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RESUMO N2 – TORIA DA ARGUMENTAÇÃO E HERMENÊUTICA

21/04/21 - Elementos do Texto Argumentativo

→ Qual o Objetivo?
 Defender uma tese (ponto de vista) compatível com o interesse da parte que o advogado representa.
→ Como o fato é tratado?
 O fato (informação) narrado é aqui retomado com o status de elemento de persuasão; é um elemento de prova com o
qual defende a tese.
→ Qual o tempo verbal utilizado?

 Presente: tempo verbal mais adequado para sustentar o ponto de vista.


 Ex.: o autor deve ser indenizado por seu empregador.
 Pretérito: deve ser usado para retomar os fatos (provas / indícios) relevantes da narração, com os quais defenderá
a tese.
 Ex.: o autor deve ser indenizado por seu empregador porque sofreu um acidente no local de trabalho;
 Futuro: deve ser usado ao desenvolver as hipóteses argumentativas.
 Ex.: o trabalhador deve receber o benefício do INSS, pois, caso contrário, não terá como se sustentar.
→ Qual a pessoa do discurso?
 3ª pessoa.
→ Como os fatos são organizados?
 Os fatos e as ideias são organizados em ordem lógica, ou seja, da maneira mais adequada para alcançar a persuasão
interlocutor.
→ Quais são os elementos constitutivos?
 Antes de redigir uma argumentação consistente, tente refletir sobre, pelo menos, as seguintes questões:
a) Qual o fato gerador do conflito?
b) qual a tese que será defendida?
c) com que fatos sustentarão essa tese?
d) Que tipos de argumento deverão utilizar?
→ Qual a natureza do texto?
 O texto argumentativo tem função persuasiva por excelência.
→ Quanto à parcialidade...
 Não há como defender uma tese sem adotar um posicionamento. Toda argumentação é cercada de valor.
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28/04/2021 - Argumentação jurídica

 Convencimento de forma lógica para convencer o interlocutor.


 Trabalha a arte da persuasão.
 Argumentos são ideias lógicas relacionadas entre si e com o propósito de esclarecer e resolver determinada situação.
 Com o objetivo de decidir sobre algo.
 Não só a decisão judicial em si, mas tudo que cerca, da produção à dogmática, passando pela aplicação.

→ Da produção de Normas: aquele que se atém à fase legislativa. Todos os recursos de produção legislativa, os
trâmites das casas legislativas, da elaboração até a redação da lei. Como se insere o princípio na norma.
→ Da aplicação de norma: como se dará a interpretação jurídica, elucidando os hard cases (divergências legais).
Criando um padrão de aplicabilidade de maior aproveitamento.
→ Da dogmática jurídica: órgãos judiciários em que há a aplicação cria-se critérios auxiliares. Ex.: quando um costume
vira norma, como o cheque pré-datado.

Principais tipos de argumento jurídico:

 ARGUMENTO DE SENSO COMUM – É aquele que invoca princípio genérico, indiscutível, conhecido por toda a
sociedade. Com efeito reduzido, é necessário sua utilização com outro para fortalecer o argumento.
 Todo mundo tem direito à saúde – é genérico.

 ARGUMENTO POR ANALOGIA – aparece principalmente no uso das decisões jurisprudenciais e baseia-se no princípio
de que a justiça deve tratar de maneira semelhante situações idênticas. Uso de jurisprudência.

 ARGUMENTO A CONTRÁRIO SENSO – é aquele que concede a uma proposição interpretação inversa.Todo mundo tem
direito a saúde. Nem todo mundo tem direito a saúde.

 ARGUMENTO POR ABSURDO – “Refuta uma asserção, mostrando-lhe a falta de cabimento ao contrariar a evidência”.
Usado em júri, nas audiências.
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 ARGUMENTO POR EXCLUSÃO– Propõem-se várias hipóteses e vai-se eliminando uma a uma. Uma parte propõe varias
hipóteses. A própria defesa propõe varias hipóteses eliminando uma a uma. Porque eu acredito o flamengo vai ganhar
a libertadores de novo? Tem o melhor goleiro, tem o melhor atacante. Cada um deles você tem contra argumento.

 ARGUMENTO DE CAUSA E EFEITO – Relaciona conceitos de causalidade e efeito com o objetivo de evidenciar as
consequências imediatas de determinado ato (retirado das provas) praticado pelas partes. Muito utilizado em
acusações de brigas, agressões, violência doméstica. O sujeito só agrediu porque ele foi levado a cometer aquele ato.

 ARGUMENTO DE PROVA – É aquele que explora a prova testemunhal, e é tão mais persuasivo quanto maior for a
credibilidade e isenção de interesses do testemunho prestado. Ex.: eu matei uma pessoa com copo. Alguém viu que foi
aquilo que eu usei? Tem que ter uma testemunha para que se prove o fato.

 ARGUMENTO DE FUGA – É aquele que se desvia das questões principais que devem ser defendidas para buscar
sensibilização por meio de temas mais subjetivos.

 ARGUMENTO DE COERÊNCIA – É aquele que usa da asserção de que dois preceitos normativos não podem regular a
mesma situação física. Ex.: difamação e calúnia – um diferencia do outro.

 ARGUMENTO DE AUTORIDADE – é aquele que invoca lição de pessoa conhecida e reconhecida em determinada
disciplina para avaliar um posicionamento defendido na peça jurídica.

05/05/21 – Contra-argumento

 Argumento que se opõe a outro, a fim de suprimi-lo.


 Utilizar mais de um argumento, jurisprudências, doutrinas,
 A suspenção das patentes da vacinas de Covid-19 é a solução para o enfrentamento da doença e a democratização da
imunização é o caminho para o retorno a normalidade. Os países da África e America Latina corresponde a menos de
10% das doses aplicadas no mundo.
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12/05/21 - Raciocínio jurídico e silogismo judicial

→ Raciocínio jurídico: refere-se ao processo mental que segue os princípios do direito para interpretar e argumentar

algo em função das leis. Para este tipo de raciocínio, a pessoa deve recorrer à lógica e à dialética.
 Art. 2° CC.
 Interpretação e racionalização a partir da lei.
 O norte é a lei, a premissa é a lei, o que apoia um argumento? uma acusação?

→ Lógica: parte da filosofia que trata das formas do pensamento em geral (dedução, indução, hipótese, inferência etc.) e

das operações intelectuais que visam à determinação do que é verdadeiro ou não.


 Quando agente questiona uma mudança na lei, qual o motivo? Ex.: alteração da habilitação – aumentou o prazo, agora
são 10 anos. Qual o interesse do governo aumentar o prazo de anos? Interesse burocrático? Interesse econômico?

→ Dialética: debater e discutir com argumentos lógicos.

→ O que são os princípios gerais do direito?

 Os princípios gerais do direito são orientações macro ou guia teórico norteador da política e da prática jurídica. São
compostos de subjetividade e de conteúdo valorativo de característica genérica. Segundo Manoel Gonçalves, os
princípios gerais do direito vão em direção a uma situação jurídica específica.
 Legitimidade: deve existir.
 As orientações gerais servem, sobretudo, para auxiliar o intérprete na hora de encontrar soluções à aplicação das
normas. Principalmente quando elas não dão as respostas necessárias para a resolução do problema jurídico em
questão.
 Os princípios possuem tríplice função, como indica o professor Inocêncio Mártires Coelho:
 informadora para o legislado;
 normativa para os casos de lacunas; e
 interpretadora, como critério de orientação para o intérprete e para a magistratura.
 Existem lacunas – ex.: cheque pré-datado é um costume.
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→ Principais princípios gerais do Direito: os princípios gerais do direito são específicos por ramos jurídicos.

 São eles:
 Princípio do Devido Processo Legal: art. 5º, LIV, que diz que “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens
sem o devido processo legal”.
 O Estado deve preservar a vida, liberdade e propriedade do indivíduo.

 Princípio do Direito de Ação: direito fundamental na CF, art. 5º a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito.” Ex.: a policia age com abuso e viola alguns dos meus direitos fundamentais, dentro dessa
lógica temos que falar do AID 5: Excluem-se de qualquer apreciação judicial todos os atos praticados de acordo com
este Ato Institucional e seus Atos Complementares, bem como os seus respectivos efeitos.
 Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa: Art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
 Dentro dessa lógica, eu não posso acusar alguém, não posso cercear o direito a defesa.
 Princípio da dignidade da pessoa humana:

Dialética: argumentação de defesa segundo os pensadores

→ Platão - processo de diálogo debate entre interlocutores comprometidos com a busca da verdade, através do qual a
alma se eleva, gradativamente, das aparências sensíveis às realidades inteligíveis ou ideias.
→ Aristóteles - raciocínio lógico que, embora coerente em seu encadeamento interno, está fundamentado em ideias
apenas prováveis, e por esta razão traz em seu âmago a possibilidade de ser refutado.
→ Kant - raciocínio fundado em uma ilusão natural e inevitável da razão, que por isto permanece no pensamento, mesmo
quando envolvido em contradições ou submetido à refutação.
→ Marx - versão materialista da dialética hegeliana aplicada ao movimento e às contradições de origem econômica na
história da humanidade.
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Estrutura do raciocínio jurídico

→ Premissas - É possível entender que o Juiz, na sentença, desenvolve um raciocínio silogístico. A premissa maior é a
norma jurídica, norma geral de conduta.
→ Silogismo: jurídico consiste na aplicação do método lógico-dedutivo ao saber jurídico, tomando-se os direitos naturais
(ou a lei positiva racionalmente criada a partir dele) como premissa maior, o caso concreto sob análise como
premissa menor.

19/05/21

 O raciocínio jurídico pode ser definido como uma forma específica do raciocínio. Para o senso comum este tipo de
raciocínio se dá por meio de processos, muitas vezes desenvolvidos com base no relacionamento de proposições,
chamadas premissas, delas, por inferência, se tira uma terceira, chamada conclusão, e para o qual, até faz pouco
tempo, exigia-se a razão de validade dedutiva: todas as premissas deveriam ser verdadeiras.
→ Premissas: significa a proposição, o conteúdo, as informações essenciais que servem de base para um raciocínio,
para um estudo que levará a uma conclusão A conclusão é o que se conclui com a informação das premissas.
 Premissa maior: é proibida a venda de bebida alcóolica para menores.
 Premissa menor: o dono do bar vendeu.
 Conclusão: o dono do bar cometeu um crime e deve ser penalizado por isso. (conclusão verdadeira)
 Habermas dizia ser o raciocínio lógico refere-se a uma “racionalidade instrumental e se atém a um modelo dedutivo da
justificação”.
 Todos os políticos são corruptos. (Premissa falsa)
 O professor é político. (Premissa verdadeira)
 Logo, o professor é um corrupto. (Conclusão falsa)
 O principal do raciocínio jurídico é a subjetividade – problema.
 Raciocínio axiológico: diz-se de um tipo de raciocínio proposicional cuja dificuldade é encontrada na relatividade e
abstração dos conceitos usados e cuja única exigência seria a aceitação (ou convencionalismo) acerca do sentido e
significado desses conceitos e de cuja convenção depende a aceitação da verdade das premissas.
 Diz-se de um raciocínio axiológico ou, se se preferir, a racionalidade axiológica vê-se caracterizada pela subjetividade
da chamada autoconsciência.
 Conforme a Ética Administrativa desviar dinheiro público (corrupção ativa) é imoral. (Premissa verdadeira)
 “A” desviou recursos públicos. (Premissa verdadeira)
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 “A” praticou um ato imoral. (Conclusão verdadeira)


 O silogismo seria mediado devido a necessidade de se usar o raciocínio para se chegar à conclusão real.
 Seria dedutivo pelo fato de se partir de preposições universais para se chegar a uma conclusão específica.
 Necessário - depende das afirmações para se alcançar a resposra
 O silogismo jurídico é um modelo de pensamento lógico que os profissionais do direito (advogados, juízes, promotores
de justiça e etc.) executam, principalmente, durante a apresentação de pareceres criminais, por exemplo.
 Dentro do silogismo jurídico, a premissa maior é sempre a norma legal.

26/05/21 - Práticas da argumentação jurídica - Pablo Jimenez Serrano

→ Sofismo: argumento ou raciocínio deliberadamente enganoso, com aparência de verdadeiro, com o objetivo de
enganar alguém; evasiva, falácia, torcedura.
→ Persuadir: vem do latim PERSUADERE, significando “aconselhar, dar conselhos, fazer acreditar, levar a uma opinião”.
Note-se não existir nada de constrangimento em “dar conselhos”, pois o aconselhado pode seguir, ou não, a suges tão
recebida. Observe-se ainda, no sentido de “acreditar”, “induzir a crer”, não se pensar em CONHECIMENTO ou SABER.
“Opinião” também não implica em adesão irremediável à Verdade, mas, apenas uma tendência em certa direção.
 Verdade processual: aquela que se monta no processo.
 Verdade factual:
→ Convencer: contém o verbo “vencer”. Isso dá à palavra a ideia de combate, luta, disputa. O “convencido” foi, antes de
mais nada, “vencido”. Vencido pala argumentação, pela demonstração da Verdade do nosso ponto de vista. Está
“obrigado” moralmente a atuar de acordo com sua convicção.
 O fato de estar “convicto” implica ainda em CERTEZA, SABER, CONHECIMENTO, VERDADE e DEVER DE AGIR de acordo com
a Inteligência.
 Persuadir = ter provas.
 Três alvos do processo persuasivo:
1. Vontade;
2. Sensibilidade; e
3. Inteligência.

 Cabe ao advogado apresentar o mundo possível mais favorável.


 Parcialidade
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 A vontade do interlocutor desempenha um papel relevante no processo persuasivo. Saber quem ele é, o que ele quer
ou espera é determinante no momento de traçar uma estratégia.
→ 1. Princípio da Simplificação e do inimigo único:
 Simplifique não diversifique, escolha um inimigo por vez. Ignore o que os outros fazem, concentre-se em um até acabar
com ele. Logo, adote uma única ideia, um único Símbolo. Individualize o adversário num único inimigo. Reúna os
diversos adversários numa categoria. Os adversários hão de constituir-se numa suma individualizada.

→ 2. Princípio do Contágio:
 Divulgue a capacidade de contágio que este inimigo tem.
 Coloque um ente perfeito: ideologia, forma de vida, sistema social e mostre como o presente e o futuro estão sendo
contaminados e ameaçados pelo inimigo.

→ 3. Princípio da Transposição:
 Translade todos os males sociais a este inimigo. Atribua aos adversários seus próprios erros e defeitos. Responda o
ataque com ataques. Se não puder negar as más notícias, invente outras que as distraiam.

→ 4. Princípio da Exageração e Desfiguração:


 Exagere as más notícias até desfigurá-las transformando um delito em mil delitos criando assim um clima de profunda
insegurança e temor. Converta os pequenos acontecimentos em grave ameaça para a nação e o mundo.

→ 5. Princípio da Vulgarização:
 Transforme tudo numa coisa torpe e de má índole. As ações do ini- migo são vulgares, ordinárias, fáceis de descobrir.
Assim, toda propaganda deve ser popular, adaptando seu conteúdo ao menor nível do interlocutor menos inteligente,
eliminando, assim, o mínimo esforço mental. Lembran- do que a capacidade receptiva das massas (do povo) é de
compreensão limitada e escassa e; ainda, eles têm grande facilidade (propensão) para esquecer.

→ 6. Princípio da Orquestração:
 Faça ressonar os boatos até se transformarem em notícias sendo estas replicadas pela “imprensa oficial”. A
propaganda deve ser limitada a um mínimo número de ideias e devem ser repetidas incansavelmente e apresentadas
uma e outra vez a partir de diferentes perspectivas, mas sem- pre convergindo sobre o mesmo conceito. Sem lacunas
nem dúvidas. Daí procede a famosa frase: “Se uma mentira se repetir suficientemente, acaba por se transformar em
verdade”.
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→ 7. Princípio da Renovação:
 Sempre há que bombardear com novas notícias (sobre o inimigo escolhido) para que o receptor não tenha tempo de
pensar, por estar sufocado por elas. Assim, devem-se difundir constantemente informações e argumentos novos, de
forma a propiciar que a resposta do adversário seja irrelevante, pois o público sempre estará interessado nas últimas
notícias. As respostas do adversário nunca deverão se sobrepor ao nível crescente de acusações.

→ 8. Princípio do Verossímil:
 Discuta a informação com diversas interpretações de especialistas, mas todas contrárias ao interesse do inimigo
escolhido. O objetivo deste debate é veicular informações fragmentadas, de maneira a que o receptor não perceba que
o assunto interpretado não é verdadeiro.

→ 9. Princípio do Silêncio:
 Oculte toda a informação que não seja conveniente. Não opine sobre questões, das quais não se têm argumentos.
Dissimule as notícias que favorecem o adversário e, também, exerça contrapropagandas com a ajuda dos veículos de
comunicação social.

→ 10. Princípio da Transferência:


 Potencialize um fato presente com um fato passado. Sempre que se noticia um fato se acresce com um fato que tenha
acontecido antes. Eis que, geralmente a propaganda opera sempre a partir de um substrato preexistente, seja uma
mitologia nacional (ato heroico) ou um complexo de ódios e preconceitos tradicionais. Trata-se de difundir argumentos
que possam despertar atitudes primitivas.

→ 11. Princípio de Unanimidade:


 Busque a convergência (convencionalismos) em assuntos de interesse geral apoderando-se do sentimento produzido
por estes e usando-o de forma contrária ao interesse do inimigo escolhido. Tente convencer a multidão de que todos
pensam da mesma forma, criando a impressão de unanimidade.

 A importância da preparação dos advogados nesse processo persuasivo, pois, sem dúvida, um processo de persuasão
correto é aquele que se desenvolve com base uma metodologia capaz de atingir a persuasão racional do interlocutor
(o juiz), fazendo com que a sua validação/decisão seja favorável a quem argumenta.
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 Nesse sentido, a persuasão judicial consiste em colocar em prática o conjunto de elementos provocadores que nos
orientam na defesa de uma tese contra os ataques dos interlocutores. Admitido o exposto, parece correto aceitar que
o convencimento de um destinatário ou interlocutor (o juiz) acerca do valor das provas racionais que sustentam a
nossa verdade argumentativa depende de um conjunto de elementos e princípios que orienta a persuasão.

→ CARRIÓ, Genaro R. Cómo Estudiar y cómo Argumentar un caso: consejos elementales para abogados jóvenes.
Argentina: Abeledo-Perrot, 1995.

 1. Trate sempre de ver as cartas do adversário e, antes de tudo, fazer com que o Tribunal nos ouça. Para o citado autor
os juízes estão, geralmente, abarrotados de trabalho. Por isso, as leituras das peças são apressuradas ou superficiais.
Não é incomum que os magistrados decidam com base no relato dos fatos e por meio de sínteses fornecidas por um
secretário relator ou estagiário. Assim, Carrió considera ser frustrante para um profissional saber que o juiz não
considerou seus argumentos.

 2. Trate de ser bem entendido pelo interlocutor (juiz). Importa, as- sim, considerar as seguintes orientações:
 a) ser breve, claro e conciso, usando sempre um estilo simples;
 b) descrever, com a maior precisão e, se possível, sem tecnicismos, o conflito de interesses em jogo;
 c) abrir sempre parágrafos e separar o texto em títulos e sub- títulos;
 d) apresentar ordenadamente os argumentos, distinguindo cuidadosamente os principais e os subsidiários, dando o
necessário destaque aos primeiros;
 e) fazer uma síntese da sua postura, um roteiro, indicando o que nos propomos demostrar, isto é, a expressão inicial
das intenciones que guia a leitura e que facilita a compreensão da nossa linha de raciocínio e a tese argumentativa.

 3. Tente ver as coisas como você as veria, se fosse o advogado da outra parte ou o juiz. Este exercício, talvez não seja
fácil, mas é recomendável e possível.

 4. Considerar tudo o que razoavelmente fortalecer os nossos argumentos, tanto as questões de fato, como as de
direito. Rejeite as defensas ou alegações que sabemos que não são boas.

 5. Apresente o caso de modo a que a solução que almejamos pareça menos distante do já estabelecido ou
convencionada. Existe por parte dos juízes uma tendência marcante de seguir os precedentes.
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 6. Caso não seja possível apresentar o caso de modo a que a sua solução se corresponda com as já conhecidas
(jurisprudências), tente demostrar que aquelas decisões não estão relacionadas a nosso caso.

 7. Evite que os argumentos possam ser rebatidos com o contra-argumento.

 8. Não usar argumentos puramente formais ou que impliquem num manifesto sacrifício de valores.

 9. Não se esqueça de que a Constituição Federal também faz parte do direito positivo.

 10. Não usar a agressão verbal como arma de persuasão.

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