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CURSO DE DIREITO
MARINGÁ
2020
1. Artur Bernardo, perfumista, foi contratado para desenvolver uma nova
fragrância de um perfume pela empresa Cheiro Gostoso. O perfumista
criou a fórmula inspirado no cheiro da namorada, Marcia Carla. Foi
pactuado entre as partes que o perfumista jamais revelaria a fórmula
da nova fragrância a terceiros. No entanto, objetivando fazer uma
surpresa no dia do aniversário de Marcia, Artur presenteou a
namorada com uma amostra do perfume e, por descuido, incluiu na
caixa anotações sobre a fórmula. Marcia, acreditando que as
anotações faziam parte da surpresa, mostrou para todos os colegas da
empresa Bom Cheiro, onde trabalha. Dias depois, Artur Bernardo é
surpreendido com a notícia de que a fórmula da nova fragrância havia
sido descoberta pela concorrente. Considerando o caso relatado,
elabore parecer à empresa Cheiro Gostoso sobre a repercussão
jurídica do caso.
Neste caso ocorre uma obrigação de não fazer, pois o Arthur pactuou
com a empresa de não revelar a fórmula da nova fragrância a terceiros, isto é,
foi obrigado a se abster de uma conduta. Entretanto, por um descuido, de
forma culposa, Arthur revelou a fórmula para sua namorada, que por não ter
ciência do contrato de seu namorado com a empresa, apresentou para seus
colegas da empresa Bom Cheiro. Dessa forma, como Arthur descumpriu o
contrato entrando em inadimplemento da obrigação, a empresa pode pedir
ressarcimento com perdas e danos como forma de pena.
Sendo assim, cabe os artigos, 251, 186, 927, 402 e 475 do Código Civil:
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara,
o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à
sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou
mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem
prejuízo do ressarcimento devido.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito ( arts. 186 e 187 ), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as
perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele
efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução
do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em
qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. 1
1
Livia Céspedes e Fabiana Dias da Rocha. Código Civil. 25. Ed. Atual. e ampl. São Paulo:
Saraiva Educação, 2018.
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Livia Céspedes e Fabiana Dias da Rocha. Código Civil. 25. Ed. Atual. e ampl. São Paulo:
Saraiva Educação, 2018.