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1. Conceito
Proteção constitucional no art. 5°, VI, da Constituição Federal: é inviolável a
liberdade de consciência e de crença, sendo assegurando o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias.
Portanto a previsão penal visa tutelar o mandamento constitucional (Gonçalves, 2020)
Ademais o tipo nela exige que a ofensa seja conta alguém, isto é, pessoa ou pessoas
determinadas, em razão de sua religião ou função religiosa. Daí por que o escárnio
contra a religião em si (catolicismo, islamismo etc.) não constituiria crime. De ver-se,
entretanto, que a Lei n. 9.459/97 inseriu, no art. 20, caput, da Lei n. 7.716/89, ilícito
penal consistente na prática ou incitação de preconceito religioso, delito que pode se
mostrar presente dependendo do escárnio público que se faça da religião.
Sujeito Ativo- Pode ser qualquer pessoa, inclusive ministros de outra religião;
Sujeito Passivo- A pessoa ofendida que crê em determinada religião ou que exerce
ministério religioso (padre, pastor, freira etc.);
Obs.: Ressalva Hungria: “é preciso que tais objetos estejam consagrados ao culto: não
serão especialmente protegidos quando, por exemplo, ainda expostos à venda numa casa
comercial”;
Sujeito Ativo – pode ser qualquer pessoa, inclusive ministro de outra religião;
Sujeito Passivo – a coletividade religiosa;
Elemento subjetivo – É o dolo, isto é, a vontade livre e consciente de vilipendiar o ato
ou objeto de culto religioso.
Tentativa – A tentativa é admissível nesses casos, em que o crime é material. Não
sendo possível na hipótese em que o crime é praticado mediante ofensas verbais.
Consumação – consuma-se o crime com a prática do ato ultrajante, por exemplo, atirar
lixo contra a imagem sacra.
2. Causa de aumento de pena e concurso de crimes
Dispõe o parágrafo único do art. 208 do Código Penal “ se há emprego de violência, a
pena aumentada de uma terço, sem prejuízo da correspondente à violência”. Trata-se da
violência contra coisa ou pessoa, portanto, haverá concurso material de crimes se a
violência empregada configurar por si só algum crime (lesões corporais, dano etc.).
Nessa hipótese, o concurso dar-se-á com a forma majorada dos crimes contra
sentimento religioso em virtude do emprego de violência.
A Ação Penal é publica incondicionada, de competência do Juizado Especial Criminal.
Por se cuidar de infração de menor potencial ofensivo, incidem as disposições da Lei n.
9.099/95, ainda que haja a incidência da majorante (1/3) prevista no parágrafo único do
artigo, em face do conceito de infração de menor potencial ofensivo. A suspensão
condicional do processo (art. 89 da Lei n. 9.099/95) é cabível no caput e no parágrafo
único.
No Capítulo II do Código Penal estão previstos os crimes contra o respeito aos mortos,
que estão elencados em quatro artigos: art. 209 (impedimento ou perturbação de
cerimônia funerária); art. 210 (violação de sepultura); art. 211 (destruição, subtração ou
ocultação de cadáver) e art. 212 (vilipêndio a cadáver). O artigo 5°, inciso VI, da
Constituição Federal segue em conformidade com os dispositivos citados, os
justificando: VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado
o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais
de culto e a suas liturgias.
O delito de violação de sepultura está disposto no art. 210 do Código Penal: “Violar ou
profanar sepultura ou urna funerária: Pena – reclusão, de um a três anos, e multa”.
O delito em questão está disposto no art. 211 do Código Penal: “Destruir, subtrair ou
ocultar cadáver ou parte dele: Pena – reclusão, de um a três anos, e multa”.
O delito de vilipêndio a cadáver está previsto no art. 212 do Código Penal: “Vilipendiar
cadáver ou suas cinzas: Pena – detenção, de um a três anos, e multa”.
REFERENCIAS
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios.Direito penal esquematizado – parte especial .
Coleção esquematizado / coordenador Pedro Lenza – 10. ed. – São Paulo : Saraiva
Educação, 2020.
CAPEZ, Fernando. Parte especial arts. 121 a 212. Coleção Curso de direito penal. 20.
ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020.