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AO DOUTO JUÍZO DA VARA CIVIL DA COMARCA DE ITUMBIARA-GO

Processo Nº: 5708176-87.2022.8.09.0018

GIUVANA APARECIDA SIA SETIN e DENILSON


APARECIDO SETIN, já devidamente qualificados nos autos da ação supra
identificada, volta à ilícita presença deste juízo para apresentar

CONTESTAÇÃO

à ação apresentada por CRISTIANO VIEIRA BESSA, também já qualificado


nos autos, pelos fatos e fundamentos que seguem:

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Rua Doutor Valdivino Vaz, nº 225, Centro – Itumbiara/GO. CEP:75503-040.
Fone: (64) 3431-7301, Celular: (64)9664-4004.
DA PRESCRIÇÃO

Inicialmente insta consignar que a presente ação foi proposta


apenas em 18/11/2022. Todavia, considerando tratar-se de ação que busca
recebimento de honorários advocatícios, o prazo prescricional é de 5 anos,
conforme preceitua o ar.206 § 5º, II do código civil.

Nos termos do Art. 189 do código Civil, "Violado o direito,


nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a
que aludem os arts. 205 e 206."

Nesse sentido, é a conceituação da doutrina sobre a extinção da


pretensão do direito material pela ocorrência da prescrição:

"Prescrição. Conceito. Causa extintiva da pretensão


de direito material pelo seu não exercício no prazo
estipulado pela lei." (NERY JUNIOR, Nelson. NERY,
Rosa Maria de Andrade. Código Civil Comentado. 12
ed. Editora RT, 2017. Versão ebook, Art. 1.196)

Assim, considerando que o prazo prescricional iniciou em


30/06/2017, com a conclusão do serviço contratado, tem-se configurada a
prescrição do objeto, devendo ser sumariamente extinta a presente pretensão.

BREVE SÍNTESE

O requerente alega que fora contratado pelos requeridos para

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atuar como representante nos autos do processo de nº 0092488-
98.2017.8.09.0018, o qual ainda tramite na 1ª Vara Cível da Comarca de Bom
Jesus-GO, tendo representados os mesmos judicialmente e extrajudicialmente e
realizou acordo judicial na monta de R$496.698,46 (quatrocentos e noventa e
seis reais e seiscentos e noventa e oito reais e quarenta e seis centavos) em
29/06/2017 nos autos descrito acima.

Alega ainda que em data de 19/09/2022, os Requeridos


revogaram a procuração ad judicia outorgada sem arcar com os honorários
advocatícios pertinentes.

Ao final requer fixação e o arbitramento dos honorários


advocatícios no mínimo de 9% (nove por cento) do acordo realizado no processo
de atuação, auferindo ao final o valor de R$44.702,86 (quarenta e quatro mil,
setecentos e dois reais e oitenta e seis centavos).

Tais fatos não condiz com a realidade.

DA REALIDADE FÁTICA

Os Contestantes impugnam todos os fatos articulados na inicial o


que se contrapõem com os termos desta contestação, esperando a
IMPROCEDÊNCIA DA AÇÃO PROPOSTA, pelos seguintes motivos:

O requerido realmente contratou os serviços do requerente tão


somente para acompanhar a realização do acordo e assinar o termo de acordo no
processo transcrito abaixo.:

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Esclarece ainda que não foi realizado nenhum serviço
extrajudicial conforme alegado, já que o Requerente não foi contratado para
outros serviços.

Que o serviço contratado foi até o protocolo do acordo realizado


em 30/06/2017.

O Exequente Edmilson Carlos Sia é irmão da primeira


Requerida e propôs ação de Execução de título Extrajudicial contra os
Requeridos Denílson e Giovana, processo Nº: 0092488-98.2017.8.09.0018.

O Edmilson procurou os Requeridos para compor acordo no


processo e pediu que procurassem um advogado para assinar judicialmente a
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minuta de acordo redigida por seu advogado, para ter validade jurídica o acordo.

Os requeridos contrataram o Requerente para assinar


judicialmente a minuta de acordo que foi redigida pelo advogado do Exequente
Edimilson.

O valor ajustado para o referido serviço foi no valor de R$


5.000,00 (cinco mil reais), quantia esta que foi paga à vista em espécie, e que
foi recebido sem qualquer ressalva, os Requeridos pegaram dinheiro emprestado
com terceiros para entregar ao exequente.

Esclarece que, não houve ajuste no sentido de que os


honorários seriam de 9% sobre o acordo entabulado, tendo em vista que os
Requeridos não tiveram benefício econômico nenhum com o acordo
entabulado, já mais aceitariam tal proposta absurda.

A contratação se restringe tão somente para acompanhar a


realização do acordo e assinar o termo de acordo no processo já descrito.

O requerente somente acompanhou a realização do acordo


judicial e assinando a minuta de acordo, não realizando nenhum outro ato
senão aqueles inerentes à contratação e por ele abrangidos, não havendo
outros capazes de criar para a ora autora eventual direito a tal remuneração
pretendida.

Na absurda hipótese de procedência do pedido, os honorários


devidos pela única contratação e pelo único serviço prestado deve obedecer a
Tabela de Honorários Advocatícios da lavra da Ordem dos Advogados do
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Brasil, cuja cópia foi acostada pela própria autora, e que fixa em R$
2.019,60 (dois mil e quarenta e nove reais e sessenta centavos) a
remuneração para defesa ao executado.

Em caso de condenação deve ser valor fixo e não porcentagem,


tendo em vista que os Requeridos não obtiveram vantagem econômica pelo
acordo entabulado, tanto que estão tentando revogar tal acordo que só lhe causou
prejuízo econômico.

O Requerente não orientou de forma correta os Requeridos,


tendo em vista que o acordo era prejudicial aos interesses dos Requeridos, uma
vez que o valor das terras a ser entregue seria bem maior que o valor da dívida.

De outra banda, insta verificar que a autora propõe ação para


recebimento de honorários, sem, contudo, ressalvar o valor já recebido, o que
importa em litigância de má-fé e de violação do artigo 940 do Código Civil,
“verbis”:

“Aquele que demandar por dívida já paga, no todo


ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou
pedir mais do que for devido, ficará obrigado a
pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que
houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que
dele exigir, salvo se houver prescrição.”
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“A demanda sobre dívida já paga permite a
imposição da obrigação de restituir em dobro,
independentemente de reconvenção.” (STJ-4.ª T.,
REsp. 229.259- SP, rel. Min. Ruy Rosado, j. 27.5.03,
deram provimento, v. u., DJU 1.9.03, p. 290).

Deste modo, tendo aviado ação sem ressalvar o valor recebido


correspondente a R$ 5.000,00 (cinco mil reais), deve a autora ser condenada a
pagar ao requerido o equivalente a este valor nos termos do artigo 940 do CC, o
que fica requerido.

Por derradeiro, em respeito à eventualidade, na absurda


hipótese de procedência do pedido, a pretensão deve ser reduzida.

DA LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ

Quem utiliza as vias processuais abusivamente, com falsas


informações, prejudicando excessivamente não apenas a parte contrária, mas o
judiciário como um todo, litiga de má-fé e deve arcar com o pagamento de multa
e indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu como forma de
punição.

Pois bem os fatos alegados na inicial não condizem com a


realidade, conforme restou provado na presente contestação.

O Requerente tenta receber valores não ajustados pelo serviço


prestado, pedindo valores absurdos.

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Todavia, nenhuma prova convincente a requerente juntou aos
autos.
Ademais, conforme restará sobejamente comprovado nos
presentes autos, o Requerente intencionalmente alteraram a verdade dos fatos
com o fito de induzir este zeloso juízo ao erro para auferir vantagem indevida.

Desta feita, os Requerentes, devem ser condenados por


litigância de má-fé por violação do princípio da lealdade e a boa-fé processual.

De acordo com o art. 80 do Código de Processo Civil, litiga de


má-fé:
“Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:

I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou


fato incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato
do processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente
protelatório.

Alterar a verdade dos fatos, segundo Nelson Nery Jr. e Rosa


Maria Andrade Nery,

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“(...) consiste em afirmar fato inexistente, negar fato
existente ou dar versão mentirosa para fato
verdadeiro. A Lei 6.771/1980 retirou o elemento
subjetivo ‘intencionalmente’ desta norma [se
referindo ao equivalente art. 17 do CPC/1973], de
sorte que não mais se exige a intenção, o dolo de
alterar a verdade dos fatos para caracterizar a
litigância de má-fé. Basta a culpa ou o erro
inescusável. A responsabilidade do litigante de má-fé
que causa dano processual é aferida e determinada
nos mesmos autos, não havendo necessidade de ser
ajuizada ação autônoma para tanto.”

Sendo assim, confiando no bom senso que digne este probo e


justo juízo em condenar o reclamante por litigância de má-fé, impondo-lhes a
multa de 10% sobre o valor da Ação.

DAS PROVAS QUE PRETENDE PRODUZIR

O Contestante pretende instruir seus argumentos com as seguintes


provas:

1. Depoimento pessoal do Cristiano Vieira Bessa, para esclarecimentos, nos termos


do Art. 385 do CPC;

2. Ouvida de testemunhas, uma vez que é necessário para que seja comprovados os
argumentos expostos na peça defensiva cujo rol segue em anexo;

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Tratam-se de provas necessárias ao contraditório e à ampla defesa,
conforme dispõe o Art. 369 do Novo CPCP, "As partes têm o direito de empregar
todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados
neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e
influir eficazmente na convicção do juiz."

Trata-se da positivação ao efetivo exercício do contraditório e da ampla


defesa disposto no Art. 5º da Constituição Federal:

"Art. 5º (...) LV - aos litigantes, em processo judicial ou


administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;(...)"

A doutrina ao disciplinar sobre este princípio destaca:

"(...) quando se diz "inerentes" é certo que o legislador quis


abarcar todas as medidas passíveis de serem desenvolvidas
como estratégia de defesa. Assim, é inerente o direito de
apresentar as razões da defesa perante o magistrado, o direito
de produzir provas, formular perguntas às testemunhas e
quesitos aos peritos, quando necessário, requerer o depoimento
pessoal da parte contrária, ter acesso aos documentos juntados
aos autos e assim por diante." (DA SILVA, Homero Batista
Mateus. Curso de Direito do Trabalho Aplicado - vol. 8 - Ed.
RT, 2017. Versão ebook. Cap. 14)

Para tanto, o Contestante pretende instruir o processo com as provas

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acima indicadas, sob pena de nulidade do processo.

DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, em sede de CONTESTAÇÃO, requer:

A TOTAL IMPROCEDÊNCIA da demanda, reconhecendo a


ilegalidade da cobrança, vez que não existe nenhum valor a ser pago pelo
Requerido, e, na eventualidade de absurda procedência do pedido, a pretensão
deve se limitar ao valor da tabela de honorários da OAB, ou seja, R$ 2.019,60
(dois mil e quarenta e nove reais e sessenta centavos), devendo a autora ser
condenada ao pagamento em favor do requerido por não ter ressalvado a
importância recebida, o que se roga, nos termos do artigo 940 do Código Civil.

A produção de todas as provas admitidas em direito

Requer a realização de audiência de instrução para que se proceda à


oitiva das partes e de testemunhas para a apuração da realidade dos fatos.

A condenação do Requerente em litigância de má-fé a multa de


10% sobre o valor da ação, bem como o pagamento dos honorários advocatícios.

Nestes termos, pede deferimento

Itumbiara, 21 de março de 2023

Fábio Gonçalves Júnior

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OAB/GO 36.743

Rol de testemunhas

 João Bolivar Guimarães, brasileiro, inscrito no CPF. 118.123.201- 59


residente no ENDEREÇO. Av. Santos Dumont nº 09 bairro
Santos Dumont em Itumbiara/GO.

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