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RESPOSTAS DAS PEÇAS PARA NPJ

PEÇA 01

A peça cabível consiste em uma Ação de Consignação em Pagamento, nos termos dos artigos
890 a 900 do CPC e dos artigos 334 e 345 do Código Civil. A demanda deverá ser proposta
perante uma das Varas Cíveis da Comarca do Rio de Janeiro. Deverá Mário figurar no polo
ativo e Henrique no polo passivo, atendendo-se aos requisitos previstos no Art. 282 do CPC. Na
abordagem dos fatos e fundamentos, deve o examinando salientar a existência de relação
jurídica contratual entre as partes, destacar a existência de dívida pendente e a pretensão de
liberar-se da obrigação pelo pagamento, o que não ocorreu em virtude do fato de que o credor
reside em local desconhecido, o que autoriza a consignação. Deverá, ainda, requerer o
depósito da quantia devida, pedindo-se a antecipação dos efeitos de tutela jurisdicional, com
determinação da retirada do nome de Mário dos cadastros de inadimplentes, a citação por
edital do réu para levantar a quantia depositada ou oferecer resposta, deduzir pretensão
declaratória de extinção da obrigação pelo pagamento, a condenação em custas e os
honorários advocatícios e a produção de prova por todos os meios admitidos. Ao final, deve o
examinando indicar o endereço do advogado, o valor da causa, o local, a data e a assinatura do
advogado, além de comprovar o pagamento das custas.

PEÇA 02

Deverá ser apresentada a peça jurídica denominada Contestação, na defesa dos interesses do
Banco Dinheiro Bom S.A. em face da reclamação trabalhista ajuizada por Paula, com base no
artigo 847 da CLT, dirigida ao Juiz do Trabalho da 99ª Vara do Trabalho de Belém, com
indicação das partes e do número do processo. Deverá ser contestado o pedido de horas
extras porque a autora ocupava cargo de confiança de gerente-geral, sendo autoridade
máxima no local, possuindo poder de gestão e recebendo gratificação de função superior a
40%, inserindo-a então na exceção prevista no Art. 62, II e § único da CLT, ratificado pela
Súmula 287 TST. Por conseguinte, não faz jus a sobrejornada, já que não possui limite de
jornada. Deverá ser rechaçado o pedido de equiparação salarial porque as funções eram
diferentes, pois a paragonada era gerente de pessoa física enquanto o modelo cuidava de
carteira de pessoas físicas e jurídicas, não atendendo ao disposto no Art. 461, caput, CLT e
Súmula 6, III TST. Será também aceita a tese de que os trabalhos de Paula e de João Petrônio
não tinham o mesmo valor, por terem produtividade distinta, em razão da diferença no porte
entre as agências, ensejando a tese de que a produtividade do modelo era superior, conforme
Art. 461, § 1º, CLT. Deverá ser contestado o pedido de adicional de transferência, pois essa foi
definitiva, não ensejando o adicional desejado, conforme Art. 469, § 3º, da CLT e OJ 113 do
TST. Deverá ser rechaçado o pedido de devolução de descontos, uma vez que foi escrita a
autorização para a subtração e não há prova de vício de consentimento, havendo inclusive
indicação de beneficiários, o que impede a restituição, conforme OJ 160, da SDI I do TST,
Súmula 342 do TST e Art. 462 da CLT. Deverá ser rechaçado o pedido de multa do Art. 477 da
CLT porque houve pagamento e homologação tempestivos, no prazo de 10 dias, pois a
contagem deve excluir o dia do começo e incluir o do vencimento, conforme OJ 162, da SDI I
do TST, Art. 132, CCB e Art. 477, § 6º, b, CLT.

PEÇA 03

A decisão em questão tem natureza jurídica de sentença, na forma do Art. 162, § 1º, do Art.
267, inciso VI, do Art. 269, inciso IV, e do Art. 459, todos do Código de Processo Civil. Com
efeito, extinguiu-se o processo, sem resolução do mérito, quanto ao comerciante, acolhendo-
se a sua ilegitimidade passiva, e com resolução do mérito, no tocante ao fabricante, em cujo
favor se reconheceu a decadência. Em virtude disso, o meio processual adequado à
impugnação do provimento judicial, a fim de evitar que faça coisa julgada, é o recurso de
apelação, de acordo com o Art. 513 do CPC. Deve-se, para buscar a tutela integral ao interesse
do autor, impugnar cada um dos capítulos da sentença, isto é, tanto a ilegitimidade do
comerciante quanto a decadência que aproveitou ao fabricante. Quanto ao primeiro ponto,
deve-se sustentar a solidariedade entre o varejista, que efetuou a venda do produto, e o
fabricante em admitir a propositura da ação em face de ambos, na qualidade de litisconsortes
passivos, conforme a conveniência do autor. A responsabilidade do comerciante, ao menos
quanto ao primeiro pedido deduzido da petição inicial referente à substituição do produto,
encontra fundamento no Art. 18 do CDC. Quanto ao segundo aspecto, deve-se pretender o
afastamento da decadência. No que concerne ao primeiro pedido, referente à substituição do
produto, a pretensão recursal deve basear-se na existência de reclamação oportuna do
consumidor, a obstar a decadência, na forma do Art. 26, § 2º, inciso I, do CDC. Além disso, já
no tocante aos demais pedidos, trata-se de responsabilidade civil por fato do produto, não por
vício, haja vista os danos sofridos pelo autor da ação, a atrair a incidência dos artigos 12 e 27
do CDC, de modo que a pretensão autoral não se submete à decadência, mas ao prazo
prescricional de cinco anos, estipulado no último dos dispositivos ora mencionados. Nessa
linha, deve-se requerer a reforma da sentença para que o pedido seja desde logo apreciado,
na hipótese de a causa encontrar-se madura para o julgamento, segundo o Art. 515, § 3º, do
CPC, ou, alternativamente, a sua reforma, mediante o reconhecimento da legitimidade passiva
do comerciante, e o afastamento da decadência, determinando-se o retorno dos autos ao juízo
de primeira instância, para prosseguimento do feito.

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