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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Romeu Enzo de Dudu, nacionalidade, casado, profissão, portador do documento de


identidade RG n° XXX, inscrito no CPF sob o n°XXX, endereço eletrônico, residente e
domiciliado na (endereço completo, bairro Perdizes, São Paulo, SP) nº XXX, e Julieta
Valentina de Manu, nacionalidade, casada, profissão, portadora do documento de
identidade RG nº XXX, inscrita no CPF sob o n°XXX, endereço eletrônico, residente e
domiciliada na (endereço completo, bairro Perdizes, São Paulo, SP) nº XXX, vem, por
meio de seu advogado, infra assinado, com o devido respeito e máxima consideração, à
presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO RESCISÓRIA com pedido de
TUTELA ANTECIPADA, com fundamento no artigo 966, incisos VI e VII, E 969,
ambos do Código de Processo Civil, visando desconstituir na apelação movida por Buffet
Casórius Lindus, inscrito no CNPJ sob nº XXX endereço eletrônico, com sede na endereço
XXX, bairro Tatuapé, São Paulo- SP, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

I. DA TEMPESTIVIDADE

A sentença teve trânsito em julgado em 20.04.2020 (sexta-feira) e os autores


tiveram conhecimento da prova nova e falsa somente no dia 10.04.2023, sendo a
presente ação proposta dentro do prazo decadencial de cinco anos previsto no artigo
975, §2°, CPC:

975, § 2°, CPC: Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo
inicial do prazo será a data de descoberta da prova nova, observado o
prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado da
última decisão proferida no processo.

II. DO CABIMENTO DA AÇÃO RESCISÓRIA

A presente ação preenche todos os requisitos de admissibilidade.

Importa ressaltar que nos deparamos com uma decisão de mérito transitada em
julgado, conforme comprovado pela cópia anexada no documento XX, na qual o
Requerente era parte na ação original, estabelecendo sua legitimidade para propor a
presente medida, conforme estipulado no artigo 967, parágrafo 1, do CPC.

Conforme o artigo 966 do CPC, a ação rescisória é cabível diante de qualquer


decisão transitada em julgado, desde que haja prova nova ou comprovação de
falsidade.

Portanto, diante de evidências irrefutáveis de que o Réu forjou documentos


(conforme apresentado nos Documentos XX), ou seja, contratos que resultaram na
condenação dos Requerentes a indenizarem danos, solicita-se desde já a
desconstituição da coisa julgada e o reexame do caso, competindo ao juízo
rescissorium.

Por fim, anexa-se a guia de depósito referente à caução de 5% sobre o valor da


causa, conforme previsto no artigo 968, inciso II, do CPC.

III. DOS FATOS

Os autores moveram uma ação inicial com o objetivo de encerrar o contrato,


solicitar o reembolso indevido e buscar compensação por danos morais, juntamente
com um pedido de tutela antecipada de urgência. A ação foi apresentada perante a
1ª Vara Cível do Foro Central da Comarca de São Paulo, no Estado de São Paulo,
devido a um contrato parcialmente cumprido referente ao serviço de fotografia da
cerimônia de casamento e outros momentos especificados no documento
mencionado.

Na resposta à contestação, o réu refutou todos os fatos alegados na ação inicial,


buscando a improcedência da ação proposta. Alegou que dos serviços contratados
pelos autores, incluindo quatro momentos específicos para fotografar, três foram
completamente cumpridos.
O réu contestou também a possibilidade de reembolso indevido, que foi solicitada
na ação inicial. Por fim, o réu contestou a existência de danos morais,
argumentando que os meros aborrecimentos dos autores não conferem direito a
danos morais.

Em sua reconvenção, o réu afirmou que os autores da ação publicaram informações


falsas sobre a empresa em uma rede social, resultando no cancelamento de
contratos firmados com outros clientes. Segundo consta, três contratos foram
cancelados após essa publicação nas redes sociais, resultando em um prejuízo total
de R$30.000,00 (trinta mil reais).

Após a audiência de instrução e julgamento, em 13 de abril de 2020, o respeitável


juiz proferiu uma decisão em que condenou o réu a um desconto proporcional no
contrato e ao reembolso indevido de 20%. Na reconvenção, todos os pedidos do
réu-reconvinte foram aceitos.

DECISÃO:

No que diz respeito ao pedido de indenização por danos morais e materiais feito
pela parte ré na reconvenção, este Tribunal considera pertinente devido à
publicação feita pela parte autora na internet, atribuindo à empresa ré características
negativas que poderiam prejudicar sua reputação em uma rede social amplamente
divulgada.

Além disso, tal fato resultou no cancelamento de três contratos previamente


firmados, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) cada um, evidenciando a
obrigação da parte autora em indenizar a ré pelos danos morais e materiais no
montante de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais).

Os valores mencionados devem ser atualizados a partir da data desta sentença, com
juros de mora desde a citação.

É fato que uma ex-funcionária do Buffet Casórius Lindus, ré nesta ação, procurou
os autores para informá-los e apresentar documentos comprovando (e-mails e
mensagens anexados) que os contratos que resultaram na condenação dos autores a
reparar danos materiais à ré eram falsos.

Esses contratos foram fabricados com o objetivo de serem apresentados na ação. Os


autores da presente ação tomaram conhecimento dessas novas evidências em 10 de
abril de 2023, o que justifica a presente ação rescisória.

IV. DO DIREITO
A ação rescisória é uma medida extremamente restrita, pois deve priorizar a
preservação da coisa julgada, sendo aplicável apenas diante de vícios graves
listados de forma taxativa no artigo 966 do CPC, o que ocorre no caso em
questão.

O artigo 966, inciso VI, do CPC estabelece que uma decisão de mérito transitada
em julgado pode ser rescindida quando o autor da ação rescisória obtiver nova
prova cuja existência desconhecia ou não pôde utilizar no processo.

Excelentíssimo, uma ex-funcionária da empresa, de forma espontânea, procurou


os autores para relatar e comprovar, por meio de documentos anexados, que os
contratos cancelados que deram origem à sentença mencionada anteriormente
foram falsificados. Essa prova é nova, pois os autores não tinham conhecimento
dela durante o processo original, tanto durante a fase probatória quanto durante o
julgamento. Eles tiveram conhecimento dessas provas somente em 10 de abril de
2023, conforme indicado no documento anexado.

Portanto, além de ser uma prova nova em relação a todo o processo original,
também nos deparamos com uma prova falsa, fundamentando esta ação
rescisória com base no inciso VII do artigo 966 do CPC. Isso ocorre porque tais
documentos foram produzidos pela empresa ré com o objetivo de prejudicar os
autores, o que é comprovado por meio de mensagens trocadas e contratos
fraudulentos elaborados pelos sócios da empresa, com a origem e autenticidade
comprovadas nos documentos que acompanham esta petição inicial.

Dessa forma, a sentença merece ser rescindida e, em seu lugar, proferido um


novo julgamento.

V. DA TUTELA PROVISÓRIA ANTECIPADA

É amplamente conhecido que a mera proposição da ação rescisória não impede a


execução da decisão judicial. No entanto, de acordo com o artigo 969 do CPC, é
possível a concessão de tutela antecipada, nos termos do artigo 300 do CPC.

No caso em questão, é evidente a existência de perigo de dano ou de risco ao


resultado útil do processo, uma vez que a decisão foi fundamentada em
documentação comprovadamente falsa, resultando em prejuízo financeiro para
os autores caso cumpram a sentença, além de caracterizar enriquecimento sem
causa para o réu.

VI. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer a Vossa Excelência:


A. a procedência do pedido de rescisão da sentença proferida pelo juízo da 1ª
Vara Cível do Foro Central da Comarca de São Paulo do Estado de São
Paulo, bem como, a prolação de novo julgamento em seu lugar, por esse E.
Tribunal ou a determinação de retorno dos autos ao juízo a quo para rescisão
da sentença, no sentido de rescindir a indenização imposta a parte autora
relativamente aos danos materiais por alegada – e falsa- rescisão contratual
de terceiros com a ré, declarando a falsidade das provas apresentadas pela
empresa Ré no andamento do processo originário, conforme previsão no
artigo 968, I, CPC;

B. Requer-se a confirmação da tutela de urgência em sede de julgamento de


mérito desta ação;

C. Também requer a citação do réu, por via postal, nos termos do artigo 970,
CPC, para que esse possa oferecer contestação no prazo determinado;

D. Seja condenada a Ré a pagar as despesas, custas e honorários


Advocatícios.

E. Todas as provas necessárias seguem colacionadas nos autos, contudo.


caso o relator entenda ser necessário novas provas, nos termos do artigo
972, CPC. requer a colheita de provas, em especial testemunhal. documental,
pericial;

F. Por fim, requer o levantamento da caução, de acordo com o artigo 974,


parágrafo único, CPC.

G. Informa ter escolhido as custas processuais, inclusive os 5% indicados em


caso de ação rescisória

Dá a causa o valor de R$30.000,00 (trinta mil reais).


Nestes termos,

Pede deferimento,

Local ... Data ...

Advogado, OAB nº

Endereço em que recebe intimações

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