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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

CURSO DE DIREITO

BRUNA CASTANHA SUZUKI


DÉBORAH CARDOSO LAURIANO
JESSICA RAMOS MATTERA
JULIA FALCÃO COSTACURTA
MICHELLE KAYLA VIEIRA

CONTRATOS E RESPONSABILIDADE CIVIL

MARINGÁ
2020
1. Artur Bernardo, perfumista, foi contratado para desenvolver uma nova
fragrância de um perfume pela empresa Cheiro Gostoso. O perfumista
criou a fórmula inspirado no cheiro da namorada, Marcia Carla. Foi
pactuado entre as partes que o perfumista jamais revelaria a fórmula
da nova fragrância a terceiros. No entanto, objetivando fazer uma
surpresa no dia do aniversário de Marcia, Artur presenteou a
namorada com uma amostra do perfume e, por descuido, incluiu na
caixa anotações sobre a fórmula. Marcia, acreditando que as
anotações faziam parte da surpresa, mostrou para todos os colegas da
empresa Bom Cheiro, onde trabalha. Dias depois, Artur Bernardo é
surpreendido com a notícia de que a fórmula da nova fragrância havia
sido descoberta pela concorrente. Considerando o caso relatado,
elabore parecer à empresa Cheiro Gostoso sobre a repercussão
jurídica do caso.
Neste caso ocorre uma obrigação de não fazer, pois o Arthur pactuou
com a empresa de não revelar a fórmula da nova fragrância a terceiros, isto é,
foi obrigado a se abster de uma conduta. Entretanto, por um descuido, de
forma culposa, Arthur revelou a fórmula para sua namorada, que por não ter
ciência do contrato de seu namorado com a empresa, apresentou para seus
colegas da empresa Bom Cheiro. Dessa forma, como Arthur descumpriu o
contrato entrando em inadimplemento da obrigação, a empresa pode pedir
ressarcimento com perdas e danos como forma de pena.
Sendo assim, cabe os artigos, 251, 186, 927, 402 e 475 do Código Civil:
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara,
o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à
sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou
mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem
prejuízo do ressarcimento devido.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
 Art. 927. Aquele que, por ato ilícito ( arts. 186 e 187 ), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as
perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele
efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução
do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em
qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. 1

2. Carlos, Fernanda e Alberto, resolveram iniciar em conjunto um


negócio. Para dar início à empreitada, os três se utilizaram de
empréstimo, assumido em caráter solidário, com prazo de pagamento
de dois anos, em parcela única. O negócio se desenvolveu bem, tanto
que conseguiram acumular o montante para o pagamento com seis
meses de antecedência. Carlos, responsável pela gestão do dinheiro
decidiu mantê-lo aplicado até o vencimento da dívida, em vez de
antecipar o pagamento. Ocorre que ele esqueceu de pagar a dívida,
razão pela qual, Fernanda e Alberto foram interpelados pelo credor,
que exigiu o pagamento imediato da dívida, acrescida da multa
contratual de 10% e dos juros de mora. Com vistas a evitar maiores
constrangimentos e na impossibilidade de se comunicar com Carlos,
Alberto pretende quitar sua parte na dívida, com recursos próprios.
Com base no caso narrado esclareça Alberto acerca de seus direitos
perante o credor e os demais devedores.
Como é uma solidariedade passiva, conforme o art. 280 do CC“Todos os
devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido
proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela

obrigação acrescida.”2, isto é, Alberto e Fernanda também respondem pelo


inadimplemento de Carlos ao credor, mesmo não sendo responsáveis pela
mora, já que a multa e os juros são obrigações acessórias da obrigação
principal. Contudo, após o pagamento da dívida com o valor da multa e dos
juros, Alfredo e Fernanda podem pedir ressarcimento do valor pago para
Carlos, já que pelo Princípio da Responsabilidade Pessoal e Exclusiva do ato
culposo, os acréscimos da culpa devem ser suportados somente por quem foi
culpado.

1
Livia Céspedes e Fabiana Dias da Rocha. Código Civil. 25. Ed. Atual. e ampl. São Paulo:
Saraiva Educação, 2018.
2
Livia Céspedes e Fabiana Dias da Rocha. Código Civil. 25. Ed. Atual. e ampl. São Paulo:
Saraiva Educação, 2018.

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