EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Felisberto Allegrete, (nacionalidade), casado, (profissão), portador do documento de rg

identidade nº (número do documento), inscrito no CPF sob nº(número do documento), e
Joana D’Arc, (nacionalidade), casada, (profissão), portadora do documento de identidade
RG nº (número do documento), inscrita no CPF sob nº(número do documento), ambos
domiciliados e residentes em (endereço completo), por seu advogado que esta subscreve,
conforme procuração anexa (DOC 01), vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência ajuizar a presente

AÇÃO RESCISÓRIA

Em face de BUFFET CASÓRIUS LINDUS, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no

CNPJ sob o nº ***, com sede na Rua ****, nº , Bairro, CEP, CIDADE, ESTADO, com
endereço eletrônico registrado como ****, pelos motivos de fato e de direito a seguir
expostos com fundamento no art. 966, VI e VII, CPC.

I - DOS FATOS

Os autores ajuizaram ação indenizatória contra a ré, pois na tentativa sem sucesso de uma
negociação de desconto do valor de um contrato de fotografia e filmagem em seu
casamento, uma vez que o serviço não foi prestado por completo. Em reconvenção, a ré
alegou ter sofrido danos materiais decorrentes do cancelamento de três contratos após
postagem dos autores em sua rede social expressando insatisfação com serviços da
empresa, resultando na condenação dos autores ao pagamento de R$3.000,00 (três mil
reais), a sentença que transitou em julgado no dia 10/04/2020.

Ocorre que, em 29/04/2023, uma ex-funcionária da empresa ré entrou em contato com os

autores informando-os que os contratos indicados como rescindidos pelo buffet em virtude
da postagem dos autores em rede social, eram na verdade contratos fraudados. Além de
alegar os fatos a ex-funcionária os comprovou mediante documentos na forma de e-mails
internos da empresa (DOC ***).

II - DO CABIMENTO DA AÇÃO RESCISÓRIA

A ação preenche todos os requisitos de admissibilidade, senão vejamos.

De plano, cumpre ressaltar que a decisão rescindenda é de mérito, transitada em julgado
em 10/04/2020, conforme demonstra cópia acostada (doc. 3), nos termos do art. 966, caput,
CPC, sendo certo que os Autores eram parte na ação originária e dessa forma, também são
partes legítimas para a propositura da presente medida, conforme disposição do art. 967, I.
Além disso, as hipóteses previstas nos incisos VI e VII do art. 966, CPC estão presentes,
vez que a condenação ao pagamento de reparação por dano material da sentença
rescindenda foi baseada em prova falsa e esse fato não era de conhecimento dos Autores
à época do julgamento, sendo que as novas evidências documentais são suficientes para
rescindir e reformar a decisão e afastar a condenação.
Por outro lado, por se tratar de ação também fundada no inciso VII do art. 966, CPC, é
tempestiva já que o termo inicial do prazo de 2 anos têm início da data da descoberta da
prova nova, o que ocorreu em 29/04/2023, como se verifica no documento anexado (doc.
***), cujo termo final será 29/04/2024, respeitando prazo máximo de 5 anos contado do
trânsito em julgado, que ocorrerá em 10/04/2025. Assim sendo tempestiva a propositura,
nos termos do art. 975, §2º do CPC.
Por fim, cumpre destacar que segue acostada a guia com depósito da caução de 5% sobre
o valor da causa, estabelecida no art. 968, II, CPC.

III - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DA RESCISÃO

A necessidade de rescisão da decisão transitada em julgado encontra-se fundamentada na

existência de prova falsa, isso por que os contratos, supostamente rescindidos por conta da
postagem dos Autores em sua rede social, foram fraudados pela Ré, conforme relato de sua
ex-funcionária e cópia dos e-mails da Ré anexada à presente (doc. 5).
Além disso, por se tratar de prova nova suficiente a comprovar a inexistência do dano
material a Ré, não há de se falar em pagamento de indenização pelos Autores.
Assim, impõe-se a rescisão da decisão para afastar a condenação dos Autores ao
pagamento da reparação por danos materiais, no valor de R$3.000,00, bem como ao
ressarcimento do pagamento das custas e honorários advocatícios.

IV - DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Diante de todo o exposto, requer-se:

A) Citação da ré por carta, para a apresentação de defesa no prazo a ser fixado por
Vossa Excelência, nos termos do Art. 970, CPC, sob pena de sofrer os efeitos da
revelia.
B) A procedência do pedido para rescindir o julgado transitou em julgado, já que
presentes os vícios contidos no art. 966, incisos VI e VII, do CPC, bem como pedido
de novo julgamento por esse E. Tribunal ou com a remessa dos autos ao D. Juízo de
origem a decisão.
C) Condenação da ré no onûs da sucumbência e dos honorários de advogado.

IV - DO DEPÓSITO

Neste ato, demonstra-se a realização do depósito de 5% do valor da causa, nos termos do

Art. 968, inciso II, do CPC.

V - DAS PROVAS

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, consistentes
nos documentos juntados, oitiva das partes em depoimento pessoal, oitiva de testemunhas,
perícias e todas as que se fizeram necessárias ao longo da presente demanda.
VI - DO VALOR DA CAUSA

Dá-se a causa o valor de R$ 3.000,00 em valores atualizados (três mil reais) (nos termos
dos Arts. 291 e 292 do CPC)

Termos em que pede deferimento.

Local e data.
OAB.