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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO-SP


JOANA, brasileira, solteira, autô noma, portadora do RG nº123465 e inscrita no CPF
sob o nº1548, com endereço eletrô nico joana@gmail.com, residente e domiciliada
no endereço Canoas, cidade Sã o Paulo, estado Sã o Paulo, CEP 123548, por
intermédio de seu procurador conforme procuraçã o anexa, vem perante Vossa
Excelência, com fundamento nos artigos 318 e seguintes, combinados com o artigo
966, inciso II, todos do Có digo de Processo Civil, propor a presente
AÇÃO RESCISÓRIA
em face de CARROS S.A, pessoa jurídica de direito privado, registrada no CNPJ nº
125465, com sede no endereço Canoas, cidade Sã o Paulo, estado Sã o Paulo, CEP
123548., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos
I - Da tempestividade
A presente demanda está sendo ajuizada de forma tempestiva, antes de 19 de
fevereiro de 2021, com respaldo no prazo decadencial de 2 anos contados a partir
do trâ nsito em julgado da sentença atacada que ocorreu em 19 de fevereiro de
2019, a luz do caput do art. 975 do CPC.
II - Dos fatos
A Requerente adquiriu, na condiçã o de consumidora final, um automó vel em uma
das concessioná rias da sociedade empresá ria Carros S.A, mediante pagamento
parcelado, e a respectiva sociedade empresá ria começou a debitar mensalmente o
triplo do valor pactuado para cada parcela, devidamente comprovado na simples
aná lise dos contratos e extratos bancá rios.
A Requerente tentou resolver a questã o diretamente com a sociedade empresá ria,
mas somente fora informada por um funcioná rio que poderia ter ocorrido um erro
no sistema, nã o fornecendo nenhuma justificativa plausível, e afirmou que nã o
havia o que fazer para corrigir a cobrança.
Dessa forma, a mesma ajuizou açã o em face da sociedade empresá ria Carros S.A
com pedidos de obrigaçã o de nã o fazer, para que a sociedade parasse de realizar
cobranças em excesso, e que devolvesse em dobro os valores cobrados em excesso,
com atualizaçã o monetá ria e juros legais, bem como indenizaçã o por danos morais
pelos danos causados a Requerente.
A açã o fora distribuída e houve contestaçã o pela sociedade, apenas informando
que havia agido corretamente, e o pedido foi julgado improcedente, nã o havendo
nenhum recurso. Posteriormente ao trâ nsito em julgado, a Requerente tomou
conhecimento de que o juiz que prolatou a sentença era casado com a advogada
que assinou a contestaçã o no referido processo.
Portanto, requer-se novamente discutir a questã o em juízo, na reaná lise dos
mesmos pedidos formulados e julgados improcedentes.
III - Do cabimento
A Requerente tomou conhecimento, apó s o trâ nsito em julgado da aludida
sentença, que o magistrado era casado com a advogada que assinou a contestaçã o
em nome da Requerida sendo, inclusive, a ú nica patrona do processo em discussã o.
Dessa forma, resta evidente o cabimento da Açã o Rescisó ria nos termos do inciso II
do art. 966, do CPC, em razã o do impedimento do magistrado, como prescreve o
inciso III do art. 144 do mesmo Diploma. Outrossim, o magistrado jamais deveria
ter incidido no processo, tendo em vista sua relaçã o com a patrona, no qual se
exige, portanto, a rescisã o daquela sentença.
IV - Do direito
É plenamente possível caracterizar a Requerente como consumidora, nos termos
do art. 2º e seguintes do Có digo de Defesa do Consumidor. Dessa forma, o valor que
continua sendo cobrado pela Requerida é excessivo e incongruente da previsã o
contratual pactuado entre as partes, conforme prova documental acostada. Nesse
liame, pela simples aná lise do contrato e dos extratos bancá rios da Requerente,
confirma-se que existem débitos excessivos e indevidos de sua conta corrente.
Em razã o da patente cobrança indevida e da prá tica abusiva, exige-se a revisã o da
sentença transitada em julgado, na determinaçã o que a cobrança indevida seja
cessada, bem como a condenaçã o da Requerida na devoluçã o em dobro das
parcelas cobradas em excesso, nos termos do pará grafo ú nico do art. 42 do CDC.
Outrossim, é cabível a indenizaçã o por danos morais no presente caso em face do
transtorno causado desde o início do contrato em cobrança excessiva, violando o
direito da Requerente como consumidora, privando-lhe de recursos financeiros
para o seu cotidiano e gerando consequente sofrimento. Assim sendo, justifica-se a
indenizaçã o nos termos do art. 927 do CC e 6º, inciso VI, do CDC.
V - Dos pedidos
Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência:
a) A rescisã o da sentença transitada em julgado, considerando a tempestividade da
presente demanda e o cabimento do pedido rescisó rio nos termos do inciso III, art.
966 e inciso III, art. 144, ambos do CPC;
b) A prolaçã o de novo julgamento, com a procedência de todos os pedidos da
Requerente, sendo:
b-1) A condenaçã o da Requerida em obrigaçã o de nã o fazer em deixar de efetuar as
cobranças excessivas;
b-2) A condenaçã o da Requerida em devolver em dobro os valores excessivos
cobrados, com acréscimos de correçã o monetá ria e juros, nos termos do pará grafo
ú nico do art. 42 do CDC;
b-3) A condenaçã o da Requerida em pagar indenizaçã o a título de danos morais
com valor da escrito e requerido na petiçã o inicial do processo de origem;
b-4) A condenaçã o da Requerida no pagamento de verbas sucumbenciais,
incluindo custas, despesas e honorá rios advocatícios;
c) Nos termos do artigo 968, II, do Có digo de Processo Civil, a juntada da inclusa
guia do depó sito de R$ xxxxx, correspondente a 5% (cinco por cento) do valor da
causa, devidamente atualizado até a presente data (documento anexo);
Protesta provar o alegado sob todos os meios de prova em direito admitidos,
especialmente mediante prova documental, prova testemunhal e inspeçã o judicial.
Atribui-se a presente causa o valor de R$ XXXX.
Local, xx de xx de 2019
Assinatura do advogado: José Matheus Gomes Barbosa
OAB/UF 11364589

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