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TIPOLOGIA Textual
Tipologia Textual
Texto Narrativo - consiste em evidenciar fatos experienciados e desenvolvidos por certos personagens em um dado tempo
e
espaço.
Texto Descritivo – consiste em representar verbalmente um objeto, uma pessoa, um lugar, mediante a indicação de
características, de pormenores
individualizantes.
Texto argumentativo – consiste em apresentar ideias, analisá-las, defender um ponto de vista sustentado por argumentos
lógicos que tendem a convencer o
leitor/interlocutor.
Texto Injuntivo – consiste em exprimir uma ordem ou pedido de execução ou não execução de uma determinada
ação.
- argumentativo
Miguel Reale
Estrutura da sentença: - * preâmbulo (descrição) - Relatório (narrativo) - Motivação (argum.) - Dispositivo (injuntivo)
BULA DE REMÉDIO
ROMANCE
ETC.
• Sequência de fatos
Luiz Ignácio da Costa Filho, ora recorrido, ajuizou ação de indenização por danos morais em face do Hospital São Miguel,
objetivando o recebimento de quantia equivalente a 2.000 (dois mil) salários mínimos, “tendo em vista todo o sofrimento
experimentado pelo autor desde o início do sofrimento de seu filho, advindo da mal sucedida cirurgia, que culminou na
hemorragia interna, causadora da morte da criança” (fl. 05).
O Juízo Monocrático julgou parcialmente procedente o pedido inicial e condenou a ré ao pagamento da importância
equivalente a 1.000 (hum mil) salários mínimos à época do efetivo desembolso. Irresignados, o Hospital São Miguel e a
Associação São Miguel, instituição filantrópica e sua mantenedora, apelaram ao Eg. Tribunal de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro, o qual, por maioria, negou provimento ao apelo. [...] Narração
O juízo de mérito é um dos exames pelo qual o recurso deve se sujeitar. Por esse juízo que será apreciado o fundamento da
impugnação, para que a acolha, caso esteja fundada, ou a rejeite, caso não esteja. O art. 932, inciso III, do Código de
Processo traz a hipótese de inadmissão do recurso que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão
recorrida. Nessa hipótese, pode-se dizer que há uma análise superficial do juízo de mérito, uma vez que se analisam os
fundamentos da decisão recorrida, sem que se antecipe o julgamento dela. Descrição
O princípio do estado de inocência ou, como preferem, da presunção de inocência, previsto na Constituição Federal de
1988 (art. 5.º, LVII), determina, antes de a sentença condenatória transitar em julgado, a impossibilidade de se impor ao
acusado de um crime qualquer medida de coação pessoal ao seu direito de liberdade, que se revista de característica de
execução de pena. Proíbe-se a denominada “pena antecipada”, exceção às providências de natureza cautelar (prisão em
flagrante, preventiva e temporária). Nesse sentido: TJSP, HC n. 79.434. (Damásio de Jesus) Descrição
A apelação possui efeito suspensivo e devolutivo, por força do art. 1.012, caput e art. 1.013, caput, ambos do CPC. Não há
um consenso na doutrina e na jurisprudência acerca dos efeitos serem automáticos ou necessitarem de manifestação. Os
parágrafos do art. 1.012 não deixam isso claro, uma vez que no § 1° se diz que, nos casos expressos, os efeitos começam a
produzir imediatamente após a publicação da sentença. Entretanto, o § 3° diz que a concessão do efeito suspensivo nas
hipóteses do § 1° poderá ser formulado por requerimento dirigido ao tribunal ou ao relator. Argumentação
Parte
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA ___ DA COMARCA ___ (art. 319, I do CPC)
_________________________________________________________________
___________________________________________________
_________________________________________________________________
___________________________________________________
1__________________________;
2__________________________.
Nesses termos,
Pede deferimento.
Emerj
O que ocorre, na verdade, é uma classificação que considera a predominância das características de um tipo de produção
textual em detrimento dos demais, menos evidentes, mas não menos importantes.
EXERCÍCIO
O apelado moveu Ação de Execução por Quantia Certa em face dos ora apelantes, fundando-se na existência de um
contrato de locação firmado com Antônio Claudio (autos em apenso).
Em tal ação, consta uma planilha de débitos em que se encontram discriminados os valores supostamente devidos pelos
apelantes, planilha essa que será adiante questionada.
Existem relevantes pontos que não podem ser deixados à margem da apreciação deste D. Juízo:
EXERCÍCIO
Fragmento 2
O "rol familiar" constante da Lex Fundamentalis brasileira não é exaustivo. O legislador se limitou a citar expressamente as
hipóteses mais usuais, como a família monoparental e a união estável entre homem e mulher. Todavia, a tônica da
proteção não se encontra mais no matrimônio, mas sim na família. O afeto terminou por ser inserido no âmbito de
proteção jurídica. Como afirma Zeno Veloso, "num único dispositivo o constituinte espancou séculos de hipocrisia e
preconceito".
EXERCÍCIO
Fragmento 3
Uma pessoa trafegava com sua moto em alta velocidade por uma avenida, a mais ou menos 100 km/h. Essa avenida fica
dentro de um bairro movimentado e cheio de sinais. O condutor estava drogado e totalmente alcoolizado, sem qualquer
condição de discernir e reagir a eventos que ocorressem na pista.
EXERCÍCIO
Fragmento 4
"De acordo com a inicial de acusação, ao amanhecer, o grupo passou pela parada de ônibus onde dormia a vítima.
Deliberaram atear-lhe fogo, para o que adquiriram dois litros de combustível em um posto de abastecimento. Retornaram
ao local e enquanto Eron e Gutemberg despejavam líquido inflamável sobre a vítima, os demais atearam fogo, evadindo-se
a seguir.
Três qualificadoras foram descritas na denúncia: o motivo torpe porque os denunciados teriam agido para se divertir com a
cena de um ser humano em chamas, o meio cruel, em virtude de ter sido a morte provocada por fogo e uso de recurso que
impossibilitasse a defesa da vítima, atacada enquanto dormia.
EXERCÍCIO
Fragmento 5
O Assédio moral, ou seja, a exposição prolongada e repetitiva do trabalhador a situações humilhantes e vexatórias no
trabalho, atenta contra a sua dignidade e integridade psíquica ou física. De modo que é indenizável, no plano patrimonial e
moral, além de permitir a resolução do contrato ("rescisão indireta"), o afastamento por doença de trabalho e, por fim,
quando relacionado à demissão ou dispensa do obreiro, a sua reintegração no emprego por nulidade absoluta do ato
jurídico.
EXERCÍCIO
Fragmento 6
Segundo o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, a palavra "assédio" significa "insistência impertinente, perseguição,
sugestão ou pretensão constantes em relação a alguém". [...]
Segundo a médica Margarida Barreto, médica do trabalho e ginecologista, assédio moral no trabalho é "a exposição dos
trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de
trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que
predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou
mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a
desistir do emprego".
Importância do raciocínio jurídico e da problematização científica para os concursos (particularmente segunda fase e
prova de sentença), tanto quanto o domínio do conteúdo de direito material e processual.
A pergunta é: qual a aplicabilidade desse conteúdo para a qualificação do raciocínio jurídico e melhorar o desempenho em
concursos.
CASO CONCRETO
Agentes policiais militares à paisana, à noite, fora do horário de trabalho, em veículos particulares e usando armamento
privado DESCRIÇÃO, dirigem-se a uma comunidade composta de pessoas de baixa renda e, lá, em ação coordenada,
efetuam disparos de arma de fogo, vindo a matar friamente várias pessoas inocentes.
Os crimes, conforme apurado, foram cometidos como retaliação contra medidas rigorosas tomadas pela Administração
Pública para punir policiais militares que haviam cometido desvios de conduta. Dentre as vítimas está um rapaz de 25 anos
de idade, morto quando se deslocava do trabalho para casa.
A mãe, a irmã e a tia-avó da vítima, que com ela moravam, propõem ação indenizatória em face do Estado. Devem ser
julgados procedentes os pedidos?
PROFESSOR NELSON TAVARES
PROBLEMATIZAÇÃO
• Seguiremos a jurisprudência clássica (eles não são agentes – Estado não tem responsabilidade civil)
• Ou consideraremos que a motivação do indivíduo é o determinante para definir se atuam como agentes do Estado ou
não
• Modalização – contrária ao Estado => diante da divergência doutrinária, a expectativa da banca era de condenar o
Estado
CASO CONCRETO
Qual o papel da descrição inicial do contexto dos PMs em uma questão que tem exatamente a caracterização dos policiais
como agentes / não agentes como questão central?
É possível reduzir a discussão motivada pelo caso concreto a uma pergunta? (raciocínio científico)
Vamos fazer um percurso de construção do raciocínio jurídico por meio da tipologia textual?
Lembro que nosso objetivo não é enfrentar o direito material em si, mas se instrumentalizar com ele para enfrentar o
conteúdo pertinente!
É necessário definir o instituto no início da questão? Responsabilidade civil do Estado – o que é?
Responsabilidade civil do Estado é o dever jurídico sucessivo que a Administração Pública tem de indenizar os danos
patrimoniais ou morais que seus agentes, atuando nesta qualidade, causarem a terceiros.
Art. 37, § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão
pelos danos que seus agentes, NESSA QUALIDADE, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.
Art. 43, CC - As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa
qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte
destes, culpa ou dolo.
A responsabilidade objetiva descarta a existência de culpa e sustenta que para ser possível a reparação deve haver
apenas nexo causal e dano.
É necessário DIZER na resposta que a responsabilidade é objetiva? É necessário ARGUMENTAR por qual motivo?
Apesar de não haver indicação expressa na lei de que se trata de responsabilidade objetiva, Doutrina e Jurisprudência
assim entendem de forma pacífica.
Sugestão de RACIOCÍNIO ARGUMENTATIVO: o dispositivo (art. 37, §6º, CRFB) exige dolo ou culpa para que o agente público
responda regressivamente, mas não faz essa mesma exigência para que o Estado tenha que indenizar. Logo, interpreta-se
que a exigência de dolo ou culpa é unicamente para a ação regressiva.
Quem pleiteia indenização, em casos como este, terá que provar três elementos:
b) dano;
O Estado poderá eximir-se do dever de indenizar caso prove Não admite excludentes de responsabilidade.
alguma causa excludente de responsabilidade: a) caso
Mesmo que o Estado prove haver uma das excludentes
fortuito ou força maior;
de responsabilidade, será condenado a indenizar de
b) Fato exclusivo da vítima; qualquer forma.
É adotada como regra no Direito brasileiro. É adotada no Direito brasileiro, de forma excepcional. A
doutrina diverge sobre quais seriam essas hipóteses.
Esse rol que estabelece as exceções à teoria do risco administrativo é taxativo ou exemplificativo?
São poucas as hipóteses já estabelecidas pela jurisprudência (dano ambiental, dano nuclear, terrorismo, etc.), mas
recentemente o STJ trouxe uma decisão desestabilizadora:
Quais os fundamentos?
Sendo omissiva a conduta do agente estatal, o raciocínio anterior mantém-se argumentativamente o mesmo?
Na doutrina, ainda hoje, a posição Na jurisprudência do STF, contudo, tem ganhado força nos últimos
majoritária é a de que a responsabilidade anos o entendimento de que a responsabilidade civil nestes casos
civil do Estado em caso de atos omissivos é também é OBJETIVA. Isso porque o art. 37, §6º, da CF/88 determina a
SUBJETIVA, baseada na teoria da culpa responsabilidade objetiva do Estado sem fazer distinção se a conduta é
administrativa (culpa anônima). comissiva (ação) ou omissiva. Não cabe ao intérprete estabelecer
distinções onde o texto constitucional não o fez.
Explicação resumida
Deve-se fazer, no entanto, uma advertência: para o STF, o Estado responde de forma objetiva pelas suas omissões, se
houver nexo de causalidade entre essas omissões e os danos sofridos pelos particulares e se o Poder Público tinha o dever
legal específico de agir para impedir o evento danoso e mesmo assim não cumpriu essa obrigação legal.
Assim, o Estado responde de forma objetiva pelas suas omissões, desde que ele tivesse obrigação legal específica de agir
para impedir que o resultado danoso ocorresse. A isso se chama de "omissão específica" do Estado. (STF. Plenário. RE
677139 AgR-EDv-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 22/10/2015).
Caberia desenvolver mais a resposta pela estratégia do “e se...”? Discussão sobre extrapolação!
Exemplo: não haverá responsabilidade civil das empresas de ônibus por roubo a coletivo. E se o autor do crime entrou no
ônibus porque o motorista parou fora do ônibus?
Caso específico: cidade do Rio de Janeiro.
E se esses roubos forem excessivamente recorrentes? Fortuito externo => Fortuito interno
E se a empresa não adotar qualquer medida de segurança contra roubos em seus veículos?
SIM. A CF/88 determina que o Estado se responsabiliza pela integridade física do preso sob sua custódia: Art. 5º, XLIX,
CRFB: é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
Logo, o Poder Público poderá ser condenado a indenizar pelos danos que o preso venha a sofrer. Esta objetiva
SIM. A CF/88 determina que o Estado se responsabiliza pela integridade física do preso sob sua custódia: Art. 5º, XLIX,
CRFB: é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
Logo, o Poder Público poderá ser condenado a indenizar pelos danos que o preso venha a sofrer. Esta objetiva
"(...) sendo inviável a atuação estatal para evitar a morte do preso, é imperioso reconhecer que se rompe o nexo de
causalidade entre essa omissão e o dano. Entendimento em sentido contrário implicaria a adoção da teoria do risco
integral, não acolhida pelo texto constitucional (...)".
Resumindo...
• Em regra: o Estado é objetivamente responsável pela morte de detento. Isso porque houve inobservância de seu dever
específico (conduta omissiva) de proteção, previsto no art. 5º, inciso XLIX, da CRFB/88.
• Exceção: o Estado poderá ser dispensado de indenizar se ele conseguir provar que a morte do detento não podia ser
evitada. Nesse caso, rompe-se o nexo de causalidade entre o resultado morte e a omissão estatal.
Resumindo...
• Em regra: o Estado é objetivamente responsável pela morte de detento. Isso porque houve inobservância de seu dever
específico (conduta omissiva) de proteção, previsto no art. 5º, inciso XLIX, da CRFB/88.
• Exceção: o Estado poderá ser dispensado de indenizar se ele conseguir provar que a morte do detento não podia ser
evitada. Nesse caso, rompe-se o nexo de causalidade entre o resultado morte e a omissão estatal.
(STF. Plenário. RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 30/3/2016 - repercussão geral / Info 819).
Exercício
1) Imagine que um detento esteja doente e precisa de tratamento médico. Ocorre que esse tratamento não lhe foi
oferecido de forma adequada pela administração penitenciária. Há claramente uma violação ao art. 14, da LEP. Nesse caso,
se o preso falecer, o Estado deverá ser responsabilizado ou não?
SIM, considerando que houve uma omissão específica e o óbito era plenamente previsível.
2) Suponha, agora, que o preso esteja bem e saudável e, sem qualquer sinal anterior, sofra um mal súbito no coração e cai
morto instantaneamente no pátio do presídio. Nesta segunda hipótese, o Poder Público deverá ser responsabilizado por
essa morte?
NÃO, uma vez que não houve omissão estatal e este óbito teria acontecido mesmo que o preso estivesse em liberdade.
Exercício
1) Imagine que um detento esteja doente e precisa de tratamento médico. Ocorre que esse tratamento não lhe foi
oferecido de forma adequada pela administração penitenciária. Há claramente uma violação ao art. 14, da LEP. Nesse caso,
se o preso falecer, o Estado deverá ser responsabilizado ou não?
SIM, considerando que houve uma omissão específica e o óbito era plenamente previsível.
2) Suponha, agora, que o preso esteja bem e saudável e, sem qualquer sinal anterior, sofra um mal súbito no coração e cai
morto instantaneamente no pátio do presídio. Nesta segunda hipótese, o Poder Público deverá ser responsabilizado por
essa morte?
NÃO, uma vez que não houve omissão estatal e este óbito teria acontecido mesmo que o preso estivesse em liberdade.
Exercício
1) Imagine que um detento esteja doente e precisa de tratamento médico. Ocorre que esse tratamento não lhe foi
oferecido de forma adequada pela administração penitenciária. Há claramente uma violação ao art. 14, da LEP. Nesse caso,
se o preso falecer, o Estado deverá ser responsabilizado ou não?
SIM, considerando que houve uma omissão específica e o óbito era plenamente previsível.
2) Suponha, agora, que o preso esteja bem e saudável e, sem qualquer sinal anterior, sofra um mal súbito no coração e cai
morto instantaneamente no pátio do presídio. Nesta segunda hipótese, o Poder Público deverá ser responsabilizado por
essa morte?
NÃO, uma vez que não houve omissão estatal e este óbito teria acontecido mesmo que o preso estivesse em liberdade.
Esta é a resposta “seca”! Como seria fundamentada a sua resposta em cerca de 25 linhas? (trajetória argumentativa)
No entanto, aqui também, como se adota a teoria do risco administrativo, o Estado poderá provar alguma causa
excludente de responsabilidade.
Assim, nem sempre que houver um suicídio, haverá responsabilidade civil do Poder Público.
O Min. Luiz Fux exemplifica seu raciocínio com duas situações: • Se o detento que praticou o suicídio já vinha apresentando
indícios de que poderia agir assim, então, neste caso, o Estado deverá ser condenado a indenizar seus familiares. Isso
porque o evento era previsível e o Poder Público deveria ter adotado medidas para evitar que acontecesse.
• Por outro lado, se o preso nunca havia demonstrado anteriormente que poderia praticar esta conduta, de forma que o
suicídio foi um ato completamente repentino e imprevisível, neste caso o Estado não será responsabilizado porque não
houve qualquer omissão atribuível ao Poder Público.
Outro parâmetro é a maneira como o preso se suicidou? Usou cordas (falta prevista na LEP) para se enforcar? A
administração penitenciária permitiu que entrasse veneno por causa de uma fiscalização falha?
raciocínio científico
raciocínio científico
raciocínio científico
raciocínio científico
Essa é uma questão tão estruturante que necessita que retornemos ao início da trajetória, ou seja, vamos definir o que
é “estado de coisas inconstitucional”
ESTUDO DO PARÁGRAFO
A essa ideia se agregam outras ideias, secundárias, que serão desenvolvidas no decorrer de sua produção, servindo para
completar, explicar, comentar e rever a ideia-núcleo.
O tópico frasal é a oração que introduz a ideia central que será desenvolvida no parágrafo, seja em texto dissertativo,
descritivo ou narrativo.
É uma maneira prática e eficiente de estruturar um parágrafo, por expor, já de início, a ideia que o autor do texto quer
passar, sendo reforçada pelos períodos subsequentes.
O tópico frasal geralmente vem no início do parágrafo (não é uma regra) e pode aparecer sob diferentes formas.
O autor do texto faz uma declaração forte, capaz de surpreender o leitor, afirmando ou negando algo de início e, em
seguida, justifica e comprova a afirmação com os seus argumentos, sejam estes comparações, exemplos, testemunhos de
autores, dentre outros.
Exemplo: “É um grave erro a liberação da maconha. Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado
perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de
viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda.”
PROFESSOR NELSON TAVARES
POR DEFINIÇÃO
Uma forma simples e muito usada, a definição possui característica didática e deve ser usada para institutos novos ou para
conceitos usados de maneira diversa do usual.
Exemplo: definição de “propriedade” (“... o próprio direito exclusivo ou o poder absoluto e exclusivo que, em caráter
permanente, se tem sobre a coisa que nos pertence”- De Plácido e Silva, p. 1115).
Será que essa definição, após a Constituição Federal de 1988, continua adequada? Observe o que diz a Constituição:
Art. 170, CRFB: a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar
a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
• (...)
• II – propriedade privada;
Assim, o conceito de “propriedade” deixou de ser objetivo e passou a ser subjetivo, a partir do momento em que se avalia a
sua função social. Tal mudança de paradigma se deve a alterações sociais, econômicas e outras havidas por exigência de
uma nova realidade.
POR CONTRASTE
Exemplo: “De um lado, detentos amontoados em condições deploráveis, insalubres e desumanas. De outro, pacientes sem
leitos, sem medicamentos, sem recursos para a realização de exames. É este o paradoxo que vive hoje o Brasil quando
discute se a superpopulação carcerária deve motivar a indenização por danos morais de detentos cujos direitos
fundamentais foram violados”.
POR INTERROGAÇÃO
A pergunta serve para despertar a atenção do leitor para o tema, sendo respondida ao longo da argumentação.
Exemplo: “Será que é com novos impostos que a saúde melhorará no Brasil? Os contribuintes já estão cansados de tirar
dinheiro do bolso para tapar um buraco que parece não ter fim (…)”.
Observação: de maneira alguma “chute” fatos históricos ou estatísticos dos quais não haja certeza (científica), sob pena de
a estratégia ser frustrada.
Um tema para o qual o tópico frasal por alusão histórica seria bastante eficiente é a autorização para a realização do
aborto terapêutico.
O Brasil já teve embates anteriores sobre esse tema e as consequências advindas das escolhas feitas no passado estão
presentes hoje para serem avaliadas e iluminar o futuro.
POR CITAÇÃO
Inicia-se o parágrafo com a citação de alguma frase interessante dita por algum autor renomado.
Exemplo: “Todo brasileiro é mestiço. Se não no sangue, nas ideias. A observação é de Sílvio Romero e foi feita há cerca de
um século. De fato, o material de que se alimenta a vida espiritual de todos os brasileiros provém de fontes étnicas muito
diversas e misturadas. Tradições culturais europeias se cruzam com raízes africanas e matrizes indígenas antes de
receberem influências asiáticas – sobretudo através da imigração japonesa. Portanto, discutir a questão das cotas apenas
pelo viés das ações afirmativas, sem uma contextualização cultural, é erro muito grave”.
Inicia-se o parágrafo com uma série de frases nominais (sem verbo). É um tipo de tópico frasal bastante expressivo.
Exemplo: “Desabamento de shopping em Osasco. Morte de velhinhos em uma clínica do Rio. Meia centena de mortes em
uma clínica de hemodiálise em Caruaru. Chacina de sem-terra em Eldorado dos Carajás. Muitos meses já se passaram, e
esses fatos continuam impunes, comprovando a máxima de que, no Brasil, a impunidade alimenta o crime”.
ILUSTRAÇÃO
Inicia-se o parágrafo com um fato para ilustrar o tema. Exemplo: “Na mesma semana em que morreu Ayrton Senna,
morreu atropelada no Rio, mais precisamente na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca, uma empregada doméstica
chamada Rosilene. Durante uma hora, os carros passaram por cima de seu corpo, a ponto de só ser reconhecida através
das impressões digitais que restaram. O Brasil inteiro chorou a morte de Senna, mas poucos souberam do fim trágico de
Rosilene. Este é bem o retrato do país que habitamos. Somos cada dia mais dois Brasis. Um, dos ricos e famosos, que faz
uma nação inteira chorar ou, pelo menos, interessar-se pelo caso. Outro, o dos miseráveis, cujas vidas não interessam a
ninguém”.
PROFESSOR NELSON TAVARES
Omite-se do leitor a identificação do tema do parágrafo, criando suspense nas primeiras linhas.
Exemplo: “Esta palavra já virou uma das principais bandeiras da juventude. Com certeza, não é algo que se refira somente
à política ou às grandes decisões do Brasil e do mundo. Ela deveria pautar a conduta do ser humano em todos os seus
aspectos, pois, sem ela, a convivência em sociedade se transformaria em um caos. Infelizmente, existem espalhados por aí
centenas de milhares que fazem pouco caso dela: a ética. E, entre estes, estão muitos políticos”.
De acordo com o artigo 14, da lei 10.826/03 "Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder,
ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou
munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar, Pena – reclusão, de
2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa".
No caso concreto a defesa pleiteia a absolvição pela atipicidade da conduta, com base na ausência da lesividade, pois
entende que não houve lesão ou perigo de lesão ao portar carregadores 9mm sem a devida arma de fogo, desta forma, não
ocasionando nenhum dano social lesivo.
Desse modo, a jurisprudência e a doutrina são unânimes a entender que a conduta do artigo 14 da lei 10.826/06
configura crime de perigo abstrato ou mera conduta sendo dispensável o uso ou não arma de fogo. A referida lei assegura a
proteção da incolumidade pública, assim, a prática de qualquer dos verbos elencados no caput do artigo 14 tem presunção
de lesividade presumida afastando a tese defensiva de atipicidade material pela ausência de lesividade.
Trata-se de ação penal com incidência do artigo 155,§ 1º, Código Penal ( CP ) onde o acusado durante o repouso noturno
levantou a porta do Restaurante Explosão de Sabor para entrar no estabelecimento e furtar em proveito R$4.15 em
moedas, 01 garrafa de Coca-Cola, 02 garrafas de cerveja e 01 garrafa de pinga , totalizando R$29,15 ( vinte e nove reais e
quinze centavos ). O acusado assim que saiu do estabelecimento comercial fora abordado por policiais que ao realizarem
busca pessoal localizaram os produtos objetos do furto em questão.
Conforme, vetores do Supremo Tribunal Federal ( STF ) quanto a possibilidade de aplicação do princípio da
insignificância, podemos elencar quatro pilares , quais sejam: ausência de periculosidade social; reduzida reprovabilidade
do comportamento; mínima ofensividade da conduta; ínfima lesão jurídica.
É sabido que o STF vem posicionando-se no sentido de observar as circunstâncias objetivas em que se deu a prática
delituosa e não somente os requisitos inerentes ao agente, entendimento este trazido em julgado no HC 112.400/RS.
Ademais, não houve acréscimo no patrimônio do acusado em detrimento da vítima, destacando-se ainda a
irrelevância quanto ao valor avaliado que são de R$29,15 ( vinte e nove reais e quinze centavos ).
Dessa forma, como o princípio da bagatela exclui a tipicidade material e após analisar o caso concreto e espelhando
este ao entendimento do STF, deve-se aplicar o princípio da insignificância ao caso concreto por ausência da tipicidade
material ao caso em tela.