art. 216-B).1
Promoveu ainda uma pequena mudança na Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) para
deixar expresso que a violação da intimidade da mulher é uma forma de violência
doméstica, classificada como violência psicológica.
Violência sexual- entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou
a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da
força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a
impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao
1
https://www.dizerodireito.com.br/2018/12/lei-137722018-crime-de-registro-nao.html
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Violência patrimonial - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure
retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho,
documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a
satisfazer suas necessidades
Violência moral - entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou
injúria.
Já caiu em prova e foi considerada correta a seguinte alternativa: A violência moral, entendida como
qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria, é uma das formas de violência doméstica e
familiar contra a mulher, estabelecida na Lei n. 11.340/2006
Logo, é importante perceber que as agressões da qual a lei protege não são necessariamente físicas,
podendo ser objeto do procedimento previsto na Lei 11.340 atos de disposição ilegítima de patrimônio e
crimes contra a honra, caso presentes das hipóteses já estudadas no art. 5°.
Art. 8o A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a
mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de ações não-governamentais,
tendo por diretrizes:
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deve ser encaminhada a esta Delegacia especializada para que lá seja adequadamente atendida e para que
lá sejam tomadas todas as providências em relação a essa espécie de delito.
DICA DD: foi editada a Lei nº 14.541/2023, dispondo sobre a criação e funcionamento ininterrupto
de Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deam).
De acordo com o referido diploma, além das funções de atendimento policial especializado para as
mulheres e de polícia judiciária, o Poder Público deverá prestar, por meio da Deam, e mediante convênio
com a Defensoria Pública, os órgãos do Sistema Único de Assistência Social e os Juizados de Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher ou varas criminais competentes, a assistência psicológica e jurídica à
mulher vítima de violência (art. 2º).
A Lei ainda estabelece que a finalidade da Deam é atender todas as mulheres vítimas de violência
doméstica e familiar, crimes contra a dignidade sexual e feminicídios.
A Deam deverá funcionar ininterruptamente, inclusive em feriados. Além disso, as mulheres deverão
ser atendidas em sala reservada e, preferencialmente, por policiais do sexo feminino. Destaca-se, ainda, que
os policiais encarregados de atendimento às vítimas deverão receber treinamento adequado visando o
acolhimento das vítimas de maneira eficaz e humana.
Nos municípios onde não houver Deam, a delegacia existente deverá atuar de forma a priorizar o
atendimento da mulher vítima de violência por agente feminina especializada.
Por fim, a Deam deverá disponibilizar número de telefone ou outro mensageiro eletrônico destinado
ao acionamento imediato da polícia em casos de violência contra a mulher.
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§ 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência física, sexual ou
psicológica e dano moral ou patrimonial a mulher fica obrigado a ressarcir todos
os danos causados, inclusive ressarcir ao Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo
com a tabela SUS, os custos relativos aos serviços de saúde prestados para o total
tratamento das vítimas em situação de violência doméstica e familiar, recolhidos
os recursos assim arrecadados ao Fundo de Saúde do ente federado responsável
pelas unidades de saúde que prestarem os serviços. (Vide Lei nº 13.871, de
2019) (Vigência)
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Encaminhamento à assistência judiciária, quando for o caso, inclusive para eventual ajuizamento
da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união
estável perante o juízo competente.
A Lei nº 13.894/2019 acrescentou um novo inciso ao § 2º do art. 9º prevendo que, se a vítima e o agressor
forem casados ou viverem em união estável, a mulher deverá ser encaminhada à assistência judiciária
para que possa ter a oportunidade de, assim desejando, desvincular-se formalmente do
marido/companheiro agressor por meio da ação judicial própria.
A Lei nº 13.894/2019 acrescentou o § 4º e §5º e 6º do art. 9º prevendo que o autor de violência doméstica
praticada contra mulher terá que ressarcir os custos relacionados com:
familiar: Quando se fala em ressarcir todos os danos causados, isso significa que o agressor tem o dever,
inclusive, de pagar ao Sistema Único de Saúde (SUS) as despesas que foram realizadas com os serviços de
saúde prestados para o total tratamento da vítima em situação de violência doméstica e familiar. Ex: custos
com cirurgia, com medicamentos, com atendimento de psicóloga etc. Assim, mesmo o SUS sendo um
serviço oferecido gratuitamente à população, o agressor tem o dever de ressarcir os gastos que o poder
público teve com isso.
2
http://www.tjes.jus.br/botao-do-panico-dispositivo-de-seguranca-que-ajuda-a-proteger-mulheres-vitimas-de-violencia-
domestica-completa-6-anos/
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- O ressarcimento não poderá importar ônus de qualquer natureza ao patrimônio da mulher e dos seus
dependentes;
- O fato de o agressor ter feito o ressarcimento não configura atenuante (art. 65, III, b, CP);
- O ressarcimento não enseja possibilidade de substituição da pena aplicada (art. 17 desta lei e Súmula 588
STJ).
Prioridade para matricular seus dependentes em instituição de educação básica mais próxima de
seu domicílio, ou transferi-los para essa instituição, mediante a apresentação dos documentos
comprobatórios do registro da ocorrência policial.
A Lei nº 13.882/2019 amplia esse rol de assistência e prevê que a mulher vítima da violência doméstica terá
prioridade para matricular ou para transferir seus filhos ou outros dependentes para escolas próximas de seu
domicílio. E se não houver vaga na escola próxima, ainda assim, o dependente da vítima terá direito de ser
matriculado como um excedente, ou seja, mesmo fora do número de vagas. É nesse sentido a previsão da
medida protetiva de urgência constante do art. 23, V:
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas: V
dependentes da ofendida em instituição de educação básica mais próxima do seu domicílio, ou a
transferência deles para essa instituição, independentemente da existência de vaga
Obs.: a informação de que o aluno foi transferido ou matriculado por conta de violência doméstica sofrida
por sua mãe deverá ficar em sigilo, sendo de conhecimento apenas do juiz, do MP e dos órgãos competentes
do poder público (ex: diretora da escola).
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Trata-se de tema rotineiramente abordado em prova de carreiras policiais, uma vez que é direito da
mulher ser atendida de forma especializada, ininterrupta e preferencialmente, por servidoras do sexo
feminino. Como se depreende do texto legal, não há uma necessidade absoluta de que o atendimento seja
realizado por Mulher:
§ 1º A inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de
testemunha de violência doméstica, quando se tratar de crime contra a mulher,
obedecerá às seguintes diretrizes: (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
I - salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da depoente, considerada
a sua condição peculiar de pessoa em situação de violência doméstica e
familiar; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em situação de violência
doméstica e familiar, familiares e testemunhas terão contato direto com
investigados ou suspeitos e pessoas a eles relacionadas; (Incluído pela Lei nº
13.505, de 2017)
III - não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquirições sobre o mesmo
fato nos âmbitos criminal, cível e administrativo, bem como questionamentos
sobre a vida privada. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
§ 2º Na inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de
testemunha de delitos de que trata esta Lei, adotar-se-á, preferencialmente, o
seguinte procedimento: (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
I - a inquirição será feita em recinto especialmente projetado para esse fim, o qual
conterá os equipamentos próprios e adequados à idade da mulher em situação de
violência doméstica e familiar ou testemunha e ao tipo e à gravidade da violência
sofrida; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
II - quando for o caso, a inquirição será intermediada por profissional especializado
em violência doméstica e familiar designado pela autoridade judiciária ou
policial; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
III - o depoimento será registrado em meio eletrônico ou magnético, devendo a
degravação e a mídia integrar o inquérito. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
Em linhas gerais, busca-se por meio do estabelecimento de diretrizes especiais à polícia judiciária
evitar a vitimização secundária, bem como a heterovitimização, impedindo que a vítima seja objeto de
sucessivas inquirições e procedimentos que possam potencializar as sequelas das violências sofridas.
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Os arts. 11 e 12 da Lei Maria da Penha tratam das providências que devem ser tomadas pela
autoridade policial que tenha atuação na Delegacia especializada no atendimento à mulher vítima de
violência doméstica e familiar contra a mulher, ou da Delegacia de Polícia comum, nos locais em que não
houver delegacia especializada.
Algumas providências são de caráter obrigatório, como, por exemplo, a oitiva da vítima, lavratura do
boletim de ocorrência, atermação da representação e a verificação se o agressor possui registro de porte ou
posse de arma de fogo; outras, no entanto, têm sua realização condicionada à discricionariedade da
autoridade policial, que deve determinar sua realização de acordo com as peculiaridades do caso concreto.
Trata-
III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local
seguro, quando houver risco de vida;
IV - Se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus
pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar;
V - Informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços
disponíveis, inclusive os de assistência judiciária para o eventual ajuizamento
perante o juízo competente da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação
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Aqui é importante ficar atento, pois se trata de dispositivo diretamente voltado à autoridade policial,
em especial para o dever de remessa dos autos para o magistrado no prazo de 48 horas, bem como para a
inovação legislativa que orienta a verificação do registro de posse ou porte de arma de fogo por parte do
agressor.
Note que a autoridade policial não tem legitimidade para aplicar diretamente a medida protetiva ou
representar por ela. O delegado apenas encaminha ao juiz, em 48 horas, quando há pedido da ofendida!
Não há que se falar em representação pelos procedimentos legais.
O inciso VI determina que a autoridade policial deve fazer juntar aos autos do procedimento
investigatório a folha de antecedentes criminais do agressor, indicando a existência de mandado de prisão
ou registro de outras ocorrências policiais contra ele. Nessa toada, é igualmente importante que o delegado
verifique se há, no banco de dados criado pela Lei n. 13.829/19 (que inseriu o art. 38-A na Lei), eventual
registro de medida protetiva de urgência anteriormente determinada em detrimento do agressor.
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Outra inovação ocorreu no §1º, inciso IV. A Lei 13.836/2019 estabeleceu que uma das providências
do Delegado de Polícia é informar à autoridade judicial caso a mulher vítima da violência seja pessoa com
deficiência.
Por questões didáticas, analisaremos o art. 12-C juntamente com
o estudo acerca das medidas protetivas de urgência, no tópico
abaixo
Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz, no prazo
de 48 (quarenta e oito) horas:
I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas protetivas de
urgência;
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária,
quando for o caso, inclusive para o ajuizamento da ação de separação judicial, de
divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união estável perante o
juízo competente; (Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019)
III - comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.
IV - determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a posse do agressor.
(Incluído pela Lei nº 13.880, de 2019).
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Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a
requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida.
§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato,
independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério
Público, devendo este ser prontamente comunicado.
§ 2º As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou
cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras de
maior eficácia, sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou
violados.
§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida,
conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se
entender necessário à proteção da ofendida, de seus familiares e de seu
patrimônio, ouvido o Ministério Público.
Lei 14.550/2023:
§ 4º As medidas protetivas de urgência serão concedidas em juízo de cognição
sumária a partir do depoimento da ofendida perante a autoridade policial ou da
apresentação de suas alegações escritas e poderão ser indeferidas no caso de
avaliação pela autoridade de inexistência de risco à integridade física, psicológica,
sexual, patrimonial ou moral da ofendida ou de seus dependentes.
§ 5º As medidas protetivas de urgência serão concedidas independentemente da
tipificação penal da violência, do ajuizamento de ação penal ou cível, da existência
de inquérito policial ou do registro de boletim de ocorrência.
§ 6º As medidas protetivas de urgência vigorarão enquanto persistir risco à
integridade física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral da ofendida ou de seus
Obs.: Medidas cautelares situacionais: As medidas protetivas de urgência, por possuírem natureza cautelar,
dependem da manutenção da situação fática de perigo que legitimaram a sua decretação. Assim,
desaparecido o suporte fático legitimador da medida, deve o magistrado revogar a constrição. Nesse sentido,
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é possível dizer que a decisão que decreta a medida sujeita-se à cláusula rebus sic stantibus, estando sempre
sujeita à nova verificação de seu cabimento à luz do seu suporte fático legitimador.
do agressor, mudanças do estado de fato subjacente ao momento de sua decretação ou mesmo o surgimento
de novas provas que alterem o convencimento judicial sobre o fumus comissi delicti ou o periculum libertatis
podem levar à necessidade de: 1) revogação da medida; 2) substituição da medida por outra , mais gravosa
ou mais benéfica; 3) reforço da medida, por acréscimo de outra em cumulação; 4) atenuação da medida,
DICA DD:
revogação da
12/04/2023
Contudo, em reação legislativa, a partir da lei 14.550/2023, que alterou a lei Maria da Penha,
as medidas protetivas de urgência serão concedidas independentemente da tipificação penal da violência,
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Isso significa que, visando uma maior proteção à vítima, ou seja, desvinculando a aplicação das
medidas protetivas de qualquer procedimento ou ação penal, a legislação define a natureza autônoma das
medidas protetivas. Neste sentido, o STJ tem posicionamento publicado na edição n° 205 da Jurisprudência
em Teses com a seguinte redação:
contra a mulher possuem natureza satisfativa, motivo pelo qual podem ser
pleiteadas de forma autônoma, independentemente da existência de outras ações
As medidas protetivas de urgência poderão ser INDEFERIDAS no caso de avaliação pela autoridade
de inexistência de risco à integridade física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral da ofendida ou de
seus dependentes!
A mudança na legislação também garante que a Lei Maria da Penha seja aplicada em todos os casos
de violência doméstica e familiar e da condição do agressor
ou da vítima.
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Além disso, as medidas protetivas de urgência poderão ser aplicadas em conjunto com as medidas
cautelares do CPP. Ex: determinação para que o agressor se afaste do lar (inciso II do art. 22 da LMP) e que
compareça periodicamente em juízo (inciso I do art. 319 do CPP).
d)
Inciso II - Encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária:
Uma dessas medidas protetivas de urgência que a vítima poderá pedir é justamente a
assistência judiciária (art. 18, II, da Lei nº 11.340/2006).
A Lei nº 13.894/2019 alterou esse inciso II do art. 18 para deixar claro que essa assistência
judiciária abrange o direito de ajuizar ações de separação judicial, de divórcio, de anulação
de casamento ou de dissolução de união estável.
As medidas protetivas de urgência, em regra, são concedidas pela autoridade judicial (Juiz ou
Desembargador), após requerimento do Ministério Público ou da ofendida cujo pedido é formulado
perante a autoridade policial.
Note, portanto, que as medidas protetivas de urgências não podem ser objeto de representação
pela autoridade policial. Como vimos na análise do art. 12, §1º, o que o delegado de polícia pode fazer é
apenas tomar a termo a declaração da ofendida pela concessão das medidas protetivas, ou seja, somente
pode transcrever esse pedido e encaminhá-lo ao Poder Judiciário.
Ressalta-se que, até a edição da Lei nº 13.827/2019, a regra que exigia cláusula de reserva de
jurisdição não possuía exceções. A referida Lei, no entanto, inovou e trouxe uma hipótese em que uma das
medidas protetivas de urgência poderia ser concedida pelo Delegado de polícia, ou até mesmo pelo policial,
em determinadas situações.
O art. 12-C, inserido pela Lei nº 13.827/2019 e posteriormente atualizado pela Lei 14.188/2021,
permite que a medida protetiva de AFASTAMENTO DO LAR seja concedida pelo Delegado de Polícia, se o
Município não for sede de comarca ou até mesmo pelo policial, caso também não haja Delegado de Polícia
no momento, devendo o juiz ser comunicado no prazo máximo de 24 horas.
Cuidado para não confundir com o prazo de 48 horas previsto no art. 12, III e
art. 18!
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Se a medida for concedida por Delegado ou por policial (situações 2 e 3), o Juiz será comunicado no
prazo máximo de 24 horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da medida
aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público concomitantemente!
O Supremo Tribunal Federal (STF) considerou válida a alteração promovida pela Lei nº 13.827/19,
que passou a permitir que, em casos excepcionais, a autoridade policial afaste o suposto agressor do
domicílio ou do lugar de convivência quando for verificado risco à vida ou à integridade da mulher, mesmo
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sem autorização judicial prévia. A decisão foi proferida no bojo da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI)
6138:
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CONCLUSÃO: Em regra, as medidas protetivas de urgência somente podem ser concedidas pela
autoridade judiciária, por se tratar de medida submetida à cláusula de reserva de jurisdição, após o
requerimento do MP ou da ofendida. No entanto, em havendo risco à vida ou integridade física ou
psicológica da ofendida ou de seus dependentes, poderá o Delegado de Polícia ou o próprio policial
determinarem o AFASTAMENTO IMEDIATO DO LAR, nas hipóteses previstas em lei!
PEGADINHA DE PROVA:
* REGRA: O delegado tem 48 horas para enviar a representação da vítima ao juiz (art. 12, III), e o juiz
também possui 48 horas para tomar as devidas providências (art. 18, caput)
* EXCEÇÃO: Em caso de medida protetiva de afastamento do lar concedida pelo Delegado de Polícia ou
pelo Policial, nas hipóteses previstas em lei, a comunicação ao juiz deve ser feita em 24 horas, tendo este
o mesmo prazo de 24 horas para decidir sobre ela. (Art. 12-C, §1º).
2ª C SIM! Apesar de o dispositivo não prever expressamente, seria possível que as medidas
protetivas fossem concedidas pelo Juiz de ofício. Isso porque o juiz, ao conceder medidas protetivas
de urgência de ofício, não estaria promovendo a persecução penal contra o acusado, mas apenas
tomando medidas que visam a beneficiar a vítima de violência doméstica. Inclusive, o próprio
parágrafo primeiro determina que as medidas devem ser concedidas de imediato,
independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público, confirmando
a possibilidade de o Juiz poder concedê-las de ofício.
CUIDADO! Embora o art. 19, §1º autorize o juiz a apreciar as medidas protetivas sem a prévia oitiva do MP,
o mesmo não ocorre nas hipóteses de alteração ou reforço das medidas já concedidas, em que se exigirá a
prévia oitiva do MP, à luz do art. 19, §3º.
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Atenção à jurisprudência:
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos
termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou
separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão
competente, nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite
mínimo de distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de
comunicação;
c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e
psicológica da ofendida;
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe
de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
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Além disso, sobre a duração da medida protetiva, vale destacar a jurisprudência do STJ (informativo
770, de 18/04/2023):
Independentemente da extinção de punibilidade do autor, a vítima de violência
doméstica deve ser ouvida para que se verifique a necessidade de
prorrogação/concessão das medidas protetivas.
A jurisprudência do STJ se firmou no sentido de que, extinta a punibilidade, não
subsistem mais os fatores para a manutenção/concessão de medidas protetivas,
sob pena de eternização da restrição de direitos individuais.
Nesse sentido, as duas Turmas de Direito Penal desta Corte vem decidindo que,
embora a lei penal/processual não prevê um prazo de duração da medida
protetiva, tal fato não permite a eternização da restrição a direitos individuais,
devendo a questão ser examinada à luz dos princípios da proporcionalidade e da
adequação.
(...)
Assim, antes do encerramento da cautelar protetiva, a defesa deve ser ouvida,
notadamente para que a situação fática seja devidamente apresentada ao Juízo
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Decisão que fixa alimentos em razão da prática de violência doméstica pode ser
executada sob o rito da prisão civil. A decisão proferida em processo penal que fixa
alimentos provisórios ou provisionais em favor da companheira e da filha, em razão
da prática de violência doméstica, constitui título hábil para imediata cobrança e,
em caso de inadimplemento, passível de decretação de prisão civil. STJ. 3ª Turma.
RHC 100446-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 27/11/2018 (Info
640).
A Lei 13.984/2020 acrescentou duas novas medidas protetivas de urgência a serem cumpridas pelo
agressor (frequentar centro de educação e de reabilitação e ter acompanhamento psicossocial). Isso é
possível porque o rol das medidas protetivas previsto na Lei Maria da Penha é meramente exemplificativo,
podendo ser concedidas outras providências que não estejam ali elencadas.
Ressalta-se que, mesmo antes da Lei nº 13.984/2020, tais medidas já poderiam ser determinadas.
Trata-se daquilo que a doutrina denominou de princípio da atipicidade das medidas protetivas de urgência
(LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. 4ª ed., Salvador: Juspodivm, 2016, p.
931).
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário
de proteção ou de atendimento;
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo
domicílio, após afastamento do agressor;
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos
relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;
IV - determinar a separação de corpos.
V - determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de
educação básica mais próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para essa
instituição, independentemente da existência de vaga. (Incluído pela Lei nº
13.882, de 2019)
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
SEMANA 10/18
A Lei 13.882/2019 garante a matrícula dos dependentes da mulher vítima de violência doméstica e
familiar em instituição de educação básica mais próxima de seu domicílio. Mesmo se não houver vaga na
escola próxima, ainda assim, o dependente da vítima terá direito de ser matriculado como um excedente, ou
seja, mesmo fora do número de vagas (já explicado acima).
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles
de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as
seguintes medidas, entre outras:
I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;
II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e
locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;
III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;
IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos
materiais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a
ofendida.
Quais as consequências caso o indivíduo descumpra a decisão judicial que impôs a medida
protetiva de urgência?
É possível a execução da multa imposta;
É possível a decretação de sua prisão preventiva (art. 313, III, do CPP) caso presentes também os
indícios do art. 312, CPP (analisaremos adiante)
O agente responderá pelo crime do art. 24-A da Lei nº 11.340/2006:
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência
previstas nesta Lei:
Pena detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos
§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz
que deferiu as medidas.
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá
conceder fiança.
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis.
O art. 24-A, inserido pela Lei 13.641/2018, é o único delito tipificado na Lei nº 11.340/2006.
Em verdade, trata-se de um delito de desobediência, em que o agressor, ao descumprir a medida
restritiva imposta pelo juízo a título de medida protetiva, está violando a administração da justiça por conta
de seu desprezo à decisão judicial. Portanto, é sujeito ativo do delito, o agressor destinatário da medida. Já
o sujeito passivo é a administração da justiça e, secundariamente, a vítima.
a) Sujeito ativo: Comete este delito a pessoa que descumpre a medida protetiva de urgência imposta
com base na Lei Maria da Penha.
Homem ou mulher: Aqui cabe uma interessante observação: ao contrário do que muitos
imaginam, o autor da violência doméstica não precisa ser necessariamente um homem. Assim,
existem casos de violência doméstica praticados por mulheres. Ex: filha contra mãe (STJ HC
277.561/AL). A exigência é de que a vítima seja mulher, mas o agressor pode ser homem ou
mulher. Isso significa que o sujeito ativo do crime do art. 24-A da Lei Maria da Penha pode ser
homem ou mulher. É o caso, por exemplo, da nora que agride a sogra. Se o juiz impuser que a
nora não se aproxime da sogra e a nora descumprir essa ordem, responderá prelo crime do
art. 24-A.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
SEMANA 10/18
Partícipes: O indivíduo poderá responder por este delito, na qualidade de partícipe, mesmo
sem ser o autor da violência doméstica. Ex: o juiz determina que João mantenha distância
mínima de 500 metros de Maria (sua ex-esposa) e não tente nenhum contato com ela por
proibição, envia para Maria, pelo seu número do whatsapp, um áudio do agressor no qual ele
tenta a reconciliação com a vítima.
c) Tipo objetivo:
Descumprir: consiste em desobedecer, ou seja, não atender, não cumprir a decisão judicial.
Ação ou omissão: vale ressaltar que esse crime poderá ser praticado mediante conduta
comissiva (ex: aproximar-se da vítima mesmo havendo uma proibição) ou omissiva (ex: não
pagar os alimentos provisórios fixados pelo juiz como medida protetiva).
Decisão judicial: deve-se entender em sentido amplo, abrangendo tanto decisões
interlocutórias como eventualmente uma sentença ou acórdão no qual seja fixada a medida
protetiva. A decisão pode ser de 1ª instância ou de Tribunal (colegiada ou monocrática). Obs.:
O fato de a medida em questão ter sido decretada por um juízo cível não afasta a tipificação
do delito do delito. É nesse sentido, aliás, o teor do art. 24-A, §1º, da LMP.
Medidas protetivas de urgência previstas na Lei Maria da Penha: As medidas protetivas de
urgência estão previstas nos arts. 22 a 24 da Lei nº 11.340/2006.Esse rol é exemplificativo e o
juiz poderá aplicar outras medidas não expressamente listadas na Lei Maria da Penha. Vale
ressaltar, no entanto, que o crime do art. 24-A somente se verifica se o agente descumprir uma
medida protetiva prevista na Lei nº 11.340/2006. Se o sujeito descumprir medida protetiva
atípica, ou seja, não prevista expressamente na Lei Maria da Penha, não haverá o crime do art.
24-A.
Reserva de jurisdição: Importante esclarecer que apenas o juiz (ou Tribunal) pode impor as
medidas protetivas de urgência. A autoridade policial ou o membro do Ministério Público não
gozam dessa possibilidade.
Desobediência: O art. 24-A é um tipo especial de desobediência (art. 330 do CP).
Obs.1: Não se exige violência ou grave ameaça: O crime do art. 24-A pode se consumar mesmo que
o sujeito ativo não tenha agido com violência ou grave ameaça. Ex: o juiz determinou que João, acusado de
violência doméstica, não se aproxime menos que 500m da ex-mulher. O autor do fato, arrependido, procura
a vítima chorando e com um buquê de rosas. Ele terá cometido o crime do art. 24-A. Se houver violência ou
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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grave ameaça, o agente poderá responder pelo delito do art. 24-A em concurso com outros delitos. Ex: se o
agente, que estava proibido de se aproximar da ex-mulher, procura-a e a ameaça de morte, ele responderá
pelo delito do art. 24-A da Lei nº 11.340/2006 em concurso com o art. 147 do Código Penal.
Obs.2: Inexigibilidade de conduta diversa: Uma das medidas protetivas de urgência previstas na Lei
medida em virtude de impossibilidade econômica, não poderá ser punido pelo crime do art. 24-A,
considerando que se trata de hipótese de inexigibilidade de conduta diversa, que consiste em causa
excludente de culpabilidade.
e) Consumação e tentativa:
A medida protetiva pode consistir em uma ordem para que o agente faça alguma coisa ou para que
não faça (não adote determinado comportamento). Desse modo, o crime se consuma no momento em que
o agente faz a conduta proibida na decisão judicial (ex: entra em contato com a ex-mulher, mesmo isso tendo
sido proibido) ou, então, no instante em que termina o prazo que havia sido fixado para que o sujeito
adotasse determinado comportamento (ex: juiz fixou o prazo de 24h para que o agressor deixasse a casa;
após isso, sem cumprimento, o crime já terá se consumado).
A tentativa, em tese, é possível na modalidade comissiva. Ex: o ex-marido, mesmo estando proibido
de entrar em contato com a ex-mulher, envia-lhe uma carta, que é interceptada pela sogra.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Observações importantes:
§ 1º: A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu as
medidas: As medidas protetivas de urgência da Lei nº 11.340/2006 não são exclusivas do processo
penal. Isso significa que podem ser aplicadas em processos cíveis, independentemente da existência
de inquérito policial ou processo criminal contra o suposto agressor.
CUIDADO! Veda-se a concessão de fiança pela autoridade policial somente no delito do art. 24-A! Caso seja
praticado outro delito, com pena máxima de 4 anos, ainda que no âmbito da Lei Maria da Penha, será
possível a concessão da fiança, nos moldes do art. 322 do CPP! Em outras palavras: o mero fato de o crime
ter sido praticado no âmbito da violência doméstica e familiar contra a mulher, por si só, não afasta a
concessão da fiança!
Renato Brasileiro explica:
ade policial poderá conceder fiança às infrações penais cuja
pena máxima não seja superior a 4 (quatro) anos, não se pode estabelecer qualquer outro requisito para a
concessão do referido benefício, sob pena de indevida violação ao princípio da legalidade. De mais a mais, o
simples fato de um crime estar sujeito à decretação da prisão preventiva não é óbice à concessão da fiança
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis: descumprimento de
medida protetiva pode ensejar a execução da multa eventualmente imposta e a decretação da prisão
preventiva do autor. O que este § 3º explicita é que tais consequências continuam acontecendo
mesmo agora com a existência de um tipo penal específico para essa conduta.
3
Renato Brasileiro discorda e afirma que, a despeito de a pena máxima cominada não ser superior a 2 anos, o art. 24-A é crime
comum, de competência do juízo comum, aplicando-se o procedimento comum sumário.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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NÃO CONFUNDA: Em se tratando de crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher
NÃO SE APLICA A SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO, ENTRETANTO É POSSÍVEL A CONCESSÃO DA
SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA (Código Penal).
A prisão preventiva na Lei Maria da Penha é um tema bastante controvertido na doutrina. Isso porque
a Lei prevê a possibilidade de decretação da cautelar, pelo juiz, de ofício, em qualquer fase da persecução
penal, o que, para a doutrina amplamente majoritária, violaria do Sistema Acusatório. Na realidade, antes
mesmo do advento do Pacote Anticrime, que veio para reforçar a imparcialidade do juiz, já havia acirrada
discussão sobre o tema.
Após o advento do Pacote Anticrime, como proceder?
Prova objetiva Verificar se a assertiva contempla a letra da lei ou a jurisprudência do STJ.
Pois na lei admite a possibilidade de o juiz decretar a prisão preventiva de ofício, seja em
fase de inquérito policial ou instrução penal. Já em decisão do STJ, não cabe preventiva de
ofício.
ATENÇÃO! STJ decidiu que NÃO cabe decretação de prisão de ofício nem no rito da Lei Maria da Penha:
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podendo conviver com normas de leis esparsas que ainda a contemplem, como a
do art. 20 da Lei 11.340/2006. 3. De toda forma, o tema não se insere no
julgamento como nenhum vicio integrativo, menos ainda a omissão. O que se
pretende é apenas a rediscussão da matéria, na contramão dos precedentes da
Turma, visando alterar a conclusão que resultou desfavorável, o que é incabível na
via eleita. 4. Embargos de declaração rejeitados. (STJ - EDcl no AgRg no HC: 705436
RS 2021/0359211-4, Relator: Ministro OLINDO MENEZES (DESEMBARGADOR
CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), Data de Julgamento: 19/04/2022, T6 - SEXTA
TURMA, Data de Publicação: DJe 22/04/2022)
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da
prisão preventiva: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução
das medidas protetivas de urgência; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
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dada pela Lei nº 11.340/2006, admita a decretação da prisão preventiva nos crimes
dolosos que envolvam violência doméstica e familiar contra a mulher, para garantir
a execução de medidas protetivas de urgência, a adoção dessa providência é
condicionada ao preenchimento dos requisitos previstos no art. 312 daquele
diploma. É imprescindível que se demonstre, com explícita e concreta
fundamentação, a necessidade da imposição da custódia para garantia da ordem
pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para
assegurar a aplicação da lei penal, sem o que não se mostra razoável a privação da
liberdade, ainda que haja descumprimento de medida protetiva de urgência,
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Percebe-se aqui que há uma exceção à regra geral trazida pelo Código de Processo Penal, podendo
haver retratação da representação após oferecimento da denúncia.
A retratação poderá ocorrer até o oferecimento da A retratação poderá ocorrer antes do recebimento
denúncia (art. 25) da denúncia (art. 16)
Não atende ao disposto neste art. 16 a retratação da suposta ofendida ocorrida em cartório de Vara,
sem a designação de audiência específica necessária para a confirmação do ato. Em outras palavras, se a
vítima comparece ao cartório e manifesta interesse em se retratar, ainda assim o juiz deverá designar a
audiência para ouvir a ofendida e o MP, não podendo rejeitar a denúncia sem cumprir esse procedimento.
STJ. 5ª Turma. HC 138143-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 03/09/2019 (Info 656).
16.1 Vedação à pena de cesta básica, prestação pecuniária ou pagamento isolado da multa
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a
mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a
substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.
Esse dispositivo proíbe que o juiz aplique as seguintes penas restritivas de direitos à pessoa que
praticou violência doméstica e familiar contra a mulher:
Pena de "cesta básica";
Quaisquer espécies de prestação pecuniária (art. 45, §§ 1º e 2º);
Pagamento isolado de multa (art. 44, § 2º do CP).
Tal vedação se presta a não atribuição de um caráter meramente patrimonial à punição do agressor,
o que de certa forma incentivaria um processo discriminatório em que agressores abastados financeiramente
se eximiriam de sua responsabilidade com o mero pagamento de indenizações e prestações pecuniárias.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Alguns doutrinadores começaram a sustentar a tese de que o art. 17, ao proibir apenas esses tipos
de penas, teria, a contrario sensu, permitido que fossem aplicadas outras espécies de penas restritivas de
direitos.
Essa interpretação foi aceita pela jurisprudência? É possível a aplicação de penas restritivas de
direito para os crimes cometidos contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico?
R.: NÃO. A jurisprudência entende que não cabe a substituição da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos nos crimes cometidos contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente
doméstico. O STJ editou a súmula 588 para espelhar essa sua posição consolidada:
Por outro lado, em caso de CONTRAVENÇÕES PENAIS praticadas contra a mulher com violência ou
grave ameaça no ambiente doméstico há uma discordância. Ex: imagine que o marido pratica vias de fato
(art. 21 da Lei de Contravenções Penais) contra a sua esposa; ele poderá ser beneficiado com pena restritiva
de direitos?
STJ e 1ª Turma do STF: NÃO. Não é possível a substituição da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos tanto no caso de crime como contravenção penal praticados contra a
mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico. É o teor da Súmula 588-STJ. A
4
Explicação via Dizer o Direito.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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1ª Turma do STF também comunga do mesmo entendimento: HC 137888/MS, Rel. Min. Rosa
Weber, julgado em 31/10/2017.
2ª Turma STF: SIM. Afirma que é possível a conversão da pena privativa de liberdade por
restritiva de direito, nos moldes previstos no art. 17 da Lei Maria da Penha, aos condenados pela
prática de contravenção penal. Isso porque a contravenção penal não está na proibição contida
no inciso I do art. 44 do CP, que fala apenas em crime. Logo, não existe proibição no
ordenamento jurídico para a aplicação de pena restritiva de direitos em caso de contravenções.
Nesse sentido: STF. 2ª Turma. HC 131160, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 18/10/2016.
Relembre o que diz o inciso I do Código Penal:
DICA! Em concursos, se o enunciado não estiver fazendo qualquer distinção, fiquem com a posição
exposta na súmula e que também é adotada pela 1ª Turma do STF.
Não se aplica o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais praticados contra a
mulher no âmbito das relações domésticas. Os delitos praticados com violência contra a mulher, devido à
expressiva ofensividade, periculosidade social, reprovabilidade do comportamento e lesão jurídica causada,
perdem a característica da bagatela e devem submeter-se ao direito penal.
Assim, o STJ e o STF não admitem a aplicação dos princípios da insignificância aos crimes e
contravenções praticados com violência ou grave ameaça contra a mulher, no âmbito das relações
domésticas, dada a relevância penal da conduta.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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A) O crime de lesão corporal leve, praticado contra a mulher no âmbito das relações domésticas e familiares,
deve ser processado mediante ação penal pública condicionada à representação.
B) Presentes os requisitos, é possível a realização de transação penal nos crimes que envolvem violência
doméstica e familiar contra a mulher.
C) Não é possível a aplicação do princípio da insignificância nos delitos praticados com violência ou grave
ameaça no âmbito das relações domésticas e familiares contra a mulher.
D) O sujeito passivo da violência doméstica objeto da Lei Maria da Penha é apenas a mulher, e o sujeito ativo
é apenas o homem.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Gabarito: Letra C
Inicialmente, cumpre salientar que não são todos os crimes praticados no contexto de violência
doméstica e familiar contra a mulher que são de ação penal pública incondicionada. Veja: a regra prevista
pelo Código Penal é que os crimes serão de ação penal pública incondicionada, inclusive quando não houver
previsão expressa nesse sentido. Ou seja: quando o Código não falar nada, o crime será de ação penal pública
incondicionada (essa regra vale para todos os crimes!). Assim, para que o crime seja de ação penal privada
ou pública condicionada, deve haver disposição expressa nesse sentido.
Ocorre que havia divergência doutrinária sobre o crime de LESÃO CORPORAL LEVE e LESÃO
CORPORAL CULPOSA no âmbito da Lei Maria da Penha. Isso porque, por um lado, a Lei 9099/95 afirma que
os crimes de lesão corporal culposa e leve são de ação penal pública condicionada à representação (art. 88),
enquanto, por outro lado, o art. 41 da Lei Maria da Penha expressamente afasta a incidência da Lei 9099/95
aos crimes cometidos no âmbito da Violência Doméstica e familiar contra a mulher.
Assim surgiu a seguinte divergência: aplica-se o disposto na Lei 9099/95, que prevê a ação penal
pública condicionada à representação para as lesões corporais leves e culposas, ou se aplica o disposto na
Lei 11.340/06, que veda a aplicação da Lei 9099/95 aos crimes da Lei?
A doutrina e jurisprudência dominantes são no sentido de que deve prevalecer o art. 41 da Lei Maria
da Penha, em razão do princípio da especialidade. Assim, embora a regra geral seja de que as lesões
corporais leves e culposas dependam de representação, SE OCORREREM NO ÂMBITO DA LEI MARIA DA
PENHA, SERÃO CRIMES DE AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA. Não porque a Lei 11.340/06 dispõe
dessa forma, mas sim porque veda a aplicação da Lei 9.099/95.
Portanto, o queremos dizer é:
Se o crime praticado no âmbito de violência doméstica e familiar contra a mulher estiver
previsto no CÓDIGO PENAL como um crime condicionado à representação, como é o caso
da ameaça, assim será. As ameaças no contexto de violência doméstica precisarão de
representação da ofendida pois esta é a regra geral do Código Penal - e a Lei Maria da Penha
não afasta a incidência do Código Penal.
Por outro lado, se o crime praticado no âmbito de violência doméstica e familiar contra a
mulher estiver previsto NA LEI DE JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS como um crime
condicionado à representação, como é o caso da lesão corporal leve e culposa, essa regra
não será aplicada aos crimes praticados no contexto de violência doméstica pois a própria
Lei Maria da Penha afasta a incidência da Lei 9.099/95.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher,
independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 1995.
Informativo 654 do STF - Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar
contra a mulher não se aplica a Lei dos Juizados Especiais (Lei n. 9.099/95), mesmo
que a pena seja menor que 2 anos.
Súmula 542 - STJ: a ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de
violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.
Veja a explicação do professor Renato Brasileiro sobre o tema (2020, Pg. 1281):
"Lado outro, o art. 41 da Lei nº 9.099/95 dispõe que, aos crimes praticados com
violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena
prevista, não se aplica a Lei nº 9.099/95. Ora, se a Lei dos Juizados não é aplicável
às situações de violência doméstica e familiar contra a mulher, e se é a Lei nº
9.099/95 que dispõe que os crimes de lesão corporal leve e de lesão corporal
culposa são de ação penal pública condicionada à representação (art. 88), conclui-
se que, se acaso praticados no contexto de violência doméstica e familiar contra a
mulher, tais delitos seriam de ação penal pública incondicionada.".
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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a) Ato infracional:
Ato infracional continua a ser da competência do juizado da infância e da juventude, mesmo
quando cometido contra a mulher no âmbito familiar.
b) Execução penal:
Embora, o artigo 13 aluda à execução, a competência para tanto continua sendo regida pelo artigo
65 da Lei 7210/84 (lei de execuções penais). Não se aplica ao pé da letra o artigo 13 da lei 11.340, sendo a
competência da execução penal regida pelo referido art. 65 da LEP.
LEP. Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei local de
organização judiciária e, na sua ausência, ao da sentença.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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stica
contra a mulher, independentemente de sua classificação como crime ou
contravenção, deve ser fixada a competência da Vara Criminal para apreciar e julgar
o feito, enquanto não forem estruturados os Juizados de Violência Doméstica e
Familiar contra a mulher.
Inf. 550 do STJ - Juizado da Violência Doméstica possui competência para executar
alimentos por ele fixados. O Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher tem competência para julgar a execução de alimentos que tenham sido
fixados a título de medida protetiva de urgência fundada na Lei Maria da Penha em
favor de filho do casal em conflito.
Inf. 572 do STJ - Competência para julgar ação de divórcio advinda de violência
suportada por mulher no âmbito familiar e doméstico. A extinção de medida
protetiva de urgência diante da homologação de acordo entre as partes não afasta
a competência da Vara Especializada de Violência Doméstica ou Familiar contra a
Mulher para julgar ação de divórcio fundada na mesma situação de agressividade
vivenciada pela vítima e que fora distribuída por dependência à medida extinta.
Obs.: Quem julga o crime de estupro de vulnerável praticado por pai contra filha de 4 anos: vara
Se o fator determinante que ensejou a prática do crime foi a tenra idade da vítima fica afastada a
vara de violência doméstica e familiar? Ex: estupro de vulnerável praticado por pai contra a filha, de 4 anos.
SIM. Posição da 5ª Turma do STJ: Se o fato de a vítima ser do sexo feminino não foi determinante
para a caracterização do crime de estupro de vulnerável, mas sim a tenra idade da ofendida, que
residia sobre o mesmo teto do réu, que com ela manteve relações sexuais, não há que se falar
em competência do Juizado Especial de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. STJ. 5ª
Turma. AgRg no AREsp 1020280/DF, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 23/08/2018.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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NÃO. Julgado recente da 6ª Turma do STJ: A idade da vítima é irrelevante para afastar a
competência da vara especializada em violência doméstica e familiar contra a mulher e as
normas protetivas da Lei Maria da Penha. STJ. 6ª Turma. RHC 121813-RJ, Rel. Min. Rogerio
Schietti Cruz, julgado em 20/10/2020 (Info 682).
d) Crimes dolosos contra a vida praticados no contexto da violência doméstica e familiar contra a
mulher
Em um primeiro momento cumpre recordarmos que o Tribunal do júri é composto por duas fases,
uma primeira chamada de Iudicium Accusationis, a segunda conhecida como Iudicium Causae.
Na primeira fase temos a participação apenas do Juiz Sumariante, que pode pronunciar,
impronunciar, absolver sumariamente ou desclassificar. Apenas na segunda fase é que entra a atuação do
Júri sendo composto pelo Juiz Presidente e por mais 25 jurados, 7 dos quais irão compor o Conselho de
sentença.
Em alguns Estados essa primeira fase do Tribunal do Júri vem tramitando nos Juizados de violência
doméstica e familiar contra a Mulher, enquanto que, em outros, a primeira fase tramita nas varas privativas
do júri. Isso é possível, dependendo da Lei de Organização judiciária local, pois o que a Constituição Federal
obriga é o Julgamento propriamente dito do crime doloso contra a vida pelo Tribunal do Júri.
Nesse sentido, contemplamos que a Constituição Federal exige é que o julgamento ocorra no
Tribunal do Júri, de forma que nada impede que a Lei de Organização Judiciária delegue a primeira fase a
outro juízo, como por exemplo, ao Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.
Obs.: Em caso de ameaça por redes sociais ou pelo Whatsapp, o juízo competente para deferir as medidas
protetivas é aquele no qual a mulher tomou conhecimento das intimidações.
Em caso de ameaça proferida contra a mulher por meio de redes sociais (ex:
Facebook) ou por aplicativos como o WhatsApp, o juízo competente para deferir as
medidas protetivas é aquele onde a vítima tomou conhecimento das intimidações,
por ser este o local de consumação do crime previsto pelo art. 147 do Código
Penal. O art. 147 do CP é crime formal, de modo que se consuma no momento em
que a vítima toma conhecimento da ameaça. Segundo o art. 70, primeira parte, do
CPP, "a competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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A sentença penal condenatória, depois de transitada em julgado, produz diversos efeitos. Um deles
é que a condenação gera a obrigação do réu de reparar o dano causado. Inclusive, à luz do CPC (art. 515), a
sentença condenatória constitui-se em título executivo judicial:
CPC. Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo
com os artigos previstos neste Título: VI - a sentença penal condenatória transitada
em julgado;
Assim, a vítima (ou seus sucessores), na posse da sentença que condenou o réu, após o seu trânsito
em julgado, dispõe de um título que poderá ser executado no juízo cível para cobrar o ressarcimento pelos
prejuízos sofridos em decorrência do crime.
O art. 387, IV, do CPP prevê que o juiz, ao condenar o réu, já estabeleça na sentença um valor mínimo
que o condenado estará obrigado a pagar a título de reparação dos danos causados. Veja:
Art. 387.O juiz, ao proferir sentença condenatória: IV fixará valor mínimo para
reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos
pelo ofendido; (Redação dada pela Lei nº 11.719/2008)
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b) Danos morais - Nos casos de violência contra a mulher praticados no âmbito doméstico e
familiar, o valor mínimo a ser fixado a título de danos morais independe de instrução
probatória. (O dano moral é in re ipsa)
CAIU EM CONCURSO!
PCBA/2022 Delegado de Polícia: O art. 7º da Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006 dispõe que a
União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios poderão criar e promover, no limite de suas respectivas
competências, instrumentos específicos para o atendimento da mulher em situação de violência doméstica
e familiar. Levando em consideração o que está descrito na referida lei sobre esses instrumentos, analise as
afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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OBS.: No dia 30/03/2022, foi sancionada a Lei 14.316, de 2022, que destina pelo menos 5% dos recursos do
Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) para o enfrentamento da violência contra a mulher, incluindo-
se aí as ações previstas na Lei Maria da Penha.
Vimos que, embora a Lei Maria da Penha não possa ser aplicada aos homens, ainda que em situação
de vulnerabilidade, é possível aplicar a eles as medidas protetivas de urgência.
Nesse sentido, e considerando que, durante a pandemia do Covid-19, verificou-se que o
confinamento social gerou um aumento no número de casos de violência doméstica e familiar contra as
mulheres, crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência, foi editada a Lei nº 14.022/2020, que
prevê medidas para enfrentamento da violência doméstica e familiar contra essas pessoas durante o período
de pandemia.
Por se tratar de um tema extremamente recente, aconselhamos a leitura detalhada da lei!
Veja, abaixo, um resumo das mudanças efetuadas5.
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Dizer o Direito
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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A Lei nº 14.022/2020 acrescenta um novo parágrafo ao art. 3º da Lei nº 13.979/2020 afirmando que
são essenciais os serviços e atividades voltados ao atendimento de:
Mulheres em situação de violência doméstica e familiar;
Crianças e adolescentes vítimas de crimes previstos no ECA ou no CP;
Pessoas idosas vítimas de crimes previstos no Estatuto do Idoso ou no CP;
Pessoas com deficiência vítimas de crimes previstos no Estatuto da Pessoa com Deficiência ou no CP.
Para garantir que esse serviço essencial seja mantido, foi acrescentado o art. 5º-A à Lei nº
13.979/2020 prevendo que:
Os prazos processuais, a apreciação de matérias, o atendimento às partes e a concessão de medidas
protetivas devem continuar normalmente;
O registro de ocorrências relacionadas com essas infrações penais poderá ser feito por telefone ou
meio eletrônico.
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Nos casos de crimes de natureza sexual, se houver a adoção de medidas pelo poder público que
restrinjam a circulação de pessoas, os órgãos de segurança deverão estabelecer equipes móveis para
realização do exame de corpo de delito no local em que se encontrar a vítima.
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10) Vigência
A Lei nº 14.022/2020 entrou em vigor na data de sua publicação (08/07/2020).
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Decisão que fixa alimentos em razão da prática de violência doméstica pode ser
executada sob o rito da prisão civil
A decisão proferida em processo penal que fixa alimentos provisórios ou
provisionais em favor da companheira e da filha, em razão da prática de violência
doméstica, constitui título hábil para imediata cobrança e, em caso de
inadimplemento, passível de decretação de prisão civil. STJ. 3ª Turma. RHC 100446-
MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 27/11/2018 (Info 640).
Fixação do valor mínimo para reparação dos danos prevista no art. 387, IV, do
CPP
Nos casos de violência contra a mulher praticados no âmbito doméstico e familiar,
é possível a fixação de valor mínimo indenizatório a título de dano moral, desde
que haja pedido expresso da acusação ou da parte ofendida, ainda que não
especificada a quantia, e independentemente de instrução probatória. CPP/Art.
387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: IV - fixará valor mínimo para
reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos
pelo ofendido. STJ. 3ª Seção. REsp 1643051-MS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz,
julgado em 28/02/2018 (recurso repetitivo) (Info 621).
Súmulas Importantes:
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Súmula 542, STJ - A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de
violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.
Jurisprudência em Teses:
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11) O crime de lesão corporal, ainda que leve ou culposo, praticado contra a mulher
no âmbito das relações domésticas e familiares, deve ser processado mediante
ação penal pública incondicionada.
13) Nos crimes praticados no âmbito doméstico e familiar, a palavra da vítima tem
especial relevância para fundamentar o recebimento da denúncia ou a condenação,
pois normalmente são cometidos sem testemunhas.
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16) O habeas corpus não constitui meio idôneo para se pleitear a revogação de
medidas protetivas previstas no art. 22 da Lei n. 11.340/2006 que não implicam
constrangimento ao direito de ir e vir do paciente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Leis Penais Especiais, Volume Único, Gabriel Habib
Legislação Criminal Especial Comentada. Renato Brasileiro de Lima
Vade Mecum ou Buscador de Jurisprudência do Dizer o Direito, Márcio André Lopes Cavalcante
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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META 2
CPP:
Art. 92 a 124-A
Art. 351 a 371
Art. 381 a 393
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES NÃO DEIXE DE LER!
CPP
Art. 95, 96, 100
Art. 104 a 107
Art. 118, 120, 122 e 124-A
Art. 125 a 127
Art. 131, 133 e 133-A
Art. 134, 136, 141 e 144-A
Art. 145, 147, 148 e 149
Art. 351, 353, 361, 362, 366 e 367
Art. 383 e 385
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CPP deve ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero decurso do tempo.
Súmula 415-STJ: O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena
cominada.
Súmula 366-STF: Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal, embora não
transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia.
Súmula 351-STF: É nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da federação em que o juiz
exerce a sua jurisdição.
Questões prejudiciais: Quando a questão prévia é vinculada ao mérito da demanda ela é chamada
de questão prejudicial.
Questões incidentais/preliminares: Quando a questão prévia é de natureza processual ela assume a
feição de procedimento incidental.
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Disciplina no CPP:
Exceções (art. 95 a art. 111)
Conflito de jurisdição (art. 113 a 117)
Restituição de coisas apreendidas (art. 118 a 124)
Medidas assecuratórias (art. 125 a 148)
Incidente de insanidade mental (art. 149 a 154)
Incidente de falsidade documental (art. 145 a 147)
a) Conceito: São todas as questões relacionadas ao mérito da causa, que necessitam ser julgada antes dele.
Nestes casos, o objeto da ação penal assume a condição de questão prejudicada.
Ex.1: A prova da ocorrência de um crime anterior (um furto, por exemplo) é prejudicial no processo criminal
por receptação, pois deve ser decidida antes de manifestar-se o juiz quanto à condenação ou absolvição do
réu.
Prova do furto: questão prejudicial.
Receptação: questão prejudicada.
Ex.2: A decisão relativa à nulidade do primeiro casamento é prejudicial em relação ao processo penal por
bigamia, dado que interfere diretamente na sentença a ser proferida pelo juiz criminal.
Nulidade das primeiras núpcias: questão prejudicial.
Bigamia: questão prejudicada.
1ª Corrente - Elementar da infração penal, diante da previsão dos art. 92 e art. 93, do CPP,
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2ª Corrente Espécie de conexão, havendo um vínculo, um elo que a liga com a questão
prejudicada. Essa é a posição de Mirabete, de Antônio Scarance Fernandes, entre outros.
c) Características:
Anterioridade: Deve ser enfrentada antes da questão prejudicada, de modo que sem a
solução de prejudicial não se avança no deslinde da questão prejudicada.
Essencialidade (necessidade ou interdependência): O mérito da ação principal depende da
resolução da questão prejudicial, ou seja, há subordinação que há entre questão prejudicial
e prejudicada.
Ex.: No crime de receptação deve-se provar que o agente sabe que a coisa é proveniente de
crime antes de se analisar o crime de receptação propriamente.
Autonomia: Questão prejudicial pode ser objeto de uma ação autônoma.
Ex.: No crime de bigamia que o processo penal, ainda que o processo penal venha a ser
extinto, o processo cível que discute a validade do casamento irá prosseguir normalmente.
d) Classificações:
I. Quanto à natureza:
I.I. Homogênea (comum ou imperfeita): Versam sobre matéria do mesmo ramo do direito da causa
principal, ou seja, possuem natureza penal.
Ex.: Lavagem de capitais e infração penal antecedente.
É caso de conexão instrumental (ou probatória), implicando na reunião dos processos.
Obs.: Na questão prejudicial homogênea o juiz irá, na fundamentação da sentença, falar sobre a questão
prejudicial, ou seja, na hipótese do crime de lavagem de capitais, irá verificar se há um crime antecedente, o
qual é pressuposto para a existência do crime prejudicado. Contudo, se apreciado de maneira incidental (sem
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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o reconhecimento da conexão), essa análise não faz coisa julgada quanto ao crime antecedente, pois não se
trata do objeto principal daquela ação penal.
I.II. Heterogênea (incomum ou perfeita): Versam sobre matéria de outro ramo do direito, que não
o direito penal.
Ex.: Validade do casamento para configuração do crime de bigamia.
1.1.1 Prejudiciais obrigatórias e devolutivas absolutas (heterogêneas relativas ao estado civil das pessoas)
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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(1) Deve estar ligada à existência da infração: Essa questão prejudicial só poderá ser reconhecida se
estiver relacionada à existência da infração. No caso de meras circunstâncias agravantes e
atenuantes não haverá suspensão do processo.
(2) Deve se tratar de uma controvérsia séria e fundada: A parte tem de demonstrar plausibilidade da
prejudicial que está sendo invocada e, se o juiz perceber que a parte visa apenas retardar o curso do
feito, deve negar a existência de prejudicialidade.
(3) Deve ser uma questão prejudicial heterogênea relacionada a outro ramo do direito relativa ao
estado civil das pessoas.
c) Regime de suspensão: A suspensão perdura até o trânsito em julgado da sentença cível que resolva a
prejudicial. Mas as medidas instrutórias urgentes podem ser autorizadas pelo juiz.
d) Sistema recursal: A decisão sobre a suspensão processual desafia recurso em sentido estrito. A denegação
é irrecorrível, e comporta habeas corpus ou mandado de segurança.
e) Paralisação da prescrição: Enquanto o processo aguarda solução da prejudicial, o prazo prescricional fica
suspenso (art. 116, I, CP).
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d) Sistema recursal: A decisão sobre a suspensão processual desafia recurso em sentido estrito. A denegação
é irrecorrível, e comporta habeas corpus ou mandado de segurança.
e) Paralisação da prescrição: Enquanto o processo aguarda solução da prejudicial, o prazo prescricional fica
suspenso.
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Classificação Questões
Prejudiciais
Homogênea Heterogênea
Quanto à natureza
Comum Jurisdicional
Imperfeita Perfeita
Absoluta Relativa
Obrigatória - Prejudicial Facultativa - Prejudicial
Heterogênea relativa ao Heterogênea NÃO relativa
Estado Civil das Pessoas
Quanto aos Efeitos Prejudiciais em Prejudiciais em
Necessárias
sentido amplo (prejudiciais em sentido amplo
Quanto ao Grau de
Total Total
Influência sobre a questão Total
I. Sistema da Cognição Incidental (ou do Predomínio da Jurisdição Penal): O juiz penal sempre terá
competência para apreciar a questão prejudicial, ainda que pertencente a outro ramo do direito
(heterogênea), dada a acessoriedade desta em relação ao mérito principal.
II. Sistema da Prejudicialidade Obrigatória (ou da Separação Jurisdicional Absoluta): O juízo penal
não poderá julgar a questão prejudicial pertencente a outro ramo do direito, devendo esta ficar a cargo do
juízo que seria competente para apreciar a questão caso ela fosse proposta de maneira autônoma, para o
qual o juiz penal deve remeter quando a verificar.
III. Sistema da Prejudicialidade Facultativa: O juízo penal tem a faculdade de remeter ou não a
apreciação da questão prejudicial heterogênea ao juízo extrapenal.
IV. Sistema Eclético (ou Misto): Resulta da fusão do sistema da prejudicialidade obrigatória com o
sistema da prejudicialidade facultativa. Assim, em se tratando de questão prejudicial heterogênea relativa
ao estado civil das pessoas, vigora o sistema da prejudicialidade obrigatória, sendo o juízo penal obrigado a
remeter as partes ao juízo cível para solução da controvérsia. Por outro lado, tratando-se de questão
prejudicial heterogênea que não diga respeito ao estado civil das pessoas, vigora o sistema da
prejudicialidade facultativa, ou seja, caberá ao juízo penal deliberar se enfrentará ou não a controvérsia. É o
adotado pelo CPP.
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CAIU EM PROVA:
(Delegado de PCRJ 2022): Tício está sendo processado criminalmente pela prática de crime de apropriação
indébita. Em sua resposta à acusação, Tício alega ser improcedente a imputação, tendo em vista que discute,
em ação civil por ele proposta, a legitimidade da posse da coisa móvel.
Acerca dessa situação, assinale a opção correta:
O juiz criminal pode resolver, incidenter tantum, a questão da posse sem que seja necessária a suspensão da
ação penal (item correto).
1.2 Exceções
a) Conceito: São procedimentos incidentais em que se alegam determinados fatos processuais referentes a
pressupostos processuais ou condições da ação, objetivando a extinção do processo ou sua simples dilação.
I - suspeição;
II - incompetência de juízo;
III - litispendência;
IV - ilegitimidade de parte;
V - coisa julgada.
b) Classificações
I. Quanto à natureza:
I.I. Processual: alegação de fato processual contra o processo ou contra a admissibilidade da ação.
São processuais as exceções previstas no art. 95 do CPP.
I.II. Substancial/Material:
Direta (defesa direta de mérito): ataca a própria pretensão do autor, especificamente no
tocante à imputação delituosa constante da peça acusatória. Ex.: negativa de autoria ou de
participação.
Indireta (defesa indireta de mérito ou preliminar de mérito): oposição de fato extintivo,
modificativo ou impeditivo do direito do autor. Ex.: prescrição.
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O art. 112 do CPP sugere que a suspeição, o impedimento e a incompatibilidade são situações
distintas. No entanto, é certo que todas essas situações objetivam proteger a imparcialidade do julgador.
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Obs.: Dispõe o art. 107, CPP, que não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito,
mas deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal. A autoridade policial, constatando uma
hipótese que a torne suspeita, deverá declarar sua suspeição e, se não o fizer, não há procedimento que
possa ser utilizado para afastá-la em juízo.
c) Incompatibilidade
São as razões que afetam a imparcialidade do juiz, e que não estão elencadas entre as causas de
suspeição e impedimento, estando previstas nas leis de organização judiciária. Exemplo: a situação
de foro íntimo, que, mesmo não prevista nos art. 252 e 254 do CPP, constitui, sem dúvida alguma,
motivo para que o juiz se afaste da condução do processo, ex officio ou por recusa de qualquer das
partes
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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d) Procedimento das Exceções: regras relativas a suspeição, que se aplicam também aos impedimentos e
incompatibilidades.
O juiz deve reconhecer suspeição de ofício (art. 97, CPP), sendo a decisão irrecorrível (art. 581, III,
CPP). Se o juiz não reconhecer de ofício, pode ser arguida pelas partes, por meio de uma petição
escrita (art. 98, CPP), a ser apresentada na primeira oportunidade, observando o art. 96, CPP.
MP ou o querelante: no momento do oferecimento da peça acusatória.
Acusado: no momento da resposta à acusação (art. 396-A, CPP).
Não acolhendo a exceção, o juiz oferece resposta em 3 dias, e remete os autos ao Tribunal em 24h
(art. 100, CPP).
Julgada procedente a suspeição, ficarão nulos os atos do processo principal, pagando o juiz as custas,
no caso de erro inescusável; rejeitada, evidenciando-se a malícia do excipiente, a este será imposta
a multa (art. 101, CPP).
ATENÇÃO:
1) As exceções, em regra, são apreciadas pelo próprio juízo, salvo a de suspeição.
Com a chegada do processo no Tribunal, é possível:
Rejeição liminar, se manifestamente improcedente (art. 100, §2º, CPP).
Se verossímil a arguição, o Tribunal inquire testemunhas e profere decisão irrecorrível (art. 581, III,
CPP). As partes poderão impetrar MS, ou, se houver risco à locomoção do acusado, poderá este se
valer de HC.
2) As exceções, em regra, não possuem efeito suspensivo (art. 111), salvo a de suspeição se a parte contrária
reconhecer a alegação de parcialidade (art. 102, CPP).
3) As exceções, em regra, podem ser opostas verbalmente ou por escrito, salvo a de suspeição.
O CPP autoriza que a exceção de incompetência seja oposta verbalmente ou por escrito (art. 108) e as
exceções de litispendência, ilegitimidade de parte e coisa julgada seguem o mesmo procedimento da exceção
de incompetência). Assim a única exceção que deve ser feita por escrito é a de suspeição (e por consequência,
a de impedimento e incompatibilidade, pois seguem o mesmo procedimento).
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CAIU EM PROVA:
(Delegado de PCPB 2022): Conforme o CPP, o juiz estará impedido de exercer jurisdição no processo se:
a) for amigo íntimo ou inimigo de uma das partes.
b) tiver aconselhado uma das partes a respeito do processo.
c) seu cônjuge responder a ação que será julgada pela parte.
d) seu tio atuou como delegado no inquérito policial.
e) for tutor ou curador de uma das partes do processo.
Gabarito: letra D.
Deve ser arguida no prazo da defesa, podendo ser oposta oralmente ou por escrito (art. 108, CPP).
Os atos decisórios praticados por juiz, se incompetência absoluta ou relativa, são nulos, podendo os
atos probatórios serem aproveitados (art. 567, CPP).
O recebimento da denúncia, embora com carga decisória, não é ato decisório, podendo ser ratificado
pelo juiz competente (HC 83.006/SP, STF).
b) Recursos cabíveis:
Se o juiz declara a sua incompetência de ofício: RESE (art. 581, II, CPP).
Se o juiz julgar procedente a exceção de incompetência: RESE (art. 581, III, CPP).
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Se o juiz julgar improcedente a exceção de incompetência: Não cabe recurso, sendo possível se valer
de HC, ou renovar a questão em sede de preliminar de apelação.
a) Requisitos:
Coexistência de processos: quando houver ações penais idênticas em andamento.
Mesma imputação fática:
Identidade da causa de pedir: refere-se ao fato imputado, que deve ser o mesmo em ambas
as ações penais, ainda que a capitulação atribuída em cada um dos processos seja distinta.
Identidade do pedido: o pedido é o de condenação, inerente a qualquer ação penal.
Mesmo legitimado passivo: as duas ou mais ações deverão ter sido movidas contra o mesmo réu,
não importando a circunstância de uma delas ter sido iniciada pelo Ministério Público e a outra pelo
particular.
ATENÇÃO! NÃO há litispendência entre IP e processo penal, pois só há litispendência a partir da citação
válida.
E se constatada a duplicidade após o trânsito em julgado da sentença proferida no processo que
gerou a litispendência (o segundo processo ajuizado)?
Nesta hipótese, NÃO se estará diante de litispendência, tendo em vista a inexistência de duas ações
penais em curso, haja vista que uma delas, pelo menos, já terá sido extinta.
Levando em conta que as exceções constituem meio de defesa, a providência correta a ser adotada
dependerá do caso concreto. Logo:
1. Se a sentença transitada em julgado for condenatória, resta à defesa buscar desconstituí-la
por meio de habeas corpus, observada a restrição da Súmula 693 do STF, ou revisão criminal
(art. 648, VI, do CPP) sob o pálio da nulidade (art. 626 do CPP).
2. Se foi exarada sentença absolutória, mesmo que se trate do processo que produziu a
litispendência, não há como ser desconstituída. Logo, o processo validamente instaurado (o
primeiro ajuizado) e ainda em curso é que deverá ser extinto, mediante ingresso de exceção,
não de litispendência, mas sim de coisa julgada.
b) Recursos:
Se o juiz reconhece litispendência de ofício (decisão definitiva): Apelação (art. 593, II, CPP).
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Se o juiz julgar procedente a exceção de litispendência: RESE (art. 581, III, CPP).
Se o juiz julgar improcedente a exceção de litispendência: Não cabe recurso, sendo possível se valer
de HC ou renovar a questão em sede de preliminar de apelação.
a) Conceito: Refere-se a titularidade do direito de ação (polo ativo) e a capacidade para figurar como réu
(polo passivo) na relação processual.
Em outras palavras: é a exceção adequada para arguir tanto a ilegitimidade ad causam quanto a
ilegitimidade ad processum. Pode ser arguida a qualquer momento.
Ex.:
Denúncia oferecida pelo Ministério Público em crime de ação penal privada (ilegitimidade ad causam
ativa).
Queixa ajuizada pelo ofendido em crime de ação penal pública antes de esgotar o prazo do promotor
de justiça para o oferecimento de denúncia (ilegitimidade ad causam ativa).
Denúncia movida contra indivíduo menor de 18 anos de idade à época do fato (ilegitimidade ad
causam passiva).
b) Prazo: O reconhecimento da ilegitimidade provoca a nulidade processual e, por isso, não se sujeita à
preclusão. Destarte, pode ser arguida em qualquer tempo pelos interessados.
c) Recursos:
Se o juiz reconhece a ilegitimidade de ofício, rejeitando a denúncia: RESE (art. 581, I, CPP).
Se juiz anular o processo por ilegitimidade (art. 564, II, CPP): RESE (art. 581, XIII, CPP).
Se o juiz julgar procedente a exceção de incompetência: RESE (art. 581, III, CPP).
Se o juiz julgar improcedente a exceção de ilegitimidade: Não cabe recurso, sendo possível se valer
de HC ou renovar a questão em sede de preliminar de apelação.
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a) Requisitos:
Decisão de mérito definitiva;
Novo processo, com o mesmo fato veiculado, independente da tipificação legal apresentada;
Mesmo réu;
Mesmo pedido.
b) Recursos:
Se o juiz reconhecer a coisa julgada de ofício: Apelação (art. 593, II, CPP).
Se o juiz julgar procedente a exceção de coisa julgada: RESE (art. 581, III, CPP).
Se o juiz julgar improcedente a exceção de coisa julgada: Não cabe recurso, sendo possível se valer
de HC ou renovar a questão em sede de preliminar de apelação.
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CAIU EM PROVA:
(Delegado de PCAM 2022): João foi investigado, processado e julgado pelo fato de, em comunhão de ações
e desígnios com outra pessoa não identificada, ter receptado veículo automotor VW/Saveiro, placa SAV-
1234/AM, contendo diversos pares de calçados na caçamba, tudo pertencente à sociedade empresária AM
Pé Descalço Ltda. Após a instrução criminal, o magistrado julgou procedente a denúncia, condenando João
pelo delito de receptação. Posteriormente, surgiu a informação de que, em verdade, João teria tomado lugar
de roubo, mediante grave ameaça exercida com o emprego de arma de fogo contra o motorista e o ajudante
da VW/Saveiro, o que foi devidamente registrado em sede policial. Diante desse cenário, é correto afirmar
que a condenação anterior pelo crime de receptação, ainda que indevida, impede o novo processo e o
julgamento pelo crime de roubo (item correto).
2. SUJEITOS DO PROCESSO
2.1 Introdução
Sujeitos processuais são as pessoas entre as quais se constitui, se desenvolve e se completa a relação
jurídico-processual. A relação jurídica processual é composta de três sujeitos: juiz, autor e réu, que são os
sujeitos principais (ou essenciais) do processo.
Em sentido material, quanto à infração penal em si, as partes são o autor do crime e a vítima.
Em sentido formal (no processo penal), parte é aquele sujeito processual que deduz ou contra o qual
é deduzida uma relação de direito material-penal. São partes no processo penal, portanto, o autor
(em geral o Estado, através do Ministério Público, e, excepcionalmente o ofendido, por meio da ação
penal privada) e o réu.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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a) Sujeitos principais (essenciais): são aqueles cuja presença é essencial para que a relação processual
seja regularmente instaurada. São essenciais o juiz, o acusador e o acusado.
b) Sujeitos secundários (acessórios/colaterais): são as pessoas que podem, eventualmente, intervir no
processo, a fim de deduzir uma determinada pretensão, mas cuja ausência não afeta a validade da
relação processual, como o assistente da acusação e os terceiros interessados.
Obs.: Há, ainda, os auxiliares da justiça e os terceiros não interessados, sujeitos que não fazem parte da
relação processual, mas praticam atos que conduzem ao desenvolvimento do processo.
2.2.1 Juiz
a) Conceito
É o representante do Estado, com o poder de aplicar o direito ao caso concreto. O juiz não é parte,
mas é sujeito processual. Incumbido da função de aplicar o direito ao caso concreto, o magistrado atua como
uma figura suprapartes, acima dos interesses em disputa.
sessões e prender os desobedientes (art. 497, I), confirmando a regra do art. 794
p. 520).
Obs.: Para que possa exercer validamente as funções jurisdicionais é necessário que tenha:
Capacidade subjetiva em abstrato (capacidade funcional): existência de requisitos pessoais para o
ingresso na magistratura e capacidade para o exercício das funções judicantes, adquirida com a
nomeação, posse e exercício efetivo do cargo;
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Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a
audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério
Público e, se for o caso, do querelante e do assistente.
§ 2o O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença.
Princípio do impulso oficial: Uma vez iniciada a ação penal, o juiz deve conduzir o desenvolvimento
dos atos processuais até o final da instrução (art. 251 CPP).
Princípio do juiz natural: O princípio do juiz natural decorre do art. 5.º, LIII, da Constituição Federal,
ao dispor que ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente.
Tal princípio possui dois desdobramentos: em primeiro lugar, consagra a ideia de que o cidadão tem
o direito de ser processado perante a autoridade competente (art. 5°, LIII, CF), isto é, magistrado
devidamente investido na jurisdição. Em segundo lugar, referido princípio obsta a criação de juízos ou
tribunais de exceção (art. 5º, XXXVII, CF).
Nas palavras do professor Noberto Avena:
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d) Prerrogativas do juiz:
-se de garantias conferidas aos magistrados, sobretudo pela
Constituição Federal, que têm por finalidade assegurar-lhes o exercício da atividade jurisdicional da forma
mais isenta possível, possibilitando-
Previstas no art. 95 da Carta da República, consistem em:
Vitaliciedade (art. 95, I): é adquirida pelo juiz após dois anos de exercício do cargo. Uma vez adquirida
a vitaliciedade, o juiz apenas perderá o cargo a partir de decisão judicial transitada em julgado no
âmbito de ação de demissão que lhe tenha sido movida
Inamovibilidade (art. 95, II): garante ao juiz a permanência no local em que se encontra classificado.
No entanto, essa inamovibilidade não é absoluta, podendo o magistrado ser removido
compulsoriamente se razões de interesse público assim impuserem, conforme previsão incorporada
ao art. 93, VIII, da Constituição Federal.
Irredutibilidade de subsídios (art. 95, III): pretende resguardar o juiz de eventuais represálias de
ordem financeira.
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2) Suspeição: Constituem motivos de incapacidade subjetiva do juiz, pois o vinculam a uma das partes.
Estão arroladas no art. 254 do Código de Processo Penal, dispondo que o juiz dar-se-á por suspeito, e, se
não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes.
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por
qualquer das partes:
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;
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Pode ser suscitada por qualquer das partes ou declarada de ofício pelo juiz.
Trata-se de rol exemplificativo (para doutrina majoritária).
Natureza dos atos praticados por juiz suspeito - há divergência na doutrina:
Noberto Avena e Renato Brasileiro - Ocorre nulidade absoluta;
Nestor Távora Ocorre nulidade relativa.
Obs.: De acordo com o art. 256 do CPP, a suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida quando a
parte injuriar o juiz ou, de propósito, der motivo para criá-la.
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exemplificativo.
3) Incompatibilidade
Enquanto os casos de suspeição e impedimento têm previsão expressa no CPP, as incompatibilidades
compreenderão todas as demais situações que possam interferir na imparcialidade do julgador e que não
estejam previstas como impedimento ou suspeição.
Ensina o professor Renato Brasileiro (2020):
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o
sistema acusatório torna privativa do Ministério Público a propositura da ação
penal pública. Isso significa dizer que uma relação processual somente poderá ter
início mediante a provocação da pessoa encarregada de deduzir a pretensão
punitiva (ne procedat judex ex officio), e, conquanto não se retire do juiz o poder
de gerenciar o processo mediante o exercício do poder de impulso processual, fica
o magistrado impedido de tomar iniciativas que não se alinham com a equidistância
2020)
Obs.: Há divergência na doutrina em relação a qualificação do Ministério Público como parte imparcial ou
parte formal do processo.
Além disso, o Ministério Público sempre exercerá, cumulativamente ou não com a posição de autor,
o papel de custos legis. Tal raciocínio é permitido pela redação do art. 257, I e II, do CPP (redação da Lei
11.719/2008), determinando que, além da promoção da ação penal pública, incumbe ao parquet, ainda,
fiscalizar a execução da lei.
o titular da ação penal pública, nos termos do art. 129, I, da Constituição do Brasil.
Porém, essa atribuição não o impede de, mesmo como parte, agir como fiscal da
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Cabe ainda ressaltar a importante função atribuída ao Ministério Público pelo art. 129, VII da CF/88,
no sentido de exercer o controle externo da atividade policial, requisitar diligências investigatórias e
determinar a instauração de inquérito policial.
a) Prerrogativas: Conforme se infere do art. 38 da Lei 8.625/1993, as prerrogativas conferidas aos órgãos do
Ministério Público são simétricas às previstas aos magistrados.
Vitaliciedade (art. 38, I): Os membros do Ministério Público, uma vez decorridos dois anos de
exercício do cargo, apenas poderão perdê-lo mediante sentença judicial transitada em julgado,
proferida em ação de demissão ajuizada pelo Procurador-Geral perante o Tribunal competente.
Inamovibilidade (art. 38, II): Em regra, não será possível afastar o membro do Ministério Público do
local em que se encontra exercendo atribuições. Entretanto, é possível que haja remoção
compulsória, motivada pelo interesse público, determinada pelo Conselho Nacional do Ministério
Público ou do órgão colegiado competente do Ministério Público, por meio de voto da maioria
absoluta de seus membros.
Irredutibilidade de subsídio (art. 38, III): Salvo exceções constitucionalmente estabelecidas nos art.
37, X e XI, 39, § 4.º, 150, II, 153, III, e 153, § 2.º, I.
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Súmulas pertinentes:
CAIU EM PROVA:
(Delegado de PCMG 2021): De acordo com o Código de Processo Penal, é CORRETO afirmar: A lei prevê a
extensão das hipóteses de impedimentos e suspeição dos juízes aos membros do Ministério Público, naquilo
que for aplicável (item correto).
2.2.3 Acusado
É o sujeito passivo da relação processual, e somente ganha essa condição após o recebimento da
denúncia ou queixa.
Nem todos, porém, têm capacidade ou legitimidade para ocupar o polo passivo do processo criminal.
Excluem-se desta condição:
i. Os entes que não possuem capacidade para serem sujeitos de direitos e obrigações, v.g., pessoas já
falecidas.
ii. Menores de 18 anos de idade, por faltar-lhes o requisito da legitimidade passiva ad causam.
iii. Pessoas que gozem de imunidade diplomática, o que abrange os chefes de Estado e os
representantes de governos estrangeiros, que estão excluídos da jurisdição criminal dos países em
que exercerem suas funções.
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Neste enfoque, o art. 564, II, do Código de Processo Penal contempla como causa de nulidade (absoluta) do
processo criminal a ilegitimidade de parte, o que abrange, evidentemente, tanto a ilegitimidade ad causam
ativa como a passiva.
Direitos do acusado: A CF/88 e o CPP estabelecem uma série de direitos ao acusado. Na medida em
que tais direitos refletem na garantia constitucional da ampla defesa, a sua violação, em regra, importa em
nulidade absoluta.
São eles:
Direito a ter respeitada sua integridade física e moral - Art. 5º, XLIX, CF;
Direito de ser processado e sentenciado pela autoridade competente - Art. 5.º, LIII, da CF;
Direito ao devido processo legal - Art. 5.º, LIV, da CF;
Direito ao contraditório e à ampla defesa - Art. 5.º, LV, da CF;
Direito à presunção de inocência até o trânsito em julgado da condenação - Art. 5.º, LVII, da CF;
Direito de não ser submetido à identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei - Art. 5.º,
LVIII, da CF e Lei 12.037/2009;
Direito a processo e julgamento público, salvo quando necessário o sigilo para preservação da
intimidade ou dos interesses sociais - Arts. 5.º, LX, e 93, IX, da CF;
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Direito de não ser preso, senão em flagrante ou mediante ordem escrita emanada da autoridade
judiciária competente, salvo nos Art. 5.º, LXI, da CF e casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei 282 do CPP;
Direito a ser informado de seus direitos quando preso, entre os quais o de permanecer calado, bem
como de assistência da família e de advogado - Art. 5.º, LXIII, da CF e art. 306, § 2.º, do CPP;
Direito de não ser preso nem mantido na prisão, quando a lei admitir liberdade provisória, com ou
sem fiança - Art. 5.º, LXVI, da CF;
Direito de ser cientificado quanto à identidade dos responsáveis pela sua prisão ou por seu
interrogatório policial, quando preso - Art. 5.º, LXIV, da CF e arts. 288 e 291 do CPP;
Direito de não serem admitidas em seu desfavor provas obtidas por meios ilícitos - Art. 5.º, LVI, da
CF;
Direito à assistência jurídica integral e gratuita, quando não dispuser de recursos suficientes para
constituir advogado - Art. 5.º, LXXIV, da CF e Lei 1.060/1950;
Direito à indenização por erro judiciário ou pelo tempo que permanecer preso, além do fixado na
sentença - Art. 5.º, LXXV, da CF;
Direito a um processo com duração razoável e a meios que garantam a celeridade de sua tramitação
- Art. 5.º, LXXVIII, da CF;
Direito à entrevista prévia e reservada com seu advogado, constituído ou nomeado, antes de ser
interrogado em juízo - Art. 185, § 2.º, do CPP;
Direito a que seu silêncio não seja interpretado como confissão ficta ou utilizado pelo juiz como
elemento de convicção em seu desfavor - Art. 186, parágrafo único, do CPP;
Direito à defesa técnica fundamentada, quando assistido por defensor dativo ou público Art. 261,
parágrafo único, do CPP.
ATENÇÃO:
1) Pelo Princípio da Intranscendência das penas, a sanção penal NÃO pode passar do agente delitivo.
2) O STF entendeu que a condução coercitiva para o interrogatório não foi recepcionada pela Constituição
Federal, em razão da ofensa aos princípios da liberdade de locomoção, presunção de inocência e nemo
tenetur se detegere.
3) Conforme o art. 261 CPP, nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado
sem defensor. A defesa técnica é um direito indisponível do réu, razão pela qual necessariamente deve ser
representado por defensor, sob pena de nulidade absoluta (art. 564, III, c, CPP).
Segundo Noberto Avena, quando, regularmente chamado, deixar o acusado de comparecer ao respectivo
ato processual, diz-se ocorrer situação de contumácia. Da contumácia decorre à revelia. Esta é consequência
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daquela. No processo penal à revelia não induz à presunção de verdade dos fatos articulados na inicial
acusatória, impondo-se, sempre, sejam estes comprovados para fins de responsabilização criminal.
Súmulas pertinentes:
Súmula 523 STF: No processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta,
mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
Súmula 708 STF: É nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos
autos da renúncia do único defensor, o réu não foi previamente intimado para
constituir outro.
2.2.4 Defensor
Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor
(nomeado) ou procurador (constituído), que é obrigatoriamente um advogado (art. 261, CPP).
Diante do princípio constitucional que assegura aos acusados em geral a ampla defesa com os meios
e recursos a ela inerentes, é indispensável que o réu seja amparado por pessoa com conhecimentos técnicos
suficientes para que se torne efetiva a referida garantia. Nesse sentido, é correto afirmar que o advogado é
indispensável à administração da justiça.
Considerando que ampla defesa se subdivide em autodefesa e defesa técnica, tem-se que esta
(defesa técnica) é indisponível, devendo ser exercida ainda que contra a vontade do acusado ou na sua
ausência, razão pela qual, se o acusado não tiver procurador constituído, lhe deve ser nomeado defensor
pelo juiz, sendo este um defensor dativo (art. 263, CPP) e, em havendo mais de um réu, o juiz deve nomear
defensor para todos (se possível, advogados diversos).
Ressalta-se que a nomeação de defensor dativo não impede que o réu constitua defensor de sua
confiança a qualquer tempo, ou defenda-se, se tiver habilitação.
Via de regra, o réu deve ser representado por advogado ou defensor. No entanto, excepcionalmente
o réu pode atuar em causa própria, quando:
Advogar em causa própria;
Interpor um recurso (art. 577, CPP);
Impetrar habeas corpus (art. 654, CPP).
O art. 265 prevê que o defensor NÃO poderá abandonar o processo, senão por razão imperiosa,
comunicando previamente ao juiz, sob pena de multa e demais sanções cabíveis.
Em abandonando a causa, o advogado deve ficar à disposição da parte pelo prazo de 10 (dez) dias,
conforme art. 5º, §3º, do Estatuto da OAB.
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Súmula pertinente:
É a posição ocupada pelo ofendido quando ingressa no feito, atuando ao lado do Ministério Público
no polo ativo.
A intervenção do assistente de acusação NÃO é obrigatória, mas quando participa do feito atua
exercendo pretensão contrária à do acusado.
O art. 269 do CPP dispõe que o assistente pode se habilitar a qualquer momento no processo penal
condenatório, enquanto não passar em julgado a sentença. Portanto, após o trânsito em julgado da sentença
penal, não há mais que se falar em habilitação do assistente de acusação.
Só é possível a intervenção do assistente nos crimes de ação penal pública, e desde que esses crimes
tenham vítima. Além disso, o art. 270 do Código de Processo Penal veda a atuação de correu como assistente
de acusação.
Objetivos:
Clássico: obter um título executivo judicial para futura execução no juízo cível, pela ação civil
ex delicto. Há um interesse meramente particular.
Moderno: auxiliar no combate à criminalidade e promoção da justiça, em interesse público.
Com base nesse objetivo moderno, admite-se que o assistente ofereça recurso contra a
sentença condenatória para agravar a pena do réu, conforme já entendeu o STF e STJ.
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Pergunta-se: O ofendido (não habilitado como assistente de acusação) pode ser considerado sujeito
processual?
A pergunta somente tem pertinência em face do art. 159, § 3º, CPP, que permite a ele (ofendido) a
formulação de quesitos e de indicação de assistente técnico, bem como a comunicação de determinados
atos processuais e o encaminhamento para atendimento multidisciplinar (art. 201, §§ 2º, 4º e 5º, CPP).
De se ver então que a atual legislação prevê que o ofendido, ainda quando não tenha se animado a
ocupar a posição do assistente de acusação, pode participar na produção da prova, com formulação de
quesitos e indicação de assistente técnico.
Ora, aqui, como ressalta evidente, o ofendido atuará como parte, embora sua contribuição na
formação do convencimento judicial esteja limitada à prova pericial. Mas parece-nos irrecusável que essa é
tipicamente uma posição de parte processual, instrumentalizada com poderes e faculdades processuais.
De outro lado, já no que se refere às atuais disposições do art. 201, CPP, no qual se prevê, inclusive,
a possibilidade de decretação de segredo de justiça, com o fim de proteção da imagem, privacidade e
intimidade do ofendido, a questão, a nosso aviso, não caracteriza a qualificação de parte processual,
impondo-se mais como medidas protetivas, assecuratórias da intangibilidade pessoal da vítima.
No ponto, repetimos; o acompanhamento compulsório do processo, excluídas as comunicações
relativas à prisão (art. 201, § 2º, CPP), é inadmissível. Melhor será ouvir o ofendido acerca de seu eventual
interesse em relação aos demais atos do processo do que submetê-lo, contra a sua vontade, ao andamento
de toda a ação penal.
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Guilherme de Souza Nucci menciona que existe previsão legal expressa de que a OAB atue como
assistente de defesa, no caso do art. 49, parágrafo único da Lei nº 8.906/94 (Estatuto da Advocacia):
Art. 49. Os Presidentes dos Conselhos e das Subseções da OAB têm legitimidade
para agir, judicial e extrajudicialmente, contra qualquer pessoa que infringir as
disposições ou os fins desta lei. Parágrafo único. As autoridades mencionadas no
caput deste artigo têm, ainda, legitimidade para intervir, inclusive como
assistentes, nos inquéritos e processos em que sejam indiciados, acusados ou
ofendidos os inscritos na OAB.
que a OAB atue como assistente de acusação em caso envolvendo advogado como
réu, cuja demanda desperte o interesse de toda a classe dos advogados.
Entretanto, é preciso salientar que a Lei 8.906/94 autoriza, expressamente, a
assistência, também, do advogado que seja réu ou querelado, pois se refere à
intervenção em inquéritos e processos em que sejam indiciados (nítida hipótese
criminal), acusados ou ofendidos (em igual prisma) os inscritos na Ordem dos
Advogados do Brasil. Dessa forma, nos moldes propostos pelo Código de Processo
Civil, aplicado por analogia neste caso de lacuna do Processo Penal, a OAB pode
atuar como assistente da defesa, quando possui interesse de que a sentença seja
favorável ao réu-
entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em que a
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sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-
(Código de Processo Penal comentado. 19ª ed., 2020, p. 1027)
No entanto, o STJ afirma que não existe a figura do assistente de defesa no processo penal nem
mesmo na hipótese do art. 49, § único, da Lei nº 8.906/94. Nesse sentido:
A Ordem dos Advogados do Brasil não tem legitimidade para atuar como
assistente de defesa de advogado réu em ação penal. Isso porque, no processo
penal, a assistência é apenas da acusação, não existindo a figura do assistente de
defesa. STJ. 5ª Turma.RMS 63.393-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
julgado em 23/06/2020 (Info 675). STJ. 6ª Turma. REsp 1815460/RJ, Rel. Min. Nefi
Cordeiro, julgado em 23/06/2020.
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suspeitas de que João foi o autor do crime, razão pela qual ele foi denunciado por
homicídio doloso. Uma das cláusulas do contrato prevê que, se o beneficiário foi
quem causou a morte da segurada, ele não terá direito à indenização. A seguradora
poderá intervir no processo criminal como assistente da acusação para provar que
João foi o autor do crime? NÃO. A seguradora não tem direito líquido e certo de
figurar como assistente do Ministério Público em ação penal na qual o beneficiário
do seguro de vida é acusado de ter praticado o homicídio do segurado. O art. 268
prevê quem poderá intervir como assistente de acusação e neste rol não se inclui a
seguradora. O sujeito passivo do crime de homicídio é o ser humano e o bem
jurídico é a vida, de forma que, por mais que se reconheça que a seguradora possui
interesse patrimonial no resultado da causa, isso não a torna vítima do homicídio.
Vale ressaltar que, em alguns casos, a legislação autoriza que certas pessoas ou
entidades, mesmo não sendo vítimas do crime, intervenham como assistentes de
acusação. STJ. 6ª Turma. RMS 47.575-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura,
julgado em 14/4/2015 (Info 560).
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Ressalta-se, contudo, que o CPP não faz distinção entre intimação e notificação, adotando
3.1 Citação
a) Conceito e finalidade:
É, em regra, o primeiro ato de comunicação processual, por meio do qual é dada ciência ao indivíduo
quanto ao recebimento de uma denúncia ou queixa contra a sua pessoa (concretização do princípio do
contraditório), ao mesmo tempo em que ele é chamado para o exercício de sua defesa (concretização do
princípio da ampla defesa).
Ressalta-se que a finalidade da citação sofreu alterações após a reforma de 2008, veja:
Antes da reforma de 2008: o acusado era citado para comparecer em juízo para o
interrogatório (1º ato da instrução).
Após a reforma de 2008: o acusado é citado para apresentar resposta à acusação no prazo de
10 dias (tornando-se o interrogatório o último ato da instrução).
Embora a citação seja considerada, em regra, o primeiro ato de comunicação do processo, pois,
Já caiu em prova e foi considerada INCORRETA a seguinte assertiva: A citação no processo penal sempre será
o primeiro ato de comunicação do denunciado no processo penal.
SEMANA 10/18
ATENÇÃO: Embora a falta de citação seja causa de nulidade absoluta, admite-se que seja sanada, em
razão da previsão do art. 570, CPP.
b) Espécies de citação:
Citação pessoal ou real: É a regra no processo penal. É aquela feita for oficial de justiça por
mandado, precatória, requisição, rogatória ou carta de ordem, em que o acusado toma ciência da
acusação pessoalmente.
Citação ficta ou presumida: É chamada citação ficta pois não se entrega pessoalmente ao acusado a
cópia da denúncia. Possui como modalidades da citação por edital e por hora certa.
Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no território
sujeito à jurisdição do juiz que a houver ordenado.
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Para o cumprimento do mandado de citação, é preciso que ele preencha os requisitos intrínsecos e
(art. 352, CPP) e extrínsecos (art. 357, CPP).
Art. 353. Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz processante,
será citado mediante precatória.
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Ressalta-se que o art. 355, §1º prevê o instituto da carta precatória itinerante. Isso significa que,
quando o juízo deprecado (aquele que recebe a carta precatória) constatar que o réu se encontra em
território sujeito à jurisdição de outro juiz, o próprio juízo deprecado deverá encaminhar a precatória ao local
onde o réu se encontra, sem necessidade de retornar ao juízo deprecante, em observância ao princípio da
economia processual.
Em havendo urgência, o CPP autoriza que a carta precatória seja expedida pela via telegráfica, desde
que haja firma reconhecida pelo juiz.
Súmulas pertinentes:
Súmula 155, STF: É relativa a nulidade do processo criminal por falta de intimação
da expedição de precatória para inquirição de testemunha.
Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante
carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu
cumprimento.
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Art. 369. As citações que houverem de ser feitas em legações estrangeiras serão
efetuadas mediante carta rogatória
(LIMA Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. 8ª ed., Salvador: Juspodivm,
2020, p. 1373).
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4) Citação do Militar:
Considerando que a citação do militar deve ser feita por intermédio do chefe do respectivo serviço,
como forma de resguardar a intangibilidade do quartel, bem como a hierarquia e disciplina, deve o juiz
encaminhar a requisição por ofício ao superior hierárquico, que, por sua vez, será responsável por
encaminhar ao acusado em momento oportuno.
Não há, aqui, a citação por mandado.
Art. 359. O dia designado para funcionário público comparecer em juízo, como
acusado, será notificado assim a ele como ao chefe de sua repartição.
Tanto o funcionário público como o chefe de sua repartição devem ser notificados. Caso o
funcionário esteja fora da comarca, o juiz deve-se valer da expedição de carta precatória.
A citação do réu preso deve ser sempre pessoal, salvo se o preso estiver em unidade da federação
diversa, hipótese em que será válida a citação por edital.
Súmula 351-STF: É nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da
federação em que o juiz exerce a sua jurisdição.
IMPORTANTE!
Segundo o STJ, é possível a utilização de WhatsApp para a citação de acusado, desde que sejam
adotadas medidas suficientes para atestar a autenticidade do número telefônico, bem como a identidade do
indivíduo destinatário do ato processual. STJ. 5ª Turma. HC 641.877/DF, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em
09/03/2021 (Info 688).
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de ordem formal, haja vista a competência privativa da União para legislar sobre
processo (art. 22, I, da CF/88), ou de ordem material, em razão da ausência de
previsão legal e possível malferimento de princípios caros como o devido processo
legal, o contraditório e a ampla defesa. No entanto, por outro lado, não se pode
fechar os olhos para a realidade. Excluir peremptória e abstratamente a
possibilidade de utilização do WhatsApp para fins da prática de atos de
comunicação processuais penais, como a citação e a intimação, não se revelaria
uma postura comedida.
Não se trata de autorizar a confecção de normas processuais por tribunais, mas sim
o reconhecimento, em abstrato, de situações que, com os devidos cuidados,
afastariam, ao menos, a princípio, possíveis prejuízos ensejadores de futuras
anulações. Isso porque a tecnologia em questão permite a troca de arquivos de
texto e de imagens, o que possibilita ao oficial de justiça, com quase igual precisão
da verificação pessoal, aferir a autenticidade do número telefônico, bem como da
identidade do destinatário para o qual as mensagens são enviadas.
De todo modo, para que seja admitida a citação por WhatsApp é indispensável que
sejam tomados todos os cuidados possíveis para se comprovar a autenticidade
não apenas do número telefônico com que o oficial de justiça realiza a conversa,
mas também da identidade do destinatário das mensagens.
Necessário distinguir, porém, essa situação daquela em que, além da escrita pelo
citando, há no aplicativo foto individual dele. Nesse caso, ante a mitigação dos
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Assim, é possível o uso da referida tecnologia para citação, desde que, com a
adoção de medidas suficientes para atestar a identidade do indivíduo com quem
se travou a conversa.
Obs.: Locais perigosos (ex.: comunidades dominadas por milícias) NÃO autorizam a citação por edital.
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Segundo o entendimento sumulado do STJ, basta que a citação indique o dispositivo da lei penal,
sendo desnecessário transcrever a denúncia ou resumir os fatos.
Súmula 366-STF: Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal,
embora não transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que se
baseia.
A citação por edital é considerada, pela doutrina, um ato complexo, porquanto só se perfaz com a
publicação do edital e com o decurso do prazo de dilação de 15 dias. Esse prazo de dilação corresponde ao
tempo que deve ocorrer entre a publicação do edital e a data em que se considerada efetivado o ato
processual.
Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo de 15
(quinze) dias.
E se o acusado, citado por edital, não comparecer e nem constituir advogado? R.: Nesse caso, o
processo e o prazo prescricional ficarão suspensos, em observância ao princípio do contraditório e ampla
defesa, podendo o juiz, se for o caso, determinar a produção antecipada de provas ou decretar a prisão
preventiva. É o que prevê o art. 366 do CPP:
Art. 366: Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado,
ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz
determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o
caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.
E se o acusado, citado por edital, constituir advogado, mas seu patrono renunciar antes de proferida
a sentença? R.: Nesse caso, NÃO cabe suspensão do processo ou do prazo prescricional, porquanto o
advogado fora, inicialmente, constituído. Por este motivo, deve o juiz nomear a Defensoria Pública ou
um defensor dativo para patrocinar a defesa do acusado e permitir o prosseguimento do trâmite
processual.
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Art. 2º, §2º, Lei 9613/98 No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica
o disposto no art. 366 do Código de Processo Penal, devendo o acusado que não
comparecer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até
o julgamento, com a nomeação de defensor dativo.
Caiu na prova de Delegado de Polícia Federal de 2021: Em relação ao disposto na Lei n.º 9.613/1998, que se
refere à lavagem de dinheiro, julgue os itens a seguir. Ficarão suspensos o processo e o curso do prazo
prescricional do acusado citado por edital que não comparecer nem constituir advogado. Gabarito: ERRADO.
2) Com relação ao prazo de suspensão da prescrição, há divergência no âmbito dos Tribunais Superiores.
Para o STJ a suspensão deve ser regulada pelo máximo da pena abstratamente cominada ao delito
(Súmula 415). Já para o STF, a suspensão deve observar o tempo de prescrição da pena máxima
abstratamente cominada ao delito (Tese de Repercussão Geral, 2020).
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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3) Citado o réu por edital, nos termos do art. 366 do CPP, o processo deve permanecer suspenso
enquanto o réu não for localizado ou até que seja extinta a punibilidade pela prescrição.
Vale ressaltar que se trata de mudança de entendimento do STJ, porque este Tribunal entendia, antes
da decisão do STF no RE 600851, que esgotado o prazo máximo de suspensão processual, nos termos do art.
366 do CPP, feito deveria voltar a tramitar mesmo com a ausência do réu, mediante a constituição de defesa
técnica (STJ. 6ª Turma. RHC 112.703/RS, Min. Nefi Cordeiro, DJe de 22/11/2019).
O art. 366 do CPP estabelece que se o acusado for citado por edital e não
comparecer ao processo nem constituir advogado o processo e o curso da
prescrição ficarão suspensos. Enquanto o réu não for localizado, o curso processual
não pode ser retomado. STJ. 6ª Turma. RHC 135970/RS, Rel. Min. Sebastião Reis
Junior, julgado em 20/04/2021 (Info 693).
Logo, atualmente, o tema é pacífico no âmbito dos Tribunais Superiores, ficando o processo suspenso
por prazo indefinido.
4) A produção antecipada de provas é admita apenas quando se tratar de prova urgente, perecível e
devidamente fundamentada.
Segundo a súmula 455 do STJ, o mero decurso do tempo não é suficiente para deferir a produção
antecipada de provas, que deve se basear em risco concreto de esquecimento.
Súmula 455: A decisão que determina a produção antecipada de provas com base
no art. 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, não a justificando
unicamente o mero decurso do tempo.
A oitiva de testemunhas pode ser considerada prova urgente para os fins do art. 366 do CPP? R.:
Sim, desde que as circunstâncias do caso concreto revelem a possibilidade concreta de perecimento.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Ex: a testemunha possui idade avançada e se encontra enferma, com possibilidade concreta de
morte.
A oitiva das testemunhas que são policiais é considerada como prova urgente para os fins do art.
366 do CPP? R: Segundo o entendimento do STJ, se as testemunhas atuarem na segurança pública,
deverá ser autorizada a sua oitiva como prova antecipada, pois os policiais lidam diariamente com
inúmeras ocorrências e, se houvesse o decurso do tempo, eles poderiam esquecer dos fatos.
art. 366 deve ser encarada, para fins de recurso, como sendo uma decisão que
a
produção das provas. Logo, enquadra-se no inciso XVI do art. 581 do CPP. STJ. 3ª
Seção. EREsp 1630121-RN, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
28/11/2018 (Info 640).
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Por fim, mas não menos importante, é importante lembrar que não cabe citação por edital nos
procedimentos do JECRIM. Assim, não sendo o réu encontrado para ser citado, deve o juiz remeter os autos
para a Justiça Comum, em que será adotado o processo sumário, hipótese em que será possível efetivar a
citação por edital.
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível,
ou por mandado.
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as
peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei.
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça
certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma
estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código
de Processo Civil.
Obs.: os art. 227 a 229 do CPC/1973, mencionados acima pelo art. 362 do CPP,
correspondem, atualmente, aos art. 252 a 254 do CPC/2015.
Se efetivada a citação por hora certa e, ainda assim, o acusado não comparecer e nem constituir
advogado, o feito irá prosseguir normalmente, devendo o juiz nomear um defensor dativo para representá-
lo. Ao contrário do que ocorre com a citação por edital, aqui NÃO há suspensão do processo e nem do prazo
prescricional!
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O procedimento para a citação por hora certa não está previsto no CPP, motivo pelo qual deve seguir
o trâmite definido pelos artigos 252 a 254 do CPC. Trata-se, portanto, de uma norma processual penal em
branco.
Art. 252. Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando
em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de
ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de
que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar.
Parágrafo único. Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de
acesso, será válida a intimação a que se refere o caput feita a funcionário da
portaria responsável pelo recebimento de correspondência.
Art. 254. Feita a citação com hora certa, o escrivão ou chefe de secretaria enviará
ao réu, executado ou interessado, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data da
juntada do mandado aos autos, carta, telegrama ou correspondência eletrônica,
dando-lhe de tudo ciência.
Obs.: A citação por hora certa já teve sua constitucionalidade, inclusive, atestada pelo STF.
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rel. min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. min. Luiz Fux, P, j. 1º-8-2016, DJE 207 de 13-9-
2017, Tema 613.]
Cabe citação por hora certa nos juizados criminais especiais, regido pela Lei nº 9.099/95? R.: Há
polêmica sobre o tema.
1ª corrente: NÃO. Se o oficial de justiça informar que o réu está se ocultando para não ser citado, deverá
o juiz declarar a incompetência do Juizado Especial e remeter os autos a uma vara criminal comum, a
fim de que seja adotado o rito sumário (art. 538 do CPP), com base no art. 66 da Lei nº 9.099/95. É
adotada por Norberto Avena.
2ª corrente: SIM. É a posição que prevalece no âmbito dos Juizados Especiais, havendo um enunciado
do FONAJE nesse sentido. Melhor posição para prova objetiva!
Enunciado 110: No Juizado Especial Criminal é cabível a citação com hora certa (XXV
Encontro São Luís/MA).
Vamos esquematizar?
CITAÇÃO REAL OU PESSOAL CITAÇÃO FICTA OU PRESUMIDA
Citação por mandado; Citação por edital;
Citação do militar; Citação por hora certa.
Citação do funcionário público;
Citação do réu preso.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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A revelia no processo penal está prevista no art. 367 do CPP e, ao contrário do processo civil, NÃO
gera a presunção da veracidade dos fatos.
acusado por ocasião da realização de qualquer ato relevante do processo, tem como única consequência a
não intimação dele para a prática dos atos subsequentes, exceção feita à intimação da sentença, que deverá
, p. 612).
Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado
pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou,
no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo.
Art. 457. O julgamento não será adiado pelo não comparecimento do acusado
solto, do assistente ou do advogado do querelante, que tiver sido regularmente
intimado.
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3.3 Intimação
Intimação diz respeito a um ato processual já praticado ou ainda a ser praticado. A doutrina
Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que
devam tomar conhecimento de qualquer ato, será observado, no que for aplicável,
o disposto no Capítulo anterior.
§ 1o - A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do
assistente far-se-á por publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos
judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado.
§ 2o - Caso não haja órgão de publicação dos atos judiciais na comarca, a intimação
far-se-á diretamente pelo escrivão, por mandado, ou via postal com comprovante
de recebimento, ou por qualquer outro meio idôneo.
§ 3o - A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará a aplicação a que alude
o § 1o.
§ 4o - A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pessoal.
** A prerrogativa legal de intimação pessoal do defensor dativo pode ser renunciada expressamente pelo
profissional, sem que tal conduta acarrete nulidade da intimação. Esse é o entendimento do STJ:
respeito do dia em que será julgado o recurso (art. 370, § 4º do CPP). Se for feita a
sua intimação apenas pela imprensa oficial, isso é causa de nulidade.
Exceção: não haverá nulidade se o próprio defensor dativo pediu para ser
intimado dos atos processuais pelo diário oficial. Ex.: O réu foi acusado de um
crime. Na localidade, não havia Defensoria Pública, razão pela qual o juiz nomeou
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Considerações importantes:
Em caso de sentença condenatória, réu e advogado devem ser intimados, e o prazo para recurso só
começará a contar a partir da 2º intimação (não se aplica para os casos de sentença absolutória ou
absolutória imprópria).
Considera-se efetivamente a intimação com o mero cumprimento do mandado de intimação e não
com a sua juntada aos autos.
Obs.: Essa súmula vale também para os prazos recursais. Assim, o início da
contagem do prazo para interposição da apelação conta-se da intimação da
sentença, e não da juntada aos autos do mandado respectivo (STJ HC 217.554/SC,
julgado em 19/06/2012).
Para o Ministério Público e Defensoria Pública, considera-se efetivada a intimação a partir da entrada
dos autos no respectivo gabinete, não sendo necessário que o membro manifeste sobre a ciência da
intimação.
Os prazos são contados de acordo com o disposto na súmula 310 do STF.
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imediata, salvo se não houver expediente, caso em que começará no primeiro dia
útil que se seguir.
Art. 798-A. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre
20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive, salvo nos seguintes casos: (Incluído
pela Lei nº 14.365, de 2022)
I - que envolvam réus presos, nos processos vinculados a essas prisões; (Incluído
pela Lei nº 14.365, de 2022)
II - nos procedimentos regidos pela Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria
da Penha); (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)
III - nas medidas consideradas urgentes, mediante despacho fundamentado do
juízo competente. (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)
Parágrafo único. Durante o período a que se refere o caput deste artigo, fica vedada
a realização de audiências e de sessões de julgamento, salvo nas hipóteses dos
incisos I, II e III do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022)
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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CAIU EM PROVA:
(Delegado de PCPB 2022): Assinale a opção correta em relação à citação e à intimação no processo penal:
a) Os prazos são contados da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta
precatória.
b) É válida a citação por edital de réu preso na mesma comarca do juízo processante quando este não tem
ciência do fato.
c) O processo ficará suspenso caso o réu seja citado pessoalmente e, injustificadamente, deixe de comparecer
em juízo.
d) A intimação do membro do Ministério Público, do assistente de acusação e do defensor do réu é pessoal.
e) É nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal, mas não transcreve nem resume a inicial.
Gabarito: letra A.
4.1 Introdução
Para o Código de Processo Penal, sentença é tão somente a decisão que julga o mérito principal, ou
seja, a decisão judicial que condena ou absolve o acusado. A contrario sensu, as decisões que extinguem o
processo sem julgamento de mérito, segundo o CPP, são tratadas como decisões interlocutórias mistas.
Sentença: Somente a decisão que julga o mérito principal.
Decisões interlocutórias mistas: Decisões que extinguem o processo sem julgamento de
mérito.
Em homenagem ao sistema acusatório, é imperioso reconhecer que os limites da decisão
condenatória estão pré-estabelecidos na inicial acusatória, já que a jurisdição é inerte e o juiz não pode julgar
ultra, citra ou extra petita. Se não for observado nulidade absoluta.
a) Conceito:
O princípio da correlação entre acusação e sentença informa que a sentença (ou a pronúncia) deve
guardar plena consonância com o fato delituoso descrito na inicial acusatória, não podendo dele se afastar,
sendo vedado ao juiz proferir decisão extra petita (decisão fora do pedido) ou ultra petita (decisão além do
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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pedido), sob pena de reconhecimento de nulidade absoluta, em razão de afronta aos princípios da ampla
defesa, do contraditório, do devido processo legal e do próprio sistema acusatório.
Em outras palavras, o acusado não pode ser processado e julgado por fato diverso daquele que foi
lhe imputado na acusatória.
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa,
poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha
de aplicar pena mais grave. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 1º Se, em consequência de definição jurídica diversa, houver possibilidade de
proposta de suspensão condicional do processo, o juiz procederá de acordo com o
disposto na lei. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 2º Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão
a) Conceito:
A emendatio libelli é a correção da capitulação jurídica, realizada pelo juiz, em relação àquela
atribuída inicialmente pela acusação.
Ocorre quando o juiz, sem modificar a base fática da imputação, atribui classificação diversa a ela,
atribui classificação distinta, ainda que mediante aplicação de pena mais grave.
Ex.: furto qualificado pela fraude {pena de 2 a 8 anos} e o promotor classificou como estelionato
{pena de 1 a 5 anos}. O juiz não fica vinculado a classificação feita pelo MP e, nesse caso, pode proferir uma
sentença pelo crime de furto, mesmo que seja um crime mais grave.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Observações importantes:
Na emendatio libelli, o juiz não modifica os fatos descritos na peça acusatória (base fática da
imputação), isto é, não há alteração da imputação. Assim, o juiz se limita a corrigir uma classificação
típica mal formulada, ou seja, altera-se apenas a capitulação do crime, permanecendo intocada a
imputação fática.
Quando a autoridade judiciária procede à correção da capitulação, não há falar em violação ao
princípio da correlação entre acusação e sentença, pois, no processo penal, o acusado se defende
dos fatos que lhes são imputados (e não desta ou daquela classificação delitiva), não acarretando
nenhum prejuízo à ampla defesa ou ao contraditório, ainda que seja aplicada pena mais grave.
Nos casos de emendatio libelli NÃO é necessário o aditamento, nem tampouco a oitiva da defesa.
juiz não é dado alterar a classificação do fato delituoso por ocasião do recebimento da peça
acusatória.
2ª corrente: Antônio Scarance Fernandes, Aury Lopes Jr, Gustavo Badaró, André Nicolitt quando
houver excesso da acusação privando o acusado de institutos despenalizadores ou de liberdade
provisória, é possível, no limiar do processo uma desclassificação incidental e provisória. Ex.: o
promotor entendeu que é tráfico e o juiz entende que é uso.
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Obs.: A jurisprudência entende que o juiz poderá realizar a emendatio ao receber a denúncia nos casos de
favorecer o réu ou nos casos em que teria alteração da competência ou procedimento a ser adotado.
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Conclusão:
A regra continua sendo a sentença como o momento ideal para a realização da emendatio libelli.
Exceção: quando o equivocado enquadramento jurídico obstaculizar o enfrentamento de matérias
de ordem pública, como competência, transação penal, sursis, prescrição. Nesses casos, a correção da
imputação antecipada decorre da simples condição do exercício da jurisdição.
d) Emendatio libelli nas diferentes espécies de ação penal: Pode ser feita na ação penal pública
(condicionada ou incondicionada) como na ação penal privada (propriamente dita, personalíssima ou
subsidiária da pública).
e) Emendatio libelli na 2º instância: É possível desde que respeitado o princípio da non reformatio in pejus.
Ex.: o juiz condena pelo estelionato, sendo assim se somente o réu apela e na segunda instância e o Tribunal
verifica ter havido furto mediante fraude nesse caso se a apelação foi apenas da defesa, não poderá
prejudicar (art. 617 CPP).
Art. 617: O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos
porém, ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da sentença.
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a) Conceito:
Ocorre quando durante o curso da instrução probatória, surge prova de elementar ou circunstância
não contida na peça acusatória.
Nesse caso, como há uma alteração da base fática da imputação, há necessidade de aditamento da
peça acusatória, com posterior oitiva da defesa.
Ex.: MP oferece por furto simples, mas durante a instrução as testemunhas confirmam que teria havido
emprego de violência contra a vítima, nesse caso surgiu a elementar do roubo não contida da denúncia, logo
o acusado não se defendeu. Nesse caso os autos deverão ser encaminhados ao MP para seja realizado um
aditamento à peça acusatória para poder imputar o crime de roubo. Depois da imputação será a oitiva da
defesa.
b) Elementares X Circunstâncias:
Elementares - São dados essenciais da figura típica, cuja ausência pode acarretar atipicidade absoluta
(atipicidade) ou relativa (desclassificação). Segundo Cézar Roberto diz que para saber se é elementar
é olhar se sua retirada é absoluta ou relativa.
Circunstâncias - São dados periféricos que gravitam ao redor da figura típica básica. Podem aumentar
ou diminuir a pena, mas não interferem no crime (causas de aumento, qualificadoras, causas de
diminuição).
Obs.: O CPP em seu art. 385 diz que o juiz pode reconhecer agravantes, mesmo que não constem da peça
acusatória. Embora a doutrina critique o dispositivo, os Tribunais Superiores entendem que o referido artigo
é constitucional, de modo que o reconhecimento de agravantes pelo juiz não configura hipótese de mutatio
libelli.
5ª T. STJ
de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o
Ministério Público tenha opinado pela absolvição. 2. O artigo 385 do Código de
Processo Penal foi recepcionado pela Constituição Federal. Precedentes desta
6ª T. STJ
da congruência a condenação por agravantes ou atenuantes não descritas na
denúncia. Inteligência dos arts. 385 e 387, I, do Código de Processo Penal" (HC
219.068/RJ)
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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ATENÇÃO! Segundo entendimento do STJ a desclassificação para crime culposo configura hipótese de
mutatio libelli.
Lado outro, a Corte Superior possui jurisprudência no sentido de que a imputação pela forma
consumada e condenação pela tentativa NÃO configura hipótese de mutatio libelli. Trata-se de hipótese de
emendatio libelli.
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HABEAS CORPUS. ART. 217-A C/C ARTS. 226, II, E 14, II, TODOS DO CÓDIGO PENAL.
DENÚNCIA POR DELITO CONSUMADO. CONDENAÇÃO EM PRIMEIRO GRAU PELO
ART. 61 DA LCP. CONDENAÇÃO EM SEGUNDO GRAU PELA FORMA TENTADA DO
ART. 217-A. ALEGADA AUSÊNCIA DE CORRELAÇÃO ENTRE DENÚNCIA E
CONDENAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. ORDEM DENEGADA.
1. O delito consumado e a tentativa não são duas diferentes modalidades de
delito, mas somente distintas manifestações de um único delito.
2. Como o réu não se defende da capitulação da denúncia, mas do fato descrito
na exordial acusatória, não há a nulidade prevista no art.384 do CPP, visto que o
magistrado limitou-se a dar definição jurídica diversa (crime tentado) da que
constou na denúncia (crime consumado), aplicando pena menos grave.
3. Ordem denegada.
(HC 297.551/MG, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado
em 05/03/2015, DJe 12/03/2015)
6ª T. STJ -
forma de cometimento do delito, da qual se infere o elemento subjetivo, deve
guardar correspondência com aquele reconhecido na sentença, a teor do princípio
da correlação entre a acusação e a sentença. 3. Encerrada a instrução criminal,
concluindo-se que as condutas dos recorrentes subsumem-se à modalidade
culposa do tipo penal e ausente a descrição de circunstância elementar, atinente
ao elemento subjetivo do injusto na denúncia, imperativa a observância da regra
inserta no art. 384, caput, do CPP, ainda que a nova modalidade de delito comine
pena inferior, baixando-se os autos ao Ministério Público para aditar a inicial, sob
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1.388.440/ES).
Obs.: Gustavo Badaró, Aury Lopes Jr e André Nicolitt dizem que esse § 1o do art. 384 é inconstitucional, pois
quando o juiz se manifesta pela remessa dos autos se inclina pela condenação.
Art. 384, § 4o Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três)
testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito aos
termos do aditamento. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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e
admitido o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das partes, designará
dia e hora para continuação da audiência, com inquirição de testemunhas, novo
interrogatório do
nº 11.719, de 2008).
i) Mutatio libelli na 2ª instância: NÃO é possível, pois haveria violação ao duplo grau de jurisdição diante da
supressão da primeira instância. (STF súmula 453). Isso, no entanto, não impede que o tribunal anule o
processo em face da inobservância do art. 384.
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Contudo, após a lei 11.719/08, trouxe nova redação ao art. 384, § 4º uma vez recebido o aditamento o
juiz estará adstrito a imputação superveniente, sendo a ele VEDADO condenar o acusado pela imputação
originária, salvo nas seguintes hipóteses:
No caso de imputação por crime simples, para posterior inclusão de elemento especializante;
No caso de crime complexo.
Mudança de competência: os autos serão remetidos ao juiz competente (art. 383, §2o)
Transação penal e suspensão condicional do processo: art. 383, §1o c/c súmula 337 STJ.
QUADRO COMPARATIVO
(COM BASE NO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL):
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Pode ser feita em 2ª instância, desde que respeitado Não pode ser feita em 2ª instância, sob pena de
o princípio da non reformatio in pejus. violação ao princípio do duplo grau de jurisdição
(Súmula 453, STF).
O juiz fica vinculado ao fato imputado ao acusado na O juiz fica vinculado aos termos do aditamento.
pela acusatória.
Bibliografia:
Manual de Processo Penal. Volume único. Renato Brasileiro de Lima. 8ª edição, 2020
Processo Penal. Noberto Avena. 10ª edição, 2018
Curso de Direito Processual Penal. Nestor Távora e Rosmar Rodrigues Alencar. 12ª edição, 2017.
Código de Processo Penal para concursos. Nestor Távora e Fábio Roque. 7ª edição, 2016.
Dizer o Direito
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META 3
CF/88
Art. 183, §3º e 191, §único
CÓDIGO CIVIL
Art. 516
Art. 1196 ao 1224
Art. 1225 ao 1227
Art. 1228 ao 1259
Art. 1260 ao 1313
Art. 1314 ao 1377
Art. 1378 ao 1510-E
CÓDIGO CIVIL
Art. 1193 a 1209 (importantíssimo)
Art. 1210, 1212
Art. 1214 a 1222 (importantíssimo)
Art. 1225 a 1227
Art. 1228 e 1229
Art. 1238 a 1244
Art. 1248 e 1254
Art. 1260 a 1262
Art. 1267 e 1268
Art. 1275
Art. 1314 a 1320
Art. 1358-A a 1358-U (inovação legislativa recente)
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1. CARACTERÍSTICAS
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Propriedade;
Superfície;
Laje (incluído pela MP 759/2016)
Servidões;
Usufruto;
Uso;
Habitação;
Direito do promitente comprador do imóvel;
Penhor;
Hipoteca;
Anticrese;
Concessão de uso especial para fins de moradia;
Concessão de direito real de uso.
Esse rol do art. 1225 é taxativo (numerus clausus) ou exemplificativo (numerus apertus)?
A visão clássica ainda é MAJORITÁRIA, no sentido de que o rol é taxativo. Esse é o posicionamento
que devemos adotar em provas de primeira fase. Caio Mário, Orlando Gomes, MHD, Carlos Roberto
Gonçalves. Contudo, há uma visão mais contemporânea que entende que o rol é exemplificativo. Podemos
desenvolvê-la em provas de segunda fase ou no exame oral.
1ª Corrente: Para o professor Gustavo Tepedino não há taxatividade, mas tipicidade. Em outras
palavras, existe possibilidade de criação de outros direitos reais por outras leis (alienação fiduciária
Segundo o princípio da taxatividade, somente são direitos reais os indicados em lei. Mas não só são
direitos reais aqueles constantes no artigo 1.225 supratranscrito, mas também outros disciplinados de modo
esparso no próprio Código Civil e os instituídos em diversas leis especiais, ex.: direito de retenção (art. 516),
concessão de uso (Lei nº 271/67). As partes não podem criar direitos reais por uma razão simples:
prevalecendo os direitos reais erga omnes, seria inadmissível que duas ou três pessoas pudessem, por acordo
de vontades, criar deveres jurídicos para toda a sociedade.
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Obrigações propter rem: Aderem à coisa (e não à pessoa), transmitindo-se automaticamente ao seu
novo titular, desde que haja transferência da propriedade. São obrigações que NÃO emanam da
vontade, mas do registro da propriedade. Ex: IPTU, IPVA, Taxas condominiais.
Obrigações de ônus real: Limitam o uso e gozo da propriedade, constituindo um gravame. Limitam-
se ao valor da coisa e desaparecem com o perecimento da coisa. Ex: Penhor, hipoteca, anticrese.
Obrigações de eficácia real: Sem perder o caráter de direito pessoal, ou direito a uma prestação,
ganham oponibilidade a terceiros, que adquiram direitos sobre determinados bens, tendo em vista
o seu registro. Ex: Direito de preferência em contrato de locação.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Os Direitos reais na coisa alheia, que nos interessa por ora, podem ser classificados de acordo com a
tabela abaixo:
Permitir que uma pessoa Não terá a coisa consigo. É - Busca-se através do domínio
tenha consigo os poderes de vedada a utilização da coisa. ser proprietário.
utilização da coisa. Credor tem o direito real. - O exercício dos poderes do
domínio viabilizam a aquisição
da propriedade.
Permitir que terceiro retire as
ASSEGURAR CUMPRIMENTO
utilidades da coisa.
DE OBRIGAÇÃO.
UTILIDADE
6 HIPÓTESES 4 HIPÓTESES 1 HIPÓTESE (OU 2)
4. POSSE
A posse é o fenômeno fático que a pessoa exerce sobre uma coisa, e o conceito varia conforme a
teoria adotada.
Pelo art. 1.196 do CC, considera-se possuidor aquele que tem, pelo menos, um dos atributos da
propriedade.
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno
ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
a) Teoria Subjetiva (Savigny): A posse seria o poder direto da pessoa de dispor fisicamente do bem
com a intenção de tê-lo para si e defendê-lo da agressão de quem quer que seja. Elementos:
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Em razão do segundo elemento, o locatário, o comodatário, o depositário, entre outros, não seriam
considerados possuidores, mas sim meros detentores, pois não há qualquer intenção de tornarem-se
proprietários.
b) Teoria Objetiva (Ihering): Para a constituição da posse, basta que a pessoa disponha fisicamente
da coisa, ou que tenha a mera possibilidade de exercer esse contato e exerça sua função social. Ou seja, para
a Teoria Objetiva, ao contrário da Teoria Subjetiva, para ser possuidor não é necessária a intenção de ser
dono.
Para essa teoria, a posse seria formada por dois elementos: o corpus e o affectio tenendi.
Corpus Poder físico de disponibilidade sobre a coisa, dentro do qual inclui a intenção de
explorar a coisa com fins econômicos
Affectio tenendi - Significa utilizar-se do bem como se proprietário fosse. Isso quer dizer destinar
o bem à sua função econômico-social.
A teoria objetiva do IHERING tem a característica singular de que há hierarquia entre posse e
propriedade. Essa concepção de hierarquia, contudo, hoje vem sendo refutada pela teoria sociológica da
posse.
Obs.: Flávio Tartuce afirma que, para a teoria Objetiva, a posse seria formada de um único elemento
corpus, de modo que a função social da propriedade ficaria a cargo da Teoria Sociológica. Em outras
palavras: para o autor, o CC/02 teria adotado parcialmente a teoria objetiva, pois também traz a ideia
de posse social (Teoria Sociológica da Posse). Nesse sentido, não basta ao possuidor agir como
proprietário, devendo agir como um bom proprietário, dando, à coisa, função social.
c) Teoria Sociológica: A teoria sociológica da posse consagra a função social da posse. Não possui
previsão expressa, mas é extraída implicitamente do sistema.
Essa teoria não desmente por completo a teoria objetiva; os elementos estruturais/ estáticos da
posse não são repudiados (corpus e affectio tenendi) apenas desmente no que tange à relação de
hierarquia entre posse e propriedade. A posse é protegida em si mesma, não em decorrência da
propriedade.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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R.: O CC/02 adotou a Teoria Objetiva de IHERING, conforme art. 1196. O art. 1.196 define o possuidor
como aquele que tem de fato o exercício pleno ou não de algum dos poderes inerentes à propriedade. Em
nenhum momento, fez-se referência a elemento subjetivo, ou seja, ele contempla a teoria objetiva do
IHERING.
Ademais, é possuidor todo aquele que atua como se proprietário fosse (exercício de algum dos
poderes inerentes à propriedade), que é a definição de affectio tenendi. O art. 1.228, caput, trata dos
poderes inerentes à propriedade: uso, gozo, disposição e reivindicação (vale a remissão do art. 1.196).
Detenção é a desqualificação jurídica da posse. Há o poder físico sobre a coisa, mas o sistema retira
a qualidade de possuidor. Ou seja: o detentor tem a coisa apenas em virtude econômica ou vínculo de
subordinação (mera custódia). É uma desqualificação da posse
O detentor exerce sobre o bem a posse em nome de outrem, e em cumprimento de ordens ou
instruções suas, de modo que NÃO pode invocar, em nome próprio, as ações possessórias, embora possa se
valer da autotutela.
Atenção às considerações importantes:
STJ: A ocupação irregular de área pública NÃO induz posse, mas ato de mera
detenção => Como consequência, NÃO há direito à indenização em face do poder
público.
a) Fâmulo (servo da posse): Quem exerce o poder de fato sobre a coisa, mas sem autonomia (em nome
de outrem, recebendo ordens e instruções de seu superior). Ex.: caseiro.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim
como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão
depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
Doutrina majoritária: Entende que, enquanto houver atos de violência ou clandestinidade, não
haverá posse, mas mera detenção; somente depois de cessada a violência ou a clandestinidade é que haverá
posse. A transmudação de detenção em posse ocorrerá nos termos do art. 1.200 (fundamental a remissão).
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como
não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de
cessar a violência ou a clandestinidade.
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d) Bens públicos: De acordo com o STJ, não cabe posse sobre qualquer bem público, seja ele de uso
comum, de uso especial ou bens dominicais. Assim, particular que ocupa bem público é mero
detentor, não tem posse.
ATENÇÃO: Se o particular que ocupa bem público não tem posse e sim, detenção, logo, não há proteção
possessória em face do Poder Público.
Exceção Inf. 594, 2016, STJ: É possível o manejo de interditos possessórios em litígio entre particulares
sobre bem público dominical, pois entre ambos a disputa será relativa à posse.
Particular que ocupa bem público dominical poderá ajuizar ações possessórias
para defender a sua permanência no local? 1) particular invade imóvel público e
deseja proteção possessória em face do PODER PÚBLICO: não é possível. Não terá
direito à proteção possessória. Não poderá exercer interditos possessórios porque,
perante o Poder Público, ele exerce mera detenção. 2) particular invade imóvel
público e deseja proteção possessória em face de outro PARTICULAR: terá direito,
em tese, à proteção possessória. É possível o manejo de interditos possessórios
em litígio entre particulares sobre bem público dominical, pois entre ambos a
disputa será relativa à posse. STJ. 4ª Turma. REsp 1.296.964-DF, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 18/10/2016 (Info 594).
Em ação possessória entre particulares é cabível o oferecimento de oposição pelo ente público,
alegando-se incidentalmente o domínio de bem imóvel como meio de demonstração da posse. STJ. Corte
Especial. EREsp 1.134.446-MT, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 21/03/2018 (Info 623)
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho,
quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-
la, é violentamente repelido.
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O art. 1.224 traz uma posse ficta em favor do possuidor que não presenciou o esbulho. A posse só
será considerada perdida quando o possuidor deixar de tentar recuperar a coisa ou, tentando recuperá-la,
for repelido. Durante o tempo em que o esbulhado não toma conhecimento, haverá mera detenção para
os esbulhadores.
Enquanto o esbulhado não toma ciência do esbulho, os esbulhadores são meros detentores, por isso
esse lapso temporal não será computado para considerar a posse como nova ou velha.
Enunciado 301 da IV Jornada de Direito Civil: É possível a conversão da detenção em posse, desde que
rompida a subordinação, na hipótese de exercício em nome próprio dos atos possessórios.
CAIU EM CONCURSO!
IBFC PCBA/2022 Delegado de Polícia: No que se refere à posse e sua classificação, de acordo com as
disposições do Código Civil, assinale a alternativa incorreta.
a) A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam
presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente.
b) É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa.
c) Considera-se possuidor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a
posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
d) O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei
expressamente não admite esta presunção.
e) É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
Resposta: A C (incorreta).
4.3 Classificação da Posse
Posse direta ou imediata: Exercida por quem tem a coisa materialmente. Ex: Locatário,
depositário, comodatário;
Pode indireta ou mediata: Exercida por meio de outra pessoa. Ex: Locador, depositante, nu-
proprietário.
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Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder,
temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula (OU AFASTA) a
indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua
posse contra o indireto.
Observações:
A posse direta NÃO anula a indireta;
O possuidor direto tem direito de defender sua posse contra o indireto, e este contra aquele.
Posse justa (= posse limpa): NÃO apresenta vícios da violência, clandestinidade e precariedade.
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
(1) Violência: Esbulho, violência física ou moral. A posse violenta pressupõe violência à pessoa,
não à coisa (o fato de ter quebrado janela ou porta não faz com que a posse seja violenta).
Ex.: roubo.
(2) Clandestinidade: é a posse que se adquire às ocultas de quem exerce a posse atual, sem
publicidade ou ostensividade. Ex.: furto
(3) Precariedade: o possuidor recebe a coisa coma obrigação de restituí-la e, abusando da
confiança, deixa de devolvê-la. Ex.: Apropriação indébita.
OBS.: A posse injusta não é a exercida durante atos violentos/clandestinos/precários, mas sim em
decorrência deles. Ou seja: enquanto perdurar a violência, precariedade ou clandestinidade, não
haverá posse, e sim detenção (art. 1.208 CC). Cessadas, surge a posse. Essa posse será injusta em
relação a quem a perdeu, porém será justa em relação à comunidade já que pode praticar atos de
defesa da posse em face de terceiros. Trata-se da dualidade de configuração da posse.
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OBS.: Segundo o entendimento majoritário, a posse injusta passa a ser justa depois de um ano e dia,
por interpretação do art. 924, do CPC (parâmetro para saber se cabe ação de força velha ou nova
cabe liminar).
CC: Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento
em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui
indevidamente.
Já caiu em prova e foi considerada INCORRETA a seguinte alternativa: A posse de boa-fé só perde esse
caráter quando do trânsito em julgado da sentença proferida em ação possessória. (PCMG/2018)
Obs.1: A prova da boa-fé é extremamente difícil, porque se trata de elemento subjetivo, por isso o
art. 1.201, § único, prevê que o possuidor com justo título é presumidamente possuidor de boa-fé. Trata-se
de uma presunção relativa.
Obs.2: Esse justo título não deve ser confundido com o justo título do art. 1.242, que trata de
usucapião ordinária (título hábil à aquisição de propriedade), enquanto o art. 1.201, § único, é justo título de
aquisição da posse (p.e., contrato de comodato, de locação, de usufruto).
Posse de má-fé: Conhecedor do vício que paira sobre a coisa. Ainda que de má-fé, esse possuidor
NÃO perde o direito de ajuizar ação possessória competente para se proteger do ataque de
terceiro.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Possuidor de má-fé
Em regra, possui responsabilidade objetiva pela perda ou deterioração da coisa, anda
que não tenha dado causa. Salvo se comprovar que de igual modo teria acontecido
caso estivesse na posse do reivindicante.
Responde pelos frutos colhidos, percebidos e os que deixou de perceber por sua culpa,
só tendo direito às despesas de produção e custeio.
Só possui direito à indenização em relação às benfeitorias necessárias.
Posse com título: Há algum documento representativo da transmissão da posse. Ex: Contrato de
locação;
Sobre o tema há o enunciado 303, CJF: Considera-se justo título, para a presunção relativa da boa-fé
do possuidor, o justo motivo que lhe autoriza a aquisição derivada da posse, esteja ou não materializado em
instrumento público ou particular. Compreensão na perspectiva da função social da posse
e) Quanto ao tempo:
Ameaça, turbação e esbulhos novos (menos de 01 ano e dia): Ação de força nova Segue rito
especial e cabe liminar;
Ameaça, turbação e esbulho velhos (menos de 01 ano e dia): Ação de força velha Rito ordinário,
NÃO cabe liminar, mas o juiz pode conceder tutela antecipada, se presentes os requisitos.
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a) FRUTOS:
I) Posse de boa-fé: O possuidor tem direito, enquanto durar, aos frutos percebidos. Devem ser restituídos:
Frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé, depois de deduzidas as despesas com produção
e custeio;
Frutos colhidos com antecipação;
Frutos naturais e industriais: colhidos e percebidos logo que são separados;
Frutos civis: reputam-se percebidos por dia.
II) Posse de má-fé: Responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelo que, por culpa
sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé, mas tem direito às
despesas de produção e custeio.
b) BENFEITORIAS:
I) Posse de boa-fé: Possui direito à indenização por benfeitorias necessárias e úteis, bem como pelas
acessões (plantações e construções);
Se não indenizado, possui direito à retenção das benfeitorias, até que receba o que lhe é devido;
Se benfeitorias voluptuárias, tem direito ao seu levantamento, se não forem pagas, desde que não
gerem prejuízo à coisa.
II) Posse de má-fé: São ressarcidas apenas as benfeitorias necessárias, não lhe assistindo o direito de
retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
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RESPONSABILIDADE
FRUTOS BENFEITORIAS
(PERDA)
- Tem direito às benfeitorias
necessárias e úteis. obs2.
Tem direito, com
(indenização e retenção) obs3. Responde por culpa (perda
BOA-FÉ exceção dos frutos
- Pode levantar as voluptuárias que der causa).
pendentes. Obs1.
se não houver prejuízo para o
bem principal.
Não tem direito e
Responde ainda que a
responde pelos frutos Tem direito às benfeitorias
MÁ-FÉ perda seja acidental, em
colhidos e pelos que necessárias (indenização).
regra.
deixou de colher.
PCPA/2021 - Sobre os efeitos da posse previstos no Código Civil, é correto afirmar que
a) o possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que recebeu a coisa
esbulhada sem saber que o era.
b) o possuidor, mesmo que de boa-fé, não tem direito aos frutos percebidos.
c) o possuidor de boa-fé responde pela perda ou deterioração da coisa, mesmo que não der causa.
d) ao possuidor de má-fé não serão ressarcidas as benfeitorias necessárias e não lhe assiste o direito de
retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
e) as benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda
existirem.
GABARITO: LETRA E
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação,
restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de
ser molestado.
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Obs.: Não obsta a manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito
sobre a coisa.
Obs.: STJ: Em ação possessória entre particulares é cabível o oferecimento de oposição pelo ente público,
alegando-se incidentalmente o domínio de bem imóvel como meio de demonstração da posse. (ERESP
1.134.446-mt, INFO 623)
O proprietário pode se valer da autotutela, independente de ação judicial, contanto que o faça logo.
Os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da
posse.
Duas são as hipóteses de autotutela: legítima defesa e desforço imediato. Ambas com fundamento
material no art. 1210, § 1º, do CC:
que atenda à função social, deve-se utilizar a noção de melhor posse, com base nos
Já caiu em prova (PCPR/2021) e foi considerada correta a seguinte alternativa: A legítima defesa da posse e
da propriedade prescinde do auxílio policial.
art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma
exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros
compossuidores.
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É a situações em que duas ou mais pessoas exercem, simultaneamente, poderes possessórios sobre
a mesma coisa, e pode existir tanto na posse direta quanto na indireta, por ato inter vivos ou mortis causa.
Na composse, todos possuem a mesma posse sobre a mesma coisa, independente de sua fração
ideal. Logo, todos podem exercer todos os poderes sobre a coisa como um todo.
STJ: Nos casos de composse NÃO se admite a usucapião de um compossuidor sobre o bem, já que
todos os compossuidores exercem, cada um, poderes sobre a coisa como um todo, SALVO no casso
de um compossuidor estabelecer posse com exclusividade, afastando os demais.
O STJ entende que qualquer herdeiro pode ingressar com ação possessória contra terceiros. Porém,
também cabe ação possessória de um herdeiro contra o outro, se houver um esbulho praticado
entre ambos. (REsp 537.363/RS. Informativo 431 STJ).
A composse leva em conta o aspecto subjetivo e não objetivo. Ou seja, leva em conta se duas ou
mais pessoas são possuidoras do bem (e não a natureza da posse).
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b) Transmissão: A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres
=> PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DO CARÁTER DA POSSE:
Abandono da coisa
Tradição;
Destruição: perecimento do objeto;
Colocação da coisa fora do comércio (inconsutibilidade jurídica);
Posse de outrem;
Constituto possessório;
Obs.: Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se
abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, e violentamente repelido.
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Em ação possessória ajuizada pelo fazendeiro que teve o imóvel invadido por
indígenas, não cabe a realização de laudo antropológico para examinar se são
terras indígenas. É inadequada a discussão acerca da tradicionalidade da ocupação
indígena em ação possessória ajuizada por proprietário de fazenda antes de
completado o procedimento demarcatório. Assim, não cabe produção de laudo
antropológico em ação possessória ajuizada por proprietário de fazenda ocupada
por grupo indígena. STJ. 2ª Turma. REsp 1650730-MS, Rel. Min. Mauro Campbell
Marques, julgado em 20/08/2019 (Info 655).
Não é possível que oficina retenha veículo até que haja o pagamento do serviço
contratado. Oficina mecânica que realiza reparos em veículo, com autorização do
proprietário, não pode reter o bem por falta de pagamento do serviço. STJ. 3ª
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Turma. REsp 1628385-ES, Rel. Min. Ricardo Villas BôasCueva, julgado em 22/8/2017
(Info 610).
5. PROPRIEDADE
É um feixe de poderes complexos, é o direito que a pessoa tem, dentro dos limites normativos, de
usar, gozar, dispor de um bem corpóreo ou incorpóreo, bem como de reivindicá-lo de quem injustamente o
possua ou detenha.
O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e
sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a
fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a
poluição do ar e das águas.
São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam
animados pela intenção de prejudicar outrem.
Propriedade limitada ou restrita: Ocorre quando recai algum ônus sobre a propriedade (ex:
hipoteca, servidão ou usufruto) OU quando a propriedade for resolúvel, dependente de condição ou
termo.
O proprietário que reúne todos os poderes/atributos da propriedade (GRUD), é titular da propriedade plena
ou alodial. Quando essa propriedade é limitada ou restrita, ou seja, se parte dos atributos passa a ser de
outrem, o direito de propriedade pode se dividir em 2 partes:
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5.3 Características
Direito absoluto: sentido de eficácia erga omnes. A propriedade não é absoluta no sentido de
prevalência em relação a qualquer outro direito. Ela deve ser ponderada com outros direitos
fundamentais.
Direito exclusivo: NÃO pode pertencer a mais de uma pessoa, salvo o domínio ou copropriedade.
Direito perpétuo: O direito permanece independente do seu exercício; a propriedade é contínua até
que surja um fato modificativo ou extintivo.
Direito elástico: A propriedade pode ser distendida ou contraída quando ao seu exercício;
Direito fundamental.
Art. 1.314. Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela
exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro,
defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la.
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O locatário não possui legitimidade para ajuizar ação contra o condomínio para
questionar a forma pela qual a coisa comum é gerida. O locatário não possui
legitimidade para ajuizar ação contra o condomínio no intuito de questionar o
descumprimento de regra estatutária, a ausência de prestação de contas e a
administração de estabelecimento comercial. STJ. 4ª Turma. REsp 1630199-RS, Rel.
Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 05/08/2021 (Info 704).
A proprietária do imóvel gerador dos débitos condominiais pode ter o seu bem
penhorado no cumprimento de sentença, mesmo não tendo figurado no polo
passivo da ação de cobrança, que tramitou apenas em face de seu ex-
companheiro. O imóvel gerador dos débitos condominiais pode ser objeto de
penhora em cumprimento de sentença, ainda que somente o ex-companheiro
tenha figurado no polo passivo da ação de conhecimento. STJ. 3ª Turma. REsp
1683419-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/02/2020 (Info 666).
O condomínio, por ser uma massa patrimonial, não possui honra objetiva e não
pode sofrer dano moral. Os condomínios são entes despersonalizados, pois não
são titulares das unidades autônomas, tampouco das partes comuns, além de não
haver, entre os condôminos, a affectio societatis, tendo em vista a ausência de
intenção dos condôminos de estabelecerem, entre si, uma relação jurídica, sendo
o vínculo entre eles decorrente do direito exercido sobre a coisa e que é necessário
à administração da propriedade comum. Caracterizado o condomínio como uma
massa patrimonial, não há como reconhecer que seja ele próprio dotado de honra
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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A função social da propriedade faz com que a propriedade envolva a situação jurídica de mão dupla,
ou seja, o proprietário tem direitos e deveres em relação ao não proprietário, que da mesma forma os tem
em relação ao proprietário. Não há definição apriorística da função social da propriedade, ou seja, trata-se
de um conceito indeterminado. A CF/88 sinalizou o que seja a função social nos artigos 182 e 186, quando,
respectivamente, afirma que atendem à função social:
1) IMÓVEL URBANO quando atende às exigências do Plano Diretor Urbano; mas se, por exemplo,
mesmo cumprindo as exigências do PDU, um imóvel for ocupado para uma atividade que utiliza mão-de-obra
escrava, não estará sendo atendida a função social. O Estatuto da Cidade (artigo 5o) afirma que o proprietário
que não cumprir a função social ao imóvel urbano pode ser obrigado a ocupar, parcelar ou construir em seu
imóvel, dentro do prazo (01 ano para apresentação do projeto e 02 anos para início), sob pena de
PROGRESSIVIDADE DO IPTU (artigo 7o), em até 15%, ao longo de 05 anos. Essa progressão não tem natureza
fiscal, tem natureza EXTRAFISCAL, funciona como sanção de proteção ambiental. Se ainda assim o
proprietário não der função social ao imóvel, sofrerá DESAPROPRIAÇÃO, cuja indenização será feita nos
seguintes termos:
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Obs.: proprietário que é punido NÃO pode ser indenizado da mesma forma que o proprietário que não está
sendo punido.
a) Função limitadora: impõe um não fazer. Ex.: a propriedade não pode ser exercida em abuso de
direito. Art. 1228, §2º, do CC vedação dos atos emulativos ou chicaneiros.
b) Função impulsionadora: impõe condutas. A coisa cumpre a sua função social quando é utilizada em
um sentido positivo
Propriedade resolúvel: É aquela que pode ser extinta, quer pela condição (evento futuro e incerto)
ou pelo termo (evento futuro e certo). Ex: Cláusula especial de venda com reserva de domínio;
Propriedade fiduciária: É a propriedade resolúvel da coisa móvel infungível que o devedor, com
escopo de garantia, transfere ao credor.
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O objeto é BEM MÓVEL, por natureza, INFUNGÍVEL, DURÁVEL e INCONSUMÍVEL. É PACÍFICO que o
bem que já integre o patrimônio do devedor pode ser objeto de propriedade fiduciária (Súmula 28 do STJ).
Da Propriedade Resolúvel
Art. 1.359. Resolvida a propriedade pelo implemento da condição ou pelo advento
do termo, entendem-se também resolvidos os direitos reais concedidos na sua
pendência, e o proprietário, em cujo favor se opera a resolução, pode reivindicar a
coisa do poder de quem a possua ou detenha.
Art. 1.360. Se a propriedade se resolver por outra causa superveniente, o
possuidor, que a tiver adquirido por título anterior à sua resolução, será
considerado proprietário perfeito, restando à pessoa, em cujo benefício houve a
resolução, ação contra aquele cuja propriedade se resolveu para haver a própria
coisa ou o seu valor.
Da Propriedade Fiduciária
Art. 1.361. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel
infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor.
§ 1 o Constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do contrato, celebrado por
instrumento público ou particular, que lhe serve de título, no Registro de Títulos e
Documentos do domicílio do devedor, ou, em se tratando de veículos, na repartição
competente para o licenciamento, fazendo-se a anotação no certificado de registro.
§ 2 o Com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o desdobramento da
posse, tornando-se o devedor possuidor direto da coisa.
§ 3 o A propriedade superveniente, adquirida pelo devedor, torna eficaz, desde o
arquivamento, a transferência da propriedade fiduciária.
PROPRIEDADE IMÓVEL
Forma Originária Forma Derivada
Contato direito entre pessoa e coisa. A Intermediação pessoal.
propriedade é zerada, ou seja, os seus A propriedade continua com os mesmos
acessórios (tributos, dívidas de condomínio, atributos, em razão da solução de continuidade
hipoteca, propter rem) são extintos. STF
Re 94596-6/RS.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
SEMANA 10/18
Usucapião
PROPRIEDADE MÓVEL
Forma Originária Forma Derivada
Ocupação e achado de tesouro; Especificação;
Usucapião. Confusão;
Comistão;
Adjunção;
Tradição;
Sucessão.
Obs.: Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor. Não
o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo, e, se não o encontrar, entregará a coisa achada a
autoridade competente. Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do artigo antecedente, terá direito
a uma recompensa não inferior a cinco por cento do seu valor, e a indenização pelas despesas que houver
feito com a conservação e transporte da coisa, se o dono não preferir abandoná-la.
A) USUCAPIÃO:
SEMANA 10/18
Se imóvel gravado por hipoteca, posteriormente adquirido por usucapião: o gravame de extingue.
NÃO correrão os prazos de usucapião entre cônjuges na constância da sociedade conjugal, a exceção
da usucapião conjugal.
Modalidades de usucapião:
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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investimentos de interesse
social e econômico.
Prescrição extintiva pelo -Posse ad usucapionem; Art. 1.239, CC
proprietário não dar função - 05 anos contínuos; +
social e prescrição aquisitiva, - Máximo de 50 Hc em zona Art. 191, CF/88
ESPECIAL RURAL benefício ao possuidor que a rural; +
CONSTITUCIONAL atendeu. - Tornar a propriedade Lei nº 6.969/81
RURAL PRO LABORE produtiva;
-Ter o possuidor constituído
a sua morada;
- NÃO ser proprietário ou
possuidor de outro imóvel
urbano ou rural.
Sanção ao proprietário por -Posse ad usucapionem; Art. 1.240, CC
não dar cumprimento à - 05 anos contínuos;
função social da propriedade - Área urbana de até 250
urbana. m²;
ESPECIAL URBANA - Moradia própria ou da
CONSTITUCIONAL família;
- Não ser possuidor ou
proprietário de outro
imóvel urbano ou rural;
- Não ter recebido o
benefício antes.
Sanção ao proprietário por -Posse ad usucapionem; Lei nº 10.257/01
não dar cumprimento à - 05 anos contínuos;
função social da propriedade - Área urbana com mais de
urbana e benefício aos 250 m²;
possuidores que a - Destinada à moradia da
ESPECIAL URBANA atenderam. população posseira;
COLETIVA - Possuidores de baixa
renda;
- NÃO se proprietário ou
possuidor de outro imóvel
urbano ou rural;
180
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
SEMANA 10/18
Súmula 263-STF: O possuidor deve ser citado, pessoalmente, para a ação de usucapião
O erro encontra-se no fato de que a usucapião extraordinária independe do tamanho do imóvel. Veja o
julgado que aborda o tema:
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA. IMÓVEL
USUCAPIENDO COM ÁREA INFERIOR AO MÓDULO URBANO DISPOSTO NA LEGISLAÇÃO MUNICIPAL.
REQUISITOS PREVISTOS NO ART. 1.238 DO CC: POSSE, ANIMUS DOMINI, PRAZO DE 15 (QUINZE) ANOS.
RECONHECIMENTO DO DIREITO À AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE NÃO SUJEITO A CONDIÇÕES POSTAS POR
LEGISLAÇÃO DIFERENTE DAQUELA QUE DISCIPLINA ESPECIFICAMENTE A MATÉRIA.
1. Tese para efeito do art. 1.036 do CPC/2015: O reconhecimento da usucapião extraordinária, mediante o
preenchimento dos requisitos específicos, não pode ser obstado em razão de a área usucapienda ser
inferior ao módulo estabelecido em lei municipal. 2. No caso concreto, recurso especial não provido, a fim
de afirmar a inexistência de impedimento para que o imóvel urbano, com área inferior ao módulo mínimo
municipal, possa ser objeto da usucapião extraordinária. (REsp 1667842/SC, Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 03/12/2020, DJe 05/04/2021)
SEMANA 10/18
O STJ decidiu que o bem furtado pode ser objeto de usucapião, desde que tenha cessado a
clandestinidade:
SEMANA 10/18
A destinação de parte do imóvel para fins comerciais não impede o reconhecimento da usucapião
especial urbana sobre a totalidade da área
A usucapião especial urbana apresenta como requisitos a posse ininterrupta e
pacífica, exercida como dono, o decurso do prazo de cinco anos, a dimensão da
área (250 m² para a modalidade individual e área superior a esta, na forma
coletiva), a moradia e o fato de não ser proprietário de outro imóvel urbano ou
rural. O uso misto da área a ser adquirida por meio de usucapião especial urbana
não impede seu reconhecimento judicial, se a porção utilizada comercialmente é
destinada à obtenção do sustento do usucapiente e de sua família. É necessário que
183
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
SEMANA 10/18
a área pleiteada seja utilizada para a moradia do requerente ou de sua família, mas
a lei não proíbe que o autor a utilize também para seu sustento. Assim, o fato de o
autor da ação de usucapião utilizar uma parte do imóvel para uma atividade
comercial que serve ao sustento da família domiciliada no imóvel não inviabiliza a
prescrição aquisitiva buscada. STJ. 3ª Turma. REsp 1777404-TO, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 05/05/2020 (Info 671).
O interesse jurídico no ajuizamento direto de ação de usucapião independe de prévio pedido na via
extrajudicial
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Se o juízo criminal decretou a perda do imóvel que está sendo pleiteado em ação de usucapião, esta
decisão produzirá efeitos no juízo cível, devendo a ação ser extinta por perda do objeto.
CAIU EM CONCURSO
PCSP/2021 Delegado de Polícia: Tício, mediante ameaça, se apossou do terreno que era
possuído por Caio de forma mansa, pacífica e com animus domini há mais de 30 (trinta) anos. Caio, utilizando-
se de sua própria força, e apenas dos meios indispensáveis, imediatamente ao esbulho praticado por Tício,
restituiu-se na posse, expulsando-o do terreno. Tício, então, ajuizou uma ação possessória contra Caio,
alegando ter sido possuidor do terreno antes da posse de Caio, por 4 (quatro) anos e possuir título de
propriedade do terreno. Por fim, Tício compareceu à delegacia de polícia, acusando Caio de ter praticado
crime de exercício arbitrário das próprias razões. Acerca do caso narrado, pode-se corretamente afirmar que
(a) quando mais de uma pessoa se disser possuidora, dever-se-á privilegiar o possuidor que primeiramente
possuiu a coisa, mesmo que esta não esteja na sua posse atual.
185
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
SEMANA 10/18
(b) a alegação de Tício de que é proprietário do terreno não poderia ser apresentada em ação possessória,
tendo em vista o acolhimento, pelo Código Civil, da absoluta separação entre os juízos possessório e
petitório.
(c) a posse é um fato que não encontra guarida no ordenamento jurídico, salvo ao proprietário da coisa, razão
pela qual, se Tício comprovar sua propriedade, Caio deve sair do imóvel, independentemente do tempo de
posse.
(d) a conduta de Caio configura o crime de exercício arbitrário das próprias razões, pois a lei civil veda, de
forma expressa, ao possuidor esbulhado restituir-se na posse por sua própria força.
(e) não poderá Caio, na defesa da ação possessória, alegar que adquiriu a área pela usucapião em razão do
tempo e da natureza de sua posse.
A) OCUPAÇÃO:
É o modo ORIGINÁRIO por excelência de aquisição da propriedade móvel, pelo qual alguém
imediatamente apropria-se de coisas SEM DONO, seja porque nunca foram apropriadas (RES NULLIUS), seja
porque foram abandonadas (RES DERELICTAE).
As coisas abandonadas não se confundem com as perdidas, pois aqui há apenas um temporário
afastamento do corpus, mas é mantido o animus. Para estas, há a descoberta.
Tem como objeto seres vivos (caça e pesca) e seres inanimados
C) USUCAPIÃO
Ordinária: Art. 1.260, CC posse mansa e pacífica, ininterruptamente e sem oposição, durante TRÊS
ANOS, exercida com animus domini, JUSTO TÍTULO e BOA-FÉ.
Extraordinária: Art. 1.261, CC posse ininterrupta e pacífica com animus domini pelo prazo de CINCO
ANOS.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
SEMANA 10/18
Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e
incontestadamente durante três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a
propriedade.
Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá
usucapião, independentemente de título ou boa-fé.
Obs.: Súmula 193, STJ o direito de uso de linha telefônica pode ser adquirido por
usucapião. Os bens objeto de furto podem ser adquiridos por usucapião
extraordinária pelo próprio autor do furto.
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Alienação: ato pelo qual o proprietário, por vontade própria, gratuita ou onerosamente, transfere a
outrem seu direito sobre a coisa;
Renúncia: ATO UNILATERAL pelo qual o proprietário declara formal e explicitamente o propósito de
despojar-se do direito de propriedade. Só se aplica aos BENS IMÓVEIS, com exceção do patrimônio
móvel que se encerra no direito hereditário objeto de abdicação pelo herdeiro;
Abandono: é o ATO MATERIAL pelo qual o proprietário desfaz-se da coisa porque não quer mais ser
seu dono. Por não ser um ato expresso como a renúncia, a derrelição deve resultar de ATOS
EXTERIORES que atestem a manifesta intenção de abandonar.
O mero desuso não implica em abandono, tem que haver o elemento psicológico
O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a intenção de não mais o conservar em
seu patrimônio, e que se não encontrar na posse de outrem, poderá ser arrecadado, como
bem vago, e passar, tres anos depois, a propriedade do município ou a do distrito federal, se
se achar nas respectivas circunscrições.
SEMANA 10/18
O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou
utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público
iminente.
O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em
extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável
número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente,
obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante.
7. DIREITOS DE VIZINHANÇA
A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, presume-se pertencer em comum aos donos dos
prédios confinantes.
As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a divisa do prédio, poderão ser cortados, até o
plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho pertencem ao dono do solo onde caíram, se este for de
propriedade particular.
O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente ou porto, pode, mediante pagamento
de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se
necessário. Se ocorrer alienação parcial do prédio, o proprietário da outra deve tolerar a passagem.
Mediante indenização, o proprietário é obrigado a tolerar a passagem, pelo seu imóvel, de cabos,
tubulações e outros condutos subterrâneos de serviços de utilidade pública, quando de outro modo for
impossível ou excessivamente oneroso.
O dono ou o possuidor do prédio inferior é obrigado a receber as águas que correm naturalmente do
superior, não podendo realizar obras que embaracem o seu fluxo; porém a condição natural e anterior do
prédio inferior não pode ser agravada por obras feitas pelo dono ou possuidor do prédio superior.
Quando as águas, artificialmente levadas ao prédio superior, ou aí colhidas, correrem dele para o
inferior, poderá o dono deste reclamar que se desviem, ou se lhe indenize o prejuízo que sofrer.
O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer modo o seu prédio, urbano ou
rural, e pode constranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a
aviventar rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente
entre os interessados as respectivas despesas.
O proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe aprouver, salvo o direito dos
vizinhos e os regulamentos administrativos. O proprietário construirá de maneira que o seu prédio não
despeje águas, diretamente, sobre o prédio vizinho. É defeso abrir janelas, ou fazer eirado, terraço ou
varanda, a menos de metro e meio do terreno vizinho.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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São proibidas construções capazes de poluir, ou inutilizar, para uso ordinário, a água do poço, ou
nascente alheia, a elas preexistentes.
8. CONDOMÍNIOS
Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os direitos
compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva
parte ideal, ou gravá-la. Nenhum dos condôminos pode alterar a destinação da coisa comum, nem
dar posse, uso ou gozo dela a estranhos, sem o consenso dos outros.
O condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a concorrer para as despesas de conservação
ou divisão da coisa, e a suportar os ônus a que estiver sujeita.
Presumem-se iguais as partes ideais dos condôminos.
A todo tempo será lícito ao condômino exigir a divisão da coisa comum, respondendo o quinhão de
cada um pela sua parte nas despesas da divisão.
b) Administração do condomínio:
Por maioria será escolhido o administrador, que poderá ser estranho ao condomínio. O condômino
que administrar sem oposição dos outros presume-se representante comum.
Pode haver, em edificações, partes que são propriedade exclusiva, e partes que são propriedade
comum dos condôminos.
As partes suscetíveis de utilização independente, tais como apartamentos, escritórios, salas, lojas e
sobrelojas, com as respectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a propriedade
exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas livremente por seus proprietários, exceto os abrigos para
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
SEMANA 10/18
veículos, que não poderão ser alienados ou alugados a pessoas estranhas ao condomínio, salvo autorização
expressa na convenção de condomínio.
O solo, a estrutura do prédio, o telhado, a rede geral de distribuição de água, esgoto, gás e
eletricidade, a calefação e refrigeração centrais, e as demais partes comuns, inclusive o acesso ao logradouro
público, são utilizados em comum pelos condôminos, não podendo ser alienados separadamente, ou
divididos.
A cada unidade imobiliária caberá, como parte inseparável, uma fração ideal no solo e nas outras
partes comuns, que será identificada em forma decimal ou ordinária no instrumento de instituição do
condomínio.
Institui-se o condomínio edilício por ato entre vivos ou testamento, registrado no Cartório de Registro
de Imóveis.
A convenção que constitui o condomínio edilício deve ser subscrita pelos titulares de, no mínimo,
dois terços das frações ideais e torna-se, desde logo, obrigatória para os titulares de direito sobre as
unidades, ou para quantos sobre elas tenham posse ou detenção. Para ser oponível contra terceiros, a
convenção do condomínio deverá ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis.
O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em relação ao condomínio, inclusive
multas e juros moratórios.
a) Da administração do condomínio:
A assembleia-geral enquanto órgão do condomínio nada mais é do que a reunião dos condôminos
para tratar de assuntos afetos ao condomínio. A assembleia pode ser convocada pelo síndico ou por
¼ dos condôminos.
A Lei nº 14.309/22 inseriu o art. 1.354-A no Código Civil para permitir que a convocação, a realização
e a votação em assembleia-geral por meio eletrônico, desde que tal possibilidade não seja vedada
pela convenção de condomínio e que sejam preservados os direitos de voz, de debate e de voto dos
condôminos. Vejamos a redação do novo art. 1.354-A do CC:
SEMANA 10/18
I - tal possibilidade não seja vedada na convenção de condomínio; (Incluído pela Lei
nº 14.309, de 2022)
II - sejam preservados aos condôminos os direitos de voz, de debate e de
voto. (Incluído pela Lei nº 14.309, de 2022)
§ 1º Do instrumento de convocação deverá constar que a assembleia será realizada
por meio eletrônico, bem como as instruções sobre acesso, manifestação e forma
de coleta de votos dos condôminos. (Incluído pela Lei nº 14.309, de 2022)
§ 2º A administração do condomínio não poderá ser responsabilizada por
problemas decorrentes dos equipamentos de informática ou da conexão à
internet dos condôminos ou de seus representantes nem por quaisquer outras
situações que não estejam sob o seu controle. (Incluído pela Lei nº 14.309, de 2022)
§ 3º Somente após a somatória de todos os votos e a sua divulgação será lavrada a
respectiva ata, também eletrônica, e encerrada a assembleia geral. (Incluído pela
Lei nº 14.309, de 2022)
§ 4º A assembleia eletrônica deverá obedecer aos preceitos de instalação, de
funcionamento e de encerramento previstos no edital de convocação e poderá ser
realizada de forma híbrida, com a presença física e virtual de condôminos
concomitantemente no mesmo ato. (Incluído pela Lei nº 14.309, de 2022)
§ 5º Normas complementares relativas às assembleias eletrônicas poderão ser
previstas no regimento interno do condomínio e definidas mediante aprovação da
maioria simples dos presentes em assembleia convocada para essa
finalidade. (Incluído pela Lei nº 14.309, de 2022)
§ 6º Os documentos pertinentes à ordem do dia poderão ser disponibilizados de
forma física ou eletrônica aos participantes. (Incluído pela Lei nº 14.309, de 2022)
O art. 1.353, caput, do CC, estabelece que, salvo quando exigido quórum especial, as deliberações
da assembleia serão tomadas, em primeira convocação, por maioria de votos dos condôminos
presentes que representem pelo menos metade das frações ideais. Em segunda convocação, as
deliberações da assembleia serão tomadas pela maioria dos votos dos presentes, ainda que não
representem metade das frações ideais.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
SEMANA 10/18
Os quóruns especiais geralmente são muito altos e, como muitos condôminos não comparecem às
reuniões, por vezes, a aprovação das deliberações era inviabilizada. Para amenizar essa
problemática a Lei nº 14.309/22 inseriu os parágrafos 1º a 3º no art. 1.353 do CC, para prever a
possibilidade de conversão da assembleia em sessão permanente, para que os condôminos
possam ir votando até que seja atingido o quórum especial.
Art. 1.353. Em segunda convocação, a assembleia poderá deliberar por maioria dos
votos dos presentes, salvo quando exigido quórum especial.
§ 1º Quando a deliberação exigir quórum especial previsto em lei ou em convenção
e ele não for atingido, a assembleia poderá, por decisão da maioria dos presentes,
autorizar o presidente a converter a reunião em sessão permanente, desde que
cumulativamente: (Incluído pela Lei nº 14.309, de 2022)
I - sejam indicadas a data e a hora da sessão em seguimento, que não poderá
ultrapassar 60 (sessenta) dias, e identificadas as deliberações pretendidas, em
razão do quórum especial não atingido; (Incluído pela Lei nº 14.309, de 2022)
II - fiquem expressamente convocados os presentes e sejam obrigatoriamente
convocadas as unidades ausentes, na forma prevista em convenção; (Incluído pela
Lei nº 14.309, de 2022)
III - seja lavrada ata parcial, relativa ao segmento presencial da reunião da
assembleia, da qual deverão constar as transcrições circunstanciadas de todos os
argumentos até então apresentados relativos à ordem do dia, que deverá ser
remetida aos condôminos ausentes; (Incluído pela Lei nº 14.309, de 2022)
IV - seja dada continuidade às deliberações no dia e na hora designados, e seja a
ata correspondente lavrada em seguimento à que estava parcialmente redigida,
com a consolidação de todas as deliberações. (Incluído pela Lei nº 14.309, de 2022)
§ 2º Os votos consignados na primeira sessão ficarão registrados, sem que haja
necessidade de comparecimento dos condôminos para sua confirmação, os quais
poderão, se estiverem presentes no encontro seguinte, requerer a alteração do
seu voto até o desfecho da deliberação pretendida. (Incluído pela Lei nº 14.309, de
2022)
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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b) Do condomínio de lotes:
Pode haver, em terrenos, partes designadas de lotes que são propriedade exclusiva e partes que são
propriedade comum dos condôminos. A fração ideal de cada condômino poderá ser proporcional à área do
solo de cada unidade autônoma, ao respectivo potencial construtivo ou a outros critérios indicados no ato
de instituição.
ATENÇÃO: A Medida Provisória nº 1.085/2021 alterou o art. 1.358-A que dispõe acerca do Condomínio de
Lotes, vejamos:
-A.
§ 2º Aplica-se, no que couber, ao condomínio de lotes: (Redação dada Pela
Medida Provisória nº 1.085, de 2021)
I - o disposto sobre condomínio edilício neste Capítulo, respeitada a legislação
urbanística; e (Incluído Pela Medida Provisória nº 1.085, de 2021)
II - o regime jurídico das incorporações imobiliárias de que trata o Capítulo I do
Título II da Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, equiparando-se o
empreendedor ao incorporador quanto aos aspectos civis e registrários. (Incluído
Pela Medida Provisória nº 1.085, de 2021)
Por derradeiro, cumpre destacar recente julgado, correlato ao tema, em que o STJ afirmou que o
adquirente de imóvel deve pagar as taxas condominiais desde o recebimento das chaves ou, em caso de
recusa ilegítima, a partir do momento no qual as chaves estavam à sua disposição.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Art. 1.358-K. Para os efeitos do disposto nesta Seção, são equiparados aos
multiproprietários os promitentes compradores e os cessionários de direitos
relativos a cada fração de tempo.
Art. 1.358-L. A transferência do direito de multipropriedade e a sua produção de
efeitos perante terceiros dar-se-ão na forma da lei civil e não dependerão da
anuência ou cientificação dos demais multiproprietários.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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I - ao instituidor da multipropriedade; ou
II - aos multiproprietários, proporcionalmente às respectivas frações.
§ 2º Em caso de emergência, os reparos de que trata o caput deste artigo poderão
ser feitos durante o período correspondente à fração de tempo de um dos
multiproprietários.
Superfície;
Servidões;
Usufruto;
Uso;
Habitação;
Concessão de uso especial para fins de moradia;
Concessão de direito real de uso.
9.1 Superfície
São partes:
Proprietário
Superficiário.
Considerações:
O direito de superfície NÃO autoriza obras no subsolo, salvo se a utilização for inerente à concessão.
É possível hipotecar (e adquirir por usucapião) o direito do superficiário pelo prazo de vigência do
direito real.
O superficiário deve zelar pelo imóvel como se fosse seu.
200
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Caiu na prova Delegado PCRO (2022) Se uma pessoa, por meio de escritura pública devidamente registrada
no cartório de registro de imóveis, conceder a outra o direito de construir em seu terreno, caracteriza-se o
direito de superfície. (item correto). Superfície - CC, art. 1.369. O proprietário pode conceder a outrem o
direito de construir ou de plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública
devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóvel
9.2 Servidões
É direito real sobre imóvel, em virtude do qual se impõe uma restrição a um prédio (serviente) para
uso e utilidade de outro pertencente a dono diverso (dominante). Constitui-se mediante declaração expressa
dos proprietários, ou por testamento, e subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis.
a) Características:
É relação entre dois prédios distintos, em que se estabelece ônus ou encargo;
Os prédios devem pertencer a donos diversos;
As servidões servem à coisa, e não ao dono;
É indivisível;
Inalienável;
Pode importar uma abstenção, um suportar ou um fazer;
Em caso de incômodo pelo dono do prédio serviente, o dono do prédio dominante poderá fazer uso
das ações possessórias.
b) Modos de aquisição:
Negócio jurídico inter vivos ou mortis causa;
Destinação do proprietário;
Sentença judicial.
Usucapião;
201
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Obs.: O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos
termos do art. 1.242 do Código Civil, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no
registro de imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião.
Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos.
d) Classificações:
202
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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- Obrigatória - Facultativa
- Pagamento obrigatório de indenização - Pagamento de indenização se as partes acordarem
- Imóvel sem saída (não há outras opções) - Há outras opções
- Medida judicial cabível: Ação de passagem - Medida judicial cabível: Ação
forçada
9.3 Usufruto
É o direito rela de gozo ou fruição. Pode recair em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um
patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo os frutos e utilidades.
a) Partes envolvidas:
Usufrutuário: Tem direito à posse, uso, administração e percepção dos frutos. Tem os atributos de:
· Usar;
· Fruir.
Questões relevantes:
Somente o usufrutuário pode locar o imóvel objeto de usufruto (gozar e fruir);
Apenas o usufrutuário pode usar a coisa;
Apenas o nu-proprietário pode vender o bem;
Apenas o nu-proprietário pode ingressar com ação reivindicatória da coisa dada em usufruto;
Usufrutuário e nu-proprietário podem ingressar com ação possessória.
O usufruto de imóveis, quando não resulte de usucapião, constituir-se-á mediante registro no
Cartório de Registro de Imóveis.
Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito
ou oneroso.
O usufrutuário não é obrigado a pagar as deteriorações resultantes do exercício regular do usufruto.
b) Classificação
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Se decorrer de contrato:
Usufruto por alienação: O proprietário concede o usufruto a terceiro e fica com a nua-
propriedade;
Usufruto por retenção: O proprietário reserva para si o usufruto e transfere a nua-
propriedade a um terceiro;
Usufruto misto: Decorre da usucapião;
Usufruto judicial: Ocorre na execução, desde que menos gravoso ao executado e eficiente
para o recebimento do crédito.
OBS: O usufruto é inalienável e impenhorável, mas o STJ admite a penhora dos frutos.
c) Extinção:
Renúncia do usufrutuário;
Morte do usufrutuário;
Termo final de sua duração;
Extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo
decurso de 30 anos da data em que se começou a exercer;
Cessação do motivo de que se origina;
Destruição da coisa;
Quando se confundem a qualidades de usufrutuário e proprietário;
Por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, ou quando, no
usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo
único do art. 1.395;
Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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É o direito de usar a coisa móvel ou imóvel, podendo o usuário perceber frutos dentro dos limites
das necessidades pessoais suas e se dua família.
Pode ser gratuito ou oneroso;
Pode ser constituído por ato inter vivos ou mortis causa.
Há apenas o direito de usar a coisa, seja móvel ou imóvel;
Direito personalíssimo.
9.5 Habitação
Consiste em utilizar gratuitamente imóvel alheio para fim de moradia. Portanto, é cedida apenas
parte do atributo de usar.
O titular NÃO pode alugar ou emprestar, só pode ocupar o imóvel com a família.
Direito personalíssimo;
O imóvel é impenhorável;
Temporário;
Pode recair sobre o imóvel ou parte dele;
Caso haja mais de um titular, qualquer um pode habitar a casa sem pagar aluguel ao outro.
Caiu na prova Delegado PC-RR (2022) Acerca do usufruto, uso e habitação, é correto afirmar: a percepção
dos frutos da coisa é livre pelo usufrutuário, limitadamente às necessidades do usuário e de sua família pelo
usuário e vedada ao titular do direito de habitação. (item correto).
Art. 1.414. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular deste direito não
a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com sua família.
Um bem garante a dívida por vínculo real. Nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca,
o bem dado em garantia fica sujeito, por vínculo real, ao cumprimento da obrigação.
a) Características (PISE):
SEMANA 10/18
Excussão: O credor pignoratício e o hipotecário têm direito a excutir a coisa. Com isso, o credor pode
ingressar com ação de execução pignoratícia ou hipotecária para promover a alienação judicial da
coisa garantida, visando a receber o seu crédito que tem garantia. O credor anticrético não possui
tal direito, podendo apenas reter o bem em seu poder enquanto a dívida não for paga.
b) Requisitos:
Subjetivos: Somente quem é proprietário poderá oferecer o bem em garantia real. Se proprietário
casado, requer outorga conjugal, SALVO separação absoluta de bens.
Objetivos: Consuntibilidade jurídica O bem oferecido em penhor, hipoteca ou anticrese deverá ser
alienável.
É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto
da garantia, se a dívida não for paga no vencimento. Após o vencimento, poderá o devedor dar a coisa em
pagamento da dívida.
206
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
SEMANA 10/18
10.1 Penhor
Garantia constituída sobre bens móveis, ocorrendo a transferência da posse do bem do devedor ao
credor, em regra. Às vezes, o penhor NÃO recairá sobre coisa móvel, bem como as coisas empenhadas
continuam no poder do devedor nos seguintes casos:
Penhor rural;
Penhor industrial; O devedor deve guardar e conservar a coisa
Penhora Mercantil;
Penhor de veículos.
a) Partes do penhor:
Devedor pignoratício: Dá a coisa em garantia;
Credor pignoratício: Tem o crédito e o direito real de garantia.
* ATENÇÃO: A instituição do penhor será efetivada por instrumento público ou particular. Se instrumento
particular, deve ser levado a registro no cartório de títulos e documentos. Se não houver o registro, a
eficácia será inter partes.
b) Tipos de penhor:
Penhor rural: Constitui-se sobre imóveis, por instrumento público ou particular, registrado no
cartório de registro de imóveis.
O credor poderá emitir cédula rural pignoratícia;
Modalidades:
Penhor agrícola: Prazo de 03 anos. O segundo penhor terá preferência sobre o
primeiro;
Penhor pecuário: Prazo de 04 anos.
Penhor industrial e mercantil;
Penhor de direito e títulos de crédito;
Penhor de veículos: prazo de 02 anos.
* ATENÇÃO: Enquanto não cancelado o penhor, ele terá eficácia erga omnes.
207
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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c) Extinção do penhor
Extinção da obrigação;
Renúncia do credor;
Confusão;
Adjudicação judicial, remissão ou venda da coisa empenhada.
10.2 Hipoteca
Recai sobre bens imóveis, NÃO havendo transmissão da posse das coisas entre as partes. Assim, um
bem imóvel remanesce em poder do devedor ou de terceiro, assegurando preferencialmente ao credor o
pagamento de uma dívida.
a) Partes na hipoteca:
Devedor hipotecante;
Credor hipotecário.
Súmula 308-STJ: A hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro,
anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e venda, não tem
eficácia perante os adquirentes do imóvel.
* ATENÇÃO: A hipoteca deve ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis do local do imóvel, ou no
de cada um deles, se o título de referir a mais de um bem.
b) Objeto da hipoteca:
Bens imóveis e acessórios dos imóveis;
Domínio direto;
Domínio útil;
Estradas de ferro, devendo as hipotecas serem registradas no município da estação inicial da
respectiva linha;
Jazidas, minas, energia hidráulica, monumentos arqueológicos;
Navios;
Aeronaves;
Direito de uso especial para fins de moradia;
Direito real de uso;
Propriedade superficiária.
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c) Classificação:
I) Convencional:
Comum: Recai sobre imóvel ou sobre recursos minerais;
Especial: Quando se trata de bens diversos de imóveis.
d) Extinção da hipoteca:
Pelo implemento da condição resolutiva;
Com a averbação, no cartório de registro de imóveis, do cancelamento do registro, à vista da
respectiva prova.
Desapropriação;
Usucapião: Extingue qualquer vínculo real, por ser forma originária de aquisição da propriedade;
Confusão: O credor passa a ser proprietário do imóvel
Perempção do direito hipotecário: após 30 anos sem a execução da hipoteca ou sem o seu
cancelamento, perderá efeito.
Pelo perecimento da coisa
Pela renúncia do credor
Pela remição
209
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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10.3 Anticrese
Um imóvel dado em garantia é transmitido do devedor, ou por terceiro, ao credor, podendo este
retirar da coisa os frutos e rendimentos para pagamento da dívida.
a) Partes:
Devedor anticrético;
Credor anticrétido
O imóvel dado em anticrese pode ser hipotecado a terceiros, assim como o imóvel hipotecado pode
ser dado em anticrese.
O adquirente dos bens dados em anticrese poderá remi-los, antes do vencimento da dívida, pagando
a sua totalidade à data do pedido de remição e imitir-se-á, se for o caso, na sua posse.
ATENÇÃO: DIREITO DE LAJE Com a Lei nº 13.465/2017, o CC/02 foi alterado para prever o direito de laje.
Trata-se do famoso puxadinho, construção improvisada, geralmente sem autorização do poder público,
realizada acima da propriedade de terceiro, com a sua autorização.
Sugerimos a leitura: https://jus.com.br/artigos/54931/direito-real-de-laje-primeiras-impressoes
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Art. 1.510-B. É expressamente vedado ao titular da laje prejudicar com obras novas
ou com falta de reparação a segurança, a linha arquitetônica ou o arranjo estético
do edifício, observadas as posturas previstas em legislação local. (Incluído pela Lei
nº 13.465, de 2017)
Art. 1.510-C. Sem prejuízo, no que couber, das normas aplicáveis aos condomínios
edilícios, para fins do direito real de laje, as despesas necessárias à conservação e
fruição das partes que sirvam a todo o edifício e ao pagamento de serviços de
interesse comum serão partilhadas entre o proprietário da construção-base e o
titular da laje, na proporção que venha a ser estipulada em contrato. (Incluído
pela Lei nº 13.465, de 2017)
§ 1º São partes que servem a todo o edifício: (Incluído pela Lei nº 13.465, de
2017)
I - os alicerces, colunas, pilares, paredes-mestras e todas as partes restantes que
constituam a estrutura do prédio; (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
II - o telhado ou os terraços de cobertura, ainda que destinados ao uso exclusivo do
titular da laje; Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
III - as instalações gerais de água, esgoto, eletricidade, aquecimento, ar
condicionado, gás, comunicações e semelhantes que sirvam a todo o edifício; e
(Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
IV - em geral, as coisas que sejam afetadas ao uso de todo o edifício. (Incluído pela
Lei nº 13.465, de 2017)
§ 2º É assegurado, em qualquer caso, o direito de qualquer interessado em
promover reparações urgentes na construção na forma do parágrafo único do art.
249 deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
SEMANA 10/18
construção-base e da laje, nessa ordem, que serão cientificados por escrito para
que se manifestem no prazo de trinta dias, salvo se o contrato dispuser de modo
diverso. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
§ 1º O titular da construção-base ou da laje a quem não se der conhecimento da
alienação poderá, mediante depósito do respectivo preço, haver para si a parte
alienada a terceiros, se o requerer no prazo decadencial de cento e oitenta dias,
contado da data de alienação. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
§ 2º Se houver mais de uma laje, terá preferência, sucessivamente, o titular das
lajes ascendentes e o titular das lajes descendentes, assegurada a prioridade para
a laje mais próxima à unidade sobreposta a ser alienada. (Incluído pela Lei nº
13.465, de 2017)
Art. 1.510-E. A ruína da construção-base implica extinção do direito real de laje,
salvo: (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
I - se este tiver sido instituído sobre o subsolo; (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
II - se a construção-base não for reconstruída no prazo de cinco anos. (Incluído pela
Lei nº 13.465, de 2017)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não afasta o direito a eventual reparação
civil contra o culpado pela ruína. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
212
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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META 4
1. TUTELA PROVISÓRIA
Dividida em:
Tutelas de urgência
Antecipadas: Possuem cunho satisfativo;
Cautelares: meramente preventivas.
Tutelas de evidência.
a) Efetivação da tutela provisória: O Juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para a
efetivação da tutela provisória. Segundo o art. 297, do NCPC, a efetivação da tutela provisória é realizada
pelo cumprimento provisório de sentença.
b) Provisoriedade: Segundo o art. 297, do CPC, o Juiz poderá determinar as medidas que considerar
adequadas para a efetivação da tutela provisória. Ademais, deve ser confirmada, se concedida
provisoriamente. Se em sentença não houver manifestação expressa, o status da tutela provisória dependerá
do conteúdo da sentença:
Se procedente o pedido do autor: A tutela provisória terá sido implicitamente confirmada;
Se improcedente o pleito autoral, ou extinto o processo sem resolução do mérito: revogação implícita
da tutela antecipada.
213
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
SEMANA 10/18
c) Tutela provisória e agravo de instrumento: Se deferida ou indeferida tutela provisória por decisão
interlocutória agravada, diante da superveniência de sentença, entende Daniel Assumpção que o recurso
perde o objeto com a sentença, ainda que o julgamento do agravo de instrumento seja superveniente à
sentença.
d) Competência:
2. TUTELAS DE URGENCIA
2.1. Requisitos
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado
útil do processo.
Probabilidade do DIREITO;
Perigo de dano ou resultado útil ao processo.
A tutela antecipada NÃO pode ser concedida se houver risco de irreversibilidade dos efeitos da
decisão.
Pode ser exigida a caução do autor em qualquer das tutelas de urgência.
ATENÇÃO!
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Enunciado 419 do FPPC: Não é absoluta a regra que proíbe a tutela provisória com
efeitos irreversíveis.
b) Legitimação:
a) Procedimento: Conforme art. 303 do NCPC, quando a urgência for contemporânea à propositura da ação,
a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final,
com exposição da lide. NÃO se trata de uma petição inicial, mas de um requerimento inicial voltado
exclusivamente à tutela de urgência pretendida:
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a
petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação
do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar
e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.
ATENÇÃO:
Note que o autor deverá indicar na petição inicial que pretende se valer do benefício do art. 303 (art. 303,
§5º, NCPC).
Se indeferido o pedido: caberá ao autor emendar a petição inicial em até 05 (cinco) dias, sob pena
de ser indeferida e o processo ser extinto sem resolução do mérito;
Se a tutela antecipada for concedida: o autor deverá aditar a petição inicial, com complementação
da sua argumentação, juntada de novos documentos e confirmação do pedido de tutela final, em 15
(quinze) dias:
215
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Art. 303, § 1o. Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:
I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua
argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de
tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar;
II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na
forma do art. 334;
III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma
do art. 335.
§ 2o Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo, o
processo será extinto sem resolução do mérito.
§ 3o O aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo dar-se-á nos
mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais.
b) Estabilização da tutela: Conforme art. 304, do NCPC, a tutela antecipada concedida de forma antecedente
se estabiliza se não for interposto pelo réu recurso contra a decisão concessiva da tutela antecipada.
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se
da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.
§ 1º No caso previsto no caput, o processo será extinto.
§ 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar
ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput.
§ 3º A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada
ou invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2o.
§ 4º Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi
concedida a medida, para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2o,
prevento o juízo em que a tutela antecipada foi concedida.
§ 5º O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2º
deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que
extinguiu o processo, nos termos do § 1º.
§ 6º A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos
respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar,
proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2o deste artigo.
Com a estabilização da tutela, o processo será extinto sem resolução do mérito (art. 304, §1º,
NCPC), e a tutela outrora concedida continua produzindo efeitos enquanto não revista, reformada ou
invalidada. Essa reforma pode ocorrer mediante uma ação autônoma com pedido de revisão, reforma ou
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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invalidação da decisão estabilizada, a ser demandada no prazo decadencial de 02 (dois) anos por qualquer
das partes prejudicadas (art. 304, §2º, NCPC).
ATENÇÃO!
217
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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II. Tutela antecipada em caráter incidental: Pode ser concedida a qualquer momento do processo, inclusive
antes mesmo da citação do réu (inaudita altera parte).
É possível conceder a tutela antecipada em sentença, desde que haja prévio requerimento da parte.
A concessão da tutela antecipada em sentença se revela útil, sobretudo nos casos que desafiam recurso SEM
efeito suspensivo. Se concedida a tutela antecipada em sentença, o art. 1.013, §5º, do NCPC prevê
expressamente que o capítulo de sentença que confirma, concede ou revoga a tutela antecipada é
impugnável por apelação.
ATENÇÃO!
Segundo decidiu o STJ, o ressarcimento dos prejuízos advindos com o deferimento da tutela
provisória posteriormente revogada por sentença que extingue o processo sem resolução de mérito,
sempre que possível, deverá ser liquidado nos próprios autos:
219
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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É possível a concessão de tutela antecipada contra a Fazenda Pública. Inclusive, mesmo nas obrigações
de pagar quantia certa, excepcionalmente o STJ tem admitido a tutela antecipada em caso de fornecimento
de medicamentos não entregues pelo Estado, inclusive com bloqueio de verbas públicas.
Em algumas hipóteses, são vedadas as tutelas antecipadas contra a Fazenda Pública, a saber:
Lei nº 9.494/97: Prevê uma série de restrições para a concessão de liminares e cautelares.
Não podem ser deferidas:
Lei nº 8.437/97:
Art. 1° Não será cabível medida liminar contra atos do Poder Público, no
procedimento cautelar ou em quaisquer outras ações de natureza cautelar ou
preventiva, toda vez que providência semelhante não puder ser concedida em
ações de mandado de segurança, em virtude de vedação legal.
§ 1° Não será cabível, no juízo de primeiro grau, medida cautelar inominada ou a
sua liminar, quando impugnado ato de autoridade sujeita, na via de mandado de
segurança, à competência originária de tribunal.
§ 2° O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos processos de ação popular
e de ação civil pública.
§ 3° Não será cabível medida liminar que esgote, no todo ou em qualquer parte, o
objeto da ação.
§ 4° Nos casos em que cabível medida liminar, sem prejuízo da comunicação ao
dirigente do órgão ou entidade, o respectivo representante judicial dela será
imediatamente intimado.
§5oNão será cabível medida liminar que defira compensação de créditos tributários
ou previdenciários.
221
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Art. 7º, § 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a
compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens
provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e
a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer
natureza.
No NCPC, ocorreu a extinção do processo cautelar AUTÔNOMO, tanto que o art. 308, §1º, do NCPC
expressamente admite que o pedido principal seja formulado conjuntamente com o pedido de tutela
cautelar.
Sumariedade:
A tutela cautelar é concedida mediante cognição sumária, diante da mera probabilidade de o direito
material existir. Trata-se da exigência decorrente da própria urgência da tutela cautelar. O art. 300, do NCPC
prevê os mesmos requisitos para as duas espécies de tutelas de urgência (antecedente e cautelar), o que não
impede de utilizar, para o processo cautelar, a terminologia antiga do fumus boni iuris para explicar a
probabilidade de o direito alegado existir para a concessão de tutela cautelar, segundo defende Daniel
Assumpção.
Instrumentalidade: Tal espécie de tutela serve como instrumento apto a garantir que o resultado
final do processo seja eficaz, para que o resultado tenha condições materiais para gerar os efeitos
222
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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b) Tutela cautelar em caráter antecedente: Sendo o pedido cautelar formulado de forma antecedente, o
procedimento a ser observado dependerá do acolhimento ou rejeição do pedido:
Se acolhido o pedido e efetivada a medida cautelar: O autor terá o prazo de 30 dias para aditar a
petição inicial elaborando o seu pedido principal, sendo adotado a partir desse momento o
procedimento comum;
Se rejeitado o pedido: A conversão do processo cautelar em processo principal é uma mera
faculdade do autor, e justamente para a possibilidade de o autor continuar com sua pretensão
cautelar o NCPC prevê um procedimento cautelar.
I) Procedimento:
Petição inicial: A petição inicial deverá indicar a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que
visa assegurar e o perigo da demora da prestação da tutela jurisdicional.
Resposta do réu: Segundo o art. 306, do NCPC, o réu será citado no prazo de 5 dias para contestar o pedido,
sendo aplicável o prazo em dobro quando o réu for a Fazenda Pública, Ministério Público, Defensoria Pública
e quando houver no polo passivo litisconsórcio com patronos distintos de diferentes sociedades de
advogados. Se não for contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor serão presumidos verdadeiros.
Instrução probatória: Embora no processo cautelar exista uma sumariedade, tal situação NÃO dispensa a
necessidade de instrução probatória, razão pela qual todos os meios de prova admitidos em direito podem
ser produzidos no processo cautelar.
Sentença: Se deferido o pedido de tutela cautelar formulado em caráter antecedente, há duas situações:
Se efetivada a tutela: O autor terá o prazo de 30 dias para formular o pedido principal por emenda à
petição inicial (art. 308, NCPC). Caso o autor não deduza o pedido principal dentro do prazo legal,
cessa a eficácia da medida cautelar.
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo
autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos
em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento
de novas custas processuais.
§ 1o O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela
cautelar.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Se indeferido o pedido de tutela cautelar: O processo seguirá nos termos dos arts. 305 a 307 do
NCPC, ou seja, seguirá como processo cautelar até ser sentenciado.
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter
antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que
se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza
antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303.
Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e
indicar as provas que pretende produzir.
Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-
se-ão aceitos pelo réu como ocorridos, caso em que o juiz decidirá dentro de 5
(cinco) dias.
Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o
procedimento comum.
Coisa julgada material: Segundo entendimento do STJ e de parte da doutrina, há coisa julgada
material no processo cautelar. Segundo Daniel Assumpção, a existência de coisa julgada material na sentença
cautelar viria confirmada pelo art. 309, do NCPC, que impede a parte de repetir o pedido, salvo por novo
fundamento, se por qualquer motivo cessar a medida cautelar.
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3. TUTELA DE EVIDÊNCIA
Já constava no art. 273, II, do CPC/73 e art. 1.102-a do CPC/73, mas ganhou projeção no NCPC. Trata-
se de tutela provisória, de natureza satisfativa, independente da urgência, sendo aplicada para os casos
em que se mostra evidente a existência do direito.
ATENÇÃO
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Tutela de evidência atípica: O art. 311 do NCPC NÃO consegue contemplar todas as hipóteses de
cabimento da tutela de evidência, sendo criada pelo legislador a tutela de evidência atípica, prevista de forma
esparsa pelo ordenamento legal, a exemplo da concessão da liminar possessória (art. 561, NCPC), conforme
defende Daniel Assumpção.
4.1.1. Definição
da vontade, podendo fazer-se judicialmente ou não. Normalmente, essas medidas ostentam claro caráter de
jurisdição voluntária, em que o Judiciário é utilizado apenas como o veículo para a manifestação da intenção
do requerente. Eventualmente, porém, esses procedimentos podem assumir natureza contenciosa, impondo
Notificação (art. 726 do CPC): Quem tiver interesse em manifestar formalmente sua vontade a
outrem sobre assunto juridicamente relevante poderá notificar pessoas participantes da mesma
relação jurídica para dar-lhes ciência de seu propósito.
Se a pretensão for a de dar conhecimento geral ao público, mediante edital, o juiz só a deferirá se a
tiver por fundada e necessária ao resguardo de direito.
Interpelação: Também poderá o interessado interpelar o requerido, no caso do art. 726, para que
faça ou deixe de fazer o que o requerente entenda ser de seu direito.
Protesto: objetiva dar ciência à outra parte de que algum ato por ela praticado não é aprovado pela
parte protestante.
4.1.2. Procedimento
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Embora tenham sido previstos no CPC/73 como medidas cautelares nominadas, o CPC/2015 promover
algumas alterações. Sobre o tema, trazemos o artigo:
O novo Código de Processo Civil, instituído pela lei 13.105, de 16 de março de 2015,
entrou em vigor em 18 de março de 2016, de acordo com decisão do Plenário do
Superior Tribunal de Justiça, consoante interpretação do artigo 1.045 do novo
Código: "Este Código entra em vigor após decorrido 1 (um) ano da data de sua
publicação oficial".
Em relação à disciplina das medidas cautelares, o novo Código eliminou o Livro III
Do Processo Cautelar (artigos 796 a 889 do CPC de 1973) e redistribuiu algumas
medidas cautelares ao longo do Código.
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A disciplina trazida pelo atual Código instituiu o regime das tutelas provisórias em
livro próprio de número V, as quais contam com disposições gerais comuns
previstas nos artigos 294 a 299; tutela de urgência prevista nos artigos 300 a 310; e
tutela de evidência prevista no artigo 311, todos do referido diploma.
Sob esse aspecto, cabe mencionar, que no Código de Processo Civil revogado, havia
uma divisão em relação às cautelares, tanto no que diz respeito à sua
instrumentalização como em relação às suas espécies.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Art. 846. Se o executado fechar as portas da casa a fim de obstar a penhora dos
bens, o oficial de justiça comunicará o fato ao juiz, solicitando-lhe ordem de
arrombamento.
§ 1o Deferido o pedido, 2 (dois) oficiais de justiça cumprirão o mandado,
arrombando cômodos e móveis em que se presuma estarem os bens, e lavrarão de
tudo auto circunstanciado, que será assinado por 2 (duas) testemunhas presentes
à diligência.
§ 2o Sempre que necessário, o juiz requisitará força policial, a fim de auxiliar os
oficiais de justiça na penhora dos bens.
§ 3o Os oficiais de justiça lavrarão em duplicata o auto da ocorrência, entregando
uma via ao escrivão ou ao chefe de secretaria, para ser juntada aos autos, e a outra
à autoridade policial a quem couber a apuração criminal dos eventuais delitos de
desobediência ou de resistência.
§ 4o Do auto da ocorrência constará o rol de testemunhas, com a respectiva
qualificação.
A exibição de documento ou coisa pode ser formulada por uma das partes contra a outra, bem como
determinada de ofício pelo juiz, caso este entenda necessário, a fim de constituir prova a favor de uma das
partes.
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Quando o documento ou a coisa estiver em poder de terceiro, o juiz ordenará sua citação para
responder no prazo de 15 (quinze) dias.
Se o terceiro negar a obrigação de exibir ou a posse do documento ou da coisa, o juiz designará
audiência especial, tomando-lhe o depoimento, bem como o das partes e, se necessário, o de testemunhas,
e em seguida proferirá decisão.
Se o terceiro, sem justo motivo, se recusar a efetuar a exibição, o juiz ordenar-lhe-á que proceda ao
respectivo depósito em cartório ou em outro lugar designado, no prazo de 5 (cinco) dias, impondo ao
requerente que o ressarça pelas despesas que tiver.
Se o terceiro descumprir a ordem, o juiz expedirá mandado de apreensão, requisitando, se
necessário, força policial, sem prejuízo da responsabilidade por crime de desobediência, pagamento de multa
e outras medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar a
efetivação da decisão.
4.4.4. Julgamento
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
SEMANA 10/18
Julgando procedente o pedido de exibição, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio
do documento ou da coisa, a parte pretendia provar (art. 400 do CPC), mediante decisão interlocutória,
recorrível por agravo de instrumento (art. 1.015, VI, CPC/2015).
Sendo necessário, o juiz pode adotar medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-
rogatórias para que o documento seja exibido.
4.5. Justificação
É uma medida probatória não contenciosa, que se destina a justificar um fato ou uma relação jurídica,
que devem ser especificadas na petição inicial (CPC/15, art. 381, § 5º). O resultado da justificação servirá
como simples documento ou como prova em processo judicial ou administrativo.
Referências Bibliográficas:
Daniel Amorim Assumpção Neves. Manual de Direito Processual Civil.
Mozart Borba. Diálogos sobre o novo CPC.
Alexandre Freitas Câmara. O Novo Processo Civil Brasileiro.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
SEMANA 10/18
META 5
Nem toda atividade econômica configura atividade empresarial, já que nesta é imprescindível o
elemento organização dos fatores de produção.
As sociedades podem ser de duas categorias:
a) Sociedade Simples: Exploram atividade econômica não empresarial. Ex: Sociedades uniprofissonais;
b) Sociedades Empresárias: Exploram atividade econômica organizada para a produção ou circulação
de bens e serviços.
O que define uma sociedade como empresária ou simples é o seu objeto social: se este for explorado
com profissionalismo e organização dos fatores de produção, será empresária. Exceções:
Sociedade por ações Será sociedade empresária;
Cooperativa Será sociedade simples.
2. TIPOS DE SOCIEDADE
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Pouco importa a origem do capital investido para que seja considerada de nacionalidade brasileira.
É nacional a sociedade organizada conforme a lei brasileira e que tenha no país a sede de sua
administração.
Se essa sociedade resolver mudar a sua nacionalidade, será necessário o consentimento unânime
dos seus sócios.
São as sociedades que não possuem sede no país nem se organizam conforme a lei brasileira,
necessitando de autorização governamental para entrar em funcionamento no país, podendo, entretanto,
ser acionista de sociedade anônima brasileira, sem que para tanto precise de autorização.
Depois de autorizada, a sociedade deverá proceder ao registro na Junta Comercial do Estado em
que vai desenvolver as suas atividades, submetendo-se, após registradas, às leis e tribunais brasileiros
quanto aos atos praticados no território nacional.
Deverá funcionar com o nome que tiver em seu país de origem, podendo ac
Deve possuir representante permanente no Brasil para resolver as questões e receber citação judicial
pela sociedade, podendo o representante atuar em nome da sociedade estrangeira perante terceiros,
averbar o instrumento de sua nomeação junto aos atos constitutivos da sociedade na Junta Comercial.
A sociedade estrangeira pode obter autorização do Poder Executivo para nacionalizar-se,
transferindo a sua sede para o território do país.
Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado
no regime de COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS, ou no da SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA, situação aplicável tanto
para as sociedades empresárias quanto para as simples.
Não se impede que alguém casado sob o regime de comunhão universal ou de separação obrigatória
contrate, sozinho, sociedade com terceiros.
A Sociedade Limitada Unipessoal SLU, trazida pela Lei da Liberdade Econômica, é um instituto
que inovou e tem como objetivo inicial o esvaziamento e, posteriormente, a substituição da figura da EIRELI.
É importante ressaltar que houve a completa exclusão da natureza jurídica das Empresas Individuais de
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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A Lei de Liberdade Econômica trouxe a possibilidade de uma sociedade limitada ser constituída por
apenas um sócio (inclusão do § 1º ao art. 1.052 do CC). Nesse caso, não haverá contrato social, mas mero
contrato social.
Em agosto de 2021 com a publicação da Lei n.º 14.195/2021 (denominada de Nova Lei de Ambiente
de Negócios), houve a extinção definitiva do formato jurídico EIRELI e a sua automática substituição pela
Sociedade Limitada Unipessoal SLU, conforme art. 41 da referida lei.
CAPÍTULO IX
DA DESBUROCRATIZAÇÃO EMPRESARIAL E DOS ATOS PROCESSUAIS E DA
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE
Art. 38. (VETADO).
Art. 39. (VETADO).
Art. 40. (VETADO).
Art. 41. As empresas individuais de responsabilidade limitada existentes na data
da entrada
em vigor desta Lei serão transformadas em sociedades limitadas unipessoais
independentemente
de qualquer alteração em seu ato constitutivo.
Parágrafo único. Ato do Drei disciplinará a transformação referida neste artigo.
SEMANA 10/18
A limitação ou ilimitação de responsabilidade dos sócios diz respeito a sua responsabilidade pessoal
por dívidas da sociedade.
C) Quanto à composição:
De pessoas: A entrada de sócios depende do consentimento dos demais.
Ex.:
Sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples (sócio comanditado);
Sociedade limitada (salvo previsão contrária no contrato social).
De Capital: O importante é tão somente o capital investido pelo sócio, e a entrada de pessoas
estranhas independe do consentimento dos demais sócios.
Ex.:
Sociedade em comandita simples (quanto ao sócio comanditário);
Sociedade anônima;
Sociedade em comandita por ações.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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É o que a doutrina chama de sociedade secreta, NÃO se tratando de uma sociedade, mas de um
CONTRATO ESPECIAL DE INVESTIMENTO.
NÃO possui personalidade jurídica.
Apresenta duas categorias distintas de sócios:
Sócio Ostensivo: É o único que aparece perante terceiros.
Sócios Participantes (= sócios ocultos): NÃO aparecem nas relações com terceiros, participando
apenas dos resultados sociais, conforme definido quando da elaboração do ato de constituição da sociedade.
Se os sócios participantes, em certa negociação, aparecerem perante terceiros, responderão
SOLIDARIAMENTE junto com o sócio ostensivo perante essa negociação.
Como é o sócio ostensivo quem exerce a atividade que constitui o objeto social, a sua falência
acarreta a dissolução da sociedade e liquidação da respectiva conta, cujo saldo constituirá crédito
quirografário, a ser habilitado no processo falimentar. Se quem falir for o sócio participante, o contrato social
fica sujeito às normas que regulam os efeitos da falência nos contratos bilaterais do falido.
A constituição independe de qualquer formalidade, o que não significa que não possuam contrato,
mas o contrato não precisa sequer ser escrito. Geralmente os contratos de sociedade em conta de
participação são registrados no CARTÓRIO CIVIL DE TÍTULOS E DOCUMENTOS, MAS ESSE REGISTRO NÃO
CONFERE PERSONALIDADE JURÍDICA À SOCIEDADE.
Em geral, a sociedade em conta de participação é constituída para a realização de empreendimentos
temporários ou para negócios específicos, extinguindo-se depois.
Por não ter personalidade jurídica, NÃO possui patrimônio social, mas o Código Civil criou um
patrimônio especial.
5. SOCIEDADES PERSONIFICADAS
É a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade econômica não empresarial, a exemplo
das sociedades uniprofissionais e da sociedade cujo objeto social constitui o exercício de atividade econômica
rural.
a) Contrato Social
É sociedade contratual, constituída por um contrato social e tem seu regime de constituição e
dissolução previsto no Código Civil.
Características:
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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c) Capital Social
Deve ser expresso em moeda corrente nacional e pode compreender dinheiro ou bens suscetíveis
de avaliação pecuniária.
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e) Administração da Sociedade
O contrato social deve mencionar as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade,
seus poderes e atribuições.
A sociedade simples pura NÃO pode ser representada por pessoa jurídica.
A atividade do administrador é personalíssima, NÃO podendo outrem exercer as suas funções.
O contrato social, além de designar os administradores, deve estabelecer os seus poderes e
atribuições. Porém, nada impede que os sócios o façam em ato separado ao contrato social posteriormente.
Nesse caso, deve-se atentar apenas para a necessária averbação do ato no órgão de registro da sociedade.
A diferença entre o administrador nomeado no contrato social e o administrador nomeado em
separado reside no fato de que os poderes daquele, caso seja sócio, são em princípio irrevogáveis, salvo
por decisão judicial que reconheça a justa causa para a revogação. Em contrapartida, os poderes do
administrador não sócio ou de administrador designado em ato em separado, ainda que sócio, são
revogáveis a qualquer tempo pela vontade dos demais.
Caso o contrato social silencie acerca dos poderes dos administradores, entende-se que estes podem
praticar todos os atos pertinentes à gestão da sociedade, SALVO alienação ou oneração de bens imóveis, o
que só poderão fazer se tais atos constituírem o próprio objeto da sociedade.
Em princípio, a sociedade responde por todos os atos dos seus administradores, em aplicação à
TEORIA DA APARÊNCIA, inclusive pelos atos com excesso de poderes praticados pelo Administrador.
EXCEÇÕES À TEORIA DA APARÊNCIA:
Atos praticados com excesso de poderes pelos seus administradores, se a limitação de poderes
estiver inscrita ou averbada no registro próprio da sociedade => Feito o registro, presume-se que os
terceiros sabiam da limitação de poderes.
Provando-se que a limitação de poderes era conhecida do terceiro.
Nos casos em que o administrador assume obrigação decorrente de operação evidentemente
estranha aos negócios da sociedade =>Aplicação da TEORIA ULTRA VIRES, segundo a qual se o administrador
celebra contrato assumindo obrigações em nome da sociedade, em operações evidentemente estranhas ao
seu objeto social, presume-se que houve excesso de poderes. Bastaria ao credor diligente atentar para a
compatibilidade entre a relação jurídica travada com a sociedade e o seu objeto social.
- Nos casos de exceção supra, caberá aos terceiros cobrar as obrigações decorrentes do ato excessivo
diretamente do administrador. Há quem entenda, entretanto, que o credor de boa-fé SEMPRE poderia cobrar
a sociedade, mesmo nesses casos, ante a Teoria da Aparência.
Os administradores são obrigados a prestar aos sócios as contas justificadas de sua administração, e
apresentar-lhes o inventário anualmente, bem como o balanço patrimonial e de resultado econômico.
f) Distribuição de resultados
Os sócios devem dividir os lucros e os prejuízos, sendo VEDADA a CLÁUSULA LEONINA, que exclui
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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j) Deliberações Sociais
Em assuntos negociais mais relevantes, a decisão NÃO cabe aos administradores, mas ao conjunto
dos sócios, ou seja, exige deliberação social.
Cabe ao contrato social estabelecer quais matérias dependerão da deliberação dos sócios, mas em
alguns casos é a própria lei que o faz, como na transformação da sociedade. Nesse caso, a deliberação se dá
pela maioria dos votos, contados segundo o valor das quotas de cada um.
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cabendo ao contrato social suprir eventuais omissões da legislação. É ainda possível aplicar supletivamente
as regras da S/A quando compatíveis com o regime da sociedade limitada. No entanto, há certas regras da
Lei de S/A que NÃO podem ser aplicadas supletivamente às sociedades limitadas, por serem matérias típicas
das S/A (Ex.: constituição e dissolução das sociedades).
b) Contrato Social
Deve conter as mesmas indicações da sociedade simples (art. 997 do CC), bem como outras
exigências contidas na legislação pertinente para fins de registro.
I Necessidade de contrato escrito: O contrato deve ser escrito, porque os sócios deverão levá-lo a registro
no órgão competente, no prazo de 30 dias.
Sociedade Empresária: O contrato deve ser registrado na Junta Comercial;
Sociedade Simples: Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
II Qualificação dos sócios e da sociedade: O contrato social deve mencionar nome, nacionalidade, estado
civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, e a firma ou denominação, nacionalidade e sede
dos sócios, se jurídicas.
Pode a sociedade limitada ter sócios pessoas físicas ou jurídicas (ex.: Holding Sociedade que tem
por objeto participar de outras sociedades, podendo ser pura quando apenas participa de outras
sociedades- ou mista quando além de participar de outras sociedades explora determinada atividade
econômica).
Incapaz: Pode ser quotista de sociedade limitada, bastando que o capital social esteja totalmente
integralizado e que ele NÃO exerça poderes de administração.
Impedido (Ex.: Servidor Público): Basta que ele não exerça poderes de administração.
Após a qualificação dos sócios, deve o contrato social qualificar a própria sociedade, mencionando
objeto, sede e prazo da sociedade.
A sociedade limitada pode usar tanto firma social quanto denominação social.
Objeto social: Embora seja um tipo societário tipicamente empresarial, pode ter por objeto o
exercício de atividade econômica não empresarial, caso em que ostentará a natureza de sociedade simples.
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IV Subscrição e integralização
Definido o capital da sociedade, deve o contrato social mencionar a quota de cada sócio no capital
social, e o modo de realizá-la.
Na sociedade limitada, o capital se divide em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a
cada sócio =>SISTEMA DA PLURALIDADE DE QUOTAS, mas não em sua concepção francesa pura, segundo o
qual o capital social é dividido em diversas partes iguais. Nosso ordenamento jurídico se afastou de outras
tendências do direito comparado:
Ao não estipular um valor predeterminado para as quotas, mínimo ou máximo;
Ao não consagrar a exigência de integralização inicial de um certo percentual do capital social total;
Ao não fixar qualquer prazo para a sua efetiva integralização;
Ao não exigir um capital mínimo para a constituição da sociedade.
TODOS OS SÓCIOS têm o dever de subscrição e integralização de quotas, podendo a contribuição ser
feita com bens, dinheiro, etc.
Na sociedade limitada NÃO se admite a contribuição em serviços.
Se o sócio integralizar sua cota com transferência de bens para a sociedade, responderá pela evicção;
se com créditos de sua titularidade, responderá pela solvência do devedor.
Na hipótese de cessão de quotas sociais, a responsabilidade do cedente pelo prazo de até 2 anos
após a averbação da respectiva modificação contratual restringe-se às obrigações sociais contraídas no
período em que ele ainda ostentava a qualidade de sócio, ou seja, antes da sua retirada da sociedade. Ex: o
sócio João retira-se da sociedade e a averbação dessa alteração social é levada à Junta Comercial em
18/02/2014. Dessa última data conta-se o prazo de 2 anos para que os credores ou a sociedade o acionem
pelas obrigações contraídas até 18/02/2014. Essa é a interpretação dos arts. 1.003, parágrafo único, 1.032 e
1.057, parágrafo único, do Código Civil. STJ. 3ª Turma. REsp 1537521/RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,
julgado em 05/02/2019.
Os sócios respondem solidariamente até o prazo de 05 (cinco) anos pela exata estimação de bens
conferidos ao capital social.
O capital social pode ser dividido em cotas iguais ou desiguais, mas não se admite, em princípio, a
divisão de uma quota, SALVO para efeito de transferência, caso em que se estabelecerá um condomínio de
quotas. No caso de condomínio de quotas, os direitos a ela inerentes somente podem ser exercidos pelo
condômino representante, ou pelo inventariante do espólio de sócio falecido =>RESUMINDO: A QUOTA
TERÁ MAIS DE UM DONO, MAS PERANTE A SOCIEDADE, COMO ELA É INDIVISÍVEL, APENAS UM DOS
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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V Administração da Sociedade
Aplicam-se as disposições que versam sobre a sociedade simples.
A sociedade limitada NÃO pode ser administrada por pessoa jurídica, sendo a atividade de
administrador personalíssima.
Nas sociedades limitadas menores, é comum que a administração da pessoa jurídica seja atribuída a
todos os sócios, o que fica estabelecido no próprio ato constitutivo. Se um novo sócio ingressar nessa
sociedade posteriormente, a atribuição de administrar a sociedade NÃO se estende de pleno direito a ele.
Para que esse sócio adquira o poder de administração da sociedade, terá que ser feita alteração no contrato
social para que isso fique expressamente estabelecido.
Designação de administradores:
Se NÃO for sócio:
o Se o capital social estiver integralizado: No MÍNIMO 2/3 do capital social;
o Se o capital social NÃO estiver integralizado: Unanimidade.
Se for sócio:
o Se a designação for em ato separado do contrato social: Mais da metade do capital social.
VI Distribuição de Resultados
Todos os sócios possuem direito à distribuição de resultados, sendo VEDADA a cláusula leonina.
O legislador NÃO estabeleceu regras acerca de como deve ser feita a distribuição dos lucros da
sociedade, cabendo aos sócios prever a forma de participação de cada um no contrato social.
Os sócios serão obrigados à reposição dos lucros e das quantias retiradas, a qualquer título, ainda
que autorizados pelo contrato, quando tais lucros ou quantia se distribuírem com prejuízo do capital.
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c) Deliberações Sociais
Em regra, as decisões mais corriqueiras são tomadas unipessoalmente por aqueles que têm poderes
para administrar a sociedade. As decisões mais complexas, no entanto, exigem uma deliberação colegiada.
Hipóteses:
Aprovação das contas da Administração;
Designação dos Administradores, quando feita em ato separado;
Destituição dos Administradores;
O modo de sua remuneração, quando não estabelecido no contrato;
Modificação do contrato social;
Incorporação, fusão e a dissolução da sociedade, ou a cessação do estado de liquidação;
Nomeação e destituição dos liquidantes e o julgamento das suas contas;
Pedido de recuperação;
Exclusão de sócio remisso ou faltoso.
Assembleia dos Sócios: É o Órgão específico responsável pela tomada das deliberações sociais,
podendo ser substituída pela reunião de sócios (menos solene, cabendo aos sócios estabelecer o seu
procedimento no contrato social), nas sociedades com MENOS DE 10 SÓCIOS.
Tanto a reunião quanto a assembleia podem ser dispensadas e substituídas por um documento
escrito, desde que os sócios estejam de acordo (decisão unânime).
As deliberações sociais, desde que tomadas em conformidade com a lei e o contrato social, vinculam
todos os sócios, ainda que ausentes ou dissidentes. Para evitar ser responsabilizado futuramente, o sócio
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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dissidente deve sempre requerer a consignação em ata do seu voto contrário à deliberação tomada.
CESPE: As deliberações tomadas em assembleia ou por reunião vinculam TODOS os seus sócios, ainda
que ausentes ou dissidentes, SALVO em relação ao que for decidido contrariamente à lei ou contrato.
A convocação da assembleia ou da reunião cabe ao ADMINISTRADOR, mas pode ser feita ainda:
Por sócio, quando os administradores retardarem a convocação por mais de 60 dias, nos casos
previstos em lei ou contrato, ou por titulares de mais de 1/5 do capital, quando NÃO atendido, no prazo de
08 dias, pedido de convocação fundamentado, com indicação das matérias a serem tratadas.
Pelo conselho fiscal.
- Quórum de instalação da Assembléia dos sócios:
Primeira convocação: titulares de no mínimo ¾ do capital social (+3 publicações de avisos com
antecedência de 08 dias);
Segunda convocação: com qualquer número (+3 publicações de avisos com antecedência de 05 dias).
Quórum de deliberação (Art. 1.076 CC):
Regra Geral: MAIORIA ABSOLUTA.
Unanimidade:
o Destituição de sócio nomeado no contrato social (desde que NÃO haja previsão de quórum diverso
no contrato social);
o Designação de administrador não sócio (Se o capital não estiver totalmente integralizado);
o Dissolução da sociedade com prazo determinado.
Votos correspondentes, no mínimo, a ¾ do capital social:
o Modificação do contrato social (salvo quanto às matérias sujeitas a quorum diverso);
o Aprovação da incorporação, fusão, dissolução ou levantamento da liquidação.
Votos de 2/3 do capital social:
o Designação de administrador não sócio (desde que o capital esteja inicialmente integralizado).
Votos correspondentes a mais da metade do capital social:
o Designação de administrador em ato separado do contrato social;
o Destituição de administrador sócio que tenha sido designado em ato separado do contrato social;
o Destituição de administrador não sócio;
o Expulsão de sócio minoritário (caso permitido no contrato social);
o Dissolução da sociedade contratada por prazo indeterminado.
É necessária a realização de uma assembleia anual para tratar de assuntos previstos na própria lei.
Direito de retirada ou direito de recesso: Será restrito aos seguintes casos:
Alteração do ato constitutivo;
Fusão;
Incorporação.
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e) Conselho Fiscal
Pode o contrato instituir conselho fiscal composto por 03 ou mais membros e respectivos suplentes,
sócios ou não, residentes no país.
O conselho fiscal deve ser órgão heterogêneo, razão pela qual o CC assegurou aos sócios minoritários
que representem pelo menos 1/5 do capital social.
a) Características
I Natureza capitalista: A participação societária (ações) é livremente negociável e pode ser penhorada para
a garantia de dívidas pessoais de seus titulares.
II Essência empresarial: Ainda que determinada S/A NÃO explore atividade econômica de forma
organizada, ela será empresária e se submeterá às regras do regime jurídico empresarial.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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IV Responsabilidade limitada dos acionistas: Cada sócio apenas responde pela sua parte no capital social,
não assumindo, senão em situações excepcionalíssimas, qualquer responsabilidade pelas dívidas da
sociedade.
A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios
ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.
MERCADO DE CAPITAIS
É o local onde se efetuam as diversas operações envolvendo os valores mobiliários
emitidos pelas Companhias Abertas.
a) CVM
É autarquia federal ligada ao Ministério da Fazenda, com qualidade de AGÊNCIA
REGULADORA.
Possui competência para o controle e fiscalização do mercado de capitais, de 03
diferentes formas:
I Regulamentar: Cabe à CVM estabelecer o regramento geral relativo ao funcionamento do
mercado de capitais;
II Autorizante: É a CVM que autoriza a constituição de companhias abertas e a emissão e
negociação de seus valores mobiliários;
III Fiscalizatória: A CVM deverá zelar pela lisura das operações realizadas no mercado de
capitais, sendo investida de poderes sancionatórios.
b) Bolsa de Valores
É associação privada formada por sociedades corretoras que, por autorização da CVM,
presta serviço de interesse público, consistente na manutenção de local adequado às
operações de compra e venda dos diversos valores mobiliários emitidos pelas companhias.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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c) Mercado de Balcão
É toda e qualquer operação do mercado de capitais realizada FORA da bolsa de valores.
Quem atua são as sociedades corretoras e instituições financeiras autorizadas pela CVM.
REQUISITOS PRELIMINARES:
I SUBSCRIÇÃO, pelo menos por 02 (duas) pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social
fixado no estatuto.
Note que se exige a PLURALIDADE DE SÓCIOS para a constituição de S/A, NÃO sendo permitida a
criação de Sociedade Anônima unipessoal, SALVO a sociedade subsidiária integral.
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ações junto aos investidores interessados, para que possam proceder à subscrição delas. Posteriormente, o
capital deve ser subscrito, o que ocorre com a assembleia de fundação.
Quórum de instalação:
Primeira convocação: presença dos subscritores que representem, no mínimo, metade do capital
social;
Segunda convocação: Qualquer número.
- Para que se aprove a constituição da companhia aberta, basta que não haja oposição de mais da metade
do capital social.
iii.Formalidades complementares
É o procedimento de registro na Junta Comercial, além de outras medidas de cunho administrativo
e operacional.
Deferido o arquivamento dos atos constitutivos da companhia pela Junta Comercial, devem os
administradores providenciar a publicação de tais atos na imprensa oficial de sua localidade. Feita a
publicação, um exemplar do órgão oficial deverá ser arquivado no registro do comércio.
II REALIZAÇÃO, COMO ENTRADA, DE 10%, NO MÍNIMO, DO PREÇO DE EMISSÃO DAS AÇÕES SUBSCRITAS
EM DINHEIRO: Há casos em que se exige um percentual maior, a exemplo dos bancos, em que se exige 50%;
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(cinco) dias, contados do recebimento das quantias, em nome do subscritos e a favor da sociedade em
organização.
d) Capital Social
É o montante da contribuição dos sócios para a sociedade.
Admite-se a emissão de ações sem valor nominal, bem como a emissão de ações com preço superior
ao seu valor nominal, razão pela qual o capital social da companhia nem sempre corresponderá à soma das
contribuições dos sócios pelas ações subscritas.
Para ações sem valor nominal, a legislação permite que parte do preço de emissão NÃO seja
computada para o capital, mas para a formação de reserva de capital; Para ações com valor nominal
subscritas por preço superior a esse valor (ágio), será igualmente destinado à formação de reserva de capital.
O capital social poderá ser formado com contribuições em dinheiro ou em qualquer espécie de bens
suscetíveis de avaliação em dinheiro.
Cabe ao estatuto ou ao boletim de subscrição definir as prestações e o prazo para pagamento.
O acionista que não integralizar/realizar o valor das ações que subscreveu nas condições
estabelecidas no estatuto, boletim ou na chamada, conforme o caso, será constituído em mora, tornando-
se, a partir de então, acionista remisso. Contra o acionista remisso, a companhia pode tomar duas medidas:
I.Promover contra os acionistas processo de execução para cobrar as importâncias devidas,
servindo o boletim de subscrição e o aviso de chamada como título extrajudicial;
II.Mandar vender as ações em bolsa por conta e risco do acionista.
e) Ações
AÇÃO é o principal valor mobiliário emitido pela companhia, e representa parcela do capital social,
conferindo ao seu titular o status de sócio, o chamado acionista.
As ações são consideradas bens móveis para efeitos legais.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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STJ: Entendeu ser legítima a previsão estatutária que determina a não participação
do preferencialista nos lucros remanescentes, depois de recebido por ele o
dividendo mínimo.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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ii. Valor patrimonial (ou valor real da ação): Calculado levando-se em conta o patrimônio líquido da
S/A pelo número de ações. Já o patrimônio líquido da S/A é calculado pela diferença entre o seu ativo e
passivo.
SÚMULA 371 STJ: NOS CONTRATOS DE PARTICIPAÇÃO FINANCEIRA PARA AQUISIÇÃO DE LINHA
PATRIMONIAL (VPA) É APURADO COM BASE NO BALANCETE DO MÊS DA INTEGRALIZAÇÃO.
iv. Valor econômico: É aquele que os peritos entendem, após a elaboração de estudos técnicos
específicos, que as ações possivelmente valeriam se fossem postas à venda no mercado de capitais.
v. Preço de emissão: Nessas operações, paga-se pela ação o seu preço de emissão, o qual representa o
valor que o investidor entrega à sociedade a título de contribuição ao capital social.
Caso o preço de emissão da ação seja superior ao seu valor nominal, a diferença, chamada ágio, NÃO
compõe o capital social da companhia, devendo ser contabilizada em conta específica, denominada reserva
de capital.
i. Direito de Voto
Dentre os direitos essenciais do acionista, NÃO se encontra o direito de voto, razão pela qual se
conclui que tal direito NÃO é essencial. Logo, as ações preferenciais, em regra, NÃO conferem direito de
voto ao seu titular; Já as ações ordinárias conferem aos seus titulares esse direito.
É VEDADO atribuir voto plural (atribuir mais de um voto a uma mesma ação).
OBS: Voto Plural x Voto Múltiplo (art. 141 LSA).
Exercício do direito de voto:
Em geral, as AÇÕES PREFERENCIAIS NÃO conferem direito de voto ao seu titular ou restringem o
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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b) Controle majoritário: Ocorre nas sociedades em que o poder de controle é exercido pelo acionista que
detém a maioria das ações com direito a voto.
c) Controle minoritário: Ocorre quando a sociedade anônima tem capital social pulverizado, o que permite
que um acionista minoritário assuma o poder de controle da companhia.
d) Controle gerencial: Ocorre quando há uma grande dispersão acionária, ou seja, quando o capital social é
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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tão pulverizado que os verdadeiros controladores são os administradores, assumindo os acionistas a posição
de meros investidores.
f) Valores Mobiliários
São instrumentos para a captação de recursos no mercado de capitais.
É um mecanismo de autofinanciamento das sociedades.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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I. Debêntures: É uma espécie de valor mobiliário emitido pelas sociedades anônimas que conferem ao seu
titular um direito de crédito certo contra a companhia, nos termos do que dispuser a escritura.
É título extrajudicial.
A grosso modo, representam um contrato de mútuo/empréstimo que a companhia faz com os
investidores adquirentes.
A debênture pode conter cláusula de correção monetária, com base em coeficientes fixados para
TDP.
Deverá constar a época do vencimento da escritura de emissão e do certificado.
Em princípio, cabe à assembleia-geral deliberar privativamente sobre a emissão de debêntures, mas
há a possibilidade de a emissão ser deliberada pelo Conselho de Administração.
Requisitos para a emissão de debêntures:
Arquivamento, no registro do comércio, e publicação da ata da assembleia geral, ou do conselho de
administração, que deliberou sobre a emissão;
Inscrição da escritura de emissão no registro do comércio;
Constituições de garantias reais, se for o caso.
- Espécies de debêntures:
Com garantia real;
Com garantia flutuante;
Quirografárias;
Subordinadas.
II. Partes beneficiárias: São títulos que conferem aos seus titulares um direito de crédito eventual contra a
companhia.
Em princípio, NÃO conferem ao seu titular qualquer outro direito além da eventual participação nos
lucros anuais da companhia.
Somente as companhias fechadas podem emitir partes beneficiárias.
III. Bônus de subscrição: Assegura ao seu titular o direito de preferência na subscrição de novas ações.
NÃO confere aos seus titulares a ação, mas apenas um direito de preferência na sua subscrição, razão
pela qual o investidor deverá pagar o preço da emissão da ação => a grosso modo, quem adquire um bônus
-o dos acionistas.
g) Órgãos Societários
Cabe ao estatuto social cuidar das regras dos órgãos societários, mas a LSA disciplina os órgãos de
cúpula das companhias.
I. Assembleia-Geral: É o órgão máximo de deliberação da sociedade anônima, com competência para tratar
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Quórum na S/A:
De instalação:
o 1ª chamada:
¼ do capital social votante;
2/3 do capital social votante, se houver proposta de reforma dos estatutos.
o 2ª chamada:
Qualquer número de acionistas.
De deliberação:
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o Matérias do art. 129: Maioria dos presentes (salvo no quórum estatutário instituído para as
companhias fechadas);
o Matérias do art. 136: Quórum qualificado (acionistas que representem metade, no mínimo, das ações
com direito a voto, SALVO no quórum estatutário, instituído para as CIAS fechadas).
- Em princípio, cabe ao estatuto disciplinar a situação a ser dada em caso de empate, podendo designar
árbitro para resolver a controvérsia. Se omisso, convoca nova assembleia nos dois meses seguintes.
Persistindo o empate, podem os acionistas decidir pela submissão da decisão a um terceiro ou juiz.
Assembleia-geral ordinária ou extraordinária: A extraordinária pode tratar das demais matérias que
exijam sua deliberação.
AGO: Deve ocorrer todo ano, nos 04 primeiros meses após o fim do exercício social;
AGE: Se tiver por objetivo a reforma do estatuto, somente se instalará em primeira convocação com
a presença de acionistas que representem 2/3, no mínimo, do capital com direito a voto, mas poderá
instalar-se em segunda com qualquer número.
Assembleia-geral virtual ou assembleia-geral on-line: O CVM permitiu as assembleias pela internet.
II.I. Conselho de Administração: Trata de matérias relacionadas à gestão dos negócios da sociedade
anônima.
VIDE art. 140 LSA.
Será composto por 03 membros, eleitos pela Assembleia-Geral e destituíveis a qualquer tempo,
devendo o estatuto estabelecer:
Número de conselheiros, processo de escolha e substituição do presidente do conselho pela
assembleia ou pelo próprio conselho;
Modo de substituição dos conselheiros;
Prazo de gestão, que NÃO poderá ser superior a 03 anos, permitida a reeleição;
Normas sobre convocação, funcionamento e instalação do conselho, que deliberará por maioria de
votos, podendo o estatuto estabelecer o quórum qualificado para certas deliberações.
O estatuto pode prever a participação no conselho de representantes dos empregados, escolhidos
por voto destes, em eleição direta, organizada pela empresa.
Critério de votação (cabe ao estatuto social a escolha):
Pode se adotar o critério majoritário (em chapas ou isoladamente);
Proporcional (NÃO é possível a formação de chapas);
Critério de voto múltiplo: Os acionistas que representam 0,1 do capital social com direito a voto,
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esteja ou não previsto no estatuto, podem requer a adoção do processo de voto múltiplo, atribuindo-se a
cada ação tantos votos quantos sejam os membros do conselho, e reconhecido ao acionista o direito de
cumular os votos num só candidato ou distribui-los entre vários. => NÃO pode o estatuto negar essa
prerrogativa.
O conselheiro deve ter reputação ilibada, NÃO podendo ser eleito, SALVO dispensa da assembleia-
geral, aquele que:
Ocupar cargos em sociedades concorrentes no mercado (regra da interlocking directorates um
homem deve servir a um chefe apenas);
Tiver interesse conflitante com a sociedade.
II.II. Diretoria
É o órgão realmente incumbido de desempenhar, de maneira efetiva, a gestão dos negócios sociais.
Assim, os diretores são os verdadeiros executivos da S/A.
Art. 143 LSA: A diretoria será composta por 02 ou mais diretores, eleitos e destituíveis a qualquer
tempo pelo conselho de administração ou, se inexistente, pela assembléia-geral, devendo o estatuto
estabelecer:
Número de diretores;
Modo de substituição;
Prazo de gestão, NÃO superior a 03 anos, permitida a reeleição;
Atribuições e poderes de cada diretor.
Os diretores NÃO precisam ser acionistas, mas devem ser pessoas físicas e residirem no território
nacional.
Alguns membros do conselho também podem ser diretores.
OBS: Como a LSA adotou o MODELO DUALISTA DE ADMINISTRAÇÃO, dividindo sua administração entre o
Conselho de Administração e a Diretoria, as normas relativas a requisitos, impedimentos, investidura,
remuneração, deveres e responsabilidade dos administradores aplicam-se a conselheiros e diretores.
O estatuto pode exigir que os membros eleitos para o conselho de administração ou para a diretoria
prestem garantia em favor da companhia, a qual só será levantada pelos mesmos após a aprovação e suas
contas.
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O resultado da ação, acaso bem sucedida, será revertido em favor da própria sociedade,
e não dos acionistas que ajuizaram a demanda.
O juiz poderá reconhecer a exclusão da responsabilidade do administrador, se
convencido de que agiu de boa-fé e visando ao interesse da companhia.
Fica excluída a responsabilidade dos administradores se a assembleia-geral aprovar,
sem reservas, suas contas, SALVO erro, dolo, fraude, ou simulação. Nesse caso, só uma decisão
judicial posterior pode anular a decisão da assembleia-geral, no prazo prescricional de 02 anos.
Quando são alegados danos sociais, os quais atingem diretamente a sociedade, mas
apenas indiretamente os acionistas, deve-se propor AÇÃO SOCIAL DE RESPONSABILIDADE, e
NÃO ação individual.
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i) Lucros e dividendos
O exercício social terá duração de 01 (um) ano e a data do término será fixada no estatuto.
Lucro líquido é o resultado do exercício, depois de deduzidos:
Os prejuízos acumulados;
A provisão para o IR;
Participações estatutárias de empregados, administradores e partes beneficiárias.
Após a definição do lucro líquido, cabe à assembleia-geral ordinária deliberar sobre a sua destinação,
após análise da proposta elaborada pelos órgãos de administração da companhia. Logo, mesmo a existência
de lucro líquido em determinado exercício NÃO assegura aos acionistas a sua distribuição, cabendo à
assembleia essa decisão, podendo:
I. Deliberar pela distribuição do lucro líquido como dividendos entre os acionistas;
II. Deliberar pela apropriação do lucro líquido como reserva de lucros pela companhia.
RESERVA LEGAL: É a apropriação obrigatória de um percentual do lucro líquido como reserva para a
companhia (5% no mínimo, NÃO podendo exceder 20% do capital social).
Outras reservas (art. 194 LSA):
Reserva para contingência: finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro
decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado;
Reserva de incentivos fiscais;
Reserva de lucros a realizar.
- Além dessas reservas, a assembleia-geral pode deliberar pela retenção de lucros.
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responsabilidade de cada um =>A limitação de responsabilidade que os sócios podem estabelecer produz
efeitos SOMENTE entre eles, e não a terceiros, pois PERANTE OS CREDORES, A RESPONSABILIDADE DOS
SÓCIOS É SEMPRE ILIMITADA.
Sendo sociedade contratual, é regida subsidiariamente pelas normas da sociedade simples. Logo:
I. Deve adotar firma social como espécie de nome empresarial;
II. Os sócios têm ampla liberdade para disciplinar as suas relações sociais, desde que NÃO
desnaturem o tipo societário escolhido;
III. NÃO se admite a participação de incapazes;
IV. É sociedade de pessoas, dependendo do consentimento dos demais sócios a entrada de
estranhos no quadro social;
V. Sua administração compete aos próprios sócios, NÃO se admitindo a designação a não sócio.
A obrigação do sócio comanditário é somente contribuir para a formação do capital social, podendo
ocorrer em dinheiro ou bens, mas NÃO em serviços.
A sociedade dissolve-se de pleno direito por qualquer das causas previstas no art. 1.033 do CC,
inclusive quando, por mais de 180 dias, perdurar a falta de uma das categorias de sócio.
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O acionista diretor responde ILIMITADAMENTE pelas obrigações sociais => Havendo mais de um
diretor: responsabilidade solidária.
Os diretores serão nomeados no ato constitutivo da sociedade, sem limitação de tempo, e somente
poderão ser destituídos por deliberação de acionistas que representem, no mínimo, 2/3 do capital social.
Era tratada no antigo código comercial, não acolhido atualmente. No entanto, é possível que uma
sociedade simples pura mantenha estrutura com sócios capitalistas, que investem capital no
empreendimento, e sócios de indústria, que contribuam apenas com a prestação de serviços.
6. OPERAÇÕES SOCIETÁRIAS
6.1. Transformação
É a operação pela qual a sociedade passa, independente de dissolução e liquidação, de um tipo para
outro.
É a mera mudança do tipo societário.
A deliberação acerca da transformação exige, em regra, votação unânime, SALVO nos casos em que
o ato constitutivo (contrato social ou estatuto) da sociedade transformanda já contenha expressa disposição
autorizando a operação. Nesse caso, aprovando-se a transformação por maioria, permite a lei que o sócio
dissidente se retire da sociedade.
A transformação NÃO prejudicará, em caso algum, os direitos dos credores, que continuarão, até o
pagamento integral dos seus créditos, com as mesmas garantias que o tipo anterior de sociedade lhes
oferecia.
A falência da sociedade transformada somente produzirá efeitos em relação aos sócios que, no tipo
anterior, a eles estariam sujeitos, se o pedirem os titulares de créditos anteriores à transformação, e somente
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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a estes beneficiará.
6.2. Incorporação
É a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos
os direitos e obrigações.
Haverá a extinção da sociedade incorporada, mas não surgirá uma nova sociedade. Apenas a
incorporada desaparecerá, e será sucedida em todos os seus direitos e obrigações pela sociedade
incorporadora.
6.3. Fusão
É a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes
sucederá em todos os direitos e obrigações.
Determina a extinção das sociedades que se unem, para formar sociedade nova, que a elas sucederá
nos direitos e obrigações.
Na fusão há o surgimento de uma nova sociedade, resultado da união das sociedades fundidas.
6.4. Cisão
É a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais
sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão
de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o capital, se parcial a versão.
Engloba transferência de patrimônio de uma sociedade para outra.
As sociedades que recebem os bens da sociedade cindida podem ser sociedades já existentes ou
sociedade constituída especificamente para tal operação.
I. Coligação de sociedades
Se houver participação da S/A: aplicam-se as regras da S/A; se não houver, aplicam-se as regras do
Código Civil.
Consideram-se coligadas as sociedades que, em suas relações de capital, são controladas (art. 1.098
do CC), filiadas (art. 1.099 do CC) ou de simples participação (art. 1.100 do CC).
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III. Consórcios
Formam-se para a execução de empreendimento específicos.
NÃO possui personalidade jurídica própria, conforme a LSA.
VI. Holding
É quando uma sociedade é sócia de outra sociedade, podendo ser pura ou mista.
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ingressam nesses empreendimentos com o objetivo de sair após determinado período, para procurar novas
possibilidade de investir.
a) Hipóteses de dissolução
A sociedade é dissolvida nas seguintes hipóteses (art. 1.033 CC Dissolução de pleno direito):
I. Quando ocorrer vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio,
NÃO entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por prazo indeterminado;
II. Consenso unânime dos sócios;
III. Deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado;
IV. Falta de pluralidade de sócios, NÃO reconstituída no prazo de 180 dias;
V. Extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar: Nesse caso, o MP, tão logo lhe comunique
a autoridade competente, promoverá a liquidação judicial da sociedade, se os administradores não
o tiverem feito nos 30 dias seguintes à perda da autorização. Caso o MP NÃO promova a liquidação
judicial nos 15 dias subsequentes ao recebimento da comunicação, a autoridade competente
nomeará interventor com poderes para requerer a medida e administrar a sociedade, até que seja
nomeado o liquidante;
VI. Judicialmente: anulada a sua constituição, exaurido o fim social ou verificada a sua inexequibilidade
(art. 1034 CC);
VII. Falência.
b) Liquidante
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Nomeação do liquidante: Se não estiver designado no contrato, o liquidante será eleito por
deliberação dos sócios, podendo a escolha recair em pessoa estranha à sociedade.
O liquidante pode ser destituído, a todo tempo:
Mediante deliberação dos sócios;
Em qualquer caso, por via judicial, a requerimento de um ou mais sócios, ocorrendo justa causa.
Deveres do liquidante: VIDE ART. 1.103 CC.
O liquidante passa a ser, a grosso modo, o administrador da sociedade em liquidação, pois em todos
os atos, documentos e publicações, o liquidante deverá empregar a firma OU denominação social sempre
seguida da
STJ: Nesse caso, NÃO se nomeia liquidante, bastando a indicação de perito contábil
para a apuração dos haveres.
STJ: O fundo de comércio deve ser levado em conta na apuração dos haveres do
sócio que está deixando a sociedade. => Enunciado 13, I Jornada de Direito
Comercial: A decisão que decretar a dissolução parcial da sociedade deverá indicar
a data de desligamento do sócio e o critério de apuração de haveres.
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Com o Código Civil 2002, passou a se admitir a penhora => art. 1.026 CC. Logo, as quotas da sociedade
limitada são hoje penhoráveis para a garantia de dívidas pessoais dos sócios. Nesse caso, o credor NÃO
ingressa na sociedade, mas a quota será liquidada e o valor utilizado para pagamento do credor particular
do sócio.
Sociedade em nome coletivo: A penhora de quota NÃO é, em princípio, permitida, já que nessas
sociedades a affectio societatis é muito forte, e o quadro societário delas é bastante estável. Exceções (art.
1.043 CC):
Se a sociedade tiver sido prorrogada tacitamente;
Tendo ocorrido prorrogação contratual, for acolhida oposição do credor, levantada no prazo de 90
dias, contado da publicação do ato dilatório.
b) Morte do Sócio: Deve acarretar apenas a dissolução parcial da sociedade, com a liquidação das quotas do
sócio falecido.
c) Exercício do direito de retirada (Direito de recesso): Fundamenta-se na ideia de que ninguém é obrigado
a contratar contra a sua própria vontade, e enseja a dissolução parcial da sociedade.
d) Exclusão de sócio: Em vez de se dissolver totalmente a sociedade, haverá liquidação da quota do sócio
excluído, com a respectiva apuração de haveres.
STJ (Info 608): A dissolução parcial de sociedade limitada por perda da affectio
societatis pode ser requerida pelo sócio retirante, limitada a apuração de haveres
às suas quotas livres de ônus reais.
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b) Liquidação
Silente o estatuto, a AG deverá nomear o liquidante e o conselho fiscal que deverão funcionar
durante o período de liquidação.
O liquidante poderá ser destituído, a qualquer tempo, pelo órgão que o tiver nomeado. Nada impede
que os acionistas requeiram a destituição judicial do liquidante, caso se verifique o descumprimento de
alguns de seus deveres.
A liquidação pode ser processada judicialmente na hipóteses do art. 209 da LSA:
A pedido de qualquer acionista, se os administradores ou a maioria de acionistas deixarem de
promover a liquidação, ou a ela se opuserem;
A requerimento do MP, se a companhia, nos 30 dias subsequentes à dissolução, não iniciar a
liquidação, ou, se após iniciá-la, a interromper por mais de 15 dias.
Deveres do liquidante: art. 210 LSA.
O liquidante deverá prestar contas à AG periodicamente.
Nas AG durante a fase de liquidação, todas as ações gozam de IGUAL DIREITO DE VOTO.
Havendo acervo a partilhar, a assembleia pode deliberar que, antes de ultimada a liquidação e depois
de pagos todos os credores, se façam rateios entre acionistas, à proporção que se forem apurando os haveres
sociais.
Concluída a fase de liquidação e a de partilha, o liquidante deverá prestar contas ao final.
Posteriormente, encerra-se a liquidação e a companhia se extingue.
Extingue-se a companhia:
Pelo encerramento da liquidação;
Pela incorporação ou fusão, e pela cisão com versão de todo o patrimônio em outras sociedades.
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STJ entende possível a dissolução parcial de S/A nos casos em que se verifique a
presença do vínculo intuitu personae e a posterior quebra desse vínculo por algum
motivo.
STJ (Info 595): É possível que sociedade anônima de capital fechado, ainda que
não formada por grupos familiares, seja dissolvida parcialmente quando, a
despeito de não atingir seu fim consubstanciado no auferimento de lucros e na
distribuição de dividendos aos acionistas , restar configurada a viabilidade da
continuação dos negócios da companhia.
7.1. Em S/A
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10.2. Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência Lei do CADE (Lei nº 12.259/11): Possui a finalidade de
prevenir e reprimir as infrações contra a ordem econômica e se estrutura do seguinte modo:
- Superintendência Geral;
- Tribunal Administrativo de
CADE Defesa Econômica;
- Departamento de Estudos
Econômicos.
Sistema Brasileiro de Defesa
da Concorrência (SBDC)
Secretaria de
Acompanhamento
Econômico do Ministério da
Fazenda
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exclusividade.
Pode gerar monopólio (só um vendendo) ou monopsônio (só um comprando): Só acarretará infração
à ordem econômica se exercidos de forma abusiva.
Dumping: Venda de produtos ou prestação de serviços abaixo do preço de custo (= preço predatório).
Para tentar combater a prática, economicamente tenta-se utilizar medidas de salvaguarda (ex.: sobretaxa de
produtos chineses).
Operações casadas: Consiste em subordinar a venda de um bem a outro.
DUMPING SOCIAL
1) Conceito de dumping: É uma prática concorrencial desleal entre países. Consiste na venda de bens por preç
artificialmente baixos, com caráter predatório, para dominar mercados e prejudicar a livre concorrência.
2) Dumping Social: É modalidade de dumping em que, para dominar mercado e eliminar a concorrência internacion
são utilizadas práticas trabalhistas prejudiciais à dignidade da pessoa humana, a exemplo do trabalho escravo
degradante, e contrários aos padrões mínimos de trabalho. Como exemplos, é possível citar:
Descumprimento da jornada de trabalho;
Terceirização ilícita;
Inobservância de normas de segurança.
3) Alguns mecanismos para tentar impedir o dumping social:
Cláusula: Consiste em cláusula contratual nos tratados internacionais, exigindo respeito a padrões mínim
sob pena de se aplicar sanções comerciais;
Selo Social: É atestado conferido por organizações internacionais ou entidades empresariais, no sentido
que determinado produto foi produzido segundo os padrões internacionais de trabalho.
Referências Bibliográficas:
- André Santa Cruz Ramos. Manual de Direito Empresarial.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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O Código Civil de 2002 (Livro II Direito de Empresa), ao dispor em seu art. 966 que -se
empresário quem exerce profissionalmente a atividade econômica organizada para a produção ou a
implantou no direito brasileiro a chamada teoria da empresa.
O sistema empresarial não coloca o seu foco no registro (Corporações de Comércio). Além disso, não
há uma lista com atividades (Atos de Comércio). A Empresa tem o seu foco na estrutura da atividade
desenvolvida. Temos o que se denomina porquanto fora na Itália com o advento do
Código Civil Italiano de 1942 que se adotou tal teoria. O sistema Italiano da Empresa que é tratado pelo Livro
II de nosso Código Civil a começar por seu artigo 966 que conceitua a Empresa e o Empresário:
1. EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
É a pessoa física que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou
circulação de bens ou serviços.
O empresário individual é aquele que exerce a empresa, utilizando-se da personalidade jurídica de
pessoa natural, a mesma que adquiriu no nascimento com vida. Estamos diante de uma pessoa natural que
não pretende constituir uma Pessoa Jurídica para a empresa, pois não se importa que seus bens pessoais e
empresariais integrem o mesmo patrimônio. Nesse caso, a empresa faz parte de seu patrimônio pessoal.
Para caracterização do empresário ainda é preciso reunir 2 (dois) elementos (art. 972 do CC):
Capacidade civil PLENA
AUSÊNCIA de impedimento legal para o exercício da atividade empresarial.
Caiu em Prova Delegado Federal!! O delegado, no desempenho de sua função institucional de investigação
de infração legal, deve diferenciar se o ato ilegal foi praticado por pessoa jurídica empresa ou por pessoa
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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física ou jurídica empresário, pois a empresa não se confunde com a pessoa que a compõe, tendo
personalidade jurídica distinta da de seus sócios. (item correto)
Podem exercer a atividade empresarial os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não
forem legalmente impedidos (art. 972 CC).
O CC/02 NÃO trouxe nenhum dispositivo normativo com impedimento legal ao exercício do
comércio, de modo que eles se encontram espalhados pelo arcabouço jurídico-normativo, sendo os
impedimentos, em geral, normas de direito público para proteger a coletividade.
A proibição é para o exercício de empresa, NÃO sendo vedado que alguns impedidos sejam sócios de
sociedades empresárias. Logo: os impedimentos se dirigem aos empresários individuais e não aos sócios
de sociedades empresárias. No entanto, a possibilidade de os impedidos participarem de sociedades
empresárias NÃO é absoluta, somente podendo ocorrer se forem sócios de responsabilidade limitada e,
ainda assim, se não exercerem funções de gerência ou administração.
As obrigações contraídas por um empresário impedido NÃO são nulas, mas terão plena validade em
relação a terceiros de boa-fé que com ele contratem.
Caiu na prova Delegado de Polícia PCSE 2018! O incapaz é impedido de iniciar atividade empresarial
individual, mas poderá, excepcionalmente, ser autorizado a dar continuidade a atividade empresária
preexistente. (item correto)
1.2. Incapacidade
Note que nesse caso a possibilidade de o incapaz ser sócio de uma sociedade empresária configura
situação totalmente distinta, já que sócio de sociedade NÃO é empresário.
O incapaz NUNCA poderá ser autorizado a dar início a uma empresa, mas apenas a dar continuidade.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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A autorização para que o menor continue o exercício da empresa será dada pelo juiz em
procedimento de jurisdição voluntária e após a oitiva do MP. Se o juiz entender conveniente a
continuação do exercício da empresa pelo incapaz, concederá um alvará autorizando-o a tanto, por
representante ou assistente. Se o assistente ou representante for impedido, haverá a nomeação de
mais de um gerente, com a aprovação do juiz.
NÃO ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão
ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo os fatos constar no alvará da
autorização.
A prova da emancipação e da autorização do incapaz, nos casos do art. 974, e a eventual revogação,
serão inscritas ou averbadas no registro público de empresas mercantis.
Obs.: Nada obstante a exigência de capacidade civil plena (art. 972 CC), estando o menor emancipado pode
exercer atividade empresarial na condição de empresário individual:
Caiu na prova Delegado 2018!! Condenado por crime falimentar não pode se registrar na junta comercial
como empresário individual, mas pode figurar como sócio de responsabilidade limitada, desde que sem
poderes de gerência ou administração. (item correto)
O código civil estabeleceu algumas regras para o Empresário casado, já que o próprio casamento,
a separação ou o ato de reconciliação mudam a forma como os bens são dispostos perante a empresa. A
primeira regra de que tratou o código civil tem maior relação com a figura da sociedade empresária do que
o empresário individual em si, já que desautoriza que cônjuges sejam sócios caso o regime adotado seja o
da comunhão universal dos bens e tudo tem uma explicação.
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros,
desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da
separação obrigatória.
Ainda, vale ressaltar que o art. 978 do Código Civil esclarece que o empresário regularmente inscrito
pode alienar ou gravar de ônus real o imóvel incorporado à empresa.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer
que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa
ou gravá- los de ônus real.
Atenção!! No entanto, apesar de não existir nenhum requisito no art. 978 do Código Civil, os JURISTAS
INTEGRANTES DA JORNADA DE DIREITO COMERCIAL, sob a justificativa de fornecer maior segurança às
relações patrimoniais entre os cônjuges e entre o empresário casado e os que com ele contratarem, editaram
o enunciado nº 6
destinatário da norma do art. 978 do CCB e não depende da outorga conjugal para alienar ou gravar de ônus
real o imóvel utilizado no exercício da empresa, desde que exista prévia averbação de autorização conjugal
à conferência do imóvel ao patrimônio empresarial no cartório de registro de imóveis, com a consequente
2. REGISTRO DO EMPRESÁRIO
É obrigação legal para todo e qualquer empresário se inscrever na Junta Comercial ANTES de iniciar
a atividade, sob pena de exercê-la irregularmente (art. 967 CC). Caso o empresário não se registre na Junta
Comercial antes do início de suas atividades, tal fato NÃO implicará a sua exclusão do regime jurídico
empresarial, nem fará com que não sejam considerados empresários, posto que a inscrição do empresário
ou sociedade empresário é requisito da sua regularidade, e não de sua caracterização.
Requisitos para a inscrição no Registro Público de empresas mercantis de empresa individual:
a) Nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens;
b) Firma, com a respectiva assinatura autógrafa;
c) Capital;
d) Objeto e sede da empresa
Se sociedade empresária: deve registrar o ato constitutivo;
Se for instituída sucursal, filial ou agência, neste lugar também deverá inscrevê-la, com prova da
inscrição originária.
Domicílio: Súmula 363 STF A pessoa jurídica de direito privado pode ser demandada no domicílio
da agência ou estabelecimento em que se praticou o ato.
A única exceção quanto à obrigatoriedade do registro diz respeito às atividades econômicas rurais,
em que há a faculdade de se registrar na junta comercial.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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a. Finalidades do Registro:
Dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança, eficácia aos atos jurídicos das empresas
mercantis;
Cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no país e manter atualizadas as
informações pertinentes;
Proceder à matrícula dos agentes auxiliares do comércio, e o seu cancelamento.
b. SINREM (Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis) É composto por dois órgãos:
Departamento Nacional de Registro de Empresas Mercantis (DNRC): É órgão central do SINREM,
com funções supervisora, orientadora, coordenadora e normativa;
Juntas Comerciais: Como órgãos locais, com funções executora e administradora dos serviços de
registro.
JUNTAS COMERCIAIS
- Responsáveis pela execução e administração dos atos de registro. São órgãos locais que integram a
estrutura administrativa dos Estados-Membros.
- Subordinação jurídica híbrida: As juntas comerciais, embora façam parte da estrutura administrativa dos
Estados (âmbito administrativo), se sujeitam no plano técnico às normas do DNRC.
- Apenas a Junta Comercial do DF se submete, tanto no plano técnico quanto administrativamente, ao
DNRC.
- Divisão de competência, segundo o STJ:
Matéria Administrativa: Competência da Justiça Estadual;
Matéria Técnica, relativa ao registro da empresa: Competência da JF, ante o interesse do DNRC.
=> Porém, o STJ alterou um pouco a jurisprudência, passando a entender que a JF é competente
para julgar os processos em que figura como parte a Junta Comercial somente nos casos em que
se discute a lisura do ato praticado pela Junta Comercial ou nos casos de MS impetrado contra
ato de seu presidente. Logo, se a demanda envolver apenas questões particulares, como conflitos
societários, a competência será da JE.
STJ: Compete à Justiça Comum processar e julgar ação ordinária pleiteando anulação de registro de
alteração contratual efetuado perante a Junta Comercial, ao fundamento de que, por uso indevido do
nome do autor, foi constituída de forma irregular a sociedade empresária.
a) Matrícula: ato de registro que se refere a alguns profissionais específicos, os auxiliares de comércio
(leiloeiros, tradutores públicos, intérpretes, etc.). Nesse caso, a Junta funcionaria, a grosso modo, como
órgão regulador da profissão.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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b) Arquivamento: Ato de registro que diz respeito aos atos constitutivos da sociedade empresária ou do
empresário individual. As sociedades cooperativas se sujeitam à inscrição nas juntas comerciais.
c) Autenticação: Ato de registro que se refere aos instrumentos de escrituração contábil do empresário e
dos agentes auxiliares de comércio. É requisito extrínseco de regularidade na escrituração.
Vogais: Membros da Junta Comercial que decidem sobre os atos de registro e compõem as Turmas
e o Órgão plenário. O vogal e o suplente possuem mandato de 04 anos, permitida uma recondução.
Uma alteração do contrato social deve ser levada a registro na junta comercial dentro de 30 dias,
contados da sua efetiva realização, posto que, se isso não for feito, a referida alteração só será considerada
eficaz perante terceiros após o deferimento do registro. Caso o registro seja feito no prazo legal, a alteração
contratual produzirá efeitos desde a data em que foi decidida pelos sócios. Logo:
Se o ato é levado a registro dentro do prazo de 30 dias: registro opera efeitos ex tunc;
Se o ato é levado a registro fora do prazo de 30 dias: produz efeitos ex nunc, ou seja, só se torna
eficaz a partir do seu deferimento.
Em regra, os atos de registro submetidos à apreciação da Junta Comercial são proferidos pelo
Presidente, vogais ou servidores com conhecimento em direito empresarial, em decisões singulares. No
entanto, alguns atos estão sujeitos à decisão colegiada, a ser decidido em 05 dias úteis:
Art. 41. Estão sujeitos ao regime de decisão colegiada pelas juntas comerciais, na
forma desta lei:
I - o arquivamento:
a) dos atos de constituição de sociedades anônimas, bem como das atas de
assembleias gerais e demais atos, relativos a essas sociedades, sujeitos ao Registro
Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;
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Frise-se que as Juntas Comerciais NÃO podem criar exigências não previstas na lei, a exemplo da
exigência por algumas juntas da certidão de regularidade fiscal estadual para o registro de alteração
contratual, em que pese tal exigência não estar prevista na lei de regência nem em seu decreto federal
regulamentar.
3. ESCRITURAÇÃO DO EMPRESÁRIO
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A escrituração irregular, inclusive, é considerada crime, caso a falência do empresário seja decretada.
Outrossim, os livros empresariais são equiparados a documento público para fins penais.
São instrumentos de escrituração:
Livros;
Conjunto de fichas e folhas soltas;
Conjunto de folhas contínuas;
Microfichas extraídas a partir de microfilmagem por computador.
A escrituração contábil incumbe ao contabilista, legalmente habilitado.
Segundo a doutrina, o único livro obrigatório comum a todo e qualquer empresário é o Diário, que
pode ser substituído por fichas, no caso de ser adotada escrituração mecanizada ou eletrônica, ou ainda por
balancetes diários e balanços, quando o empresário adotar o sistema de fichas de lançamento. Outros livros
podem ser exigidos dos empresários pela legislação trabalhista, fiscal ou previdenciária, mas NÃO podem ser
considerados livros empresariais.
Podem ainda ser exigidos livros específicos dos empresários, a depender do tipo de atividade (ex:
livro de duplicatas) ou profissão (livros impostos aos leiloeiros, por exemplo). E afora esses, o empresário
pode escriturar outros livros, a seu critério.
No art. 970 do Código Civil oferece uma disposição em forma de mandamento para que a legislação
ofereça tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário.
O texto é parecido com o de nossa Constituição Federal.
O Código Civil faz menção ao pequeno empresário em dois artigos (arts. 970 e § 2º do 1.179), o
diploma civil não indica quem é , conceito trazido pelo art. 68 da Lei Complementar
nº 123/06.
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Microempresa (ME);
Empresa de Pequeno Porte (EPP);
Microempreendedor Individual (MEI) e;
Pequeno Empresário.
Os livros empresariais são protegidos pelo sigilo, de modo que, salvo os casos previstos em lei,
nenhuma autoridade, juiz ou Tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para
verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam ou não, em seus livros e fichas, as
formalidades prescritas em lei. No entanto, isso NÃO se aplica às autoridades fazendárias, quando no
exercício da fiscalização tributária.
STF: Entende que o exame dos livros e documentos constantes da escrituração deve se ater ao objeto
da fiscalização => VIDE SÚMULA 439 STF: Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer
livros comerciais, limitado o exame ao ponto objeto da investigação.
O sigilo que protege os livros empresariais também pode ser quebrado por ordem judicial => VIDE
ART. 381 CPC E ART. 1.191 CC.
Em se tratando de S/A, a lei 6.404/76 determina que a exibição total dos livros da S/A pode ser
determinada por juiz quando houver requerimento de acionistas que representem pelo menos 5% do Capital
Social, apontando violação ao estatuto ou à lei ou suspeitas de graves irregularidades levadas a efeito por
órgão da companhia.
A exibição parcial dos livros empresariais pode ser determinada pelo julgador, a requerimento ou até
mesmo de ofício, e em qualquer processo.
A exibição parcial dos livros NÃO atinge os livros auxiliares, posto que, por não serem obrigatórios,
NÃO são de existência presumida. Caso o requerente consiga provar que o empresário possui determinado
livro auxiliar e que esse livro é indispensável para a prova de determinado fato, a exibição pode ser
determinada, mesmo a parcial, estabelecendo-se presunção contra o empresário, caso ele NÃO o apresente.
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Art. 378 CC: Os livros empresariais provam contra o seu autor. É lícito ao
comerciante, todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito, que
os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos.
Logo, a eficácia probatória dos livros empresariais contra o empresário opera-se independente de os
mesmos estarem corretamente escriturados, podendo o empresário demonstrar, por outros meios de prova,
que os lançamentos constantes daquela escrituração são equivocados.
A regularidade da escrituração exige a observância aos requisitos intrínsecos e extrínsecos:
a) Requisitos Intrínsecos: A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais, e em forma
contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas,
borrões, rasuras, emendas ou transporte para as margens;
b) Requisitos extrínsecos: Existência de um termo de abertura e de um termo de encerramento, bem
assim a autenticação da Junta Comercial.
Consiste na expressão que os identifica nas relações jurídicas que formalizam em decorrência do
exercício da atividade empresarial.
Segundo doutrina majoritária, o direito ao nome empresarial é direito personalíssimo. Inclusive,
decidiu o STJ que, havendo mudança de nome empresarial, deve haver a outorga de nova procuração aos
mandatários da sociedade empresária.
Funções do nome empresarial:
a) Subjetiva: Individualizar e identificar o sujeito de direitos exercente da atividade empresarial;
b) Objetiva: Garantir fama, nome e reputação.
Art. 1.165. O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode
ser conservado na firma social.
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Art. 1.167. Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para anular a inscrição do
nome empresarial feita com violação da lei ou do contrato
a) Firma: pode ser individual ou social, é espécie de nome empresarial formado por um nome civil, do próprio
empresário ou dos demais sócios.
O núcleo da firma é SEMPRE um nome civil (Ex: C. Cabral ou Camilla Cabral).
Na firma, é FACULTADA a indicação do ramo de atividade (ex: Camilla Cabral Cursos Jurídicos).
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A firma, seja individual ou social, além de identificar o exercente da atividade empresarial como
sujeito de direitos, exerce a função de assinatura do empresário ou da sociedade empresária; já a
denominação NÃO exerce essa função, servindo apenas como elemento identificador.
a) Firma Serve de assinatura do empresário => Contrata assinando o nome empresarial;
b) Denominação NÃO serve de assinatura do empresário => Contrata assinando com o nome civil do
representante.
b) Sociedades em que há sócios de responsabilidade ilimitada: Operarão sob firma, na qual somente o nome
c) Sociedade Anônima: Opera sob denominação designada no objeto social, integrada pelas expressões
nome do fundador, acionista ou pessoa que haja concorrido para a formação da empresa.
d) Sociedade em comandita por ações: pode adotar firma ou denominação, aditada da expressão
e) Sociedade em conta de participação: NÃO pode ter firma ou denominação, já que NÃO possui
personalidade jurídica própria.
f) Microempresa ou empresa de pequeno porte: Deverão acrescentar aos seus nomes as terminações ME
ou EPP, conforme o caso.
g) Sociedade Simples: O art. 977 do CC determina que o contrato social da sociedade simples deve indicar a
sua denominação. No entanto, isso NÃO exclui a possibilidade de se utilizar tanto a firma quanto a razão
social.
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b) Princípio da novidade: É proibido o registro de um nome empresarial igual ou muito parecido com outro
já registrado.
A PROTEÇÃO AO NOME EMPRESARIAL QUANTO AO PRINCÍPIO DA NOVIDADE SE INICIA
AUTOMATICAMENTE A PARTIR DO REGISTRO E É RESTRITA AO TERRITÓRIO DO ESTADO DA JUNTA
COMERCIAL EM QUE O EMPRESÁRIO SE REGISTROU. =>Assim, nada impede que um empresário com
atividade na Bahia registre nome empresarial idêntico ao de outro empresário, mais antigo, com atuação em
Pernambuco, SALVO se este obteve o direito de usar exclusivamente seu nome empresarial em todo
território nacional.
Embora o nome empresarial NÃO possa ser vendido, é possível que, num contrato de alienação do
estabelecimento empresarial (trespasse), ele seja negociado como elemento integrante desse próprio
estabelecimento.
OBS: CONFLITO DE NOMES NO STJ Para o STJ, nas lides em que se discutem eventuais conflitos
entre nomes empresariais, a maior preocupação é saber se há possibilidade de confusão entre
consumidores.
Atenção a jurisprudência:
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LOGO: ESTABELECIMENTO NÃO SE CONFUNDE COM A EMPRESA, já que esta corresponde a uma
atividade, bem como estabelecimento NÃO se confunde com empresário.
O estabelecimento empresarial é o instrumento utilizado pelo empresário para a realização de sua
atividade empresarial, razão pela qual só o compõem aqueles bens que estejam ligados ao exercício da
atividade.
STJ: As mercadorias do estoque constituem um dos elementos materiais do estabelecimento
empresarial, visto tratar-se de bens corpóreos utilizados na exploração da sua atividade econômica.
- A doutrina aponta dois elementos relevantes na noção de estabelecimento:
Complexo de bens;
Organização.
Art. 1.143, CC. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios
jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza.
Caiu em prova! Julgue o item a seguir: Por configurar uma universalidade de fato, o estabelecimento
empresarial pode ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que
sejam compatíveis com a sua natureza. (item correto) es de direito a que a ordem jurídica atribui caráter
unitário. É nesse sentido que se devem compreender os enuncia
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5.2. Elementos
mercadorias;
instalações;
máquinas
utensílios;
dinheiro;
veículos;
imóvel da empresa;
Os bens incorpóreos são as coisas imateriais, que não ocupam espaço no mundo exterior, são
ideias, frutos da elaboração abstrata da inteligência ou do conhecimento humano. Existem na consciência
coletiva. Nessa categoria, estão os direitos que seu titular integra no estabelecimento empresarial, tais
como:
patente de invenção;
modelo de utilidade;
marcas;
desenhos industriais;
ponto;
título do estabelecimento;
perfis de redes sociais.
Atenção! O estabelecimento não se confunde com o local onde se exerce a atividade empresarial. Como já
mencionado, o estabelecimento tem direta relação com o conjunto de bens para desenvolvimento da
atividade empresarial. O local onde a atividade é exercida pode se elevar a condição de ponto empresarial,
mas esse estudo perfaz o estudo das locações empresariais.
Obs.: Embora o estabelecimento empresarial possa fazer parte do patrimônio do empresário, com este
(patrimônio) NÃO se confunde. O patrimônio é considerado todo o complexo de direitos e obrigações de
uma pessoa (física ou jurídica), suscetível de avaliação econômica. Ao passo que o estabelecimento é apenas
um complexo de bens organizado para exercício da atividade empresarial.
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NÃO havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento NÃO pode fazer concorrência
ao adquirente, nos 05 anos subsequentes à transferência => Observância ao princípio da boa-fé objetiva.
O CADE entende que as cláusulas de não concorrência são válidas, desde que:
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O ponto de negócio NÃO é apenas o local físico, podendo ter existência física ou virtual.
O ponto do negócio possui proteção especial, assegurando até mesmo o direito à renovação
compulsória do contrato de aluguel, em face do DIREITO DE INERÊNCIA AO PONTO (prerrogativa de
permanecer naquele local mesmo na hipótese de o locador não pretender mais a renovação do contrato
locatício).
A Lei de Locações traz as seguintes condições para o direito à renovação do contrato de locação
(art. 51, Lei 8.245/91):
O contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado;
O prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos do contrato seja de 05
anos Esse prazo NÃO precisa, necessariamente, ter sido obtido por meio de um único contrato,
podendo ser alcançado pela soma de vários contratos escritos;
O locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de
3 anos.
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Prova da quitação dos impostos e taxas que incidiram sobre o imóvel e cujo pagamento lhe incumbia;
Indicação clara e precisa das condições para a renovação;
Indicação do fiador quando houver no contrato a renovar;
Prova de que o fiador aceita dos encargos da fiança;
Prova, se for o caso, de ser cessionário ou sucessor, em virtude de título oponível ao proprietário.
STJ: Decidiu que a renovação deve ser feita pelo mesmo prazo do último contrato, sendo o prazo
máximo de duração de 05 anos.
Hipóteses legais que autorizam a retomada do imóvel pelo locador:
O locatário faz proposta insuficiente para a renovação do contrato de aluguel. Porém, nesse caso o
locador deverá apresentar contraproposta, em condições de locação que repute compatíveis com o
valor locativo real e atual do imóvel.
STJ: No valor do novo aluguel deverão ser consideradas eventuais benfeitorias realizadas no imóvel
pelo próprio locatário, pois incorporadas ao domínio do locador proprietário, NÃO se vislumbrando
enriquecimento indevido.
O locador possuir proposta de aluguel feita por um terceiro, em melhores condições do que a
proposta do locatário, caso em que deverá ser anexada essa proposta nos autos;
O locador precisar fazer reforma substancial no imóvel, seja por determinação do Poder Público ou
para fazer modificações que aumente o valor do negócio ou da propriedade;
O locador necessitar do imóvel para uso próprio;
O locador precisar do imóvel para transferência de estabelecimento empresarial existente há mais
de um ano cuja maioria do capital social seja de sua titularidade ou de seu cônjuge, ascendente ou
descendente.
OBS: Nas 03 últimas hipóteses acima, o locador tem um prazo de 03 meses, contados a partir da entrega do
imóvel, para dar a este o destino alegado ou iniciar as obras determinadas pelo Poder Público ou que declarou
pretender realizar, sob pena de indenizar o locatário por prejuízos e lucros cessantes.
André Santa Cruz entende ser um contrato sui generis, com natureza atípica mista, reconhecida pelo
STJ.
A legislação permite a propositura de ação renovatória nos contratos de locação de espaços em
shoppings centers.
Cláusula de raio: É comumente utilizada nos contratos de shopping center, em que proíbe o locatário
de se instalar em shopping concorrente durante a vigência do negócio. No entanto, o CADE entendeu que,
em alguns casos, viola o princípio da livre concorrência, podendo configurar prática anticompetitiva.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Aviamento: É a aptidão que um determinado estabelecimento possui para gerar lucros ao exercente
da empresa, sendo qualidade ou atributo do estabelecimento que vai influir na sua valoração econômica.
É em função do aviamento que se calcula o valor de um estabelecimento empresarial.
STJ: Mesmo uma empresa temporariamente inativa deve ser avaliada levando-se em consideração
o seu potencial aviamento.
Clientela: É o conjunto de pessoas que mantém com o empresário ou sociedade empresária relações
jurídicas constantes, sendo a manifestação externa do aviamento.
6.2. Contabilista
6.3. Gerente
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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Aquele ao qual o empresário confia poderes de chefia em seu negócio, entendido como gerente
empregado.
O sócio-gerente da época da dissolução irregular responde pelos débitos da empresa, mesmo que
ele não fosse o gerente da pessoa jurídica executada no momento do fato gerador do tributo inadimplido.
O redirecionamento da execução fiscal, quando fundado na dissolução irregular da pessoa jurídica executada
ou na presunção de sua ocorrência, pode ser autorizado contra o sócio ou o terceiro não sócio, com poderes
de administração na data em que configurada ou presumida a dissolução irregular, ainda que não tenha
exercido poderes de gerência quando ocorrido o fato gerador do tributo não adimplido, conforme art. 135,
III, do CTN.STJ. 1ª Seção.REsp 1645333-SP, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 25/05/2022 (Recurso
Repetitivo Tema 981) (Info 738).
7.1. Conceito
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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ATENÇÃO à recente alteração promovida pela LC 155/16, que estipulou receita igual ou inferior a R$
4.800.00,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais)! Vide comentários ao final.
ATENÇÃO: Com a LC 147/2014, foi estabelecido um limite em separado de receita bruta para as
microempresas e empresas de pequeno porte que realizem exportações de mercadorias ou serviços,
por meio de comercial exportadora ou da sociedade de propósito específico prevista no art. 56 da LC
123/2006. Na prática, as optantes passam a ter dois limites de idênticos valores. Um relativo às receitas
oriundas de operações realizadas no mercado interno e outro referente às exportações de
mercadorias. Assim, é possível que uma empresa mantenha legitimamente o enquadramento no Simples
Nacional mesmo obtendo receitas de até R$ 7,2 milhões, desde que R$ 3,6 milhões sejam relativos a
exportação de mercadorias e serviços e 3,6 milhões sejam auferidos no mercado interno.
A lei faz duas distinções, e elenca empresas que NÃO poderão participar do SIMPLES em nenhuma
hipótese, de outras que só poderão gozar dos benefícios não-tributários:
a) Vedação Total
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
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IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de
outra empresa não beneficiada por esta Lei Complementar, desde que a receita
bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;
V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica
com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata
o inciso II do caput deste artigo;
VI - constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo;
VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica;
VIII - que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de
desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e
investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos,
valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros
privados e de capitalização ou de previdência complementar;
IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de
desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-
calendário anteriores;
X - constituída sob a forma de sociedade por ações.
XI - cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o contratante do
serviço, relação de pessoalidade, subordinação e habitualidade.
b) Vedação Parcial
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V - que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, ou com as
Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja
suspensa;
VI - que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros,
exceto quando na modalidade fluvial ou quando possuir características de
transporte urbano ou metropolitano ou realizar-se sob fretamento contínuo em
área metropolitana para o transporte de estudantes ou trabalhadores; (Redação
dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) (Produção de efeito)
VII - que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora de energia
elétrica;
VIII - que exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis e
motocicletas;
IX - que exerça atividade de importação de combustíveis;
X - que exerça atividade de produção ou venda no atacado de:
a) cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições e
pólvoras, explosivos e detonantes;
b) bebidas a seguir descritas: Atenção às alterações da LC 155/16!
1 - alcoólicas;
2. (Revogado);
3. (Revogado);
4 - cervejas sem álcool;
XI - (Revogado);
XII - que realize cessão ou locação de mão-de-obra;
XIII - (Revogado);
XIV - que se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis.
XV - que realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando se referir
a prestação de serviços tributados pelo ISS.
XVI - com ausência de inscrição ou com irregularidade em cadastro fiscal federal,
municipal ou estadual, quando exigível.
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b) Exclusão de Ofício: Ocorre na forma regulamentada pelo comitê gestor, nas seguintes hipóteses:
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relacionados especificamente.
Segundo o art. 41 do Estatuto (com a redação dada pela LC 128/2008), os processos relativos a
impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional serão ajuizados em face da União, que será
representada em juízo pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional PGFN.
A atuação judicial dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios em matéria concernente ao
Simples Nacional ficou restrita à celebração de convênio entre os mesmos e a PGFN, delegando àqueles a
inscrição em dívida ativa estadual e municipal e a cobrança judicial do ICMS e ISS inseridos na sistemática,
e da mera prestação de auxílio à própria PGFN, em relação aos tributos de sua competência, na forma a
ser disciplinada por ato do Comitê Gestor.
Excetuam-se do âmbito de atuação exclusiva da PGFN, além dos casos decorrentes dos convênios
acima citados, apenas as seguintes hipóteses:
Os mandados de segurança nos quais se impugnem atos de autoridade coatora pertencente a Estado,
Distrito Federal ou Município;
As ações que tratem exclusivamente de tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou
dos Municípios, as quais serão propostas em face desses entes federativos, representados em juízo
por suas respectivas procuradorias;
O crédito tributário decorrente de auto de infração lavrado exclusivamente em face de
descumprimento de obrigação acessória, uma vez que a lavratura é de competência privativa da
administração tributária perante a qual a obrigação deveria ter sido cumprida;
O crédito tributário relativo ao ICMS e ao ISS de que trata o § 16 do art. 18-A.
a) Deliberações sociais
As microempresas e as empresas de pequeno porte são desobrigadas da realização de reuniões e
assembleias em qualquer das situações previstas na legislação civil, as quais serão substituídas por
deliberação representativa do primeiro número inteiro superior à metade do capital social, SALVO se houver
disposição contratual em contrário, caso ocorra hipótese de justa causa que enseje a exclusão de sócio ou
caso um ou mais sócios ponham em risco a continuidade da empresa em virtude de atos de inegável
gravidade.
Os empresários e as sociedades de que trata esta Lei Complementar, nos termos da legislação civil,
ficam dispensados da publicação de qualquer ato societário.
b) Nome Empresarial
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sociedade.
PRINCIPAIS INOVAÇÕES:
a) Aumento do teto da receita-bruta para que a empresa possa ser considerada como de pequeno porte (a
partir de 2017):
b) Ampliação do conceito de Microempreendedor Individual - MEI para adesão ao Simples, podendo o MEI
exercer atividades de industrialização, comercialização e prestação de serviços no âmbito rual.
c) Algumas empresas que trabalhem com bebidas alcoólicas agora poderão aderir ao Simples Nacional
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d) Investidor-anjo: É uma pessoa física ou jurídica que poderá investir na ME ou EPP aportando capital, ou
seja, fornecendo recursos para que a empresa se desenvolva e, com isso, depois ele recebe de volta esse
investimento realizado.
Esse dinheiro que o "investidor-anjo" irá repassar não integrará o capital social da empresa e não será
considerado como receita da sociedade.
IV) Remuneração do investidor-anjo: O investidor-anjo será remunerado por seus aportes, nos
termos do contrato de participação, pelo prazo máximo de 5 anos. Ao final de cada período,
o investidor-anjo fará jus à remuneração correspondente aos resultados distribuídos,
conforme contrato de participação. Esta remuneração não poderá ser superior a 50% dos
lucros da ME ou EPP.
I) Exercício do direito de resgate: O investidor-anjo somente poderá exercer o direito de resgate
depois de decorridos, no mínimo, 2 anos do aporte de capital, ou prazo superior estabelecido
no contrato de participação, e seus haveres serão pagos na forma do art. 1.031 do Código
Civil, não podendo ultrapassar o valor investido devidamente corrigido.
I) Transferência da titularidade do aporte: O investidor-anjo poderá transferir a titularidade do
aporte para terceiros. Dependerá do consentimento dos sócios, se for para terceiro alheio à
sociedade.
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
SEMANA 10/18
* Atenção: Caso os sócios desejem vender a empresa o investidor-anjo terá direito de preferência na
aquisição e direito de venda conjunta da titularidade do aporte de capital, nos mesmos termos e
condições que forem ofertados aos sócios regulares.
e) Parcelamento de débitos: As empresas que estejam em débito com o Simples possam parcelar essas
dívidas em até 120 meses. O parcelamento abrange débitos que tenham vencido até maio de 2016 e inclui
créditos tributários já constituídos ou ainda não, com exigibilidade suspensa ou não parcelados ou não
inscritos ou não em dívida ativa, que já estejam sendo cobrados em execução fiscal ou ainda não.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
302
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
SEMANA 10/18
CPP
Art. 312 e 313, III
Art. 322
Art. 581, V
CP
Art. 44, §2º
Art. 45, §1º e 2º
Art. 129, §9º
Art. 138 a 140 (os crimes contra a honra configuram violência moral contra a mulher)
Art. 330
Lei 11.340/06
Art. 5º e Art. 7º
Art. 8º, §4º
Art. 9º, §4º a §8º
Art. 10-A (importantíssimo)
Art. 11, 12 e 12-C (importantíssimos)
Art. 14-A
Art. 16 e 17 (importantíssimos)
Art. 18 e 19
Art. 20
Art. 22, VI e VII
Art. 24-A (importantíssimo)
Art. 38-A
303
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
SEMANA 10/18
Art. 41
CPP
Art. 312 e 313, III, CPP
Art. 322, CPP
304
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
SEMANA 10/18
CPP:
Art. 92 a 124-A
Art. 351 a 371
Art. 381 a 393
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES NÃO DEIXE DE LER!
CPP
Art. 95, 96, 100
Art. 104 a 107
Art. 118, 120, 122 e 124-A
Art. 125 a 127
Art. 131, 133 e 133-A
Art. 134, 136, 141 e 144-A
Art. 145, 147, 148 e 149
Art. 351, 353, 361, 362, 366 e 367
Art. 383 e 385
305
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
SEMANA 10/18
Súmula 415-STJ: O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena
cominada.
Súmula 366-STF: Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal, embora não
transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia.
Súmula 351-STF: É nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da federação em que o juiz
exerce a sua jurisdição.
306
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
SEMANA 10/18
CF/88
Art. 183, §3º e 191, §único
CÓDIGO CIVIL
Art. 516
Art. 1196 ao 1224
Art. 1225 ao 1227
Art. 1228 ao 1259
Art. 1260 ao 1313
Art. 1314 ao 1377
Art. 1378 ao 1510-E
CÓDIGO CIVIL
Art. 1193 a 1209 (importantíssimo)
Art. 1210, 1212
Art. 1214 a 1222 (importantíssimo)
Art. 1225 a 1227
Art. 1228 e 1229
Art. 1238 a 1244
Art. 1248 e 1254
Art. 1260 a 1262
Art. 1267 e 1268
Art. 1275
Art. 1314 a 1320
Art. 1358-A a 1358-U (inovação legislativa recente)
Art. 1361, 1365, 1366 e 1368
Art. 1368-C a 1368-F (inovação legislativa recente)
307
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
SEMANA 10/18
308
PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
SEMANA 10/18
309