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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ


CONSULTA DE PROCESSOS DO 1º GRAU
DADOS DO PROCESSO
Nº Processo: 0000005-09.2010.8.14.0028
Comarca: MARABÁ
Instância: 1º GRAU
Vara: 2ª VARA CIVEL E EMPRESARIAL DE MARABÁ
Gabinete: GABINETE DA 2ª VARA CIVEL E EMPRESARIAL DE MARABÁ
Data da Distribuição: 07/01/2010

DADOS DO DOCUMENTO
Nº do Documento: 2018.00494519-20

CONTEÚDO
Processo: 0000005-09.2010.8.14.0028.
Ação de Recuperação Judicial.
Requerente: SIDERÚRGICA IBÉRICA DO PARÁ S/A.

SENTENÇA

Trata-se da Recuperação Judicial da SIDERÚRGICA IBÉRICA S/A, devidamente qualificada nos autos, com fundamento no art. 47 e
seguintes da Lei 11.101/05, tendo sido a presente ação distribuída em 07 de janeiro de 2010;
1 - RELATÓRIO
Foram recolhidas as custas iniciais (às fls. 185/186);
À fl. 188, foi proferido Despacho determinando intimação da autora para emendar a inicial ajustando o valor da causa;
À fl. 191, a requerente emendou a inicial tempestivamente;
Às fls. 193/196, este juízo proferiu Decisão Interlocutória indeferindo o imediato processamento da Recuperação Judicial, bem como
deferindo prazo de 45 dias para complementação de documentos, e, ainda, deferindo pedido liminar e determinando suspensão das
ações de execução contra a requerente e coobrigados, bem como abstenção da lavratura de protestos;
Às fls. 198/225 constam Ofícios aos Estados comunicando o teor da Decisão Interlocutória;
Às fls. 227/270 a requerente apresentou a complementação dos documentos;
Às fls. 272/284, a requerente peticionou solicitando que sejam estendidos os efeitos da liminar;
Às fls. 285, há decisão deste juízo deferindo pedido de fls. 272 e estendendo os efeitos da decisão liminar por 30 (trinta) dias;
Às fls. 288, fora expedido Ofício ao Tabelionato Elvina Santis informando acerca do deferimento da liminar;
Às fls. 289/294, consta petição do HSBC BANK BRASIL S/A – BANCO MÚLTIPLO, habilitando-se nos autos e requerendo vistas do
processo pelo prazo de 30 (trinta) dias;
Às fls. 325, consta petição solicitando comunicação às Varas Cíveis acerca da existência da liminar, o que foi deferido às fls. 326,
tendo sido expedido os ofícios às fls. 330/332;
Às fls. 333/346, há juntada da cópia da petição de Agravo de Instrumento das decisões de fls. 193/196 e 285, do HSBC Bank Brasil
S/A – Banco Múltiplo;
Às fls. 347/348 consta petição da recuperanda, pugnando pela dilação do prazo de suspensão por mais 30 (trinta) dias;
Às fls. 349/422 o BicBanco peticionou requerendo expedição de ofício ao Oficial de Protesto para que dê normal seguimento ao
protesto de contrato de câmbio de exportação;
Às fls. 425/427 consta petição da requerente, pugnando pela expedição de ofícios com a finalidade de cientificar os Juízos em que
tramitam ações contra a mesma, do inteiro teor da Decisão deferida;
Às fls. 432/434 este Juízo de Direito proferiu Decisão deferindo o processamento da recuperação judicial; nomeando da Empresa RN
Auditores e Independentes e Consultores S/A como Administrador Judicial; determinando dispensa da apresentação de certidões
negativas para que o devedor exerça suas atividades, exceto para contratação do Poder Público ou para recebimento de benefícios
e incentivos fiscais; determinando a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor; determinando ao devedor
apresentação de contas demonstrativas mensais; mantendo a decisão agravada (item 15); julgando prejudicado os pedidos de fls.
345/346; indeferindo o pedido de fls. 423/425;
Às fls. 445/475, Banco Industrial e Comercial S/A peticionou informando interposição de agravo, bem como a juntada da cópia da
petição de Agravo de Instrumento face as decisões de fls. 193/196 e 285;
Às fls. 479 foi expedido ofício para a Secretaria Executiva da Receita Estadual intimando-a acerca da decisão interlocutória que

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deferiu o processamento da Recuperação;


Às fls. 481/515, a requerente apresentou cópia da petição de Agravo de Instrumento contra a decisão de fls. 432/434,
especificamente contra o item 11 e parte final do 16;
Às fls. 516 consta termo de Compromisso do Administrador Judicial;
Às fls. 517/744 a recuperanda peticionou informando a concessão parcial da tutela recursal pleiteada no Agravo, reiterando o
requerimento e pedindo reconsideração de parte da decisão de fls. 432/434;
Às fls. 746/754 a recuperanda peticionou informando que foi negado provimento ao Agravo interposto pelo BicBanco, reiterando o
requerimento e pedindo reconsideração de parte da decisão de fls. 432/434;
Às fls. 755/762 o credor HSBC Bank Brasil S/A peticionou solicitando deferimento da expedição de ofício ao Tabelião do 2º Oficio
informando acerca de que não há óbice para lavratura de protestos dos contratos firmados pela Siderúrgica Ibérica do Pará S/A com
o credor HSBC;
Às fls. 763/764 este juízo proferiu Decisão Interlocutória indeferindo os pedidos de reconsideração, mantendo, portanto, a decisão de
fls. 432/434 na integralidade, publicada em 07/05/2010 conforme comprovante de envio de matéria ao Diário de Justiça Eletrônico
(fls. 773);
Às fls. 765/772 consta Edital referente ao §1º do artigo 52 da Lei 11.101/05 dos autos da Recuperação Judicial da Siderúrgica
Ibérica, publicado em 07/05/2010, conforme comprovante de envio de matéria ao Diário de Justiça Eletrônico (fls. 774);
Às fls. 775/778 há ofício oriundo da 5ª Câmara Cível Isolada dando ciência a este Juízo da Decisão Monocrática em que foi
agravante Banco Industrial e Comercial S/A, na qual foi negado o seguimento ao recurso;
Às fls. 780/787 há ofício oriundo da 5ª Câmara Cível Isolada dando ciência a este Juízo da Decisão Monocrática em que foi
agravante Siderúrgica Ibérica do Pará S/A, na qual foi determinada a suspensão da execução apenas dos créditos decorrentes do
contrato de adiantamento de câmbio, pelo prazo de 30 (trinta) dias;
Às fls. 793/804 a recuperanda opôs Embargos de Declaração, requerendo a apreciação do pedido de reconsideração da decisão que
determinou que as ações movidas contra a recuperanda permanecessem nos Juízos aonde se encontram;
Às fls. 806/831, PricewaterhouseCoopers Corporate Finance & Recovery Ltda peticionou requerendo a habilitação de crédito no
plano de Recuperação Judicial;
Às fls. 850 o Administrador Judicial indicou o perito contador JOSÉ VANDERLEI MASSON DOS SANTOS, para atuar nos autos;
Às fls. 851/856 o credor UNIBANCO – UNIÃO DE BANCOS BRASILEIROS S/A habilitou-se nos autos, informando ter apresentado
petição indicando divergência quanto ao valor e classificação de seu crédito;
Às fls. 858/877, a credora Alditintas Comercial Ltda apresentou impugnação quanto ao valor de seu crédito;
Às fls. 878/880, a credora Viena Siderúrgica S/A peticionou manifestando concordância com o crédito quirografário apontado;
Às fls. 881/963 a credora Vale S/A peticionou requerendo habilitação de seu crédito no plano de Recuperação Judicial, no valor de
R$ 6.647.023,95 (seis milhões seiscentos e quarenta e sete mil e vinte e três reais e noventa e cinco centavos);
Às fls. 964/1.011 os credores Bancos Safra S/A, Banco Citibank S/A, Banco Industrial e Comercial S/A, HBSC Bank Brasil S/A, se
manifestaram acerca da relação de credores, impugnando o fato dos créditos decorrentes de Contratos de Câmbio terem sido
relacionados como quirografários;
Às fls. 1012/1023 a credora Transportador e Revendedor Olivi Ltda se manifestou, concordando com o valor de seu crédito, apontado
na relação de credores;
Às fls. 1070/1071 fora proferida Decisão Interlocutória deferindo o requerimento de fls. 755/762 e determinando expedição de ofício
ao Cartório do 2º Ofício de Registros informando que não há óbice para lavratura dos protestos relativos a Contratos de Câmbio
firmados pela Siderúrgica Ibérica, publicada em 07/06/2010, tendo sido expedido o oficio as fls. 1080;

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Às fls. 1072, há Decisão deste juízo acerca dos Embargos de Declaração opostos por Siderúrgica Ibérica, em que foram conhecidos
os embargos, porém rejeitados por ter o juízo entendido inexistirem pontos omissos, contraditórios ou obscuros, publicada em
07/06/2010;
Às fls. 1073, este juízo despachou determinando intimação do Administrador Judicial para que preste informações, quanto ao pedido
do Banco Safra e Outros, visando a exclusão de todos os créditos oriundos de contrato de câmbio da classe crédito quirografário,
publicada em 07/06/2010;
Às fls. 1082/1097, a Recuperanda manifestou-se acerca da petição de fls. 964/1.011, informando que o pedido se encontra em
discussão na 5ª Câmara Cível Isolada, em sede de agravo de instrumento;
Às fls. 1100/2041 a recuperanda apresentou o Plano de Recuperação Judicial, acompanhado por laudo econômico-financeiro e de
avaliação de bens;
Às fls. 2042/2046 o Administrador Judicial se manifestou, requerendo a intimação dos bancos credores, para se manifestarem acerca
da atual posição dos contratos de câmbio, esclarecendo se houve a baixa dos mesmos junto ao Banco Central;
Às fls. 2054/2055 este juízo decidiu acerca do pedido de fls. 964/1.011, bem como reconheceu que os créditos ACC’s devem ser
excluídos da relação contida no Edital; indeferiu o pedido da Recuperanda para que o Juízo aguarde o julgamento do Agravo, uma
vez que não foi atribuído ao mesmo efeito suspensivo; indeferiu o pedido para destituição do administrador judicial; determinou
publicação de Edital contendo aviso aos credores sobre o recebimento do plano de recuperação, o qual foi publicado em 01/07/2010;
Às fls. 2059/2067, a recuperanda apresentou cópia de Agravo de Instrumento em face da Decisão referente à petição do HSBC
BANK BRASIL S/A – BANCO MÚLTIPLO (fls. 1.070/1.071), bem como petição noticiando a sua interposição às fls. 2.069/2.074;
Às fls. 2.098/2.109, há manifestação do Administrador Judicial, apresentando nova listagem de credores para republicação;
Às fls. 2.110/2.125 a recuperanda opôs Embargos de Declaração informando sobre a concessão de efeito suspensivo nos agravos
de instrumento interpostos, reiterando a impossibilidade de haver exclusão dos créditos de ACC’s da lista de credores;
Às fls. 2.144/2.145 o credor Banco Citibank S/A opôs Embargos de Declaração, afirmando ter ocorrido equívoco na Decisão exarada
por este Juízo de Direito, visto que o seu pedido foi para afastamento dos administradores da recuperanda e não do administrador
judicial nomeado pelo Juízo;
Às fls. 2.146/2.149, o Administrador Judicial se manifestou, requerendo seja certificado quanto aos créditos habilitados e divergências
apresentadas pelos credores, e, ainda, a existência de objeções apresentadas ao plano de recuperação, devendo as mesmas serem-
lhe entregues;
Às fls. 2.151/2.152, o Banco Citibank S/A apresentou objeção ao Plano de Recuperação Judicial;
Às fls. 2.153/2.178, o credor Banco Merrill Lynch de Investimentos S/A apresentou objeção ao Plano de Recuperação Judicial;
Às fls. 2.179/2.191, a credora PricewaterhouseCoopers Corporate Finance & Recovery apresentou objeção ao Plano de
Recuperação Judicial;
Às fls. 2.196/2.233 o credor Unibanco – União de Bancos Brasileiros S/A apresentou objeção ao Plano de Recuperação Judicial;
Às fls. 2.234 o Ministério Público Estadual se manifestou pugnando pelo prosseguimento na forma do disposto no art. 56 da LRF com
a convocação da Assembleia-Geral de credores para deliberar sobre o plano;
Às fls. 2.235/2.240 consta Ofício oriundo da Secretaria da 5ª Câmara Cível Isolada, informando sobre a improcedência do Recurso
de Agravo de Instrumento interposto pela autora SIDERURGICA IBERICA DO PARÁ S/A, no qual requereu a exclusão dos créditos
advindos de adiantamento sobre contrato de câmbio.
Às fls. 2.243/2.245 consta petição do administrador judicial requerendo a convocação da Assembleia Geral de Credores.
Às fls. 2.249, consta Ofício oriundo da 1ª Vara do Trabalho de Marabá comunicando a existência de execução contra a Recuperanda
e solicitando reserva de recursos;

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Às fls. 2.250/2.256 o credor Banco Safra S/A peticionou solicitando juntada de Acórdão proferido pela 5ª CCI do TJE/PA;
Às fls. 2.257/2.262, há petição de Habilitação de Crédito Trabalhista de Valdir Santos;
Às fls. 2.263/2.265, há petição de Habilitação de Crédito Trabalhista de Daniel Dantas de Andrade;
Às fls. 2.267/2.268 foi proferida Decisão por este Juízo acerca dos Embargos de Declaração opostos por Banco Citibank S/A, tendo
sido na mesma indeferido o pedido de afastamento dos Administradores da Empresa Recuperanda, bem como foram conhecidos os
embargos e acolhidos, passando a acrescer na parte dispositiva o indeferimento do pedido de afastamento dos administradores da
Empresa Recuperanda;
Às fls. 2.269, este juízo decidiu acerca dos Embargos de Declaração opostos pela Siderúrgica Ibérica, tendo sido os mesmos
conhecidos, porém rejeitados por inexistirem pontos omissos, contraditórios e obscuros;
Às fls. 2.270 foram deferidos pedidos de habilitação de crédito, sendo determinada sua autuação em apartado.
Às fls. 2.273/2.285 o Administrador Judicial apresentou a Relação de Credores;
Às fls. 2.291 consta homologação do Quadro-Geral de Credores elaborado pelo Administrador Judicial;
Às fls. 2.292 este juízo proferiu Decisão a fim de convocar a Assembleia Geral de Credores com a finalidade de deliberar sobre o
plano: 1ª Convocação – 29/10/2010, 2ª Convocação – 11/11/2010, tendo sido publicado o edital de convocação em 07/10/2010, fls.
2.295;
Às fls. 2.304/2.305 a recuperanda opôs Embargos de Declaração em face da decisão que homologou o Quadro Geral de Credores;
Às fls. 2.306/2.323, a recuperanda apresentou Modificativo ao Plano de Recuperação Judicial, juntando o original às fls. 2.426/2.445;
Às fls. 2.324/2.329, o credor HSBC Bank Brasil S/A apresentou objeção ao plano de recuperação;
Às fls. 2.331/2.352, o Administrador Judicial se manifestou, apresentando o relatório previsto no Art. 22 da Lei nº 11.101/2005;
Às fls. 2.353/2.380 a recuperanda informou a interposição de Recurso de Agravo de Instrumento, requerendo a retratação da Decisão
Judicial atacada.
Às fls. 2.381/2.425 e 2.446/2.482, o credor Banco Santander (Brasil) SA opôs embargos de declaração em face da decisão que
homologou o Quadro-Geral de Credores;
Às fls. 2.484/2.487 consta Decisão Monocrática acerca do Agravo de Instrumento interpostos por Siderúrgica Ibérica do Pará S/A,
que tem como Agravados Banco Safra, Banco Citibank, Banco Industrial e Comercial, HSBC Bank Brasil, na qual foi deferida a
antecipação de tutela, determinando a inclusão das ACCs (Adiantamento de Contrato de Câmbio) na lista de credores, bem como a
relação de credores prevista no §2º do art. 7 da LRE e, a reabertura de prazo para apresentação de objeções ao Plano, até o
julgamento definitivo pelo Órgão Colegiado.
Às fls. 2.488, este juízo proferiu decisão determinando a comunicação ao Administrador acerca da referida decisão, a fim de que se
suspenda a realização da Assembleia Geral de Credores;
Às fls. 2.491/2.494, há Ofícios oriundos da 1ª Vara do Trabalho de Marabá solicitando reserva de recursos em favor do exequente
LUIS CLAUDIO MOTA CRUZ;
Às fls. 2.495/2.514 o Administrador Judicial apresentou seu relatório;
Às fls. 2.515/2.664 o Administrador Judicial apresentou nova relação de credores, com a inclusão dos créditos originários de ACCs,
bem como pareceres sobre créditos impugnados, que deixaram de acompanhar a relação de credores anterior.
Às fls. 2.665 este Juízo de Direito julgou os Embargos de Declaração apresentados pela Siderúrgica Ibérica e Banco Santander
(Brasil) SA, sendo os mesmos conhecidos e acolhidos, determinando-se ao Administrador Judicial que publicasse a relação dos
credores, seguindo o prazo para impugnações;
Às fls. 2.668/2.671 consta habilitação de crédito trabalhista em favor do exequente JOÃO JOSÉ COSTA SILVA.
Às fls. 2.675 consta Ofício oriundo da 1ª Vara do Trabalho de Marabá, pugnando pela reserva de recursos para pagamento ao

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exequente VALDIR SANTOS, no valor de R$ 31.778,12 (trinta e um mil setecentos e setenta e oito reais e doze centavos), acrescido
do valor das custas processuais, equivalentes a R$ 621,43 (seiscentos e vinte e um reais e quarenta e três centavos).
Às fls. 2.688/2.694 consta juntada da publicação do Edital de Relação de Credores no Diário de Justiça;
Às fls. 2.706/2.709 o Administrador Judicial manifestou-se, requerendo a convocação da Assembleia Geral de Credores;
Às fls. 2710 este juízo proferiu decisão determinando a convocação da Assembleia Geral de Credores com a finalidade de deliberar
sobre o plano: 1ª Convocação – 17/12/2010, 2ª Convocação – 18/01/2011, tendo sido publicado o edital de convocação em
02/12/2010, fls. 2.711;
Às fls. 2.717/2.722 o Banco Industrial e Comercial S/A peticionou requerendo a sua exclusão da lista de credores, por afirmar que o
seu crédito não se submete ao plano de recuperação judicial;
Às fls. 2.726, este juízo deferiu o pedido do credor e determinou a exclusão da lista de credores, pelo administrador judicial, de todos
os créditos referentes à adiantamentos de contrato de câmbio;
Às fls. 2.729/2.730 há Ofício oriundo da 2ª Vara do Trabalho de Marabá solicitando reserva de recursos em favor do reclamante
FRANCISCO SILVA SANTOS;
Às fls. 2.731/2.732 há Ofício oriundo da 2ª Vara do Trabalho de Marabá solicitando reserva de recursos em favor do reclamante LUIZ
GONZAGA OLIVEIRA DA SILVA;
Às fls. 2.733/2.734 o Administrador Judicial se manifestou requerendo a manutenção da Assembleia Geral de Credores designada
para o dia 17/12/2010, o que foi indeferido por este Juízo de Direito (fls. 2.735);
Às fls. 2.736/2.740 foi republicada a Relação de Credores;
Às fls. 2.745/2.762 e 2.763/2.776 o Banco Industrial e Comercial e a Siderúrgica Ibérica peticionaram requerendo a homologação de
um acordo realizado entre os mesmos;
Às fls. 2.777 este Juízo determinou que a recuperanda apresentasse certidões atualizadas, bem como que o Administrador Judicial
fosse intimado para apresentar parecer e, após, os autos fossem remetidos ao Ministério Público;
Às fls. 2.782/2.809 o Administrador Judicial apresentou Ata da Assembleia Geral de Credores realizada, com a respectiva lista de
credores presentes.
Às fls. 2.818/2.822 o Administrador Judicial apresentou relatório das atividades da empresa;
Às fls. 2.823/2.881 o Administrador Judicial apresentou Ata da Assembleia Geral de Credores realizada, juntamente com a respectiva
lista de credores presentes e as modificações ao Plano de Recuperação propostas pelos credores;
Às fls. 2.882/2.897 a Recuperanda requereu a juntada de cópia das certidões atualizadas, tendo sido juntados os originais às fls.
2.906/2.920;
Às fls. 2.930 este Juízo de Direito determinou a intimação de todos os interessados para tomarem conhecimento e, querendo,
manifestarem-se, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, sobre a aprovação das modificações ao plano de recuperação.
Às fls. 2.933 a credora Alditintas Comercial Ltda requereu a inclusão de seu crédito no rol de credores;
Às fls. 2.934/2.936 o credor HSBC Bank Brasil S/A – Banco Múltiplo solicitou a intimação dos representantes da recuperanda para
comprovarem que a recuperanda possui patrimônio suficiente para quitação das dívidas não sujeitas ao plano de recuperação, tendo
sido a referida petição indeferida às fls. 2.941;
Às fls. 2.937/2.938 o Administrador Judicial apresentou parecer favorável a constituição e outorga da garantia representada pela
alienação fiduciária das Fazendas VISCAYA I, II, III, IV, em favor do Banco Industrial e Comercial S/A;
Às fls. 2.946 o Ministério Público manifestou-se pela homologação do Plano de Recuperação;
Às fls. 2.948/2.949 o Administrador Judicial se manifestou quanto a objeção apresentada pelo Credor Unibanco, no sentido de que o
incidente seja extinto pela falta de interesse de agir;

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Às fls. 2.950/2.956 a recuperanda solicitou seja determinada a dispensa das certidões negativas de débitos tributários;
Às fls. 2.957/2.961 há Decisão publicada em 29/03/2011, proferida por este Juízo de Direito, concedendo a Recuperação Judicial
pleiteada pela devedora Siderúrgica Ibérica do Pará, bem como deferindo a reserva de valores solicitados pela Justiça do Trabalho;
Às fls. 2.964/2.967 foram opostos Embargos de Declaração por Mineração Floresta do Araguaia S/A, pugnando pela revogação da
Decisão Judicial que concedeu a Recuperação Judicial à empresa autora, a fim de que sejam julgadas as impugnações de crédito
apresentadas;
Às fls. 2.978/2.992 consta petição da empresa recuperanda, informando sobre a interposição de Recurso de Agravo de Instrumento,
pugnando pela retratação da Decisão Judicial;
Às fls. 2.993/3.006 consta Ofício oriundo da Secretaria da 5ª Câmara Cível Isolada informando o conhecimento e provimento ao
recurso interposto pela autora, para obstar a lavratura de protestos dos contratos de adiantamento de câmbio firmados entre a
agravante;
Às fls. 3.007/3.010 consta Ofício oriundo da Secretaria da 5ª Câmara Cível Isolada informando a concessão da tutela recursal
pleiteada em sede de agravo de instrumento ajuizado pela autora e pelo Banco Industrial e Comercial S/A, sendo determinado a este
Juízo de Direito analise o pedido de autorização para alienação fiduciária de bens imóveis não encampados pelo Plano de
Recuperação Judicial aprovado pela Assembleia Geral de Credores;
Às fls. 3.012/3.016 consta petição conjunta de SIDERURGICA IBERICA S/A e BANCO INDUSTRIAL E COMERCIAL S/A –
BICBANCO, informando sobre a concessão da tutela recursal pleiteada no agravo de instrumento e pugnando pela apreciação do
pedido de autorização para oneração de bens imóveis;
Às fls. 3.017 este Juízo de Direito apreciou o pedido formulado, indeferindo-o;
Às fls. 3.021/3.022 foram opostos Embargos de Declaração, pugnando pela retratação da Decisão Judicial e deferimento do pedido;
Às fls. 3.030/3.031 consta Ofício oriundo da 1ª Vara do Trabalho de Marabá, pugnando pela reserva de recursos para pagamento ao
exequente ANTONIO HELIO DE MOURA;
Às fls. 3.037/3.038 este Juízo de Direito decidiu acerca dos Embargos de Declaração opostos por Mineração Floresta do Araguaia
S/A, os quais foram conhecidos, porém rejeitados;
Às fls. 3.039 este Juízo de Direito apreciou os Embargos de Declaração opostos por SIDERURGICA IBERICA S/A e BANCO
INDUSTRIAL E COMERCIAL S/A – BICBANCO, convertendo o seu julgamento em diligência, determinando a intimação do
Administrador Judicial e do Ministério Público para manifestarem-se sobre o pedido;
Às fls. 3.042/3.045 consta petição do BANCO SANTANDER (BRASIL) S/A, pugnando pela expedição de ofícios aos Cartório de
Registro de Imóveis das Comarcas de Jacundá/PA e Goianésia do Pará/PA, com a finalidade de determinar que os mesmos se
abstenham de registrar qualquer ato de constrição sobre as matrículas referentes às Fazendas Bilbao I, II e III;
Às fls. 3.062/3.077 consta Petição da credora MINERAÇÃO FLORESTA DO ARAGUAIA, informando a interposição de Recurso de
Agravo de Instrumento contra a Decisão Judicial que concedeu a Recuperação Judicial à empresa SIDERURGICA IBÉRICA DO
PARÁ S/A, afirmando ser necessário o julgamento de impugnação de crédito ajuizada com a finalidade de corrigir o valor de seu
crédito no quadro geral de credores;
Às fls. 3.078 a recuperanda informou a realização de bloqueio judicial em sua conta bancária, em razão de ação de execução
tramitando perante o Juízo de Direito da Comarca de Londrina/PR, sendo que, após peticionar naquele Juízo de Direito, foi
determinada a remessa do valor para conta judicial vinculada aos autos, motivo pelo qual requereu o levantamento do valor, a fim de
fomentar sua atividade operacional;
Às fls. 3.088/3.089 consta Ofício oriundo da 1ª Vara do Trabalho de Marabá, pugnando pela reserva de recursos para pagamento ao
exequente GERALDO DOS SANTOS;

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Às fls. 3.090/3.091 consta manifestação do Administrador Judicial no sentido de que sejam mantidas as exclusões dos créditos
oriundos de operações de ACC’s.
Às fls. 3.129/3.144, constam Pareceres sobre créditos de BANCO SAFRA S/A E OUTROS, HSBC BANK BRASIL S/A – BANCO
MÚLTIPLO, UNIBANCO – UNIÃO DE BANCOS BRASILEIROS S/A, BANCO SANTANDER (BRASIL) S/A;
Às fls. 3.145/3.163 a recuperanda pleiteou a suspensão dos efeitos de todos os protestos de títulos abrangidos pela LRF;
Às fls. 3.172/3.179, 3.185/3.199 constam relatórios do Administrador Judicial, informando sobre as atividades da recuperanda;
Às fls. 3.200/3.201 consta Decisão Judicial na qual este Juízo de Direito conheceu dos Embargos de Declaração opostos por
SIDERURGICA IBERICA S/A e BANCO INDUSTRIAL E COMERCIAL S/A, exercendo juízo de retratação, homologando o acordo
entabulado entre as partes, e, ainda, foi deferido os pedidos da Justiça do Trabalho para reserva de valores;
Às fls. 3.209/3.213 consta instrumento de composição amigável firmada entre a recuperanda e o Administrador Judicial;
Às fls. 3.214/3.223 consta Petição da empresa recuperanda noticiando a interposição de Recurso de Agravo de Instrumento, face a
Decisão Judicial que indeferiu o pedido para suspensão dos efeitos de todos os protestos de títulos abrangidos pela LRF;
Às fls. 3.224/3.227 consta manifestação do Administrador Judicial acerca das impugnações de crédito propostas por BANCO
CITIBANK S/A, HSBC BANCO MÚLTIPLO S/A, BANCO INDUSTRIAL E COMERCIAL S/A e BANCO SAFRA S/A;
Às fls. 3.240/3.286 conta parecer contábil apresentado pelo Perito Judicial, quanto aos pedidos para habilitação de crédito oriundos
da Justiça do Trabalho;
Às fls. 3.287/3.343 e 3.348/3.376 constam relatórios do Administrador Judicial, informando sobre as atividades da recuperanda;
Às fls. 3.377/3.386 consta ofício oriundo da 5ª Câmara Cível Isolada encaminhando Decisão Judicial exarada em Agravo de
Instrumento, o qual foi conhecido e provido para determinar a suspensão dos protestos referentes às duplicatas mercantis indicadas;
Às fls. 3.391/3.396 consta petição da recuperanda pugnando pelo cumprimento da Decisão Judicial exarada no Agravo de
Instrumento, a qual deu provimento ao Recurso interposto;
Às fls. 3.397/3.415 consta petição da credora VOTORANTIM CIMENTOS S/A, requerendo a homologação do Juízo para firmar
contrato de compra e venda de escória e outras avenças com a empresa recuperanda.
Às fls. 3.416 este Juízo de Direito determinou a intimação do Administrador Judicial para que se manifeste sobre o pedido da credora
VOTORANTIM CIMENTOS S/A.
Às fls. 3.418/3.431 o Administrador Judicial apresentou relatórios de atividade da recuperanda;
Às fls. 3.432 o Administrador Judicial se manifestou favorável à realização de contrato de compra e venda entre a recuperanda e a
credora VOTORANTIM CIMENTOS S/A;
Às fls. 3.433 consta Certidão oriunda da 1ª Vara do Trabalho de Marabá, com a finalidade de habilitar a UNIÃO FEDERAL no
processo, a fim de ver resguardado seu crédito junto à recuperanda, no valor de R$ 3.732,00 (três mil setecentos e trinta e dois
reais);
Às fls. 3.434 o Ministério Público se manifestou favorável à autorização para realização de negócio jurídico entre a recuperanda e a
credora VOTORANTIM CIMENTOS S/A;
Às fls. 3.436/3.443 o Administrador Judicial apresentou relatório de atividade da recuperanda;
Às fls. 3.452 consta Ofício oriundo da 2ª Vara do Trabalho de Ananindeua, pugnando pela reserva de recursos para pagamento ao
exequente ALAN DIEGO GEMAQUE SANTOS;
Às fls. 3.460/3.497 o Administrador Judicial apresentou relatório de atividade da recuperanda;
Às fls. 3.498/3.505 a recuperanda informa que o Banco Safra S/A, nos autos de Execução de Título Extrajudicial em trâmite perante a
33º Vara Cível do Foro Central de São Paulo, requereu a penhora de suas Fazendas, nas quais realiza um plano de auto suprimento
por meio de suas próprias reservas de reflorestamento para abastecer seus altos fornos, desse modo, o prosseguimento das

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penhoras inviabilizará a recuperanda de realizar a sua produção e por consequência prejudicará o Plano de Recuperação, pois a
execução se encontra em fase bastante adiantada, com diversas Cartas Precatórias expedidas a fim de proceder a avaliação e
alienação das indigitadas fazendas. Diante disso, a recuperanda requer a expedição de ofício para as Comarcas de Rondon do Pará,
Goianésia do Pará e Itaguatins/TO, a fim de suspender as Cartas Precatórias; requer ainda, que seja reconhecida a competência
exclusiva deste Juízo para autorizar a oneração de bens da recuperanda, bem como para que reconheça a nulidade das penhoras e
demais atos constritivos realizados sobre as referidas Fazendas;
Às fls. 3.510/3.513 o Administrador Judicial juntou Ata de Reunião entre a equipe de administração judicial e os representantes legais
da recuperanda;
À fl. 3.518 foi realizada Penhora no rosto dos autos para reserva da importância de R$ 2.802,26 (dois mil oitocentos e dois reais e
vinte e seis centavos), oriunda de decisão proferida em processo que tramita perante a 10ª Vara do Trabalho de Belém;
Às fls. 3.522/3.524 o Banco Citibank informa a cessão do crédito detido por este para a sociedade Bricks Investimentos S.A;
Às fls. 3.528/3.532 o perito contador apresentou adequação técnica dos créditos devidos aos credores;
Às fls. 3.533/3.570 o Administrador Judicial apresentou relatórios de atividade da recuperanda;
Às fls. 3.572 consta pedido de habilitação de crédito de JOÃO GOMES;
Às fls. 3.575/3.598 o Administrador Judicial apresentou relatórios de atividade da recuperanda;
Às fls. 3.603/3.665 o ITAÚ UNIBANCO S.A e FIDC MIRUNA informaram que FIDC MIRUNA adquiriu, mediante termo de cessão, os
créditos de titularidade do ITAÚ UNIBANCO S.A;
Às fls. 3.670/3.679 o Administrador Judicial apresentou relatórios de atividade da recuperanda;
Às fls. 3.689 este Juízo de Direito proferiu Decisão Judicial deferindo a substituição do ITAÚ UNIBANCO S.A pela FIDC MIRUNA;
Às fls. 3.692/3.740 o Administrador Judicial apresentou relatórios de atividade da recuperanda;
Às fls. 3.769/3.783 o Administrador Judicial apresentou relatórios de atividade da recuperanda;
Às fls. 3.784/3.786 a recuperanda pugnou pelo encerramento da Recuperação Judicial, visto o PRJ estar sendo devidamente
executado e o prazo de 02 (dois) anos já ter sido superado;
Às fls. 3.789/3.820 o Administrador Judicial apresentou relatórios de atividade da recuperanda;
Às fls. 3.821/3.822 a recuperanda requereu autorização judicial para constituição de ônus sobre a Fazenda Muriaé, com a finalidade
de prosseguir regularmente com seus negócios;
Às fls. 3.826/3.828 consta pedido de habilitação de crédito trabalhista de LUIZ PAULO DUTRA DE SOUSA;
Às fls. 3.829/3.831 o Administrador Judicial se manifestou concordando com o parecer técnico emitido pelo perito contador para que
seja incluído no rol de credores o montante quirografário de R$ 21.336.359,79 em retificação ao reconhecido pela recuperanda.
Manifestou-se ainda, favorável à alienação da Fazenda Muriaé a fim de viabilizar a recuperação;
Às fls. 3.832/3.833 consta ofício oriundo da 1ª Vara do Trabalho desta Comarca encaminhando certidão de Crédito a fim de habilitar
crédito da União Federal;
Às fls. 3.834/3.865 o Administrador Judicial apresentou relatórios de atividades da recuperanda;
Às fls. 3.866/3.868 o Ministério Público se manifestou pela homologação do pedido de alienação fiduciária e/ou oneração da Fazenda
Muriaé em favor de terceiros;
Às fls. 3.870/3.873 o Administrador Judicial se manifestou pelo encerramento da recuperação judicial;
À fl. 3.874 este Juízo de Direito autorizou a alienação/oneração do bem imóvel denominado Fazenda Muriaé, determinando que os
valores obtidos com a negociação devem obedecer aos fins previstos no item 14 a-c do Modificativo ao Plano da Recuperação
Judicial;
À fl. 3.877/3.882 o Banco CITINBANK S.A peticionou requerendo sua exclusão do presente feito, visto que informou nos autos que

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cedeu seus créditos para a sociedade BRICKS INVESTIMENTOS S.A;


Às fls. 3.883/3.892 consta pedido de habilitação de crédito trabalhista de PEDRO MENDES NETO;
Às fls. 3.899/3.912 consta pedido de habilitação de crédito trabalhista de LUCIVAL LEITE MONTEIRO;
Às fls. 3.914/3.950 o Administrador Judicial apresentou relatórios de atividades da recuperanda;
À fl. 3.953 o Ministério Público se manifestou pelo encerramento da Recuperação Judicial.
Às fls. 3.960/3.961 consta ofício oriundo da 1ª Vara do Trabalho desta Comarca solicitando a desconsideração das certidões para
fins de habilitação de créditos da UNIÃO FEDERAL, em razão do seu adimplemento pela recuperanda.
Às fls. 3.965/4.034 o Administrador Judicial apresentou relatórios de atividades da recuperanda;
Às fls. 4.035/4.071 consta Ofício oriundo da Secretaria da 5ª Câmara Cível Isolada, informando o trânsito em julgado do Agravo de
Instrumento interposto por HSBC BANK BRASIL S/A – BANCO MÚLTIPLO, o qual foi provido para determinar que as execuções de
títulos de adiantamento a contrato de câmbio não se sujeitam aos efeitos da recuperação judicial;

Às fls. 4.081/4.082 consta ofício oriundo da 1ª Vara do Trabalho desta Comarca encaminhando certidão de Crédito a fim de habilitar
crédito da União Federal;
Às fls. 4.084/4.144 o Administrador Judicial apresentou relatórios de atividades da recuperanda;
Às fls. 4.145/4.147 consta Petição informando a cessão de crédito do credor BANCO VOTORANTIM S/A para o FUNDO DE
RECUPERAÇÃO DE ATIVOS – FUNDO DE INVESTIMENTO EM DIREITOS CREDITÓRIOS NÃO PADRONIZADO;
Às fls. 4.148/4.151 e 4.181/4.183 o credor BANCO SANTANDER BRASIL S/A manifestou-se pelo indeferimento do pedido de
encerramento da Recuperação Judicial;
Às fls. 4.153/4.180 o Administrador Judicial apresentou relatórios de atividades da recuperanda;
Às fls. 4.185/4.197 a credora PRICEWATERHOUSECOOPERS AUDITORES INDEPENDENTES informou divergência no valor
referente à base de cálculo para pagamento das parcelas trimestrais de seu crédito, requerendo a intimação da recuperanda para
prestar esclarecimentos e regularizar o valor;
Às fls. 4.210/4.223 e 4.224/4.251 o credor BANCO SANTANDER BRASIL S/A manifestou-se pelo indeferimento do pedido de
encerramento da Recuperação Judicial;
Às fls. 4.253/4.273 o Administrador Judicial apresentou relatórios de atividades da recuperanda;
Às fls. 4.274/4.275 o Administrador Judicial afirmou estar cumprindo com o determinado na cláusula 16 do plano de recuperação
judicial, apresentando os relatórios mensais de atividades da recuperanda, motivo pelo qual não merece prosperar a alegação
apresentada pelo credor BANCO SANTANDER BRASIL S/A;
Às fls. 4.281 foi determinada a remessa dos autos ao Ministério Público do Trabalho;
Às fls. 4.282 foi certificada a renumeração dos autos;
Às fls. 4.283/4.284 consta ofício oriundo da 1ª Vara do Trabalho desta Comarca encaminhando certidão de Crédito a fim de habilitar
crédito da União Federal;
Às fls. 4.285/4.292 e 4.293/4.299, o credor BANCO SANTANDER BRASIL S/A informou o descumprimento do plano de recuperação
judicial, requerendo a convolação da recuperação judicial em falência;
Às fls. 4.303/4.320 o Administrador Judicial apresentou relatórios de atividades da recuperanda;
Às fls. 4.321/4.325 consta ofício oriundo da 3ª Vara do Trabalho de Ananindeua encaminhando certidão de crédito solicitando a
reserva cautelar de valores em favor do reclamante SYDEMAR JOSÉ FRANCO SANTOS JÚNIOR;
Às fls.4.331/4.332 o Ministério Público do Trabalho requereu a habilitação de crédito referente ao processo nº 0003491-
42.2015.8.14.0028, bem como a intimação da recuperanda para reverter o crédito ao FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador;

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Às fls. 4.333/4.334 foi designada audiência para o dia 06/12/2016, com a finalidade de saneamento do processo;
Às fls. 4.336/4.341 o Administrador Judicial apresentou relatórios de atividades da recuperanda;
Às fls. 4.342/4344 consta termo de audiência realizada, na qual a recuperanda pugnou: I. pela conversão do encerramento da
recuperação judicial em diligência, consistente em prazo para que a mesma realize acordo com o BANCO SANTANDER, em relação
ao seu crédito extraconcursal; II. a convocação de nova assembleia geral de credores para discussão e aprovação de aditamento ao
plano existente; III. a concessão de prazo de 45 (quarenta e cinco) dias para juntada de balanços auditados; e, IV. o indeferimento do
pedido do BANCO SANTANDER BRASIL S/A para convolação da recuperação judicial em falência;
Às fls. 4.362/4.365 o Administrador Judicial se manifestou favorável à realização de assembleia geral de credores para promover
alterações no plano de recuperação;
Às fls. 4.371/4.411, a recuperanda realizou a juntada do relatório dos auditores independentes sobre as demonstrações contábeis do
exercício 2015;
Às fls. 4.412/4.416 o Ministério Público requereu a intimação do Ministério Público do Trabalho sobre a manifestação do
Administrador Judicial quanto à habilitação de crédito e reversão do mesmo ao FAT – Fundo de Amparo ao trabalhador, e, ainda,
requereu a intimação do administrador judicial para apresentar o relatório de atividade da recuperanda relativo ao mês
novembro/2016 e subsequentes;
Às fls. 4.418/4.419 o BANCO CITIBANK S/A reiterou o pedido para exclusão do processo, visto a cessão de seu crédito para a
sociedade BRICKS INVESTIMENTOS S/A;
Às fls. 4.425/4.451 a credora VALE S/A comunicou o descumprimento do plano de recuperação judicial e requereu a convolação em
falência;
Às fls. 4.453/4.507 a recuperanda informou a designação de data para realização de leilões de algumas de suas propriedades, em
razão de processo de execução em trâmite perante o Juízo de Direito da 33ª Vara Cível do Foro Central da Comarca de São Paulo,
requerendo a concessão de tutela de urgência para determinar a imediata suspensão do leilão e da ação de execução;
Às fls. 4.508/ este Juízo de Direito deferiu o pedido da recuperanda para realização de assembleia geral de credores, convocando-a
para o dia 25/08/2017, e, ainda, determinou a suspensão dos atos de expropriação dos imóveis descritos nos editais de leilões
públicos, denominados FAZENDA SANTA RITA e FAZENDA MOREIRA, até a realização da assembleia geral de credores;
Às fls. 4.532/4.535, a empresa recuperanda opôs Embargos de Declaração, afirmando a existência de omissão da Decisão Judicial
exarada por este Juízo de Direito, que deixou de apreciar seu pedido para suspensão do processo de execução em trâmite perante o
Juízo de Direito da 33ª Vara Cível do Foro Central da Comarca de São Paulo;
Às fls. 4.538 a empresa recuperanda informou encontrar-se em discussões com a credora VALE S/A com a finalidade de
regularização de eventuais pendências, requerendo o prazo de 15 (quinze) dias para cumprimento da Decisão Judicial;
Às fls. 4.542/4.548 consta Telegrama oriundo da Segunda Seção do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, cientificando este Juízo de
Direito de Decisão Judicial exarada nos autos do Conflito de Competência nº 152743/PA, na qual o Eminente Ministro Relator
designou este Juízo de Direito para resolver, em caráter provisório, eventuais medidas urgentes, até ulterior deliberação, e, ainda,
solicitou informações, as quais foram devidamente prestadas (fls. 4.551/4.556);
Às fls. 4.565/4.576, 4.580/4.597, 4.600/4.617 e 4.618/4.635 o credor BANCO SAFRA S/A informou a interposição de Recurso de
Agravo de Instrumento contra a Decisão Judicial que determinou a suspensão dos leilões de propriedades da empresa recuperanda,
pugnando pela reconsideração da Decisão Judicial. Este Juízo de Direito manteve a Decisão Agravada (fls. 4.637/4.638);
Às fls. 4.646 este Juízo de Direito rejeitou os embargos de declaração opostos com a finalidade de suspensão do processo de
execução em trâmite perante o Juízo de Direito da 33ª Vara Cível do Foro Central da Comarca de São Paulo;
Às fls. 4.651/4.664 o BANCO CITIBANK S/A requereu sua exclusão e substituição por BRICKS INVESTIMENTOS S/A, em razão de

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cessão de crédito;
Às fls. 4.665/4.666 a recuperanda solicitou a redesignação da assembleia geral de credores, afirmando estar em negociações com o
BANCO SANTANDER BRASIL S/A, o que foi deferido, com o adiamento da assembleia geral de credores para o dia 31/10/2017 (fls.
4.667);
Às fls. 4.670/4.707 a recuperanda juntou demonstrações contábeis, devidamente auditadas, Balanço Patrimonial e Demonstração do
Resultado e da Mutação do Patrimônio Líquido e Demonstração do Fluxo de Caixa;
Às fls. 4.709/4.712 consta ofício oriundo da 8ª Vara do Trabalho de Belém informando a quitação dos créditos de WAGNER SANTOS
DA CONCEIÇÃO, JOÃO REIS DOS SANTOS e KLEBSON DOS SANTOS AMARAL;
Às fls. 4.717/4.734 a recuperanda informou a interposição de Recurso de Agravo de Instrumento contra a Decisão Judicial que
indeferiu o pedido para suspensão da ação de execução em trâmite perante o Juízo de Direito da 33ª Vara Cível do Foro Central da
Comarca de São Paulo/SP;
Às fls. 4.738/4.751 o Administrador Judicial apresentou relatórios de atividades da recuperanda;
Às fls. 4.824/4.827 a recuperanda comprovou a publicação do edital da assembleia geral de credores no jornal local Correio do
Tocantins;
Às fls. 4.832/4.834 a recuperanda juntou comprovante de pagamento de Termo de Ajuste de Conduta firmado perante o Ministério
Público do Trabalho, no valor de R$ 15.429,65 (quinze mil quatrocentos e vinte e nove reais e sessenta e cinco centavos);
Às fls. 4.841/4.865 a recuperanda apresentou proposta de modificativo ao plano de recuperação judicial, para ciência aos credores,
administrador judicial e Ministério Público;
Às fls. 4.866 foi determinada ciência aos credores da recuperanda, administrador judicial e Ministério Público, com publicação no
Diário de Justiça Eletrônico em 30/10/2017 (fls. 4.867);
Às fls. 4.868/4.871 consta Decisão Judicial exarada nos autos do Conflito de Competência nº 152.743 – PA, na qual foi declarado
competente este Juízo de Direito da 2ª Vara Cível e Empresarial da Comarca de Marabá/PA;
Às fls. 4.872/4.881 o Administrador Judicial apresentou relatórios de atividades da recuperanda;
Às fls. 4.882 consta Termo de Audiência realizada para preparação da Assembleia Geral de Credores;
Às fls. 4.887/4.890 consta Ata da Assembleia Geral de Credores da Recuperação Judicial de Siderúrgica Ltda, realizada em
30/10/2017;
Às fls. 4.892/4.914 foi juntado Modificativo ao Plano de Recuperação Judicial com as alterações propostas pelos credores durante a
Assembleia Geral de Credores realizada em 30/10/2017;
Às fls. 4.914-verso/4.915 foi determinada a remessa dos autos ao Ministério Público para manifestação sobre a homologação do
Plano de Recuperação Judicial, e, ainda, a tomada de medidas saneadoras;
Às fls. 4.916/4.919 a credora PRINCEWATERHOUSECOOPERS CORPORATE FINANCE & RECOVERY LTDA apresentou Objeção
à Proposta de Modificação do Plano de Recuperação Judicial;
Às fls. 4.923/4.933 o Administrador Judicial se manifestou pela aprovação do Modificativo ao Plano de Recuperação Judicial;
Às fls. 4.942/4.946 o Ministério Público se manifestou pela homologação do plano modificativo apresentado e aprovado na
Assembleia Geral de Credores realizada em 31/10/2017;
Às fls. 4.959/4.961 a empresa recuperanda juntou comprovante de pagamento das custas processuais finais;
Às fls. 4.962 consta Certidão da Sra. Diretora de Secretaria dando conta da existência de 02 (dois) Recursos de Agravo de
Instrumento tramitando junto ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Pará, sendo que não foi atribuído efeito suspensivo a
nenhum deles.

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É relatório necessário. Passo a decidir.

2 – FUNDAMENTAÇÃO

2.1 – DA OBJEÇÃO APRESENTADA PELA CREDORA PRINCEWATERHOUSECOOPERS CORPORATE FINANCE & RECOVERY
LTDA AO MODIFICATIVO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL.

Às fls. 4.916/4.919 a credora PRINCEWATERHOUSECOOPERS CORPORATE FINANCE & RECOVERY LTDA apresentou Objeção
à Proposta de Modificação do Plano de Recuperação Judicial alegando em síntese que a Recuperanda não observou o disposto no
artigo 53 da Lei nº 11.101/2005, deixando de apresentar satisfatoriamente: a) – a sua viabilidade econômica; b) – o laudo econômico-
financeiro e c) – avaliação de bens e ativos, subscritos por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada.
O juízo determinou que o Administrador Judicial e o Perito apresentassem parecer sobre a objeção, às fls. 4922.
Foi apresentado parecer às fls. 4923 a 4931 e o Mapa da Votação com a Relação Geral de Credores e o Quadro Resumo com os
respectivos quóruns. De forma específica em relação à objeção manifestaram em síntese: a) - Que a deliberação assemblear
atendeu a todos os requisitos formais e legais ao aprovar o modificativo ao Plano de Recuperação Judicial; b) – Que a credora
PRINCEWATERHOUSECOOPERS CORPORATE FINANCE & RECOVERY LTDA, foi devidamente cientificada para participar da
Assembleia Geral de Credores, mas não o fez, limitando-se a protocolar a objeção nos autos, 15 (quinze) dias após, configurando
preclusão consumativa uma vez que o Modificativo do Plano de Recuperação Judicial já fora objeto da aprovação pela maioria
absoluta dos credores; c) – Que em relação a viabilidade econômica e o laudo econômico-financeiro da Recuperanda encontram-se
acostados aos autos; d) – Avaliação dos seus bens e ativos, constou expressamente na Ata da Assembleia-Geral de Credores que
aprovou o modificativo que serão apresentados os Laudos de Avaliação dos bens a serem alienados, inclusive para fins de
fiscalização da limitação de desconto do 30% (trinta por cento).
Oportunizada a manifestação da Representante do Ministério Público, em relação à objeção e por consequência em relação à
homologação, posicionou-se pela rejeição à objeção apresentada e a homologação do Modificativo apresentado e aprovado na
Assembleia Geral de Credores. (fls. 4942/4946).

A objeção deveria ter sido apresentada antes da Assembleia Geral de Credores ou então durante a Assembleia
Geral de Credores e não aguardar a realização da Assembleia para 15 dias depois apresentar a objeção. Resta sim caracterizada a
preclusão consumativa.

As alegações apresentadas pela PRINCEWATERHOUSECOOPERS CORPORATE FINANCE & RECOVERY LTDA, são pertinentes
no entanto, apresentam um caráter geral e deveriam ter sido discutidas e debatidas na Assembleia Geral de Credores o que não
ocorreu. Mesmo assim, a suposta alegação de prejuízo para os credores quirografários restou refutada uma vez que o imóvel
originalmente reservado em garantia, Fazenda Muriaé, foi substituído pelas Fazendas Rio Capim e Austúrias, as quais apresentam
um valor superior ao imóvel reservado originalmente para os credores quirografários.

Os imóveis foram avaliados quando da aprovação do Plano de Recuperação Judicial original e a Assembleia Geral de Credores
concordou que os imóveis sejam novamente avaliados quando de uma futura alienação. Sem adentrar nas justificativas que levaram

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os credores em decisão assemblear decidir assim, acreditamos deu-se em relação à oscilação do mercado imobiliário. Razão pela
qual, uma vez que no mérito da objeção não restou comprovado prejuízo para qualquer classe de credores, e em face da aprovação
do plano de recuperação, pela Assembleia Geral de Credores, considerando ser o órgão máximo na recuperação judicial (art. 34,
inciso I, alíneas a e f, Art. 42, 45, 50, incisos I, II, III, VI e XV, Art. 59 da Lei n. 11.101/2005), entendemos por bem acolher o Parecer
Ministerial e o parecer do Administrador Judicial e do Perito, para fins REJEITAR a objeção.

2.2 – DA SOBERANIA DAS DECISÕES DA ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES E A VIABILIDADE ECONÔMICA DA


RECUPERANDA.

O legislador além de eleger a Assembleia-Geral de Credores como órgão fundamental ao processamento da recuperação judicial
deposita-lhe a atribuição da "aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor" (art. 35,
I, "a"), bem como deliberar sobre "qualquer outra matéria que possa afetar o interesse dos credores" (art. 35, I, 'f"). Tal força tem a
Assembleia-Geral que suas deliberações "não serão invalidadas em razão de posterior decisão judicial acerca da existência,
quantificação ou qualificação de créditos" (art. 39, §2o).Tampouco "será deferido provimento liminar, de caráter cautelar ou
antecipatório dos efeitos da tutela, para a suspensão ou adiamento da Assembleia-Geral de Credores em razão de pendência de
discussão acerca da existência, da quantificação ou da classificação de créditos" (art. 40).

Tal é o poder da Assembleia-Geral de Credores que "o devedor não poderá desistir do pedido de recuperação judicial após o
deferimento de seu processamento, salvo se obtiver aprovação da desistência na Assembleia-Geral de Credores" (art. 52, § 4o).
Além disso, rejeitado o plano de recuperação por Assembleia-Geral de Credores, o juiz decretará a falência do devedor (art. 56, §
4o).

Ou seja, não cabe ao Magistrado fazer a análise meritória do conteúdo do Plano Recuperação Judicial ou Modificativo, mas sim
apenas o controle da legalidade do ato, conforme transcrevemos recente decisão do Superior Tribunal de Justiça:
, entendeu que as decisões da Assembleia Geral de Credores sobre o conteúdo do plano são soberanas, cabendo ao magistrado
apenas o controle de legalidade do ato, não podendo se imiscuir sobre a viabilidade econômica.Sendo assim, o juiz não pode, de
ofício, convolar a recuperação judicial em falência, após o plano ter sido aprovado pela Assembleia Geral de Credores. Este foi o
entendimento apresentado pelo ministro Luis Felipe Salomão ao julgar, recurso contra decisão de magistrado que fez a convolação
fora das hipóteses previstas em lei.Lembrando que a marca o início da fase moderna do direito falimentar, o relator destacou o
princípio de que o juiz não pode se substituir aos credores e ao mercado propriamente dito. Não é ele a avaliar a melhor forma de
prosseguir à recuperação. O Judiciário não se substitui aos credores. O ministro lembrou a relevância da Assembleia Geral, órgão
máximo deliberativo, a quem cabe a competência para aprovar, modificar ou rejeitar o plano."Quando o plano não for impugnado por
qualquer credor ou for aprovado pela Assembleia incumbirá ao juiz conceder a recuperação. Havendo aprovação tácita ou expressa
do plano, caberá ao juiz conceder a recuperação se atendidos os requisitos de validade."Conforme narrou Salomão, há somente
quatro causas aptas a ensejar a convolação da recuperação em falência, quais sejam: (i) por deliberação da Assembleia, (ii) inércia
do devedor em apresentar o plano no prazo legal, (iii) rejeição do plano pela Assembleia e (iv) descumprimento da obrigação do
devedor no plano no período de dois anos após a concessão da recuperação. No caso concreto, concluiu o ministro, constatando o
magistrado alguma fraude ou nulidade, é o caso de convocação de nova Assembleia, o que não houve. E encerrou:"É preocupante
que o Judiciário avoque para si o poder de encerrar atividades empresariais."A decisão da 4ª turma foi unânime.
Para fins da análise da legalidade da Assembleia Geral de Credores, consideramos pertinente transcrever alguns dispositivos

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importantes da Lei de Recuperação Judicial:

Art. 35. A Assembleia-geral de credores terá por atribuições deliberar sobre:

I – na recuperação judicial:

a) aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor;(...)

Art. 37. A Assembleia será presidida pelo administrador judicial, que designará 1 (um) secretário dentre os credores presentes. (...)

§ 2o A Assembleia instalar-se-á, em 1a (primeira) convocação, com a presença de credores titulares de mais da metade dos créditos
de cada classe, computados pelo valor, e, em 2a (segunda) convocação, com qualquer número.

§ 3o Para participar da Assembleia, cada credor deverá assinar a lista de presença, que será encerrada no momento da instalação.
(...)

§ 7o Do ocorrido na Assembleia, lavrar-se-á ata que conterá o nome dos presentes e as assinaturas do presidente, do devedor e de
2 (dois) membros de cada uma das classes votantes, e que será entregue ao juiz, juntamente com a lista de presença, no prazo de
48 (quarenta e oito) horas.

Art. 38. O voto do credor será proporcional ao valor de seu crédito, ressalvado, nas deliberações sobre o plano de recuperação
judicial, o disposto no § 2o do art. 45 desta Lei.

Parágrafo único. Na recuperação judicial, para fins exclusivos de votação em Assembleia-geral, o crédito em moeda estrangeira será
convertido para moeda nacional pelo câmbio da véspera da data de realização da Assembleia.

Art. 39. Terão direito a voto na Assembleia-geral as pessoas arroladas no quadro-geral de credores ou, na sua falta, na relação de
credores apresentada pelo administrador judicial na forma do art. 7o, § 2o, desta Lei, ou, ainda, na falta desta, na relação
apresentada pelo próprio devedor nos termos dos arts. 51, incisos III e IV do caput, 99, inciso III do caput, ou 105, inciso II do caput,
desta Lei, acrescidas, em qualquer caso, das que estejam habilitadas na data da realização da Assembleia ou que tenham créditos
admitidos ou alterados por decisão judicial, inclusive as que tenham obtido reserva de importâncias, observado o disposto nos §§ 1o
e 2º do art. 10 desta Lei.

§ 1o Não terão direito a voto e não serão considerados para fins de verificação do quorum de instalação e de deliberação os titulares
de créditos excetuados na forma dos §§ 3o e 4o do art. 49 desta Lei.

§ 2o As deliberações da Assembleia-Geral não serão invalidadas em razão de posterior decisão judicial acerca da existência,
quantificação ou classificação de créditos. (...)

Art. 41. A Assembleia-geral será composta pelas seguintes classes de credores:

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I – titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho;

II – titulares de créditos com garantia real;

III – titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou subordinados. (...)

Art. 42. Considerar-se-á aprovada a proposta que obtiver votos favoráveis de credores que representem mais da metade do valor
total dos créditos presentes à Assembleia-geral, exceto nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial nos termos da alínea
a do inciso I do caput do art. 35 desta Lei, a composição do Comitê de Credores ou forma alternativa de realização do ativo nos
termos do art. 145 desta Lei. (...).

Art. 45. Nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, todas as classes de credores referidas no art. 41 desta Lei deverão
aprovar a proposta.

§ 1o Em cada uma das classes referidas nos incisos II e III do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada por credores que
representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à Assembleia e, CUMULATIVAMENTE, pela maioria simples dos
credores presentes.

§ 2o Na classe prevista no inciso I do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada pela maioria simples dos credores presentes,
independentemente do valor de seu crédito.

§ 3o O credor não terá direito a voto e não será considerado para fins de verificação de quórum de deliberação se o plano de
recuperação judicial não alterar o valor ou as condições originais de pagamento de seu crédito.

Da leitura dos referidos dispositivos legais, tenho que a Assembleia Geral de Credores agendada e realizada no dia 31/10/2017,
conforme ata anexada aos autos às fls.4887vº a 4890 restaram atendidos os quóruns previstos na lei, uma vez que todos os credores
das Classes I (Trabalhistas) e os Credores da Classe II (Garantia Real) votaram pela aprovação e 69,26% (sessenta e nove virgula
vinte e seis por cento) dos Credores da Classe III (Quirografários) 26 dos 28 credores votaram pela aprovação. Levando-se em
consideração para fins dos cálculos inclusive as porcentagens dos valores dos créditos quirografários. Ou seja, restaram atendidas
as exigências legais, sem prejuízo para todas as classes dos credores.

O art. 58, § 2º, da LRF estabelece que a recuperação judicial somente poderá ser concedida com base no § 1º deste artigo se o
plano não implicar tratamento diferenciado entre os credores da classe que o houver rejeitado.

Passaremos à analise da viabilidade econômica e financeira da recuperanda.


Os relatórios dos Auditores Independentes de fls. 4671 a 4707, até o período de 31/12/2016 e o relatório de fls. 4738 relativo ao
período de Novembro de 2016 a Julho de 2017, trazem informações contábeis e em relação as atividades da empresa recuperanda,
a qual supostamente encerrou as suas atividades originais em relação à metalurgia e que necessitará vender ativos para retomar as
atividades e cumprir o Plano de Recuperação Judicial. Mesmo assim a Assembleia Geral de Credores aprovou o Modificativo do

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Plano de Recuperação Judicial.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ), em julgamento recente, decidiu que o magistrado não deve interferir no plano de recuperação
judicial aprovado pelos credores de empresa em dificuldade. Ao adotar esse entendimento, a 4ª Turma considerou que avaliação da
viabilidade econômica da companhia é um direito exclusivo da assembleia-geral de credores, responsável pela aprovação dos planos
de recuperação. A interferência do Judiciário, segundo os ministros, só poderia ocorrer como forma de evitar fraudes e abusos de
direito.

O Superior Tribunal de Justiça Brasília, em seu informativo – JURISPRUDÊNCIA EM TESE - 24 de junho de 2015 - Nº 37, trouxe no
item 1:

1) Embora o juiz não possa analisar os aspectos da viabilidade econômica da empresa, tem ele o dever de velar pela legalidade do
plano de recuperação judicial, de modo a evitar que os credores aprovem pontos que estejam em desacordo com as normas
legais.Precedentes: REsp 1359311/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 09/09/2014, DJe
30/09/2014; REsp 1388051/GO, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 10/09/2013, DJe 23/09/2013;
AREsp 22011/GO (decisão monocrática), Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, julgado em 02/02/2015, DJe 06/02/2015; MC
23858/SP (decisão monocrática), Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, julgado em 03/02/2015, DJe 05/02/2015. (VIDE
INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA N. 549).

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo também manifestou de forma precisa sobre o tema:
- Data de publicação: 19/02/2015 - Ementa: RECUPERAÇÃO JUDICIAL - Insurgência de credor contra a concessão da recuperação
judicial. Plano aprovado por ampla maioria na AGC. Decisão assemblear soberana, cabendo ao juiz tão somente observar sua
legalidade, constitucionalidade e o cumprimento do que ficou deliberado. Insurgência do agravante quanto a forma de pagamento dos
credores. Matéria dirimida e aprovada pela AGC, não competindo ao juízo alterá-la, por não haver violação a norma de ordem pública
ou que exija o controle judicial. Ato válido. Controle restrito a legalidade do plano de recuperação, repúdio à fraude e ao abuso de
direito, não competindo ao Juiz avaliar a viabilidade econômica da empresa. Posição consolidada nesta Corte e no STJ. Sistema
específico de pagamento que prevê correção. Violação ao princípio da igualdade entre os credores. Inocorrência. Criação de
subclasses. Possibilidade. Ao conceder privilegiar os credores que mantém o fornecimento de mercadorias à recuperanda, o plano
confere efetividade à garantia constitucional da igualdade substancial e faz valer os princípios da função social e da preservação da
empresa. Precedentes desta Corte. Alienação dos ativos garantidores das dívidas. Previsão de valor mínimo razoável e aquiescência
dos credores. Suspensão de ações e execuções em face dos coobrigados (avalistas e garantidores) da recuperanda, o que
especificamente não se faz possível. Inteligência do art. 49, §1º, da LRF. Precedentes. - RECURSO PROVIDO EM PARTE.

Na mesma direção, a lição de ALBERTO CAMINA MOREIRA, isto é:

"Compete precipuamente à Assembleia de credores aprovar o plano de recuperação apresentado pelo devedor. Uma vez aceito o
plano, com o quorum legalmente estabelecido, descabe ao juiz desprezar a vontade dos credores e decretar a falência. À aprovação
do plano pela Assembleia de credores segue-se o pronunciamento judicial vinculado a essa vontade. Embora a lei diga que
"cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recuperação judicial do devedor..." (art. 58), isso não ocorre. Não é o juiz que
concede a recuperação; são os credores. O juiz homologa a vontade dos credores, expressa em Assembleia e registrada em ata; o

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juiz deve proceder à verificação meramente formal da atuação da Assembleia de credores, quorum de instalação e de deliberação,
enfim, regularidade do procedimento.

Recorremos aos doutrinadores para nos posicionar sobre o tema.

Alguns entendem que o modelo adotado no Brasil comporta pronunciamento judicial meramente homologatório, a vontade dos
agentes econômicos envolvidos nesse diálogo é preponderante; ainda aqui, no processo judicial, a lei entregou a solução da crise da
empresa à vontade geral recolhida de modo formal no encontro de credores.É o magistério de Eduardo S. Munhoz, que sustenta:
Não cabe ao juiz, portanto, nenhuma margem de discricionariedade a respeito da matéria ou, em palavras mais precisas, não há na
lei, quanto a este aspecto, conceitos abertos (chamados conceitos indeterminados) que confiram ao juiz margem ampla de
interpretação para a emissão dos respectivos Juízos de legalidade. Assim, uma vez preenchidos os requisitos da Lei, que nesse
aspecto não adota nenhuma cláusula aberta ou conceito indeterminado, e aprovado o plano pelos credores, cumpre ao juiz conceder
a recuperação, se, por outro lado, não se configurar tal hipótese, cabe ao juiz decretar a falência. (NEGRÃO, Ricardo. Curso de
direito comercial e de empresa, vol 3: recuperação de empresas, falência e procedimentos concursais administrativos/ Ricardo
Negrão. – 11 ed. – São Paulo:Saraiva, 2017. (pag 216/217).
Assim, entre as ponderações da viabilidade ou inviabilidade econômico e financeira da empresa recuperanda e o fato de a
Assembleia Geral de Credores ter aprovado o modificativo, deverá prevalecer a decisão assemblear.

2.3 – DO PRINCÍPIO DA PRESERVAÇÃO DA EMPRESA E A HOMOLOGAÇÃO DO MODIFICATIVO DO PLANO DE


RECUPERAÇÃO JUDICIAL

O princípio da preservação da empresa, acolhido na Lei nº 11.101/05, dá uma nova característica à empresa, deslocando-a de uma
condição limitada ao interesse de seus sócios, para a elevar ao patamar de interesse público, ou seja, passa a ser considerada como
uma instituição e não mais uma relação de natureza contratual. Deixa de ter a dependência da vontade dos sócios para, no caso,
passar a atender outros interesses (a função social, os empregados, os credores, etc.) que se sobrepõem ao interesse dos sócios.
(DE LUCCA, Newton & DOMINGUES, Alessandra de Azevedo (coord.) – Direito Recuperacional – Aspectos Teóricos e Práticos –
São Paulo: Quartier Latin, 2009).

Aprovado o plano, ou porque não houve objeção, ou porque a assembleia geral de credores o tenha aprovado, o juiz concederá a
recuperação judicial. Observe-se que, como já afirmamos, o juiz poderá deferir a recuperação judicial, ainda que o plano não tenha
obtido aprovação com os percentuais previstos no art. 45, bastando sua aprovação com os índices indicados nos incisos I, II e III do
§1º do art. 58.Rejeitado o plano pela assembleia geral de credores e não tendo havido aprovação simples (art. 58, §1º, I, II e III), o
juiz decretará a falência.

Fácil é verificar, pois, cinco situações distintas:

a) Não havendo qualquer objeção dos credores, o pedido de recuperação será, obviamente, deferido;
b) Havendo aprovação expressa pelo quórum qualificado (art. 45), o pedido será, igualmente, deferido;
c) Ainda que não se obtenha o quórum qualificado, mas obtidos os percentuais declinados no art. 58, §1º, I, II e III, o pedido
será deferido, desde que não implique tratamento diferenciado para os credores que hajam rejeitado o plano;

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d) Havendo alteração de plano pelos credores, de comum acordo com o devedor, o pedido de recuperação, da mesma forma,
será deferido;
e) Rejeitado o plano pela assembleia geral de credores – o juiz decretará a falência.

A recuperação judicial, como se vê, não é um favor legal, como ocorreria com a concordata na legislação falimentar revogada. Sua
concessão está na dependência dos credores. (ALMEIDA, Amador Paes de Curso de falência e recuperação de empresa / Amador
Paes de Almeida : colaboração de Marina Batista S. Lobato Fernandes Paes de Almeida. – 28 ed. – São Paulo : Saraiva, 2017.)

Conforme se lê no art. 58, caput, da LRF, aprovado o plano em assembleia geral de credores pelos quóruns do art. 45 da LRF, o juiz
deverá conceder a recuperação judicial. Assim, ao dispor o juiz concederá a recuperação judicial, o art. 58 da LRF alude ao elemento
sentencial que integra o processo de recuperação judicial de empresas. Mais precisamente, a concessão da recuperação judicial é
realizada mediante sentença homologatória, que possui carga constitutiva e condenatória. (AYOUB, Luiz Roberto; Cavalli, Cássio A
construção jurisprudencial da recuperação judicial de empresas / Cássio Cavalli ; Luiz Roberto Ayoub. – Rio de Janeiro : Forense,
2016. (Página 295).

Complementa o autor que conforme estabelece o art. 58, §1º, da LRF, o juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em
plano que não obteve aprovação na forma do art. 45 desta Lei, desde que, na mesma assembleia, tenha obtido, de forma cumulativa:
I – o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os créditos presentes à assembleia,
independentemente de classes; II – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45 desta Lei ou, caso haja
somente 2 (duas) com credores votantes, a aprovação de pelo menos 1 (uma) delas; III – na classe que o houver rejeitado, o voto
favorável de mais de 1/3 (um terço) dos credores, computados na forma dos §§ 1º e 2º do art. 45 desta Lei. (pag 297).

Assim, ver TJRJ, AI 0037321-84.2011.8.19.0000, 5ª Câmara Cível, j. 13.12.2011, v.u., rel. Des. Milton Fernandes de Souza
(decidindo que [o] art.58, §1º, da Lei de Falências autoriza o juiz a homologar o plano de recuperação judicial, ainda que sem a
aprovação dos credores na forma do art. 45 da Lei, desde que presentes, cumulativamente, os requisitos nele estabelecidos. [...]
Nesse contexto, em homenagem ao princípio da preservação da empresa e ao cumprimento da sua função social, é lícito ao Juiz
promover a exclusão do voto de credor que exerce seu direito de maneira abusiva e contrária aos interesses dos demais credores,
possibilitando, assim, a recuperação judicial da sociedade devedora). (citação da página 301 (AYOUB, Luiz Roberto; Cavalli, Cássio
A construção jurisprudencial da recuperação judicial de empresas / Cássio Cavalli ; Luiz Roberto Ayoub. – Rio de Janeiro : Forense,
2016.

Conforme dispõe a Lei n. 11.101/2005 em seus artigos 57 e 58, in verbis:

Art. 57. Após a juntada aos autos do plano aprovado pela Assembleia-geral de credores ou decorrido o prazo previsto no art. 55
desta Lei sem objeção de credores, o devedor apresentará certidões negativas de débitos tributários nos termos dos arts. 151, 205,
206 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional.

Art. 58. Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recuperação judicial do devedor cujo plano não tenha sofrido objeção
de credor nos termos do art. 55 desta Lei ou tenha sido aprovado pela Assembleia Geral de Credores na forma do art. 45 desta Lei.

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O Superior Tribunal de Justiça Brasília, em seu informativo – JURISPRUDÊNCIA EM TESE - 24 de junho de 2015 - Nº 37, trouxe no
item 11:

A homologação do plano de recuperação judicial opera novação sui generis dos créditos por ele abrangidos, visto que se submete à
condição resolutiva. Precedentes: AgRg no REsp 1374877/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA
TURMA, julgado em 05/05/2015, DJe 12/05/2015; REsp 1333349/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO,
julgado em 26/11/2014, DJe 02/02/2015; AgRg no REsp 1459589/MG, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA
TURMA, julgado em 25/11/2014, DJe 04/12/2014; EDcl no Ag 1329097/RS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado
em 10/12/2013, DJe 03/02/2014; REsp 1321288/MT, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 27/11/2012, DJe
18/12/2012; REsp 1260301/DF, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 12/08/2012, DJe 21/08/2012;
REsp 1246488/SP (decisão monocrática), Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, julgado em 22/10/2014.

O sistema que foi recriado pela Lei n.° 11.101/05, o qual confere o juiz competência de proceder à verificação meramente formal da
atuação da assembleia de credores, quorum de instalação e de deliberação, de modo que impõe ao Juízo da Recuperação a
homologação do Modificativo do Plano de Recuperação Judicial. RAZÃO PELA QUAL, HOMOLOGO O MODIFICATIVO DO PLANO
DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL APROVADO PELA ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES REALIZADA EM 31 DE OUTUBRO DE
2017, nos moldes do artigo 58 da Lei nº 11.101/2005.

2.4 – DO ENCERRAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Segundo se depreende dos autos, a SIDERURGICA IBÉRICA DO PARÁ SA vem cumprindo regularmente com as obrigações
assumidas no plano de recuperação. O art. 61 da Lei 11.101/2006 estabelece que o credor permanecerá sob a supervisão judicial até
que cumpra as obrigações previstas no plano que se vencerem em até dois anos da concessão da recuperação.

Não se exige, para que se encerre o procedimento, a concordância dos credores. O que o dispositivo estabelece é a necessidade de
a empresa cumpra as obrigações vencidas dentro dos dois anos. A existência de algum credor que discorde do encerramento do
procedimento, por si só, entendo, não configura óbice ao encerramento. A discordância há que ser justificada a fim de ser levada em
consideração, ou seja, a discordância somente pode ser avaliada caso se apresente argumentos e elementos de prova consistentes
de que alguma das obrigações prevista no plano, vencida nos dois anos iniciais, não tenha sido cumprida, o que não é o caso da
presente recuperação. Especificamente, o único credor foi a PRINCEWATERHOUSECOOPERS CORPORATE FINANCE &
RECOVERY LTDA, a qual teve a sua objeção rejeitada.

No que diz respeito à existência de habilitações de créditos ainda não julgadas, tal fato também não se constitui empecilho ao
encerramento da recuperação. Ademais, no presente caso, muitas das impugnações não foram julgadas ante as deficiências
estruturais desta 2ª Vara Cível, aos quais a Recuperanda não concorreu e, por isto, não pode ser prejudicada. Ainda mais que esse
juízo apenas assumiu a titularidade da Vara no final do ano de 2016m, ou seja, a Recuperação Judicial tramitava há quase seis anos,
totalizando hoje 25 (vinte e cinco) volumes em 4.968 paginas. Como é o caso da habilitação de fls. 2257 a 2262 e o ofício de fls.
2675, no qual foi determinado pelo juízo a reserva dos valores do credor trabalhista VALDIR SANTOS (páginas 2957 a 2961), mas
não constou expressamente na lista geral de credores.

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Neste sentido, o TJ do Espírito Santo assim se manifestou sobre a matéria:

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 30.119.001.714 AGRAVANTE: INDUSTRIA DE MÓVEIS MOVELAR LTDA AGRAVADO: COMITÊ
DE CREDORES RELATOR: DESEMBARGADOR FABIO CLEM DE OLIVEIRA ACÓRDÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO -
RECUPERAÇÃO JUDICIAL - ENCERRAMENTO DA RECUPERAÇÃO - IMPUGNAÇÕES PENDENTES DE JULGAMENTO -
POSSIBILIDADE. 1. A habilitação do crédito é providência que cabe ao credor, mas a este não se impõe. Caso decida aguardar o
término da recuperação para prosseguir na busca individual de seu crédito, é direito que lhe assegura a Lei. 2. Não há obstáculo
legal ou processual para o encerramento da recuperação ainda que as impugnações, eventuais habilitações retardatárias e ações
rescisórias não estejam definitivamente julgadas, eis que o encerramento do processo não está vinculado à consolidação do rol de
credores. 3. O encerramento da recuperação decorre de previsão legal e pendente decisões sobre impugnações, habilitações
retardatárias e ações rescisórias, homologa-se o quadro de credores no estado em que se encontra no momento em que verificado o
cumprimento das obrigações previstas no plano com vencimento dois anos após a recuperação e encerra-se a recuperação, como
forma de eliminar-se as limitações à atividade empresarial. 4. A partir de então, o quadro sofrerá as retificações necessárias de
acordo com que as impugnações, eventuais habilitações retardatárias e ações rescisórias forem sendo julgadas, até que se apure o
passivo da empresa e garanta-se a proteção do direito dos credores. 5. A rigor, a Lei não estabelece limite temporal para a
habilitação retardatária, de tal forma que, em tese, até o momento da extinção da recuperação (art. 63) ou da extinção das
obrigações na falência (159), é possível receber habilitações (como habilitação ou como resultado de julgamento em ação de rito
ordinário), as quais serão normalmente processadas, para fins de inclusão no quadro-geral de credores, na categoria que a lei
reserva para aquele crédito. Tanto é assim que o próprio § 6º do art. 10 da Lei 11.1012005 menciona a possibilidade de ajuizamento
de ação ordinária para tal fim, sem limitação temporal. 6. Remanescendo impugnações de créditos não decididas até a data da
decretação do encerramento da recuperação, caberá ao juiz determinar a reserva de valor para a satisfação do crédito impugnado
em caso de procedência da impugnação. Não pode, por consequência, submeter a empresa recuperanda a aguardar por prazo
indefinido o julgamento das impugnações, para só então encerrar a recuperação, eis que a Lei nº 11.1012005 não conferiu ao juiz a
faculdade de postergar o prazo previsto em lei para a decretação do encerramento. 7. Recurso conhecido e provido.(TJES, Classe:
Agravo de Instrumento, 30119001714, Relator: FABIO CLEM DE OLIVEIRA, Órgão julgador: PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, Data de
Julgamento: 20/03/2012, Data da Publicação no Diário: 03/04/2012) – grifo nosso.

O encerramento da recuperação depois de decorridos dois anos de cumprimento do plano não traz qualquer prejuízo aos credores,
nem à recuperanda. Ao contrário, só traz vantagens, pois a recuperanda voltará a andar com suas próprias pernas, eliminando-se a
pecha de empresa em dificuldade e criando-se, também, maior estabilidade nas suas relações negociais. Os credores, por outro
lado, continuarão com direito reconhecido ao crédito e, caso não exista pagamento voluntário, poderá cobrá-lo individualmente e,
inclusive, se utilizar do pedido falencial.

As impugnações pendentes de julgamento ao término do período de 02 anos de recuperação judicial devem ser convertidas em
ações ordinárias e continuarão a correr perante o juízo da recuperação judicial, aplicando-se ao caso a perpetuação da competência
do juízo especializado, tendo em vista que ao tempo da propositura da ação esse era o juízo competente. Aplica-se ao caso a regra
do art. 87 do CPC, com a observação de que a competência para julgar as impugnações de crédito, mesmo depois de extinta a
recuperação judicial, continua desse juízo especializado. As ações novas que sejam ajuizadas posteriormente ao encerramento da
recuperação judicial (cobrança, falência, declaratória e quaisquer outras relacionadas às obrigações da devedora), seguirão as regras
normais de competência, não mais existindo juízo universal.

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A conversão das impugnações pendentes em ações ordinárias é bastante simples e consiste na mera redistribuição do mesmo
procedimento ao mesmo juízo. O processo continuará a seguir o mesmo curso, com instrução e julgamento que, todavia, se dará por
sentença. As impugnações já julgadas, mas em fase de recurso, deverão apenas aguardar a decisão final pelo Tribunal e, na
sequência, serão consideradas títulos executivos judiciais para instruir as ações necessárias à realização prática do crédito
reconhecido judicialmente. O rito a ser empregado aos incidentes convertidos em ação autônoma será o ordinário, por aplicação
analógica do art. 10, § 6º da LRF. E o fundamento da sua conversão é justamente o encerramento do processo de recuperação
judicial pelo decurso do prazo de fiscalização do plano.

A lógica da lei continua a ser observada, sendo plenamente possível a consolidação do quadro geral de credores em momento
posterior ao da Assembleia Geral de Credores e também do próprio encerramento do processo, visto que a estrutura da recuperação
judicial é toda voltada à realização dos direitos dos credores e não da valorização da forma pela forma, ou da eternização
procedimental em função da burocracia judiciária.

O que importa saber, mesmo depois de encerrado o processo de recuperação judicial, é quais são os credores que devem receber
de acordo com o plano. Aqueles que não forem contemplados devem exercer o seu direito de acordo com a lei, aplicando-se a
conversão em falência (se o descumprimento ocorreu dentro do prazo de 02 anos) ou buscando-se a execução individual/pedido de
falência (se posterior aos dois anos).

Admite-se o cumprimento do plano sem quadro geral consolidado. Portanto, não há razão em vincular o encerramento da
recuperação ao julgamento definitivo das impugnações, pois viola a efetividade processual, tendo em vista que a lei admite que
qualquer credor pleiteia a inclusão de crédito ou discuta eventual valor ou natureza de seu crédito a qualquer tempo, ainda que de
forma retardatária. E mais. Mesmo depois de homologado o quadro geral de credores, admite-se ação própria para discuti-lo. Assim,
vincular o encerramento da recuperação ao julgamento definitivo de todas as impugnações significaria, na prática, eternizar o
processo de recuperação judicial indevidamente.

3 – DISPOSITIVO

Do exposto, não se visualizando qualquer óbice, com fundamento no que dispõem os arts. 61 e 63 da Lei 11.102/05 DECLARO QUE
O PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL ESTÁ SENDO CUMPRIDO, a única OBJEÇÃO apresentada ao modificativo foi
REJEITADA, e o MODIFICATIVO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL FOI HOMOLOGADO, inclusive com base no parecer
Ministerial e ante as manifestações do Administrador Judicial e do Perito, DECRETO POR SENTENÇA ENCERRADA a
RECUPERAÇÃO JUDICIAL da empresa SIDERÚRGICA IBÉRICA DO PARÁ S.A. CNPJ nº 04212158/0001-86, na forma do art. 63
da Lei 11.101/05, determinando:

a. Ao Administrador Judicial que apresente relatório circunstanciado, no prazo máximo de quinze dias, versando sobre a
execução do plano de Recuperação Judicial pelo devedor (art. 63, inc. III da LRE), em especial do credor trabalhista a reserva dos
valores do credor trabalhista VALDIR SANTOS,
b. Ao Administrador Judicial e sua assessoria técnica bem como apresente prestação de contas dos valores dos honorários

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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
CONSULTA DE PROCESSOS DO 1º GRAU
até o momento, no prazo de 30 (trinta) dias, ao passo que eventuais valores remanescentes só serão levantados/pagos após
homologada a prestação de contas e o relatório do artigo 63, inc. III da LRE e desde que não estejam contemplados no acordo
celebrado entre o Administrador Judicial e a Recuperanda (fls. 3209 a 3213);
c. Mesmo tendo sido os autos remetidos à UNAJ para a apuração das custas finais, as quais supostamente já foram pagas
apurem-se o saldo das custas judiciais a serem recolhidas (art. 63, inc. II da LRE);
d. Comunique-se ao Registro Público de Empresas para as providências cabíveis e a Junta Comercial (JUCEPA), artigo 63,
inciso V;
e. Nos termos do art. 63, inc. IV da LRE, exonero o administrador judicial do encargo a partir da publicação desta sentença
(salvo no que concerne à manifestação em impugnações pendentes até o seu julgamento definitivo), sem prejuízo dos itens a e b
acima.
f. Remeta-se a presente decisão para fins de que seja dado ciência aos Desembargadores que irão julgar os processos
descritos na certidão de fls. 4.962.
g. Dê ciência ao juízo da 33ª Vara Cível da Comarca de São Paulo;
h. Intime-se as partes e o Ministério Público.

Publique-se. Registre-se. Intime-se. Cumpra-se. Diligencie-se.


Transitado em julgado. Arquive-se.

Marabá, 07 de Fevereiro de 2018.

MÁRCIO TEIXEIRA BITTENCOURT


JUIZ DE DIREITO TITULAR DA 2ª VARA CÍVEL E EMPRESARIAL DE MARABÁ

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