Você está na página 1de 4

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO-SP

JOANA, brasileira, solteira, enfermeira, inscrita no CPF sob o nº 123.456.789-10, e


portadora da cédula de identidade RG nº 21.3723.398; com o endereço eletrônico:
joana@gmail.com, residente e domiciliada na cidade de São Paulo/SP, com
endereço em Rua Araguari, nº 106, neste ato representado por seu advogado,
Felipe Rodrigues de Sousa, brasileiro, solteiro, OAB 231.658/MG, com endereço
profissional na rua Tertuliano Goulart, 209, bairro Centro, nesta cidade de
Uberlândia-MG, CEP: 38.400.240; telefone: (34)996825046 e e-mail
feliperodrigues@gmail.com, onde recebe intimações, vem respeitosamente, com
fundamento nos artigos 318 e seguintes, combinados com o artigo 966, inciso II,
todos do Código de Processo Civil, propor a presente

AÇÃO RESCISÓRIA

em face de CARROS S.A, pessoa jurídica de direito privado, registrada no CNPJ nº


00.068.897/0001-86, com sede no endereço na rua tertuliano goulart, nº 692, na
cidade de São Paulo/SP, CEP 00.000-00, pelos motivos de fato e de direito a seguir
aduzidos.

I - Da tempestividade

A presente demanda está sendo ajuizada de forma tempestiva, antes de 19


de fevereiro de 2021, com respaldo no prazo decadencial de 2 anos contados a
partir do trânsito em julgado da sentença atacada que ocorreu em 19 de fevereiro de
2019, a luz do caput do art. 975 do CPC.

II - Dos fatos

A Requerente adquiriu, na condição de consumidora final, um automóvel em


uma das concessionárias da sociedade empresária Carros S.A, mediante
pagamento parcelado, e a respectiva sociedade empresária começou a debitar
mensalmente o triplo do valor pactuado para cada parcela, devidamente
comprovado na simples análise dos contratos e extratos bancários. A Requerente
tentou resolver a questão diretamente com a sociedade empresária, mas somente
foi informada por um funcionário que poderia ter ocorrido um erro no sistema, não
fornecendo nenhuma justificativa plausível, e afirmou que não havia o que fazer para
corrigir a cobrança.
Dessa forma, a mesma ajuizou ação em face da sociedade empresária
Carros S.A com pedidos de obrigação de não fazer, para que a sociedade parasse
de realizar cobranças em excesso, e que devolvesse em dobro os valores cobrados
em excesso, com atualização monetária e juros legais, bem como indenização por
danos morais pelos danos causados a Requerente.
A ação fora distribuída e houve contestação pela sociedade, apenas
informando que havia agido corretamente, e o pedido foi julgado improcedente, não
havendo nenhum recurso. Posteriormente ao trânsito em julgado, a Requerente
tomou conhecimento de que o juiz que prolatou a sentença era casado com a
advogada que assinou a contestação no referido processo. Portanto, requer-se
novamente discutir a questão em juízo, na reanálise dos mesmos pedidos
formulados e julgados improcedentes.

III - Do cabimento

A Requerente tomou conhecimento, após o trânsito em julgado da aludida


sentença, que o magistrado era casado com a advogada que assinou a contestação
em nome da Requerida sendo, inclusive, a única patrona do processo em discussão.
Dessa forma, resta evidente o cabimento da Ação Rescisória nos termos do inciso II
do art. 966, do CPC, em razão do impedimento do magistrado, como prescreve o
inciso III do art. 144 do mesmo Diploma.
Outrossim, o magistrado jamais deveria ter incidido no processo, tendo em
vista sua relação com a patrona, no qual se exige, portanto, a rescisão daquela
sentença.

IV - Do direito
É plenamente possível caracterizar a Requerente como consumidora, nos
termos do art. 2º e seguintes do Código de Defesa do Consumidor. Dessa forma, o
valor que continua sendo cobrado pela Requerida é excessivo e incongruente da
previsão contratual pactuado entre as partes, conforme prova documental acostada.
Nesse liame, pela simples análise do contrato e dos extratos bancários da
Requerente, confirma-se que existem débitos excessivos e indevidos de sua conta
corrente.
Em razão da patente cobrança indevida e da prática abusiva, exige-se a
revisão da sentença transitada em julgado, na determinação que a cobrança
indevida seja cessada, bem como a condenação da Requerida na devolução em
dobro das parcelas cobradas em excesso, nos termos do parágrafo único do art. 42
do CDC.
Outrossim, é cabível a indenização por danos morais no presente caso em
face do transtorno causado desde o início do contrato em cobrança excessiva,
violando o direito da Requerente como consumidora, privando-lhe de recursos
financeiros para o seu cotidiano e gerando consequente sofrimento. Assim sendo,
justifica-se a indenização nos termos do art. 927 do CC e 6º, inciso VI, do CDC.

V - Dos pedidos

Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência:

● A rescisão da sentença transitada em julgado, considerando a tempestividade


da presente demanda e o cabimento do pedido rescisório nos termos do
inciso III, art. 966 e inciso III, art. 144, ambos do CPC;
● A prolação de novo julgamento, com a procedência de todos os pedidos da
Requerente, sendo: a condenação da Requerida em obrigação de não fazer
em deixar de efetuar as cobranças excessivas; a condenação da Requerida
em devolver em dobro os valores excessivos cobrados, com acréscimos de
correção monetária e juros, nos termos do parágrafo único do art. 42 do
CDC;a condenação da Requerida em pagar indenização a título de danos
morais com valor da escrito e requerido na petição inicial do processo de
origem; a condenação da Requerida no pagamento de verbas sucumbenciais,
incluindo custas, despesas e honorários advocatícios;
● Nos termos do artigo 968, II, do Código de Processo Civil, a juntada da
inclusa guia do depósito de R$ 2.500,0, correspondente a 5% (cinco por
cento) do valor da causa, devidamente atualizado até a presente data
(documento anexo); Protesta provar o alegado sob todos os meios de prova
em direito admitidos, especialmente mediante prova documental, prova
testemunhal e inspeção judicial.

Dá-se à causa o valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).

São Paulo. 15 de fevereiro de 2021

Felipe Rodrigues de Sousa


OAB 231.658/MG

Você também pode gostar