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ARTIGOS

A discussão jurídico-
doutrinária e
jurisprudencial acerca da
responsabilização penal
das pessoas jurídicas nos
crimes ambientais
Hebert Henrique de Oliveira
Melanias

Publicado em 04/2015. Elaborado em 05/2014.

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" DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO


PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO
AMBIENTAL

O presente artigo aborda as controvérsias


existentes acerca da possibilidade ou não
de responsabilizar criminalmente a pessoa
jurídica no direito pátrio, ante a previsão
constitucional do art. 225, §3º.

RESUMO

O presente artigo aborda as


controvérsias existentes acerca da possibilidade
ou não de responsabilizar criminalmente a
pessoa jurídica no direito pátrio, ante a previsão
constitucional do art. 225, §3º, o qual adotou a
responsabilidade penal de ente coletivo, no caso
em que ocorrer dano ao meio ambiente. Como
se não bastasse o entrave jurídico, existem ainda
os debates e os contrassensos jurisprudenciais
em todo o país sobre a matéria. É em torno
dessa problemática que se funda o presente
estudo, vislumbrando se é possível juridicamente
penalizar criminalmente a pessoa jurídica, em
razão de um ilícito penal, comumente, de caráter
ambiental, bem como o de apresentar os
diferentes entendimentos dos tribunais
superiores e a posição adotada atualmente pelo
Supremo Tribunal Federal acerca do tema.
Cotejando a problematização do tema foi
desenvolvida uma pesquisa baseada na análise
do meio ambiente como bem jurídico
constitucional, abordando conceito e
considerações históricas relevantes, além da
abordagem da Lei nº 9.605/98 (Lei de Crimes
Ambientais) e princípios inerentes, até a
apreciação sobre a responsabilidade penal da
pessoa jurídica no direito penal brasileiro nos
crimes ambientais abordando a discussão
jurídico-doutrinária e jurisprudencial.

Palavras-Chave: Meio ambiente. Lei de


Crimes Ambientais. Responsabilidade Penal.
Pessoa Jurídica. Discussão jurídico-doutrinária.
Discussão jurisprudencial.

INTRODUÇÃO

O meio ambiente como bem jurídico de


uso comum do povo, mereceu a devida guarida
constitucional, conforme os comandos
existentes no art. 225, da Constituição Federal
de 1988, o qual impôs ao Poder Público e à
sociedade o dever de preservá-lo, defendê-lo
para as presentes e futuras gerações. Além do
que consta na Constituição Federal, promulgada
em 1988, a Lei Federal nº 6.938/81 que
disciplina a Política Nacional do Meio Ambiente
já funcionava como meio de coibir qualquer ato
atentatório contra este direito.

A citada lei foi criada com o objetivo de


preservar, melhorar e recuperar a qualidade
ambiental, mormente com as redações dada
pela Lei nº 7.804/89, o qual atribuiu pena mais
dura nos casos de ilícitos que acarretem danos
ambientais irreversíveis.

O Direito Penal tem por objetivo


salvaguardar os bens jurídicos considerados
mais relevantes, como a vida, o patrimônio etc.
Não seria diferente na preservação de bens
jurídicos difusos e coletivos, como é o meio
ambiente. Direitos próprios que correspondem a
interesse universal, merecendo a intervenção
estatal, utilizando-se, para isso, do Direito Penal
Ambiental (Lei de Crimes Ambientais), prevendo
penalidades severas para sua efetiva proteção.

A responsabilidade penal da pessoa


jurídica em razão de ilícito ambiental mantém
ainda divergências jurídico-doutrinária e
jurisprudencial. Não se pode olvidar que a
coibição a prática criminal que atente contra o
meio ambiente já possuí previsões legais de
caráter constitucional, precisamente em seu art.
225, § 3º, e infraconstitucional, através da Lei nº
9.605/98, normas que já possuem anos de
vigência, mas que ainda se encontram em
constante discussão quanto a sua aplicabilidade
em desfavor de pessoa jurídica (entre privado ou
público), em razão da dogmática aplicada pelo
sistema penal brasileiro.

Apesar das previsões legais em epígrafe,


ainda é fortemente debatido, pela doutrina e
jurisprudência, se há possibilidade ou não da
pessoa jurídica ser penalmente responsabilizada,
e é sobre essas discussões jurídicas que o
presente estudo fará suas indagações e buscará
as possíveis respostas, valendo-se da análise de
pesquisas bibliográficas e infográficas.

Este trabalho consiste numa formatação


de 04 (quatro) capítulos. O primeiro busca
abordar a importância do meio ambiente como
bem jurídico constitucional, expondo seu
conceito, considerações históricas relevantes e
sua devida previsão na Constituição Federal de
1988.

O segundo capítulo aborda a teoria dos


crimes contra o meio ambiente, apresentando
breves comentários acerca das sanções penais e
administrativas contida na Lei nº 9.605/98 e os
princípios da culpabilidade e da proteção do
bem jurídico.

O terceiro e o quarto capítulo se atém a


definição da pessoa jurídica, a responsabilização
penal da pessoa jurídica no Código Penal
Brasileiro e na Lei nº 9.605/98 (Lei dos Crimes
Ambientais), além de abordar os controversos
pensamentos doutrinários e jurisprudenciais
acerca do tema.

1. O MEIO AMBIENTE COMO


BEM JURÍDICO
CONSTITUCIONAL

O meio ambiente é um bem jurídico que


emerge a verdadeira definição de “intocável”, ou
assim deveria ser, pois sua degradação
descontrolada afeta negativamente a todos. Não
se pode falar sobre responsabilidade penal de
pessoa jurídica em razão do cometimento de
crime ambiental sem antes responder o motivo
de sua importância, inclusive apresentando sua
previsão constitucional e aspectos históricos
relevantes.

Assim o presente capítulo apresentará a


importância do meio ambiente, visando
demonstrar que é através da tutela penal que a
proteção do bem ambiental se torna eficaz e
necessária.

1.1 CONCEITO DE MEIO


AMBIENTE

O meio ambiente se traduz como direito


de terceira geração, direito à fraternidade,
direitos de todos os cidadãos (difuso), por isso
considerado bem jurídico universal.

É o que se vislumbra nos dizeres de


Machado (2007, p. 118):

O meio ambiente
é um bem coletivo de
desfrute individual e
geral ao mesmo
tempo. O direito ao
meio ambiente é de
cada pessoa, mas
não só dela, sendo ao
mesmo tempo
“transindividual”. Por
isso, o direito ao
meio ambiente entra
na categoria de
interesse difuso, não
se esgotando numa
só pessoa, mas se
espraiando para uma
coletividade
indeterminada. (grifo
nosso)

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Seu conceito jurídico se apresenta


também no art. 3º, inciso I, da Lei nº 6.938/81, o
qual instrui o meio ambiente como sendo “o
conjunto de condições, leis, influências e
interações de ordem física, química e biológica,
que permite, abriga e rege a vida em todas as
suas formas.”

No aspecto doutrinário temos que:

[...] não se pode


definir o meio
ambiente sem
considerar a interação
existente entre
homem e natureza.
Não mais prevalece o
antropocentrismo
clássico, a partir do
qual o meio ambiente
era tido como objeto
de satisfação das
necessidades do
homem. O meio
ambiente deve ser
pensado como valor
autônomo, como um
dos polos das relação
de interdependência
homem-natureza, já
que o homem faz
parte da natureza e
sem ela não teria
condições materiais
de sobrevivência.
(PILATI, 2011, p. 31)

O valor constitucional do meio ambiente


é incomparável, já que a preservação da
natureza é elemento essencial para continuidade
da vida humana (direito à vida), afinal sua
destruição redunda em uma série de efeitos
negativos ao homem, tão noticiada pelos
diferentes canais de comunicação, como por
exemplo, o aquecimento global, oriundo da
destruição da camada de ozônio, pela emissão
de gases poluidores gerando como
consequência altas temperaturas, aumentando o
índice de câncer de pele no Homem e aumento
do nível do mar em razão do derretimento das
camadas polares.

Neste sentido Silva, José (2002, p. 821)


informa que o meio ambiente:

[...] é um valor
preponderante, que
há de estar acima de
quaisquer
considerações como
as de
desenvolvimento,
como as de respeito
ao direito de
propriedade, como as
da iniciativa privada.
Também estes são
garantidos no texto
constitucional, mas, a
toda evidência, não
podem primar sobre
o direito
fundamental à vida,
que está em jogo
quando se discute a
tutela da qualidade
do meio ambiente,
que é instrumental
no sentido de que,
através dessa tutela,
o que se protege é
um valor maior: a
qualidade da vida
humana. (grifo nosso)

Analisar os breves fatos históricos e


relevantes que incidiram na importância do meio
ambiente demonstrará o motivo pelo qual o
mesmo se encontra hoje previamente protegido
na Constituição Federal de 1988.

1.2 CONSIDERAÇÕES
HISTÓRICAS E FATOS
RELEVANTES

Ao longo das Constituições Federais


existentes no Brasil, houve um avanço gradativo
acerca da tutela estatal ambiental, contemplando
efetivamente o meio ambiente como bem
jurídico constitucional apenas na carta magna de
1988. Antes disso, representando um grande
marco na evolução e preocupação acerca do
meio ambiente, a I Conferência Mundial de Meio
Ambiente realizada em junho de 1972, em
Estocolmo “abriu os olhos” dos países
ocidentais e orientais sobre os problemas que
poderiam ocorrer se os Estados não
começassem a se preocupar em montar políticas
voltada a preservação do meio ambiente.

Pode-se afirmar
que a Conferência de
Estocolmo
representou um
marco que mudou de
patamar a
preocupação com as
questões ambientais
e passou a fazer parte
das políticas de
desenvolvimento
adotadas nos países
avançados e,
também, naqueles em
processo de
desenvolvimento. Dos
diversos instrumentos
e métodos de
avaliação
desenvolvidos e ali
apresentados com o
objetivo de incorporar
as questões
ambientais ao
processo de decisão,
Avaliação de
Impactos Ambientais
(AIA) tem sido o
instrumento mais
discutido. [...] No
Brasil, as primeiras
tentativas de
aplicação de
metodologias para
avaliação de impactos
ambientais foram
decorrentes de
exigências de órgãos
financeiros
internacionais para
aprovação de
empréstimos a
projetos
governamentais. [...]
Essa preocupação
levou o governo
brasileiro à sancionar,
em 1981, a Lei nº
6.938 que estabelece
a Política Nacional do
Meio Ambiente e cria
o Sistema Nacional
do Meio Ambiente –
SISNAMA,
contemplando
fundamentos para a
proteção ambiental no
país, os quais vêm
sendo
regulamentados por
meio de decretos,
resoluções dos
Conselhos Nacional,
Estaduais e
Municipais, normas e
portaria. (BRASIL,
Ministério do Meio
Ambiente, 2009, p.
11-12)

Dada à importância do que fora


publicado e citado acima pelo Ministério do Meio
Ambiente, através do Programa Nacional de
Capacitação de Gestores Ambientais, ficou
perceptível a importância da Conferência de
Estocolmo, pois despertou a conscientização
dos países na criação de mecanismos capazes
de coibir e de preservar a natureza.

No Brasil, após a promulgação, houve


ainda a criação da Lei nº 9.605/98 (Lei dos
Crimes Ambientais), cujo interesse foi a coibir
toda e qualquer prática que prejudicasse o meio
ambiente.

A tipificação de certas condutas como


crime tem como ênfase a atuação preventiva do
Estado que em obediência aos mandamentos
constitucionais cuidou de criar medidas
repressivas e ordenatórias ao se exigir de
pessoas jurídica “a recuperação do meio
ambiente degradado por atividades regulares” e
“ao sujeitar as condutas e atividades lesivas ao
meio ambiente a sanções penais e
administrativas, sem prejuízo da obrigação de
reparar os danos causados”. (SILVA, José, 2002,
p. 820)

Esse avanço se deu em razão da


preocupação do Estado–União com a
preservação da natureza em seu sentido amplo
(fauna e flora), no intuito de viabilizar um meio
ambiente equilibrado, o que não significa dizer
que não seja possível o uso dos recursos
naturais, mas sim dizer que o uso consciente,
voltado à preservação ambiental, gera um
crescimento racional da economia e incentiva o
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desenvolvimento nacional baseado na


sustentabilidade.

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1.3 ASPECTOS PROTETIVOS AO
MEIO AMBIENTE NA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE
1988

Após a I Conferência (1972), em


Estocolmo, que tratou acerca do Meio Ambiente,
o Brasil avançou com a criação da Lei nº
6.938/81 que estabeleceu a Política Nacional do
Meio Ambiente. Logo após, com o advento da
Constituição Federal de 1988, ficou ainda mais
claro o interesse do país na preservação do Meio
Ambiente.

Os avanços tecnológicos e a extração


exacerbada de recursos naturais foram, sem
dúvidas, os responsáveis pela necessidade de
se criar medidas capazes de coibir qualquer
conduta prejudicial à natureza. Como falado, a
tutela jurídica começou com o surgimento da
legislação infraconstitucional ambiental, cujo
interesse inicial era formatar políticas públicas
voltadas à preservação do meio ambiente.

O meio ambiente passou a ser


considerado um bem jurídico
constitucionalmente tutelado a partir da
Constituição Federal de 1988, precisamente em
seu art. 225, § 3º, que consagrou a
responsabilidade penal de pessoa jurídica, nos
crimes cometidos contra o meio ambiente.
Vejamos:

Art. 225. Todos


têm direito ao meio
ambiente
ecologicamente
equilibrado, bem de
uso comum do povo
e essencial à sadia
qualidade de vida,
impondo-se ao Poder
Público e à
coletividade o dever
de defendê-lo e
preservá-lo para as
presentes e futuras
gerações.

[...]

§3°. As condutas
e atividades
consideradas lesivas
ao meio ambiente
sujeitarão os
infratores, pessoas
físicas ou jurídicas, a
sanções penais e
administrativas,
independentemente
da obrigação de
reparar os danos
causados. (grifo
nosso)

Com essa evolução legislativa, ficou


evidenciada a preocupação do legislador, já que
as sanções administrativas não estavam mais
comportando e coibindo a ação das empresas
na degradação ambiental, assim o § 3º prevê a
tripla responsabilização dos causadores de
danos ambientais.

Ademais, outros dispositivos


constitucionais trataram do meio ambiente,
como é o caso dos arts. 170, inciso VI, 174, §3º,
186, inciso II, 220, inciso VIII e 216 da
Constituição Federal de 1988.

Sobre a evolução da tutela constitucional


do meio ambiente, bem exorta Cruz (2008, p. 28-
29) que:

[...] ao longo de
nossa história
passamos da
desconsideração do
meio ambiente como
um valor em si, para a
sua elevação à
categoria de bem
jurídico dotado de
autonomia própria,
passando pela tutela
isolada de seus
componentes. Como
se vê, o meio
ambiente, erigia à
categoria de bem
juridicamente
considerado em si
mesmo pela
Constituição Federal
de 1988, não pode
ser tratado
simplesmente como
um somatório de seus
fatores,
considerando-se cada
um de modo isolado.

Desta forma, como bem se pode


observar, o meio ambiente ao longo da história
foi gradativamente se tornando um bem jurídico
importante, merecedor de tutela penal
específica, sendo necessária a criação da Lei nº
9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais), a qual
será tratada com maior rigor no próximo
capítulo, sobretudo sob o aspecto de garantidor
da manutenção da vida humana, já que sem um
meio ambiente equilibrado não há como
conseguir viver com hígida qualidade de vida.

2 TEORIA DOS CRIMES


CONTRA O MEIO AMBIENTE

Alguns professores, mestres e doutores


na seara penal entendem ser descabida a
aplicabilidade de pena em desfavor de pessoa
jurídica, ou seja, impossível seria responsabilizar
penalmente pessoa jurídica.

As teorias são várias, vão desde a


alegação da inconstitucionalidade do art. 3º da
Lei nº 9.605/98 até a afirmação de haver bis in
idem.

Para que ocorra um crime, qualquer que


seja, inclusive um crime ambiental, tem que
haver uma conduta típica (ação ou omissão), o
que significa dizer que é necessário que haja
uma transgressão a um tipo penal incriminador
(tipicidade) e advenha dessa conduta um
resultado.

Assim, Greco (2012), expõe que para que


se ocorra um crime é necessário que sobrevenha
uma conduta dolosa ou culposa, comissiva ou
omissiva, resultado, nexo de causalidade entre a
conduta e o resultado e a tipicidade.

É difícil de acreditar que as pessoas


jurídicas, apesar de não possuírem vontade
própria, não possam ser penalizadas
criminalmente em razão de condutas realizadas
por pessoas físicas, dotadas de vontade, ou
seja, responsáveis diretamente por qualquer
dano que venha a ocorrer na natureza. O direito
penal deve acompanhar as transformações
trazidas pela Constituição Federal de 1988 e
pela Lei dos Crimes Ambientais, de modo a
adequar-se a realidade atual.

Apesar de entender não ser possível


pessoa jurídica praticar infração penal, mas tão
somente pessoa natural, Greco (2012, p.147)
exorta que:

Conduta é
sinônimo de ação e
de comportamento.
Conduta quer dizer,
ainda, ação ou
comportamento
humano. Não se fala
em conduta de
pessoa jurídica no
sentido de imputar a
esta a prática de
alguma infração
penal. Embora seja o
delito o resultado de
uma ação humana,
nosso legislador
constituinte previu
expressamente em
nossa Constituição
Federal a
possibilidade de
punir penalmente a
pessoa jurídica por
ter ela própria
praticado uma
atividade lesiva ao
meio ambiente [...]

Expõe o referido autor que seria um


retrocesso jurídico entender ser cabível a
responsabilização penal de pessoa jurídica,
alegando que o Direito Penal é a ultima ratio (o
direito penal só pode atuar quando os demais
ramos do direito não conseguem proteger
determinado bem jurídico), além de expor que o
Código Penal brasileiro não recepciona essa
possibilidade por ferir toda a ciência penal
aplicada no Brasil.

Data vênia seu pensamento, acredita-se


que retrocesso jurídico seria não respeitar a
ordem constitucional, em razão de existir um
direito penal decadente, que não avança, hoje
falido, merecendo urgente reforma para que
assim seja possível acompanhar os avanços
sociais e a preservação efetiva de importantes
bens jurídicos, como no caso o meio ambiente.

Por todo o exposto, ainda que o Direito


Penal brasileiro adote a teoria finalista/analítica
de crime (fato típico/conduta, antijurídico e
culpável), não significa dizer que não é possível
aplicação de pena em desfavor de pessoa
jurídica, até porque não se causa uma lesão ao
meio ambiente por ente coletivo, sem que haja
por trás dessa ação uma vontade humana.

No mais, nos tópicos subsequentes para


melhor compreensão, passamos a analisar com
maior especificidade as sanções penais
existentes na Lei de Crimes Ambientais e a
importância do princípio da culpabilidade e do
princípio do bem jurídico (meio ambiente).

2.1 BREVES COMENTÁRIOS


ACERCA DOS CRIMES E
ESPÉCIES DE SANÇÕES
PENAIS DA LEI Nº 9.605/98

O legislador ordinário ao formatar a Lei


nº 9.605/98, famigerada Lei dos Crimes
Ambientais, conseguiu bem abalizar a tipicidade
da conduta incriminadora, impondo como sujeito
ativo dos crimes contra o meio ambiente, pessoa
física ou pessoa jurídica e como sujeito passivo
a coletividade.

Ressalta-se que, para que seja atribuída


a responsabilidade penal da pessoa jurídica é
necessária que a conduta criminosa preencha
duas condições: i) que a infração seja
cometida por decisão de seu representante
legal ou contratual e; ii) que a infração seja
cometida por decisão de seu órgão
colegiado, no interesse ou benefício da sua
entidade. (art. 3º, caput, da Lei nº 9.605/98)

Sendo sujeito ativo e respondendo a


pessoa jurídica criminalmente por ato lesivo ao
meio ambiente, a lei em epígrafe aborda os
delitos em diversos artigos e dividem-se entre
crimes contra a fauna (artigo 29 ao artigo 37) e a
flora (art. 38 ao artigo 53), além de outros crimes
ambientais (artigo 54 ao artigo 61).

Temos que os crimes ambientais são


atribuídos por diversos verbos como matar,
caçar, ferir, destruir, danificar, fabricar, vender
etc., todos visando um único objetivo: combater
qualquer espécie de lesão ao bem jurídico
tutelado – o direito coletivo a um meio ambiente
equilibrado.

Colacionando e respeitando as espécies


de penas do art. 32 do Código Penal brasileiro, a
Lei nº 9.605/98 apresenta em seu art. 21 as
espécies de sanções penais aplicáveis,
cumulativamente ou alternativamente, às
pessoas jurídicas, quais sejam: a) multa; b)
restritivas de direitos e c) prestação de serviços
à comunidade.

Redução de ate 95% na sua conta de


energia; Valorização imediata do imóvel;

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Já no art. 22 da lei acima citada, há o rol


taxativo das penas restritivas de direitos cabíveis
a pessoa jurídica, que seria: a) a interdição
temporária de estabelecimento, obra ou
atividade; b) a suspensão parcial ou total de
atividade e; c) a proibição de contratar com o
Poder Público, bem como dele obter
subsídios, subvenções ou doações. Salienta-
se ainda que o § 3º do art. 22 exorta que esse
prazo não pode exceder 10 (dez) anos, uma vez
que a Constituição Federal 1988 veda a
perpetuação de pena.

O art. 23, no que concerne a pena de


prestação de serviços à comunidade, expõe que
a empresa jurídica poderá ser condenada a
custear programas e projetos ambientais,
executar obras a fim de recuperar as áreas
degradadas, realizar manutenção de espaços
públicos e realizar contribuições a entidades
que cuidam do meio ambiente.

Em que pese a prestação de serviços à


comunidade ter caráter educativo, tem-se nela
caráter de pena alternativa, ou seja, consiste em
sanção de natureza penal, porém diversa da
pena de prisão.

A pena de multa
está prevista no art.
21, inc. I, da Lei dos
Crimes Ambientais, e,
ainda, perfeitamente
autorizada pelo art.
5º, inc. X LVI, letra c,
da Constituição
Federal. Para a
aplicação da
penalidade multa,
utiliza-se a regra
determinada pelo art.
18, da citada Lei nº
9.605/98, que é
aplicável para
pessoas físicas e
jurídicas
indistintamente. Ou
seja, a mesma pena
pecuniária é aplicada
para todos, fato que
tem ensejado muita
discussão, uma vez
que a vantagem
obtida através do
crime ambiental pelas
pessoas jurídicas é
sempre muito maior
do que o obtido por
uma pessoa física, e,
dessa forma, a multa
aplicada às primeiras
deveria ser sempre
em maior valor.
(COPOLA, 2005)
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Reitera-se com o que fora demonstrado


que a contenda jurídica a respeito da
aplicabilidade da tutela penal em desfavor da
pessoa jurídica não ocorre no plano técnico-
jurídico, haja vista que a Lei dos Crimes
Ambientais em diversos pontos bem acertou nas
argumentações existentes na própria lei não
havendo confusão ou difícil interpretação. Na
verdade o que ocorre é uma discussão
incessante da doutrina que busca de diversas
formas evitar que seja possível responsabilizar
criminalmente o ente coletivo, utilizando-se para
isso, como fundamento principal, a teoria
analítica/finalista do crime adotada pelo Código
Penal brasileiro, esquecendo que é de suma
importância a criação de mecanismos efetivos,
como é o Direito Penal na preservação do meio
ambiente.

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2.2 PRINCÍPIO DA
CULPABILIDADE:
REPROVABILIDADE SOCIAL

A culpabilidade é um dos elementos da


teoria geral do crime e por isso se faz necessária
a sua presença na conduta ao se responsabilizar
penalmente um ente coletivo – esse é o
entendimento majoritário na doutrina. Em razão
disso, há uma crítica que polemiza a
possibilidade de se responsabilizar o ente
coletivo criminalmente, haja vista que reside
ausência de culpa em sentido estrito, uma vez
que não há vontade (relação psíquica) entre o
autor (ente jurídico) e resultado.

De fato, o direito penal brasileiro se


apresenta contrário ao entendimento de que
possível seria a responsabilização penal de
pessoa jurídica, entretanto, isso não significa
dizer que a pessoa jurídica não será punida.

A Constituição Federal de 1988, como


norma jurídica basilar, apresenta-se acima de
qualquer teoria, mormente aquelas que se
apegam a respaldo em norma
infraconstitucional, isso demonstra, pois, que a
norma constitucional está acima de qualquer
questionamento.

Atualmente, o que se torna necessário é


que o Código Penal Brasileiro, tão antigo e
decadente, não mais acompanha o ritmo e as
exigências sociais atuais, devendo merecer
reforma e adaptação, mormente do seu conceito
de culpabilidade à realidade dos entes coletivos:

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A base do
pensamento segundo
o qual a culpabilidade
pode ser conceito
presente na atitude da
pessoa jurídica surge
da certeza de que
culpa não é algo que
possa fluir de uma
realidade natural e
que possa ser
provada com base em
uma atitude científica.
Culpa é, na verdade,
um conceito de
natureza filosófica
que pode ser
flexibilizado ou revisto
a partir de uma
tomada de postura
diferenciada frente ao
fenômeno que se
quer estudar. Quando
um comportamento
está agredindo bens
jurídicos tidos por
relevantes, há um
rompimento de regras
de natureza social; é
o próprio direito que
conceitua o que vem
a ser culpa, tratando-
se, pois, de um
conceito normativo e
não de um conceito
natural. (FILHO, 2004,
p. 157)

De forma ainda mais incisiva aborda


Shecaria (2011, p. 80) que:

[...] quase de
forma pacífica,
modernamente,
temos a culpabilidade
do fato como regra –
que também não
desconsidera o
agente – e tal
conquista, de certa
forma, articulasse
como a ideia de que o
direito moderno,
muito mais do que um
direito da culpa
(nullum crimen sine
culpa), é um direito do
fato (nullum crimen
sine praevia lege).
Temos, portanto, que
a culpa individual, que
se atribui ao autor, só
lhe é imputada por
um fato específico. A
responsabilização de
seus atos deve ser lhe
imputada, posto que,
em última instância, a
liberdade – não
podemos deixar de
reconhecer – é o
fundamento da culpa
jurídico-penal.

O interesse na punição de pessoa


jurídica responsável por crime ambiental é o
caráter de reprovação social, ou seja, não visa
através da responsabilização penal de pessoa
jurídica nos crimes ambientais a condenação do
ente por simples mazelas ambientais, mas sim
àquelas que podem repercutir diretamente e
negativamente no presente e no futuro das
gerações.

Nos casos simplórios, onde se têm a


aplicação do princípio da insignificância, a
punição deve ser afastada. Sobre isso, o
professor Ivan Luiz da Silva (2008, p. 77) bem
aborda que “o bem jurídico ambiental atacado
deverá ser excluída do âmbito da lei criminal em
Milhas
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razão de sua irrelevância jurídica para o Direito


Penal [...].”

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Assim, no mundo jurídico atual, não se


pode deixar de atribuir culpa a pessoa jurídica
em razão da ausência de vontade psicológica,
uma vez que necessária se faz atribuir ao ente
jurídico a descrição do fato, uma vez
enquadrado, ponderasse tão somente o caráter
de imputabilidade penal e a reprovabilidade
social da conduta.

2.3 PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO


DO BEM JURÍDICO

O bem jurídico relevante – como é o


meio ambiente – não pode ser protegido tão
somente com medidas administrativas. Atribuir
sanção penal a pessoa jurídica e a pessoa física
se faz fundamental em diversos casos e se
traduz na necessidade do direito penal evoluir.

No âmbito penal,
o bem jurídico só
deverá ser defendido
frente a certo grau de
agressão. Os ataques
intoleráveis a bens
jurídicos
absolutamente
imprescindíveis é que
explicam a ação mais
grave e aguda do
Estado para
assegurar proteção
ao bem jurídico posto
em perigo. Somente
aqueles bens jurídicos
efetivamente
relevantes é que
devem ser protegidos
na esfera do direito
penal. (SHECARIA,
2011, p. 174)

A responsabilização criminal atinge a


pessoa física e a pessoa jurídica, a depender do
caso, sendo necessária a sanção de modo a
“frear” futuras infrações cometidas pelo ente
jurídico contra o meio ambiente.

[...] a finalidade
da tutela do meio
ambiente é
eminentemente a
prevenção de danos
e, sendo assim,
também a proteção
penal da qualidade
ambiente deve se
informar por essa
idéia, traduzindo-se a
criminalização de
condutas danosas a
este bem jurídico em
um valioso
instrumento destinado
a evitar práticas que
vem a atingi-lo. [...]
Esta responsabilidade
ambiental tem pro
objeto a tutela
preventiva, reparatória
e repressiva (nessa
ordem
necessariamente) do
bem ambiental e se
caracteriza pro
enfocar o problema
da tutela ao meio
ambiente de forma
global, com incidência
de princípios
referentes a
responsabilidade civil,
penal e administrativa
[...] (CRUZ, 2008, p.
168-169)
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Com isso, não há o que se falar ou


invocar o princípio da intervenção mínima, da
fragmentariedade e da subsidiariedade como
forma de afastar a necessidade de se punir à
pessoa jurídica que comete infração penal contra
o meio ambiente, uma vez que se tratar, in casu,
de bem jurídico relevante e, ainda, por ser um
direito universal, implica na provocação de todos
(sociedade), haja vista a natureza (meio
ambiente) ser bem de uso comum do povo.

3 RESPONSABILIDADE
PENAL DA PESSOA JURÍDICA
NO DIREITO PENAL
BRASILEIRO

Na doutrina brasileira ainda existe uma


tormentosa discussão acerca da
responsabilidade penal da pessoa jurídica, uma
vez que renomados juristas se atém tão somente
a visão pragmática da teoria do crime,
discordam da possibilidade jurídica de
responsabilização penal da pessoa jurídica e
afastam o que disciplina e ordena a Constituição
Federal de 1988 ou as analisam de forma
central, sem abrir mão de uma apreciação geral.

Antes de ser abordado o núcleo e a ideia


da responsabilidade penal da pessoa jurídica no
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direito penal brasileiro, é imperioso abordar, ab


initio, o conceito e natureza da pessoa jurídica

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3.1 CONCEITO E NATUREZA


JURÍDICA DA PESSOA JURÍDICA

Falar em responsabilidade penal da


pessoa jurídica sem se ater aos conceitos de
pessoa jurídica tornaria inviável a mobilização do
debate em questão.

Com isso, de forma simples, podemos


conceituar pessoa jurídica como sendo a reunião
de uma ou mais pessoas naturais, também
denominadas de pessoas físicas, as quais
formam uma personalidade jurídica própria, por
força de lei.

Conforme aborda Mamede (2006, p. 30):

No contexto das
pessoas jurídicas de
Direito Privado,
importa-nos as
sociedades, que são
coletividades de
pessoas, regidas por
um ato constitutivo
(contrato social ou
estatuto social), tendo
por objetivo a
realização de uma
atividade econômica
cujo saldo positivo
distribui-se entre os
seus membros
(sócios), conforme o
permitido pela lei para
cada tipo societário,
bem como o que se
encontre estipulado
no ato de
constituição.

Assim como a pessoa física (natural), a


pessoa jurídica é detentora de deveres, direitos e
obrigações, pelo qual na ausência do
cumprimento de normal legal ensejará a esta
responsabilidades civil, administrativa e penal.

De maneira completa, aduz Martins


(2005, p. 184):

É a pessoa
jurídica o ente
incorpóreo que, como
as pessoas físicas,
pode ser sujeito de
direitos. Não se
confundem, assim, as
pessoas jurídicas com
as pessoas físicas, as
quais deram lugar ao
seu nascimento; ao
contrário, delas se
distanciam,
adquirindo patrimônio
autônomo e
exercendo direitos em
nome próprio. Em
razão disso, as
pessoas jurídicas
têm nome particular,
como aquelas
físicas, domicílio,
nacionalidade;
podendo estar em
juízo, como autoras,
ou na qualidade de
rés[...] (grifo nosso)

-22%

Depreende-se do texto acima citado que


a pessoa jurídica possui capacidade ou
legitimidade de ser parte contrária (ré) em um
conflito jurídico, respondendo a mesma por suas
ações. A pessoa jurídica, assim como a pessoa
física, possui um ciclo de vida, desde a sua
criação até sua extinção. Neste sentindo, “as
sociedades empresárias personificadas se
constituem, conforme a sua categoria, por um
contrato ou por um ato institutivo equivalente ao
contrato.” (MARTINS, 2005, p.174)

A natureza jurídica da pessoa jurídica


ainda é alvo de discussões doutrinárias, e, em
razão disso, existem teorias que pretendem
explicar o fenômeno da personificação (ente
coletivo).

De forma objetiva e incisiva, tem-se 03


(três) teorias que apresentam maior relevância no
cenário jurídico atual, quais sejam: i) Teoria da
Ficção, defendida por Ihering, Savigny e outros,
tem como princípio a impossibilidade da
entidade coletiva (pessoa jurídica) ser sujeito de
direitos. Portanto, “a existência da pessoa
jurídica depende da vontade do legislador, sendo
ela mera criação da lei.” (MARTINS, 2005, p.
185); ii) Teoria da realidade objetiva, defendida
por Zittelman, Andreas Von Tuhr e outros, de
forma contrária a teoria da ficção, expõe que as
pessoas jurídicas são manifestações reais do
interesse da pessoa física, ou seja, essa teoria
faz analogia da pessoa jurídica à pessoa física.
Assim, uma pessoa jurídica é uma pessoa real,
possuidora de direitos, obrigações, que age e
possui nome próprio. “A pessoa jurídica tem em
si, como tal, a sua própria personalidade,
exprime a sua própria vontade, é titular de seus
próprios direitos (e obrigações): é uma realidade
no mundo jurídico.” (IENNACO, 2010 p. 62) e; iii)
Teoria da realidade técnica ou jurídica, para
muitos é a teoria mais equilibrada, já que trata a
pessoa jurídica como pessoa real, porém dentro
de uma realidade, não a comparando à pessoa
natural, mas sim a justificando com base no
Direito, reconhecendo a pessoa jurídica como
detentora de decisões consubstanciadas ou
efetivadas pela decisão de uma coletividade.
Dando ênfase a este conceito temos que:
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[...] ao direito
penal pode-se dizer
que, ao adotar-se tal
pensamento, há de se
constatar que a
pessoa coletiva é
perfeitamente capaz
de vontade. Ela não é
um mito, pois
concretiza-se em
cada etapa
importante de sua
vida pela reunião,
deliberação e voto da
assembleia geral de
seus membros, ou
mesmo através de
sua administração ou
gerência. (SHECARIA,
2011, p. 91)

E ainda:

A realidade que
se deve conhecer à
pessoa jurídica é uma
realidade na ordem
jurídica e para a
ordem jurídica, nunca
uma realidade
naturalística. A
pessoa jurídica é
criação do Direito
que, por sua vez, o
pode e deve regular
os efeitos jurídicos de
suas intervenções no
ambiente social. Sem
dúvida por afastar-se
do plano das meras
especulações/abstraç
ões, essa perspectiva
é a mais adequada
para definir a natureza
da pessoa jurídica e
possibilitar a
construção dogmática
de sua
responsabilidade.
(ROCHA, 2003, p. 37)

A teoria acima é a que nos remete à ideia


lógica de que o ordenamento jurídico pátrio a
adotou, sobretudo pelos fundamentos
apresentados por Shecaria e, conforme
determina a lei, nascida no momento em que é
realizada a inscrição do ato constitutivo no
respectivo registro em órgão competente. (art.
45, caput, do Código Civil de 2002)

É evidente que deve ser afastada no


mundo de hoje a ideia de que a pessoa jurídica
não pode ser responsabilizada penalmente,
sobretudo no cometimento de ilícitos contra o
meio ambiente, bem jurídico de extrema
importância, pois engloba um direito coletivo
(universal) e negar-lhe essa proteção seria o
mesmo que negar o direito à vida.
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3.2 RESPONSABILIDADE PENAL


DA PESSOA JURÍDICA NO
CÓDIGO PENAL BRASILEIRO

Atualmente, muitos obstáculos inseridos


no Código Penal brasileiro têm sido enfrentados,
inclusive, sob o prisma constitucional, pois não é
admitida pela teoria do crime, e pelo princípio da
individualização da pena, a possibilidade de se
punir pessoa jurídica.

Por isso, no
Direito Penal
brasileiro, em
interpretação
consentânea com os
valores
constitucionais
instituídos, deve-se
ter a noção de sujeito
ativo como o ser
humano, imputável ou
não, que realiza
objetiva e
subjetivamente o fato
previsto em lei como
crime e é, também, o
sujeito passivo da
cominação legal. A
definição esta
elementar dos tipos
penais, nas
legislações penais
dos Estados assim
constituídos pode ser
diversa. (SALES,
2010, p. 211)

A responsabilização penal de pessoa


jurídica no Código Penal brasileiro encontra
óbice no art. 12 e, ainda, após a reforma do
Código, através da Lei 7.209/84, pode-se
enfatizar que não se aderiu essa
responsabilidade criminal da pessoa jurídica –
brocardo jurídico , societas delinquere non
potest. (IENNACO, 2010)

Outro obstáculo enfrentado na


responsabilização penal de pessoa jurídica,
apresentado pelo Código Penal brasileiro, é o
princípio nullum crimen sine culpa (artigos 18 e
19), o que descarta a responsabilidade objetiva e
aponta a responsabilidade aos responsáveis pela
empresa (presidentes, sócios majoritários,
gerentes, prepostos etc.).

Acrescentando ainda mais


contrariedade, ou seja, contramão a
responsabilização criminal de pessoa jurídica,
Prado (2010, p. 127) aduz que:

Em termos
científicos, tem-se
como amplamente
dominante, desde há
muito, no Direito
Penal brasileiro, como
nos demais Direitos
de filiação romano-
germânica, a
irresponsabilidade
penal da pessoa
jurídica, expressa no
conhecido apotegma
societas delinquere no
potest, verdadeira
reafirmação dos
postulados da
culpabilidade e da
personalidade das
penas. Isso quer dizer
que os crimes
praticados no âmbito
da pessoa jurídica só
podem ser imputados
criminalmente às
pessoas naturais na
qualidade de autores
ou partícipes.

Como se vislumbra, o Código Penal


brasileiro não recepcionou bem a possibilidade
jurídica da responsabilização criminal de pessoa
jurídica, entretanto, a Constituição Federal de
1988 (CF/88) asseverou a possibilidade e, como
norma jurídica verticalmente superior, há de se
considerar a aplicação do que disciplina o art.
225, §3º, desta norma.

De qualquer forma, Shecaria (2011)


rebate os princípios abordados no Código Penal
(princípio da culpabilidade e da pessoalidade), as
quais contrariam a possibilidade jurídica de
responsabilizar penalmente ente jurídico,
abordando, enfaticamente, que questionar essa
possibilidade jurídica seria o mesmo que indagar
a regra da responsabilidade civil subjetiva, uma
vez que é a teoria adotada pelo Código Civil,
que, em raras exceções, possibilita a
responsabilidade objetiva.

Com isso, informa:

[...] em princípio
não se admitem
antinomias ou
incompatibilidades
nos repositórios
jurídicos. O ponto de
partida do método
sistemático de
interpretação das leis
consiste em comparar
os dispositivos
sujeitos a exegese
com outros do
mesmo corpo legal,
ou de leis diversas,
mas referentes ao
mesmo objeto, para
apuração e cotejo.
Não raro, por umas
normas se conhece
o espírito das
outras. Não se
encontram
princípios isolados,
mas acham-se em
conexão com
outros. Em uma
vasta unidade que é
o direito, não se
pode negar que há
princípios que se
condicionam e se
restringem
reciprocamente,
muitas vezes
constituindo-se em
elementos
autônomos uns dos
outros. Muitas vezes
encontram-se
recomendações
positivas de que
dimanam outras que
as excepcionam.
(SHECARIA, 2011, p.
130, grifo nosso)

Há um confronto constante de princípios


no Direito; há vários exemplos de dicotomias,
variando-se entre regras e exceções nas normas
infraconstitucionais e na própria Constituição,
como bem demonstrado acerca da regra e da
exceção da responsabilidade civil apresentada
pelo Código Civil brasileiro.

Insta salientar que a Constituição Federal


de 1988 no o art. 225, §1º, arrolou várias
medidas incumbindo ao Poder Público o dever
de dar efetividade na proteção do meio
ambiente, comprovando a importância e a
relevância desse bem jurídico.

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Saiba Mais

O eminente e respeitável
constitucionalista (SILVA, 2002, p. 819-820) bem
afirmou e asseverou a importância do meio
ambiente e a necessária intervenção do Poder
Público, e, sob esse aspecto, o Direito Penal e
as demais normas infraconstitucionais devem
unir-se com finco a preservação da natureza:

A Constituição
define o meio
ambiente
ecologicamente
equilibrado como
direito de todos e lhe
dá a natureza de bem
de uso comum do
povo e essencial à
sadia qualidade de
vida, impondo-se ao
Poder Público e a
coletividade o dever
de defendê-lo e
preservá-lo para as
presentes e futuras
gerações. A
Constituição [...]
impõe condutas
preservacionistas a
quantos possam
direta ou
indiretamente gerar
danos ao meio
ambiente. Assim,
aquele que explorar
recursos minerais fica
obrigado a recuperar
o meio ambiente
degradado, de acordo
com a solução
técnica exigida pelo
órgão público
competente, na forma
da lei, e as usinas que
operem com reator
nuclear deverão ter
sua localização
definida em lei
federal, sem o que
não poderão ser
instaladas. Dá ela
ênfase à atuação
preventiva, mas não
descuida das
medidas repressivas
[...] (grifo nosso)

O que se vê na verdade é a necessidade


do sistema penal brasileiro se atualizar para que
o Direito Penal, tão antigo e decadente, possa
garantir a efetiva possibilidade sistemática-
jurídica na preservação do meio ambiente sob a
perspectiva de atribuir pena a pessoa jurídica; é
sabido que o direito ambiental (Lei nº 9.605/98) e
a Constituição Federal de 1988 (art. 225, §§
seguintes) já encontram previsão legal.

Neste sentido, aduz Alpes (2010, p. 28):

Do desenrolar
histórico de
formatação e de
desenvolvimento da
teoria do bem jurídico
como referencial de
incriminação de uma
conduta, observa-se
que os
posicionamentos
acerca do seu
conceito e da sua
dinâmica de
proteção através da
pena foram
estabelecidos
segundo as
necessidades
suscitadas pela
sociedade. Ou seja,
na sua historicidade,
percebe-se uma
interação com o
mundo cultural e uma
consequente visão
segundo os valores e
necessidades de cada
época, assim como
suas finalidades
perseguidas.

Desta forma, é atribuição do legislador


federal a responsabilidade em acompanhar as
mudanças de cada sociedade e, com isso,
adequar as normas às exigências sociais, desde
que o bem jurídico tutelado tenha relevância
jurídica social, como é o caso do direito ao meio
ambiente equilibrado, exigência está
constitucional, o qual se exige do Poder Público
a devida obrigação de preservá-lo.

4. RESPONSABILIDADE
PENAL DA PESSOA JURÍDICA
NOS CRIMES AMBIENTAIS

Responsabilizar penalmente pessoa


jurídica que praticou crime contra o meio
ambiente significa dizer que, no ordenamento
jurídico pátrio brasileiro, não há mais espaço
para que empresas e gestores destas saiam
impunes das mazelas realizadas em desfavor da
natureza e da sadia qualidade de vida a qual
necessitamos.

Objetivando expor argumentos que


possam demonstrar que seria um grande avanço
jurídico pensar como possível a aplicação de
sanção criminal à pessoa jurídica, abordar-se-á,
no presente capítulo, a responsabilidade penal
da pessoa jurídica com base na Lei nº 9.605/98,
apresentando para tanto a discussão jurídico-
doutrinária e a discussão jurisprudencial,
assunto tão questionado e temido por vários
juristas que militam e estudam a seara criminal.

4.1 RESPONSABILIDADE PENAL


DA PESSOA JURÍDICA NA LEI
Nº 9.605/98

A Lei Federal nº 9.605/98 (Lei de Crimes


Ambientais) tornou ainda mais dinâmica a
preceituação inserida no § 3º, do art. 225 da Lei
Maior, uma vez que definiu como crime fatos e
condutas capazes de responsabilizar pessoa
jurídica em razão de infração de ilícito penal,
rechaçando com maior rigor a alegação de
alguns doutrinadores que entendem ser
impossível punir criminalmente ente coletivo.

A Lei de Crimes Ambientais ratificou a


preocupação do poder constituinte originário à
preservação ambiental, assim com o objetivo de
complementar as medidas protetivas insculpidas
na Constituição Federal de 1988 e também na
Lei Federal nº 6.938/81 que disciplina a Política
Nacional do Meio Ambiente, inseriu-se no
sistema jurídico brasileiro a tutela penal do meio
ambiente, inibindo e repelindo condutas lesivas
ao meio ambiente.

Ademais, a Carta Magna, atribuindo a


responsabilidade penal, civil e administrativa por
danos causados ao meio ambiente, adotou o
sistema da dupla imputação, vez que a punição
pode vir a alcançar pessoas físicas e jurídicas. É
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o que depreende no § 5º, do art. 173 e no § 3º,


art. 225, da CF/88.

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Art. 173. [...]

(omissis)

§ 5º. A lei, sem


prejuízo da
responsabilidade
individual dos
dirigentes da pessoa
jurídica, estabelecerá
a responsabilidade
desta, sujeitando-a às
punições compatíveis
com sua natureza,
nos atos praticados
contra a ordem
econômica e
financeira e contra a
economia popular.

Art. 225. [...]

(omissis)

§ 3º. As condutas
e atividades
consideradas lesivas
ao meio ambiente
sujeitarão os
infratores, pessoas
física ou jurídicas, a
sanções penais e
administrativas,
independentemente
da obrigação de
reparar os danos
causados.

Não há duvidas que a penalização da


pessoa jurídica trazida pela Constituição Federal
de 1988 e, 10 (dez) anos após, pela norma
infraconstitucional, através da Lei de Crimes
Ambientais, significou que o Direito Penal
brasileiro é mutável e deve se adequar aos
valores sociais exigidos, sobretudo
acompanhando a evolução histórica.

À luz da doutrina, temos que o professor


e Doutor Ivan Luiz da Silva (2008, p. 105), bem
exorta os argumentos que legitimam a tutela
penal ambiental: “a) o meio ambiente como bem
jurídico penalmente relevante; b) a natureza
subsidiária do Direito Penal; e c) a função
instrumental da sanção penal.”

Ademais, em razão da inoperância ou


deficiência da proteção cível-ambiental, justifica-
se a tutela penal ambiental porque ela “tem se
mostrado mais eficaz na prevenção e proteção
do meio ambiente, uma vez que intimida mais a
pessoa física e, no caso das pessoas jurídicas,
pode causar rejeição aos seus produtos.” (SILVA,
Ivan, 2008, p. 105)

Assim, o art. 3º da Lei 9.605/98,


efetivando anseio constitucional, dispõe acerca
das sanções penais derivadas de atividades
lesivas ao meio ambiente.
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Art. 3º. As
pessoas jurídicas
serão
responsabilizadas
administrativa, civil e
penalmente conforme
o disposto nesta lei,
nos casos em que a
infração seja
cometida por decisão
de seu representante
legal ou contratual, ou
de seu órgão
colegiado, no
interesse ou benefício
da sua entidade.

Vislumbra-se no dispositivo
supramencionado que houve previsão expressa
da responsabilidade penal da pessoa jurídica,
não excluindo, também, da pessoa física a
obrigação de responder criminalmente nos
casos de lesão ao meio ambiente, é o que
disciplina o art. 2º e 4º da lei, podendo, inclusive,
a personalidade jurídica ser desconsiderada
quando constituir entrave a compensação de
prejuízo causado ao meio ambiente. Vejamos:

Art. 2º. Quem, de


qualquer forma,
concorre para a
prática dos crimes
previstos nesta Lei,
incide nas penas a
estes cominadas, na
medida de sua
culpabilidade, bem
como o direito, o
administrador, o
membro de conselho
e de órgão técnico, o
auditor, o gerente, o
preposto ou
mandatário de pessoa
jurídica, que, sabendo
da conduta criminosa
de outrem, deixar de
impedir a sua prática,
quando podia agir
para evita-la.

Art. 4º. Poderá


ser desconsiderada a
pessoa jurídica
sempre que sua
personalidade for
obstáculo ao
ressarcimento e
prejuízos causados à
qualidade do meio
ambiente.

Ante o exposto, conforme se extrai da


norma constitucional e das normas
infraconstitucionais, que versam sobre a Política
Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81) e
sobre os Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98), o
ordenamento jurídico pátrio é a favor da
responsabilidade penal de pessoa jurídica, tendo
como enfoque a necessidade de se preservar
com maior efetividade o meio ambiente já que as
medidas cíveis e administrativas não lograram
êxito na repressão de delitos contra o meio
ambiente – bem jurídico tutelado.

4.2 DISCUSSÃO JURÍDICA-


DOUTRINÁRIA
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Por tudo o que fora apresentado, as


circunstâncias e as explicações indicam que a
sistemática jurídica brasileira apoia, apesar de
certas divergências, a possibilidade jurídica de
se responsabilizar criminalmente o ente coletivo,
entretanto, muitos doutrinadores ainda se
encontram abnegados a dispor dessa ideia.

Dentre os doutrinadores que perfilham a


ideia a favor da responsabilização criminal da
pessoa jurídica, sustentando suas teses com
base no texto constitucional e nas normas
infraconstitucionais, podemos citar: Ivan Luiz da
Silva, Sérgio Salomão Shecaira, Paulo Affonso
Leme Machado, Marcelo Buzaglo Dantas, entre
outros.

De forma contrária, e ainda não


apresentada aqui neste texto, cito: Miguel Reale
Júnior, Luiz Regis Prado, Rômulo de Andrade
Moreira, Jair Leonardo Lopes e outros.

A rejeição ao mandamento constitucional


que dá margem a aplicação de penalidade a
pessoa jurídica, por parte dos citados autores,
se dá em razão de diversos argumentos. Na
visão de Prado (2010, p. 127), não se pode
responsabilizar penalmente pessoa jurídica, pois:

[...] ausentes na
atividade da própria
pessoa jurídica os
elementos seguintes:
a) capacidade de
ação no sentido penal
estrito; b) capacidade
de culpabilidade
(princípio da
culpabilidade); c)
capacidade de pena
(princípio da
personalidade da
pena), indispensáveis
à configuração de
uma responsabilidade
penal subjetiva.
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Já Reale (2010, p. 344) aduz que:

A individualização
da pena é feita com
base na culpabilidade
que significa o quanto
de reprovação, de
censurabilidade
merece a conduta,
sendo absolutamente
incongruente com
admissão da pessoa
jurídica como agente
de delitos. Portanto,
há uma incapacidade
penal da pessoa
jurídica, que a análise
sistemática do texto
constitucional torna
evidente.

No mesmo sentido Moreira (2010, p. 325)


diz ser “óbvio faltar capacidade de culpabilidade
à pessoa jurídica, entendida aquela como um
juízo de reprovabilidade, só passível de ser
aferido a partir de um comportamento humano.”

Lopes (2010, p. 351-352) expõe que não


seria possível atribuir pena a pessoa jurídica,
pois:
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[...] ao direito
penal caberão os
casos que possam
ser vinculados à
conduta da pessoa
humana, os demais,
resultantes dos riscos
a que está exposta a
sociedade moderna,
poderão ser objeto de
outro direito. São
riscos que exigem
normas específicas
de prevenção e
controle, bem como
sanções que possam
contribuir para evitar
os seus efeitos, as
quais são próprias do
direito administrativo
ou de um outro
direito, cujo nome
seja adequado aos
seus conceitos.

Com base nos argumentos contrários a


possibilidade de punir criminalmente pessoa
jurídica, a regra e a ideia é quase a mesma –, a
punição somente será possível em relação a
pessoa física (responsável direta ou
indiretamente pelo ente coletivo), em razão da
ausência de capacidade de ação no sentido
penal estrito (ação volitiva e consciência) da
pessoa jurídica, bem como pela interpretação de
que a Constituição Federal de 1988 apenas
implica a pessoa jurídica como passivo de
sanções civis e administrativas.

Além disso, exortam ser impossível a


aplicação da teoria da responsabilização penal
da pessoa jurídica, pois a adoção desta implica
aplicação da responsabilidade objetiva, vedada
em nosso ordenamento jurídico.

Estes questionamentos já foram, ainda


que de maneira simplória, superficialmente
debatidos, e caem por terra por força da própria
Constituição Federal de 1988, a qual atribuiu a
Milhas
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possibilidade jurídica de se penalizar


criminalmente pessoa jurídica.

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De uma maneira ainda mais robustecida,


Cabette (2006, p. 137-138) bem aborda os
motivos pelos quais a responsabilidade criminal
da pessoa jurídica é possível no ordenamento
jurídico pátrio:

O
reconhecimento da
responsabilidade
penal dos entes
coletivos não
implica
necessariamente a
aceitação de uma
“responsabilidade
objetiva”. É possível
aferir um espírito ou
vontade coletivos
diversos das
vontades individuais
ou mesmo de sua
somatória simples.
No mínimo a
deficiência no
estabelecimento de
uma vontade própria
da pessoa moral pode
ser suprida pela
chamada “teoria da
responsabilidade por
ricochete, reflexo ou
rebote” que se utiliza
da vontade dos
sujeitos individuais
para caracterizar
aquela do ente
coletivo.

[...]

A
responsabilidade
penal das pessoas
jurídicas não
contraria a
Constituição
Federal. Ao inverso,
há dois dispositivos
constitucionais que
determinam
excepcionalmente
tal responsabilidade
nos campos
econômico e
ambiental (CF, arts.
173, § 5º e 225, § 3º).
Por hora, somente
no campo ambiental
essa
responsabilidade
excepcional foi
prevista (Lei
9.605/98, art. 3º).
(grifo nosso)
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A tendência em todo o mundo é voltada


à responsabilização penal das pessoas jurídicas,
são exemplos disso, a Inglaterra, Holanda,
França, Dinamarca, já reconhecida como
plenamente possível nos países de common law
e ganhando espaço na Europa, conforme citado
e na América Latina. (CABETTE, 2006)

Afastar punição a pessoa jurídica, pelo


que se vê no avanço do sistema penal de vários
países, seria um retrocesso. Pessoas jurídicas
são entes fictos criados pelo Direito, entretanto,
são sujeitos capazes de direitos e obrigações,
que agem por uma consciência advinda da
conduta humana, estando assim passíveis de
serem atacadas e repreendidas penalmente nos
casos em que realizada conduta tipicamente
ilícita e prevista no ordenamento jurídico.

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4.3 DISCUSSÃO
JURISPRUDENCIAL NO BRASIL

No Brasil, os motivos das divergências


encontradas na jurisprudência, assim como na
doutrina pátria, estão atrelados à
inconstitucionalidade do art. 3º, da Lei 9.605/98
(Lei de Crimes Ambientais), e aos princípios da
individualização da pena, da culpabilidade etc.,
enfim fundamentam-se nos dogmas arraigados
em um sistema penal falido.

Salientamos, entretanto, que o Supremo


Tribunal Federal, mais alta corte do judiciário
brasileiro, já vem decidindo de forma reiterada
pela plausibilidade jurídica da responsabilidade
penal de pessoa jurídica, assim também o
Superior Tribunal de Justiça, cada um
justificando de sua maneira, mas com o mesmo
pensamento, qual seja: pessoa jurídica é
passível de sanção penal.

De maneira que se possa visualizar


claramente esses questionamentos, expõe-se
aqui algumas decisões, inicialmente sob o
aspecto e posicionamento desfavorável.

RECURSO
CRIMINAL. CRIME
CONTRA O MEIO
AMBIENTE.
DENÚNCIA
OFERTADA CONTRA
PESSOA JURÍDICA.
ENTE QUE NÃO
PODE SER
RESPONSABILIZADO
PELA PRÁTICA DE
CRIME. AUSÊNCIA
DE VONTADE
PRÓPRIA. REJEIÇÃO.
RECURSO
DESPROVIDO. "A
pessoa jurídica,
porque desprovida
de vontade própria,
sendo mero
instrumento de seus
sócios ou prepostos,
não pode figurar
como sujeito ativo
de crime, pois a
responsabilidade
objetiva não está
prevista na
legislação penal
vigente" (RCR n.
03.003801-9, da
comarca de
Curitibanos, rel.
Maurílio Moreira
Leite). (TJ-SC -
RCCR: 4962 SC
2005.000496-2,
Tribunal de Justiça de
Santa Catarina,
Segunda Câmara
Criminal, Relator: Des.
Sérgio Paladino, Data
de Julgamento:
29/03/2005, grifo
nosso)
Milhas
123Milhas

123 Milhas
123

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APELAÇÃO
CRIMINAL - CRIMES
AMBIENTAIS -
PRELIMINAR -
RESPONSABILIDADE
PENAL DA PESSOA
JURÍDICA -
INADEQUAÇÃO
ENTRE NATUREZA
JURÍDICA E SANÇÃO
PRIVATIVA DE
LIBERDADE -
INEXISTÊNCIA DE
REGRAS
ESPECÍFICAS
COMPATÍVEIS COM
O ENTE COLETIVO -
INVIABILIDADE DE
SANCIONAMENTO -
RECURSO
CONHECIDO E,
LEVANTANDO
PRELIMINAR,
ANULADO O
PROCESSO "AB
INITIO". Demonstra-
se absolutamente
nulo o processo
penal movido em
desfavor de pessoa
jurídica, acusada da
prática de crime
ambiental, uma vez
que a lei de crimes
ambientais não
previu um sub-
sistema penal de
caracterização
específica do delito,
bem como regras
próprias ao
sancionamento e
execução penais
compatíveis com a
natureza do ente
coletivo. (TJ-MG Nº
.0155.02.000841-
5/001(1), Tribunal de
Justiça de Minas
Gerais, Relator: Des.
Márcia Milanez, Data
de Julgamento:
16/11/2004, Data de
Publicação:
19/11/2004, grifo
nosso)

RECURSO EM
SENTIDO ESTRITO.
CRIME AMBIENTAL.
PESSOA JURÍDICA.
RESPONSABILIDADE
PENAL.
INADMISSIBILIDADE.
REJEIÇÃO DA
DENÚNCIA. DECISÃO
EM CONSONÂNCIA
COM A ORIENTAÇÃO
DOUTRINÁRIA E
JURISPRUDENCIAL
DOMINANTES.
RECURSO
IMPROVIDO. Mostra-
se inconstitucional
art. 3º da Lei
9.605/98, no que diz
respeito à
responsabilidade
penal da pessoa
jurídica. A pessoa
jurídica não pode
ser sujeito ativo de
crime. Inteligência
do art. 5, inciso LXV
da CF de 1988.
(TJMT – Recurso em
Sentido Estrito Nº
1.457-01, Comarca de
Sinop, Tribunal de
Justiça de Mato
Grosso, 2ª Câmara
Criminal, Rel: Des.
Donato Fortunato
Ojeda, Data do
Julgamento em:
02/05/2001).
Milhas
123Milhas

123 Milhas
123

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Rebatendo os precedentes em epígrafe,


valho-me dos precedentes os quais vem
admitindo a possibilidade jurídica de se
responsabilizar criminalmente o ente coletivo, a
começar por alguns julgados dos Tribunais de
Justiça de todo o país.

-22%

PROCESSO
PENAL. RECURSO
EM SENTIDO
ESTRITO. CRIME
AMBIENTAL.
RESPONSABILIDADE
PENAL DE PESSOA
JURÍDICA. ART. 225,
§ 3º, 3º, LEI
9.605/98. 1. O
parágrafo 3º do art.
225 da Constituição
Federal de 1988
previu, em razão de
opção política do
legislador, a
possibilidade de
responsabilização
penal das pessoas
jurídicas por crimes
ambientais; 2. O art.
3º da Lei 9.605/98,
que cuida dos crimes
contra o meio
ambiente,
regulamentou o
preceito
constitucional em
referência, dando-lhe
a densidade
necessária. 3. Não há
qualquer
inconstitucionalidad
e no § 3º do art. 225
da Constituição
Federal, fruto de
uma escolha política
do legislador, que
atende às
expectativas por
prevenção e
proteção de
condutas
atentatórias ao meio
ambiente, bem
jurídico de espectro
coletivo, de enorme
relevância para o ser
humano na
atualidade. 4.
Recurso em sentido
estrito provido.
(Recurso em Sentido
Estrito RO Nº
2007.41.00.006063-4,
Terceira Turma,
Tribunal Regional
Federal da 1ª Região,
Relator: Des. Tourinho
Neto, Julgado em
08/04/2008,
Publicado em
18/04/2008, grifo
nosso)

-22%

RECURSO
CRIMINAL. CRIME
AMBIENTAL.
REJEIÇÃO DA
DENÚNCIA NA
PARTE EM QUE
FIGURAVA PESSOA
JURÍDICA COMO
SUJEITO PASSIVO
DE DELITO PENAL.
LEI DOS CRIMES
AMBIENTAIS (LEI N.
9.605/98) QUE
ADMITE
EXPRESSAMENTE A
RESPONSABILIDADE
PENAL DA PESSOA
JURÍDICA. RECURSO
PROVIDO. A Lei dos
Crimes Ambientais
inovou o Direito
Brasileiro quando
admitiu,
expressamente, a
responsabilidade
penal da pessoa
jurídica para coibir e
penalizar os
chamados crimes de
dano ao meio
ambiente cometido
por empresas.
Necessário atender
ao rigorismo
pretendido pela
legislação em
relação ao infrator
que provoca danos
ao meio ambiente,
seja pessoa física ou
jurídica,
resguardando, com
isso, o direito
constitucional que
garante qualidade
de vida ambiental a
todos. (TJ-SC -
RCCR: 78620 SC
2005.007862-0,
Tribunal de Justiça de
Santa Catarina,
Primeira Câmara
Criminal, Relator: Des.
Solon d´Eça Neves,
Data de Julgamento:
10/05/2005)
Milhas
123Milhas

123 Milhas
123

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[...] Em delitos
contra o meio
ambiente, por tratar-
se de bem tutelado
constitucionalmente,
uma vez
caracterizada a
relevante
ofensividade da
conduta,
consubstanciada
por relevante
desmatamento, não
há falar-se em
princípio da
subsidiariedade ou
direito penal mínimo
(“ultima ratio”), pois,
ainda que o poluidor
seja apenado
administrativamente,
impõe-se
responsabilizá-lo
penalmente, se
provada a
materialidade e
autoria delitivas. A
denúncia que faz
expressa menção à
conduta omissiva de
deixar de obter
licença ambiental,
retrata, em tese, o
delito tipificado no art.
68 da Lei de Crimes
Ambientais, devendo,
por isso, ser recebida
a denúncia. (TJ-MS,
AP Nº 39222/2011,
Tribunal de Justiça do
Mato Grosso,
Segunda Câmara
Criminal Des. Marilsen
Andrade Addario,
Data Do Julgamento
28/03/2012, Data Da
Publicação No Dje
18/04/2012, grifo
nosso)

-22%

É notável o avanço jurisprudencial em


nosso país, inclusive daqueles Tribunais que
inicialmente não concordavam com a
possibilidade jurídica de punir criminalmente
ente coletivo –, é o que se vê nas ementas
supracitadas do Tribunal de Justiça do Estado
de Santa Catarina, em que o Desembargador
Sérgio Paladino (manifesta-se contrário) e do
Desembargador Solon d´Eça Neves (manifesta-
se favorável) e também nas ementas das
Milhas
123Milhas

decisões do Tribunal de Justiça do Estado de


Mato Grosso.

123 Milhas
123

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Abrir

Já o Superior Tribunal de Justiça, há


muito tempo e, em recente julgado, vem
entendendo ser cabível a responsabilidade penal
da pessoa jurídica em crimes ambientais,
utilizando-se, para tanto, do sistema da dupla
imputação, ente moral mais pessoa natural/física
que atua em seu nome ou em seu benefício, ou
seja, na propositura da ação penal realizada pelo
Ministério Público, só pode ser considerado
válida a denúncia se possível for identificar as
pessoas físicas que cometeram ilícitos contra o
meio ambiente.

RECURSO
ORDINÁRIO EM
MANDADO DE
SEGURANÇA.
CRIME CONTRA O
MEIO AMBIENTE.
ART. 38, DA LEI N.º
9.605/98. DENÚNCIA
OFERECIDA
SOMENTE CONTRA
PESSOA JURÍDICA.
ILEGALIDADE.
RECURSO
PROVIDO. PEDIDOS
ALTERNATIVOS
PREJUDICADOS. 1.
Para a validade da
tramitação de feito
criminal em que se
apura o cometimento
de delito ambiental,
na peça exordial
devem ser
denunciados tanto a
pessoa jurídica como
a pessoa física
(sistema ou teoria da
dupla imputação),
isso porque a
responsabilização
penal da pessoa
jurídica não pode ser
desassociada da
pessoa física - quem
pratica a conduta
com elemento
subjetivo próprio. 2.
Oferecida denúncia
somente contra a
pessoa jurídica, falta
pressuposto para que
o processo-crime
desenvolva-se
corretamente. 3.
Recurso ordinário
provido, para declarar
a inépcia da denúncia
e trancar,
consequentemente, o
processo-crime
instaurado contra a
empresa recorrente,
sem prejuízo de que
seja oferecida outra
exordial, válida.
Pedidos alternativos
prejudicados. (STJ -
RECURSO
ORDINÁRIO EM
MANDADO DE
SEGURANÇA : RMS
37293 SP
2012/0049242-7 ),
SUPERIOR
TRIBUNAL DE
JUSTIÇA, QUINTA
TURMA, RELATOR:
MINISTRA LAURITA
VAZ, DATA DE
JULGAMENTO:
02/05/2013)
Milhas
123Milhas

123 Milhas
123

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Barata - Até
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As decisões aderindo ao sistema da


dupla imputação foram de certa forma
favoráveis, uma vez que os demais Tribunais
passaram a dispor dessa justificativa como
forma de penalizar criminalmente ente moral.

Entretanto, a posição que se apresenta


mais coerente com a realidade atual, atendendo
ao juízo de reprovabilidade social e à política
criminal, advém da mais alta corte brasileira, o
Supremo Tribunal Federal, que entende ser
possível a pessoa jurídica ser punida penalmente
por crimes ambientais ainda que não haja
responsabilização de pessoas físicas, ou, ainda,
que absolvidas as pessoas físicas ocupantes de
cargo de presidência ou de direção do órgão
responsável pela prática criminosa.

É admissível a
condenação de
pessoa jurídica pela
prática de crime
ambiental, ainda que
absolvidas as
pessoas físicas
ocupantes de cargo
de presidência ou de
direção do órgão
responsável pela
prática criminosa.
Com base nesse
entendimento, a 1ª
Turma, por maioria,
conheceu, em parte,
de recurso
extraordinário e,
nessa parte, deu-lhe
provimento para
cassar o acórdão
recorrido. Neste, a
imputação aos
dirigentes
responsáveis pelas
condutas
incriminadas (Lei
9.605/98, art. 54) teria
sido excluída e, por
isso, trancada a ação
penal relativamente à
pessoa jurídica. Em
preliminar, a Turma,
por maioria, decidiu
não apreciar a
prescrição da ação
penal, porquanto
ausentes elementos
para sua aferição.
Pontuou-se que o
presente recurso
originara-se de
mandado de
segurança impetrado
para trancar ação
penal em face de
responsabilização,
por crime ambiental,
de pessoa jurídica.
Enfatizou-se que a
problemática da
prescrição não estaria
em debate, e apenas
fora aventada em
razão da demora no
julgamento.
Assinalou-se que
caberia ao
magistrado, nos autos
da ação penal,
pronunciar-se sobre
essa questão.
Vencidos os Ministros
Marco Aurélio e Luiz
Fux, que reconheciam
a prescrição. O Min.
Marco Aurélio
considerava a data do
recebimento da
denúncia como fator
interruptivo da
prescrição. Destacava
que não poderia
interpretar a norma de
modo a prejudicar
aquele a quem visaria
beneficiar.
Consignava que a lei
não exigiria a
publicação da
denúncia, apenas o
seu recebimento e,
quer considerada a
data de seu
recebimento ou de
sua devolução ao
cartório, a prescrição
já teria incidido. RE
548181/PR, rel. Min.
Rosa Weber,
6.8.2013, grifo nosso)
[1]
Milhas
123Milhas

123 Milhas
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De fato, o Supremo Tribunal Federal,


como guardião da Constituição Federal, é
conhecedor da importância e da atenção dada
pelo constituinte originária no art. 225, § 3º, da
CF/88. O entendimento atual na
responsabilização penal de pessoa jurídica
demonstra que combater os abusos das
empresas jurídicas, principais lesantes do meio
Milhas
123Milh

ambiente, é uma forma de se conseguir


efetivamente a preservação do meio ambiente.

123 Milhas
123

Passagem
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has
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Por fim, tal decisão acompanha a


evolução histórica, o reclamo social e a política
criminal, contribuindo para a disseminação da
consciência social às empresas jurídicas,
Milhas
123Milhas
banindo e coibindo que condutas lesivas ao
meio ambiente tornem-se frequentes.

123 Milhas
123
Passagem
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CONCLUSÃO

A melhor forma de se combater qualquer


ilícito que atente gravemente contra um bem
jurídico relevante é através da tutela penal. Não
foi por acaso que a Constituição Federal de
1988, em seu art. 173, § 5º, e art. 225, § 3º,
impôs ao legislador ordinário a criação de uma
Lei que concretizasse esse direito, reafirmo a
expressão ‘direito’, pois o direito à vida está
ligado à efetiva preservação do meio ambiente.

O advento da CF/88 e da Lei nº 9.605/98


(Lei de Crimes Ambientais), ao legitimar a
possibilidade jurídica de se impor à pessoa
jurídica responsabilidade penal, significou um
avanço social, já que, através disso, deu-se uma
maior proteção ao meio ambiente, vítima
silenciosa dos maus tratos daqueles que se
interessam tão somente em aferir lucros, mas
nunca em manter um meio ambiente equilibrado,
conforme ordena os mandamentos
constitucionais, muitas vezes por culpa e
omissão do Poder Público. Desta forma, tornou-
se possível a responsabilização penal de ente
moral por crimes ambientais e não por mera
imposição do legislador ordinário, mas sim por
efetiva exigência dada na Constituição Federal
de 1988 pelo poder constituinte originário.

Durante as pesquisas realizadas e


insertas neste trabalho, verificou-se, mesmo com
abordagem das divergências doutrinárias
contrárias à responsabilização da pessoa
jurídica, que seria errôneo pensar que houve um
Milhas
123Milhas

equívoco constitucional – a responsabilidade


criminal é uma realidade.

123 Milhas
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Atualmente vários Tribunais superiores


vêm acolhendo a ideia da responsabilização
penal em desfavor de pessoa jurídica por crime
ambiental, inclusive com maior frequência e com
base em argumentos sólidos e congruentes.

Destarte, sem mais delongas, entende-


se com base nos argumentos doutrinários, na
interpretação jurídica exposta na lei e,
sobretudo, na jurisprudência atual do Supremo
Tribunal Federal e do Superior Tribunal de
Justiça ser admissível a responsabilidade penal
do ente coletivo.

REFÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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Ambiente e Direito Penal. Recife: Nossa
Livraria, 2010.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente:


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Licenciamento Ambiental. Brasília, 2009.
Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/estruturas/dai_pnc/_ar
quivos/pnc_caderno_licenciamento_ambiental_0
1_76.pdf>. Acesso em: 27 jan. 2014.

BRASIL. STF – Supremo Tribunal


Federal. Informativo nº 714, Brasília-DF, 5 a 9 de
agosto de 2013. Disponível em: <
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/docume
Milhas
123Milhas

nto/informativo714.htm>. Acesso em: 17 fev.


2014.

123 Milhas
123

Passagem
Barata - Até
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Abrir

CABETTE, Eduardo Luiz Santos.


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Estudo crítico. 1ª ed. 4ª tir. Curitiba: Juruá,
2006.

COPOLA, Gina. A lei dos crimes


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Disponível em:
<http://www.acopesp.org.br/artigos/Dra.%20Gin
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FILHO, Ney de Barros Bello. A


responsabilidade criminal da pessoa jurídica
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2004.

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individuais, microempresas, sociedades
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MOREIRA, Rômulo de Andrade. A


responsabilidade penal da pessoa jurídica e o
sistema processual penal brasileiro. In: DOTTI,
René Ariel; PRADO, Luiz Regis. (Org.).
Responsabilidade penal da pessoa jurídica:
Em defesa do princípio da imputação penal
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PILATI, Luciana Cardoso; DANTAS,


Marcelo Buzaglo. Direito ambiental
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REALE JÚNIOR, Miguel. A


responsabilidade penal da pessoa jurídica. In:
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Galvão da. Responsabilidade penal da pessoa
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SALES, Sheila Jorge Selim de.


Anotações sobre o princípio Societas Delinquere
non Potest no direito penal moderno: Um
retrocesso praticado em nome da política
crimina? In: DOTTI, René Ariel; PRADO, Luiz
Regis. (Org.). Responsabilidade penal da
pessoa jurídica: Em defesa do princípio da
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SHECAIRA, Sérgio Salomão.


Responsabilidade penal de pessoa jurídica.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

SILVA, Ivan Luiz da. Princípio da


Insignificância e os Crimes Ambientais.
Coord. Geraldo Prado. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2008.

SILVA, José Afonso da. Curso de Direito


Constitucional Positivo. 20ª ed. São Paulo:
Malheiros, 2002.

[1] BRASIL. STF – Supremo Tribunal


Federal. Informativo nº 714, Brasília-DF, 5 a 9 de
agosto de 2013. Disponível em: <
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/docume
nto/informativo714.htm>. Acesso em: 17 fev.
2014.

( ) * +
,

Assuntos relacionados:
Direito Ambiental • Direito
Processual Penal • Direito
Penal • Direito
Constitucional

Autor

Hebert Henrique de
Oliveira Melanias
Possui graduação em Direito pela
Faculdade Raimundo Marinho -
Unidade Maceió (2011) e Pós-graduação em
Ciências Penais pela Universidade Anhanguera
(2014). Realizou estágios no âmbito jurídico no
1º Cartório de Registro Civil de Casamentos e
Notas de Maceió nov/2006 a junho/2008; no
Órgão de Proteção e Defesa do Consumidor do
Estado de Alagoas (PROCON/AL) Jan/2009 à
Março/2011; no Escritório Jurídico Dr. Virgílio
Andrade março de 2011 a agosto de 2011.
Assumiu o cargo de Assessor Técnico/Jurídico
no Conselho Estadual de Segurança Pública em
Alagoas - (CONSEG/AL) - Set/2009 à Fev/2014.
Atualmente é Escrivão da Polícia Judiciária -
Delegacia Geral da Polícia Civil do Estado de
Alagoas, com atuação na Assessoria Jurídica do
Gabinete do Delegado Geral. Cursou a disciplina
de Mestrado em Sociologia "Conflitos e disputas
no campo jurídico: uma sociologia dos tribunais
e seus juízes". Detêm de experiência na área de
Direito, com ênfase em Direito do Consumidor,
Direito Penal e Direito Penal Ambiental.

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Artigo científico apresentado a fim de que


fosse obtido o título de Especialista em
Ciências Penais pela Universidade
Anhanguera - LFG.

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