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a) Conceito de Poluidor
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Porém, nas palavras de Édis Milaré:
Configura-se o agente ‘’pessoa física’’ como todo ser humano que nasce com
vida, ao qual se atribui ação danosa, impondo a obrigação de reparar o meio
ambiente degradado e/ou a obrigação de indenização pecuniária na seara cível,
bem como lhe é imputado as sanções de natureza penal e administrativa pertinentes
ao caso concreto.
É importante frisar que o dano ambiental causado por pessoa física é de tão
simples configuração que raramente é tratado pela doutrina, mas não exclui o seu
destaque no direito ambiental, tendo em vista que não são apenas as grandes
empresas que contribuem para a destruição do meio ambiente, mas também, todo
ser, individualmente falando.
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E assemelhando ao tópico anterior, a ‘’pessoa jurídica’’ também pode ser
responsabilizada na esfera cível pelos danos ambientais decorrentes do exercício de
suas atividades, além das responsabilizações penal e administrativa cabíveis.
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causados por suas ações, bem como pela omissão no controle e fiscalização de
atividades potencialmente lesivas ao meio ambiente, conforme se depreende o art.
3º, IV da Lei nº 6.938/81:
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a) Princípio da Precaução
b) Princípio do Poluidor-Pagador
c) Princípio do Usuário-Pagador
Segundo estabelece o Código Civil, a regra geral é a de que aquele que, por
ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, viole direito e cause danos
a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito (art. 186). Trata-se,
portanto, de responsabilidade com base na existência de culpa por parte do agente.
V - NEXO DE CAUSALIDADE
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• A primeira delas é o dano provocado diretamente pelo Poder Público,
mediante ação de agentes estatais, ou por meio de concessionárias de serviços;
Sob o ponto de vista dos sujeitos intitulados à participação pelo processo civil
na tutela do ambiente, a participação pode assumir as formas de
participação direta e de participação semidireta. A participação judicial direta na
defesa do meio ambiente é aquela exercida pelos indivíduos e cidadãos, enquanto a
participação semidireta, é exercida pelos chamados entes intermediários, ou seja,
órgãos, organismos, entidades e instituições sociais secundárias que atuam como
intermediários entre os indivíduos e os representantes eleitos pelo povo, como por
exemplo, as associações civis, o Ministério Público e a Defensoria Pública.
A ação civil pública está regulamentada pela Lei 7.347/85 e também tem o
intuito de proteger os interesses da coletividade. Dispõem o art. 1° da Lei 7.347/85:
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular,
as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados:
l - ao meio-ambiente;
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ll - ao consumidor;
A descrita lei especifica que a ação civil pública é cabível para responsabilizar
quem tenha causado danos morais ou materiais contra ao meio ambiente, aos
consumidores, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos, à
ordem urbanística ou aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico,
turístico e paisagístico.
As regras da Ação Popular, por sua vez, estão dispostas na Lei 4.717/65, que
permitem que qualquer cidadão, desde que tenha título de eleitor ou documento
semelhante, seja o titular de uma ação judicial com objetivo de anular algum ato da
administração pública que tenha causado danos aos cofres públicos, seja na esfera
Federal, Estadual ou Municipal, vejamos o disposto no art. 1°, caput, da Lei
4.717/65:
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b) Legitimados ativos e passivos para proporem Ação Civil
Pública e Ação Popular
I - o Ministério Público;
II - a Defensoria Pública;
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
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impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os
beneficiários diretos do mesmo.
Já na ação civil pública, o polo passivo é mais abrangente e permite que seja
incluído como réu no processo qualquer pessoa física, jurídica ou ente da
administração pública que tenha causado danos aos direitos da coletividade
descritos em lei.
c) Casos práticos
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quarenta reais e trinta e oito centavos), e mais 02 aditivos ao Contrato nº 004/2021,
totalizando a quantia de R$ 2.074.123,80 (dois milhões, setenta e quatro mil, cento
e vinte e três reais e oitenta centavos), o Governo do Estado vale-se de verbas
públicas para claro favorecimento de empresa que mal possui tradição em obras,
quanto mais em desinfecção de ambientes, especialização que veio a ter
posteriormente, menos de dois meses da assinatura do contrato, por meio de
alteração de seu CNAE. O Diário Oficial publicou o primeiro contrato com a
empresa Salvador Empreendimentos, com dispensa de licitação, usando a
pandemia da Covid-19 como álibi, no dia 13/05/2020. O contrato inicial, a teor da
publicação no DIO/ES, foi firmado no valor de R$ 1.472.091,30 (um milhão e
quatrocentos e setenta e dois mil e noventa e um reais e trinta centavos), por
meros 90 (noventa) dias;
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A teor do que dispõe o art. 2º, alínea e da Lei da Ação Popular, "são nulos
os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos
casos de: e) desvio de finalidade". Lado outro, em se antevendo o periculum in
mora e fumus boni iuris, nada obsta seja concedido o pedido de liminar na ação
popular, aliás, conforme é admitido expressamente pelo § 4.º do art. 5º da
Lei 4.717 /65.
Isto posto, percebe-se que a ação popular foi ingressada visando proteger ato
lesivo contra a administração pública, uma vez que acordo com a Lei 14.133/21 (Lei
de Licitações), é necessária prévia licitação para a realização de obras.
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SAMARCO MINERAÇÃO S/A, VALE S/A e BHP BILLITON BRASIL LTDA, em razão
do rompimento da barragem de Fundão, que provocou inúmeras mortes e
incontáveis degradações ambientais.
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Vejamos alguns pontos relevantes na fundamentação do Órgão do Ministério
Público:
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Em síntese, pode-se dizer que as ações das rés deverão concretizar com
urgência os direitos sociais previstos no artigo 6º Constituição da República, in
verbis:
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f) Assistência à saúde e educação – trabalhar, juntamente com as diretrizes
dos poderes públicos, no fornecimento de medicamentos, tratamento de saúde e
escola para aqueles atingidos que assim precisarem.
Assim, é imperioso apontar que a Ação Civil Pública foi ingressada visando a
reparação civil dos danos causados ao meio ambiente em razão do rompimento da
barragem de Mariana/MG, bem como a reparação dos danos causados aos
indivíduos lesados, sendo estes incalculáveis.
VIII – REFERÊNCIAS
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm
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Lei 9.605 de 12 de fevereiro de 1998
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm
https://www.conjur.com.br/2018-fev-03/ambiente-juridico-cidadao-acao-
popular-protecao-meio-ambiente
https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-
facil/edicao-semanal/acao-popular-x-acao-civil-publica#:~:text=Enquanto%20a%20a
%C3%A7%C3%A3o%20popular%20pode,podem%20ser%20r%C3%A9us%20no
%20processo.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4717.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7347orig.htm
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Fazenda Pública Estadual e Municipal, Registros Públicos, Meio Ambiente e
Saúde do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo - Inteiro Teor
https://tj-es.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1321835503/acao-popular-
50185115520218080024-vitoria-es/inteiro-teor-1321835508
https://www2.mppa.mp.br/sistemas/gcsubsites/upload/25/Acao%20Civil
%20Publica%20-%20MPMG%20-%202%20PJ%20MARIANA%20-%20IC
%200400_15_00306-1%20e%200400_15_000307-9.pdf
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