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ARTIGOS
A discussão jurídico-
doutrinária e
jurisprudencial acerca da
responsabilização penal
das pessoas jurídicas nos
crimes ambientais
Hebert Henrique de Oliveira
Melanias
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RESUMO
INTRODUÇÃO
O meio ambiente
é um bem coletivo de
desfrute individual e
geral ao mesmo
tempo. O direito ao
meio ambiente é de
cada pessoa, mas
não só dela, sendo ao
mesmo tempo
“transindividual”. Por
isso, o direito ao
meio ambiente entra
na categoria de
interesse difuso, não
se esgotando numa
só pessoa, mas se
espraiando para uma
coletividade
indeterminada. (grifo
nosso)
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[...] é um valor
preponderante, que
há de estar acima de
quaisquer
considerações como
as de
desenvolvimento,
como as de respeito
ao direito de
propriedade, como as
da iniciativa privada.
Também estes são
garantidos no texto
constitucional, mas, a
toda evidência, não
podem primar sobre
o direito
fundamental à vida,
que está em jogo
quando se discute a
tutela da qualidade
do meio ambiente,
que é instrumental
no sentido de que,
através dessa tutela,
o que se protege é
um valor maior: a
qualidade da vida
humana. (grifo nosso)
1.2 CONSIDERAÇÕES
HISTÓRICAS E FATOS
RELEVANTES
Pode-se afirmar
que a Conferência de
Estocolmo
representou um
marco que mudou de
patamar a
preocupação com as
questões ambientais
e passou a fazer parte
das políticas de
desenvolvimento
adotadas nos países
avançados e,
também, naqueles em
processo de
desenvolvimento. Dos
diversos instrumentos
e métodos de
avaliação
desenvolvidos e ali
apresentados com o
objetivo de incorporar
as questões
ambientais ao
processo de decisão,
Avaliação de
Impactos Ambientais
(AIA) tem sido o
instrumento mais
discutido. [...] No
Brasil, as primeiras
tentativas de
aplicação de
metodologias para
avaliação de impactos
ambientais foram
decorrentes de
exigências de órgãos
financeiros
internacionais para
aprovação de
empréstimos a
projetos
governamentais. [...]
Essa preocupação
levou o governo
brasileiro à sancionar,
em 1981, a Lei nº
6.938 que estabelece
a Política Nacional do
Meio Ambiente e cria
o Sistema Nacional
do Meio Ambiente –
SISNAMA,
contemplando
fundamentos para a
proteção ambiental no
país, os quais vêm
sendo
regulamentados por
meio de decretos,
resoluções dos
Conselhos Nacional,
Estaduais e
Municipais, normas e
portaria. (BRASIL,
Ministério do Meio
Ambiente, 2009, p.
11-12)
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1.3 ASPECTOS PROTETIVOS AO
MEIO AMBIENTE NA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE
1988
[...]
§3°. As condutas
e atividades
consideradas lesivas
ao meio ambiente
sujeitarão os
infratores, pessoas
físicas ou jurídicas, a
sanções penais e
administrativas,
independentemente
da obrigação de
reparar os danos
causados. (grifo
nosso)
[...] ao longo de
nossa história
passamos da
desconsideração do
meio ambiente como
um valor em si, para a
sua elevação à
categoria de bem
jurídico dotado de
autonomia própria,
passando pela tutela
isolada de seus
componentes. Como
se vê, o meio
ambiente, erigia à
categoria de bem
juridicamente
considerado em si
mesmo pela
Constituição Federal
de 1988, não pode
ser tratado
simplesmente como
um somatório de seus
fatores,
considerando-se cada
um de modo isolado.
Conduta é
sinônimo de ação e
de comportamento.
Conduta quer dizer,
ainda, ação ou
comportamento
humano. Não se fala
em conduta de
pessoa jurídica no
sentido de imputar a
esta a prática de
alguma infração
penal. Embora seja o
delito o resultado de
uma ação humana,
nosso legislador
constituinte previu
expressamente em
nossa Constituição
Federal a
possibilidade de
punir penalmente a
pessoa jurídica por
ter ela própria
praticado uma
atividade lesiva ao
meio ambiente [...]
Investir hoje
A pena de multa
está prevista no art.
21, inc. I, da Lei dos
Crimes Ambientais, e,
ainda, perfeitamente
autorizada pelo art.
5º, inc. X LVI, letra c,
da Constituição
Federal. Para a
aplicação da
penalidade multa,
utiliza-se a regra
determinada pelo art.
18, da citada Lei nº
9.605/98, que é
aplicável para
pessoas físicas e
jurídicas
indistintamente. Ou
seja, a mesma pena
pecuniária é aplicada
para todos, fato que
tem ensejado muita
discussão, uma vez
que a vantagem
obtida através do
crime ambiental pelas
pessoas jurídicas é
sempre muito maior
do que o obtido por
uma pessoa física, e,
dessa forma, a multa
aplicada às primeiras
deveria ser sempre
em maior valor.
(COPOLA, 2005)
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2.2 PRINCÍPIO DA
CULPABILIDADE:
REPROVABILIDADE SOCIAL
Neste sentido:
A base do
pensamento segundo
o qual a culpabilidade
pode ser conceito
presente na atitude da
pessoa jurídica surge
da certeza de que
culpa não é algo que
possa fluir de uma
realidade natural e
que possa ser
provada com base em
uma atitude científica.
Culpa é, na verdade,
um conceito de
natureza filosófica
que pode ser
flexibilizado ou revisto
a partir de uma
tomada de postura
diferenciada frente ao
fenômeno que se
quer estudar. Quando
um comportamento
está agredindo bens
jurídicos tidos por
relevantes, há um
rompimento de regras
de natureza social; é
o próprio direito que
conceitua o que vem
a ser culpa, tratando-
se, pois, de um
conceito normativo e
não de um conceito
natural. (FILHO, 2004,
p. 157)
[...] quase de
forma pacífica,
modernamente,
temos a culpabilidade
do fato como regra –
que também não
desconsidera o
agente – e tal
conquista, de certa
forma, articulasse
como a ideia de que o
direito moderno,
muito mais do que um
direito da culpa
(nullum crimen sine
culpa), é um direito do
fato (nullum crimen
sine praevia lege).
Temos, portanto, que
a culpa individual, que
se atribui ao autor, só
lhe é imputada por
um fato específico. A
responsabilização de
seus atos deve ser lhe
imputada, posto que,
em última instância, a
liberdade – não
podemos deixar de
reconhecer – é o
fundamento da culpa
jurídico-penal.
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No âmbito penal,
o bem jurídico só
deverá ser defendido
frente a certo grau de
agressão. Os ataques
intoleráveis a bens
jurídicos
absolutamente
imprescindíveis é que
explicam a ação mais
grave e aguda do
Estado para
assegurar proteção
ao bem jurídico posto
em perigo. Somente
aqueles bens jurídicos
efetivamente
relevantes é que
devem ser protegidos
na esfera do direito
penal. (SHECARIA,
2011, p. 174)
[...] a finalidade
da tutela do meio
ambiente é
eminentemente a
prevenção de danos
e, sendo assim,
também a proteção
penal da qualidade
ambiente deve se
informar por essa
idéia, traduzindo-se a
criminalização de
condutas danosas a
este bem jurídico em
um valioso
instrumento destinado
a evitar práticas que
vem a atingi-lo. [...]
Esta responsabilidade
ambiental tem pro
objeto a tutela
preventiva, reparatória
e repressiva (nessa
ordem
necessariamente) do
bem ambiental e se
caracteriza pro
enfocar o problema
da tutela ao meio
ambiente de forma
global, com incidência
de princípios
referentes a
responsabilidade civil,
penal e administrativa
[...] (CRUZ, 2008, p.
168-169)
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3 RESPONSABILIDADE
PENAL DA PESSOA JURÍDICA
NO DIREITO PENAL
BRASILEIRO
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No contexto das
pessoas jurídicas de
Direito Privado,
importa-nos as
sociedades, que são
coletividades de
pessoas, regidas por
um ato constitutivo
(contrato social ou
estatuto social), tendo
por objetivo a
realização de uma
atividade econômica
cujo saldo positivo
distribui-se entre os
seus membros
(sócios), conforme o
permitido pela lei para
cada tipo societário,
bem como o que se
encontre estipulado
no ato de
constituição.
É a pessoa
jurídica o ente
incorpóreo que, como
as pessoas físicas,
pode ser sujeito de
direitos. Não se
confundem, assim, as
pessoas jurídicas com
as pessoas físicas, as
quais deram lugar ao
seu nascimento; ao
contrário, delas se
distanciam,
adquirindo patrimônio
autônomo e
exercendo direitos em
nome próprio. Em
razão disso, as
pessoas jurídicas
têm nome particular,
como aquelas
físicas, domicílio,
nacionalidade;
podendo estar em
juízo, como autoras,
ou na qualidade de
rés[...] (grifo nosso)
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[...] ao direito
penal pode-se dizer
que, ao adotar-se tal
pensamento, há de se
constatar que a
pessoa coletiva é
perfeitamente capaz
de vontade. Ela não é
um mito, pois
concretiza-se em
cada etapa
importante de sua
vida pela reunião,
deliberação e voto da
assembleia geral de
seus membros, ou
mesmo através de
sua administração ou
gerência. (SHECARIA,
2011, p. 91)
E ainda:
A realidade que
se deve conhecer à
pessoa jurídica é uma
realidade na ordem
jurídica e para a
ordem jurídica, nunca
uma realidade
naturalística. A
pessoa jurídica é
criação do Direito
que, por sua vez, o
pode e deve regular
os efeitos jurídicos de
suas intervenções no
ambiente social. Sem
dúvida por afastar-se
do plano das meras
especulações/abstraç
ões, essa perspectiva
é a mais adequada
para definir a natureza
da pessoa jurídica e
possibilitar a
construção dogmática
de sua
responsabilidade.
(ROCHA, 2003, p. 37)
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Por isso, no
Direito Penal
brasileiro, em
interpretação
consentânea com os
valores
constitucionais
instituídos, deve-se
ter a noção de sujeito
ativo como o ser
humano, imputável ou
não, que realiza
objetiva e
subjetivamente o fato
previsto em lei como
crime e é, também, o
sujeito passivo da
cominação legal. A
definição esta
elementar dos tipos
penais, nas
legislações penais
dos Estados assim
constituídos pode ser
diversa. (SALES,
2010, p. 211)
Em termos
científicos, tem-se
como amplamente
dominante, desde há
muito, no Direito
Penal brasileiro, como
nos demais Direitos
de filiação romano-
germânica, a
irresponsabilidade
penal da pessoa
jurídica, expressa no
conhecido apotegma
societas delinquere no
potest, verdadeira
reafirmação dos
postulados da
culpabilidade e da
personalidade das
penas. Isso quer dizer
que os crimes
praticados no âmbito
da pessoa jurídica só
podem ser imputados
criminalmente às
pessoas naturais na
qualidade de autores
ou partícipes.
[...] em princípio
não se admitem
antinomias ou
incompatibilidades
nos repositórios
jurídicos. O ponto de
partida do método
sistemático de
interpretação das leis
consiste em comparar
os dispositivos
sujeitos a exegese
com outros do
mesmo corpo legal,
ou de leis diversas,
mas referentes ao
mesmo objeto, para
apuração e cotejo.
Não raro, por umas
normas se conhece
o espírito das
outras. Não se
encontram
princípios isolados,
mas acham-se em
conexão com
outros. Em uma
vasta unidade que é
o direito, não se
pode negar que há
princípios que se
condicionam e se
restringem
reciprocamente,
muitas vezes
constituindo-se em
elementos
autônomos uns dos
outros. Muitas vezes
encontram-se
recomendações
positivas de que
dimanam outras que
as excepcionam.
(SHECARIA, 2011, p.
130, grifo nosso)
Saiba Mais
O eminente e respeitável
constitucionalista (SILVA, 2002, p. 819-820) bem
afirmou e asseverou a importância do meio
ambiente e a necessária intervenção do Poder
Público, e, sob esse aspecto, o Direito Penal e
as demais normas infraconstitucionais devem
unir-se com finco a preservação da natureza:
A Constituição
define o meio
ambiente
ecologicamente
equilibrado como
direito de todos e lhe
dá a natureza de bem
de uso comum do
povo e essencial à
sadia qualidade de
vida, impondo-se ao
Poder Público e a
coletividade o dever
de defendê-lo e
preservá-lo para as
presentes e futuras
gerações. A
Constituição [...]
impõe condutas
preservacionistas a
quantos possam
direta ou
indiretamente gerar
danos ao meio
ambiente. Assim,
aquele que explorar
recursos minerais fica
obrigado a recuperar
o meio ambiente
degradado, de acordo
com a solução
técnica exigida pelo
órgão público
competente, na forma
da lei, e as usinas que
operem com reator
nuclear deverão ter
sua localização
definida em lei
federal, sem o que
não poderão ser
instaladas. Dá ela
ênfase à atuação
preventiva, mas não
descuida das
medidas repressivas
[...] (grifo nosso)
Do desenrolar
histórico de
formatação e de
desenvolvimento da
teoria do bem jurídico
como referencial de
incriminação de uma
conduta, observa-se
que os
posicionamentos
acerca do seu
conceito e da sua
dinâmica de
proteção através da
pena foram
estabelecidos
segundo as
necessidades
suscitadas pela
sociedade. Ou seja,
na sua historicidade,
percebe-se uma
interação com o
mundo cultural e uma
consequente visão
segundo os valores e
necessidades de cada
época, assim como
suas finalidades
perseguidas.
4. RESPONSABILIDADE
PENAL DA PESSOA JURÍDICA
NOS CRIMES AMBIENTAIS
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(omissis)
(omissis)
§ 3º. As condutas
e atividades
consideradas lesivas
ao meio ambiente
sujeitarão os
infratores, pessoas
física ou jurídicas, a
sanções penais e
administrativas,
independentemente
da obrigação de
reparar os danos
causados.
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Art. 3º. As
pessoas jurídicas
serão
responsabilizadas
administrativa, civil e
penalmente conforme
o disposto nesta lei,
nos casos em que a
infração seja
cometida por decisão
de seu representante
legal ou contratual, ou
de seu órgão
colegiado, no
interesse ou benefício
da sua entidade.
Vislumbra-se no dispositivo
supramencionado que houve previsão expressa
da responsabilidade penal da pessoa jurídica,
não excluindo, também, da pessoa física a
obrigação de responder criminalmente nos
casos de lesão ao meio ambiente, é o que
disciplina o art. 2º e 4º da lei, podendo, inclusive,
a personalidade jurídica ser desconsiderada
quando constituir entrave a compensação de
prejuízo causado ao meio ambiente. Vejamos:
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[...] ausentes na
atividade da própria
pessoa jurídica os
elementos seguintes:
a) capacidade de
ação no sentido penal
estrito; b) capacidade
de culpabilidade
(princípio da
culpabilidade); c)
capacidade de pena
(princípio da
personalidade da
pena), indispensáveis
à configuração de
uma responsabilidade
penal subjetiva.
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A individualização
da pena é feita com
base na culpabilidade
que significa o quanto
de reprovação, de
censurabilidade
merece a conduta,
sendo absolutamente
incongruente com
admissão da pessoa
jurídica como agente
de delitos. Portanto,
há uma incapacidade
penal da pessoa
jurídica, que a análise
sistemática do texto
constitucional torna
evidente.
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[...] ao direito
penal caberão os
casos que possam
ser vinculados à
conduta da pessoa
humana, os demais,
resultantes dos riscos
a que está exposta a
sociedade moderna,
poderão ser objeto de
outro direito. São
riscos que exigem
normas específicas
de prevenção e
controle, bem como
sanções que possam
contribuir para evitar
os seus efeitos, as
quais são próprias do
direito administrativo
ou de um outro
direito, cujo nome
seja adequado aos
seus conceitos.
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O
reconhecimento da
responsabilidade
penal dos entes
coletivos não
implica
necessariamente a
aceitação de uma
“responsabilidade
objetiva”. É possível
aferir um espírito ou
vontade coletivos
diversos das
vontades individuais
ou mesmo de sua
somatória simples.
No mínimo a
deficiência no
estabelecimento de
uma vontade própria
da pessoa moral pode
ser suprida pela
chamada “teoria da
responsabilidade por
ricochete, reflexo ou
rebote” que se utiliza
da vontade dos
sujeitos individuais
para caracterizar
aquela do ente
coletivo.
[...]
A
responsabilidade
penal das pessoas
jurídicas não
contraria a
Constituição
Federal. Ao inverso,
há dois dispositivos
constitucionais que
determinam
excepcionalmente
tal responsabilidade
nos campos
econômico e
ambiental (CF, arts.
173, § 5º e 225, § 3º).
Por hora, somente
no campo ambiental
essa
responsabilidade
excepcional foi
prevista (Lei
9.605/98, art. 3º).
(grifo nosso)
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Tênis Feminino
Fastnoose
Casual e…
4.3 DISCUSSÃO
JURISPRUDENCIAL NO BRASIL
RECURSO
CRIMINAL. CRIME
CONTRA O MEIO
AMBIENTE.
DENÚNCIA
OFERTADA CONTRA
PESSOA JURÍDICA.
ENTE QUE NÃO
PODE SER
RESPONSABILIZADO
PELA PRÁTICA DE
CRIME. AUSÊNCIA
DE VONTADE
PRÓPRIA. REJEIÇÃO.
RECURSO
DESPROVIDO. "A
pessoa jurídica,
porque desprovida
de vontade própria,
sendo mero
instrumento de seus
sócios ou prepostos,
não pode figurar
como sujeito ativo
de crime, pois a
responsabilidade
objetiva não está
prevista na
legislação penal
vigente" (RCR n.
03.003801-9, da
comarca de
Curitibanos, rel.
Maurílio Moreira
Leite). (TJ-SC -
RCCR: 4962 SC
2005.000496-2,
Tribunal de Justiça de
Santa Catarina,
Segunda Câmara
Criminal, Relator: Des.
Sérgio Paladino, Data
de Julgamento:
29/03/2005, grifo
nosso)
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APELAÇÃO
CRIMINAL - CRIMES
AMBIENTAIS -
PRELIMINAR -
RESPONSABILIDADE
PENAL DA PESSOA
JURÍDICA -
INADEQUAÇÃO
ENTRE NATUREZA
JURÍDICA E SANÇÃO
PRIVATIVA DE
LIBERDADE -
INEXISTÊNCIA DE
REGRAS
ESPECÍFICAS
COMPATÍVEIS COM
O ENTE COLETIVO -
INVIABILIDADE DE
SANCIONAMENTO -
RECURSO
CONHECIDO E,
LEVANTANDO
PRELIMINAR,
ANULADO O
PROCESSO "AB
INITIO". Demonstra-
se absolutamente
nulo o processo
penal movido em
desfavor de pessoa
jurídica, acusada da
prática de crime
ambiental, uma vez
que a lei de crimes
ambientais não
previu um sub-
sistema penal de
caracterização
específica do delito,
bem como regras
próprias ao
sancionamento e
execução penais
compatíveis com a
natureza do ente
coletivo. (TJ-MG Nº
.0155.02.000841-
5/001(1), Tribunal de
Justiça de Minas
Gerais, Relator: Des.
Márcia Milanez, Data
de Julgamento:
16/11/2004, Data de
Publicação:
19/11/2004, grifo
nosso)
RECURSO EM
SENTIDO ESTRITO.
CRIME AMBIENTAL.
PESSOA JURÍDICA.
RESPONSABILIDADE
PENAL.
INADMISSIBILIDADE.
REJEIÇÃO DA
DENÚNCIA. DECISÃO
EM CONSONÂNCIA
COM A ORIENTAÇÃO
DOUTRINÁRIA E
JURISPRUDENCIAL
DOMINANTES.
RECURSO
IMPROVIDO. Mostra-
se inconstitucional
art. 3º da Lei
9.605/98, no que diz
respeito à
responsabilidade
penal da pessoa
jurídica. A pessoa
jurídica não pode
ser sujeito ativo de
crime. Inteligência
do art. 5, inciso LXV
da CF de 1988.
(TJMT – Recurso em
Sentido Estrito Nº
1.457-01, Comarca de
Sinop, Tribunal de
Justiça de Mato
Grosso, 2ª Câmara
Criminal, Rel: Des.
Donato Fortunato
Ojeda, Data do
Julgamento em:
02/05/2001).
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123 Milhas
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-22%
PROCESSO
PENAL. RECURSO
EM SENTIDO
ESTRITO. CRIME
AMBIENTAL.
RESPONSABILIDADE
PENAL DE PESSOA
JURÍDICA. ART. 225,
§ 3º, 3º, LEI
9.605/98. 1. O
parágrafo 3º do art.
225 da Constituição
Federal de 1988
previu, em razão de
opção política do
legislador, a
possibilidade de
responsabilização
penal das pessoas
jurídicas por crimes
ambientais; 2. O art.
3º da Lei 9.605/98,
que cuida dos crimes
contra o meio
ambiente,
regulamentou o
preceito
constitucional em
referência, dando-lhe
a densidade
necessária. 3. Não há
qualquer
inconstitucionalidad
e no § 3º do art. 225
da Constituição
Federal, fruto de
uma escolha política
do legislador, que
atende às
expectativas por
prevenção e
proteção de
condutas
atentatórias ao meio
ambiente, bem
jurídico de espectro
coletivo, de enorme
relevância para o ser
humano na
atualidade. 4.
Recurso em sentido
estrito provido.
(Recurso em Sentido
Estrito RO Nº
2007.41.00.006063-4,
Terceira Turma,
Tribunal Regional
Federal da 1ª Região,
Relator: Des. Tourinho
Neto, Julgado em
08/04/2008,
Publicado em
18/04/2008, grifo
nosso)
-22%
RECURSO
CRIMINAL. CRIME
AMBIENTAL.
REJEIÇÃO DA
DENÚNCIA NA
PARTE EM QUE
FIGURAVA PESSOA
JURÍDICA COMO
SUJEITO PASSIVO
DE DELITO PENAL.
LEI DOS CRIMES
AMBIENTAIS (LEI N.
9.605/98) QUE
ADMITE
EXPRESSAMENTE A
RESPONSABILIDADE
PENAL DA PESSOA
JURÍDICA. RECURSO
PROVIDO. A Lei dos
Crimes Ambientais
inovou o Direito
Brasileiro quando
admitiu,
expressamente, a
responsabilidade
penal da pessoa
jurídica para coibir e
penalizar os
chamados crimes de
dano ao meio
ambiente cometido
por empresas.
Necessário atender
ao rigorismo
pretendido pela
legislação em
relação ao infrator
que provoca danos
ao meio ambiente,
seja pessoa física ou
jurídica,
resguardando, com
isso, o direito
constitucional que
garante qualidade
de vida ambiental a
todos. (TJ-SC -
RCCR: 78620 SC
2005.007862-0,
Tribunal de Justiça de
Santa Catarina,
Primeira Câmara
Criminal, Relator: Des.
Solon d´Eça Neves,
Data de Julgamento:
10/05/2005)
Milhas
123Milhas
123 Milhas
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Abrir
[...] Em delitos
contra o meio
ambiente, por tratar-
se de bem tutelado
constitucionalmente,
uma vez
caracterizada a
relevante
ofensividade da
conduta,
consubstanciada
por relevante
desmatamento, não
há falar-se em
princípio da
subsidiariedade ou
direito penal mínimo
(“ultima ratio”), pois,
ainda que o poluidor
seja apenado
administrativamente,
impõe-se
responsabilizá-lo
penalmente, se
provada a
materialidade e
autoria delitivas. A
denúncia que faz
expressa menção à
conduta omissiva de
deixar de obter
licença ambiental,
retrata, em tese, o
delito tipificado no art.
68 da Lei de Crimes
Ambientais, devendo,
por isso, ser recebida
a denúncia. (TJ-MS,
AP Nº 39222/2011,
Tribunal de Justiça do
Mato Grosso,
Segunda Câmara
Criminal Des. Marilsen
Andrade Addario,
Data Do Julgamento
28/03/2012, Data Da
Publicação No Dje
18/04/2012, grifo
nosso)
-22%
123 Milhas
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RECURSO
ORDINÁRIO EM
MANDADO DE
SEGURANÇA.
CRIME CONTRA O
MEIO AMBIENTE.
ART. 38, DA LEI N.º
9.605/98. DENÚNCIA
OFERECIDA
SOMENTE CONTRA
PESSOA JURÍDICA.
ILEGALIDADE.
RECURSO
PROVIDO. PEDIDOS
ALTERNATIVOS
PREJUDICADOS. 1.
Para a validade da
tramitação de feito
criminal em que se
apura o cometimento
de delito ambiental,
na peça exordial
devem ser
denunciados tanto a
pessoa jurídica como
a pessoa física
(sistema ou teoria da
dupla imputação),
isso porque a
responsabilização
penal da pessoa
jurídica não pode ser
desassociada da
pessoa física - quem
pratica a conduta
com elemento
subjetivo próprio. 2.
Oferecida denúncia
somente contra a
pessoa jurídica, falta
pressuposto para que
o processo-crime
desenvolva-se
corretamente. 3.
Recurso ordinário
provido, para declarar
a inépcia da denúncia
e trancar,
consequentemente, o
processo-crime
instaurado contra a
empresa recorrente,
sem prejuízo de que
seja oferecida outra
exordial, válida.
Pedidos alternativos
prejudicados. (STJ -
RECURSO
ORDINÁRIO EM
MANDADO DE
SEGURANÇA : RMS
37293 SP
2012/0049242-7 ),
SUPERIOR
TRIBUNAL DE
JUSTIÇA, QUINTA
TURMA, RELATOR:
MINISTRA LAURITA
VAZ, DATA DE
JULGAMENTO:
02/05/2013)
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É admissível a
condenação de
pessoa jurídica pela
prática de crime
ambiental, ainda que
absolvidas as
pessoas físicas
ocupantes de cargo
de presidência ou de
direção do órgão
responsável pela
prática criminosa.
Com base nesse
entendimento, a 1ª
Turma, por maioria,
conheceu, em parte,
de recurso
extraordinário e,
nessa parte, deu-lhe
provimento para
cassar o acórdão
recorrido. Neste, a
imputação aos
dirigentes
responsáveis pelas
condutas
incriminadas (Lei
9.605/98, art. 54) teria
sido excluída e, por
isso, trancada a ação
penal relativamente à
pessoa jurídica. Em
preliminar, a Turma,
por maioria, decidiu
não apreciar a
prescrição da ação
penal, porquanto
ausentes elementos
para sua aferição.
Pontuou-se que o
presente recurso
originara-se de
mandado de
segurança impetrado
para trancar ação
penal em face de
responsabilização,
por crime ambiental,
de pessoa jurídica.
Enfatizou-se que a
problemática da
prescrição não estaria
em debate, e apenas
fora aventada em
razão da demora no
julgamento.
Assinalou-se que
caberia ao
magistrado, nos autos
da ação penal,
pronunciar-se sobre
essa questão.
Vencidos os Ministros
Marco Aurélio e Luiz
Fux, que reconheciam
a prescrição. O Min.
Marco Aurélio
considerava a data do
recebimento da
denúncia como fator
interruptivo da
prescrição. Destacava
que não poderia
interpretar a norma de
modo a prejudicar
aquele a quem visaria
beneficiar.
Consignava que a lei
não exigiria a
publicação da
denúncia, apenas o
seu recebimento e,
quer considerada a
data de seu
recebimento ou de
sua devolução ao
cartório, a prescrição
já teria incidido. RE
548181/PR, rel. Min.
Rosa Weber,
6.8.2013, grifo nosso)
[1]
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CONCLUSÃO
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REFÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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( ) * +
,
Assuntos relacionados:
Direito Ambiental • Direito
Processual Penal • Direito
Penal • Direito
Constitucional
Autor
Hebert Henrique de
Oliveira Melanias
Possui graduação em Direito pela
Faculdade Raimundo Marinho -
Unidade Maceió (2011) e Pós-graduação em
Ciências Penais pela Universidade Anhanguera
(2014). Realizou estágios no âmbito jurídico no
1º Cartório de Registro Civil de Casamentos e
Notas de Maceió nov/2006 a junho/2008; no
Órgão de Proteção e Defesa do Consumidor do
Estado de Alagoas (PROCON/AL) Jan/2009 à
Março/2011; no Escritório Jurídico Dr. Virgílio
Andrade março de 2011 a agosto de 2011.
Assumiu o cargo de Assessor Técnico/Jurídico
no Conselho Estadual de Segurança Pública em
Alagoas - (CONSEG/AL) - Set/2009 à Fev/2014.
Atualmente é Escrivão da Polícia Judiciária -
Delegacia Geral da Polícia Civil do Estado de
Alagoas, com atuação na Assessoria Jurídica do
Gabinete do Delegado Geral. Cursou a disciplina
de Mestrado em Sociologia "Conflitos e disputas
no campo jurídico: uma sociologia dos tribunais
e seus juízes". Detêm de experiência na área de
Direito, com ênfase em Direito do Consumidor,
Direito Penal e Direito Penal Ambiental.
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