Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A responsabilidade ambiental
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
A responsabilidade ambiental
Caro(a) aluno(a),
Nesta Unidade abordaremos o tema mais sensível do Direito Ambiental, a responsabilidade
civil e criminal do agente causador de dano ambiental. Para isso, conceituar-se-á o que é dano
ambiental, o que é responsabilidade civil e penal e como esta responsabilidade aplica-se a
pessoas físicas e jurídicas.
Lembre-se de acessar o link Materiais Didáticos, onde encontrará o conteúdo e as atividades
propostas para esta Unidade.
Bom estudo!
5
Unidade: A responsabilidade ambiental
Introdução ao tema
Para Édis Milaré (2004), dano ambiental é “[...] a lesão aos recursos ambientais, com a
consequente degradação-alteração adversa ou – in pejus – do equilíbrio ecológico e da
qualidade ambiental”.
Conforme estabelece o Artigo 4º, VII, da Lei n.º 6.938/81, a política nacional do meio
ambiente tem, entre outros objetivos, impor ao poluidor e predador a obrigação de recuperar
e/ou indenizar os danos causados.
6
Até o advento da Lei n.º 6.938/81, a caracterização e responsabilização do dano
ecológico era realizada por intermédio da aplicação do instituto da responsabilidade civil
subjetiva, porém, com o passar do tempo o legislador percebeu que este instituto não era
suficiente para resguardar e proteger o meio ambiente de forma adequada, haja vista o
amplo espectro de indivíduos que eram atingidos pelas atividades dos poluidores, bem
como a difícil tarefa que encontravam as vítimas para conseguir comprovar a culpa dos
responsáveis pelo evento danoso.
Assim, o legislador incorporou no ordenamento jurídico brasileiro o instituto da
responsabilidade civil objetiva em matéria ambiental, com fundamento na teoria do risco
integral, a qual determina que basta o exercício de qualquer atividade ensejadora de risco
para caracterizar a obrigação de reparar o dano ambiental. Não importa para o Direito
Ambiental que o dano tenha origem em uma atividade lícita, ainda que esta tenha se
constituído sob a égide da regulamentação estatal, pois não seria justo para com a sociedade
que a regulamentação da exploração da atividade fosse entendida como uma licença para
poluir e degradar livremente.
Para fins de responsabilidade civil ambiental, não há distinção entre pessoas conquanto à
sua qualidade de poluidor, bastando que este explore qualquer atividade ensejadora de danos
ao meio ambiente para nascer a responsabilidade civil ambiental. Desta forma, são igualmente
responsáveis pelos danos ecológicos que derem causa as pessoas físicas e as pessoas jurídicas
de direito público ou privado.
Quanto à responsabilidade criminal, a Lei dos crimes A Lei n.º 6.938/81, em seu
ambientais – n.º 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 –, veio Artigo 3º, IV, estabelece
que é “[...] poluidor, a
dispor sobre as sanções penais e administrativas derivadas de
pessoa física ou jurídica, de
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Tal Lei separou direito público ou privado,
os crimes segundo os objetos de tutela, assim: crimes contra a responsável, direta ou
fauna (Art. 29-37), crimes contra a flora (Art. 38-53), poluição indiretamente, por
e outros crimes (Art. 54-61) e crimes contra a administração atividade causadora de
degradação ambiental”.
ambiental (Art. 66-69).
As penas previstas pela Lei de crimes ambientais são aplicadas conforme a gravidade
da infração: quanto mais reprovável a conduta, mais severa a punição. Pode ser privativa
de liberdade, onde o sujeito condenado deverá cumprir sua pena em regime penitenciário;
restritiva de direitos quando for aplicada ao sujeito – em substituição à prisão – penalidades
como a prestação de serviços à comunidade, interdição temporária de direitos, suspensão de
atividades, prestação pecuniária e recolhimento domiciliar; ou multa.
Contrário ao que ocorria no passado, a Lei define a responsabilidade das pessoas jurídicas,
permitindo que grandes empresas sejam responsabilizadas criminalmente pelos danos que seus
empreendimentos possam causar à natureza. Ainda assim, esta responsabilidade criminal das
pessoas jurídicas continua polêmica e dividindo opiniões, inclusive na doutrina.
Ao final do percurso por esta Disciplina, você também terá condições de dar sua opinião balizada.
7
Unidade: A responsabilidade ambiental
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Para acessar esta obra, clique no link a seguir: http://bit.ly/2k5ZN1F.
Direito Ambiental brasileiro.
São Paulo: Malheiros, [20--?].
8
Material Complementar
Sites:
Leituras:
Legislação
Lei n.º 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 – Lei dos crimes ambientais –,
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm.
Cartilha intitulada Lei dos crimes ambientais, de Gilberto de Jesus Campos
Filho, com ilustrações de Rodrigo So, publicada pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Brasília, DF (2004).
Disponível em: http://www.ibama.gov.br/phocadownload/cnia/2-lei-crimes-ambientais.pdf.
Artigo do Greenpeace intitulado Crimes ambientais corporativos no Brasil.
Disponível em: http://greenpeace.org.br/toxicos/pdf/corporate_crimes_port.pdf.
9
Unidade: A responsabilidade ambiental
Referências
LEITE, José Rubens Morato. Dano ambiental: do individual ao coletivo extrapatrimonial. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental brasileiro. São Paulo: Malheiros, [20--?].
MILARÉ, Edis. Direito do ambiente. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004.
SILVA, Danny Monteiro da. O dano ambiental e sua reparação. Bauru, SP: Instituição
Toledo, 2004. (Material didático).
10
Anotações
11